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Fichamento Giddens - A terceira via: reflexões sobre o impasse político atual e o futuro da social-democracia

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GIDDENS, Anthony. A terceira via: reflexões sobre o impasse político atual e o futuro da social-democracia. Tradução de Maria Luiza X. de Borges. 2ª tiragem. Rio de Janeiro: Record, 1999.
O socialismo e comunismo sucumbiram, e no entanto nos assombram. Não podemos simplesmente pôr de lado os valores e os ideais que os moveram, pois alguns permanecem intrínseco à boa vida cuja criação é a meta do desenvolvimento social e econômico. O desafio é fazer esses valores contarem onde o programa econômico do socialismo caiu em descrédito. (p. 11-12)
O socialismo começou como um corpo de pensamento que se opunha ao individualismo; sua preocupação em desenvolver uma crítica ao capitalismo veio mais tarde. (p. 13)
O socialismo procura enfrentar as limitações do capitalismo para humaniza-lo ou derrubá-lo por completo. A teoria econômica do socialismo apoia-se na ideia de que, deixado por sua própria conta, o capitalismo é economicamente ineficiente, socialmente divisório e incapaz de auto-reproduzir-se a longo prazo. (p. 13)
A tese do Estado mínimo está estreitamente ligada a uma visão peculiar da sociedade civil como um mecanismo auto-gerador de solidariedade social. Os pequenos pelotões da sociedade civil deveriam ter permissão para florescer, e o farão se não forem impedidos pela intervenção estatal. (p. 21)
O antagonismo ao walfare state é um dos traços neoliberais mais característicos. O walfare state é visto como a fonte de todos os males, de maneira muito parecida àquela como o capitalismo era visto outrora pela esquerda revolucionária. (p. 23)
O que provê o bem-estar social se o welfare state deve ser desmantelado? A resposta é um crescimento econômico conduzido pelo mercado. Welfare deveria ser entendido não como benefícios estatais, mas como maximização do progresso econômico, e portanto riqueza geral, permitindo-se ao mercado operar seus milagres. Essa orientação é geralmente acompanhada de um desprezo pelos problemas ecológicos como histórias de terror. (p. 23-24) 
Diferentemente da social-democracia, o neoliberalismo é uma teoria globalizante, e contribuiu muito diretamente para forças globalizantes. (p. 24)
A posição “conservadora” é a neoliberal: um conservador defende a liberdade de mercado, mas quer forte controle estatal sobre questões como a família, as drogas e o aborto. Os “libertários” defendem o individualismo e o envolvimento discreto do Estado em todas as frentes. Os “socialistas” são o oposto dos conservadores: querem maior intervenção do Estado na vida econômica, mas são descrentes nos mercados e vêem o governo com cautela no tocante às questões morais. (p. 31)
Vou supor que a “terceira via” se refere a uma estrutura de pensamento de prática política que visa a adaptar a social-democracia a um mundo que se transformou fundamentalmente ao longo das duas ou três últimas décadas. É uma terceira via no sentido de que é uma tentativa de transcender tanto a social-democracia do velho estilo quanto o neoliberalismo. (p. 36)
Nenhum programa integrado para políticas social-democráticas pode ser desenvolvido, no entanto, a não ser que respostas pelo menos provisória sejam dadas a essas questões. Vou me concentrar em cinco dilemas básicos que ocupam, com razão, grande espaço nas controvérsias. (p. 37)
Os cinco dilemas envolvem:
Globalização – o que é isso e que implicações tem?
Individualismo – em que sentido, se é que há algum, as sociedades modernas estão se tornando mais individualistas?
Esquerda e direita – o que devemos fazer diante da afirmação de que elas não têm mais sentido?
Ação política – está a política migrando para fora dos mecanismos ortodoxos da democracia?
Problemas ecológico – como deveriam eles ser integrados na política social-democrata? (p. 37)
A globalização, como vou concebê-la no que se segue, não diz respeito em absoluto a apenas, ou mesmo basicamente, à interdependência econômica, mas à transformação do tempo e espaço em nossas vidas. (p. 41)
A globalização “afasta-se” do Estado-nação no sentido de que alguns poderes que as nações costumam possuir, inclusive aqueles que são subjacentes à administração keynesiana, foram enfraquecidos. No entanto, a globalização também “empurra” – ela cria novas demandas e também novas possibilidades para a regeneração de identidades locais. (p. 41)
A globalização também espreme pelos lados, criando novas regiões econômicas e culturais que por vezes transpõem as fronteiras dos Estados-nações. (p. 42)
O movimento de globalização de três vias está afetando a posição e o poder dos Estados pelo mundo todo. A soberania já não é uma questão de tudo-ou-nada, se é que já foi: as fronteiras estão se tornando mais imprecisas do que costumavam ser, especialmente no contexto da União Europeia. Apesar disso, o Estado-nação não está desaparecendo, e órbita do governo, tomada no geral, se expande em vez de diminuir à medida que a globalização avança. Algumas nações, em algumas situações, têm mais poder do que costumavam ter, e não menos – como os países da Europa Oriental na esteira da queda do comunismo. (p. 42)
A globalização, em suma, é uma complexa variedade de processos, movidos por uma mistura de influências políticas e econômicas. Ela está mudando a vida do dia-a-dia, particularmente nos países desenvolvidos, ao mesmo tempo em que está criando novos sistemas e forças transnacionais. Ela é mais que o mero pano de fundo para políticas contemporâneas: tomada como um todo, a globalização está transformando as instituições da sociedade em que vivemos. É com certeza diretamente relevante para a ascensão do “novo individualismo” que figurou com tanto destaque em debates socialdemocráticos. (p. 43)
A geração do “eu” é uma descrição enganosa do novo individualismo, que não assinala um processo de decadência moral. Muito ao contrário, os levantamentos mostram que as gerações mais jovens hoje estão sensibilizadas para uma gama mais ampla de inquietações morais do que as gerações anteriores. (p. 45)
O novo individualismo, em suma, está associado ao afastamento da tradição e do costume de nossas vidas, um fenômeno mais relacionado com o impacto da globalização num sentido amplo do que com a mera influência de mercados. (p. 46)
O novo individualismo segue de mãos dadas com pressões por maior democratização. Todos nós temos de viver de uma maneira mais aberta e reflexiva do que gerações anteriores. Essa mudança não é em absoluto apenas benéfica: novos temores e ansiedades passam a ocupar o primeiro plano. Mas muitas possibilidades positivas adicionais emergem também. (p. 47)
Um critério fundamental reaparece continuamente, a distinguir esquerda de direita: atitudes para com a igualdade. A esquerda defende maior igualdade, ao passo que a direita vê a sociedade como inevitavelmente hierárquica. A igualdade é um conceito relativo. Temos de perguntas: igualdade entre quem, do quê, e em que grau? A esquerda busca reduzir a desigualdade, mas essa meta pode ser compreendida de diferentes maneiras. O que acontece não é que a esquerda deseja diminuir todas as desigualdades, ao passo que a direita quer sempre preservá-las. A diferença é contextual. Por exemplo, num país que tenha uma população imigrante recente, o contraste entre direito e esquerda pode ser expresso no grau em que se considera que os imigrantes deveriam ser contemplados com direitos básicos de cidadania e proteção material. (p. 50)
O Estado-nação o governo nacional pode estar mudando de forma, mas ambos conformam uma importância decisiva no mundo de hoje. (p. 63)
Soluções de mercado são possíveis para uma diversidade de problemas ecológicos, no entanto, como em outros campos, isso não deveria implicar uma opção pelo fundamentalismo de mercado. (p. 65)
Desenvolvimento sustentável, portanto, é mais um princípio norteador do que uma fórmula precisa. (p. 66)
Não há a menor dúvida de que a modernização ecológica associa preocupações social-democráticas e ecológicas mais estreitamente do que antes parecia possível. Ela tem realizaçõesreais em seu favor: os países mais influenciados pela ideia de modernização ecológica são os mais limpos e os mais verdes entre as nações industrializadas. (p. 67)
Os pressupostos um tanto amplos da modernização ecológica desviam a atenção de duas questões fundamentais levantadas por considerações ecológicas: nossa relação com o avanço científico e nossa reação ao risco. (p. 68)
O objetivo geral da política de terceira via deveria ser ajudar os cidadãos a abrir seu caminho através das mais importantes revoluções do nosso tempo: globalização, transformação na vida pessoal e nosso relacionamento com a natureza. A política de terceira via deveria adotar uma atitude positiva em relação à globalização – mas, decisivamente, somente como um fenômeno de espectro muito mais amplo que o mercado global. (p. 74)
A política de terceira via deveria preservar uma preocupação essencial com a justiça social, aceitando ao mesmo tempo que o âmbito de questões que escapam à divisão esquerda/direita é maior do antes. (p. 74)
Poder-se-ia sugerir como um motor primordial para a nova política, não há direitos sem responsabilidades. O governo tem todo um aglomerado de responsabilidades para com seus cidadãos e outros, incluindo a proteção aos vulneráveis. A social-democracia do velho estilo, no entanto, era propensa a tratar direitos como exigência incondicionais. (p. 75)
Um segundo preceito, numa sociedade de hoje, deveria ser não há autoridade sem democracia. A direito sempre considerou os símbolos tradicionais como meios perfeitos para justificar a autoridade, seja na nação, no governo, na família, seja em outras instituições. Pensadores e políticos de direita afirmam que sem tradição e que sem formas tradicionais de deferência a autoridade se esfacela – as pessoas perdem a capacidade de diferenciar entre o certo e o errado. (p. 75)
A reforma do Estado e do governo deveria ser um princípio orientador básico da política de terceira via – um processo de aprofundamento e ampliação da democracia. O governo pode agir em parceria com instituições da sociedade civil para fomentar a renovação e o desenvolvimento da comunidade. A base econômica de tal parceria é o que chamarei de a nova economia mista. Essa economia só pode ser eficaz se as instituições de welfare existentes forem inteiramente modernizadas. A política de terceira via é uma política de uma única nação. A nação cosmopolita ajuda a promover a inclusão social e também tem um papel-chave no fomento de sistemas transnacionais de governo. (p. 79)
O Estado moderno foi forjado na provação da guerra, e a guerra ou a preparação para ela influenciaram a maior parte dos aspectos das instituições do Estado. Direitos de cidadania e programas de welfare foram estabelecidos sobretudo à medida que os Estados buscaram atrais suas populações e manter seu apoio, um fenômeno que continuou no período da Guerra Fria. (p. 80-81)
A crise da democracia vem de ela não ser suficientemente democrática. (p. 81)
A questão não é mais ou menos governo, mas o reconhecimento de que a governança deve se ajustar às novas circunstâncias da era global; e de que a autoridade, inclusive a legitimidade do Estado, tem de ser ativamente renovada. (p. 82)
O Estado deve reagir estruturalmente à globalização. A democratização da democracia antes de mais nada implica descentralização – mas não como um processo unilateral. A globalização cria um forte ímpeto e lógica no sentido da delegação do poder de cima para baixo, mas também uma delegação de poder para cima. Em vez de meramente enfraquecer a autoridade do Estado-nação, esse duplo movimento – um movimento de dupla democratização - é a condição da reafirmação daquela autoridade, uma vez que ele pode tornar o Estado mais reativo às influências que de outro modo flanqueiam pro completo. (p. 82)
O Estado deveria expandir o papel da esfera pública, o que significa reforma constitucional dirigida para maior transparência e abertura, bem como introdução de novas salvaguardas contra a corrupção. (p. 83)
Para conservar ou recuperar legitimidade, Estado sem inimigos têm de elevar sua eficiência administrativa. O governo, em todos os níveis, é objeto de desconfiança em parte porque é pesado e ineficaz. Em um mundo em que as organizações empresariais reagem rapidamente à mudança e são mais ágeis em seus movimentos, o governo pode ficar para trás. Afinal, o termo “burocracia”, com a conotações de papelada que o acompanham, foi inventando para se referir ao governo. (p. 84)
A pressão para baixo da globalização introduz não só a possibilidade mas a necessidade de forma de democracia diferentes do processo ortodoxo de votação. (p. 85)
Estado sem inimigos dependem mais do que antes, para sua legitimidade, da capacidade de administrar riscos. A administração do risco [...] não diz respeito unicamente à provisão de segurança, que é o modo como o risco tem sido comumente compreendido no contexto do welfare state. (p. 86)
A democratização da democracia não pode ser somente local ou nacional – o Estado deve ter uma perspectiva cosmopolita, ao mesmo tempo em que a democratização para cima não deve se deter no nível regional. A democratização para baixo pressupõe a renovação da sociedade [...] (p. 87)
O novo Estado democrático é um ideal, uma espécie de ideal sem restrições de tempo. (p. 87)
A promoção de uma sociedade civil ativa é uma parte básica da política de terceira via. (p. 88)
Estado e sociedade civil deveriam agir em parceria, cada uma para facilitar a ação do outro, mas também para controla-lo. (p. 89)
Uma sociedade cada vez mais reflexiva é também uma sociedade marcada por elevados níveis de auto-organização. (p. 90)
A democracia na esfera pública envolve igualde formal, direitos individuais, discussão pública de problemas de isenta de violência e autoridade negociada em vez de dada por tradição. A família democratizada partilha essas características, algumas das quais já estão protegidas no direito nacional e internacional. A democratização no contexto da família implica igualdade, respeito mútuo, autonomia, tomada de decisão através da comunicação e resguardo da violência. Grande parte das mesmas características fornece também um modelo para os relacionamentos de pais-filhos. Os pais vão, é claro, continuar reivindicando autoridade sobre os filhos, e com razão; mas esta será mais negociada e aberta que antes. Tais qualidades não se aplicam somente a famílias heterossexuais – elas têm exatamente o mesmo valor em relações homossexuais. (p. 103)
A família democratizada é mais uma vez um ideal. (p. 104)
A democracia é difícil de alcançar e viver com ela pode ser árduo, tanto na família quanto em outras áreas. [...] A visão direitista da desintegração da família tradicional tende a ser acompanhada por uma tese sobre as limitações dos homens: os homens são intrinsecamente displicentes e moralmente irresponsáveis; a menos que presos em segurança ao casamento de tipo tradicional, são uma força socialmente desagregadora. (p. 106)
Laços de família fortes só podem ser uma fonte efetiva de coesão cívica se as famílias olham tanto para fora quanto para dentro – é isto que entendo por família socialmente integrada. As relações familiares são parte do tecido mais amplo da vida social. (p. 108)
A política de terceira via, seria possível sugerir, advoga uma nova economia mista. [...] A nova economia mista busca [...] uma nova sinergia entre os setores público e privado, utilizando o dinamismo do mercado mas tendo em mente o interesse público. Ela envolve um equilíbrio entre regulação e desregulação, num nível transnacional bem como como em níveis nacional e local; e um equilíbrio entre o econômico e o não-econômico na vida em sociedade. (p. 109-110)
[...] uma sociedade plenamente meritocrática não é apenas irrealizável; é uma ideia contraditória em si mesma. [...] uma sociedade meritocrática tende a ser extramente desigual no nível do resultado. Numa tal ordem social, os privilegiados serão fatalmente capazesde conferir vantagens a seus filhos – destruindo assim a meritocracia. Afinal, mesmo nas sociedades relativamente igualitárias de estilo soviético, em que a fortuna não podia assegurar a promoção dos filhos, grupos privilegiados eram capazes de transmitir vantagens às suas proles. (p. 112)
Os social-democratas deveriam buscar um novo papel para a nação num mundo cosmopolita. A ordem global emergente não pode se sustentar como um “puro mercado”. (p. 141)
Uma reafirmação do papel da nação é importante como uma força estabilizadora, um contragolpe na fragmentação interminável. Identidade e pertencimento são claramente potencialmente divisórios. (p. 141)
Os Estados-nações começaram a se formar quando desenvolveram “divisas” claras, em vez de “fronteiras” mais vagas características de Estados mais tradicionais. Divisas são linhas traçadas num mapa, que designam o território da nação, e qualquer violação delas é encarada como um ataque à integridade da nação. Os Estado estão novamente passando a ter fronteira ao invés de divisas, mas não pelas mesmas razões que no passado. [...] As divisas dos Estados atuais estão se tornando fronteiras por causa de seus laços com outras regiões e seu envolvimento com grupos transnacionais de todos os tipos. (p. 142)
A nação cosmopolita é uma nação ativa; mas a construção da nação deve ter agora um sentido diferente do que tinha em gerações anteriores, quando era parte de um sistema “realista” das relações internacionais. [...] Hoje, identidades nacionais devem ser sustentadas num meio colaborativo, em que não terão o nível de exclusividade que tiveram outrora, e em que outras lealdades existem ao seu lado. O resultado disso, como em outras áreas da sociedade, é a construção mais aberta e reflexiva da identidade nacional – que assinala o que a nação tem de distintivo em suas aspirações, mas numa forma menos convicta que antes. (p. 146)
À medida que as divisas se tornam mais imprecisas, e reivindicações de autonomia local mais insistentes, velhas formas de identidade nacional têm de se reestruturadas. (p. 146)
O novo Estado democrático implica e a nação cosmopolita estão intimamente ligados a uma arena política muito mais ampla que já não pode ser tratada como meramente “externa”. A nação cosmopolita democracia cosmopolita, operando numa escala de globalização. (p. 150)
A expansão da democracia cosmopolita é uma condição para se regular efetivamente a economia mundial, atacando as desigualdades econômicas globais e controlando riscos ecológicos. Não faz nenhum sentido contestar o fundamentalismo de mercado no nível local mas permitir que ele reine no nível global (p. 159)
Precisa haver algo de sólido por trás da campanha promocional, do contrário o público enxerga através da fachada muito rapidamente. Se tudo que o Novo Trabalhismo tivesse a oferecer fosse khow-how de mídia, seu tempo no cenário político seria curto, e sua contribuição para o renascimento da social-democracia limitado. [...] um programa substantivo está emergindo dos debates socialdemocráticos, um programa para qual o Reino Unido tem muito a oferecer. Quanto mais esses debates tornarem eles próprios genuinamente transnacionais, melhor. [...] um diálogo entre dos setores de centro-esquerda deveria se estender muito mais amplamente, como uma orientação para a globalização de fato requer. (p. 168-169)

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