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Luís Henrique T. Zorzetto Página 1 MED 104 Resumo Ponte e Mesencéfalo Capítulo 5 – Anatomia Macroscópica do Tronco Encefálico Ponte Parte do tronco encefálico interposta entre bulbo e mesencéfalo, ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e dorso da sela túrcica do esfenóide. Base apresenta estriação tranversal devido a grande quantidade de fibras transversais. Estas convergem para formar o pedúnculo cerebelar médio (braço da ponte) que penetra no hemisfério cerebelar correspondente O limite entre a ponte e o bulbo é o nervo trigêmeo (V par). Esta emergência ocorre na raiz sensitiva (maior) e motora(menor). Ventralmente na ponte, longitudinalmente, temos o sulco basilar (aloja a artéria basilar) Parte ventral da ponte é separada do bulbo pelo sulco bulbo-pontino, de onde emergem de cada lado a partir da linha mediana, o VI, VII e VIII pares. O VI (abducente) emerge entre a ponte e a pirâmide do bulbo, o VIII (vestíbulo-coclear) emerge lateralmente próximo ao floculo (pequeno lóbulo do cerebelo) e o VII (facial) emerge medialmente ao VIII, com o qual mantém relações íntimas. Entre VII e VIII há o n. intermédio que é a raiz sensitiva do VII par. Sindrome do ângulo ponto-cerebelar (tumores que comprimem a área) A parte dorsal não tem linha de demarcação com bulbo, constituindo assoalho do IV ventrículo. IV Ventrículo Situação e comunicações Cavidade do rombencéfalo com forma losangica, situado entre o bulbo e a ponte ventralmente, e o cerebelo dorsalmente. Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente com o aqueduto cerebral (cavidade mesencefálica que permite comunicação entre o IV e o III ventrículo). A cavidade do IV ventrículo se prolonga de cada lado para formar os recessos laterais (superfície dorsal do pedúnculo cerebelar inferior). Estes se comunicam de cada lado com o espaço subaracnóideo por meio das aberturas laterais do IV ventrículo (forames de Luschka). Há também uma abertura mediana do IV ventrículo (forame de Magendie), situado no meio da metade caudal do tecto do IV ventrículo. Por meio destas cavidades o liquido cérebro-espinhal que enche a cavidade ventricular passa para o espaço subaracnóideo. Assoalho do Ventrículo O assoalho ou fossa rombóide, tem forma losângica. É formado pela parte dorsal da ponte e da porção aberta do bulbo Limita-se inferolateralmente pelos pedúnculos cerebelares inferiores e tubérculos do núcleo grácil e do cuneiforme. Superolateralmente limita-se pelos pedúnculos cerebelares superiores, ou braços conjuntivos (fletem cranialmente e penetram no mesencéfalo). É percorrido pelo sulco mediano, que se perde cranialmente no aqueduto cerebral e caudalmente no canal central do bulbo. De cada lado do sulco mediano há uma eminência, a eminência medial, limitada lateralmente pelo sulco limitante (separa os núcleos motores). De cada lado, esse sulco se alarga para constituir a fovea superior e inferior situadas nas metades cranial e caudal da fossa rombóide. Medialmente à fóvea superior, a eminência medial se dilata para constituir o coliculo facial (fibras do n. facial que contornam o núcleo do n. abducente) Caudalmente, de cada lado da eminência medial vemos o trigono do nervo hipoglosso, correspondente ao seu núcleo. Luís Henrique T. Zorzetto Página 2 MED 104 Caudalmente á fóvea interior e lateral ao trigono do hipoglosso há o trígono do n. vago (núcleo dorsal do vago) funiculus separans -> mecanismo do vômito. Lateral ao sulco limitante e estendendo-se de cada lado rumo aos recessos laterais, há grande área triangular, área vestibular (núcleo vestibular do n. vestíbulo coclear). Cruzando ventralmente a area vestibular temos as estrias medulares do IV ventrículo. Estendendo-se da fóvea superior rumo ao aqueduto cerebral, lateral a eminência medial, encontra-se o lócus ceruleus, de cor escura, ligado ao mecanismo do sono. Tecto do IV ventrículo Metade caudal constituída por fina lâmina de substancia branca, o véu medular superior, se estendendo entre 2 pedúnculos cerebelares superiores. Na constituição da metade caudal do tecto, temos: Nódulo do cerebelo (pequena parte de substancia branca) Véu medular inferior (subst branca presa medialmente as bordas laterais do nódulo do cerebelo) Tela corioide do IV ventrículo (une as anteriores à metade caudal do assoalho) Tela corióide é formada pela união do epitélio ependimário ,que reveste internamente o ventrículo, com a pia-mater, reforçando-o externamente. Possui projeções irregulares e muito vascularizadas para formar o plexo corióide do IV ventrículo (forma de um T com braço vertical duplo). Plexo corióide produzira liquido cérebro-espinhal que se acumula na cavidade passando para o espaço subaracnóideo pelas aberturas laterais e mediana do IV ventrículo. Mesencéfalo Limites e divisão Interpõe-se entre a ponte e o cérebro, separado por um plano que liga os corpos mamilares (diencéfalo) à comissura posterior. É atravessado pelo aqueduto cerebral que une III e IV ventrículo. A parte situada dorsalmente ao aqueduto é o tecto do mesencéfalo, ventralmente temos 2 pedúnculos cerebrais que se dividem em tegmento (dorsal) e base do pedúnculo (ventral/fibras longitudinais). Em secção transversal vemos que o tegmento é separado da base por substancia negra (neurônios que contém melanina). Correspondendo a substancia negra na superfície do mesencéfalo, há 2 sulcos longitudinais: sulco lateral do mesencéfalo e sulco lateral do pedúnculo cerebral. Estes marcam na superfície o limite entre base e tegmento do pedúnculo cerebral. Do sulco medial emerge o nervo oculomotor ( III par). Tecto do Mesencéfalo Vista dorsal, tem 4 eminências arredondadas, os coliculos superiores e inferiores (corpos quadrigêmeos), separados por 2 sulcos perpendiculares em forma de cruz. Na parte anterior do ramo longitudinal da cruz, aloja-se o corpo pineal (diencéfalo). Caudalmente a cada coliculo inferior emerge o IV par (troclear), sendo ele o único dos pares que emerge dorsalmente, contornando o mesencéfalo para surgir ventralmente entre a ponte e o mesencéfalo. Cada coliculo se liga ao corpo geniculado (eminência oval do diencéfalo) através de um feixe de fibras que constitui o braço. Assim o coliculo inferior se liga ao corpo geniculado medial pelo braço do coliculo inferior e o superior se liga ao corpo geniculado lateral pelo braço do coliculo superior (trajeto oculto entre pulvinar do tálamo e corpo geniculado medial) Corpo geniculado lateral extremidade do tracto óptico Pedúnculos Cerebrais Luís Henrique T. Zorzetto Página 3 MED 104 2 grandes feixes de fibras que surgem na borda superior da ponte e divergem cranialmente para penetrar profundamente no cérebro. Delimitam assim uma profunda depressão triangular, a fossa interpeduncular (limitada anteriormente por 2 eminências do diencéfalo, os corpos mamilares). O fundo da fossa apresenta pequenos orifícios para passagem de vasos e denomina-se substancia perfurada posterior. Do sulco longitudinal na face medial do pedúnculo, sulco medial do pedúnculo, emerge de cada lado o nervo oculomotor. Capítulo 17 – Estrutura da Ponte Formada por base da ponte (ventral) e tegmento (dorsal). O tegmento tem estrutura semelhante ao bulbo e ao tegmento do mesencefalo. Já a base tem estruturas bem diferentes. No limite entre tegmento e base observa-se um conjunto de fibras mielínicas transversais, o corpo trapezóide. BASE DA PONTE Aparece na filogênese junto com o neocerebelo e neocortex FibrasLongitudinais Trato cortico espinhal fibras que se dirigem das áreas motoras do córtex para os neurônios motores da medula. Na base da ponte forma vários feixes dissociados perdendo a estrutura compacta das pirâmides bulbares. Tracto cortico-nuclear fibras que se dirigem das áreas motoras do córtex para neurônios motores situados em núcleos motores de n. cranianos (núcleos do facial, trigêmeo e abducente, na ponte). As fibras destacam-se do tracto a medida que se aproximam dos núcleos podendo terminar do lado oposto ou do mesmo lado. Tracto cortico-pontino fibras originarias de varias áreas do córtex cerebral e terminam em sinapse com neurônios dos núcleos pontinos Fibras transversais e núcleos pontinos Nucleos pontinos pequenos aglomerados de neurônios dispersos em toda base da ponte. Neles terminam em sinapse as fibras cortico-pontinas. Os axônios dos neurônios dos núcleos pontinos constituem as fibras transversais da ponte (fibras pontinas ou ponto cerebelares). Cruzam o plano medial e penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar médio, formando a via cortico ponto-cerebelar. TEGMENTO DA PONTE Assemelha-se com o bulbo e tegmento do mesencefalo. Fibras ascendentes, descendentes e transversais alem de núcleos de nervos cranianos e substancia cinzenta própria da ponte. Núcleos do Nervo Vestibulo- Coclear Nucleos cocleares, corpo trapezóide, lemnisco lateral Núcleos são 2, dorsal e ventral, situados ao nível em que o pedúnculo cerebelar inferior se volta dorsalmente para penetrar no cerebelo. Nestes terminam as fibras da porção coclear do nervo vestíbulo-coclear e são prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos do gânglio espinal. A maioria das fibras desses núcleos cruza para o lado oposto constituindo o corpo trapezóide. A seguir, contornam o núcleo olivar superior e infletem cranialmente formando o lemnisco lateral, terminando no coliculo inferior, para depois ir para o corpo geniculado medial. Numero significativo de fibras dos núcleos termina no núcleo olivar superior do mesmo lado ou do lado oposto, de onde impulsos seguem para o lemnisco lateral. Essas formações são partes da via da audição, através da qual são levados os impulsos para a cóclea e Luís Henrique T. Zorzetto Página 4 MED 104 interpretados. Algumas fibras cruzam e outras não, fazendo com que cada hemisfério receba informações auditivas dos dois ouvidos. Nucleos vestibulares e suas conexões Localizam-se no assoalho do IV ventrículo, ocupando a área vestibular. São 4: lateral, medial, superior e inferior. Recebem impulsos originados na parte vestibular do ouvido interno (informa posições e movimentos de cabeça) que passam pelos neurônios sensitivos do gânglio vestibular e chegam aos núcleos vestibulares pelos prolongamentos centrais destes que em conjunto formam a parte vestibular do nervo vestíbulo coclear. Chegam ainda aos núcleos fibras provenientes do cerebelo ligadas a manutenção do equilíbrio. As fibras eferentes entram na composição dos: a) Fascículo vestíbulo-cerebelar fibras que terminam no córtex do arquicerebelo b) Fasciculo longitudinal medial reflexos que permitem ao olho ajustar-se aos movimentos da cabeça além de informações sobre posição da cabeça c) Tracto vestíbulo-espinhal impulsos aos neurônios motores da medula (age no equilíbrio) d) Fibras vestíbulo-talamicas levam impulsos ao tálamo e córtex. Núcleos dos nervos facial e abducente As fibras que emergem do núcleo do nervo facial tem inicialmente direção dorsomedial formando um feixe compacto que abaixo do assoalho do IV ventrículo se encurva em direção cranial. Estas, pós percorrer certa distancia ao longo do lado medial do núcleo do n. abducente, enerva-se lateralmente sobre a superfície dorsal desse núcleo contribuindo para formar a elevação do assoalho do IV ventrículo, conhecido como coliculo facial A curvatura das fibras do n. facial em torno do núcleo abducente constitui o joelho interno do n. facial. Após contornar o núcleo abducente, as fibras do n. facial tomam direção ventrolateral e ligeiramente caudal para emergir no sulco bulbo-pontino. Ambas as fibras tem relação intima e por isso a lesão de ambos pode ocorrer. Núcleos Salivatório superior e núcleo lacrimal Pertencentes a parte craniana do SN parassimpático, dão origem a fibras pré-ganglionares que emergem pelo nervo intermédio conduzindo impulsos para glândulas submandibular, sublingual e lacrimal Núcleos do nervo trigêmeo Além do núcleo do tracto espinhal (bulbo), o trigêmeo tem ainda na ponte o núcleo sensitivo principal, o núcleo do trato mesencefalico e o núcleo motor Medialmente há o nucleo motor e lateralmente o núcleo sensitivo principal e uma continuação cranial e dilatada do núcleo do trato mesencefálico do trigêmeo acompanhado por suas fibras. O núcleo motor origina fibras para músculos mastigadores (sendo chamado núcleo mastigador) Outros núcleos recebem impulsos ligados a sensibilidade somática geral da cabeça Deles saem fibras ascendentes que constituem o lemnisco trigeminal que termina no tálamo Correlações Anatomoclínicas Sinais e sintomas característicos de lesões na ponte podem ser: alteração de sensibilidade na face (V par), motricidade muscular mastigatória (V par) ou mímica (VII par), do músculo reto lateral (VI par) além da tonteira e alterações do equilíbrio (VIII par) A estes podem se associar paresia e perdas de sensibilidade. Sistematização das Estruturas da Ponte Lemnisco medial ocupa na ponte uma faixa transversal cujas fibras cruzam perpendicularmente as fibras do corpo trapezóide Lemnisco espinhal união dos tratos espino talâmico lateral e anterior Luís Henrique T. Zorzetto Página 5 MED 104 Pedúnculo cerebelar superior emerge do cerebelo constituindo a parede dorsolateral da metade cranial do IV ventrículo. Aprofunda-se no tegmento e suas fibras cruzam com as do lado oposto (início da decussação dos pedúnculos cerebelares superiores). Constituem o + importante sistema de fibras eferentes do cerebelo. Capítulo 18 – Estrutura do Mesencéfalo Composto por tecto (dorsal) e pedúnculos cerebrais (ventral), separados pelo aqueduto cerebral. Este percorre longitudinalmente o mesencéfalo e é circundado por uma espessa camada de substancia cinzenta (subst cinzenta central ou periaquedutal). Em cada pedúnculo, distingue-se a base (ventral) formada por fibras longitudinais e o tegmento (dorsal) que se assemelha ao da ponte Separando o tegmento da base, temos a substância negra. TECTO DO MESENCÉFALO Relacionado com integração de funções sensoriais e motoras Constituido por 4 eminencias, os coliculos superiores (ligados a órgãos da visão) e coliculos inferiores (relacionados com audição) além da área pré-tectal. 1) Colículo Superior Camadas superpostas alternadas de substancia branca e cinzenta sendo que a camada mais profunda se confunde com a subst cinzenta central. Suas conexões são: a) Fibras oriundas da retina atingem o coliculo pelo trato óptico e braço do coliculo superior b) Fibras oriundas do córtex occipital coliculo pela radiação óptica e braço do coliculo superior c) Fibras que formam o trato tecto-espinhal sinapse com neurônios motores da medula cervical Reflexos que regulam olhos verticalmente (fibras ligando o colículo ao núcleo oculomotor). Lesão pode acarretar perda de capacidade do movimento vertical. 2) Colículo Inferior Massa bem delimitada de subst cinzenta, o núcleo do colículo inferior. Este recebe fibras auditivas do lemnisco lateral e manda fibras ao corpo geniculado medial atravésdo braço do coliculo inferior. Fibras cruzam e formam a comissura do coliculo inferior. Também atua na audição. 3) Área pré-tectal Núcleo pré-tectal, é área de limites pouco definidos, situado na extremidade rostral dos coliculos superiores no limite entre mesencéfalo e diencéfalo. Controle reflexo das pupilas. BASE DO PEDÚNCULO CEREBRAL Fibras descendentes do tracto cortico espinhal, cortico nuclear e cortico pontino formando conjunto compacto. Tem localizações precisas na base do pedúnculo (sabendo inclusive a localização das fibras cortico espinhais responsáveis pela motricidade de cada parte). Em vista do grande numero de fibras descendentes, lesões causam paralisia do lado oposto. TEGMENTO DO MESENCÉFALO Continuação do tegmento da ponte. Possui substancia branca, substancia cinzenta e formação reticular. 1) Substância Cinzenta a) Susbtância Cinzenta Homóloga (núcleo dos n. cranianos) Núcleo do nervo troclear (IV) : ao nível do coliculo inferior, ventral à susbtancia cinzenta central e dorsal ao fascículo longitudinal medial. Fibras saem da face dorsal, contornam a substancia cinzenta central cruzando com o lado oposto e emerge do véu medular superior Luís Henrique T. Zorzetto Página 6 MED 104 caudalmente ao coliculo inferior. Suas fibras são as únicas que saem da face dorsal do encéfalo e decussam antes de emergir no SNC. Inerva o músculo obliquo superior. Núcleo do nervo oculomotor (III) : ao nível do coliculo superior e tem forma de V (cortes transversais), relacionado com fascículo longitudinal medial. Núcleo complexo com várias partes (também chamado complexo oculomotor). Pode ser dividido em parte somática e visceral. A parte somática contém neurônios motores responsáveis pela inervação dos músculos reto superior, reto inferior, reto medial e levantador da pálpebra (o núcleo é dividido em subnúcleos, 1 para cada músculo). Estas fibras depois do trajeto curvo ventral (atravessando até o núcleo rubro) emergem a fossa interpeduncular, constituindo o nervo oculomotor. A parte visceral é chamada de núcleo de Edinger-Westphal. Contém neurônios pré-ganglionares que fazem sinapse no gânglio ciliar e estão relacionados com inervação do músculo ciliar e esfíncter da pupila. Pertencem ao parassimpático e estão ligados ao diâmetro da pupila em resposta à luz. b) Substância Cinzenta Própria do Mesencéfalo Núcleo Rubro (tonalidade rósea) forma oblonga (circular nas secções transversais), é abordado na sua extremidade causal pelas fibras do pedúnculo cerebelar superior que o envolve (vão penetrando no núcleo a medida que sobem, mas terminam no tálamo). Possui parte parvicelular (neurônios pequenos) e a magnocelular (neurônios grandes porem pouco desenvolvidos no homem). Participa da motricidade somática, recebendo fibras do cerebelo e de áreas motoras do córtex dando origem ao trato rubro-espinhal que influencia os neurônios motores da medula no movimento distal dos membros. O nucleo rubro também se liga ao complexo olivar inferior através das fibras rubro-olivares que integram o circuito rubro-olivo-cerebelar. Substância Negra entre tegmento e base do pedúnculo cerebral, é um nucleo compacto de neurônios com inclusões de melanina. Utiliza a dopamina como NT (parte compacta, não a pars reticulada). As conexões mais importantes são as com o corpo estriado, através das fibras nigro-estriatais (dopaminérgicas) e estriato-nigrais. Degeneração desses neurônios podem gerar a Síndrome de Parkinson. 2) Substância Branca Feixes de fibras descendentes passam pela base do pedúnculo cerebral As fibras descendentes percorrem o tegmento e representam a continuação dos 4 lemniscos e do pedúnculo cerebelar superior. Este a nível do coliculo inferior, cruza com o do lado oposto na decussação do pedúnculo cerebelar superior e sobe envolvendo o núcleo rubro. A nível do coliculo inferior, 4 lemniscos aparecem agrupados em 1 só faixa onde numa sequencia media lateral, se dispõem os lemniscos medial, espinhal, trigeminal e lateral. Esse ultimo, ligado a audição, termina no coliculo inferior enquanto os outros sabem e aparecem a nível do coliculo superior, lateralmente ao nucleo rubro. Nesse nível há também o braço do coliculo inferior cujas fibras sobem para terminar no corpo geniculado medial. Em toda a extensão do tegmento nota-se o fascículo longitudinal medial que constitui o feixe de associação do tronco encefálico. Questões dirigidas – Ponte 1) Quais são os limites cranial e caudal? Cranial (ventralmente, sulco ponto-mesencefálico); caudal (ventralmente, sulco bulbo-pontino); lateral (ponte-braço da ponte, V par - n trigêmio) Luís Henrique T. Zorzetto Página 7 MED 104 2) Como se divide a ponte? Base (ventral) e tegmento (dorsal); entre o tegmento e a base, observa-se o corpo trapezoide. 3)O que há de peculiar na base pontina? Estriação transversal (feixe de fibras transversais) que formam o pedúnculo cerebelar médio (braço da ponte) 4/5) Quais os pares cranianos que fazem conexão à ponte e suas origens aparentes no encéfalo? V par – n trigêmeo: entre a ponte e o braço da ponte -No sulco bulbo-pontino, de medial para lateral: VI par – n abducente: entre a ponte e a pirâmide do bulbo VII par – n facial: com sua raiz sensitiva (n intermédio) VIII par – vestíbulo-coclear: próximo ao flóculo (pequeno lóbulo do cerebelo); relações intímas com o VII par. 6) Quais as funções que podem ser atribuídas aos nervos cranianos? V par – n trigêmio: raiz sensitiva (maior) – sensibilidade somática geral de várias partes da cabeça; raiz motora (menor) – mm da mastigação, ventre anterior do digástrico e milo-hioideo VI par – n abducente: m reto lateral VII par – n facial: sensitivo – gustação; motor – m da mímica e o ventre posterior do digástrico. VIII par – vestíbulo-coclear: impulsos auditivos da cóclea e de equilíbrio da parte vestibular do ouvido interno. 7) Quais tractos percorrem a base da ponte? Córtico-espinhal, córtico-nuclear e córtico-pontino. 8) O que ocorre em uma lesão da base da ponte? Hemiplegia cruzada com lesão do n abducente -> comprometendo o tracto córtico-espinhal (hemiplegia do lado oposto ao lesado) e o n abducente – paralisia do m reto lateral do mesmo lado da lesão, impedindo abdução do olho; diplopia (duas imagens, por movimento dos olhos não conjugados); estrabismo convergente (desvio do bulbo ocular em direção medial). *pode haver também lesão do n facial (+lateral) – Paralisia facial periférica (neurônio motor inferior do facial): paralisia total dos mm da expressão facial da metade lesada (vazamento de saliva pelo ângulo da boca do lado lesado, desvio da comissura labial para o lado normal, pálpebra sempre aberta) *pode haver também lesão do VIII par – n vestíbulo-coclear e do n intermédio (sensitivo do n facial): -parte vestibular do VIII par: alterações de equilíbrio, enjoos e tonteiras -parte coclear do VIII par: diminuição da audição -n intermédio lesado: perda da sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores na língua. 9) O que é o corpo trapezóide? Cruzamento das fibras da porção coclear do n vestíbulo-coclear (dos núcleos cocleares dorsal e ventral) para o lado oposto. 10)Quais são os núcleos da substância cinzenta pontina homóloga à medula? -núcleos do V (n trigêmeo): núcleo do tracto mesencefálico, núcleo sensitivo principal, núcleo motor e núcleo do tracto espinhal. -núcleos do VI (n abducente) -núcleos do VII (n facial) -núcleos do VIII (n vestíbulo-coclear): núcleos cocleares dorsal e ventral; núcleos vestibulares superior, inferior, medial e lateral. 11)Quais são os núcleos próprios da ponte? Núcleopontino, núcleo olivar superior, núcleo do corpo trapezoide e núcleo do lemnisco lateral. Luís Henrique T. Zorzetto Página 8 MED 104 12) A ponte é protegido por meninges assim como a medula? Piamáter: reentrâncias no SN; Duramáter: periósteo intracraniano (parietal) + duramáter visceral, com seios da duramáter (plexo venoso e gordura) Parte externa acompanha a Duramáter e interna a Piamáter, alargando e formando as cisternas da Aracnoide. 13) Classificação anatômica: encéfalo; Segmentar: supra-segmentar (cérebro e cerebelo). 14) Formação reticular: ver capítulo específico 15) Quais as fibras que compõem as vias ascendentes? Lemniscos medial, lateral, trigeminal e espinhal; pedúnculo cerebelar superior 16) Quais as fibras que compõem as vias descendentes? Tr córtico-espinhal, tr córtico-nuclear, tr córtico-pontino, tr tecto-espinhal, tr rubro-espinhal, tr vestíbulo- espinhal, tr espinhal do trigêmio 17) Quais fibras compõem as vias de associação? Fascículo longitudinal medial 19) Como é caracterizada uma lesão de tegmento da ponte? Lesão da parte dorsal, compreendendo os núcleos do n vestíbulo-coclear, nn facial e abducente, salivatório superior e lacrimal, do n trigêmio. 20) Quais são os núcleos da parte dorsal da ponte? Núcleos do n vestíbulo-coclear, nn facial e abducente, salivatório superior e lacrimal, do n trigêmio. 21) Quais os tratos e fascículos formado por fibras eferentes dos núcleos vestibulares? Fascículo vestíbulo-cerebelar, fascículo longitudinal medial, tr vestíbulo-espinhal e fibras vestíbulo- talâmicas. 22) Qual a função do fascículo longitudinal medial? Integra os reflexos dentro do tronco encefálico (equivalente ao fascículo próprio da medula). Liga todos os núcleos motores dos nn cranianos. Uma função importante é a de permitir aos olhos ajustarem aos movimentos da cabeça. 23) Relação anatômica entre os núcleos facial e abducente? Fibras que saem do núcleo do n facial: direção dorso-medial; contornam o núcleo do n abducente; lateralmente; colículo facial (impressão no assoalho do 4º ventrículo); direção ventro-lateral e ligeiramente caudal; emergência pelo sulco bulbo-pontino. 24) Quais os núcleos do n trigêmio? Núcleo do tr espinhal, núcleo sensitivo principal, núcleo do tr mesencefálico e núcleo motor. 25) Como é formado o colículo do n facial (colículo facial)? Impressão no assoalho do 4º ventrículo do n facial ao contornar o núcleo do n abducente. 26) As fibras de qual núcleo formam o corpo trapezóide? Do nervo vestíbulo-coclear Luís Henrique T. Zorzetto Página 9 MED 104 Questões dirigidas – Mesencéfalo 1) Quais os limites cranial e caudal? Cranial (linha imaginária que liga os corpos mamilares – diencéfalo – à comisura posterior); caudal (sulco ponto-mesencefálico) –> Localizado entre a ponte e o diencéfalo. 2/3) Quais os pares cranianos que fazem conexão ao mesencéfalo e origens aparentes no encéfalo? III Par – n oculomotor: do sulco medial do pedúnculo cerebral. IV Par – n troclear: caudal a cada colículo inferior (visão posterior) – continua contornando e surgindo ventralmente entre a ponte e o mesencéfalo. 4) Quais as funções dos nervos cranianos ligados ao mesencéfalo? III Par – n oculomotor: mm extrínsecos do bulbo ocular, exceto o m reto lateral (VI: n abducente) e o m oblíquo superior (IV: n troclear). IV Par – n troclear: m oblíquo superior 5) Quais os núcleos da substância cinzenta mesencefálica homóloga à medula? Núcleo do n troclear (IV), núcleo do n oculomotor (III), núcleo do tr mesencefálico (do V par; continua da ponte e recebe as informações proprioceptivas que entram pelo n trigêmio). 6) Quais os núcleos próprios do mesencéfalo? Núcleo rubro e substância negra. 7) O mesencéfalo é protegido por meninges assim como a medula? Piamáter: reentrâncias no SN; Duramáter: periósteo intracraniano (parietal) + duramáter visceral, com seios da duramáter (plexo venoso e gordura); Parte externa acompanha a Duramáter e interna a Piamáter, alargando e formando as cisternas da Aracnoide. 8) Classificação anatômica: encéfalo; Segmentar: supra-segmentar (cérebro e cerebelo). 9) Quais os centros importantes da formação reticular do mesencéfalo? Núcleos da rafe, substância cinzenta periaquedutal e área tegmentar ventral. 10) Quais as fibras compõem as vias ascendentes do mesencéfalo? Lemniscos medial, lateral, espinhal e trigeminal; pedúnculo cerebelar superior; braços dos colículos superior e inferior. 11) Quais as fibras que compõem as vias descendentes? Tr córtico-espinhal, tr córtico-nuclear, tr córtico-pontino, tr tecto-espinhal, tr rubro-espinhal. 12) Quais as fibras que compõem as vias de associação? Fascículo longitudinal medial. 14) Como é a lesão de base do pedúnculo cerebral (mesencéfalo)? Geralmente compromete as fibras do tr córtico-espinhal (hemiparesia do lado oposto) e o n oculomotor (paralisia dos mm reto-superior, reto-inferior e reto-medial; diplopia; estrabismo divergente; ptose palpebral voluntária e involuntária, por paralisia do m levantador da pálpebra; midríase, por intervação do parassimpático lesada). E uma lesão tegmentar do mesencéfalo? Compromete o n oculomotor (paralisia dos mm reto-superior, reto-inferior e reto-medial; diplopia; estrabismo divergente; ptose palpebral voluntária e involuntária, por paralisia do m levantador da pálpebra; midríase, por intervação do parassimpático lesada); lemnisco medial, espinhal e trigeminal (anestesia da metade Luís Henrique T. Zorzetto Página 10 MED 104 oposta do corpo e da cabeça – desta, pelo trigeminal lesado); núcleo rubro (tremores e movimentos anormais do lado oposto). 15) Quais as funções dos colículos superiores (visão)? Movimento dos olhos no sentido vertical (voluntária ou reflexamente) E os colículos inferiores (audição)? Vias auditivas. 16) Quais as conexões do colículo superior? Fibras da retina, do córtex occiptal e as que formam o tr tecto-espinhal. 17) Como é chamado o cruzamento de fibras ao nível do colículo inferior? Comissura do colículo inferior. 18) Qual é a função principal da área (núcleo) pré-tectal? Controle de reflexos da pupila. 19) Como é dividido o tegmento do mesencéfalo? Substância cinzenta homóloga (núcleos dos nn troclear (IV), oculomotor (III) e tr mesencefálico (V); substância própria (núcleo rubro e substância negra); substância branca. 20) Qual a função básica do núcleo do n troclear? Inervar o m oblíquo superior. 21) Qual a função do núcleo rubro? Origina o tr rubro-espinhal (do cerebelo e áreas motoras do córtex) para controle da musculatura distal dos MM, além do circuito rubro-olivo-cerebelar (fibras rubro-olivares, complexo olivar inferior) para aprendizagem motora. OBS.: Divisão do pedúnculo cerebral: base e tegmento (sendo este, continuação do tegmento da ponte).
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