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EA D Aplicação dos Esportes Não Convencionais 2 1. OBJETIVOS • Conhecer alguns exemplos de esportes não convencio- nais. • Identificar e saber pesquisar a origem e as principais re- gras dos esportes não convencionais. • Perceber as possibilidades de viabilizar os esportes não convencionais nos ciclos da escolarização. 2. CONTEÚDOS • Contexto histórico, organização e sistematização dos es- portes não convencionais. • Sugestões de viabilização de atividades relacionadas aos esportes não convencionais na Educação Básica. © Esportes Não Convencionais38 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Sempre que você tiver alguma dúvida sobre os conceitos que utilizamos para a exemplificação dos esportes não convencionais, consulte o Glossário. 2) Tenha sempre à mão um caderno de anotações para co- locar dúvidas e ideias que forem surgindo conforme o desenvolvimento deste estudo. 3) Antes de iniciar os estudos desta unidade, pode ser inte- ressante você ampliar seu repertório de conhecimento sobre os esportes não convencionais. Para saber mais, acesse os sites indicados a seguir: • PORTAL SÃO FRANCISCO. Esportes. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/canal- esportes>. Acesso em: 31 ago. 2011. • Apresenta a história, as regras, os equipamentos e as curiosidades de diversas modalidades esportivas, in- cluindo os esportes radicais e os de inverno. • PARANÁ (Estado). Secretaria da Educação. Portal Dia a dia Educação. Educação física. Disponível em: <http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modu- les/conteudo/conteudo.php?conteudo=159>. Acesso em: 31 ago. 2011. • A seção "Esportes" divulga textos sobre o surgimento histórico e as regras de vários esportes. Além disso, disponibiliza links para reportagens em áudio e víde- os da TV multimídia de diversas modalidades, inclusi- ve dos esportes de inverno. 4) Nesta unidade, também falaremos de alguns esportes radicais. Para saber mais sobre eles e, assim, ampliar ainda mais seus conhecimentos, consulte estes sites: • A página Ciência do skate, que contém referências de estudos sobre o elemento da cultura corporal. Dispo- 39 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais nível em: <http://www.cienciadoskate.com/referen- cias.htm>. Acesso em: 31 ago. 2011. • A página do Centro de Referência em Educação Mário Covas, especialmente a seção "Reflexão" – esportes radicais −, que traz links de sites sobre esportes em terra (skate, montanhismo), esportes na água (surfe, rafting) e esportes no ar (asa delta, paraquedismo). Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ ref_l.php?t=003>. Acesso em: 31 ago. 2011. • A página da Associação Brasileira de Parkour, que con- ta brevemente a origem do parkour e divulga eventos relacionados a essa prática. Disponível em: <http:// www.abpk.org.br>. Acesso em: 31 ago. 2011. 5) No decorrer do estudo desta unidade, abordaremos as regras do tênis. O Departamento de Arbitragem da Con- federação Brasileira de Tênis traz todas as regras oficiais descritas (regras de 1 a 4: quadra, instalações perma- nentes da quadra, bola e raquete; e regras de 5 a 30: re- gras do jogo). Para consultá-las e, assim, enriquecer seu conhecimento, consulte o site disponível em: <http://cb- tenis.uol.com.br/Arquivos/Download/Upload/55.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2011. 6) Finalmente, há algumas sugestões de filmes para as mo- dalidades destacadas nesta unidade: a) Sobre tênis: Wimbledom − o jogo do amor. b) Peter Colt é um tenista que ocupa uma posição mui- to baixa no ranking mundial de tenistas. Sem pos- suir ranking suficiente para participar do torneio de Wimbledon, ele recebe um convite dos organi- zadores para que possa disputar e tem sua última chance de vencer um torneio na tradicional quadra de Wimbledon. Porém, após se apaixonar por Lizzie Bradbury, a mais nova estrela do tênis feminino, Colt ganha novo fôlego para disputar o título da compe- tição. © Esportes Não Convencionais40 c) Sobre futebol americano: Golpe baixo. d) Paul Crewe é um ex-astro do futebol americano que, após ser flagrado dirigindo bêbado, vai para a pe- nitenciária Allenville, uma das prisões mais severas do país. Ao chegar, tem uma surpresa: o diretor do presídio, Arden Hazen, pede-lhe que monte um time de prisioneiros para disputar uma partida de futebol americano com os guardas da prisão. e) Sobre futebol americano: Um sonho possível. f) Um adolescente sobrevive sozinho, vivendo como um sem-teto, quando é encontrado na rua por Lei- gh Anne Tuohy. Vivendo no novo ambiente, o ado- lescente tem de encarar outros desafios. À medida que a família ajuda Michael a desenvolver todo o seu potencial, tanto no campo de futebol america- no quanto fora dele, a presença de Michael na vida da família Tuohy conduz todos por uma jornada de autodescoberta. g) Sobre rúgbi: Invictus. h) O filme Invictus acompanha o período em que Nel- son Mandela (Morgan Freeman) sai da prisão (em 1990) e se torna presidente (em 1994). Na tentativa de diminuir a segregação racial na África do Sul, o rúgbi é utilizado para tentar amenizar o fosso entre negros e brancos, fomentado por quase 40 anos. O jogador Francois Pienaar (Matt Damon) é o principal nome. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Na unidade anterior, você conheceu nossa definição de es- portes não convencionais e percebeu sua importância na Educa- ção Física escolar. Agora, você deve estar se questionando: "será que é possível o ensino desses esportes na Educação Física escolar?", "como lidar com a falta de espaços adequados e a escassez de materiais que ocorrem na maioria das escolas brasileiras?". 41 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais Como você verá, há uma série de esportes não convencio- nais que pode ser abordada na Educação Física escolar. O desafio, agora, será pensar em como organizar e sistema- tizar tais conteúdos. Para isso, veremos exemplos de esportes não convencionais que podem ser abordados nas aulas de Educação Física. Abordaremos o contexto histórico de sua origem, suas prin- cipais regras e, finalmente, estratégias para aplicá-los nas aulas. 5. COMO ENSINAR ESPORTES NÃO CONVENCIONAIS NA ESCOLA Várias propostas curriculares trazem o esporte como conteú- do da Educação Física. Entretanto, poucas contemplam os esportes não convencionais. Dentre elas, está a Proposta Pedagógica Curri- cular do estado de São Paulo (2008), que aborda temas como o flagbol, os esportes radicais e o tchoukball. Como definimos ante- riormente, os esportes não convencionais são aqueles desconheci- dos no Brasil por falta de divulgação pelas mídias ou por não terem sido vivenciados pela maioria da população, incluindo os esportes radicais e os populares em outros países. Nesta unidade, veremos alguns exemplos de esportes não convencionais como possibilidades de ensino na Educação Física. Para tanto, selecionamos: 1) um esporte não vivenciado pela maioria dos alunos: tê- nis; 2) dois esportes não veiculados pela mídia: corfebol e sho- wbol; 3) quatro esportes tradicionais em outros países: rúgbi, fu- tebol americano, flagbol e beisebol; 4) três esportes radicais: X-games, B3 e parkour. Começaremos nossos estudos abordando o tênis, um espor- te que, apesar de ser conhecido, não é vivenciado pela maioria dos alunos. Acompanhe o tópico seguinte. © Esportes Não Convencionais42 Esporte não vivenciado pela maioria dos alunos: tênis A PPC-EF (SÃO PAULO, 2008) trata do tênis no Ensino Médio como uma das modalidadesesportivas desconhecidas dos alunos ao considerar fatores importantes para a apreciação do espetáculo esportivo, como a compreensão do jogo, a proximidade com os implementos e espaços necessários, a importância de técnicas e táticas no desempenho esportivo e a sua inserção e aderência no cotidiano das aulas de Educação Física. Segundo os autores da PPC-EF, o tema permite a associação e a compreensão de outras modalidades individuais que apresen- tam algumas semelhanças, como o tênis de mesa, o badminton, o squash, o frescobol e o tamboréu. O tênis requer espaço físico e objetos específicos para ser praticado, e os autores apontam que a maioria dos espaços disponíveis é privada, e os acessórios, de alto custo, impossibilitando o acesso de parcela significativa da popula- ção. Entretanto, eles acrescentam que a inserção do tênis nas au- las de Educação Física poderá contribuir para o processo de tran- sição entre diferentes camadas socioeconômicas, como ocorreu com o futebol. O domínio de determinado gesto e a compreensão de algumas técnicas e táticas podem ser apreendidos à medida que forem oportunizadas diferentes situações dessa modalidade esportiva. Além disso, propiciar aos alunos do Ensino Médio o conhe- cimento de várias modalidades esportivas é fundamental, por ser uma etapa na qual os alunos fazem suas escolhas individuais e por permitir a eles apreciar, identificar, analisar, compreender e criti- car o espetáculo esportivo. De acordo com Pinto e Cunha (1998), alguns fatos históricos acabaram por rotular o tênis como um esporte de elite; em virtude disso, eles apresentam um trabalho que tenta minimizar tal situ- ação ao buscar viabilizar o tênis na escola, onde sua prática pode ser massificada e levada a todas as camadas sociais. Veja, a seguir, o processo histórico do tênis. 43 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais A origem do tênis a partir de jeu de paume ––––––––––––––– Há muitas teorias para o surgimento do tênis, mas há um consenso de que a França estabeleceu as bases reais do jogo com o surgimento do "jeu de paume" (jogo da palma), no final do século XII e início do XIII. No tênis primitivo as raquetes não eram empregadas. Os jogadores usavam as mãos nuas e depois optaram por usar luvas. No século XIV, já havia jogadores que usavam um utensílio de madeira em forma de pá, conhecido como "battoir" e que mais tarde recebeu um cabo e também as cordas trançadas. [...]. Com o tempo, o tênis deixou de ser jogado com a bola contra o muro, passando a ser praticado em um retângulo dividido ao meio por uma corda. Surgiu, assim, o "longue-paume", que permitia a participação de até seis jogadores de cada lado. Mais tarde apareceu o "court-paume", jogo similar, disputado em recinto fechado, mas de técnica mais complexa e exigindo uma superfície menor para sua prática. Muitos reis da França tinham no "jeu de paume" sua principal diversão, chegando a ponto de o rei Luís XI decretar "que a bola de tênis teria uma fabricação espe- cífica: com um couro especialmente escolhido, contendo chumaço de lã compri- mida, proibindo o enchimento com areia, giz, cal, cinza, terra ou qualquer espécie de musgo". Para se ter uma idéia do crescimento do esporte na França, o rei Luís XII (1498 a 1515) pediu a um francês de nome Guy Forbert para codificar as primeiras regras e regulamentos e fez construir em Órleans, cidade onde tinha o seu palácio, nada menos que 40 quadras. Em plena "Guerra dos Cem Anos", o rei Carlos V condenou o "jeu de paume", declarando que "todo jogo que não contribua para o ofício das armas será eli- minado". Com tal proibição, lembrando que o jogo era praticado até aos domin- gos, pode-se deduzir que o novo esporte alcançou uma grande popularidade na França. Com a Revolução Francesa, as Guerras Napoleônicas, o esporte praticamente desapareceu junto com a destruição das quadras. No século XIX, um jogador J. Edmond Barre, que se sagrou campeão da França em 1829 e conservou o título por 33 anos, até 1862 (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TÊNIS, 2011). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Uma vez estudada a origem do tênis, no tópico seguinte, dando continuidade em nossos estudos, apresentaremos algumas orientações para trabalhar essa modalidade na Educação Física es- colar. Orientações para a Educação Física escolar Consoante Pinto e Cunha (1998), o tênis no âmbito escolar deve ter uma série de características diferenciadas do esporte, pois ele deve buscar o lúdico e o desenvolvimento geral da criança, além de prevalecerem os aspectos de cooperação e socialização, característicos do Ensino Fundamental (Figura 1). © Esportes Não Convencionais44 Figura 1 Tênis na escola. Os autores acrescentam a precariedade de recursos nas es- colas, principalmente as rurais, municipais e estaduais, que nem sempre são dotadas de grandes espaços para as aulas de Educa- ção Física; estes, quando existem, são diminutos e irregulares, não sendo específicos a todas as atividades. Para os autores, nesses ambientes, o improviso e a criatividade fazem parte do dia a dia das aulas de Educação Física; é com esse espírito que eles apresen- tam algumas alternativas para a iniciação ao tênis escolar, as quais apresentamos a seguir: 1) Sugestões de formato para as miniquadras: recomen- da-se não usar espaços muito reduzidos, pois isso pode atrapalhar a movimentação inerente ao esporte, des- caracterizando-o e afastando-o dos objetivos a curto e longo prazos. 2) Sugestões de materiais: outro estigma usado para ex- cluir muitas crianças da prática do tênis é o de que ele é um esporte muito caro por causa do custo das raquetes e das bolas oficiais, mas é sabido que, hoje em dia, o preço desses materiais já é do alcance de boa parcela da população, com raquetes chegando a custar a meta- 45 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais de do preço de calçados. Para desfazer qualquer tipo de dúvida ou barreira para a prática do tênis escolar, serão propostos diversos materiais alternativos: • raquete: pode ser fabricada em madeira (cedro, por ser resistente e leve), devendo ter o diâmetro de 12cm a 15cm e o comprimento da cabeça entre 15cm e 20cm (forma elíptica); o comprimento total da raquete (cabeça mais cabo) não deve ultrapassar 35cm; • bola: não precisa ser necessariamente a oficial, que tem um custo mais elevado; pode ser qualquer tipo de bola que pique e seja de circunferência semelhan- te à de uma bola oficial. Deve-se evitar bolas que pi- quem muito rápido e preferir bolas mais lentas que as oficiais. O mercado possui essas bolas a custos bem reduzidos; • rede (divisória da quadra): outro material que nem sempre é de fácil manejo e tem um preço relativa- mente caro. Ela pode ser facilmente substituída por cordas de náilon, elásticos, barbantes etc. amarrados em cadeiras ou mesas. A altura da rede não deve ul- trapassar 80cm do solo. Outra sugestão é aproveitar toda a extensão da área e, com o auxílio de dois mi- nipostes de madeira ou bambu fixos no chão ou piso, amarrar uma grande cordinha de náilon e criar tantas miniquadras quantas forem possíveis. Aliás, amarrar algumas fitinhas de plástico na cordinha facilita a vi- sualização. Pinto e Cunha (1998) apresentam sugestões de outros auto- res de atividades para a iniciação ao tênis na escola, as quais serão sintetizadas a seguir: 1) Explorar a manipulação dos implementos (raquete e bo- linha). Por exemplo: lançar a bolinha para o alto, quicá-la com a raquete e arremessá-la para um colega. © Esportes Não Convencionais46 2) Combinar os movimentos manipulativos com equilíbrio e locomoção. Por exemplo: equilibrar a bolana raquete e locomover-se, transferi-la para um colega (Figura 2). Também podem ser propostos jogos, como pega-pega equilibrando a bola na raquete ou uma gincana em que as crianças devem acertar a bola num alvo, arremessan- do-a ou rebatendo-a. 3) Exercícios em que o aluno deverá rebater a bola lançada por um colega ou pelo professor (Figura 2). 4) Jogos utilizando diversos formatos de miniquadras, como, por exemplo, dividir a quadra em quadrantes, em duas partes. Fonte: Pinto e Cunha (1998, p. 31). Figura 2 Sugestões de atividades para a iniciação do tênis na escola. Os autores ressaltam que as sugestões de exercícios e mini- jogos deverão servir de base para que os professores de Educação Física criem novas opções para um bom aproveitamento do tênis como atividade nas aulas, contribuindo para o maior enriqueci- mento do acervo motor da criança. Aos poucos, os jogos deverão aproximar-se da realidade, principalmente quanto às regras, o que contribuirá com o maior envolvimento na atividade. A seguir, a fim de que você se familiarize com as regras do tênis, apresentamos um quadro com a organização desse esporte. Acompanhe. Organização do tênis – regras –––––––––––––––––––––––––– O tênis é jogado numa quadra dividida por uma rede, e cada jogador ou dupla de jogadores fica de um dos lados da quadra. O objetivo do jogo é marcar pontos, que ocorrem: • quando o adversário sacar na rede ou fora da zona de saque do adversário (nas duas tentativas de saque); 47 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais • quando deixar a bola quicar por duas vezes seguidas na sua metade da qua- dra; • quando devolver a bola na rede; • quando devolver a bola fora dos limites determinados pelas linhas da quadra adversária; • quando a bola de saque ou golpe não for devolvida pelo adversário. Para melhor compreensão do tênis, é importante você saber disto: 1) Set: é a divisão de uma partida de tênis, sendo composta por vários games. Em geral, um set é finalizado com seis games vencidos por um dos lados, com diferença mínima de dois games. Havendo empate em 5-5, o set conti- nuará até um desempate em 7-5. Empates com 6-6 serão decididos por tie- breaker, vencido por quem primeiro fizer sete pontos corridos. Uma partida é, normalmente, decidida pelo melhor de três sets. Os grandes torneios (Grand Slam) são decididos pelo melhor de cinco sets. 2) Game: etapa do set definida a favor de quem primeiro completar quatro pon- tos, mantendo-se o mesmo sacador até seu final, visto que seis games de um mesmo jogador definem o set. 3) Tiebreaker: game de desempate ao final do set (6-6), no qual cada saque bom vale um ponto. O primeiro jogador sacará no 1º, 4º e 5º pontos. O segun- do sacará no 2º, 3º, 6º e 7º pontos, e assim sucessivamente. Vence o game quem primeiro acumular sete pontos. 4) Contagem de pontos: um game é decidido em quatro pontos, na seguinte ordem: 1º ponto = 15, 2º ponto = 30, 3º ponto = 40, 4º ponto = game. Empates em 40/40 serão decididos quando um dos jogadores fizer dois pontos seguidos. 5) Saque (Figura 3): o sacador tem sempre duas chances para acertar seu ser- viço. O game inicia-se com um saque da metade direita da quadra em direção à metade oposta, no sentido diagonal. Na sequência do game, os saques irão alternar-se nos lados esquerdo e direito, na mesma metade da quadra. Não é permitido pisar na linha ao sacar; caso isso ocorra, é considerado falta (foot fault). Fonte: Siqueira (1991, p. 55). Figura 3 Saque do tênis. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– © Esportes Não Convencionais48 Na PPC-EF (SÃO PAULO, 2008), uma das atividades sugeridas pretende verificar o que os alunos já conhecem em relação ao tênis, de acordo com as informações advindas, principalmente, da mídia, além de apresentar aspectos históricos da modalidade e elaborar diferentes situações do jogo, com noções de regras e construção de materiais adaptados. Para tal, as estratégias propostas são: 1) Debates sobre o tênis, nos quais os alunos serão ques- tionados a respeito da sua criação. Pode-se solicitar que eles criem e encenem, em grupos, uma história para o surgimento do tênis, com base apenas na imaginação. 2) Vivência de movimentos relacionados ao tênis, como rebater uma bola, com implementos trazidos de casa (tampa de panela, chinelo, taco etc.). 3) Montagem de uma miniquadra com cordas e proposição de um jogo cujo objetivo é rebater a bola em direção ao colega do outro lado da corda, trocando o maior número de passes sem errar (rally). A rebatida poderá ser reali- zada com as próprias mãos, como nos antigos "jogos de palma" (jeu de paume), ou com materiais trazidos pelos próprios alunos. Outra possibilidade é que os alunos jo- guem contra si mesmos, ou seja, rebatam a bola contra uma parede, e, quando ela voltar, permitam que ela qui- que uma vez no chão, a fim de validar a jogada para um novo rebote. 4) Construção de uma raquete com canudos com folhas de jornal agrupadas para moldar uma raquete ou com ara- me de cabide e meia-calça de náilon (Figura 4). Figura 4 Raquete construída de arame e meia-calça de náilon. 49 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais 5) Realização de minijogos com regras criadas pelos alu- nos. Por exemplo: a bola pode quicar quantas vezes no campo do adversário? Os pontos serão corridos como no voleibol ou retomam a vantagem em cada bola recu- perada? A outra atividade presente na PPC-EF tem como foco a apre- ciação de uma partida de tênis. Para tanto, é sugerida uma análise dos movimentos dos jogadores em um trecho ou uma sequência de golpes de uma partida de tênis gravada em DVD. Na proposta, também há a situação avaliadora, em que é solicitada aos alunos a elaboração de um jogo de perguntas e res- postas a partir de uma pesquisa sobre os seguintes temas: desen- volvimento do tênis no Brasil e no estado de São Paulo, principais tenistas brasileiros, principais torneios de tênis realizados no Brasil e no mundo, nomes dos golpes associados às diferentes técnicas e táticas e tipos de quadras para praticar o tênis. Como visto, há exemplos de atividades que abordam o tê- nis que podem ser desenvolvidas tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. O objetivo deste tópico não foi esgotar o tema, mas mostrar possibilidades que, com a sua criatividade, poderão ser ampliadas, aprofundadas e aperfeiçoadas. Reflita so- bre outras estratégias para o ensino do tênis e não se esqueça de anotá-las! A seguir, daremos continuidade aos nossos estudos, falando dos esportes que não são veiculados pelas mídias. Esportes não veiculados pela mídia: corfebol O corfebol é um dos esportes não veiculados pela mídia que abordaremos. O Brasil é um dos 57 países integrantes da Interna- tional Korfball Federation, e seu representante desde 1998 é Mar- celo Soares, atual técnico da seleção brasileira. Segundo a Federação Portuguesa de Corfebol, a modalida- de, que surgiu na Holanda em 1902, foi inventada por Nico Bro- © Esportes Não Convencionais50 ekhuyesen, que se inspirou num jogo sueco denominado ringball. O corfebol teve uma boa aceitação e expansão logo após a sua apresentação, e, em 1903, constituiu-se a Associação Holandesa de Corfebol. Nos anos seguintes, a atividade desenvolveu-se es- sencialmente na Holanda, com o público mais jovem, vindo pro- gressivamente a aumentar a sua popularidade e o número de praticantes, que, atualmente, é de cerca de 100 mil na Holanda. Em 1920, foi apresentada como modalidade de demonstração nos Jogos Olímpicos. Oito anos mais tarde, em 1928, foi novamente modalidade de demonstração nos Jogos Olímpicosde Amsterdã. Em 1933, a modalidade sofreu um novo impulso com a criação da International Korfball Federation. Após a Segunda Guerra Mun- dial, iniciou-se o processo de divulgação para o mundo, começan- do pela Grã-Bretanha, Dinamarca, Alemanha, Espanha, Estados Unidos e Austrália. O número de países praticantes tem aumenta- do progressivamente; atualmente, os países de língua portuguesa que praticam corfebol são Portugal e Brasil. As principais regras sintetizadas do documento da Federa- ção Portuguesa de Corfebol serão apresentadas a seguir: –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– As dimensões da área de jogo são de 40 × 20 m e está dividida em duas zonas iguais por uma linha paralela à linha de fundo (sentido da largura). O local deve ter, preferencialmente, 9 m de altura, mas poderá ter, no mínimo, 7 m. As marcas de penalidade devem ser indicadas à frente do poste no eixo longitudinal e no sentido do centro da quadra. A extremidade da marca mais afas- tada deve estar a 2,50 m do poste. Os postes são fixados perpendicularmente no chão da área do jogo e é circundada por uma área em que nenhum jogador pode estar durante a marcação de um livre. Os postes são colocados em cada uma das zonas, num ponto a igual distância das duas linhas laterais e a uma distância da linha final igual a 1/6 do comprimento total do campo. Um cesto é fixado a cada poste e está orientado no sentido do centro do campo e todo o seu bordo superior deve estar a uma altura de 3,50 m do solo. Corfebol é jogado com uma bola com circunferência de 68 a 70,5 cm e o peso entre 445 g e 475 g.Os jogos são disputados por duas equipes, cada uma consistindo de 4 jogadores do sexo feminino e 4 jogadores do sexo masculino, dos quais 2 jogadores de cada sexo são colocados em cada uma das zonas. A duração de um jogo deve ser dois tempos de 30 minutos, com um intervalo máximo de 10 minutos. Durante o jogo é proibido: • tocar a bola com a perna ou pé; 51 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais • bater a bola com o punho; • apoderar-se, agarrar ou bater a bola quando alguma parte do corpo, que não os pés, estiver a tocar o solo; • correr com a bola; • jogar sozinho; • entregar a bola na mão de outro jogador da mesma equipe; • jogo passivo; • bater ou tirar a bola das mãos de um adversário; • empurrar, agarrar ou obstruir um adversário; • defender excessivamente um adversário; • defender um adversário do sexo oposto no ato de lançamento ou de passe; • defender um adversário que já esteja a ser defendido por outro jogador; • jogar fora da sua zona; • lançar de uma posição defendida; • lançar após aproveitar o bloqueio de outro atacante; • marcar da zona de defesa da equipe atacante ou diretamente de um livre ou de um recomeço de jogo; • lançar quando um jogador joga sem opositor direto; • influenciar um lançamento deslocando o poste; • usar o poste para saltar, correr ou para se afastar rapidamente (mudar de direção); • violar as condições impostas para um livre ou uma penalidade; • jogar de forma perigosa; • violar as condições impostas para um recomeço de jogo (Adaptado de FEDE- RAÇÃO PORTUGUESA DE CORFEBOL, 2011). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Figura 5 Disposição em quadra. © Esportes Não Convencionais52 De acordo com Costa et al. (2007), o corfebol sugere que deve haver igualdade de oportunidade para ambos os sexos, prin- cipalmente na aprendizagem. Isso o caracteriza como o único es- porte de quadra no mundo inteiro que não é segregado por sexo. Os autores apontam que uma turma que joga corfebol deve ter em mente que, se houver algum "fominha" no time, este terá mais chances de perder, pois a equipe que entende o espírito coletivo do esporte terá mais facilidade e contará sempre com todos os seus jogadores em quadra. Bravo et al. (2007) mostram uma pro- posta didática para o ensino do corfebol para alunos do 4º ano da educação secundária obrigatória (15-16 anos) da Espanha. Os autores descrevem 11 atividades de ensino-aprendizagem, como apresentado a seguir: 1) Atividade 1: o objetivo de um dos pares (mesmo sexo) é chegar até determinada zona do campo sem ser toca- do por seu companheiro. Caso seja pego, as funções são trocadas. 2) Atividade 2: em situação de 2 × 1 (trios do mesmo sexo), quem estiver sozinho tem de evitar que os outros joga- dores toquem nos cones que estão separados a uma dis- tância de cinco metros. Quem está defendendo só deve tocar o outro para a mudança das funções. 3) Atividade 3: em pares do mesmo sexo, o jogo consiste em passar a bola de um companheiro a outro e lançá-la ao cesto (pode-se variar o número de passes e de inte- grantes). 4) Atividade 4: em trios do mesmo sexo, em situação de 2 × 1, o jogo consiste em passar a bola de um companheiro a outro sem deixar que o defensor toque quem está com a bola. 5) Atividade 5: em trios do mesmo sexo, o jogo consiste em lançar a bola ao cesto após um passe do companheiro numa situação de 2 × 1. 6) Atividade 6: organizam-se dois grupos com a mesma quantidade de componentes de ambos os sexos. O jogo consiste em lançar as bolas ao cesto até que elas aca- 53 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais bem. As equipes podem lançar simultaneamente, cada uma em um dos cestos. 7) Atividade 7: dividem-se os alunos em dois grandes gru- pos mistos e selecionam-se dois jogadores, um de cada sexo, para que lancem ao cesto dez bolas cada. Os de- mais jogadores devem capturar as bolas que não são en- cestadas. Quem capturar mais será o próximo lançador. 8) Atividade 8: formam-se duas equipes mistas. O jogo consiste, mediante passes, sem caminhar com a bola nas mãos, em alcançar um determinado espaço. Para alterar a função, é necessário tocar o adversário que tem a pos- se da bola. 9) Atividade 9: o jogo consiste, mediante passes, sem ca- minhar com a bola nas mãos, conseguir dar dez passes entre os componentes da mesma equipe. Se a bola toca o solo ou é interceptada pelo adversário, a contagem volta a zero e muda-se a posse da bola. 10) Atividade 10: o jogo consiste, mediante passes, sem caminhar com a bola nas mãos, conseguir que a bola chegue a um companheiro que se encontra dentro de um aro. Cada jogador que está dentro do aro deve estar num lugar de zona inicial da equipe contrária. 11) Atividade 11: o jogo consiste, mediante passes, sem ca- minhar com a bola nas mãos, conseguir que a bola che- gue a um companheiro que se encontra com o arco em suas mãos e por cima da cabeça. Falcón e Rivero (2007) apresentam uma proposta didática que se estrutura em três unidades temáticas: iniciação, aprofun- damento e aplicação. Segundo as autoras, a primeira unidade te- mática pode ser desenvolvida com alunos do 4º primário (equiva- lente aos 3º e 4º anos do Ensino Fundamental no Brasil) até o 2º bacharelado (equivalente ao final do Ensino Médio e ao início do Ensino Superior), como mostrado no quadro a seguir: © Esportes Não Convencionais54 Quadro 1 Distribuição das unidades temáticas de acordo com os níveis educacionais. NÍVEL EDUCATIVO U.T. 1 U.T. 2 U.T. 3IDADE 4º Primária X 8-9 5º Primária X 10-11 6º Primária X 11-12 1º ESO X 12-13 2º ESO X 13-14 3º ESO X X 14-15 4º ESO X X X 15-16 1º Bachillerato X X X 16-17 2º Bachillerato X X 17-18 Fonte: Falcón e Rivero (2007) As autoras Falcón e Rivero (2007) também demonstram te- mas por unidade, os quais serão apresentados nos tópicos seguin- tes. Unidade temática 1 1) Introdução à unidade. Conhecimento do material. Intro- dução às normas básicas. 2) Passe e recepção. 3) Introdução ao jogo global. Arremesso. 4) Entrada e pênalti.5) Combinação de arremesso e entrada. 6) Introdução à defesa 1 × 1. Posição de defesa. Monocor- febol. 7) Corfebol a uma zona: situação reduzida do jogo. 8) Avaliação: observação do professor. Unidade temática 2 1) Introdução à unidade. Passe e recepção. 2) Repasse da norma básica. Introdução de normas novas. Corfebol de praia. 3) Arremesso e entrada. Engano. 4) Arremesso com pressão. 55 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais 5) Ocupação de espaços livres. Rotação 4-0. 6) Defesa individual. Mudança de bola da defesa ao ata- que. Corfebol a três zonas. 7) Rebote. Corfebol: situação de jogo real. 8) Assistência e rebote. Jogo com superioridade numérica de ataque. Corfebol: situação de jogo real. 9) Situação da partida: aplicar os aspectos técnicos e táti- cos, bem como as regras aprendidas na Unidade 2. 10) Avaliação. Prova teórica. Observação do professor. Unidade temática 3 1) Introdução à unidade. Passe e recepção na posição de jogo em ataque: assistência-rebote-arremesso. 2) Situação de arremesso livre. Jogo global. 3) Tiro e entrada. Pênalti. 4) Sistema de jogo. Corfebol: situação de jogo real. 5) Entrada com pressão. 6) Corfebol de praia. 7) Situação de partida. Avaliação recíproca. Para a Unidade 1, as autoras apresentam as atividades se- guintes, que podem ser consultadas na íntegra no artigo original. Ao analisá-las, considere que a ideia de "sessão" apresentada pe- las autoras é diferente do conceito mais amplo de "aula", em que a intencionalidade pedagógica vai além da prática de atividades. SESSÃO 1 • Início (15 minutos): introdução e apresentação da Unida- de 1 e jogo dos dez passes com equipes de quatro a oito alunos (objetivo de realizar dez passes entre os integran- tes da mesma equipe sem interceptação dos adversários). • Desenvolvimento (25 minutos): exercícios de passes em duplas (diferentes distâncias, mão direita e esquerda), arremessos ao colega e à cesta. Jogo de bola ao canto (transportar a bola mediante passes a uma zona determi- © Esportes Não Convencionais56 nada do campo sem a intercepção da equipe adversária. Lembrar que não é permitido o contato nem tirar a bola das mãos do colega). • Final (dez minutos): explicação das regras do jogo intro- duzidas na sessão (não é permitido: driblar, correr com a bola nas mãos, contato entre defensores e atacantes, arrebatar a bola das mãos do adversário). SESSÃO 2 • Início: retomar as regras da sessão anterior; organização dos alunos em equipes. • Desenvolvimento: exercícios de passe e defesa em trios, a trança (trios irão deslocar-se pela faixa realizando pas- ses e mudando as posições), jogo 2 × 2 (realizar o maior número de passes sem ser interceptado). • Final: jogo do americano (grupos enfileirados a seis me- tros da cesta; o primeiro da fila tentará fazer a cesta e, ao conseguir, passará para o seguinte. Ganha o grupo em que todos conseguirem acertar a cesta primeiro). SESSÃO 3 • Início: assistir a uma partida de corfebol (introduzir re- gras, técnicas e táticas). • Desenvolvimento: jogo de arremesso com quatro com- ponentes (arremessa do ponto que pegar a bola). Exer- cício de arremesso com deslocamento. Lançamento de pênalti. • Final: jogo do torneio continental (grupos de quatro in- tegrantes deverão realizar a cesta de diferentes posições, em torno das cestas que estarão representando os cinco continentes). 57 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais SESSÃO 4 • Início: jogo dos "caçadores" (três alunos) que pegam os "coelhos" (demais alunos) mediante o lançamento da bola. Ao acertar o coelho, este fica num banco, mas, se ele agarra a bola, pode fazer passes aos companheiros para acertar a cesta e liberar um coelho já caçado. • Desenvolvimento: exercício dos bancos (simulação de entrada ao cesto); exercício de entrada com assistência, entregando a bola. • Final: jogo do torneio dos pênaltis (pode-se estipular um tempo ou determinar o número de cestas). SESSÃO 5 • Início: jogo da fronteira (contrabandistas devem passar com um objeto sem que os policiais o descubram ao con- seguir pegá-lo. Tem o objetivo de elaborar sistemas de or- ganização e distribuição de funções). • Desenvolvimento: exercício progressivo. Entrada e arre- messo. Exercício de finta com apoio estático. • Final: jogo 2 × 2 com cesta. SESSÃO 6 • Início: explicação da posição de defesa. • Desenvolvimento: jogo do primeiro passe (quatro ata- cantes devem efetuar a cesta após passar a bola entre todos os integrantes e chegar ao primeiro jogador sem a interceptação dos quatro defensores). • Final: monocorfebol. SESSÃO 7 • Início: jogo de arremesso aos pares (arremessa de onde pegar a bola) e jogo relógio (grupo em volta da cesta a © Esportes Não Convencionais58 seis metros de distância devem acertar o arremesso a cesta, e um aluno fica no rebote. Ao errar a cesta, troca- -se a posição com o que está no rebote). • Desenvolvimento: corfebol a uma zona (a equipe que re- cupera a bola tem a opção de arremesso quando passa a zona de mudança de posse da bola). • Final: explicação do jogo (normas básicas da defesa e as- pectos táticos). SESSÃO 8 • Início: jogo do itinerário (passar por todos os jogadores, de uma quadra a outra, até completar o itinerário). • Desenvolvimento: corfebol (mudança de quadra e fun- ções). • Final: comentário sobre as situações de jogo. SESSÕES 9 E 10 • Início: aquecimento aos pares (passes e arremessos). • Desenvolvimento: atividades de avaliação (técnicas e jogo real). • Final: concurso de pênaltis. Pérez (2010) também propõe uma unidade temática do cor- febol para o ensino secundário da Espanha, composta por nove sessões, distribuídas da seguinte maneira: 1) Sessão 1: aula teórica (história e regulamentação) e ex- posição de vídeo sobre corfebol. 2) Sessão 2: aula teórica (exposição de vídeo). 3) Sessão 3: passes e recepção. 4) Sessão 4: tiro. 5) Sessão 5: ocupação do espaço livre. 6) Sessão 6: trabalho da defesa e do ataque. 7) Sessão 7: situações reais do jogo. 59 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais 8) Sessão 8: aplicação dos aspectos técnicos e táticos do jogo. 9) Sessão 9: avaliação. O desenvolvimento das atividades que têm como objetivo a in- trodução das normas do jogo, bem como o conhecimento e a utiliza- ção dos materiais do jogo é exemplificado na Sessão 3, desse modo: 1) Aquecimento (10 minutos): • corrida contínua; • jogo dos dez passes sem interceptação da equipe ad- versária. 2) Parte principal (35 minutos): a) em duplas, um de frente para o outro, realizar dife- rentes tipos de passes (duas mãos, picado), variando a distância. b) arremesso à cesta (trajetória da bola curva e elevada); c) arremesso à cesta de uma distância de seis metros; d) bola ao canto: equipe de cinco jogadores que deve pas- sar a bola entre si até chegar ao canto escolhido pelo professor, sem a interceptação da equipe adversária. 3) Volta à calma (10 minutos): • retomada das regras do jogo; • recolhimento do material e asseio pessoal. Outra sessão exemplificada por Pérez (2010) é a Sessão 4, que tem como objetivo o arremesso à cesta: 1) Aquecimento: • aquecimento dinâmico; • a lebre e o coelho. 2) Parte principal: • arremesso à cesta de cima de um banco; os jogadores deverão descer e arremessar; • em trios, um jogador, que deve estar em cima do ban- co, recebe o passe do companheiro para arremessar a bola; © EsportesNão Convencionais60 • um jogador com a bola debaixo da cesta. Um compa- nheiro a oito metros realizará a cesta, receberá a bola e arremessará. 3) Volta à calma: • retomada das regras do jogo; • recolhimento do material e asseio pessoal. Esportes não veiculados pela mídia: showbol A outra modalidade escolhida para abordarmos um esporte não veiculado pela mídia é o showbol (Figura 6). Assim como apon- taram Vaghetti e Pardo (2007), na inclusão da disciplina Esportes Radicais em Meio Aquático do currículo do curso de Educação Físi- ca da Universidade Federal de Pelotas, é rara a bibliografia acadê- mica dessa prática cultural não convencional, sendo necessária a utilização de material empírico, não científico, na sala de aula para o desenvolvimento da disciplina. Figura 6 Showbol. Um aspecto bastante interessante sobre a modalidade é que o showbol pode ser considerado uma modalidade esportiva deri- 61 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais vada do futebol de campo, assim como o futebol de salão e o fute- bol de areia. As referências que tratam do showbol estão inseridas em sites, revistas e jornais esportivos. Os referenciais citados anteriormente possuem em comum a ideia de que o showbol é uma manifestação cultural de origem canadense, criada pelo ex-jogador Joe Martin, natural da Hungria. A chegada do showbol ao Brasil também possui relação tan- to com a Hungria quanto com Joe Martin. Outro jogador brasileiro, Todé, em meados dos anos de 1970, ao encerrar sua carreira no Canadá, conheceu o showbol e Joe Martin e trouxe a prática es- portiva ao Brasil. Muito embora o showbol tenha chegado ao Brasil na década de 1970, há dados historiográficos que sua prática de modo insti- tucionalizado se deu somente em 2006, apoiada por ex-jogadores como Djalminha, Paulo Nunes, Bebeto e Aldair. Isso desencadeou, posteriormente, a participação de outros jogadores, como o ex- jogador Maradona, da Seleção Argentina de Futebol. A seguir, você pode conferir um quadro com as regras do showbol: Regras do jogo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Regra 1 – CAMPO DE JOGO: Retangular com comprimento mínimo de 42 m e máximo de 44 m, largura mínima de 22 m e máxima de 24 m. A quadra é feita obrigatoriamente com grama sintética, e deve ter linhas que definam a área, o meio da quadra e a marca de pênalti. Regra 2 – BOLA: Esférica, deve ter entre 68 e 79 cm de circunferência e entre 410 e 450 gramas. É a mesma bola do futebol de campo. Regra 3 – JOGADORES: Os dois times devem contar em campo com 6 joga- dores, sendo 5 na linha e 1 goleiro. As substituições entre os jogadores não têm limite. E podem acontecer a qualquer momento, sem consulta ao árbitro. Regra 4 – EQUIPAMENTOS DOS JOGADORES: Os jogadores devem jogar com tênis de futebol society (pequenas travas de borracha), ou tênis de futsal. O uniforme tem calção e camisa. Regra 5 – O ÁRBITRO: O jogo é controlado por um único árbitro. Cabe ao árbi- tro apitar o início e fim do jogo, assim como o início e fim do intervalo. Cabe ao árbitro punir o atleta com cartão azul ou vermelho. O cartão azul é mostrado ao atleta que cometer uma falta grave. Este cartão pune o atleta com dois minutos de suspensão, ficando sua equipe com um atleta a menos durante este período. © Esportes Não Convencionais62 O vermelho é a expulsão da quadra, ficando a equipe com um atleta a menos até o fim da partida. Regra 6 – DURAÇÃO DE JOGO: O tempo da partida é de duas etapas de 25 mi- nutos cada, com intervalo de 10 minutos. O tempo é corrido e visível no placar. O tempo só é interrompido, quando o árbitro determinar para atendimento médico (SHOWBOL, 2011). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Reinício de jogo: O início do jogo é determinado por um sorteio entre os capitães das duas equipes. A equipe escolhe se inicia o jogo ou se escolhe o lado da qua- dra. No segundo tempo inverte-se o lado da quadra. Bola dentro e fora de jogo: A bola não sai pelas laterais, pois há uma tabela, a não ser quando passar por cima da tabela. Se a bola sair na defesa do time que a colocou para fora, é marcado pênalti [...]. Se a bola sair no ataque do time que a colocou para fora, a bola é reposta em jogo pelo goleiro. O gol: Será marcado gol quando a bola ultrapassar totalmente a linha da trave. Quem marcar mais gols, vence a partida. Falta: É marcado falta quando um atleta chutar, golpear, empurrar ou fazer carga excessiva no adversário. A falta será cobrada no ponto exato em que ocorreu a infração. Também será marcada falta quando o atleta colocar a mão na bola intencionalmente. Pênalti: É marcado pênalti em duas situações. Quando a falta for marcada den- tro da área, ou quando a equipe colocar a bola para fora da quadra, por cima da tabela, ainda na sua quadra (defesa). Showbol. Disponível em: <http://www. flamengo.com.br/flapedia/Showbol>. Acesso em: 16 set. 2011. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Considerando a escola um espaço para a tematização e o debate acerca dos elementos ou manifestações produzidas pela cultura, considera-se pertinente a presença do showbol. Sua pre- sença nas discussões entre a formação de professores pretende contribuir para a inserção de possibilidades de trato pedagógico, desencadeando uma série de assuntos que podem ser "extraídos" dessa temática, a fim de contribuir com o desenvolvimento das si- tuações de aprendizagem na escola e, de modo geral, na Educação Básica. Quanto aos assuntos relacionados ao showbol ou às situa- ções que derivam de sua implementação, não se podem acrescen- tar limites, e, sim, sugestões de possibilidades de intervenção, haja vista a sociedade complexa e permeada por distintos significados em que nos fazemos presentes. 63 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais A seguir, serão apresentadas algumas possibilidades de in- tervenção que têm as seguintes expectativas de aprendizagem: • Apresentação dos conhecimentos acerca da manifestação cultural. • Construção de textos em que os estudantes apresentem, de forma imaginária e criativa, as possíveis origens do showbol. • Elaboração, de forma coletiva, dos conceitos encontrados nas discussões e nas pesquisas realizadas pelos estudan- tes. Registro dos conhecimentos aprendidos (por meio da oralidade, desenhos, textos escritos e painéis). Primeira atividade – "institucionalização e construção da manifestação cultural showbol" Para tematizar a ramificação do futebol chamada showbol, use slides, fotos impressas ou recortes de jornais e revistas ou ain- da, se possível, filmagens de um jogo de showbol. Ao encerrar a demonstração das imagens, comente com os estudantes sobre suas impressões das situações vistas, ou seja, o que identificaram, se já viram aquela modalidade esportiva. Após as primeiras dis- cussões, solicite que eles elaborem, em duplas ou grupos, uma possível história do surgimento do showbol. Solicite, também, que os estudantes escrevam a história e, ao final, façam uma apresen- tação. Ao final da atividade, comente sobre a construção histórica do esporte. Uma sugestão bastante interessante é a preparação de um painel para fixação dos trabalhos apresentados pelos estudantes. Segunda atividade − "Vivências das situações táticas e técnicas e relações de gênero que influenciam a prática esportiva: as mulheres no showbol" Tendo em vista que, nas aulas anteriores, houve o conhe- cimento das principais regras presentes na prática do showbol, © Esportes Não Convencionais64 organize grupos para as vivências da modalidade. Em virtude da possibilidade de turmas com um número excessivo de estudantes,controle os jogos por quantidade de gols (vence com dois gols) ou por tempo (cinco minutos cada jogo). Divida os estudantes em grupos (times) e, por meio de uma roda de conversa, revise as regras, que serão adaptadas ao show- bol. As relações com as regras do futebol de salão e do futebol de campo podem ajudar. Os estudantes que não estiverem jogando naquele momento devem ser estimulados a identificar as ações realizadas no jogo assistido. Organize jogos em que todos os times se enfrentem em algum momento durante a vivência. Ao final das aulas, organize uma roda de conversa com todos os estudantes para dialogar acerca do que foi vivenciado. Durante a organização dos grupos, discuta a possibilidade de times mistos em relação ao gênero. Após as vivências das primeiras aulas, solicite que a turma faça uma pesquisa com o propósito de identificar equipes ou cam- peonatos femininos de showbol. Conforme a entrega dos traba- lhos, discuta com os alunos a presença ou ausência das mulheres no esporte. Terceira atividade − "A presença de ex-jogadores de futebol de campo e a influência das mídias na apreciação do esporte" Solicite aos alunos que tragam jornais ou revistas com ima- gens de jogadores famosos pela mídia que jogam showbol (ex- jogadores de futebol). Discuta com eles a continuação desses jo- gadores no esporte, sobretudo nas relações físicas, emocionais, estéticas e políticas que permeiam tanto o showbol quanto o fute- bol, praticado antes por esses jogadores. De modo geral, incentive os estudantes a elaborar comentários sobre as diferenças midiáti- cas presentes no futebol de campo e no showbol, o que, de certa forma, conduz uma massa de jogadores a se aposentar do futebol de campo e a se inserir no showbol. 65 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais Ao final do debate, construa, coletivamente, cartazes com a biografia de alguns jogadores selecionados pelos estudantes. Uma vez estudadas as duas modalidades esportivas que não são veiculadas pela mídia, no tópico seguinte, daremos início ao estudo daqueles esportes que são tradicionais em outros países, mas não no Brasil. Esportes tradicionais em outros países: rúgbi, futebol americano e flagbol Dentre as modalidades que exemplificarão os esportes de outros países, estão o rúgbi, o futebol americano e o flagbol. Res- gatando suas origens históricas, eles surgiram na Inglaterra e nos Estados Unidos, mas pode-se verificar sua disseminação pelo mun- do por meio da criação de federações e campeonatos esportivos. No quadro a seguir, você encontrará a síntese da organização histórica de cada uma dessas modalidades, cujo material foi extra- ído do Caderno do Professor: Educação Física (SÃO PAULO, 2008) e do site da Associação Paulista de Futebol Americano. Veja, a seguir, o processo histórico do rúgbi, do futebol ame- ricano e do flagbol. Processo histórico: rúgbi, futebol americano e flagbol ––––– O rúgbi tem sua origem diretamente associada ao processo de escolarização na Inglaterra, em meados do século 19, quando as regras do futebol foram formal- mente introduzidas em sete escolas públicas daquele país. Seis dessas escolas estavam praticando o mesmo tipo de esporte, mas na Rugby School (fundada em 1567) parecia haver uma versão completamente diferente. As seis escolas se associaram e prosseguiram na formalização do esporte, chamando-o de football association (que é a modalidade esportiva mais popular no Brasil, o futebol), enquanto a modalidade praticada na Rugby School se de- senvolveu de modo diferente. Suas regras foram registradas apenas em 1862, quando os alunos da Rugby School começaram a disputar competições com outras escolas e clubes. Com o aumento da competitividade, ocorreram algumas mudanças, sobretudo para minimizar as lesões e acidentes mais graves. Por volta de 1893, as regras do rúgbi tornaram-se praticamente as mesmas utilizadas até hoje e o esporte se profissionalizou. O futebol americano, derivado do rúgbi e do futebol, também teve sua origem vinculada ao processo de escolarização nos Estados Unidos no decurso do sé- © Esportes Não Convencionais66 culo 19, mas a partir das faculdades e fraternidades de estudantes universitários. Um jogo que parece ter influenciado a modalidade foi o ballown, disputado por grupos de alunos da Universidade de Princeton, em que os jogadores deveriam transpor a defesa adversária, conduzindo a bola com os punhos e os pés. Em 1867, suas primeiras regras foram formalizadas por iniciativa de Princeton. O esporte mantinha características comuns ao rúgbi e ao futebol, mas várias modificações foram sendo feitas até o ano de 1906, como a regulamentação do passe direcionado à frente com as mãos, quando foram estabelecidas as regras conhecidas atualmente. As mudanças ocorreram principalmente pela pressão das fraternidades e dos patrocinadores das universidades, cujos filhos pratica- vam a modalidade, para reduzir a incidência de lesões graves. Logo depois, o futebol americano tornou-se profissional. No Brasil, há a prática do rúgbi e de algumas variações do futebol americano, disputadas na areia das praias e nos campos dos parques. Embora seja mais comum a sua ocorrência no Rio de Janeiro, no litoral paulista também é possí- vel encontrar praticantes nas praias, disputando o beach football. Nas cidades do estado de São Paulo, em especial, na região metropolitana, é comum haver jogadores nos parques, como no Parque do Ibirapuera, disputando o flag foot- ball ou flagball. Disponível em: <http://educacaofisica-rodolfomiranda.blogspot. com/2009/10/1-col-volume-3.html>. Acesso em: 19 set. 2011) O Flagbol começou a desenvolver-se como modalidade esportiva no início dos anos 40, em bases militares americanas de forma recreativa para os soldados. Durante os anos 50, já haviam ligas recreativas em várias regiões dos EUA, sendo que em 1960 surgiu a primeira liga nacional americana na cidade de St. Luis. Posteriormente o esporte consolidou-se em vários países através de pro- gramas, torneios e criação de ligas nacionais. No fim dos anos 90, foi fundada a Federação Internacional de Flag Football (IFFF), que organiza como principal competição internacional, a Copa do Mundo de Flag Football. Sua primeira edi- ção foi realizada em 2000 na cidade de Cancun, México. No Brasil, os primeiros passos no ano de 1999 foram em escolas do ensino fun- damental da cidade de São Paulo coordenados pelos professores de Educação Física Cláudio Telesca e Paulo Arcuri. Com o aumento de praticantes e formação das primeiras equipes, foram fundadas em 2000 a Associação Brasileira de Fu- tebol Americano & Flag (ABRAFA & FLAG) e em 2005 a Associação Paulista de Futebol Americano. Em 2001 o Brasil participou pela 1ª vez da Copa do Mundo de Flagbol (World Cup – Flag Football) realizada em Cocoa Beach – EUA, ob- tendo a 10ª colocação (ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE FUTEBOL AMERICANO, 2011). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Na Proposta Pedagógica Curricular do estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2008), foi sugerido para o Ensino Médio o tema rúgbi e futebol americano para abordar os sistemas de jogo e tática das duas modalidades, a fim de capacitar os alunos para uma aprecia- ção mais qualificada do espetáculo esportivo. Em uma das situações de aprendizagem dessa proposta, o objetivo é proporcionar a compreensão de características impor- 67 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais tantes do rúgbi e do futebol americano. Para tanto, a sugestão é que os alunos vivenciem um jogo semelhante ao flag football, que apresenta características comuns ao rúgbi e ao futebol america- no, evitando-se, a princípio, o contato entre os jogadores e anali- sando-se as suas regras. Depois, serão elaboradasestratégias para colocá-las em prática na dinâmica do jogo, discutindo implicações táticas e alternativas para os sistemas de jogadas. O jogo proposto tem as seguintes regras: 1) O início será no centro da quadra, e cada equipe terá quatro chances consecutivas para fazer gol; caso não consiga, a bola passará para a equipe adversária. 2) O movimento inicial deve ser feito com a bola no solo e com um jogador passando-a entre os membros inferio- res para seu colega. 3) Para marcar ponto (fazer gol ou touchdown), um jogador deve ultrapassar a linha de fundo da quadra com a bola nas mãos ou recebê-la nesse local. 4) O contato entre os jogadores não é permitido, e apenas aquele que estiver com a bola nas mãos poderá ser to- cado, interrompendo-se a jogada no momento em que ocorrer o toque (semelhante ao pega-pega). 5) São permitidos passes apenas com o uso das mãos e para a frente, bem como quando o jogador com a posse da bola não tiver ultrapassado o local de início da joga- da; essa é a linha de impedimento, que varia de acordo com o local inicial de cada tentativa para marcar ponto. 6) Sugira a seguinte pontuação: seis pontos para o gol, com direito a um chute extra, e três pontos para um chute de campo. O chute extra, valendo um ponto, poderá ser realizado na linha de lance livre do basquetebol. A qualquer momento, a equipe com a posse de bola pode optar pelo chute de campo, realizando-o no ponto em que está com a bola. Em ambos os casos, solicite que os alunos aguardem o momento do chute, que será livre, para prosseguir o jogo. O aluno que chutar deverá acer- tar na tabela de basquetebol para ganhar a pontuação do chute extra ou de campo. © Esportes Não Convencionais68 Na segunda situação de aprendizagem, o objetivo é propor- cionar a compreensão do código de regras e condutas do rúgbi, vi- venciando-o e comparando-o com códigos semelhantes de outras manifestações do futebol. O propósito é que os alunos elaborem estratégias durante o jogo, adaptando-as em sistemas coerentes de ações individuais e coletivas e percebendo as implicações táti- cas de suas escolhas. Após pesquisar e comparar os códigos de re- gras do rúgbi, os alunos vivenciarão os jogos híbridos, com regras elaboradas a partir das três modalidades de futebol (flagbol, rúgbi e futebol americano), enfatizando os códigos do rúgbi. Depois, ela- borarão estratégias para colocá-las em prática na dinâmica de um torneio com vários jogos, discutindo implicações táticas e alterna- tivas para os sistemas de jogadas. Na última situação de aprendizagem, a meta é proporcionar a compreensão de aspectos táticos ofensivos e defensivos do fute- bol americano. O propósito é que os alunos elaborem estratégias e que as apliquem durante os jogos, percebendo as implicações táticas de suas escolhas. Os alunos vivenciarão jogos semelhantes ao futebol americano, elaborando, aplicando e analisando estraté- gias. Depois, discutirão as implicações táticas, propondo alternati- vas para os sistemas de jogadas ofensivas e defensivas, voltando a colocá-las em prática na dinâmica do jogo. Finalmente, para a situação de avaliação, a proposta suge- re que o professor observe os alunos durante o desenvolvimento das situações de aprendizagem, avaliando suas ações e como eles expõem sua compreensão a respeito das atividades. Analise as de- cisões tomadas pelos grupos, as ações realizadas e as diferentes negociações ocorridas em relação às regras; observe, também, o envolvimento de todos na elaboração das estratégias e dos siste- mas de jogo. Verifique a compreensão das posições específicas dentro de cada sistema (ofensivo e defensivo) e a combinação de ambas, como no exemplo do Iron man, em que os jogadores jogam tanto no ataque quanto na defesa. 69 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais Ao longo da realização das atividades, é proposto que o pro- fessor incentive a redação de textos-síntese sobre aquilo que foi trabalhado e discutido nos ambientes de aula. Podem-se aprovei- tar os registros das estratégias elaboradas pelos alunos ou fazer questionamentos orais, individualmente ou em grupo, como for- ma de verificar suas compreensões. Além disso, professor pode, ao longo das situações de aula, apresentar algumas questões, tais como: 1) Quais são as principais características das modalidades esportivas vivenciadas? 2) Dessas características, quais são as semelhantes e as di- ferentes? 3) Como podemos compreender o desempenho e o espe- táculo esportivo do ponto de vista dos praticantes das modalidades analisadas? 4) Se algum aluno já assistiu na TV a uma partida de rúgbi ou de futebol americano, ou a algum filme ou seriado sobre essas modalidades, indague se as vivências rea- lizadas nas aulas corresponderam às expectativas de desempenho/espetáculo esportivo como tratados pela mídia. Vaz (2005) apresenta a proposta da Federação Portuguesa de Rugby, que visa a uma metodologia orientada para dois tipos de jogo adaptado, os quais permitem que o aluno codifique rapida- mente as condutas de comportamentos nas situações de ataque e defesa. Os dois tipos de jogo adaptado são o bitoque-rugby, no qual o contato é limitado ao toque simultâneo com as duas mãos, e o jogo da azeitona, em que agarrar o adversário pela cintura é a forma de impedir a progressão dele no campo. Além desses jogos, o autor sugere as seguintes propostas para a abordagem inicial do rúgbi no meio escolar: 1) abordagem teórica inicial assistindo a vídeos específicos de formação; 2) explicação simples dos princípios fundamentais do jogo; © Esportes Não Convencionais70 3) restrição inicial de ações técnicas como placagem, end- -off, jogo ao pé etc.; 4) substituição desses gestos por bitoque, agarrar e jogo a mão; 5) definição de objetivos prioritários de acordo com a faixa etária; 6) atenção às variáveis espaço, tempo, número de alunos e formação de grupos; 7) definição de regras de conduta, segurança e fair play; 8) grau de complexidade reduzido em relação aos exercí- cios técnico-táticos; 9) aplicação e utilização de movimentos básicos do jogo; 10) utilização inicial de exercícios simples e objetivos; 11) utilização predominante de metodologia global − jogo; 12) constante análise dos comportamentos observados; 13) avaliação seletiva sobre a tomada de decisões em jogo pelos alunos; 14) permissão de descoberta do jogo global pelos alunos; 15) apresentação prática por meio do jogo das regras essen- ciais; 16) ensino prático por meio dos princípios do jogo; 17) privilégio, com o jogo, da descoberta de soluções por parte dos jovens jogadores; 18) desenvolvimento de capacidades simples de jogo em equipe; 19) desenvolvimento de várias formas de solução de ataque e de defesa em jogo; 20) realização de ações que se identifiquem o mais possível ao que se produz em jogo; 21) privilégio de exercícios táticos combinados com oposi- ção; 22) exercícios com execução e variabilidade que criem uma ampla disponibilidade motriz; 23) prática de diferentes situações reais de jogo com oposi- ção passiva e ativa. 71 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais Guzmán (2007) traz uma proposta didática de iniciação ao jogo, chamada rugby-tag (Figura 7), e apresenta suas principais regras, estabelecidas pela Federación Española de Rugby e pela Irish Tag Rugby Association. Figura 7 Situação do jogo rugby-tag. Segundo o autor, o jogo originou-se na Irlanda e no Reino Unido com o mesmo conceito do flagbol, que é a ausência de con- tato. Figura 8 Treinamento para o rugby-tag. Além disso,Guzmán (2007) apresenta os seguintes jogos para o ensino-aprendizagem do rugby-tag: © Esportes Não Convencionais72 1) Arranca-fita (objetivo de arrancar as fitas dos integran- tes da equipe adversária). 2) Passa-bola (estafeta em que os jogadores têm de passar a bola até o último da fila). 3) Maçãs e laranjas (uma equipe de costas para a outra. Se o professor falar "maçã", a equipe com tal denominação pegará o maior número de fitas da equipe adversária até chegar ao espaço delimitado para o pique, conforme de- monstra a Figura 9). Figura 9 Atividade de ensino-aprendizagem. Maçãs e laranjas. 4) Invasão (o defensor está no meio da quadra, e os inva- sores estão de um lado da quadra. Ao sinal, os invasores devem correr para o outro lado da quadra, e o defensor deve tentar arrancar a fita. Quem tiver a fita arrancada será o próximo defensor). 5) Fora-bola (dois jogadores têm o objetivo de tocar a bola deslocando-se pelo espaço, e os demais tentarão pegar o jogador que estiver com a bola para tomar seu lugar); 6) 2 × 1 (dois jogadores devem deslocar-se em direção ao outro lado da quadra passando a bola, e um defensor tentará arrancar a fita do jogador que estiver com a bola antes de chegar ao outro lado da quadra). Há variações como 3 × 2, 4 × 3, 5 × 4 (Figura 10). 73 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais Fonte: Guzmán (2007). Figura 10 Atividade de ensino-aprendizagem 2 x 1 e varia- ções.Essas eram as nossas considerações a respeito dessas três modalidades, muito tradicionais em outros países. Para continuar o estudo desse tema, no tópico seguinte, apresentamos algumas considerações a respeito do beisebol. Lembre-se de que não te- mos o intuito de esgotar o tema; portanto, a pesquisa é funda- mental para que você aprofunde seus conhecimentos. Esportes tradicionais em outros países: beisebol A PPC-EF aborda, no 9º ano do Ensino Fundamental, o bei- sebol como uma das modalidades "alternativas" ou populares em outros países. Seus autores apontam que essa modalidade é um dos esportes mais praticados no mundo, sendo popular nos Es- tados Unidos, no Japão, em Cuba e em vários países da América Central e do Caribe. A seguir, apresentamos a história do beisebol, segundo a PPC-EF. © Esportes Não Convencionais74 História do beisebol –––––––––––––––––––––––––––––––––– O beisebol foi criado por Abner Doubleday nos Estados Unidos em 1839. Há quem diga que o esporte teria raízes na Inglaterra e que, já em 1700, era pratica- do por jovens nos fins de semana. Para Oi (1996), o beisebol foi levado ao Japão pelos professores norte-americanos Holles Wilson e Madjett, que lecionavam na Universidade de Tóquio, em 1873. Depois disso, o esporte passou a ser difun- dido para a América Central e Europa, ganhando muitos adeptos e praticantes pelo mundo afora. É sabido que o beisebol foi introduzido no Brasil por americanos que trabalhavam em empresas como a antiga Light e a Companhia Telefônica e, também, pelos funcionários do Consulado dos Estados Unidos, que praticavam o esporte como forma de lazer nos fins de semana. Oi (1996) refere que, já na década de 1920, existiu uma liga de beisebol comandada por um diretor da Companhia Telefôni- ca. Apesar de não serem os que trouxeram o beisebol ao nosso país, os japoneses foram os grandes responsáveis pela difusão do esporte em terras brasileiras. Oi (1996) relata que, em virtude desse processo, grande parte dos ídolos brasileiros do esporte é descendente de japoneses, o que é motivo de alegria para a grande população japonesa aqui residente. A intensificação do processo de imigração japonesa, ocorrida entre as décadas de 1920 e 1940, fez que a prática do beisebol se disseminasse para diferentes regiões do Brasil. Por isso, a prática desse esporte, acompanhando o trabalho agrícola dos imigrantes, se deu, inicialmente, em zonas rurais, com muitas difi- culdades, porque não havia a estrutura necessária para o seu desenvolvimento (OI, 1996). Depois desse primeiro momento – em que ocorria a improvisação dos materiais de jogo, como luvas, vestimentas e bastões –, a prática do esporte pas- sou a tomar o caminho das grandes cidades, por lá chegando a partir de 1950. A difusão do beisebol acompanhou as estradas de ferro que foram construídas para facilitar o escoamento da produção de café, partindo principalmente de São Paulo, por meio das ferrovias Noroeste, Paulista e Sorocabana, nomes que tam- bém figuraram nas primeiras ligas desse esporte (OI, 1996). Dessas estradas, o beisebol foi difundido e passou a ser praticado em outros estados, como o Paraná. O Brasil detém os títulos de campeão mundial (1993) e vice-campeão mundial júnior (1995) de beisebol. A cada ano, a modalidade vem desenvolvendo-se, permitindo melhores atuações das seleções de base e principal nos campeona- tos que disputam. Aliás, atualmente, no Brasil, existem cerca de 50 equipes de beisebol distribuídas pelas federações estaduais, totalizando aproximadamente 3.000 atletas (SÃO PAULO, 2008). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Agora que você já sabe um pouco da história do beisebol, podemos falar um pouco da dinâmica do jogo, que é explicada da seguinte forma na PPC-EF: • Cada equipe tem seus tempos de ataque e de defesa se- parados. A partida acaba somente quando é completada 75 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais a disputa de nove ataques e nove defesas. Cada conjun- to de ataque/defesa é denominado de inning, que seria equivalente ao set do vôlei. Cada equipe deve ter nove jogadores. • O campo de beisebol tem uma área equivalente a um quarto (1/4) de um círculo com 120m de raio. Essa área é dividida em duas partes: o jardim externo e o interno (Figura 11). Figura 11 Campo de beisebol. Consoante a PPC-EF (SÃO PAULO, 2008), as regras são apre- sentadas da seguinte forma: 1) A equipe que ataca possui os seguintes jogadores: (A) rebatedor e (B) corredores. 2) O objetivo da equipe do ataque é marcar mais pontos/ corridas. 3) Um ponto/corrida é marcado quando um jogador do ata- que consegue percorrer todas as quatro bases do campo antes do término do inning. © Esportes Não Convencionais76 4) Não é necessária a passagem do jogador por todas as bases de uma só vez. Ele pode avançar uma ou mais ba- ses por vez. 5) O rebatedor (batter) deve rebater a bola lançada pelo arremessador (pitcher), dentro dos limites do campo, o mais longe que conseguir para, em seguida, correr na direção da primeira base, antes que o defensor da pri- meira base receba a bola e pise na base. 6) Se o rebatedor chegar à primeira base, passa a se cha- mar corredor (runner). 7) O objetivo do corredor é o de conquistar as próximas bases, até chegar à principal (home base), quando marca um ponto ou corrida (run) para a sua equipe. 8) Jogador fechando a base: o rebatedor que conseguir a proeza de rebater uma bola para fora da linha circular que delimita o jardim externo e dentro dos limites das li- nhas laterais realiza a jogada denominada de home run. Essa jogada dá ao jogador o direito de percorrer as qua- tro bases. 9) Jogador rebatendo a bola: perde-se o direito ao ataque toda vez que a equipe tiver três jogadores eliminados. 10) A equipe que defende possui os seguintes jogadores: (A) jardineiros externos (direito, central e esquerdo), (B) jardineiros internos (defensor da primeira base; defen- sor da segunda base; defensor da terceira base; e de- fensor da quarta base, ou receptor) e, entre a segunda e a terceira bases, existe, ainda, os interbases e (C) o arremessador. 11) O objetivo da equipe que defende é evitar quea outra equipe marque pontos, tentando eliminar os jogadores. O jogador é eliminado se não conseguir rebater três bo- las "boas" ou se o corredor não conseguir chegar antes do defensor na base a que está se dirigindo. 12) O jardim externo é a parte do campo em que três joga- dores de defesa se localizam: o jardineiro direito (right fielder), o jardineiro esquerdo (left fielder) e o jardineiro central (center fielder). Esses jogadores são os responsá- veis por capturar as bolas que, porventura, forem reba- 77 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais tidas para lá. Se a bola for capturada no ar, o rebatedor estará automaticamente eliminado. A principal caracte- rística desses jogadores é a de serem ótimos velocistas, pois, se conseguirem pegar a bola antes de ela cair no chão, eliminam o rebatedor. 13) O jardim interno é a área onde estão localizadas as ba- ses, cada qual defendida por um jogador, visto que entre a segunda e a terceira baseinterbase. A função do joga- dor é receber a bola passada pelos jardineiros externos e fechar as bases ou, ainda, capturar as bolas diretamente rebatidas pelos rebatedores que vierem em sua direção, impedindo que os atacantes se desloquem para as bases seguintes. 14) Jogador correndo entre as bases: a base principal (home plate) localiza-se na extremidade central e interna do campo. É o lugar onde fica o jogador chamado recep- tor (catcher), o juiz principal e o rebatedor (batter). A primeira base localiza-se na extremidade direita do qua- drado; nela, encontra-se o defensor da primeira base. A segunda base localiza-se na parte central interna oposta à base principal; nela, encontra-se o defensor da segun- da base. A terceira base localiza-se na parte esquerda do quadrado formado pelas quatro bases; nela, existe outro defensor. 15) O receptor (catcher) e o arremessador (pitcher) são con- siderados os jogadores mais importantes de uma equi- pe. O arremessador fica no centro do quadrado formado pelas bases, em uma região um pouco elevada em rela- ção às demais áreas do campo. A função dessa dupla é impedir que haja uma boa rebatida. 16) O receptor comanda e determina como as bolas deverão ser arremessadas – se a bola deve ser curva, rápida ou lenta. A dupla varia a maneira do arremesso para tentar enganar o rebatedor, deixando-o confuso em relação ao tipo de bola que virá. 17) Jogador capturando a bola: após três tentativas frustra- das do rebatedor em rebater uma bola arremessada, ele estará eliminado. O arremessador tem o direito de jo- gar três bolas ruins para o rebatedor; se ele lançar uma © Esportes Não Convencionais78 quarta bola ruim, o rebatedor adquire o direito de pas- sar para a primeira base. O rebatedor pode rejeitar até duas bolas boas. 18) O árbitro é quem considera as bolas boas ou ruins, fa- zendo isso a partir da visualização da zona de strike. Essa zona corresponde, na altura, à área compreendida entre o peito e os joelhos do rebatedor e, na largura, à frente do receptor na base (home plate). Após apresentar a dinâmica do jogo de beisebol, os auto- res da PPC-EF discutem-na levando em consideração os princípios operacionais de ataque e defesa e as diversas situações de apren- dizagem, como será visto a seguir. Situação de aprendizagem da PPC-EF: familiarização com o beisebol Uma das situações de aprendizagem sugeridas na PPC-EF é a familiarização com o beisebol que deve propiciar o primeiro con- tato dos alunos com a modalidade, sendo apresentados os seus objetivos, as suas principais regras e o processo histórico de sua consolidação. Os alunos, em grupos, levantarão informações so- bre diversos aspectos do beisebol, as quais serão apresentadas em aula. O professor destacará os aspectos mais importantes para a compreensão da modalidade, referentes ao seu processo históri- co e à dinâmica geral do jogo: posições e funções dos jogadores, como jogar etc. Sugere-se, quando possível, a exibição em vídeo de uma partida oficial de beisebol. Para o desenvolvimento des- sa situação de aprendizagem, os autores propõem que os alunos pesquisem sobre o beisebol em seus diferentes aspectos (sua his- tória, jogadores mais conhecidos, principais campeonatos, formas de jogar, posições etc.) em sites da internet e em outras fontes, indicadas ou não por você, professor. As informações levantadas serão apresentadas em aula. A partir das exposições dos alunos, o professor deve destacar os aspectos mais importantes do processo histórico do beisebol, em especial de sua chegada e difusão no Brasil. Quando possível, 79 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais o professor pode exibir vídeos de uma partida oficial de beisebol, procurando reconhecer, com eles, as principais características da modalidade e os seus princípios básicos (de ataque e defesa), bem como as diferentes posições e disposições dos jogadores no espa- ço. Outra situação de aprendizagem proposta é a construção e a sistematização do jogo, que visa construir a dinâmica tático-técni- ca do beisebol a partir de seus princípios operacionais de defesa e ataque, propondo diferentes níveis de relação dos alunos com os materiais necessários ao desenvolvimento do jogo, as formas de jogar e a interação entre os jogadores. Os alunos vivenciarão sucessivas etapas de complexidade crescente, as quais vão desde o contato com o material utilizado no beisebol e as funções dos jogadores, passando pelas ações de defesa e ataque, até chegar à realização de jogos reduzidos. Para tanto, a primeira etapa consiste em familiarizar o aluno com os materiais utilizados (bola e taco/bastão) no beisebol. Em seguida, o professor deve propor diferentes atividades, a serem realizadas individualmente pelos alunos, envolvendo a ação de re- batida da bola e a sua recepção em diferentes situações. Se houver disponibilidade de material, possibilite as atividades com bolas de diferentes pesos e tamanhos, mas que possam ser recepcionadas com uma das mãos. Na segunda etapa, o professor pode propor atividades em que haja movimentação entre os alunos e circulação da bola. Po- dem ser feitas atividades de troca de passes em duplas, trios e gru- pos maiores. Passes e recepções de diferentes distâncias e graus de dificuldade são ações importantes a serem vivenciadas pelos alunos como forma de eles se familiarizarem com situações de defesa. Podem ser propostas, também, atividades de lançamento, seguidas de rebatidas e deslocamentos (corridas), simulando a si- tuação de ataque. O objetivo dessas atividades é propor a experimentação de situações comuns ao beisebol, como a circulação da bola por meio © Esportes Não Convencionais80 de passes e recepções que visam ao fechamento das bases (des- locamento dos defensores), à situação de lançamento e rebatida seguida de deslocamento em direção à base (deslocamento dos atacantes) e, também, ao deslocamento sincronizado entre os cor- redores pelas bases (deslocamento dos atacantes). Na terceira etapa, eu-bola-alvo, o objetivo das atividades é o deslocamento individual tanto de defensores quanto de atacantes. As suas intenções são a de se deslocar pelas quatro bases após uma rebatida (situação de ataque) e a de se deslocar a partir do momento em que se pega a bola em direção às bases (situação de defesa). O professor pode propor diferentes rebatidas, com diferen- tes níveis de exigência, seguidas de deslocamentos até as bases, bem como diferentes atividades de recepção e deslocamentos in- dividuais em direção às bases após uma rebatida. Um bom jogo que pode estimular essas ações é o de taco adaptado com qua- tro bases, jogado apenas com um atacante e um defensor. Assim,
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