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Títulos de Crédito - Conteúdo 2ª aula

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TEORIA GERAL DO CRÉDITO E DO DIREITO CAMBIÁRIO. AULA DO DIA 
13.09.2013. 
Professor: Marcelo Narcizo Soares 
 
2.4.3.1. Abstração. A ideia de abstração decorre exatamente do fato de o 
título circular, trocar de mãos. Se, no exemplo citado, “B” não tivesse 
transferido a nota promissória para “C”, a relação entre “A” e “B” 
permaneceria a mesma e “A” poderia tentar desfazer o negócio 
devolvendo a televisão e resgatando a nota promissória. 
Resta claro que a circulação do título é indispensável para que 
ocorra a sua abstração, ou seja, para que o título de desvincule totalmente 
da relação originária. 
 
2.4.3.2. Inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé. 
Seguindo o mesmo raciocínio, não se podem apresentar exceções 
(defesas) pessoais ao terceiro de boa-fé que adquiriu (recebeu) o título 
como pagamento de uma obrigação. Trata-se, na verdade, da vertente 
processual do princípio da autonomia, ou seja, o réu (devedor) de uma 
ação cambial não pode apresentar ao autor (credor), como matéria de 
defesa em seu favor, qualquer vício na relação obrigacional anteriormente 
existente. 
Leitura do artigo 17 da Lei Uniforme. 
NOTA: Embora seja vedada a oposição de exceções pessoais 
(compensação e o vício da relação subjacente) ao terceiro de boa-fé, são 
admitidas as exceções que não sejam pessoais, tais como a prescrição do 
título e a nulidade do título. 
 
2.5. ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS. São características de um 
determinado instituto jurídico. Os títulos de crédito possuem 
características que os distinguem dos demais documentos representativos 
de obrigações. São elas: 
 
2.5.1. Representatividade. Segundo Fábio Ulhôa Coelho, os títulos de 
crédito são representativos apenas das obrigações creditícias, isto é, eles 
não representam nenhuma outra obrigação distinta do crédito, como por 
exemplo, obrigações de dar, de fazer ou de não-fazer. 
 
2.5.2. Formalidade. O título de crédito é formal, ou seja, nele devem estar 
presentes os requisitos que a lei exige como essenciais para a sua 
validade. Por serem formais, os títulos de crédito não admitem a presença 
de outros requisitos que o descaracterizem como título. 
 
2.5.3. Negociabilidade. Os títulos de crédito surgiram para facilitar as 
operações comerciais. Desse modo, a facilidade e a simplicidade com que 
podem circular (trocar de mão) garantem a rapidez nas atividades que 
envolvem o crédito. Além disso, podem servir como forma de desconto 
(antecipação de recebíveis) ou mesmo como garantia de outra obrigação, 
como nos casos de contratos de empréstimo bancário. 
 
2.5.4. Executividade. Outra característica (ou atributo) importante dos 
títulos de crédito diz respeito à rapidez e à segurança com que pode ser 
cobrados judicialmente. Nesse sentido, os títulos de crédito são 
considerados títulos executivos extrajudiciais, de acordo com o artigo 585, 
I, do Código de Processo Civil: “Art. 585. São títulos de crédito 
extrajudiciais: I- a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a 
debênture e o cheque.” 
NOTA: Para que a execução possa ser ajuizada é necessária a juntada do 
título de crédito original. Não se admite a propositura de ação executiva 
instruída com fotocópia, ainda que autenticada. 
 
2.6. CLASSIFICAÇÃO. Para melhor compreensão da matéria, a doutrina 
classifica os títulos de crédito utilizando-se de quatro critérios a seguir 
elencados: 1- quanto ao modelo; 2- quanto à estrutura; 3- quanto à 
hipótese de emissão e 4- quanto à circulação. 
 
2.6.1. Quanto ao modelo. Diz respeito à forma a ser obedecida. Podem 
ser: a- livres e b- vinculados. 
Livre. Significa que o título não possui um padrão estabelecido pela lei 
quanto ao seu formato, devendo observar apenas os requisitos mínimos 
que a legislação exige (art. 889). Ex.: a letra de câmbio e a nota 
promissória. 
Vinculado. A norma jurídica define previamente os padrões que o título 
deve conter, sob pena de não produzir os efeitos dele esperados. Ex.: o 
cheque e a duplicata. 
 
2.6.2. Quanto à estrutura. Essa classificação diz respeito ao número de 
situações jurídicas que surgem distintamente a partir da emissão do título. 
Podem ser: a- ordem de pagamento e b- promessa de pagamento. 
Ordem de pagamento. Cria no momento do saque três situações 
distintas: 1- a do sacador (emitente do título, o devedor) que ordenou a 
emissão do pagamento; 2- a do sacado (que receberá a ordem de pagar) e 
3- a do tomador (beneficiário da ordem, o credor do título). Ex.: A letra de 
câmbio e o cheque. 
Promessa de pagamento. Faz surgir apenas duas situações distintas: 1- a 
do promitente (emitente do título, o devedor) que fez a promessa do 
pagamento e 2- a do tomador (beneficiário da promessa, o credor do 
título). Ex.: A nota promissória e a duplicata. 
 
2.6.3. Quanto à hipótese de emissão. Nessa classificação os títulos podem 
ser: 1- causais; 2- limitados e 3- abstratos (ou não causais). 
Causais. Somente podem ser emitidos nas hipóteses autorizadas em lei. 
Ex.: A duplicata (só pode ser gerada para documentar crédito oriundo de 
compra e venda mercantil). 
Limitados. São aqueles que NÃO podem ser emitidos em algumas 
situações. Ex.: A letra de câmbio não pode ser sacada pelo empresário, 
para documentar a venda mercantil. Nesse caso, apenas a duplicata 
poderá ser emitida (artigo 2º, da Lei de Duplicatas). 
Abstratos (ou não causais). São aqueles que podem ser criados em 
qualquer hipótese (causa). Dispensam a previsão legal. Ex.: O cheque pode 
ser emitido para pagar uma viagem ou para pagar o aluguel de um imóvel. 
 
2.6.4. Quanto à circulação. Diz respeito à forma de transferência do título 
de crédito. Podem ser: 1- ao portador; 2- nominativo à ordem e 3- 
nominativo não à ordem. 
Ao portador. Circula (transfere-se) mediante a simples entrega (tradição) 
do título (art. 904, C. Civil). Neste caso, o credor do título é aquele que 
tem a sua posse. 
Nominativo. É o título que identifica o seu credor, ou seja, o nome do 
credor consta no próprio título logo, sua transferência NÃO se faz pela 
simples tradição. É necessário que se proceda a outro ato jurídico 
(endosso ou cessão de direito). 
a- Cláusula à ordem. O título circula mediante tradição E endosso. 
Endosso é a forma típica de transferência dos títulos de crédito (que será 
estudada adiante). No título à ordem, a cártula traz expresso o nome do 
beneficiário do crédito, mas permite-se que esse transfira o título para 
outra pessoa, o que é chamado de endosso. Ex.: cheque. 
b- Cláusula não à ordem. O título circula mediante tradição E cessão de 
crédito (contrato). A cessão de crédito é instituto jurídico do direito civil, 
estando prevista no artigo 286 do Código Civil. 
 
2.7. Requisitos mínimos de constituição válida dos títulos de crédito 
(gerais). Os títulos de crédito, como atos jurídicos que são, devem se 
constituir observando, além das regras dispostas no artigo 104 do Código 
Civil (objeto lícito, agente capaz, forma prevista ou não proibida por lei), 
requisitos próprios aplicáveis de forma geral a todos os títulos. 
São eles: 1- a data de emissão; 2- a indicação precisa dos direitos que 
confere e 3- assinatura do emitente. 
NOTA: Além desses, outros dois ainda poderão constar conforme exista 
previsão em lei, como: a- data do vencimento e b- local de emissão e 
pagamento. 
 
2.8. Outros elementos qualificadores dos títulos de crédito (especiais). 
Cada um dos títulos de crédito tem os seus requisitos de configuração 
previstos em lei. Desse modo, no momento oportuno, cada um dos títulos 
a serem estudados revelarão seus requisitos especiais. 
 
2.8.1. Elementos vedados pelo artigo 890, do Código Civil. Não poderão 
constar no título de crédito, sob pena de se considerar não escritas as 
cláusulas: 1- de juros; 2- de proibição de endosso; 3- de exclusão de 
responsabilidade pelo pagamento ou por despesas; 4- a que dispense a 
observânciade termos e formalidades previstas e 5- a que exclua ou 
restrinja direitos e obrigações além dos limites fixados em lei. 
 
2.8. Títulos de crédito com previsão no Código Civil. O Código Civil elenca 
três espécies de títulos de crédito: 1- ao portador; 2- à ordem 3- os 
nominativos. Ocorre que o Código Civil trata dos títulos de crédito de 
maneira generalizada, sendo norma de aplicação subsidiária, isto é, 
somente serão aplicadas as suas regras quando as leis especiais não 
regulamentarem a matéria.

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