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Luís Henrique T. Zorzetto Página 1 MED 104 Resumo Meninges e Liquor Capítulo 9 – Meninges – Líquor O SNC é envolvido por membranas conjuntivas denominadas meninges e que são classicamente três: dura-máter , pia-máter e aracnóide. A aracnóide e pia-mater constituem no embrião a leptomeninge (mais fina) e a dura-mater seria a paquimeninge (mais espessa). Tem importância na proteção do SNC além do conhecimento sobre doenças que as atinge como meningites e meningiomas. Dura-Máter: Meninge mais superficial, espessa e resistente de tecido conjuntivo colágeno, com vasos e nervos. A do encéfalo difere da espinhal por ser formada por dois folhetos, o interno e o externo, sendo que só o primeiro continua com a dura-máter espinhal. O externo adere intimamente aos ossos e comporta-se como periósteo desses ossos, porem não possui capacidade osteogenica, dificultando a consolidação de fraturas, tornando impossível a regeneração de fraturas na abobada craniana, sendo em partes vantajosa pois um calo ósseo na região pode causar grave irritação e aumento de pressão. Em virtude de sua aderência aos ossos não existe espaço epidural. Em particular na parte externa, é muito vascularizada e no encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a artéria meníngea média, ramo da maxilar. É ricamente inervada, e como o encéfalo é desprovido de sensibilidade, quase toda a sensibilidade intracraniana é localizada na dura-máter, responsável pelas dores de cabeça. Pregas da Dura-Máter do Encéfalo: Em certas áreas o folheto interno se destaca do externo formando pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam. São eles: a) Foice do cérebro: septo vertical mediano em forma de foice que ocupa a fissura longitudinal do cérebro separando os dois hemisférios cerebrais. b) Tenda do cerebelo: Projeta-se como um septo transversal entre lobos occipitais e cerebelo. Ela separa a fossa posterior da média do crânio, dividindo a cavidade craniana em compartimento superior (supratentorial) e outro inferior (infratentorial). É de grande importância clinica, pois a patologia das supra é bem diferente das infra. A borda anterior livre da tenda chama-se incisura da tenda e ajusta-se ao mesencéfalo é tem importância clinica, pois pode lesar mesencéfalo e nervos troclear e oculomotor que nele se originam. c) Foice do cerebelo: septo vertical mediano abaixo da tenda entre os 2 hemisférios cerebelares. d) Diafragma da Sela: lamina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica deixando apenas um orifício para haste hipofisaria (rompe na dissecção dos cadáveres), protegendo e isolando a hipófise, o que dificulta cirurgias. Cavidades da Dura-Máter: em uma área, os dois folhetos se separam, delimitando duas cavidades, uma chamada cavo trigeminal (ou loja do gânglio trigeminal) que contem o gânglio trigeminal e os seios da dura-máter que são revestidos de endotélio e contem sangue se dispondo ao longo da inserção das pregas da dura-máter Seios da Dura- Máter: canais venosos revestidos de endotélio situado entre dois folhetos. A maioria tem secção triangular e suas paredes ainda que finas são mais rígidas que veias e não se colabam. Alguns seios tem expansões laterais irregulares, as lacunas sanguineas, mais freqüentes de cada lado do seio sagital superior. O sangue do encéfalo e bulbo ocular é drenado pelos seios da dura mater e depois para veias jugulares internas. Comunica-se com veias da superfície externa pelas veias emissárias, que percorrem os forames/canais próprios no crânio. Dispoem-se principalmente ao longo da inserção das pregas, distinguindo-se em seios da base e da abóbada. Os seios da abóbada são: Luís Henrique T. Zorzetto Página 2 MED 104 a) Seio sagital superior: impar e mediano, percorre margem de inserção da foice do cérebro. Termina perto da protuberância occipital na confluência dos seios, formada pela confluência dos seios sagital superior, reto e occipital e pelo inicio dos seios transversos esquerdo e direito. b) Seio sagital inferior: na margem livre da foice do cérebro, terminando no seio reto c) Seio reto: ao longo da linha da união entre foice do cérebro e tenda cerebelar. Recebe na extremidade anterior o seio sagital inferior e a veia cerebral magna, terminando na confluência. d) Seio Transverso: par e dispõe-se de cada lado ao longo da inserção da tenda do cerebelo no occipital desde a confluência ate a parte petrosa onde passa se chamar seio sigmóide. e) Seio sigmóide: em forma de S, é continuação do seio transverso ate o forame jugular, onde continua diretamente com a veia jugular interna. Drena quase todo o sangue venoso da cavidade craniana. f) Seio Occipital: pequeno e irregular, fica ao longo da margem da inserção da foice do cerebelo. Os seios venosos da base são: a) Seio Cavernoso: um dos mais importantes, é cavidade grande e irregular situada de cada lado do corpo do esfenóide e da sela túrcica. Recebe sangue da veia oftálmica superior e central da retina além de algumas veias do cérebro. Drena pelos seios petroso superior e inferior além de comunicar-se com seio cavernoso do lado oposto através do seio intercavernoso. O seio cavernoso é atravessado pela artéria carótida interna, pelo nervo abducente e, já próximo a parede lateral, pelos nervos troclear, oculomotor e pelo ramo oftálmico do nervo trigêmeo. Estes elementos são separados do sangue do seio por revestimento endotelial e a relação com o cavernoso é de grande importância clinica. Assim aneurismas da carótida interna ao nível do seio cavernoso comprimem o n. abducente e em certos casos, os demais nervos que atravessam o seio cavernosos, determinando distúrbios típicos dos movimentos do bulbo ocular. Pode haver perfuração da carótida interna dentro do seio cavernoso, formando-se um curto-circuito artério- venoso (fistula carótido-cavernosa) que determina dilatação e aumento da pressão no seio cavernoso. Isso faz com que se inverta a circulação nas veias que nele desembocam, como as veias oftálmicas, resultando em protrusão do globo ocular que pulsa simultaneamente com a carótida (EXOFTALMIA PULSÁTIL). Infecções superficiais da face (como espinhas no nariz) podem se propagar ao seio cavernoso, tornando-se intracranianas em virtude da comunicação entre veias oftálmicas, tributarias do seio cavernoso e a veia angular que drena região nasal. b) Seios intercavernosos: unem dois seios cavernosos envolvendo hipófise. c) Seios esfenoparietal: percorre face interior da pequena asa do esfenóide e desemboca no seio cavernoso. d) Seio petroso superior: dispõe-se de cada lado ao longo da inserção da tensa do cerebelo, na porção petrosa do osso temporal. Drena sangue do seio cavernoso para o seio sigmóide, terminando próximo a continuação deste com veia jugular interna. e) Seio petroso inferior: percorre sulco petroso inferior entre seio cavernoso e o forame jugular onde termina lançando-se na veia jugular interna. f) Plexo basilar: ímpar, ocupa porção basilar do occipital, comunica-se com os seios petroso inferior e cavernoso, liga-se ao plexo do forame occipital e através deste ao plexo venoso vertebral interno. Luís Henrique T. Zorzetto Página 3 MED 104 Aracnóide Membrana delicada, justaposta à dura-máter, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural, contendo pequena quantidade de liquido necessário à lubrificação das superfícies de contato das duas membranas. A aracnóide se separa da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, que contem liquido cérebro-espinhal ou liquor, havendo ampla comunicação entre espaço subaracnóideo do encéfalo e da medula. Considera-se comopertencendo a aracnóide também as trabéculas, que atravessam o espaço para se ligar a pia-máter e que são chamadas trabéculas aracnoideas. Cisternas Subaracnoideas: A aracnóide justapõe-se a dura-máter e ambas acompanham grosseiramente a superfície do encéfalo, no entanto a pia-máter adere-se intimamente aos sulcos e giros. Assim a profundidade do espaço subaracnóideo é variável sendo pequena no cume dos giros e grande nas áreas que o encéfalo se afasta do crânio. Formam-se na nestas áreas dilatações do espaço, as cisternas subaracnóideas: a) Cisterna cerebelo-medular/cisterna magna: ocupa espaço entre face inferior do cerebelo e face dorsal do bulbo, o tecto do IV ventrículo. Continua caudalmente com o espaço subaracnóideo da medula e liga-se ao IV ventrículo através da sua abertura mediana. Essa cisterna é de todas a maior e mais importante sendo utilizada na obtenção de liquor por punções suboccipitais em que a agulha é introduzida entre o occipital e a primeira vértebra cervical. b) Cisterna pontina: situa ventralmente a ponte c) Cisterna interpeduncular: localizada na fossa interpeduncular d) Cisterna quiasmática: situada adiante do quiasma óptico Luís Henrique T. Zorzetto Página 4 MED 104 e) Cisterna superior/da veia cerebral magna: situada dorsalmente ao tecto do mesencéfalo entre cerebelo e esplênio do corpo caloso, a cisterna superior corresponde pelo menos em parte à cisterna ambiens. f) Cisterna da fossa lateral do cérebro: depressão formada pelo sulco lateral de cada hemisfério. Granulações Aracnóideas: Em alguns pontos, forma pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter, constituindo as granulações aracnoideas, mais abundantes no seio sagital superior. Levam pequenos prolongamentos do espaço subaracnóideo, verdadeiros divertículos deste espaço, nos quais o liquor está separado do sangue apenas pelo endotélio do seio e uma delgada camada da aracnóide. Adaptadas a absorção do liquor, que daí cai no sangue. No adulto e velho, algumas tornam-se muito grandes constituindo corpos de Pacchioni que frequentemente se calcificam e podem deixar impressões na abobada craniana. Pia-Máter É a mais interna aderida intimamente a superfície do encéfalo e da medula cujos relevos e depressões acompanha, descendo ate o fundo dos sulcos cerebrais. Porção mais profunda recebe numerosos prolongamentos de astrocitos do tecido nervoso, constituindo assim a membrana pio- glial. Dá resistência aos órgãos nervosos pois o tecido é de consistência mole, assim, contem o encéfalo e medula que em peças não fixadas, pequenas incisões da pia mater resultam em hérnias de substancia nervosa. Acompanham vasos que penetram no tec nervoso a partir do espaço subaracnóideo formando parede externa dos espaços perivasculares, e neles existem prolongamentos do espaço subaracnóideo, contendo liquor que forma manguito protetor em torno dos vasos, muito importante para amortecer efeito da pulsação das artérias sobre tecido circunvizinho. Acreditava-se que espaços perivasculares acompanhavam os vasos ate os capilares, constituindo espaços pericapilares em comunicação com espaços perineuronais, contendo liquor, sendo necessária para trocas metabólicas entre sangue e neurônios. Acompanham vasos de grande calibre ate uma pequena distancia e terminam por fusão da pia com adventícia do vaso. As arteríolas são envolvidas ate o nível capilar por pés vasculares dos astrocitos e do tecido nervoso. Líquor Fluido aquoso e incolor que ocupa espaço subaracnóideo e cavidades ventriculares. A função primordial do liquor é proteção mecânica do SNC formando um coxim liquido. Qualquer pressão ou choque de distribuirá igualmente por todos os pontos. Além disso o fato de ficar submerso no liquido, torna-o mais leve reduzindo riscos de traumatismos de encéfalo reduzindo contato com ossos do crânio. Por punções lombares pode-se colher o liquor, permitindo o diagnostico de afecções que acometem o SNC. O liquor normal é límpido e incolor, de 0 a 4 leucócitos por mm3 e uma pressão de 5 a 20cm de água obtida na região lombar com paciente em decúbito lateral. Possui mais cloretos que o sangue e menos proteínas que o plasma. Volume total é de 100 a 150 cm3, renovando-se completamente a cada oito horas. O liquor é formado pelos plexos corióides e no epêndima das partes ventriculares e dos vasos da leptomeninge.Durante muito tempo acreditou-se que o liquor era resultado de um processo de filtração do plasma pelos plexos corioides, no entanto sabe-se hoje que é ativamente secretado pelo epitélio ependimario, principalmente dos plexos corioides, e sua composição é determinada por mecanismos de transporte específicos. Sua formação envolve transporte ativo de NaCl, acompanhado de água para manter equilíbrio osmótico. Há plexos nos ventrículos laterais (maiores contribuintes) e no tecto do III e IV ventrículos. Dos laterais passam para o III pelos forames interventriculares e depois para o IV pelo aqueduto cerebral. E através de aberturas nesse ultimo ganha espaço subaracnóideo, sendo reabsorvido no sangue pelas granulações Luís Henrique T. Zorzetto Página 5 MED 104 aracnoideas. A circulação do liquor se faz de baixo pra cima, porem no espaço subaracnóideo so uma parte volta pois parte dele é reabsorvida. A circulação é lenta e o fato de que a produção ocorre numa área e termina em outra é suficiente para gerar circulação, somado a pulsação das artérias intracranianas. Considerações Anatomo-clinicas Hidrocefalia: Processos que afetam na produção, circulação, absorção de liquor são as principais causas. Caracterizam-se por aumento da pressão e quantidade de liquor levando a dilatação dos ventrículos e compressão do tecido nervoso. Quando nos fetos, dificulta o parto e em adultos gera problemas. Temo as comunicantes (aumento na produção ou deficiência de absorção por processos patológicos nos plexos ou seios da dura-mater e granulações) e as não comunicantes (obstruções no trajeto do liquor, podendo ocorrer no forame interventricular, aqueduto cerebral, aberturas mediana e laterais do IV ventrículo e incisura da tenda). Um dos tratamentos é a drenagem por meio de um cateter ligando um dos ventrículos à jugular interna, átrio direito ou cavidade peritoneal. Hipertensão Craniana: O aumento de volume é o principal causador e pode ser causado por tumores, hematomas e outros processos expansivos intracranianos podendo ocorrer formação de hérnias de tec. nervoso. Quando se comprime no pescoço as veias jugulares internas que drenam sangue do encéfalo, há estase sanguinea, com aumento da quantidade de sangue nos vasos cerebrais, levando a aumento de pressão e tal fenômeno é utilizado para verificar se o espaço subaracnóideo esta obstruído. Com suspeita, deve ser feito um exame de fundo de olho, pois o nervo óptico é envolvido por prolongamento do espaço subaracnóideo e pode sofrer obliteração da veia central da retina, podendo ocorrer edema da papila óptica. Hernias Intracranianas : Protrusao de tecido nervoso (pregas da dura-mater ou outras partes) devido a presença de tumores ou hematomas que aumentem a pressão. Temos a hérnia do uncus, que empurra-o pela incisura da tenda, comprimindo o mesencéfalo, gerando perda de consciência ou ate coma profundo por lesão de áreas de ativação cerebral. Temos também as hérnias de tonsilas, resultante de um processo expansivo na fossa posterior (tumor cerebelar em ambos hemisférios), podendo empurrar as tonsilas pelo forame magno, gerando compressão de bulbo e levando a morte por lesão dos centros respiratório e vasomotor e o quadro pode ocorrer na realização de uma punção com conseqüentequeda da pressão no espaço subaracnóideo. Hematomas extradurais e subdurais: rupturas de vasos com acumulo de sangue nas meninges. As lesões se artérias meningeas, principalmente a média, resulta em acúmulos de sangue entre dura-mater e ossos formando hematoma extradural. Este cresce separando a dura-mater do osso e empurra o tec nervoso, levando a morte em poucas horas caso não haja drenagem. Já nos subdurais o sangue é advindo de uma veia cerebral quando entra no seio sagital superior, sendo mais freqüentes casos de crescimento lento com sintomatologia tardia. Não há hemorragias no espaço subaracnóideo uma que o sangue se espalha no liquor. Questões Dirigidas: 1) O que são leptomeninge e paquimeninge? A aracnóide e pia-mater constituem no embrião a leptomeninge (mais fina) e a dura-mater seria a paquimeninge (mais espessa). 2)Qual a irrigação e inervação principal da dura-mater? A principal artéria que irriga a dura-máter é a artéria meníngea média, ramo da maxilar e é ricamente inervada. Luís Henrique T. Zorzetto Página 6 MED 104 3)O que é capacidade osteogenica? Quais as vantagens e desvantagens do periósteo dos ossos do crânio não a possuírem? Capacidade osteogenica é a regeneração de fraturas por formação de calo ósseo . A ausência dela no periósteo é vantajosa pois um calo ósseo na região pode causar grave irritação e aumento de pressão, porem tambem impede uma reconstituição ossea. 4) Quais pregas separam certas estruturas do encéfalo em hemisfério? Foice do cérebro: septo vertical mediano em forma de foice que ocupa a fissura longitudinal do cérebro separando os dois hemisférios cerebrais. 5) Por que não encontramos hipófise em peças anatômicas? Devido ao diafragma da sela, lamina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica deixando apenas um orifício para haste hipofisaria (rompe na dissecção dos cadáveres), protegendo e isolando a hipófise, o que dificulta cirurgias. 6) Quais os compartimentos delimitados pela tenda do cerebelo e quais estruturas se encontram alojadas nos mesmos? Septo transversal entre lobos occipitais e cerebelo. Ela separa a fossa posterior da média do crânio, dividindo a cavidade craniana em compartimento superior (supratentorial) e outro inferior (infratentorial). A borda anterior livre da tenda chama-se incisura da tenda e ajusta-se ao mesencéfalo é tem importância clinica, pois pode lesar mesencéfalo e nervos troclear e oculomotor que nele se originam. 7) O que são seios da dura-mater? Canais venosos revestidos de endotélio situado entre dois folhetos. A maioria tem secção triangular e suas paredes ainda que finas são mais rígidas que veias e não se colabam. Alguns seios tem expansões laterais irregulares, as lacunas sanguineas, mais freqüentes de cada lado do seio sagital superior.. Comunica-se com veias da superfície externa pelas veias emissárias, que percorrem os forames/canais próprios no crânio. Dispoem-se principalmente ao longo da inserção das pregas, distinguindo-se em seios da base e da abóbada. 8) Quais seios desembocam na confluência dos seios e quais se originam a partir da mesma? Seio sagital superior, seio reto. O que origina-se é o seio transverso 9) Pra onde é drenado o sangue dos seios? O sangue do encéfalo e bulbo ocular é drenado pelos seios da dura mater e depois para veias jugulares internas 10) Quais nervos podem ser lesados por aneurisma da parte cavernosa da carótida interna? Nervo abducente, troclear, oculomotor e ramo oftálmico do nervo trigêmeo. 11) O que é exoftalmia pulsátil? É causada pela perfuração da carótida interna dentro do seio cavernoso, formando-se um curto-circuito artério-venoso (fistula carótido-cavernosa) que determina dilatação e aumento da pressão no seio cavernoso. Isso Luís Henrique T. Zorzetto Página 7 MED 104 faz com que se inverta a circulação nas veias que nele desembocam, como as veias oftálmicas, resultando em protrusão do globo ocular que pulsa simultaneamente com a carótida 12) Por que é perigoso espremer espinhas do nariz? Infecções superficiais da face (como espinhas no nariz) podem se propagar ao seio cavernoso, tornando- se intracranianas em virtude da comunicação entre veias oftálmicas, tributarias do seio cavernoso e a veia angular que drena região nasal 13) Qual cisterna aracnóide é a mais importante e onde se localiza? Cisterna cerebelo-medular/cisterna magna que ocupa espaço entre face inferior do cerebelo e face dorsal do bulbo, o tecto do IV ventrículo. Continua caudalmente com o espaço subaracnóideo da medula e liga-se ao IV ventrículo através da sua abertura mediana 14) O que são granulações aracnóides e onde se encontram em maior abundancia? Pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter, constituindo as granulações aracnoideas, mais abundantes no seio sagital superior. 15) Onde é produzido e drenado o liquor e quais suas características citológicas e físico-quimicas? Fluido aquoso e incolor que ocupa espaço subaracnóideo e cavidades ventriculares. O liquor normal é límpido e incolor, de 0 a 4 leucócitos por mm3 e uma pressão de 5 a 20cm de água obtida na região lombar com paciente em decúbito lateral. Possui mais cloretos que o sangue e menos proteínas que o plasma. Volume total é de 100 a 150 cm3, renovando-se completamente a cada oito horas. O liquor é formado pelos plexos corióides e no epêndima das partes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. É reabsorvido no sangue pelas granulações aracnoideas. 16) O que é hidrocefalia? Quais são os tipos existentes dessa patologia? Processos que afetam na produção, circulação, absorção de liquor que caracterizam-se por aumento da pressão e quantidade de liquor levando a dilatação dos ventrículos e compressão do tecido nervoso. Temo as comunicantes (aumento na produção ou deficiência de absorção por processos patológicos nos plexos ou seios da dura-mater e granulações) e as não comunicantes (obstruções no trajeto do liquor, podendo ocorrer no forame interventricular, aqueduto cerebral, aberturas mediana e laterais do IV ventrículo e incisura da tenda). 17) Porque hérnias de tonsila podem ser letais?Quais as causas principais das mesmas? Podem empurrar as tonsilas pelo forame magno, gerando compressão de bulbo e levando a morte por lesão dos centros respiratório e vasomotor e pode ocorrer na realização de uma punção com conseqüente queda da pressão no espaço subaracnóideo. Causas principais estão aumento de pressão por tumores e/ou hematomas 18) Quais os tipos de hematomas? Qual o mais grave e por que? Hematomas extradurais e subdurais: rupturas de vasos com acumulo de sangue nas meninges. As lesões se artérias meningeas, principalmente a média, resulta em acúmulos de sangue entre dura-mater e ossos formando hematoma extradural. Este cresce separando a dura-mater do osso e empurra o tec nervoso, levando a morte em poucas horas caso não haja drenagem. Já nos subdurais o sangue é advindo de uma veia cerebral quando entra no seio sagital superior, sendo mais freqüentes casos de crescimento lento com sintomatologia tardia. Não há hemorragias no espaço subaracnóideo uma que o sangue se espalha no liquor.
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