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Resumo Cerebelo

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Luís Henrique T. Zorzetto 
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MED 104 
 
Resumo Cerebelo 
Capítulo 6 – Cerebelo: Anatomia Macroscópica e Divisões 
 Órgão supra segmentar, derivado da parte dorsal do mesencéfalo, situado dorsalmente ao bulbo e à 
ponte, contribuindo para a formação do tecto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar (osso 
occipital) e está separado do lobo occipital do cérebro por uma prega de dura-máter, a tenda do 
cerebelo. 
 Liga-se a medula e bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e a ponte ao mesencéfalo pelos pedúnculos 
cerebelares médio e superior, respectivamente. 
 Aspectos Anatômicos 
 Porção impar e mediana, vérmis, ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios 
cerebelares. O vérmis é um pouco separado na face superior, o que não ocorre inferiormente 
onde os sulcos o separam das partes laterais. 
 Superfície do cerebelo apresenta sulcos predominantemente transversais delimitando laminas 
finas, as folhas do cerebelo. Há também fissuras (os sulcos mais profundos) que delimitam 
lóbulos (podem conter várias folhas). 
 Constituído de um centro de substancia branca, o corpo medula do cerebelo de onde irradiam as 
laminas brancas revestidas por fina camada de substancia cinzenta, o córtex cerebelar. O corpo 
medular + lâminas recebem o nome de árvore da vida (cortes sagitais). 
 No interior do corpo medular há 4 pares de núcleos do substancia cinzenta (núcleos centrais do 
cerebelo) : denteado, emboliforme, globoso e fastigial. 
 Lóbulos e Fissuras 
 Língula  aderida ao véu medular superior 
 Folium  folha do vérmis (diante da fissura horizontal) 
 Flóculo  abaixo do ponto que o pedúnculo cerebelar médio penetra no cérebro (próximo ao 
vestíbulo-coclear). 
 Nódulo  lóbulo do vérmis ao qual se liga o flóculo pelo pedúnculo do flóculo. 
 Tonsilas  evidentes na face inferior do cerebelo, projetando medialmente sobre a face dorsal do 
bulbo (é importante atenção no caso de hipertensão craniana, pois com a punção lombar, há 
diminuição da pressão no espaço subaracnóideo, podendo deslocar caudalmente as tonsilas, 
comprimindo o bulbo). 
 Divisão ontogenética e filogenetica do cerebelo 
 1ª fissura é a postero lateral, que divide o cerebelo em 2 partes muito desiguais: lobo floculo-
nodular (FLOCULO+NÓDULO) e o corpo do cerebelo (restante do órgão). 
 Fissura prima  divide o corpo do cerebelo em lobo anterior e posterior. 
 Divisão Filogenética 
 Arquicerebelo/Cerebelo Vestibular (Lobo floculo nodular)  primitivo, mantinha o equilíbrio 
 Paleocerebelo/ Cerebelo Espinhal (lobo anterior + pirâmide e úvula)  aparece nos peixes, 
responsável pela postura e tônus muscular (espinotalamico) 
 Neocerebelo/ Cerebelo Cortical  mamíferos, movimentos delicados e assimétricos 
(restantes do lobo posterior) 
 
Capítulo 22 – Estrutura e Funções do Cerebelo 
 Córtex que envolve centro de substância branca (corpo medular do cerebelo) 
 Cerebelo sempre em nível inconsciente e involuntário 
 Citoarquitetura do córtex cerebelar 
 Superfície para interior: camada molecular, camada de células de Purkinje e camada granular. 
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 A camada de Purkinje é formada pelas células de Purkinje, piriformes e grandes que são dotadas 
de dendritos que se ramificam na camada molecular e axônio que sai em direção oposta, terminando 
nos núcleos centrais do cerebelo, exercendo ação inibitória. Estes constituem as únicas fibras 
eferentes do córtex do cerebelo. 
 A camada molecular é formada por fibras de direção paralela e contém dois tipos de neurônios, as 
células estriadas e as células em cesto (sinapses axossomaticas dispostas em torno do corpo das 
células de Purkinje, como um cesto) 
 A camada granular é constituída pelas células granulares ou grânulos do cerebelo (menores 
células do corpo), cujo citoplasma é muito reduzido. Tais células são extremamente reduzidas e 
possuem vários dendritos e um axônio que atravessa a camada de céls de Purkinje, e ao atingir a 
camada molecular, bifurca-se em T. Esses ramos são chamados fibras paralelas, se dispondo 
paralelamente ao eixo da folha cerebelar. Estas fibras estabelecem sinapses com dendritos das céls 
de Purkinje. Assim cada cél faz sinapse com grande numero de céls de Purkinje. 
 Na camada granular há ainda outro tipo de neurônio, céls de Golgi com ramificações muito 
amplas, porém são menos numerosas. 
 Conexões Intrínsecas do Cerebelo 
 Fibras que penetram no cerebelo são de 2 tipos: musgosas e trepadeiras (terminações de feixes 
de fibras e axônios de neurônios do complexo olivar inferior, respectivamente) 
 As fibras trepadeiras se enrolam em torno dos dendritos das céls de Purkinje exercendo ação 
excitadora. Já as musgosas, ao penetrar no cerebelo emitem ramos colaterais que fazem sinapses 
excitatórias com os neurônios dos núcleos centrais, atingindo em seguida a camada granular onde se 
ramificam terminando em sinapses excitatórias axodendriticas com grande numero de células 
granulares, que através das fibras paralelas se ligam às céls de Purkinje. Assim constitui-se um 
circuito cerebelar básico através do qual os impulsos penetram no cerebelo pelas fibras musgosas, 
ativam os neurônios dos n. centrais, células granulares e céls de Purkinje que inibem os próprios 
neurônios dos n. centrais. 
 As info chegam ao cerebelo de vários setores do SN agindo inicialmente sobre neurônios dos n. 
centrais de onde saem respostas eferentes do cerebelo, sendo a ativação desses neurônios 
modulada pela ação inibidora das céls de Purkinje. 
 Circuito formado pela união das cels granulares com céls de Purkinje é modulado pela ação de 3 
outras céls inibidoras: céls de Golgi, céls em cesto e céls estreladas. Estas agem com liberação de 
GABA (acido gama amino butirico), já a cél granular (única excitadora) tem como NT o glutamato. 
 Núcleos centrais e corpo medular do cerebelo 
 Núcleos denteado, emboliforme, globoso e fastigial. 
 Nucleo fastigial  próximo ao plano mediano, relacionado com ponto mais alto do tecto do IV 
ventrículo. 
 Núcleo denteado  o maior, similar ao núcleo olivar inferior e localizado mais lateralmente 
 Núcleos globoso e emboliforme  entre núcleos fastigial e denteado, são bastante semelhante e 
frequentemente chamados de núcleo interposito. 
 Dos núcleos centrais saem fibras eferentes do cerebelo e neles chegam os axônios das cels de 
Purkinje. 
 O corpo medular do cerebelo é constituído de substancia branca e fibras mielínicas 
 Fibras aferentes ao cerebelo  penetram pelos pedúnculos cerebelares e se dirigem ao cortex, 
onde perdem a mielina 
 Fibras formadas pelos axônios das céls de Purkinje  dirigem-se aos n. centrais e ao sair do 
cortex tornam-se mielínicas 
 Há poucas fibras de associação (ramos colaterais dos axônios das céls de Purkinje) 
 Organização Transversal e Longitudinal do Cerebelo 
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 Zona medial  impar, correspondente ao vermis 
 Zona intermédia paravermiana e zona lateral  uma de cada lado 
 Zona lateral não se separa da intermédia por nenhum elemento visível. 
 Axonio das células de Purkinje da zona medial projetam-se para núcleo fastigial, os da zona 
intermédia para núcleo interposito e os da zona lateral para núcleo denteado 
 As fibras trepadeiras tendem a se organizam longitudinalmente 
 Fibras aferentes (divisão transversal/filogenética) fibras eferentes (divisão longitudinal) 
 Conexões Extrínsecas (Suas vias ou são do mesmo lado ou sofrem duplo cruzamento) 
1) Conexões Aferentes 
 Terminam no cortex como fibras trepadeiras (originadas no complexo olivar inferior e 
distribuem-se para todo o cerebelo) e musgosas (distribuem-separa áreas especificas do 
cerebelo e originam-se dos núcleos vestibulares, medula espinhal e núcleos pontinos. 
a) Fibras Aferentes de Origem Vestibular 
 Chegam ao cerebelo pelo fascículo vestíbulo-cerebelar (origem nos nervos vestibulares) e 
se distribuem ao arquicerebelo e também para zona medial (vérmis). Informam sobre posição 
da cabeça, equilíbrio e postura básica. 
b) Fibras aferentes de Origem Medular 
 Fibras do tracto espino-cerebelar anterior e posterior, que penetram no cérebro pelos 
pedúnculos cerebelares superior e inferior e terminam no cortex do paleocerebelo 
 Através do tracto espino-cerebelar posterior, recebe sinais sensoriais proprioceptivos e 
outros receptores somáticos (menor grau) permitindo avaliar o grau de contração dos 
músculos, tensão nas cápsulas articulares e tendões, assim como posições e velocidades do 
movimento das partes do corpo. 
 Já as do tracto espino-cerebelar anterior são ativadas por sinais motores que chegam a 
medula pelo tracto cortico-espinhal, avaliando o grau de atividade nesse tracto. 
 Estimulando receptores cutâneos em varias partes do corpo pode-se tomar potenciais 
evocados em áreas especificas do cerebelo. 
c) Fibras aferentes de Origem Pontina 
 Também chamadas ponto-cerebelares, tem origem nos núcleos pontinos, penetram no 
cerebelo pelo pedúnculo cerebelar médio distribuindo-se ao córtex do neocerebelo. 
Participam da via cortico-ponto-cerebelar, pela qual chegam informações oriundas dos lobos 
cerebrais do cerebelo. 
2) Conexões Eferentes 
 Através delas o cerebelo exerce influencia sobre neurônios motores da medula. Porém ele não 
age diretamente sobre esses neurônios mas através de intermediários, situados em áreas do 
tronco, tálamo ou áreas motoras do córtex cerebral. 
 Saem dos 3 núcleos centrais, que recebem axônios das céls de Purkinje e de cada uma das 3 
zonas longitudinais do corpo do cerebelo. 
a) Conexões Eferentes da Zona Medial 
 Axônios das céls de Purkinje da zona medial (vérmis) fazem sinapse nos núcleos fastigiais, 
de onde sai o trato fastigiobulbar com fibras fastígio-vestibulares e fastígio-reticulares. As 
primeiras fazem sinapse com núcleos vestibulares, a partir deles os impulsos se projetam 
para os neurônios motores pelo tracto vestíbulo-espinhal. As segundas terminam na 
formação reticular, com impulsos atingindo os neurônios motores pelo tracto reticulo-
espinhal. 
 Em ambos, o cerebelo influencia os neurônios motores do grupo medial da coluna 
anterior, os quais controlam a musculatura axial e proximal dos membros (postura e 
equilíbrio). 
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b) Conexões Eferentes da Zona intermédia 
 Axonios das céls de Purkinje da zona intermédia fazem sinapse no núcleo interposito, de 
onde saem fibras para núcleo rubro e para tálamo do lado oposto. Através das 
primeiras, o cerebelo influencia os n. motores pelo tracto rubro-espinhal, constituindo a 
via interposito-rubro-espinhal. Já os que vão para tálamao seguem para áreas motoras 
do córtex cerebral (via interposito-talamo cortical) onde origina o tracto cortico espinhal 
(influenciando os n. motores). A ação do n. interposito se dá nos n. motores do grupo 
lateral da coluna anterior, que controlam músculos distais e movimentos delicados. 
c) Conexões Eferentes da Zona Lateral 
 Axonios das céls de Purkinje da zona lateral fazem sinapse com núcleo denteado de 
onde impulsos seguem para tálamo do lado oposto e para áreas motoras do córtex 
cerebral (via dento-talamo-cortical) onde origina o tracto cortico-espinhal. Núcleo 
denteado participa da atividade motora da musculatura distal e movimentos delicados. 
 Aspectos Funcionais 
 Manutenção do Equilíbrio e Postura 
 Função realizada pelo arquicerebelo e zona medial (vérmis) que promovem conração 
adequada dos músculos axiais e proximais, mantendo equilíbrio e postura normal, mesmo 
em deslocamento. A influencia é transmitida pelos tratos vestíbulo espinhal e reticulo 
espinhal. 
 Controle do Tônus Muscular 
 Núcleos denteado e interposito mantem um certo nível de atividade espontânea. Age sobre 
n. motores via tracto cortico espinhal e rubro espinhal 
 Perda do mesmo pode ser causada por decerebelização ou lesão de n. centrais 
 Controle dos Movimentos Voluntarios 
 Lesão do cerebelo  ataxia (falta de coordenação dos movimentos voluntários decorrentes 
de erros na força, extensão e direção do movimento). O mecanismo de controle envolve dois 
processos: o de planejamento do movimento e de correção 
 Planejamento é realizado na zona lateral, a partir de informações via cortico-ponto-
cerebelar, de áreas do córtex ligadas a funções psíquicas superiores (áreas de associação) e 
que expressam intenção de movimento 
 O “plano” é enviado para áreas motoras pela via dento-talamo-cortical e colocado em 
execução pela ativação dos n. motores de medula pelo trato cortico-espinhal 
 Uma vez iniciado o movimento passa a ser controlado pela zona intermédia do cerebelo, que 
através das inferências sensoriais (principalmente as que chegam pelos tratos espino-
cerebelares) informam as características do movimento e através da via interposito-talamo 
cortical promove as correções agindo sobre áreas motoras e tracto cortico espinhal 
 Zona intermédia vai comparar o movimento com o plano, recebendo aferencias espinhais e 
corticais enquanto a lateral recebe apenas as corticais. 
 Núcle denteado é ligado no inicio, enquanto o interposito liga-se depois. Em movimentos 
muito rápidos ativa apenas a zona lateral sem o tempo necessário para ativar a intermédia. 
 Aprendizagem Motora 
 Aprendizagem e aperfeiçoamento de atividades repetitivas. Cerebelo participa disso pelas 
fibras olivo-cerebelares que chegam ao córtex cerebelar como fibras trepadeiras e fazem 
sinapse diretamente com céls de Purkinje. Essas fibras podem modular a excitabilidade de 
Purkinje em resposta aos impulsos de fibras musgosas e paralelas. 
 Correlações Anatomoclinicas 
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 Incoordenação de movimentos/ataxia  manifesta principalmente nos membros, tendo como 
característica a marca ataxica/ébria. A incoordenação também pode aparecer na articulação das 
palavras. 
 Perda de equilíbrio  dificuldade em manter ereto (abre pernas para obter maior sustentação) 
 Diminuição do tônus esquelético/hipotonia 
 Frequentemente há envolvimento global do cerebelo, apresentando todos esses sintomas. O 
paciente apresenta características motoras de embriaguez aguda (álcool tem efeito similar nas céls de 
Purkinje) 
 Sindromes Cerebelares 
 Arquicerebelo 
 Ocorre com freqüência em crianças com menos de 10 anos, devido a tumores no teto do IV 
ventrículo que comprimem nódulo e pedúnculo do flóculo. Há somente perda de equilíbrio e 
postura sem prejuízo do tônus. 
 Paleocerebelo 
 Consequencia da degeneração do córtex do lobo anterior no alcoolismo crônico 
 Perda de equilíbrio e ataxia dos membros inferiores 
 Neocerebelo 
 Dismetria  execução defeituosa de movimentos (dosagem de movimento)  verifica-se 
com teste indicador-nariz 
 Decomposição  movimentos complexos são decompostos ou realizado em etapas 
 Disdiadococinesia  dificuldade de fazer movimentos rápidos e alternados (teste polegar-
medio-indicador) 
 Rechaço  flexão no antebraço forçada, com retirado e sem pausa no movimento (tapa no 
rosto) 
 Tremor  característico, acentuado no fim do movimento ou prestes a alcançar objeto 
 Nistagmo  movimento oscilatório rítmico dos bulbos oculares (lesões vestibular e cerebelo) 
 Relativo a tumores temos 2 quadros: lesões do vermis e dos hemisférios 
 As hemisféricas manifestam-seno lado lesado e dão sintomatologia neocerebelar relacionada/ 
ataxia 
 As lesões do vermis se mostram como perda de equilíbrio com alterações na base de sustentação 
e alteração na marcha 
 O cerebelo tem uma notável função de recuperação e permite que áreas ocupem funções de 
áreas lesadas. Porém a recuperação não ocorre caso sejam atingidos os núcleos centrais. 
 
Questões Dirigidas 
 
1) Descreva a posição anatômica cerebelar. 
 Dorsal ao bulbo/ponte, contribuindo para a formação do tecto do 4º Ventrículo. Separado do lobo 
occiptal do cérebro pela tenda do cerebelo (prega da dura-máter). 
 
2)Quais são os pedúnculos cerebelares e suas conexões? 
 Pedúnculos cerebelares inferiores: conectam o bulbo e a medula espinhal ao cerebelo (aferente ao 
cerebelo); 
 Pedúnculos cerebelares médios: conectam a ponte ao cerebelo (aferente ao cerebelo); 
 Pedúnculos cerebelares superiores: conectam o cerebelo ao mesencéfalo (eferente do cerebelo). 
 
3) Classificação anatômica: encéfalo; Segmentar: supra-segmentar (cérebro e cerebelo). 
 
4) O cerebelo é um órgão exclusivamente motor, involuntário e ipsilateral? 
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 Sim, é um órgão funcionalmente motor, inconsciente (sem memória), involuntário (automático) e 
ipsilateral (influencia os neurônios motores do seu próprio lado). 
 
5) Como se faz a anatomia macroscópica cerebelar? 
 Vérmis (mediano) ligado aos hemisférios cerebelares (2 grandes massas laterais). Sulcos 
predominantemente transversais delimitam as folhas do cerebelo e as fissuras do cerebelo delimitam lóbulos. 
Corpo medular do cerebelo (centro de substância branca), irradiando as lâminas brancas do cerebelo; córtex 
cerebelar (fina camada de substância cinzenta). No interior do corpo medular, núcleos centrais do cerebelo (de 
substância cinzenta): fastigial; emboliforme e globoso (interpósitos); denteado. 
 
6/7) Divisão ontogenética: Quais as fissuras e lóbulos mais importantes? 
 Fissura póstero-lateral: entre o lobo flóculo-nodular e o corpo do cerebelo. 
 Fissura prima: entre o lobo anterior e o posterior do corpo do cerebelo. 
 
8/9/10) Divisão Filogenética: O que é arquicerebelo, paleocerebelo e neocerebelo? 
 Arquicerebelo (cerebelo vestibular): lobo fóculo-nodular (EQUILÍBRIO) 
 Paleocerebelo (cerebelo medular): lobo anterior + pirâmide + úvula (TÔNUS E POSTURA) 
 Neocerebelo (cerebelo cortical): o restante do lobo posterior (MOVIMENTOS FINOS) 
 
11) Como se faz o circuito básico interno cerebelar? 
 Fibras musgosas: 1-penetram no cerebelo, emitem ramos colaterais que fazem sinapse axodendrítica 
excitadora com neurônios dos núcleos centrais do cerebelo. 2-na camada granular, se ramificam, terminando em 
sinapses excitadoras axodendríticas com células granulares. 3-por sua vez, estas na camada molecular, através de 
fibras paralelas, se ligam às células de Purkinge. 
 Células de Purkinge: inibem os núcleos centrais. 
 Fibras trepadeiras: terminam enrolando nos dendritos das células de Purkinge com potente ação 
excitadora. 
 
12) Quais são os núcleos cerebelares e qual é o medial e o lateral? 
 Núcleo fastigial (medial); núcleos globoso e emboliforme (interpósito); núcleo denteado (lateral). 
 
13/14/15) Como é a aferência e eferência do arquicerebelo, paleocerebelo e neocerebelo? 
AFERÊNCIA: (transversal) 
a) Fibras musgosas: 
• Origem vestibular (para o arquicerebelo): fascículo vestíbulo-cerebelar -> informações de posição da cabeça – 
equilíbrio e postura básica. 
• Origem medular (para o paleocerebelo): tractos espino-cerebelar anterior (superior) e espino-cerebelar 
posterior (inferior). 
-Tr esp cebeb anterior (superior): níveis de atividade córtico-espinhais (sinais motores) 
-Tr esp cereb posterior (inferior): propriocepção incosciente (sinais sensoriais) 
• Origem pontina (para o neocerebelo) – pelo pedúnculo cerebelar médio: planejamento motor (via córtico-
ponto-cerebelar) – fibras ponto-cerebelares. 
b) Fibras trepadeiras: 
• Fibras olivo-cerebelares – pelas fibras arqueadas internas: aprendizagem motora 
 
EFERÊNCIA: (recebem axônios das células de Purkinge) 
a) Zona medial (núcleo fastigial): 
 
-Tracto fastígio-vestibulares: tracto vestíbulo-espinhal 
-Tracto fastígio-reticulares: tracto retículo-espinhal 
 Controle da musculatura axial e proximal dos membros – Equilíbrio e postura 
b) Zona intermédia (núcleo interpósito = enboliforme + globoso): Corrige o movimento (espinhal e cortical) 
 
-Via interpósito-rúbricas – tracto rubro-espinhal (via interpósito-rubro-espinhal) 
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-Via interpósito-talâmicas (do lado oposto) – correção dos movimentos (via interpósito-tálamo-córtico-espinhal) 
 Membros distais (tônus), movimentos delicados. 
c) Zona lateral (núcleo denteado): Planeja o movimento (cortical) 
 
-Via dento-tálamo-cortical (do lado oposto) – tracto córtico-espinhal 
 Membros distais (tônus), movimentos delicados. 
 
16) Quais os principais achados nas síndromes cerebelares? 
 Incoordenação dos movimentos (ataxia), perda de equilíbrio, diminuição do tônus da musculatura 
esquelética (hipotonia). 
 
17)O que é uma Síndrome do Arquicerebelo? 
(tumores do tecto do 4º ventrículo) – Perda do equilíbrio 
O que é uma Síndrome do Paleocerebelo? 
(alcoolismo crônico) – Perda do equilíbrio e ataxia dos MMII 
O que é uma Síndrome do Neocerebelo? 
-Incoordenação motora (ataxia) 
-Dismetria – não atinge o alvo (dedo no nariz) 
-Decomposição – movimento em etapas 
-Disdiadococinesia – sem movimentos rápidos e alternados (polegar-indicador-médio...) 
-Rechaço – músculos extensores lentos (tapa no próprio rosto) 
-Tremor – (ao apanhar um objeto, por exemplo) 
-Nistagmo – movimento oscilatório rítmico dos bulbos oculares 
Obs.: Há, ainda: Lesão do vérmix – Perda de equlíbrio; Lesão dos hemisférios – diminuição da coordenação dos 
movimentos. 
 
19) Por que a tonsila tem importância cínica nos casos de hipertensão intracraniana? 
 Pois pode haver compressão do bulbo com o aumento da pressão intracraniana, por exemplo, com 
retirada súbita do líquor nas punções lombares.

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