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Luís Henrique T. Zorzetto Página 1 MED 104 Resumo Diencéfalo Capítulo 7 – Anatomia Macroscópica do Diencéfalo Diencéfalo e telencéfalo formam o cérebro que corresponde ao prosencéfalo. Embora nitidamente unidos, diencéfalo e telencéfalo apresentam características próprias (diencéfalo permanece em situação impar e mediana). Compreende tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, além da relação com o III ventrículo. III VENTRÍCULO Cavidade do diencéfalo (estreita fenda) denominada III ventrículo que se comunica com IV ventrículo pelo aqueduto cerebral e com ventrículos laterais pelos forames interventriculares (de Monro) Há o sulco hipotalâmico (depressão), que se estende do aqueduto cerebral até o forame interventricular. As porções da parede acima desse sulco pertencem ao tálamo e as situadas abaixo, ao hipotálamo. Unindo os talamos e atravessando em ponte a cavidade ventricular, temos a aderência intertalâmica. No assoalho do III ventrículo (frente para trás) temos: quiasma óptico, infundíbulo, tuber cinéreo e corpos mamilares (hipotálamo). Parede posterior (frente para trás): pequena, formada pelo epitálamo (fica acima do sulco hipotalâmico). De cada lado do epitálamo e percorrento partes altas das paredes laterais do ventrículo, há as estrias medulares do tálamo, onde se insere a tela corioide que forma o tecto do III ventrículo. A partir da tela, invaginando na luz ventricular temos os plexos corioides que se dispõem em 2 linhas paralelas e são contínuos pelos forames interventriculares com os plexos dos ventrículos laterais. Parede anterior: formada pela lâmina terminal (tec nervoso que une dois hemisférios e dispõe entre quiasma óptico e comissura anterior). Comissura, lâmina e partes adjacentes das paredes pertencem ao telencéfalo. A luz do ventrículo se evagina para formar 4 recessos: recesso do infundíbulo (região do mesmo), recesso óptico (acima do quiasma), recesso pineal (na haste da glândula) e recesso suprapineal (acima do corpo pineal). TÁLAMO 2 volumosas massas de substancia cinzenta, de forma ovóide, uma de cada lado na porção latero-dorsal do diencéfalo. A extremidade anterior apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo (delimita forame interventricular). Extremidade posterior é maior, e apresenta eminência, o pulvinar, se projetando sobre os corpos geniculados (também chamados de metatálamos) medial (via auditiva) e lateral (via óptica). A porção lateral da face superior (revestida por epitélio ependimario) faz parte do assoalho do ventrículo lateral. A porção medial + tecto do III ventrículo constitui o assoalho da fissura transversa do cérebro (tecto: fornix e corpo caloso, formações do telencefalo). A fissura transversa é ocupada por um fundo-de-saco da pia-mater, cujo folheto inferior recobre parte medial da face superior do tálamo e entra na Luís Henrique T. Zorzetto Página 2 MED 104 constituição da tela corioide (se insere nas estrias medulares que delimitam as faces superior e medial do tálamo), forma o tecto do IV ventrículo. Face lateral do tálamo: separada do telencéfalo pela cápsula interna (compacto feixe de fibras que ligam córtex cerebral a centros nervosos subcorticais). A face inferior do tálamo continua com hipotálamo e subtálamo. HIPOTÁLAMO Área pequena, situada abaixo do tálamo, com funções relacionadas a atividade visceral. Compreende estruturas nas paredes laterais do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, além das seguintes formações no assoalho do ventrículo: a) Corpos mamilares: 2 eminencias arredondadas de subst cinzenta evidentes na parte anterior da fossa interpeduncular b) Quiasma óptico: parte anterior do assoalho ventricular, recebendo fibras mielínicas dos n. ópticos (par II) que cruzam e continuam no tracto óptico, se dirigindo aos corpos geniculados laterais, depois de contornar os pedúnculos cerebrais. c) Tuber Cinereo: Área cinzenta, mediana, atrás quiasmas e tratos ópticos. Prende-se a hipófise por meio do infundíbulo. d) Infundibulo (rompido na retirada do encéfalo, permanece na cela túrcica junto com a hipófise): forma de funil que se prende ao tuber contendo pequeno prolongamento da cavidade ventricular (recesso infundíbulo). Extremidade superior dilata pra constituir eminência mediana do tuber cinéreo, enquanto a inferior continua com o processo infundibular (lobo nervoso da neuro-hipofise). EPITÁLAMO Limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, na transição com mesencéfalo. O elemento evidente é glândula pineal (epífise), glândula piriforme, impar e mediana que repousa sobre o tecto mesencefalico. Base do corpo desta prende-se anteriormente a 2 feixes transversais de fibras que cruzam plano mediano, a comissura posterior (no ponto em que aqueduto cerebral liga-se ao III ventrículo, sendo limite entre mesencéfalo e diencéfalo) e das habênulas (interpõe-se se entre trigonos da habenula, entre glândula e tálamo e continua anteriormente com estrias medulares) entre as quais penetra na glândula um prolongamento da cav ventricular, o recesso pineal. A tela corioide insere-se lateralmente nas estrias medulares e posteriormente na comissura das habenulas, fechando teto ventricular. SUBTÁLAMO Zona de transição entre diencéfalo e tegmento do mesencéfalo, não se relaciona com o ventrículo. Localizado abaixo do tálamo, limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. Elemento mais evidente: núcleo subtalamico. Luís Henrique T. Zorzetto Página 3 MED 104 Capítulo 23 – Estruturas e Funções do Hipotálamo Parte do diencéfalo que se dispõe nas paredes do III Ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, separando-o do tálamo. Apresenta formações visíveis na face inferior cerebral: quiasma óptico, tuber cinéreo, infundíbulo e corpos mamilares. DIVISÕES E NÚCLEOS DO HIPOTÁLAMO Constituído de substancia cinzenta que se agrupa em núcleos. Há sistemas variados de fibras, alguns muito conspícuos (fórnix). Este percorre de cima a baixo cada metade do hipotálamo, terminando no corpo mamilar. Fórnix permite dividir hipotálamo em área medial e lateral. A área medial, situada entre fornix e paredes do ventrículo, é rica em subst cinzenta e possui os núcleos. Área lateral é percorrida pelo feixe prosencefálico medial, complexo de fibras que estabele comunicações com sistema límbico e formação reticular do mesencéfalo. Pode ser dividido por 3 planos frontais em hipotálamo: a) O supra-optico corresponde ao quiasma óptico e toda área acima deles nas paredes do ventrículo ate sulco hipotalâmico. Compreende núcleos supraquiasmático, supra-óptico e paraventricular b) O tuberal corresponde ao tuber cinéreo e áreas acima dele, nas paredes do ventrículo ate o sulco hipotalâmico. Compreende núcleos ventromedial, dorsomedial e arqueado (infundibular). c) O mamilar compreende corpos mamilares com núcleos e áreas da parede do ventrículo até o sulco hipotalâmico. Compreende núcleos mamilares e posterior. A área pré-óptica, na parte mais anterior do ventrículo, ligando- se ao hipotálamo supra-óptico. Embriologicamente deriva da porção central da vesícula telencefálica e não pertence ao diencéfalo. CONEXÕES DO HIPOTÁLAMO Conexões com o sistema límbico: compreende varias estruturas ligadas a regulação do comportamento emocional. Destacam-se as com relação com o hipocampo, corpo amigdalóide e área septal a) Hipocampo: liga-se pelo fornix aos núcleos mamilares, de onde impulsos seguem para núcleo anterior do tálamo pelo fascículomamilo-talâmico, fazendo parte do circuito de Papez. Dos n. mamilares, chegam impulsos a formação reticular do mesencéfalo pelo fascículo mamilo-tegmentar b) Corpo amigdalóide: fibras dos núcleos amigdalóides chegam ao hipotálamo pela estria terminal c) Área Septal: liga-se ao hipotálamo por fibras que percorrem o feixe prosencefálico medial Conexões com Área Pré Frontal: Mesma função das anteriores (comportamento emocional). Mantém conexões diretas com hipotálamo ou pelo núcleo dorsomedial do tálamo. Conexões Viscerais: Controlador funções viscerais mantém conexões aferentes e eferentes com neurônios da medula e tronco encefálico. Luís Henrique T. Zorzetto Página 4 MED 104 a) Aferentes: informações diretas sobre atividade visceral através conexões com tracto solitário (fibras solitário-hipotalamicas). Recebe sensibilidade visceral (geral e especial/gustação) entra no SN pelos n. facial, glossofaríngeo e vago. b) Eferentes: controla SNA agindo direta/indiretamente sobre neurônios pré-ganglionares do sistema simpático e parassimpático. Conexões se fazem por fibras que terminam nos núcleos da coluna eferente visceral geral do tronco encefálico (coluna lateral da medula). As conexões indiretas se fazem pela formação reticular. Conexões com Hipófise: Apenas conexões eferentes através dos tratos: a) Hipotálamo-hipofisário: fibras originam dos neurônios grandes (magnocelulares) dos núcleos supra-optico e paraventricular terminando na neuro-hipófise. Contem fibras ricas em secreção. b) Túbero-infundibular (túbero-hipofisário): fibras neurossecretoras, originam em neurônios pequenos (parvicelulares) do núcleo arqueado e áreas vizinhas do hipotálamo tuberal. Terminam na eminência mediana e na haste infundibular. Conexões Sensoriais: Além das info sensoriais viscerais, temos outras que acessam o hipotálamo por vias indiretas. Recebe info sensorial de áreas eretogenicas (mamilo e genitais) além de conexões do córtex olfatório e retina (trato retino-hipotalamico terminando no núcleo supraquiasmatico) Conexões Monoaminérgicas: Neurônios adrenérgicos da formação reticular do tronco encefálico projetam para hipotálamo, assim como serotoninérgicos dos núcleos da rafe. FUNÇÕES DO HIPOTALAMO Numerosas e importantes, quase todas relacionadas a homeostase. Tem papel regular sobre SNA e sistema endócrino, alem de comportamentos motivacionais, como fome, sede, sexo e etc. a) Controle SNA: hipotálamo é centro supra-segmentar mais importante do SNA, exercendo essa função juntamente com sistema límbico. Quando há estimulação, temos alterações no peristaltismo, contração bexiga, diminuição ritmo cardíaco e pressão sanguínea, assim como constrição da pupila. Hipotálamo anterior controla o parassimpático e o posterior, o simpático. b) Regulação Temperatura Corporal: Hipotálamo é informado por termorreceptores periféricos, funcionando como um termostato e ativando sistemas de perda ou conservação da temperatura. Anteriormente é o centro de perda de calor (vasodilatação periférica e sudorese), e posteriormente é centro da conservação de calor (vasoconstrição periférica, tremores, tremores musculares e liberações de hormônio tireoidiano). Lesões (comum em cirurgias de hipófise, próximo ao quiasma óptico) do centro da perda do calor no hipotálamo anterior, gera aumentos incontroláveis, gerando febre central (quase sempre fatal). Luís Henrique T. Zorzetto Página 5 MED 104 c) Regulação Comportamento Emocional: Hipotálamo, junto com sistema límbico e área pré-frontal que é importante na regulação como raiva, medo, prazer, etc. d) Regulação Sono Vigília: Lesões posteriores causam sono (encefalite letárgica). Relaciona-se com vigília, reforçando a ação do SARA (sistema ativador reticular ascendente) cuja importância é maior. e) Ingestão Alimentos: Lesão do hipotálamo lateral – CENTRO DA FOME (alimentação voraz) e estimulação do núcleo ventromedial – NUCLEO VENTROMEDIAL(saciedade). Lesão área lateral do hipotálamo, ausência completa do desejo alimentar, e núcleo ventromedial, torna paciente obeso. f) Ingestão de água: área hipotálamo lateral denominado centro da sede, e lesão gera morte por desidratação. g) Diurese: Regulação quantidade de água no organismo, os núcleos supra-optico e paraventricular do hipotálamo, sintetizam ADH (vasopressina), aumentando absorção água e diminuindo eliminação pela urina. h) Regulação Sistema Endócrino: Regula secreção dos hormônios da adeno-hipofise e ação controladora sistema endócrino. i) Geração e Regulação dos Ritmos Circadianos: Parâmetros metabólicos, fisiológicos e comportamentais se repetem no período de 24 horas (temperatura corporal, atividade motora, sono, vigília). Principal marca-passo circadiano situa-se no núcleo supraquiasmático. RELAÇÕES HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIAS Relações Hipotálamo com Neuro-Hipófise: Diabetes insípido, caracterizada pela diminuição do hormônio antidiurético, ocorrendo em lesões da neuro- hipófise, mas também em lesões hipotalâmicas. O hormônio é sintetizado pelos neurônios do núcleo supra-optico e paraventricular do hipotálamo, transportado pelas fibras do trato hipotalamo-hipofisario ate a neuro-hipofise onde é liberado. Relações Hipotálamo com Adeno-Hipófise: Hipotalamo regula a secreção de hormônios da adeno-hipofise por conexão nervosa e vascular. Pela primeira, os neurônios do nucleo arqueado e áreas do hipotálamo tuberal secretam subst ativas via tracto túbero-infundibular. A segunda se dá pelo sistema porta hipofisario, que recebem as subst e são reguladas pelos fatores de liberação e inibição. Capítulo 24 – Estrutura e Função do Subtálamo e Epitálamo Subtálamo Pequena área na parte posterior do diencéfalo na transição com o mesencéfalo, limitando-se superiormente com o tálamo, lateralmente com a cápsula interna, e medialmente com hipotálamo. Não se relaciona com superfície externa ou paredes do ventrículo. Luís Henrique T. Zorzetto Página 6 MED 104 Algumas estruturas mesencefálicas se estendem até subtálamo, como núcleo rubro, subst negra e formação reticular, constituindo a zona incerta do subtálamo. Possui formações cinzentas e brancas importantes, sendo a mais o núcleo subtalâmico. Este tem conexões com globo pálido pelo circuito pálido- subtalamo-palidal, importante na regulação da motricidade somática. Lesões nele podem provocar hemibalismo (movimentos anormais das extremidades, sendo muito violentos e não desaparecem nem com o sono, levando o paciente muitas vezes a exaustão). É atravessado por vários feixes, sendo as fibras principais as que do globo pálido se dirigem ao tálamo ou ao núcleo subtalâmico. Epitálamo Na parte superior e posterior do diencéfalo com formações endócrinas e não endócrinas. A mais importante é a glândula pineal. As não endócrinas são os núcleos da habênula (no trigono das habenulas), comissura das habenulas, estrias medulares e comissura posterior. Com exceção da comissura posterior, as formações não endócrinas pertencem ao sistema límbico, estando relacionadas com comportamento emocional. As estrias medulares têm principalmente fibras na área septal e que terminam nos núcleos da habenula do mesmo lado ou oposto, cruzando-se na comissura das habenulas. Nucleos das habenulas ligam-se ao nucleo interpeduncular do mesencéfalo através do fascículo retroflexo, constituindo circuito de ligação entre sistema límbico em mesencéfalo. A comissura posterior marca o limite entre mesencéfalo e diencéfalo, sendo constituída por fibras de origem variada.Destacam-se fibras da área pré tectal de um lado que cruzam para o nucleo de Edinger-Westphal, do lado oposto, intervindo no reflexo consensual. Certos tumores na pineal, comprimem a comissura podendo lesar estas fibras, abolindo esse reflexo porem o reflexo fotomotor pode permanecer intacto. Glândula Pineal Filogênese, embriologia e estrutura: Origina-se de um divertículo ependimario no tecto do III ventrículo, entre as comissuras posterior e habenular. Assim é formado um saco revestido de epêndima em comunicação com a cavidade. Nos mamíferos, diferente de aves, anfíbios e peixes que mantém sua pineal como órgão sensorial, as células parenquimatosas do corpo pineal ou pinealocitos, invadem a luz do divertículo tornando-o num órgão parenquimatoso secretor. Durante desenvolvimento, glândula é invadida por tecido conjuntivo derivado da pia-mater formando a cápsula do órgão e o penetrando formando septos. A pineal apresenta também concreções calcareas, que aumentam com a idade e são importantes radiologicamente (opacas, permitindo localizar posição e patologias ali relacionadas). Não apresenta barreira hemoencefalica, e é altamente vascularizada. Inervação ocorrer por fibras simpáticas pré-ganglionares. Aspectos Funcionais: Responsável pela melatonina. Luís Henrique T. Zorzetto Página 7 MED 104 a) Secreção de Melatonina. Ação da Luz sobre a pineal: É uma indolamina sintetizada pelos pinealocitos a partir da serotonina. Síntese é ativada pela noradrenalina das fibras simpáticas. Durante o dia tem baixa atividade e níveis, no entanto, durante a noite é ativada e o nível circulante aumenta em 10 vezes. Portanto a síntese não é continua e obedece ciclos do ciclo circadiano. Esse ritmo é derivado do núcleo supraquiasmático. A luz age sobre ela através de circuitos que ligam a retina ao nucleo supraquiasmatico e deste com a pineal. b) Ação antigonadotropica pineal: Julga-se que ela esteja ligada ao desenvolvimento de gônadas, por exemplo, em um tumor na pineal observamos uma puberdade preoce, pois esta exerce uma frenação em relação as gônadas. c) Regulação dos Ritmos Circadianos: Através da liberação cíclica de melatonina, age sincronizando os ritmos circadianos com ciclo externo dia/noite. Efeito se deve sobre a ação da mesma no núcleo supraquiasmatico, rico em receptores da melatonina. Capítulo 25 – Estrutura e Funções do Tálamo Situado acima do sulco hipotalâmico, constituído de 2 massas ovóides, com extremidade anterior pontuda (tubérculo anterior do tálamo) e outra posterior (pulvinar do tálamo). As massas são unidas pela aderência intertalâmica e relaciona-se medialmente com III ventrículo, lateralmente com a cápsula interna e superiormente com a fissura cerebral transversa e com ventrículos laterais e inferiormente com hipotálamo e subtálamo. Os dois corpos geniculados também são considerados parte do tálamo como parte indiferente do diencéfalo denominada metatálamo. Constitui-se basicamente de substancia cinzenta, com vários núcleos. Na superfície dorsal temos revestimento por lâmina de substância branca (extrato zonal do tálamo) se estendendo ate a face lateral e recebendo o nome de lâmina medular externa. Entre ela e a cápsula interna, temos o núcleo reticular do tálamo. Extrato zonal penetra no tálamo, formando longitudinalmente a lamina medular interna. Na sua extremidade ant, a lâmina bifurca em Y e delimita uma área dos núcleos talâmicos anteriores. No interior da lâmina medular interna há massas de substância cinzenta constituindo os núcleos intralaminares do tálamo. NÚCLEOS DO TÁLAMO: são numerosos, divididos em 5 grupos. Vale ressaltas que a divisão é realizada com base no vértex do crânio, dorsal ou superior é a que se volta para ele, enquanto ventral ou inferior é a que se opõe. A parte anterior é a que se volta para o pólo frontal do cérebro, enquanto posterior se volta para pólo occipital. Grupo Anterior: Núcleos no tubérculo anterior do tálamo, limitados posteriormente pela bifurcação em Y da lâmina medular interna. Recebe fibras dos núcleos mamilares pelo fascículo mamilo-talâmico e projetam fibras para o córtex do giro do cíngulo (integrando circuito de Papez), parte do sistema límbico. Relacionam-se com comportamento emocional. Grupo Posterior: compreende o pulvinar e corpos geniculados medial e lateral. Luís Henrique T. Zorzetto Página 8 MED 104 a) Pulvinar: conexões com área de associação temporo-parietal do córtex cerebral, nos giros angular e supramarginal. É o maior núcleo do tálamo, porém sem função clara (suspeita-se que lesões nele causem problemas na linguagem sem déficit sensorial) b) Corpo geniculado medial: recebe pelo braço do coliculo inferior fibras do próprio colículo ou do lemnisco lateral. Projeta fibras pra área auditiva, sendo um relé da via auditiva. c) Corpo geniculado lateral: formado de camadas concêntricas de substância branca e cinzenta. Recebe fibras da retina pelo trato óptico e projeta fibras pelo tracto geniculo-calcarino para a área visual do córtex nas bordas do sulco calcarino. Grupo Lateral: mais importante e complexo, compreende nucleos situados lateralmente a lâmina medular interna podendo ser divididos em subgrupos dorsal e ventral. a) Núcleo ventral anterior (VA): maioria das fibras que o globo pálido dirige ao tálamo. Projeta para áreas motoras, com função somática. b) Núcleo ventral lateral (VL): ou núcleo ventral intermédio, recebe fibras do cerebelo e projeta para áreas motoras. Integra via cerebelo-talamo- cortical. Recebe parte das fibras do globo pálido que vão para tálamo. c) Núcleo ventral póstero-lateral: núcleo relé das vias sensitivas, recebendo fibras dos lemniscos medial (tato epicritico e propriocepção consciente) e espinhal (união tratos espino-talamicos anterior e lateral, ligado a impulsos de dor, pressão e tato protopático). Projeta fibras para o giro pós-central (área somestésica). d) Nucleo ventral póstero-medial: relé das vias sensitivas, recendo fibras do lemnisco trigeminal, gerando sensibilidade somática para cabeça e fibras gustativas do tracto solitário. Projeta fibras para giro pós-central Também integra o grupo lateral, o núcleo reticular do tálamo (fina calota cinzenta disposta entre massa que compõe os ovóides e cápsula interna) Atravessado por quase todas as fibras talamo-corticas e vice versa que passam pela cápsula interna. Exerce ação moduladora sobre neurônios. Grupo Mediano: núcleos próximos ao plano sagital mediano, aderência intertalamica ou subst cinzenta periventricular. Conexões com o hipotálamo e possível função visceral. Grupo Medial: núcleos dentro da lâmina medular interna (intralaminares) e dorsomedial (entre lâmina e núcleos do grupo mediano). Destaca-se o centro- mediano que recebe muitas fibras da formação reticular e atua como ativador do córtex cerebral. O dorsomedial recebe fibras do corpo amigdalóide e hipotálamo, conectando com lobo frontal (área de associação pré-frontal) RELAÇÕES TÁLAMO-CORTICAIS São numerosas e geralmente recíprocas, constituindo as radiações talâmicas (grande parte da cápsula interna). Maioria destinada a áreas sensitivas. Luís Henrique T. Zorzetto Página 9 MED 104 Núcleos talâmicos específicos: tomam potenciais evocados para areas especificas do córtex ligadas a funções especificas. Ex: núcleo ventral postero- lateral, corpo geniculado medial (área somestesica e auditiva do córtex ) Núcleos talâmicos inespecíficos: estimulação modifica potencial de areas grandes do córtex (núcleos intralaminares). Recebe muitas fibras da formação reticular,compondo o sistema talâmico de projeção difusa. CONSIDERAÇÕES FUNCIONAIS E CLINICAS SOBRE O TÁLAMO Sensibilidade: todos os impulsos sensitivos antes de chegar ao córtex passam em um núcleo talâmico (exceção: impulso olfatório). O tálamo distribui as áreas especificas do córtex pelos lemniscos, retransmitindo os impulsos e os integrando e modificando. Alguns impulsos sensitivos como dor, pressão e temperatura já são interpretados em nível talâmico. Porém ela não é discriminativa e não permite, por ex a estereognosia (reconhecimento de forma e tamanho do objeto pelo tato). Motricidade: núcleos ventral anterior e lateral, interpostos nos circuitos pálido-corticais e cerebelo-corticais respectivamente. Comportamento Emocional: núcleos do grupo anterior, integram sistema límbico e núcleo dorsomedial com conexões com área pré-frontal. Ativação do Córtex: núcleos talâmicos inespecíficos e conexões com sistema ativador reticular ascendente Afecções causadas por lesão de vasos resultam na síndrome talâmica, gerando alterações na sensibilidade. Uma delas é a dor central (espontânea e pouco localizada que irradia toda metade do corpo do lado oposto ao talamo). Gera- se situações desagradáveis mediante estímulos táteis, térmicos e até auditivo.
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