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Medida de segurança

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MEDIDAS DE SEGURANÇA
Conceito: Segundo Fernando Capez a Medida de segurança é: sanção penal imposta pelo Estado, na execução de uma sentença, cuja finalidade é exclusivamente preventiva, no sentido de evitar que o autor de uma infração penal que tenha demonstrado periculosidade volte a delinquir. 
Sistemas: Com a reforma de 1984, o nosso Código adotou o sistema vicariante, onde não é mais aceito a aplicação de pene e medida de segurança como previa o sistema binário. Isso porque a aplicação binaria, lesa o principio do ne bis idem, uma vez que o mesmo individuo suporta duas consequências pelo mesmo fato praticado. A medida de segurança tem como base a periculosidade do individuo que por ser inimputável ou semi, precisa deste resguardo.
Para que exista a aplicação da medida de segurança é preciso que exista um fato típico punível, que o agente seja perigoso, e que exista a ausência de imputabilidade, ou seja, que o agente precise de tratamento especial.
Distinções entre pena e medida de segurança
	
	Penas
	Medidas de segurança
	
Finalidades
	
Retribuição (castigo), prevenção geral e prevenção especial.
	
Prevenção especial.
	
Duração
	
Determinada.
	
Determinada no mínimo e indeterminada no máximo.
	Pressupostos
	
Culpabilidade
	
Periculosidade
	
Destinatários
	
Imputáveis e semi-imputáveis sem periculosidade (que não necessitam de especial tratamento curativo).
	
Inimputáveis e semi-imputáveis dotados de periculosidade (que necessitam de especial tratamento curativo)
Pressupostos para aplicação da medida de segurança
Prática de crime ou de fato típico punível: 
Significa dizer que é preciso haver uma conduta ilícita do sujeito, sem que esta possua excludente de ilicitude ou de culpabilidade. Desta forma o sujeito precisa praticar um crime para que possa ser aplicada uma medida de segurança.
Potencialidade para novas ações danosas (periculosidade): 
Em primeiro lugar é preciso definir periculosidade: um estado subjetivo de antissociabilidade, baseado na conduta antissocial e na anomalia psíquica do sujeito. Ainda, pode ser vista como uma efetiva probabilidade do sujeito voltar a se envolver em condutas ilícitas. A periculosidade pode ser: 
Presumida – quando o sujeito é considerado, expressamente por lei, inimputável. Neste caso o juiz possui o dever de aplicar a medida de segurança. Assim prevê o art. 26 do CP: 
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Real – quando o sujeito é semi-imputável e o juiz, dependendo do caso, reconhece ou não tratamento curativo. Assim, se o juiz não recomendar o tratamento, o sujeito não se encaixa na medida de segurança. E sim nas penas. Prevê o parágrafo único do Art.26: 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Ausência de imputabilidade plena: o sujeito deve necessariamente ser inimputável ou semi-imputável, pois alguém que possui imputabilidade plena receberá penas e não medida de segurança. 
Em resumo, o sujeito deve praticar um crime, ter comprovada a sua periculosidade e ser inimputável ou semi-imputável. Diante disso receberá uma medida de segurança ao invés de pena.
Espécies de medida de segurança
As espécies de medida de segurança estão previstas no art. 96 a 99 do Código Penal brasileiro. Estas são divididas em basicamente duas espécies, detentiva e restritiva.
A categoria detentiva, art.96, I, CP, fundamenta-se em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado .Neste caso,o importante é a privação da liberdade do individuo .
Já a restritiva, art. 96, II/CP, impõe o agente ao tratamento ambulatorial. Esse permanece livre, porém submetido a tratamento médico adequado.
A escolha da espécie de medida de segurança a ser aplicada é baseada na natureza da pena cominada em abstrato à infração penal. De acordo com o art. 97, caput, CP, caso o fato seja punível com reclusão, o juiz determinará sua internação. Entretanto, se o fato for punível com detenção,poderá o magistrado optar entre a internação e o tratamento ambulatorial. Importante ressaltar, ao se tratar de pena de detenção, a escolha entre as medidas de segurança, detentiva e restritiva dever ser guiada pelo grau de periculosidade do réu.
Art.97, CP: Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art.26). Se,todavia,o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
Prazo mínimo da medida de segurança
A sentença que aplica a medida de segurança deve,obrigatoriamente,fixar o prazo mínimo de internação ou tratamento ambulatorial,entre um a três anos (art. 97,§ 1°,in fine,CP).Observa-se que esses prazo mínimo se destina à realização do exame de cessação da periculosidade.
Prazo máximo da medida de segurança
O Código Penal aborda no art. 97: ”A internação ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante pericia médica,a cessação de periculosidade.”
Este tópico é polêmico no âmbito jurídico, pois alguns penalistas alegam inconstitucionalidade da duração indeterminada, talvez perpétua,da medida de segurança.Ainda, é observável que ao imputável é determinado o limite de 30 anos para a pena de cumprimento da pena privativa de liberdade.Sendo assim,não poderia o inimputável ,ser internado por prazo indeterminado.
Diz o Supremo Tribunal Federal: “A interpretação sistemática e teleológica dos Arts. 75,97 e 13, os dois primeiros do Código Penal e o último da Lei de Execuções Penais, devem fazer-se considerados a garantia constitucional abolidora de penas perpétuas. A medida de segurança fica jungida ao período máximo de trinta anos”.
Segundo o Superior Tribunal de justiça, o tempo de duração máxima da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena cominada abstratamente ao delito praticado, em respeito aos princípios da isonomia e da proporcionalidade.
Medida de segurança detentiva em crime penado com detenção
A medida de segurança detentiva (internação em hospital de custódia e tratamento) é obrigatória em crime apenado com reclusão, conforme disposto no art. 97 do Código Penal, não podendo ser aplicada a medida de segurança restritiva nesse caso.
Entretanto, nos crimes apenados com detenção o juiz poderá optar de modo facultativo (art. 97, CP) pela medida de segurança de tratamento ambulatorial ou, mediante exame do caso concreto e da periculosidade demonstrada, aplicar a medida de segurança detentiva.
A conversão do tratamento ambulatorial em internação é possível conforme o § 4º do art. 97 do Código Penal: “Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos”. O contrário não ocorre devido a falta de previsão legal. 
A regra geral do art. 97 do Código Penal não se aplica a Lei de Tóxicos (Lei nº 11.343/06), pois a internação só será determinada se imprescindível para a eficácia do tratamento, não pelo fato de ser obrigatória se o crime for punido com reclusão. Assim, de acordo com o Art. 28, § 7o da referida lei “O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado”.
A substituição de pena por medida de segurança para o semi-imputável (art. 98, CP) é possível, mas como o Código Penal brasileiro adotou o sistema vicariante, ou o juiz reduz a pena de 1/3 a 2/3, ou a substitui por medida de segurança. Vale lembrar também que a decisãoda substituição deve ser fundamentada.
Devido a reforma penal de 1984, a medida de segurança passou a ser aplicada somente aos inimputáveis e semi-imputáveis, podendo substituir a pena privativa de liberdade quando for o caso, conforme os art.s 97 e 98 do CP. Assim, a súmula 525 do STF, a qual afirma que “A medida de segurança não será aplicada em segunda instância, quando só o réu tenha recorrido” veio para vedar a reformatio in pejus no caso específico da medida de segurança, ou seja, a pena imposta ao réu não pode ser agravada quando apenas ele houver apelado da sentença.	
Não se aplica a medida de segurança na inimputabilidade do menor de 18 anos, pois este sujeita-se à legislação própria, Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90).
Superveniência de doença mental do condenado
Quando esta ocorrer, o condenado deverá ser recolhido a um hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. A Medida de segurança não poderá ter duração maior ao correspondente da pena substituída, e caso o tempo da pena cesse, e o paciente não esteja curado, fica a critério do juízo civil competente.
Procedimento para execução da medida de segurança
Transitado em julgado a sentença, que aplica a medida de segurança, será ordenada pelo juiz a expedição de guia para execução (LEP, art. 171).
Em se tratando de internação, o agente é obrigatoriamente submetido a exame criminológico. To tratamento ambulatorial esse exame é facultativo (LEP, art. 174).
A autoridade administrativa, até 1 mês antes de expirar o prazo mínimo de duração da medida de segurança, remeterá ao juiz da execução minucioso relatório, instruído com o laudo psiquiátrico, que o habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida. Prescinde-se de intervenção judicial;
O relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
O relatório psiquiátrico do estabelecimento penal não supre o exame de cessação de periculosidade.
 Com a juntada do relatório e a realização de eventuais diligencia, serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 dias para cada um;
O juiz nomeará curador ou defensor se o sentenciado não o tiver;
O juiz, de ofício ou a pedido das partes, poderá determinar a realização de novas diligencias, ainda que expirado o prazo mínimo de duração da medida de segurança;
Ouvidas as partes e cumpridas as diligencias acaso determinadas, o juiz profere sua decisão, no prazo de 5 dias.
Excepcionalmente, o juiz pode determinar a antecipação do exame de cessação de periculosidade, embora não decorrido no período mínimo de duração da medida de segurança, atendendo ao pedido fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu procurador ou defensor (LEP, art. 176);
Laudo sem fundamentação e impreciso não tem valor, sendo necessário que seja fundamentado e conclua expressamente se cessou ou não a periculosidade.
A aplicação provisória da medida de segurança é inadmissível
Internação dos envolvidos em crimes apenados com reclusão em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou à falta deste, em outro estabelecimento adequado
.
Detentiva
Espécies
Sujeição dos envolvidos em crimes apenados com detenção a tratamento ambulatorial (cuidados médicos sem internação).
Restritiva
Prática de fato definido em lei como crime ou contravenção penal
.	
Requisitos
Periculosidade do agente.
Que não tenha ocorrido a extinção da punibilidade.
Medida de segurança
Entre 1 a 3 anos (art. 97, SS 1º, do CP – realização do exame de periculosidade).
Mínimo
Tempo indeterminado (art. 97, SS 1º, do CP – jurisprudência do STF estabelece limite de 30 anos), e jurisprudência do STJ admite o máximo da pena prevista em abstrato.
Prazos
Máximo
P/ inimputáveis
Absolutória:
 com medida de segurança 
(“absolutória imprópria”)
Sentença
P/ semi-imputáveis
Condenatória: com pena reduzida ou substituição por medida de segurança

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