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PETIÇÃO INICIAL 2

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PETIÇÃO INICIAL
PROCESSO CIVIL
REQUISITOS
É o instrumento pelo qual a demanda se concretize e é apresentada. A petição inicial é a forma da demanda e a demanda é o conteúdo da petição inicial.
Forma escrita: é a regra. Há, porém, situações que admitem a postulação oral, que depois é reduzida a termo. Ex: Juizados Especiais, Justiça do Trabalho, Ação de alimentos, postulação da mulher que se afirma vítima de violência doméstica.
Assinatura de quem tenha capacidade postulatória: a PI deve ser assinada por quem tem capacidade postulatória: advogado, defensor, membro do MP etc. Lembrando, porém, que há casos em que o particular tem capacidade postulatória (HC, JEC até 20 salários mínimos, concessão de medidas protetivas, se não houver advogados na comarca etc). A PI deve conter o endereço profissional do advogado.
Endereçamento: deve ser endereçada ao órgão competente.
Qualificação das partes: nome completo, estado civil, endereço, nacionalidade, profissão e, de acordo com o CNJ, o CPF ou o CNPJ.
Sendo pessoa jurídica, a PI deve vir acompanhada do estatuto social e da documentação que comprove a regularidade da representação.
Para qualificar o nascituro, é preciso associá-lo à mãe (“nascituro de...”).
Se o autor for incapaz, não podemos esquecer que ele está “representado neste ato por”.
Para qualificar o réu, vale a mesma estrutura utilizada para qualificar o autor, com a diferença de que ele pode não saber alguns dados do réu. Se o endereço deste é desconhecido, é preciso informar este fato e, coerentemente, pedir a citação por edital.
Quando há litisconsórcio passivo multitudinário (ex.: invasão de terra), é preciso qualificar pelo menos alguns e dizer que a ação está sendo proposta por todos.
Causa de pedir;
Pedido;
Requerimento de citação do réu: solenidade anacrônica, mas que ainda é exigida.
Requerimento de produção de provas: o autor tem de requerer a produção das provas com as quais pretende provar o alegado, através de todos os meios de prova cabíveis.
Documentos indispensáveis à propositura da ação: segundo o art. 320 CPC, a PI será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Eles se dividem em duas espécies:
Indispensáveis por força de lei: procuração, planta do imóvel em alguns casos, o título executivo, a prova escrita na ação monitória.
Indispensáveis por causa do autor: quando o autor faz referência a ele na inicial, tornando- o indispensável.
Se eu me referir ao documento sem possuí-lo, é essencial o pedido de sua exibição. Em relação ao rol de testemunhas, apenas em um caso é preciso indicá-lo: no procedimento sumário, devendo ser indicado o rol de testemunhas e o assistente técnico.
8
Atribuição de valor à causa: a toda causa se deve atribuir um valor, que deve ser em real (R$). Mesmo nas causas em que não há valor econômico (ex.: guarda), deve ser indicado o valor da causa. Existem duas espécies:
Legal: art. 319 incicso VI (regra básica: o valor da causa é o valor do pedido).
Arbitramento do autor: quando a causa não se encaixa em nenhuma das hipóteses do art. 259, o autor dará valor à causa, segundo o seu critério.
O valor da causa tem várias finalidades: definir competência, estabelecer o tipo de procedimento adotado, base de cálculo para as custas e multas processuais etc. Por ter múltipla finalidade, não é bom colocar na peça a expressão “para fins fiscais”.
Uma atribuição indevida do valor da causa ou o é porque o autor não respeitou o art. 319 inciso VI do CPC ou porque o valor livremente arbitrado foi desproporcional. Desse modo, o juiz poderá corrigir o valor da causa de ofício. O réu também pode impugnar a atribuição que o autor deu à causa, através de um incidente processual provocado pelo réu no prazo de sua defesa e que será autuado separadamente, devendo ser decidida pelo juiz por decisão interlocutória, impugnável por agravo de instrumento.
Info. 516 do STJ (2013): COMO REGRA, OS DOCUMENTOS DEVEM SER JUNTADOS AOS AUTOS JUNTAMENTE COM A PETIÇÃO INICIAL (NO CASO DO AUTOR) OU COM A RESPOSTA (NO CASO DO RÉU). A JURISPRUDÊNCIA DO STJ ADMITE A JUNTADA DE DOCUMENTOS NOVOS APÓS A PETIÇÃO INICIAL E A CONTESTAÇÃO MESMO EM SITUAÇÕES NÃO PREVISTAS NA LEI DESDE QUE:
NÃO SE TRATE DE DOCUMENTO INDISPENSÁVEL À PROPOSITURA DA AÇÃO;
NÃO HAJA MÁ FÉ NA OCULTAÇÃO DO DOCUMENTO;
SEJA OUVIDA A PARTE CONTRÁRIA (ART. 398 DO CPC).
ALTERAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL
Pode ser subjetiva (troca do réu, até a citação) ou objetiva (troca da causa de pedir ou do pedido). Aqui falaremos da ALTERAÇÃO OBJETIVA.
Art. 329 inciso I: ANTES DA CITAÇÃO, o autor poderá aditar o PEDIDO, correndo à sua conta as custas acrescidas em razão dessa iniciativa. Sem o consentimento do réu
APÓS A CITAÇÃO, o autor só pode alterar a PI com o CONSENTIMENTO DO RÉU, AINDA QUE REVEL (art. 329 inciso II), que terá novo prazo para resposta, pois a demanda terá sido alterada.
A negativa do réu deve ser expressa, pois o silêncio é interpretado como concordância tácita, operando-se preclusão.
APÓS O SANEAMENTO, É VEDADA QUALQUER ALTERAÇÃO OBJETIVA PELO AUTOR. A única
alteração objetiva possível após o saneamento é a que ocorre em razão da OPOSIÇÃO INTERVENTIVA que, além de ser promovida por terceiro, deverá ser feita até o início da audiência de instrução e julgamento.
Citação	Saneamento do processo
 
Sim
Sim, com o
consentimento do réu.
Após o saneamento, não é possível.
Eventuais correções de erros materiais podem ser feitas a qualquer tempo.
ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Aditar é acrescentar um PEDIDO NOVO (alteração objetiva, acima), o que só é possível ATÉ A CITAÇÃO (art. 329 inciso II). Note o descompasso injustificado com a alteração, que pode ser feita depois da citação com o consentimento do réu.
REDUÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL
Não existe dispositivo que trate da redução da petição inicial. Barbosa Moreira lista hipóteses de redução: desistência parcial; renúncia parcial ao direito postulado; transação parcial na pendência do processo; convenção de arbitragem relativa a parte do objeto do litígio, na pendência do processo; interposição, pelo autor, de recurso parcial contra a sentença de mérito desfavorável.
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL
Emendar a petição inicial é retificá-la, corrigir. Se o juiz se depara com uma petição inicial que não observa algum requisito legal, ele deve mandar o autor emendá-la em 15 dias (art. 321 CPC).
A emenda é um direito do autor, ele tem o direito de retificar a petição inicial antes de ela ser indeferida. Sempre que o defeito for sanável, o juiz deve determinar a emenda.
Não são sanáveis os defeitos relativos às condições da ação e quando houver decadência ou prescrição.
Há posicionamento no STJ no sentido de ser esse prazo prorrogável, a critério do juiz.
Se o autor não cumprir a diligência que lhe fora ordenada, a PI será indeferida (art. 295, VI). Permite-se, contudo, uma nova determinação de emenda, se a primeira correção não foi satisfatória.
Info. 529 do STJ (2013): DEVE SER ADMITIDA A EMENDA À PETIÇÃO INICIAL PARA CORRIGIR EQUÍVOCO NA INDICAÇÃO DA AUTORIDADE COATORA EM MANDADO DE SEGURANÇA, DESDE QUE A RETIFICAÇÃO DO POLO PASSIVO NÃO IMPLIQUE ALTERAÇÃO DE COMPETÊNCIA JUDICIÁRIA E DESDE QUE A AUTORIDADE ERRONEAMENTE INDICADA PERTENÇA À MESMA PESSOA JURÍDICA DA AUTORIDADE DE FATO COATORA.
Info. 551 do STJ (2015): o que o juiz deverá fazer se o autor indicar incorretamente a autoridade coatora na petição inicial? É possível que o magistrado determine a emenda da petição inicial ou notifique a autoridade correta? O tema é polêmico, sendo possível encontrar decisões nos dois sentidos:
	NÃO. HAVENDO ERRO NA INDICAÇÃO DA AUTORIDADE COATORA, DEVE O JUIZ EXTINGUIR O PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO, PELA AUSÊNCIA DE UMA DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO, SENDO VEDADA A SUBSTITUIÇÃO DO POLO PASSIVO DA RELAÇÃO PROCESSUAL
(STJ. 1ª TURMA. AGRG NOARESP 188.954/MG, REL. MIN. BENEDITO GONÇALVES, JULGADO EM
18/12/2012).
	SIM. NOS CASOS DE EQUÍVOCO FACILMENTE PERCEPTÍVEL NA INDICAÇÃO DA AUTORIDADE COATORA,O JUIZ COMPETENTE PARA JULGAR O MANDADO DE SEGURANÇA PODE AUTORIZAR A EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL OU DETERMINAR A NOTIFICAÇÃO, PARA PRESTAR INFORMAÇÕES, DA AUTORIDADE ADEQUADA, DESDE QUE SEJA POSSÍVEL IDENTIFICÁ-LA PELA SIMPLES LEITURA DA
PETIÇÃO INICIAL E EXAME DA DOCUMENTAÇÃO
 ANEXADA
(STJ. 4ª TURMA. RMS 45.495-SP, REL. MIN. RAUL ARAÚJO, JULGADO EM 26/8/2014).
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
É o juízo de rejeição da petição inicial feito ANTES DA CITAÇÃO DO RÉU. Se o réu já foi citado, trata-se de extinção do feito por outro motivo. Ex.: a inépcia pode ser reconhecida a qualquer tempo, mesmo após a contestação, mas não implicará indeferimento da PI, e, sim, extinção do processo sem análise do mérito (art. 287 do CPC).
Quando a PI é indeferida, o autor é poupado do pagamento de honorários.
Art. 331 CPC: indeferida a PI, o autor poderá APELAR, facultado ao juiz, no prazo de 5 dias, REFORMAR SUA DECISÃO. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao Tribunal competente  a apelação contra a sentença que indefere a petição e extingue o processo permite juízo de retratação feito pelo juiz. Se o juiz não se retratar, o recurso sobe para o tribunal SEM AS CONTRARRAZÕES DO RÉU porque ele nem no processo está. SE A APELAÇÃO FOR PROVIDA, OS AUTOS DESCEM PARA QUE O RÉU SEJA CITADO E SE DEFENDA  esse
artigo se aplica tanto para o indeferimento por invalidade como na improcedência prima facie 
esse artigo só se aplica ao indeferimento total da PI em juízo singular (apelação).
O indeferimento pode ser parcial ou total. Exemplo de indeferimento parcial: havendo cumulação de pedidos, o juiz verifica a decadência de um, o considera juridicamente impossível ou é incompetente para conhecer e julgar um deles.
Não se pode dizer que toda decisão que indefere a PI é uma sentença e, portanto, submetida à apelação. Na verdade, a sentença só é proferida no indeferimento total da PI feito por juízo singular ( apelação ou ROC).
	Indeferimento PARCIAL
	Indeferimento TOTAL
	Não haverá extinção do processo.
Por juízo singular, será uma DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
( agravo de instrumento ou ROC).
Por Tribunal, será uma DECISÃO UNIPESSOAL ( agravo
interno) ou um ACÓRDÃO ( ROC, RE ou REsp).
	Por Tribunal, será ou uma DECISÃO UNIPESSOAL ( agravo interno) ou um ACÓRDÃO (ROC, RE ou REsp).
O INDEFERIMENTO PODE SER COM OU SEM EXAME DO MÉRITO. Normalmente, o indeferimento da PI está relacionado com o defeito da PI, por isso diz-se que essa decisão não analisa o mérito da causa. Mas também é possível o indeferimento com exame do mérito (improcedência liminar ou prima facie). Trata-se de uma decisão de mérito, apta à coisa julgada material proferida sem necessidade de oitiva do réu.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL SEM EXAME DO MÉRITO
INÉPCIA  defeitos vinculados à CAUSA DE PEDIR e ao PEDIDO.
Costuma-se chamar de inepta toda PI indeferida, mas é errado porque há indeferimento que não ocorre em razão da inépcia (ex.: prescrição e decadência). São hipóteses de inépcia:
AUSÊNCIA DE PEDIDO OU DE CAUSA DE PEDIR.
QUANDO DA NARRAÇÃO DOS FATOS NÃO DECORRER LOGICAMENTE O PEDIDO OU QUANDO O PEDIDO FOR JURIDICAMENTE IMPOSSÍVEL: para Didier, são casos de improcedência prima facie, mas o CPC coloca como causa de extinção do processo sem julgamento do mérito.
A CUMULAÇÃO DE PEDIDOS INCOMPATÍVEIS ENTRE SI: é a petição suicida. Vale lembrar que o juiz não deve indeferir a PI sem dar ensejo à correção pelo autor.
CARÊNCIA DE AÇÃO  ilegitimidade ad causam + falta de interesse processual.
Impossibilidade jurídica é causa de inépcia, como visto. Mas tudo dá no mesmo: indeferimento sem exame do mérito.
	Impossibilidade jurídica do pedido
	Ilegitimidade ad causam
	Falta de interesse processual
	INÉPCIA
	CARÊNCIA DA AÇÃO
PRESCRIÇÃO OU DECADÊNCIA  é caso de improcedência prima facie (análise do mérito).
ERRO DE PROCEDIMENTO  por não corresponder à natureza ou ao valor da causa.
A PI só não será indeferida se puder ser adaptada ao tipo de procedimento legal. Didier acha que o erro de procedimento sempre pode ser corrigido.
OUTRAS HIPÓTESES  arts. 106 CPC, parágrafo único, primeira parte, e art. 321 CPC.
Art. 106 do CPC: compete ao advogado declarar, na PI ou na contestação, quando postular em causa própria, o endereço em que receberá intimação. Se o advogado não cumprir, o juiz, antes de determinar a citação do réu, mandará que se supra a omissão no prazo de 5 dias, sob pena de indeferimento da petição.
Art. 321 do CPC: autoriza o juiz a determinar a emenda da PI, para a correção de vícios sanáveis, no prazo de 15 dias, também sob pena de indeferimento.
IMPROCEDÊNCIA PRIMA FACIE
É o indeferimento da PI COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. O juiz, liminarmente, reconhece a improcedência do pedido e não admite sequer a citação do réu, ato que se releva desnecessário ante a macroscópica impertinência do pedido. Peculiaridades:
A decisão fica indiscutível pela COISA JULGADA MATERIAL.
A decisão é proferida SEM OUVIR O RÉU, mas a favor dele.
O contraditório fica garantido pelo efeito regressivo da apelação contra a sentença, que permite ao juiz retratar-se, após ouvir as razões do autor. Assim, por exemplo, o autor poderá demonstrar a ocorrência de algum fato que interrompeu ou suspendeu a prescrição.
Mantida a decisão, o RÉU É CITADO e a apelação sobe COM CONTRARRAZÕES do réu, que terão conteúdo muito similar ao de uma contestação, não somente por ser a primeira manifestação do réu no processo, mas também para permitir que o tribunal, se houver condições para isso, possa, dando provimento à apelação, decidir o mérito desfavoravelmente ao réu.
É diferente do indeferimento SEM EXAME DO MÉRITO, em que o recurso sobe para o tribunal SEM AS CONTRARRAZÕES do réu, que nem no processo está.
Transitada em julgado a decisão, sem a participação do réu no processo, o escrivão deverá
comunicar ao réu, por correspondência, a sua vitória, enviando-lhe cópia da PI e da decisão.
Há 3 exemplos de improcedência prima facie: em razão da prescrição ou decadência (não serão examinados agora), o julgamento imediato de causas repetitivas e a rejeição liminar dos embargos à execução manifestamente protelatórios (também não serão examinados agora).
CAUSAS REPETITIVAS  art. 332 paragrafos III e IV: quando a matéria controvertida for UNICAMENTE DE DIREITO e no juízo já houver sido proferida sentença de TOTAL IMPROCEDÊNCIA em outros CASOS IDÊNTICOS, poderá ser DISPENSADA A CITAÇÃO e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada (caput). Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 DIAS, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação . Caso seja MANTIDA A SENTENÇA, será ordenada a CITAÇÃO DO RÉU para responder ao recurso . Considerações:
Não há violação ao contraditório: é um julgamento pela improcedência, ou seja, o réu não precisa ser ouvido para sair vitorioso. Quanto ao autor, ele pode interpor apelação para mostrar que a sua situação não é idêntica à considerada. Como a apelação permite o juízo de retratação, o autor pode convencer o juiz do equívoco, não havendo afronta ao contraditório. Além disso, o juiz não é obrigado a aplicar o dispositivo, ele pode alterar seu posicionamento anterior e não repetir a decisão em novo processo.
A apelação interposta contra essa sentença também permite o JUÍZO DE RETRATAÇÃO do juiz (em 5 dias), à semelhança do que ocorre com o indeferimento da PI (prazo de 48 horas). A diferença é que se o juiz não se retratar, deverá citar o réu, para responder ao recurso, enquanto a regra geral dispensa essa citação (no indeferimento da PI, a apelação sobe para o Tribunal SEM as contrarrazões).
Henrique Moura entende que essa apelação só pode versar sobre a inexistência de semelhança do caso com o precedente. Assim, o Tribunal apenas poderia verificar se há ou não semelhança entre as causas que justifique a aplicação do art. 332. Entende que se o tribunal afastar a identidadeentre os processos, isso não interfere na interpretação a ser dada ao caso concreto, mesmo que o raciocínio caminhe na mesma direção do paradigma e culmine (mais uma vez) com a improcedência do pedido.
Como o julgamento dispensa a produção de provas (as questões de fato se provam documentalmente), o Tribunal pode, em vez de reformar a decisão, examinar o mérito e julgar procedente a demanda, sob o argumento de que o réu já apresentou defesa (contrarrazões) e a causa dispensa audiência.
O réu pode opor exceção de incompetência relativa no prazo para apresentar as contrarrazões? Didier entende que não. Primeiro, porque não adianta alegar a incompetência relativa quando a instância já se encerou, com a prolação de uma decisão que não poderá ser invalidada por esse motivo. Segundo, porque não há interesse do réu (o juízo já sentenciou a seu favor).
Transitada em julgado a decisão que indeferiu a PI com exame do mérito, deverá o escrivão comunicar ao réu o resultado desse julgamento. É o art. 241 Caput, aplicado por analogia.
Info. 524 do STJ (2013): NÃO É POSSÍVEL A APLICAÇÃO DO ART. 332 DO CPC QUANDO O ENTENDIMENTO EXPOSTO NA SENTENÇA, APESAR DE ESTAR EM CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ, DIVERGIR DO ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL DE ORIGEM. Imagine que o entendimento do juiz sobre a tese jurídica de determinada causa repetitiva é igual ao do STJ, mas contrário ao do TJ (ou TRF). Nesse caso, o juiz não poderá aplicar. A isso se dá o nome de “DUPLA CONFORMIDADE”.
	INDEFERIMENTO SEM EXAME
DO MÉRITO
	IMPROCEDÊNCIA PRIMA FACIE
	JULGAMENTO IMEDIATO DE
CAUSAS REPETITIVAS
	Todos ocorrem ANTES da citação do réu.
	O autor pode apelar e o juiz tem
15 dias para reformar sua decisão.
	O autor pode apelar e o juiz tem
15 dias para reformer sue decision.
	O autor pode apelar e o juiz tem 5
dias para reformar sua decisão.
	Se o juiz não se retratar, a apelação sobe para o Tribunal SEM AS CONTRARRAZÕES do réu, que NÃO FOI CITADO.
Se a apelação for provida, os autos descem para que o réu
seja citado e se defenda.
	Se o juiz não se retratar, o réu é CITADO e a apelação sobe COM AS CONTRARRAZÕES.
	Não há julgamento do mérito.
	Há julgamento do mérito.
	Inépcia Carência da ação
Erro de procedimento Outras hipóteses
	Prescrição ou decadência, causas repetitivas e a rejeição liminar dos embargos à execução manifestamente protelatórios.
	É espécie de improcedência prima facie. Matéria controvertida unicamente de direito, sentenças de total improcedência em casos
idênticos.
Pensar assim: se não resolve o mérito, não precisa citar o réu (sem contrarrazões). Se houver o julgamento do mérito, em respeito ao contraditório, é necessário que o réu seja citado e a apelação suba com contrarrazões. A única peculiaridade das causas repetitivas (espécie de improcedência prima facie) é que o juiz tem 5 dias para se retratar, e não 48h.
PEDIDO
O pedido é o núcleo da demanda, é a providência que se pede ao Judiciário, a pretensão material deduzida em juízo. Como um dos elementos objetivos da demanda (junto com a causa de pedir), o pedido bitola a prestação jurisdicional, que não poderá ser extra, ultra ou infra/citra petita, conforme o princípio da congruência (próximos tópicos).
Serve também como elemento de identificação da demanda, para fins de verificação da ocorrência de conexão, litispendência ou coisa julgada. É também o parâmetro para a fixação do valor da causa.
O pedido costuma ser visualizado em duas dimensões:
	PEDIDO IMEDIATO
	PEDIDO MEDIATO
	Pedido de decisão, pedido para que o juiz decida. Será SEMPRE DETERMINADO.
	É o proveito que se espera alcançar com o processo. É o que a doutrina chama de bem da vida que se espera alcançar com o processo. É a coisa, a situação jurídica nova almejada. O juiz não pode alterar o bem da vida pretendido pelo demandante (regra do princípio da
congruência).
	Mitigação: na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
	Mitigação: no processo cautelar, admite-se a fungibilidade das medidas (art. 805) e também existe a fungibilidade nas demandas possessórias (art. 920).
REQUISITOS DO PEDIDO
O pedido há de ser CERTO: deve constar expressamente na petição inicial.
Art. 322 paragrafo 1º: os pedidos são interpretados restritivamente, compreendendo-se, entretanto, no principal os juros legais.
Há casos, porém, de pedidos implícitos admitidos por força de lei: os juros legais; o ressarcimento das despesas processuais e dos honorários advocatícios; correção monetária; as prestações vincendas, que reputam-se incluídas no pedido (mesmo sem previsão expressa, art. 290 do CPC, aplicável até o término do processo); pedido de alimentos provisórios na ação de alimentos; pedido de alimentos na ação de investigação de paternidade (Didier não concorda).
O pedido há de ser DETERMINADO: o pedido deve ser delimitado em relação ao gênero e à quantidade. O art. 324 paragrafo 1º diz que “o pedido deve ser certo OU determinado”. É um erro na redação: deve ser certo E determinado.
Pedido determinado contrapõe-se ao pedido genérico, indeterminado em relação ao quantum (determinado em relação ao gênero, indeterminado em relação à quantidade). Em 3 situações se admite o pedido genérico (art. 324 paragrafo 1º):
Pedido nas ações universais: a pretensão recai sobre uma universalidade, seja ela de fato ou de direito (herança, uma biblioteca, um rebanho, um patrimônio, massa falida).
Nas ações de indenização: quando não for possível determinar, de modo definitivo, as consequências do ato ou do fato ilícito. Formula-se pedido ilíquido para poder liquidar depois, em outro momento. Embora não precise quantificar, o autor precisa especificar o prejuízo sofrido. Atenção: no dano moral, o autor deve quantificar o valor da indenização. A função do juiz é julgar se o montante requerido pelo autor é ou não devido. Só é possível a
iliquidez do pedido se o ato causador do dano puder repercutir no futuro, gerando outros danos.
Quando o autor não sabe o valor do pedido porque depende de uma conduta realizada pelo réu: é o caso da ação de prestação de contas. É preciso que, primeiro, o réu preste contas, para que, assim, o autor possa determinar o valor do pedido.
O pedido há de ser CLARO: se o pedido for obscuro, a petição é inepta (dada a oportunidade de correção).
O pedido há de ser COERENTE COM A CAUSA DE PEDIR: deve estar logicamente ligado à causa de pedir. Se o pedido não for coerente, é caso de inépcia da inicial.
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS  há cumulação de pedidos quando, em um mesmo processo, mais de um pedido for formulado. Temos um único processo com vários pedidos, temos uma cumulação de ações, um mesmo processo com mais de uma ação.
Cumulação simples  as pretensões são independentes umas das outras. Ex.: dano material + dano moral (súmula 37 do STJ).
Cumulação sucessiva  os pedidos guardam um vínculo de precedência lógica: o acolhimento de um pedido pressupõe o acolhimento do anterior, porque o primeiro pedido é prejudicial ou preliminar ao segundo. Ex.: investigação de paternidade + alimentos, juízo de rescisão + juízo de rejulgamento (ação rescisória).
Cumulação homogênea  os pedidos são formulados pela mesma pessoa.
Cumulação heterogênea  os pedidos são formulados por pessoas diferentes. É o que ocorre quando o autor formula o pedido e o réu reconvém.
Cumulação inicial  é quando o processo já nasce com pedidos cumulados (ex.: o autor, já na inicial, formula três pedidos).
Cumulação ulterior  a parte agrega novo pedido à sua demanda após a postulação inicial. Exemplos: aditamento da PI; reconvenção (aparece no meio do processo, acrescentando a ele pedido novo); a denunciação da lide feita pelo réu; a ação declaratória incidental.
Cumulação própria  é a cumulação regida pela partícula “E”. A cumulação é própria quandoTODOS PODEM SER ACOLHIDOS.
Cumulação imprópria  é regida pela partícula “OU”. Embora haja vários pedidos formulados, SÓ UM PEDIDO PODE SER ACOLHIDO. Pode ser eventual ou alternativa:
Imprópria eventual  o autor quer A, mas, se não puder A, ele quer B. O autor estabelece uma HIERARQUIA entre os pedidos e o juiz fica condicionado a essa ordem de preferência. Está previsto no art. 289: é lícito formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o anterior.
O juiz não pode analisar direito B, isso só ocorrerá se já tiver analisado e rejeitado A. Se o juiz passar direito e analisar B, a decisão será viciada (error in procedendo).
Se o juiz rejeitar A e conceder B, ainda assim, o autor poderá recorrer, pois ele estabeleceu uma ordem de preferência. A análise de B, que não foi impugnada por lhe ter sido favorável, não será devolvida ao órgão ad quem, salvo se houver recurso do réu,
9
situação em que se repetirá, na segunda instância, o julgamento da causa, nos moldes em que apresentada na primeira. Acaso seja provido o recurso, restará prejudicada a sentença na parte em que acolheu o pedido subsidiário; não o sendo, prevalece o que fora decidido na sentença (proibição do reformatio in pejus).
A sucumbência total do autor só existirá se todos os seus pedidos forem rejeitados.
Se acolhido o pedido subsidiário, não há porque falar em sucumbência parcial: como não é possível acolher mais de um pedido, se um for acolhido, o autor é vencedor exclusivo. Não pode, assim, ser condenado ao pagamento de verbas sucumbenciais. Outra solução é entender que houve pequena sucumbência do autor e fixar os honorários proporcionalmente.
Não se aplica o requisito da compatibilidade entre os pedidos, os quais jamais poderão ser acolhidos simultaneamente.
O valor da causa será o do pedido principal.
E se o pedido principal for acolhido apenas parcialmente? Presume-se que o interesse do autor estaria mais bem atendido com a total procedência do pedido subsidiário do que com a parcial procedência do pedido principal.
Imprópria alternativa  formulam-se vários pedidos para só um ser acolhido, mas NÃO ESTABELECE HIERARQUIA entre eles. O autor quer A, B ou C, tanto faz. Para conceder o pedido C, por exemplo, o juiz não tem que analisar e rejeitar previamente os pedidos A e B. Concedendo o pedido C, o autor não poderá recorrer, pois não tinha estabelecido hierarquia entre os pedidos.
A cumulação alternativa não tem previsão expressa no código. O que se diz é que se o autor pode mais (estabelecer uma hierarquia entre os pedidos), ele pode menos (não estabelecer).
O valor da causa é o do pedido de maior valor.
O acolhimento de um e a rejeição de outro também não implicam sucumbência parcial do autor.
	IMPRÓPRIO EVENTUAL
	IMPRÓPRIO ALTERNATIVO
	Há HIERARQUIA entre os pedidos.
	NÃO HÁ HIERARQUIA entre os pedidos.
	Se o juiz rejeitar A e conceder B, o autor poderá
recorrer, pois estabeleceu ordem de preferência.
	Se concedido um pedido, o autor não poderá
recorrer, pois não estabeleceu ordem.
	Art. 326 do CPC. caput
	Não tem previsão expressa.
	A sucumbência total do autor só existirá se todos os
seus pedidos forem rejeitados.
	A sucumbência total do autor só existirá se todos os
seus pedidos forem rejeitados.
	Valor da causa: pedido principal.
	Valor da causa: pedido de maior valor.
PEDIDO ALTERNATIVO  é o pedido que se refere a uma OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA, que é uma obrigação que pode ser adimplida mais de uma maneira (mais de uma prestação é apta a satisfazer a obrigação). O PEDIDO É UM SÓ (RELATIVO A UMA OBRIGAÇÃO), MAS PODE SER CUMPRIDO DE
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MAIS DE UMA MANEIRA. Art. 325 paragrafo único: o pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. O direito material permite a satisfação do direito por prestações autônomas e excludentes. Na cumulação alternativa de pedidos, há mais de um pedido formulado.
As obrigações alternativas são compostas: há previsão de mais de uma prestação como forma de extinção da obrigação. Opõem-se às obrigações cumulativas, em que se exigem do devedor várias prestações.
Atenção ao parágrafo único do art. 325: quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.
REQUISITOS DA CUMULAÇÃO DE PEDIDOS:
Competência do juízo para ambos os pedidos  se o juiz for incompetente para um dos pedidos, ele só vai examinar os pedidos para os quais ele for competente, devendo o pedido restante ser formulado na devida jurisdição.
Súmula 170 do STJ: compete ao juízo ONDE PRIMEIRO FOR INTENTADA A AÇÃO envolvendo acumulação de pedidos, TRABALHISTA E ESTATUTÁRIO, decidi-la nos limites de sua jurisdição, sem prejuízo do ajuizamento de NOVA CAUSA, com o pedido remanescente, no juízo próprio.
Se a cumulação envolver pedido para cujo processamento o juízo não tenha competência relativa, o desmembramento da PI dependerá de propositura da exceção de incompetência do réu. No entanto, se houver conexão entre os pedidos, é possível a cumulação, mesmo que
o juízo seja relativamente incompetente para processar/julgar um deles, em razão do efeito modificativo da competência que decorre da conexão (arts. 57 e 58).
Identidade de procedimento  é possível cumular pedidos desde que eles possam tramitar sob um mesmo procedimento. Se para cada pedido corresponder um procedimento diferente, será possível cumulá-los optando-se pelo procedimento ORDINÁRIO (art. 327 Caput). Situações-problema: rito especial + rito comum; ritos especiais diferentes. Nesses casos, permite-se a cumulação desde que seguindo o rito ordinário.
O problema é que há procedimentos especiais que não podem ser convertidos ao rito ordinário. Em nosso sistema vige a regra da indisponibilidade do procedimento (as partes não podem alterar a espécie procedimental prevista para determinada situação). Assim, o legislador estabelece procedimentos não obrigatórios (a parte pode escolher entre o procedimento especial e o comum) e, nesse caso, é possível a conversão em procedimento ordinário. Em contrapartida, há determinados procedimentos que são obrigatórios, normalmente quando atendem a um interesse público. A esses não se aplica a conversibilidade. Ex.: não é possível cumular o pedido de interdição com o de indenização optando pelo procedimento ordinário, porque o procedimento da interdição é impositivo.
As ações possessórias e a ação monitória são exemplos de procedimentos opcionais. Para saber se o procedimento é impositivo, deve-se analisar se o procedimento é criado para proteger o réu. Em caso positivo, então o procedimento será obrigatório.
Compatibilidade entre os pedidos  eles devem ser compatíveis entre si. Se eu formulo pedidos incompatíveis, a petição é inepta, suicida.
Lembrar que a cumulação imprópria NÃO exige compatibilidade dos pedidos e, ao contrário, pressupõe que sejam incompatíveis, razão pela qual ela é imprópria.
PEDIDO COMINATÓRIO  se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá requerer cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da sentença ou da decisão antecipatória de tutela vide (arts. 461,497,499 e 500), e arts. 536 caput paragrafo 1º e 537 caput e paragrafo 1º
O dispositivo foi alterado pela Lei 10.444/2002 com o objetivo de adequá-lo ao novo regramento da tutela jurisdicional das obrigações de FAZER, NÃO FAZER e de ENTREGAR COISA, as quais deverão ser efetivadas na forma específica. Foi um aperfeiçoamento técnico que não teve maiores repercussões na prática.
A tutela das obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa não mais se efetiva por sentença condenatória, que pressupõe o processo de execução posterior. Tais obrigações são efetivadas ou por provimentos mandamentais (efetivação porcoerção indireta) ou por provimentos executivos (efetivação por coerção direta, execução por sub-rogação). A técnica condenatória deixou de existir e nem mesmo o direito à prestação pecuniária está submetido a ela.
PEDIDO RELATIVO A OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL  na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá a sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito (art. 328 caput). Nesse caso, há uma pluralidade de credores em torno de um objeto indivisível e só um vai a juízo (ou uns). Entende-se obrigação indivisível aquela cuja prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico (art. 258 do CC). São obrigações cuja prestação só se pode cumprir por inteiro.
Quando há pluralidade de credores de obrigação indivisível, poderá cada um destes exigir a dívida inteira (art. 260 do CC). Se apenas um dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele a parte que lhe caiba no total (art. 261 do CC). E aquele credor que não participou do processo, para levantar o seu quinhão, deverá arcar, proporcionalmente, com as despesas processuais de cobrança do crédito (inclusive honorários advocatícios).
PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA
Art. 492 caput: É DEFESO AO JUIZ PROFERIR SENTENÇA, A FAVOR DO AUTOR, DE NATUREZA DIVERSA DA PEDIDA, BEM COMO CONDENAR O RÉU EM QUANTIDADE SUPERIOR OU EM OBJETO DIVERSO DO QUE LHE FOI DEMANDADO.
Art. 141 caput: O JUIZ DECIDIRÁ A LIDE NOS LIMITES EM QUE FOI PROPOSTA, SENDO-LHE DEFESO CONHECER DE QUESTÕES, NÃO SUSCITADAS, A CUJO RESPEITO A LEI EXIGE A INICIATIVA DA PARTE.
O princípio da congruência fundamenta-se na inércia da jurisdição e no contraditório. A inércia da jurisdição determina que o juízo só se movimenta quando provocado pelo interessado, sendo que essa movimentação ocorre nos estritos limites do pedido e causa de pedir elaborados pelo autor, bem como se limita aos sujeitos processuais. Por outro lado, o réu limita sua defesa tomando por base a pretensão do autor, não havendo sentido defender-se de pedido não elaborado, causa de
pedir não narrada na petição inicial, ou contra sujeito que não participa do processo. Uma decisão proferida fora desses limites surpreenderá o réu, o que não se pode admitir em respeito ao princípio do contraditório.
Nem toda decisão proferida sem a observação do princípio da congruência é nula. Exceções:
Nos pedidos implícitos, é admitido ao juiz conceder o que não tenha sido expressamente pedido pelo autor;
A fungibilidade permite ao juiz que conceda tutela diferente da que foi pedida pelo autor, verificando-se nas ações possessórias e nas ações cautelares.
Nas demandas que tenham como objeto uma prestação de fazer e/ou não fazer, o juiz pode conceder tutela diversa da pedida pelo autor, desde que com isso gere um resultado prático equivalente ao do adimplemento da obrigação (art. 461, caput).
Na inconstitucionalidade por consequência, arrastamento ou atração, o STF admite a declaração de inconstitucionalidade de uma norma não impugnada na ação judicial em razão de sua interdependência.
Como decorrência do princípio da congruência, a sentença não poderá ser extra, ultra ou citra petita.
SENTENÇA EXTRA PETITA  o pedido deve ser CERTO. A sentença que não respeita à certeza do pedido é uma sentença extra petita, ou seja, que CONCEDE ALGO DIFERENTE DO QUE FOI PEDIDO.
Não é extra petita a sentença que concede em ACP ambiental proteção de área mais extensa que a constante na petição inicial, bem como aquela que determina medidas não pedidas pelo autor (STJ).
O juiz não pode conceder o pedido com fundamento em causa de pedir não narrada pelo autor
(sentença extra causa petendi).
Lembrar que o processo objetivo tem causa de pedir aberta, assim, inexiste sentença extra causa petendi, pois o Tribunal tem liberdade para analisar qualquer causa de pedir, ainda que não alegada.
Quanto às partes, a sentença que vincula pessoa estranha ao processo, que dele não tenha participado é extra petita.
Cabe APELAÇÃO contra a sentença extra petita, com pedido de anulação da sentença fundada no error in procedendo. Provida a apelação, o processo retorna ao 1º grau para a prolação de nova sentença. Há quem defensa a aplicação, por analogia, da teoria da causa madura (art. 492 caput), que permitiria ao Tribunal julgar imediatamente o mérito após a anulação da sentença.
Após o trânsito em julgado, cabe AÇÃO RESCISÓRIA, com fundamento no art. 492 caput (ofensa a dispositivo literal de lei, no caso, o art. 492 caput).
SENTENÇA ULTRA PETITA  o pedido deve ser DETERMINADO. Na sentença ultra petita, o juiz concede ao autor o bem de vida pretendido, mas EXTRAPOLA A QUANTIDADE indicada pelo autor.
No pedido genérico não há sentença ultra petita (não determinação do pedido).
Não existe sentença ultra petita no tocante à causa de pedir. A prolação de sentença fundada em causa de pedir diversa da narrada pelo autor é extra causa petendi, como visto.
Quanto às partes, será ultra petita a sentença que vincular à decisão sujeito que não participa do processo, além dos sujeitos processuais.
Cabe APELAÇÃO contra a sentença ultra petita, mas somente a parte excedente será anulada.
Após o trânsito em julgado, cabe AÇÃO RESCISÓRIA, com fundamento no art. 960 inciso V (ofensa a dispositivo literal de lei, no caso, o art. 492 caput). Será rescindida apenas a parte excedente da decisão.
SENTENÇA CITRA/INFRA PETITA  a sentença fica AQUÉM DO PEDIDO DO AUTOR OU DEIXA DE ENFRENTAR E DECIDIR CAUSA DE PEDIR OU ALEGAÇÃO DE DEFESA APRESENTADA PELO RÉU.
No aspecto subjetivo, é citra petita a decisão que NÃO RESOLVE A DEMANDA PARA TODOS OS SUJEITOS.
Ocorre na cumulação de pedidos. Na simples, o juiz deve enfrentar e decidir todos os pedidos, que são autônomos entre si. Na sucessiva, a improcedência do pedido anterior dispensa o juiz de decidir o posterior, que restará prejudicado. Na subsidiária, o acolhimento do pedido anterior impede o julgamento do pedido posterior, que restará prejudicado. Na alternativa, a concessão de qualquer um dos pedidos torna os demais prejudicados, o que dispensa decisão a seu respeito.
A parte pode interpor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (houve OMISSÃO na sentença) ou APELAÇÃO.
Estando o processo pronto para imediato julgamento, as causas de pedir e/ou os fundamentos de defesa não analisados serão apreciados pelo Tribunal em razão da profundidade do efeito devolutivo.
Para o STJ, o vício gerado por decisão citra petita leva à anulação da decisão para que outra seja proferida em seu lugar.
O cabimento da ação rescisória depende da espécie de omissão no caso concreto. Na ausência de decisão sobre pedido expressamente formulado pelo autor, nada obsta a propositura de nova demanda vinculando o pedido não analisado. Como somente o dispositivo faz coisa julgada material e o pedido não resolvido naturalmente não estará no dispositivo, nada obsta a repropositura. O mesmo se aplica à causa de pedir não enfrentada. Assim, nesses casos, não cabe ação rescisória porque falta ao autor o interesse de agir. O STJ, contudo, entende que é cabível a ação rescisória.
Se a omissão for quanto aos fundamentos de defesa, considerando-se que o réu não tem o direito de ação, é cabível a ação rescisória.
DESPACHO DA PETIÇÃO INICIAL
Art. 334 caput: estando em termos a PI, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor.
TEORIA DA CAUSA MADURA
 
Art. 492 caput Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento.
É uma hipótese excepcional em que o tribunal, na apelação, pode apreciar diretamente o méritoda causa, mesmo que o processo tenha sido extinto em 1ª instância sem resolução do mérito.
É uma hipótese excepcional. Em regra, não pode ser aplicada.
A regra é que, no provimento de apelação contra decisão que julgou o processo sem resolução do mérito, o tribunal deve anular essa sentença (por error in procedendo) e mandar o processo seguir em 1º instância para a instrução probatória e a posterior resolução do mérito.
Mas, excepcionalmente, é possível que o tribunal anule a sentença e ingresse diretamente no mérito da causa. Isso tem que ser excepcional, pois violaria o direito ao duplo grau de jurisdição, em uma clara supressão de instância.
E isso pode ocorrer quando a causa já estiver “madura” para ter o mérito julgado de imediato. Mas para tanto, é preciso que sejam preenchidos os requisitos do art.492 caput:
- A causa deve versar exclusivamente sobre questão de direito.
- A causa deve estar em condições de imediato julgamento (Ex: já teve toda a instrução probatória, as provas já foram produzidas).
- A sentença apelada não resolveu o mérito.

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