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Plano de Aula: O Direito no Brasil do Pós-Guerra HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CCJ0256 Título O Direito no Brasil do Pós-Guerra Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 11 Tema A volta à democracia no Pós-Guerra Objetivos O aluno deverá ser capaz de: Analisar os termos constitucionais da Carta de 1946 como base jurídico -política para superação do regime ditatorial e reorganização do regime democrático de direito; Compreender os fatores internos e externos que, no âmbito da Carta de 1946, contribuíram para que o segundo governo Vargas adotasse uma visão nacionalista; Entender o que significou, no âmbito da Carta de 1946, a política desenvolvimentista implementada no chamado período JK; Identificar a crise política gerada pela renúncia de Jânio Quadros como ponto crucial para o Golpe Militar de 1964. Estrutura do Conteúdo Para esta aula você deverá ler, previamente, o conteúdo do Capítulo 7, entre as páginas 160 e 170 (anterior ao ponto João Goulart e o Golpe militar de 1964) do Livro Didático de História do Direito Brasileiro e na Aula 3 online (História da República Brasileira: Da política dos governadores aos governos populistas), ministrada pelo Professor Rodrigo Rainha. Serão abordados os seguintes tópicos: A Constituição Democrática de 1946. A nova Carta assume-se como democrática apresentando como principais características, as seguintes: - o bicameralismo é reinstituído e os poderes são reequilibrados; - há o reestabelecimento do cargo de Vice-Presidente da República; - é estabelecido o mandato presidencial de cinco anos (quinquenal); - é prevista a proteção da propriedade privada e do latifúndio; - é garantido o direito à greve e à livre associação sindical; - é assegurada a liberdade de expressão e opinião; (re)constitucionaliza o mandado de segurança para proteger direito líquido e certo não amparado por habeas corpus e a ação popular e passa a haver previsão de desapropriação por interesse social. O segundo Governo de Getúlio Vargas. Eleito presidente da República em 1950, retornou ao poder pelas vias democráticas, permanecendo fiel a uma política nacionalista, cuja consequência mais evidente foi a criação da Petrobrás. No ano de 1954, o clima político é extremamente tenso, sendo forte a oposição de parte da imprensa e dos militares que consideravam que seu governo começou a se alinhar a posições esquerdistas. Concomitantemente, a situação econômica ruim diminuía -lhe o apoio popular, com que sempre contara. O atentado a Carlos Lacerda tornou insustentável sua situação, com grande a pressão para sua renúncia. Porém, Vargas suicidou-se e passou a ser considerado uma das figuras míticas da política nacional. O governo JK e a linha desenvolvimentista. A política econômica desenvolvimentista de Juscelino marcou época no país. Se por um lado a entrada de multinacionais gerou emprego e desenvolvimento, por outro lado deixou nosso país mais dependente do capital externo. O investimento na industrialização deixou de lado a zona rural o que acelerou o processo de inversão na ocupação do país. O Brasil ganhou uma nova capital, Brasília, o que contribuiu para que ocorresse grande desenvolvimento na região centro - oeste. Todavia, a dívida externa contraída para a realização do projeto aumentou significativamente no período, repercutindo na economia. O curto Governo Jânio Quadros e o começo do golpe. Considerado um dos grandes representantes do populismo, em seu brevíssimo mandato, Jânio Quadros buscou agir de forma firme contra a inflação e contra os maus resultados da burocracia. Criticou de forma enfática o governo de Kubitschek responsabilizando-o pela inflação, pela má administração pública, bem como pela grande dívida externa que o país contraíra. Tornou-se polêmico pela política internacional assumida (aproximação com Cuba) e pelos factoides criados em torno de temas desimportantes como a proibição de uso de lança -perfume, o uso de biquíni em concursos de miss transmitidos pela televisão e ainda pelas brigas de galo. Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou ao poder. Ainda ho je se especula se tal renúncia não seria apenas um tipo de jogo de cena para que o Parlamento lhe oferecesse liberdade governamental ampla, além do apoio do exército brasileiro, que nunca chegaram. Fato é que o vácuo político deixado contribuiu para um dos períodos mais negros da história do país. Aplicação Prática Teórica Em comparação com as constituições anteriores, A Constituição de 1946 possibilitou a heterogeneidade político-ideológica com o pluripartidarismo, sendo que mesmo seu texto já foi escrito por deputados e senadores eleitos por nove diferentes partidos, ou seja, representativos de todo o espectro político e donos de diferentes trajetórias políticas até aquele momento. Além disso, a Carta de 1946 trouxe algumas características importantes no âmbito político-eleitoral, tanto em relação à eleição do Presidente e Vice- presidente, como em relação ao voto feminino. Agora, veja a charge abaixo e, depois responda as perguntas que seguem: Nesse sentido: a) No que se refere aos direitos eleitorais da mulher, quais as diretrizes seguidas pela Constituição de 1946 que a distinguem das Cartas anteriores? b) Sabe-se que a nossa atual Constituição (1988) exige que os candidatos a Presidente e Vice-Presidente se elejam por uma mesma chapa. Como foi tratato esse tema na Constituição de 1946? c) Que crítica está sendo formulada pelo cartunista, na charge acima, mais precisamente no que se refere à forma como os políticos brasileiros se posicionam em face do sistema pluripartidarista?
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