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GEOGRAFIA APOSTILA IBGE TÉCNICO CONCURSO

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Geografia 
 
– 1 – 
 
GEOGRAFIA 
 
 
 
NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA: 
ORIENTAÇÃO: PONTOS CARDEAIS 
 
 
Cartografia 
 
 Cartografia (do grego chartis = mapa e graphein = escrita) 
é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utili-
zação e estudo dos mapas. O vocábulo foi pela primeira vez 
proposto pelo historiador português Manuel Francisco Carva-
lhosa, 2.º Visconde de Santarém, numa carta datada de 8 de 
dezembro de 1839, de Paris, e endereçada ao historiador 
brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, vindo a ser inter-
nacionalmente consagrado pelo uso. Das muitas definições 
usadas na literatura, colocamos aqui a atualmente adaptada 
pela Associação Cartográfica Internacional (ACI): 
 
Conjunto dos estudos e operações científicas, técni-
cas e artísticas que intervêm na elaboração dos ma-
pas a partir dos resultados das observações diretas ou 
da exploração da documentação, bem como da sua u-
tilização. 
 
 A cartografia encontra-se no curso de uma longa e pro-
funda revolução, iniciada em meados do século passado, e 
certamente a mais importante depois do seu renascimento, 
que ocorreu nos séculos XV e XVI. A introdução da fotografia 
aérea e da detecção remota, o avanço tecnológico nos méto-
dos de gravação e impressão e, mais recentemente, o apare-
cimento e vulgarização dos computadores, vieram alterar 
profundamente a forma como os dados geográficos são ad-
quiridos, processados e representados, bem como o modo 
como os interpretamos e exploramos. 
 
 Cartografia matemática é o ramo da cartografia que trata 
dos aspectos matemáticos ligados à concepção e construção 
dos mapas, isto é, das projeções cartográficas. Foi desenvol-
vida a partir do final século XVII, após a invenção do cálculo 
matemático, sobretudo por Johann Heinrich Lambert e Jose-
ph Louis Lagrange. Foram especialmente relevantes, durante 
o século XIX, os contributos dos matemáticos Carl Friedrich 
Gauss e Nicolas Auguste Tissot. 
 
 Cartometria é o ramo da cartografia que trata das medi-
ções efetuadas sobre mapas, designadamente a medição de 
ângulos e direções, distâncias, áreas, volumes e contagem 
de número de objetos. 
 
 
 
 
Mapa da América do Sul de 1750 
 
 
Os primeiros mapas 
 
 A função dos mapas é prover a visualização de dados 
espaciais e a sua confecção é praticada desde tempos pré-
históricos, antes mesmo da invenção da escrita. Com esta, 
dispomos de mapas em placas de argila sumérias e papiros 
egípcios. Na Grécia antiga, Aristóteles e Hiparco produziram 
mapas com latitudes e longitudes. Em Roma, Ptolomeu re-
presentou a Terra dentro de um círculo. 
 
A Cartografia medieval 
 
 Embora durante a Idade Média o conhecimento geográfi-
co tenha conhecido uma relativa estagnação na Europa oci-
dental, confinado ao domínio eclesiástico, foram produzidos 
os mapas OT (orbis terrarum): um T composto pelas águas 
(Mar Mediterrâneo, Mar Negro e rio Nilo), separando as terras 
(Europa, Ásia ocidental e Norte de África), dentro de um O (o 
mundo). 
 
 No mundo árabe, ao contrário, desde 827 o califa Al Ma-
mum havia determinado traduzir do grego a obra de Ptolomeu. 
Desse modo, através do Império Bizantino, os árabes resgata-
ram os conhecimentos greco-romanos, aperfeiçoando-os. 
 
A Cartografia da Idade Moderna 
 
 Com a reabertura comercial do Mar Mediterrâneo, especi-
almente a partir do século XI, os mapas ganharam importân-
cia renovada, particularmente entre os árabes, que prosse-
guiram com o seu desenvolvimento. 
 
 Em poucos séculos, os mapas de navegação marítima, 
que passaram a ser grandemente valorizados na região me-
diterrânica, associados aos progressos técnicos representa-
dos pela bússola, pelo astrolábio e pela caravela, permitiram 
o processo das grandes navegações, marcando a passagem 
para a Idade Moderna. 
 
 Os portulanos introduziram a rosa-dos-ventos e motivos 
temáticos passaram a ilustrar as lacunas do conhecimento 
geográfico. 
 
Os mapas atuais 
 
 Os mapas, antiga e tradicionalmente feitos usando mate-
rial de escrita, a partir do aparecimento dos computadores e 
dos satélites conheceram uma verdadeira revolução. 
 
 Atualmente são confeccionados utilizando-se softwares 
próprios (Sistemas de Informação Geográfica) (SIGs, CAD ou 
softwares especializados em ilustração para mapas). Os 
dados assim obtidos ou processados são mantidos em base 
de dados. 
 
 A tendência atual neste campo é um afastamento dos 
métodos analógicos de produção e um progressivo uso de 
mapas interativo de formato digital. 
 
 O departamento de cartografia da Organização das Na-
ções Unidas é o responsável pela manutenção do mapa 
mundial oficial em escala 1/1.000.000 e todos os países envi-
am seus dados mais recentes para este departamento. 
 
A cartografia histórica no Brasil 
 
 Os estudos de cartografia histórica, no Brasil, estão liga-
dos ao processo histórico de confecção de mapas descritivos 
do seu território. 
 
 Entre as instituições que se destacam neste segmento de 
estudo apontam-se: 
 
Serviço Geográfico do Exército (DSG) 
Diretoria de Hidrografia e Navegação (Marinha do Brasil) 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 
Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC) 
 
 
A cartografia temática 
 
 Na cartografia temática, temos convenções e símbolos 
cartográficos que são símbolos e cores utilizados para repre-
sentar os elementos desejados. 
Geografia 
 
– 2 – 
 Existe uma padronização internacional de símbolos e 
cores para facilitar a leitura e interpretação dos mapas, em 
qualquer parte do mundo. 
 
Cartografia e comunicação 
 
Seria redundante afirmar que o mapa é uma imagem, se 
esta não tivesse passado a ser tão valorizada como modo de 
expressão ao longo de todo o século XX. Com a adoção de 
convenções simbólicas como cores, traços, emblemas, nú-
meros etc., o mapa deve ser suficiente como tal, isto é, como 
representação portátil e eficaz de uma dada realidade, capaz, 
assim, de servir de base para a evocação, o raciocínio ou o 
projeto de qualquer espécie, dos mais amenos, como uma 
viagem turística, até os mais dramáticos, como a invasão de 
um país. 
 
Essas qualidades colocam o mapa, a carta e todos os ou-
tros meios da cartografia no domínio das estruturas linguísti-
cas, uma vez que também são meios de comunicação, isto é, 
configuram uma linguagem. Seja como suporte à verificação 
pessoal ou como meio de expressão dessa pesquisa e das 
conclusões a que leva, permite sempre um diálogo entre 
autor e leitor ou autor e público, que para isso mobiliza estru-
turas sociais e psicológicas. Do correto emprego destas de-
pende a resposta dos consulentes: de um lado, há o sistema 
de relações e interesses que congrega autor-cartógrafo-
editor-impressor-divulgador-público e, de outro, os meios 
pelos quais se unem com tais objetivos várias técnicas de 
desenho, recursos de pensamento e recursos gráficos, assim 
como noções de psicologia aplicada à percepção visual e 
indispensáveis à comunicação da mensagem cartográfica. 
 
Ainda que resultante da intenção de visualizar as informa-
ções, o mapa requer grande atenção do interessado em sua 
leitura bidimensional, menos comum que a linear, e de menor 
rapidez. Assim, para ser aceito e adotado, deve oferecer ao 
usuário uma forma de expressão que lhe permita economia 
do esforço mental em relação a outros meios de informação, 
e ainda atrativos que lhe atinjam tanto os mecanismos da 
consciência como do inconsciente. 
 
É necessário, portanto, dosar a duração ideal do interesse 
do usuário e explorar o melhor possível componentes prioritá-
rios como a representação do relevo, a hierarquia das cores, 
a legenda facilmente memorizável. A feliz combinação des-
ses elementos foi qualidade apreciável nos trabalhos carto-
gráficos desde suas origens, motivopelo qual muitos mapas 
se tornaram, modernamente, requintados objetos de decora-
ção, emoldurados e postos em lugares de destaque. Os aper-
feiçoamentos tecnológicos não diminuíram, antes acrescenta-
ram, a atração estética dos mapas. Ficaram famosos, na 
segunda metade do século XX, tanto pela precisão científica 
como pela beleza e bom gosto gráfico-editorial, os mapas da 
National Geographic Society, dos Estados Unidos. 
 
 
Pontos Cardeais e Colaterais 
 
Graças à divisão da Terra em dois hemisférios e da dinâ-
mica do movimento de rotação, foram criados quatro pontos 
de direção fundamentais denominados pontos cardeais: Nor-
te (N), Sul (S), Leste (L) e Oeste (O). 
 
O significado dos pontos cardeais 
 
Norte (N) 
 
Marca a direção do Polo Norte geográfico da Terra. 
 
Existem dois sinônimos: setentrional e boreal. 
 
O referencial astronômico mais importante é a Estrela Po-
lar. 
 
Sul (S) 
 
Marca a direção do Polo Sul geográfico da Terra. 
Existem dois sinônimos: meridional e austral. 
O referencial astronômico mais conhecido é o Cruzeiro do 
Sul. 
 
 
Leste (L) 
 
O referencial genérico aproximado é o “nascer do Sol”. 
 
Como a Terra gira de oeste para leste, visualiza-se o nas-
cente a leste. 
 
Durante o dia, tem-se a impressão de que o Sol cruza o 
céu de leste (onde nasce) para oeste (onde se põe), constitu-
indo o movimento aparente do Sol, O sinônimo mais conheci-
do é a palavra oriente. 
 
 
Oeste (O) 
 
O referencial genérico aproximado é o “pôr do Sol”. 
 
O sinônimo mais difundido é a palavra ocidente. 
 
Os pontos cardeais não são suficientes para nos orien-
tarmos precisamente sobre a superfície da Terra e, por isso, 
é necessário utilizarmos também os pontos colaterais, que se 
situam entre dois pontos cardeais. Veja como encontrá-los: 
 
• entre o oeste e o norte, há o ponto colateral noroeste 
(NO); 
 
• entre o oeste e o sul, há o ponto colateral sudoeste 
(SO); 
 
• entre o leste e o sul, há o ponto colateral sudeste (SE); 
 
• entre o leste e o norte, há o ponto colateral nordeste 
(NE). 
 
 
Também podemos encontrar os pontos subcolaterais. 
 
Por exemplo, entre oeste e noroeste, encontramos o pon-
to oés-nordeste (ONO). Observe a representação dos pon-
tos cardeais, colaterais e subcolaterais por meio da Rosa dos 
Ventos ou Rosa dos Rumos. 
 
 
 
 
Um dos instrumentos de orientação mais conhecidos, a 
bússola possui uma agulha imantada que é atraída pelo 
campo de atração magnética da Terra, que está orientado no 
sentido norte-sul. Desse modo, a agulha da bússola está 
sempre em direção aos polos magnéticos norte e sul. Deve-
se ajustar a parte móvel onde está desenhada a rosa dos 
rumos até que o norte esteja correspondendo à extremidade 
norte da agulha. Dessa maneira, teremos com precisão razo-
ável todas as demais direções indicadas. 
 
Cartografia no IBGE 
 
O IBGE elabora cartas topográficas e mapas delas deri-
vados - nacionais, regionais, estaduais e municipais -, que 
Geografia 
 
– 3 – 
constituem as bases sobre as quais se operacionalizam es-
ses levantamentos e são representados seus resultados, em 
uma abordagem homogênea e articulada do território nacio-
nal. Para tanto, vem produzindo o mapeamento topográfico 
do País de forma sistemática, em escalas padronizadas, de 
acordo com o grau de desenvolvimento instalado ou projeta-
do no território. 
 
Considerando-se as perspectivas de mudanças da socie-
dade, é necessário a articulação dos diferentes níveis gover-
namentais, através dos órgãos que se utilizam da cartografia 
como ferramenta para seus projetos. Nesse sentido, o IBGE, 
com base na sua experiência acumulada em decorrência da 
sua atuação no Sistema Cartográfico Nacional, através do 
desenvolvimento do Plano de Dinamização da Cartografia, 
vem estabelecendo contatos e parcerias com órgãos federais 
e estaduais para identificação dos interesses mútuos e con-
sequente desenvolvimento de trabalhos voltados para a ge-
ração de uma Mapoteca Topográfica Digital em nível nacio-
nal. 
 
Nesse contexto, vê-se o IBGE como um dos mentores pa-
ra a elaboração de um Plano Cartográfico Nacional que con-
temple as necessidades atuais do País e gestor desta mapo-
teca nacional, para que sejam canalizados os esforços e 
otimizados os recursos, de modo a integrar uma produção 
cartográfica organizada, consistente e ágil na veiculação e 
uso de informações territoriais e de gestão. 
 
As estrelas do céu 
 
Sem equipamentos é possível orientar-se por alguns as-
tros. Os astros sempre tiveram um papel importante na orien-
tação de homens e mulheres ao longo da história, em particu-
lar nos deslocamentos de longa distância. Somente mais 
recentemente, no decorrer do século 20, com o avanço tec-
nológico mais acelerado, é que equipamentos, como o GPS, 
passaram a dispensar, praticamente, os astros na orientação. 
 
No entanto, precisamos pensar que observar o céu numa 
noite sem nuvens - sobretudo, longe de uma grande cidade, 
atentar para a sequencia das fases da Lua com o passar das 
semanas, apreciar um nascer ou um pôr do Sol são momen-
tos de contemplação da natureza benéficos para o corpo e 
para o espírito, além de serem uma oportunidade para co-
nhecermos/entendermos mais sobre o mundo que nos cerca 
e despertar nosso o interesse pelo estudo de uma série de 
aspectos que cercam a existência do nosso planeta e demais 
astros do Universo, além da nossa própria existência. 
 
Orientação pelos astros 
 
A orientação pelos astros depende de uma série de con-
dições que estão relacionadas, por exemplo, à situação do 
tempo atmosférico (é preciso que o céu esteja limpo), à loca-
lização do observador no planeta Terra - distância em relação 
à linha do Equador -, à época do ano, e sem a utilização 
complementar de equipamentos astronômicos, essa orienta-
ção não será totalmente precisa. Trata-se de uma orientação 
aproximada. 
 
A orientação pelo Sol está baseada no seu movimento 
aparente - é a Terra que gira em torno do seu próprio eixo 
(movimento de rotação da Terra), e é por isso que afirmamos 
ser um movimento aparente. Esse astro aparece, não exata-
mente na mesma posição, que varia no decorrer do ano, mas 
de um mesmo lado, que é o Leste (oriente), e põe-se no lado 
oposto, o Oeste (ocidente). Determinando-se um lado, no 
nascer ou pôr do sol, pode-se, de modo aproximado, utilizar 
os pontos de orientação e, a partir daí, orientar-se. É comum 
afirmar-se que a orientação pela Lua somente pode ser à 
noite. 
 
O geógrafo e astrônomo Paulo Henrique Sobreira destaca 
que "independente da fase da Lua e do horário, ela sempre 
surge no lado Leste e desaparece no lado Oeste. Os horários 
de nascer e ocaso da Lua variam principalmente de acordo 
com suas fases. Na Lua Cheia, por exemplo, em uma dada 
localidade, ela nasce por volta das 18h (...) e se põe próximo 
às 6h. No dia seguinte, o nascer e o ocaso ocorrerão cerca 
de 50 minutos mais tarde para aquela mesma localidade. 
Dessa forma, a Lua pode ser vista também durante o dia, 
principalmente nas fases de Crescente e Minguante." 
 
Cruzeiro do Sul 
 
A orientação por outras estrelas (o Sol é uma estrela) 
também é possível, mas é necessário que se tenha uma 
noção básica de entendimento de carta celeste, inclusive 
para auxiliá-lo na observação. No caso do Brasil, inclusive 
para a porção do nosso território que se encontra no hemisfé-
rio Norte, é possível orientar-se pelo Cruzeiro do Sul, uma 
constelação que é vista em quase todas as noites do ano. A 
partir de algumas relações baseadas nessa constelação, é 
possível determinar, aproximadamente, o ponto Sul. A Estrela 
Polar, visível no hemisfério Norte, pode ser utilizada para a 
determinação aproximada do ponto Norte. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1 – Observe asafirmações: 
 
I - Cartografia é a ciência que trata da concepção, produ-
ção, difusão, utilização e estudo dos mapas. 
II – Existe um paradigma internacional de símbolos e co-
res para facilitar a leitura e interpretação dos mapas em qual-
quer parte do mundo. 
III – A única instituição brasileira que estuda a cartografia 
é o IBGE. 
 
Está(ão) correta(s): 
 
a) I e II 
b) I e III 
c) II e III 
d) todas estão corretas 
 
2 – No Oeste, o referencial genérico aproximado é o(a): 
 
a) Nascer do Sol 
b) Pôr do Sol 
c) Estrela Polar 
d) Cruzeiro do Sul 
 
3 - Um dos instrumentos de orientação mais conhecidos, 
a bússola possui uma agulha imantada que é atraída pelo 
campo de atração magnética da Terra, que está orientado no 
sentido: 
 
a) Leste-Oeste 
b) Norte-Nordeste 
c) Norte-Sul 
d) Sul-Sudeste 
 
4 – Assinale a informação incorreta. 
 
a) Sem equipamentos não é possível orientar-se por al-
guns astros. 
b) A orientação pelo Sol está baseada no seu movimento 
aparente. 
c) A orientação por outras estrelas (o Sol é uma estrela) 
também é possível. 
d) É possível orientar-se pelo Cruzeiro do Sul. 
 
 
 
 
 
RESPOSTAS 
1 - A 2 - B 3 - C 4 - A 
 
 
 
 
 
Geografia 
 
– 4 – 
 
LOCALIZAÇÃO: COORDENADAS GEOGRÁFICAS 
(LATITUDE E LONGITUDE) 
 
 
 
 
As linhas imaginárias são importantes para a localização em qual-
quer ponto do planeta a partir das coordenadas geográficas. 
 
 
Coordenadas geográficas são linhas imaginárias pelas 
quais a Terra foi “cortada”, essas linhas são os paralelos e 
meridianos, através deles é possível estabelecer localizações 
precisas em qualquer ponto do planeta. 
 
Veja abaixo alguns itens importantes nas coordenadas 
geográficas: 
 
• Plano Equatorial: É um plano imaginário que divide a 
Terra em dois polos: norte e sul, de forma igual, mas de uma 
maneira metafórica, é o mesmo que cortar uma laranja em 
duas partes iguais com uma faca. 
 
• Paralelos: São linhas imaginárias paralelas ao plano e-
quatorial. 
 
• Meridianos: São linhas imaginárias paralelas ao meridia-
no de Greenwich que ligam os polos norte e sul. 
 
• Latitude: É a distância medida em graus de um determi-
nado ponto do planeta entre o arco do meridiano e a linha do 
equador. 
 
• Longitude: É a localização de um ponto da superfície 
medida em graus, nos paralelos e no meridiano de Greenwi-
ch. 
 
 
O que é Latitude e Longitude: 
 
Latitude e longitude são descrições da localização, ou co-
ordenadas geográficas, de um determinado lugar na Terra. O 
modo como a latitude é definida depende da superfície de 
referência utilizada, e longitude é medido em graus, de zero a 
180 para leste ou para oeste, a partir do Meridiano de Gre-
enwich, e não há uma posição inicial natural para marcar a 
longitude. 
 
Latitude é o ângulo entre o plano do equador à superfície 
de referência. A latitude mede-se para norte e para sul do 
equador, entre 90º sul, no Polo Sul e 90º norte, no Polo Nor-
te. A latitude é a distância ao Equador medida ao longo do 
meridiano de Greenwich, esta distância mede-se em graus, 
podendo variar entre 0º e 90º para Norte ou para Sul. 
 
A medição da longitude é importante tanto para a carto-
grafia como para uma navegação segura no oceano. Ao 
longo da história, muitos exploradores lutaram para encontrar 
um método de determinar a longitude, como Américo Vespú-
cio e Galileu. Porém, o cálculo da longitude sempre apresen-
tou sérios problemas, principalmente no alto mar.Determinar 
a latitude é mais simples, basta medir o ângulo entre o hori-
zonte e a Estrela Polar com ajuda de um quadrante, astrolá-
bio ou sextante. 
 
A nossa posição sobre a Terra é referenciada em relação 
ao equador e ao meridiano de Greenwich e baseia-se em três 
denominações: a latitude, a longitude e a altitude. 
 
Meridiano de Greenwich 
 
Greenwich tornou-se um meridiano referencial internacio-
nalmente em 1884, devido a um acordo internacional que 
aconteceu em Washington, isso para padronizar as horas em 
todo o mundo, Greenwich foi escolhido por “cortar” o observa-
tório Astronômico Real, localizado em Greenwich, um distrito 
de Londres. 
 
Fusos horários 
 
A necessidade dos fusos é devido ao movimento de rota-
ção da Terra, durante o qual ela gira no seu próprio eixo, 
esse movimento dá origem a dias e noites, perfazendo em 24 
horas. 
 
Ao realizar o movimento da Terra (rotação), um lado do 
planeta recebe luz solar (dia) e o outro lado fica sombreado 
(noite), o movimento e a luz do sol que incide criam as varia-
ções como manhã, tarde, noite, madrugada, então sempre há 
24 horas distintas. 
 
A partir dessas informações verifica-se que a Terra, que é 
esférica, possui 360o, e o movimento de rotação que ela 
realiza gasta 24 horas para ser realizado, se dividirmos 360o 
por 24 horas, obteremos 15o, então, cada 15o, que é a dis-
tância entre dois meridianos, corresponde a 1 hora, isso é 
denominado fuso horário. 
 
O ponto Zero é o meridiano de Greenwich ao leste, a ca-
da 15o aumenta 1 hora; e a oeste de Greenwich, a cada 15o 
diminui 1hora. 
 
 
As Coordenadas Geográficas do Brasil 
 
 
 
 
O Brasil é o maior país da América do Sul, localiza-se 
numa posição centro oriental da América do Sul. 
 
- Coordenadas Geográficas do Brasil: 10º S 55º O 
 
- Área total do território brasileiro: 8.547.403,5 km² 
 
- Área terrestre: 8.455.508 km² 
 
- Área ocupada por águas (rios, lagos, córregos, etc): 
55.457 km² 
 
- Centro Geográfico: Barra do Garças (município situado 
no estado do Mato Grosso) 
 
- Distância entre o ponto extremo Norte e Sul: 4.320 km 
 
- Distância entre o ponto extremo Leste e Oeste: 4.336 km 
 
- Ponto extremo setentrional: fica no estado de Roraima, 
na nascente do rio Ailã (monte Caburaí), fronteira com a 
Guiana 
 
Geografia 
 
– 5 – 
- Ponto extremo Meridional: fica no Rio Grande do Sul, 
numa das curvas do rio Arroio Chuí, a 33° 45' 03" de latitude 
Sul, na fronteira com o Uruguai. 
 
- Ponto extremo Oriental: fica no estado da Paraíba, na 
Ponta do Seixas 
 
- Ponto extremo Ocidental: fica no estado do Acre, na Ser-
ra da Contamana, nascente do rio Moa (fronteira com o Peru) 
 
O território brasileiro representa 6% das terras emersas 
do globo; Ocupa 20,8% do continente americano, o que lhe 
garante o 3º lugar, antecedido pelo Cana-dá e Estados Uni-
dos. Se consideramos apenas a área continua dos Estados 
Unidos, isto é, sem o Alasca e o Havaí sua área cai para 
7.852.155 km2, nesse caso o Brasil fica com a 2º colocação. 
 
Ocupando 47,7% da área da América do Sul, é o maior 
país seguido por Argentina (2.780.272 km2), Peru (1.285.216 
km2) e Colômbia (1.141.748 Km2 ) . 
 
É cortado ao norte pela linha do Equador e ao sul pelo 
Trópico de Capricórnio. Possui 93% do seu território no he-
misfério Sul e 92% na zona tropical. 
 
Os limites territoriais do Brasil totalizam 23.086 km, dos 
quais 7.367 km são de litoral com o Oceano Atlântico e 
15.719 km de fronteiras com os países da América do Sul, 
com exceto com Chile e do Equador. 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1 - Sobre as coordenadas geográficas, assinale a alterna-
tiva correta. 
 
a) A longitude é determinada pelo ângulo formado pela 
posição de um determinado ponto e plano meridional, poden-
do variar de zero a 90º. 
b) Coordenada geográfica é o ponto em que duas latitu-
des se cruzam. 
c) Tanto as latitudes quanto as longitudes são medidas 
em graus, minutos e segundos. 
d) Os principais paralelos e meridianos que cortam o ter-
ritório brasileiro são: Equador e Tordesilhas. 
e) O paralelo é uma circunferência imaginária, que pode 
ser traçado até 180vezes sobre a superfície terrestre. 
 
 
2 - Paralelos e meridianos são linhas imaginárias que se 
intercruzam na superfície terrestre. No cruzamento de um 
paralelo com um meridiano, há um ponto específico que de-
termina a latitude e a longitude, permitindo a sua localização. 
Sobre as referidas latitude e longitude, é correto afirmar: 
 
a) São medidas angulares entre dois pontos. 
b) São distâncias em graus entre dois pontos. 
c) São medidas em quilômetros entre a linha do Equador 
e o meridiano de Greenwich. 
d) A latitude varia de 0º a 180º para Leste ou para Oes-
te. 
e) A longitude varia de 0º a 90º para Norte ou para Sul. 
 
 
3 - O Brasil é o maior país da América do Sul, localiza-se 
numa posição centro oriental da América do Sul. 
 
a) centro ocidental 
b) centro oriental 
c) centro norte 
d) centro sul 
e) central 
 
 
4 – A área total do território brasileiro é 
 
a) 8.243.477,2 km2 
b) 8.366.127,4 km2 
c) 8.400. 765,6 km2 
d) 8.547.403,5 km² 
e) 9.389.387,6 km2 
 
 
5 – O ponto extremo setentrional fica no estado de(o) 
 
a) Rondônia 
b) Ceará 
c) Acre 
d) Amazonas 
e) Roraima 
 
 
6 – O ponto extremo Meridional fica no 
 
a) Paraná 
b) Rio de Janeiro 
c) Rio Grande do Sul 
d) Piauí 
e) Espírito Santo 
 
 
7 - O território brasileiro representa ____% das terras e-
mersas do globo. 
 
a) 4 
b) 6 
c) 8 
d) 10 
e) 11 
 
 
8 - Ocupando 47,7% da área da América do Sul, o Brasil 
é o maior país seguido por ____________ (2.780.272 km2). 
 
a) Argentina 
b) Peru 
c) Colômbia 
d) Bolívia 
e) Chile 
 
 
 
 
 
 
 
RESPOSTAS 
1 - C 2 – A 3 - B 4 - D 
5 - E 6 - C 7 - B 8 - A 
 
Geografia 
 
– 6 – 
 
 
REPRESENTAÇÃO: LEITURA, ESCALA, 
LEGENDAS E CONVENÇÕES 
 
 
Leitura cartográfica 
 
É necessário conhecermos os principais elementos para a 
leitura cartográfica, pois, apesar de os mapas serem ampla-
mente utilizados nos dias de hoje, os principais elementos 
que compõem um mapa, muitas vezes, ficam em segundo 
plano. 
 
Desse modo, é evidente que, na atualidade, não apenas o 
geógrafo utiliza e elabora mapas para o uso em suas ativida-
des, mas também diversos outros profissionais vêm se capa-
citando nas ferramentas “geotecnológicas”, e, para viabilizar 
o manuseio dessas ferramentas (softwares de geoprocessa-
mento, processamento e manuseio de imagens de sensores 
remotos etc.), esses profissionais optaram pela democratiza-
ção da informação, disponibilizando-a com alta qualidade, em 
variados idiomas em blog’s, sites, livros e revistas. Assim, 
surgiu uma gama de materiais em formato digital e analógico 
que vêm subsidiando a aprendizagem de cada vez mais 
usuários da cartografia. 
 
Contudo, é importante que o usuário entenda que o en-
tendimento da cartografia e o manuseio dessas geotecnolo-
gias é fruto direto de trabalhos de campo e de reflexões teóri-
cas/conceituais, que transitam pela produção acadêmica 
sobre os mais diversos assuntos trabalhados na concepção 
do espaço geográfico, realizada desde há muitos anos atrás, 
e que culminou no que se tem hoje em meio digital, sendo a 
principal representação expressa por meio de mapas. 
 
Assim, devemos considerar o mapa como um meio de 
comunicação, contendo objetos definidos por pontos, linhas e 
polígonos, permeados por uma linguagem composta de si-
nais, símbolos e significados. Sendo a sua estrutura formada 
por uma base cartográfica, relacionada diretamente a objetos 
e fenômenos observados ou percebidos no espaço geográfi-
co. 
 
Essa base cartográfica é composta pelos chamados ele-
mentos gerais do mapa, que são pelo menos cinco compo-
nentes que contribuem para a leitura e interpretação do pro-
duto cartográfico. São eles: o título, a orientação, a projeção, 
a escala e a legenda, sendo que a ausência e erros em ma-
pas, na maioria das vezes, ocorre quando um desses ele-
mentos é apresentado de forma incompleta ou distorcida, não 
seguindo as normas da ciência cartográfica, o que pode con-
tribuir para a apreensão incorreta das representações do 
espaço geográfico pelos leitores. 
 
Escala cartográfica 
 
A escala, em cartografia, é a relação matemática entre as 
dimensões do objeto no real e as do desenho que o repre-
senta em um plano ou um mapa. Constitui-se em um dos 
elementos essenciais de um mapa, juntamente com a legen-
da, a orientação, a legenda (convenções cartográficas) e a 
fonte. 
 
Representação 
 
Escala natural: Temos uma escala natural quando o ta-
manho físico do objeto representado no plano coincide com a 
realidade. Própria para representações onde se faz necessá-
rio uma alta fidelidade de representação da região a ser re-
produzida. A escala natural é representada numericamente 
por E1:1. 
 
Escala reduzida : A escala reduzida representa uma área 
que é maior na realidade do que na própria representação. 
Tal escala é geralmente utilizada em plantas de habitações e 
mapas físicos de territórios de tamanho extenso onde faz-se 
necessário a redução por motivos práticos, que chegam a 
E1:50000 ou E1:100000. Para se conhecer o valor real de 
uma dimensão é necessário multiplicar a medida do plano 
pelo valor do denominador. 
 
Escala ampliada: A escala ampliada, por sua vez, é utili-
zada quando é necessária a representação de detalhes mí-
nimos de uma determinada área, ou então a representação 
de territórios de tamanho muito reduzido. Em tal caso o valor 
do numerador é mais alto que o valor do denominador, sendo 
que, deverá dividir-se pelo numerador para conhecer o valor 
real da peça. Exemplos de escalas ampliadas são E2:1 ou 
E10:1. 
 
De acordo com a norma Oa usp 5455:1996 “Desenhos 
técnicos – Escalas” recomenda-se utilizar as seguintes esca-
las normatizadas: 
 
•Escalas reduzidas 1:2, 1:5, 1:10, 1:20, 1:50, 1:100, 
1:200, 1:500, 1:1000, 1:2000, 1:5000, 1:20000 
 
•Escala natural 1:1 
 
•Escalas ampliadas 100:1, 50:1, 20:1, 10:1, 5:1, 2:1 
 
Escalas numéricas, unidade por unidade e gráfica (o 
número à direita do símbolo “.”) e o valor da realidade (o 
número à esquerda do símbolo “.”). Um exemplo seria 
1:100.000, que indica que uma unidade qualquer do plano 
representa 100000 dessas mesmas unidades na realidade, 
ou seja, dois pontos no plano que se encontram a 1 cm esta-
rão na realidade a 100000 cm, se estão no plano a 1m, na 
realidade, estarão a 100000 metros, sendo assim com qual-
quer unidade considerada. 
 
A escala numérica representa a relação entre o valor da 
representação. 
 
A escala unidade por unidade é a igualdade expressa de 
duas longitudes: a do mapa (à esquerda do símbolo “=”) e da 
realidade (à direita do símbolo “=”). Um exemplo seria: 
 
1 cm = 4 km; 2 cm = 500 m, etc. 
 
A escala gráfica é a representação desenhada da escala 
unidade por unidade, onde cada segmento mostra a relação 
entre longitude da representação e da área real. Um exemplo 
seria: 
 
0____________100km 
 
Tipos de escalas numéricas 
 
 
A escala pode ser apresentada de duas maneiras distin-
tas: 
 
x Escala de mapeamento (representada por um gráfico); 
ou 
x Escala numerada (representada por números) 
 
Quanto ao tipo pode ser considerada: 
 
x Grande (entre 1:1.000 a 1:50.000). 
 
x Média (entre 1:100.000 a 1:1.000.000); ou 
 
x Pequena (no mínimo 1:2.000.000); 
 
Escalas como 1:1000000, 1:500000, 1:250000, 1:100000 
ou 1:50000, em geral, são usadas para mapas de continen-
tes, e países, como: Brasil, EUA, Canadá e etc. 
 
Escalas como 1:25000, 1:10000, 1:2500 são utilizadas em 
cidades, bairros e ruas, para estudos de mais precisão. 
 
Quanto maior a escala, maior o ponto de onde vê, conse-
quentemente, maior a quantidade de detalhes no mapa. 
Geografia 
 
– 7 – 
A Legenda e as Convenções 
 
As representações espaciais sempreestiveram presentes, 
pois antes mesmo da escrita e da fala os símbolos e dese-
nhos representavam o meio vivido. Com eles o homem deli-
mitava e ocupava os territórios. Mas foi somente a partir do 
século passado que os mapas passaram a ter o padrão nor-
mativo atual, estabelecido por leis e convenções transforma-
das em normas aceitas pelos estudiosos e por todos os que 
usam produtos da Cartografia. 
 
Assim, estabeleceu-se uma linguagem artificial, padroni-
zada, associativa e universal com o objetivo de promover 
uma melhor compreensão para quem produz e para quem lê 
os mapas, alcançando leitores com menor e maior nível de 
conhecimento. Os mapas passaram então a fazer parte do 
dia-a-dia do homem em sociedade, figurando em livros, revis-
tas, jornais, televisão, internet, e muitos outros meios de 
comunicação humana. De modo que, as técnicas cartográfi-
cas modernas permitiram que as representações ganhassem 
mais e melhor sentido. 
 
Assim, para a melhor simbolização dos objetos e fenôme-
nos que são transportados e contidos em um mapa, e demais 
representações cartográficas, foi necessário se aprimorar as 
chamadas legendas, ou seja, a parte de uma carta ou mapa 
que contém o significado dos fenômenos representados nela, 
geralmente traduzidos por símbolos, cores e traços desenha-
dos cuidadosamente para que o leitor de mapas entenda do 
que trata a representação cartográfica. 
 
A legenda de um mapa está situada, geralmente, dentro 
da moldura do mesmo, com todos os símbolos, cores e ou-
tros artifícios capazes de explicar de modo resumido a ocor-
rência de um determinado objeto ou fenômeno, de acordo 
com sua distribuição no espaço geográfico. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1 - Num mapa da Região Metropolitana de Curitiba, na 
escala 1:250.000, uma das pistas da rodovia BR-116 aparece 
desenhada com um milímetro de largura. A partir dessa in-
formação, é correto afirmar: 
 
a) A largura da pista é de 20 m. 
b) A largura da pista é de 15 m. 
c) A largura da pista é de 25 m. 
d) A representação da rodovia com um milímetro de lar-
gura, num mapa na escala 1:250.000, está de acordo com a 
largura real da rodovia. 
e) Trata-se de uma questão de generalização cartográfi-
ca e nesse caso o desenho da rodovia não obedece à rela-
ção de escala. 
 
 
2 - Para a instalação da sede de uma empresa (que ocu-
pará 1 km²) numa área de 100 km², é necessário fazer a 
cartografia de cada uma dessas áreas separadamente. Em 
relação às características das cartas a serem construídas, é 
correto afirmar: 
 
a) Deve-se usar uma escala ao milionésimo para repre-
sentar o terreno e uma escala pequena para representar a 
sede. 
b) Deve-se usar a mesma escala para as duas cartas, já 
que as duas áreas estão localizadas em um mesmo lugar. 
c) Deve-se usar uma escala média para a representação 
da área total do terreno, e uma escala grande para a repre-
sentação da sede. 
d) Deve-se utilizar a escala gráfica nas duas cartas, por-
que ela é mais precisa do que a escala numérica. 
e) Deve-se utilizar uma escala grande para as duas á-
reas, ou seja, uma escala variável entre 1:100.000 e 
1:150.000. 
 
RESPOSTAS 
1 - E 2 - C 
 
NATUREZA E MEIO AMBIENTE NO BRASIL: 
GRANDES DOMÍNIOS CLIMÁTICOS 
 
 
O Brasil, país tropical de grande extensão territorial, apre-
senta uma geografia marcada por grande diversidade. A 
interação e a interdependência entre os diversos elementos 
da paisagem (relevo, clima, vegetação, hidrografia, solo, 
fauna, etc.) explicam a existência dos chamados domínios 
geoecológicos, que podem ser entendidos como uma combi-
nação ou síntese dos diversos elementos da natureza, Indivi-
dualizando uma determinada porção do território. 
 
 
 
 
 
Dessa maneira, podemos reconhecer, no Brasil, a exis-
tência de seis grandes paisagens naturais: Domínio Amazô-
nico, Domínio das Caatingas, Domínio dos Cerrados, Domí-
nio dos Mares de Morros, Domínio das Araucárias e Domínio 
das Pradarias. 
 
Entre os seis grandes domínios acima relacionados, inse-
rem-se inúmeras faixas de transição, que apresentam ele-
mentos típicos de dois ou mais deles (Pantanal, Agreste, 
Cocais, etc.). 
 
Dos elementos naturais, os que mais influenciam na for-
mação de uma paisagem natural são o clima e o relevo; eles 
interferem e condicionam os demais elementos, embora se-
jam também por eles influenciados. A cobertura vegetal, que 
mais marca o aspecto visual de cada paisagem, é o elemento 
natural mais frágil e dependente dos demais (síntese da pai-
sagem). 
 
Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a 
partir das características climáticas, botânicas, pedológicas, 
hidrológicas e fitogeográficas; com esses aspectos é possível 
delimitar seis regiões de domínio morfoclimático. Devido à 
extensão territorial do Brasil ser muito grande, vamos nos 
defrontar com domínios muito diferenciados uns dos outros. 
Esta classificação feita, segundo o geógrafo Aziz Ab’Sáber 
(1970), dividiu o Brasil em seis domínios: 
 
I – Domínio Amazônico – região norte do Brasil, com ter-
ras baixas e grande processo de sedimentação; clima e flo-
resta equatorial; 
 
II – Domínio dos Cerrados – região central do Brasil, 
como diz o nome, vegetação tipo cerrado e inúmeros chapa-
dões; 
Geografia 
 
– 8 – 
III – Domínio dos Mares de Morros – região leste (litoral 
brasileiro), onde se encontra a floresta Atlântica que possui 
clima diversificado; 
 
IV – Domínio das Caatingas – região nordestina do Bra-
sil (polígono das secas), de formações cristalinas, área de-
pressiva intermontanhas e de clima semi-árido; 
 
V – Domínio das Araucárias – região sul brasileira, área 
do habitat do pinheiro brasileiro (araucária), região de planal-
to e de clima subtropical; 
 
VI – Domínio das Pradarias – região do sudeste gaúcho, 
local de coxilhas subtropicais. 
 
 
Uma grande dificuldade quando se pretende dividir um 
território em paisagens naturais é que os limites dos seus 
elementos em geral não se coincidem. Assim, em determina-
do compartimento do relevo nem sempre o clima ou a vege-
tação são semelhantes em toda a sua extensão, como por 
exemplo, o planalto. E determinado tipo de clima pode abran-
ger um planalto e uma planície, bem como vários tipos de 
vegetações. Esse problema pode ser resolvido em áreas de 
transição, faixas de terra em que não há homogeneidade dos 
elementos naturais, há a presença de elementos de conjun-
tos diferentes, ou seja, há áreas em que ocorre certa seme-
lhança, em toda a sua extensão, do tipo de clima, relevo, 
hidrografia, vegetação e solo. 
 
Outra dificuldade para dividir um território em paisagens 
naturais é o fato de não existir nenhuma regra geral para 
isso. Não há nenhum elemento determinante a partir do qual 
se defina todo o conjunto. Antigamente, costumava-se consi-
derar o clima (ligado às latitudes) como determinante, dividin-
do-se as paisagens naturais do globo em zonas tropicais, 
temperadas, subtropical e etc. De vez em quando, outro ele-
mento da paisagem natural, principalmente a vegetação ou 
em alguns casos o relevo, é mais importante que o clima para 
explicar o conjunto. O clima não é mais estudado como de-
pendente apenas da latitude, mas principalmente da dinâmica 
atmosférica, da ação das massas de ar. 
 
Temos como exemplo a caatinga e o clima semiárido no 
sertão nordestino ou a cobertura florestal da porção litorânea 
do país, desde o nordeste até o sul. Por causa disso, não se 
usa mais, mesmo para o Brasil, o termo zona e sim domínio – 
conjunto natural em que há interação entre os elementos e o 
relevo, clima ou vegetação, que são determinantes. 
 
 
Domínio Morfoclimático Amazônico 
 
É formado por terras baixas: depressões, planícies aluvi-
ais e planaltos, cobertos pela extensa floresta latifoliadae-
quatorial Amazônica. É banhado pela Bacia Amazônica, que 
se destaca pelo grande potencial hidrelétrico.Apresenta grave 
problema de degradação ambiental,representado pelas 
queimadas e desmatamentos. O governo brasileiro, por meio 
do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais 
do Brasil, adotará o ecoturismo e a biotecnologia como for-
mas de desenvolver a Amazônia, preservando-a. 
 
Situação Geográfica 
 
Situado ao norte brasileiro, o domínio Amazônico é a mai-
or região morfoclimática do Brasil, com uma área de aproxi-
madamente 5 milhões km² – equivalente a 60% do território 
nacional – abrangendo os Estados: Amazonas, Amapá, Acre, 
Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Gros-
so. Encontram-se como principais cidades desta região: Ma-
naus, Belém, Rio Branco, Macapá e Santarém. 
 
 
Domínio Morfoclimático dos Cerrados 
 
Corresponde à área do Brasil Central e apresenta exten-
sos chapadões e chapadas, com domínio do clima tropical 
semiúmido e vegetação do cerrado.A vegetação do cerrado é 
formada por arbustos com troncos e galhos retorcidos, reco-
bertos por casca grossa. Os solos são pobres e ácidos, mas 
com a utilização do método da calagem, colocando-se calcá-
rio no solo, estão sendo aproveitados pelo setor agríco-
la,transformando-se na nova fronteira da agricultura, repre-
sentada pela expansão do cultivo da soja, feijão, arroz e 
outros produtos.Nesse domínio estão as áreas dispersoras 
da Bacia do Paraná,do Paraguai, do Tocantins, do Madeira e 
outros rios destacáveis. 
 
Situação Geográfica 
 
Formado pela própria vegetação de cerrado, nesta área 
encontram-se as formações de chapadas ou chapadões 
como a Chapada dos Guimarães e dos Veadeiros, a fauna e 
flora ali situada, são de grande exuberância, tanto para pon-
tos turísticos, como científicos. Vale destacar que é da região 
do cerrado que estão três nascentes das principais bacias 
hidrográficas brasileiras: a Amazônica, a São franciscana e a 
Paranáica. 
 
Localizado na região central do Brasil, o Domínio Morfo-
climático do Cerrado detém uma área de 45 milhões de hec-
tares, sendo o segundo maior domínio por extensão territori-
al. Incluindo neste espaço os Estados: do Mato Grosso, do 
Mato Grosso do Sul, do Tocantins (parte sul), de Goiás, da 
Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste) e de Mi-
nas Gerais (parte noroeste). Encontrado ao longo de sua 
área cidades importantes como: Brasília, Cuiabá, Campo 
Grande, Goiânia, Palmas e Montes Claros. 
 
 
Domínio Morfoclimático de Mares de Morros 
 
Esse domínio acompanha a faixa litorânea do Brasil des-
de o Nordeste até o Sul do País. Caracteriza-se pelo relevo 
com topografia em "meia-laranja" ou mares de mor-
ros,formados pela intensa ação erosiva na estrutura cristalina 
das Serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço.Apresenta 
predominantemente clima tropical quente e úmi-
do,caracterizado pela floresta latifoliada tropical, que, na 
encosta da Serra do Mar, é conhecida como Mata Atlânti-
ca.Essa paisagem sofreu grande degradação em consequên-
cia da forte ocupação humana.Além do desmatamento, esse 
domínio sofre intenso processo erosivo (relevo acidentado e 
clima úmido), com deslizamentos frequentes e formação de 
voçorocas. 
 
Situação Geográfica 
 
Este domínio estende-se do sul do Brasil até o Estado da 
Paraíba (no nordeste), obtendo uma área total de aproxima-
damente 1.000.000 km². Situado mais exatamente no litoral 
dos Estados do: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, 
de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, da Bahia, Ser-
gipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba; e no interior 
dos Estados, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais 
e Espírito Santo. Incluindo em sua extensão territorial cidades 
importantes, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Salva-
dor, Recife, Porto Alegre e Florianópolis. 
 
 
Domínio Morfoclimático das Caatingas 
 
Corresponde à região da depressão sertaneja nordestina, 
com clima quente e semiárido e típica vegetação de caatinga 
formada por cactáceas, bromeliáceas e árvores.Destaca-se o 
extrativismo vegetal de fibras, como o caroá, o sisal e a pia-
çava.A bacia do São Francisco atravessa o domínio da caa-
tinga e tem destaque pelo aproveitamento hidrelétrico e pelos 
projetos de irrigação no seu vale, onde a produção de frutas 
(melão, manga,goiaba, uva) tem apresentado expansão. 
 
A tradicional ocupação da caatinga é a pecuária extensiva 
de corte, com baixo aproveitamento.No domínio da caatinga, 
aparecem os inselbergs, ou morros residuais, resultantes do 
processo de pediplanação em clima semiárido. 
Geografia 
 
– 9 – 
Situação Geográfica 
 
Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático 
das caatingas abrange em seu território a região dos polígo-
nos das secas. Com uma extensão de aproximadamente 
850.000 km², este domínio inclui o Estado do Ceará e partes 
dos Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de Pernam-
buco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Tendo 
como principais cidades: Crato, Petrolina, Juazeiro e Juazeiro 
do Norte. 
 
 
Domínio Morfoclimático das Araucárias 
 
Restringe-se aos estados da Região Sul do Brasil, essa 
vegetação é encontrada principalmente em planaltos mais 
elevados. A cobertura vegetal é formada por pinheiro-do-
paraná, além da erva-mate e o cedro. 
 
O clima predominante é o subtropical, ou seja, uma tran-
sição entre o clima tropical e o temperado, com verões quen-
tes e invernos rigorosos, apresenta as menores temperaturas 
do país e, em determinadas localidades, ocorre precipitação 
de neve. 
 
 
Domínio Morfoclimático das Pradarias 
 
O domínio morfoclimático das Pradarias detém importan-
tes reservas biológicas, como a do Parque Estadual do Espi-
nilho (Uruguaiana e Barra do Quarai) e a Reserva Biológica 
de Donato (São Borja). As condições ambientais atuais fora 
desses parques, são muito preocupantes. 
 
Com o início da formação de um deserto que tende a 
crescer anualmente, essa região está sendo foco de muitos 
estudos e projetos para estagnar esse processo. 
 
Devido ao mau uso da terra pelo homem, como a mono-
cultura e as queimadas, essas darão origem as ravinas, que 
por sua vez farão surgir às voçorocas. Como o solo é muito 
arenoso e a morfologia do relevo é levemente ondulado, 
rapidamente os montantes de areia espalham-se na região 
ocasionados pela ação eólica. 
 
 Em virtude a tudo isso, poucas medidas estão sendo to-
madas, exceto os estudos feitos. Assim, as autoridades locais 
deverão estar alerta, para que esse processo erosivo tenha 
um fim antes que torne toda as pradarias num imenso deser-
to. 
 
Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a su-
deste gaúcho, o domínio morfoclimático das pradarias com-
preende uma extensão, segundo Ab’Saber, de 80.000 km² e 
de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker – UFV. Tendo 
como cidades importantes em sua abrangência: Uruguaiana, 
Bagé, Alegrete, Itaqui e Rosário do Sul. 
 
Localizado no extremo sul do Brasil, também apresenta 
clima subtropical, sendo portanto marcado pela atuação da 
massa polar atlântica.Abrange os pampas, Campanha Gaú-
cha ou Campos Limpos, marcados pela presença do solo de 
brunizens, oriundo da decomposição de rochas sedimentares 
e ígneas, o que possibilita o desenvolvimento da agricultura e 
principalmente da pecuária bovina semi-extensiva. 
 
É notável também a presença de coxilhas (colinas arre-
dondadas e ricas em herbáceas e gramíneas) e das matas-
galerias nas margens dos rios. 
 
 
Faixa de Transição (Pantanal) 
 
Apresenta características variadas, desde aspecto da 
caatinga até a floresta amazônica, o relevo que predomina 
são as planícies que se alagam nos períodos chuvosos. O 
clima desse domínio é o tropical com um período de seca e 
outrochuvoso. 
EXERCÍCIOS 
 
1 - (UFSC) (...) A vegetação recama de flores, cobrindo-
os, os grotões escancelados, e disfarça a dureza das barran-
cas, e arredonda em colinas os acervos dos blocos disjungi-
dos – de sorte que as chapadas grandes, intermeadas de 
convales, se ligam em curvas mais suaves aos tabuleiros 
altos. (...) 
 
(CUNHA, Euclides da. Os Sertões.) 
 
O trecho ilustra descrições geográficas e geomorfológicas 
do domínio da caatinga, presentes na obra de Euclides da 
Cunha. Assinale a alternativa que apresenta somente carac-
terísticas deste domínio morfoclimático brasileiro. 
 
a) Clima tropical árido; solos de baixa fertilidade natural e 
predomínio dos chapadões e chapadas. 
b) Clima tropical alternadamente úmido e seco; solos áci-
dos e presença de depressões interplanálticas. 
c) Clima tropical seco; solos profundos e presença de 
formas mamelonares resultantes da ação do intemperismo 
químico. 
d) Clima tropical semiúmido; solos ácidos de profundidade 
regular e relevo planáltico levemente ondulado. 
e) Clima tropical semiárido; solos ricos em sais minerais e 
presença de áreas deprimidas delimitadas por planaltos e 
chapadas. 
 
 
2 - (PUC) As porções orientais do território brasileiro, em 
termos de clima, sofrem maior intervenção da massa de ar: 
 
a) Equatorial Continental (Ec) 
b) Equatorial Atlântica (Ea) 
c) Tropical Continental (Tc) 
d) Tropical Atlântica (Ta) 
e) Polar Atlântica (Pa) 
 
 
3 – (OSEC) A "friagem" consiste na queda brusca da 
temperatura, na região amazônica. Sobre ela pode-se afirmar 
que: 
 
I. O relevo baixo, de planície, facilita a incursão de massas de 
ar frio que atingem a Amazônia. 
II. A massa de ar responsável pela ocorrência de friagem é a 
Tropical Atlântica. 
III. A friagem ocorre no inverno. 
 
De acordo com as afirmativas acima, assinale: 
 
a) se apenas I estiver correta; 
b) se I e II estiverem corretas; 
c) se II e III estiverem corretas; 
d) se I e III estiverem corretas; 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
 
4 - Assinale a alternativa incorreta sobre o domínio dos mares 
de morros: 
 
a) Devido à variedade de climas encontrados neste domí-
nio, este apresenta rica biodiversidade. 
b) seu relevo apresenta características mamelonares, ou 
seja, com morros arredondados. 
c) Ao longo deste domínio, são encontradas serras escar-
padas de formação cristalina. 
d) devido ao clima e à intensa umidade, as rochas pas-
sam por processo de intemperismo, ou seja, desgaste. 
e) Os solos de modo geral não são muito férteis, o que 
não favoreceu o desenvolvimento da agricultura. 
 
 
RESPOSTAS 
1 - E 2 - D 3 - D 4 - E 
 
 
Geografia 
 
– 10 – 
 
ECOSSISTEMAS 
 
 
 
 
 
Com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o Brasil pos-
sui grande variedade de paisagem e de cultura; tendo desde 
o semideserto até a biodiversidade mais rica do planeta; 
desde tribos de índios até modernas gerações interessadas 
na mundialização. 
 
Existem regiões importantes como as bacias sedimenta-
res do Pantanal e da Amazônia, a Floresta Atlântica e a i-
mensa orla marítima que chama a atenção mundial. 
 
A variedade cultural e paisagística e a falta de conflitos 
étnicos e fronteiriços deixa o Brasil em posição privilegiada, 
ressaltando seu potencial turístico, sobretudo o turismo eco-
lógico. 
 
Ecossistema é definido como um sistema aberto que in-
clui, em uma certa área, todos os fatores físicos e biológicos 
(elemento biótipos e abióticos) do ambiente e suas interações 
o que resulta em uma diversidade biótica com estrutura trófi-
ca claramente definida e na troca de energia e matéria entre 
esses fatores. 
 
"A biocenose e seu biótopo constituem dois elementos in-
separáveis que reagem um sobre o outro para produzir um 
sistema mais ou menos estáveis que recebe o nome de e-
cossistema" (Tansley, 19355). 
 
O ecossistema é a unidade funcional de base em ecologi-
a, porque inclui, ao mesmo tempo, os seres vivos e o meio 
onde vivem, com todas as interações recíprocas entre o meio 
e os organismo"(Dajoz, 1973). 
 
"Os vegetais , animais e micro-organismo que vivem nu-
ma região e constituem uma comunidade biológica estão 
ligados entre si por uma intrincada rede de relações que inclui 
o ambiente físico em que existem estes organismo. 
 
Estes componentes físicos e biológicos interdependentes 
formam o que os biológicos designam com o nome de ecos-
sistema". (Ehrlich & Ehrlich, 1974). 
 
"O espaço limitado onde a ciclagem de recursos através 
de um ou vários níveis tróficos é feita por agentes mais ou 
menos fixos, utilizado simultânea e sucessivamente proces-
sos mutuamente compatíveis que geram produtos utilizáveis 
a curto ou longo prazo" (Dansereau, 1978). 
 
"É um sistema aberto integrado por todos os organismos 
vivos (compreendido o homem) e os elementos não viventes 
de um setor ambiental definido no tempo e no espaço, cujas 
propriedades globais de funcionamento (fluxo de energia e 
ciclagem de matéria) e autorregulação (controle) derivam das 
relações entre todos os seus componentes, tanto pertencen-
tes ao ecossistemas naturais , quanto aos criados ou modifi-
cados pelo homem" (Hurtubia, 1980). 
"Sistema integrado e auto funcionamento que consiste em 
interações de elementos biótipos e abióticos; seu tamanho 
pode variar consideravelmente"(USDT, 1980). 
 
"A comunidade total de organismo, junto com o ambiente 
físico e químico no qual vivem se denomina ecossistema, que 
é unidade funcional da ecologia" (Beron, 1981) (Vocabulário 
Básico do Meio Ambiente compilado por Iara V. D. Moreira, 
FEEMA, 1992). 
 
 
Os principais ecossistemas brasileiros 
 
 
Floresta Amazônica 
 
 
Peixe boi e seringueira 
 
A Amazônia é o maior bioma terrestre do planeta, cuja á-
rea avança em 9 países da América Latina (Brasil, Paraguai, 
Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana Fran-
cesa e Suriname). A bacia hidrográfica do Amazonas ocupa 
uma área de 7.050.000 km3. Em termos geopolíticos a Ama-
zônia legal brasileira ocupa 60 % do território nacional. Ape-
sar de ser o maior estado brasileiro, possui a menor densida-
de demográfica humana, com menos de 10 % da população 
do pais. 
 
A Amazônia é um dos mais preciosos patrimônios ecoló-
gicos do planeta. É na realidade um grande Bioma, composto 
por diversos ecossistemas interagindo em equilíbrio. 65 % de 
toda a área amazônica é composta pela floresta tropical úmi-
da de terra firme, sendo que o restante é constituído por 
matas de cipó, campinas, matas secas, igapós, manguezais, 
matas de várzeas, cerrados, campos de terra firme, campos 
de várzeas e matas de bambu. Toda a rede de rios, córregos, 
cachoeiras, lagos, igarapés e represas constituem os ecos-
sistemas aquáticos da Amazônia. 
 
A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do 
planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000 
mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regi-
ões. Durante os meses de chuvas, a partir de dezembro, as 
águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 me-
tros em algumas áreas. Isto significa que durante metade do 
tempo grande parte da planície amazônica fica submersa, 
caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta, 
cobrindo uma área de 700.000 Km2. A Amazônia é a maior 
floresta do mundo, representando 35 % de toda as florestas 
do mundo. É considerada também uma das mais antigas 
coberturas florestais, permanecendo estabilizada a cerca de 
100 milhões de anos. 
 
O rio Amazonas é o maior e mais largo rio do mundo e o 
principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Ama-
zônica. O volume de suas águas representa 20 % de toda a 
água presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 
quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo 
(16 vezesmaior que a do rio Nilo), conta com mais de 1.000 
afluentes. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo 
frequentemente mais de 60 quilômetros durante a época de 
cheia. Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 
quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros. As 
áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, 
formam uma bacia de inundação muito maior que muitos 
países da Europa, juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do 
Amazonas, é maior que a Suíça. 
 
 
Geografia 
 
– 11 – 
Em termos biológicos é a região com a maior biodiversi-
dade de todos os continentes. Comporta metade das espé-
cies de aves hoje conhecidas, possui a maior diversidade de 
insetos (especialmente borboletas), répteis e anfíbios. Possui 
mais espécies de peixes que o oceano Atlântico. As águas da 
Amazônia também são ricas em caranguejos, camarões, 
serpentes, tartarugas, lagartos, golfinhos (entre eles o boto 
cor-de-rosa), lontras, jacarés e tubarões, os quais sobem 
centenas de quilômetros nos rios em busca de peixes. Deze-
nas de aves aquáticas exploram as águas, ricas em alimento. 
O maior roedor, os maiores papagaios, as maiores cobras, 
os maiores peixes (o pirarucu pode atingir mais de 3 metros 
de comprimento e pesar 180 quilos), as maiores árvores 
tropicais e os maiores insetos vivem na Amazônia. A diversi-
dade de mamíferos, especialmente macacos e felinos, é 
muito grande. 30 espécies de macacos são endêmicas da 
mata amazônica. 
 
O conhecimento da fauna e flora da Amazônia ainda é ex-
tremamente precário. Acredita-se que não se conheça nem a 
metade das espécies que habitam as suas matas e rios . A 
principal característica da Amazônia é a sua inacessibilidade, 
o que dificulta a sua exploração e estudo. 
 
A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde a-
inda vivem povos humanos primitivos. As dezenas de tribos 
ainda existentes espalham-se em territórios dentro da mata, 
mantendo seus próprios costumes, linguagens e culturas, 
inalterados por milhares de anos. Antropólogos acreditam 
que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo 
nas regiões mais inóspitas e inacessíveis. 
 
Oficialmente existem dois parques nacionais na Amazônia 
brasileira, o Parque Nacional do Tapajós e o Parque Nacional 
do Pico da Neblina. O primeiro, com 1 milhão de hectares de 
floresta tropical úmida, e o segundo com extensão de 
2.200.000 hectares. O parque do Pico da Neblina se une ao 
parque Serrania de la Neblina, na Venezuela, com 1.360.000 
hectares, formando em conjunto um dos maiores complexos 
bióticos protegidos do mundo. 
 
Os impactos resultantes da exploração humana da Ama-
zônia são muitos. O desmatamento e as queimadas para a 
formação de pastos para o gado tem destruído imensas á-
reas de florestas virgens todos os anos, há décadas. Estima-
se que a área de pastos (naturais e criados por desmatamen-
to) na Amazônia seja de mais de 20 milhões de hectares. O 
problema é que os pastos não resistem por muito tempo, uma 
vez que o solo amazônico é muito pobre em nutrientes. Isto 
faz com que os criadores avancem constantemente para o 
interior da floresta em busca de novas terras. 
 
Mineração, caça e pesca indiscriminada, contrabando de 
animais raros e espécies em extinção, poluição, e queimadas 
criminosas são alguns dos principais fatores de perturbação 
da Amazônia. 
 
A comunidade científica mundial, ciente do potencial eco-
lógico, geológico, científico e farmacológico da Amazônia, 
tem alertado constantemente as autoridades políticas para a 
necessidade de uma política de preservação e uso equilibra-
do da floresta. Esta política deve ser implantada o mais rápi-
do possível para que os danos atualmente existentes sejam 
revertidos. 
 
Mata de cocais 
 
 
Araracanga 
A mata de cocais situa-se entre a floresta amazônica e a 
caatinga. São matas de carnaúba, babaçu, buriti e outras 
palmeiras. Vários tipos de animais habitam esse ecossiste-
ma, como a araracanga e o macaco cuxiú. 
 
 
Mata Atlântica 
 
 
 
 
Originalmente, essa exuberante floresta tropical, que co-
bria um território pouco maior que 1.000.000 km2, espraiava-
se pela costa do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, 
avançando pelo interior em extensões variadas. A Mata A-
tlântica praticamente ocupava todo o Espírito Santo, Rio de 
Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, bem como 
parcelas significativas de Minas Gerais , Rio Grande do Sul e 
Mato Groso do Sul, logrando alcançar a Argentina e o Para-
guai. 
 
Infelizmente, desse imenso corpo florestal, que outrora 
cobria 12% do território brasileiro, restam apenas 9% de sua 
extensão original. Rios importantes para a economia regional 
e o meio ambiente, como o Paraíba do Sul, São Francisco, 
Doce e Jaquitinhonha encontram-se poluídos ou assoreados 
por causa dos sedimentos arrastados pela erosão do solo 
desprotegido de vegetação. 
 
Semelhante ao que ocorre com a Floresta Amazônica, a 
Mata Atlântica reúne formações vegetais diversificadas e 
heterogêneas. À primeira vista, podemos distinguir três tipos 
de florestas, diferentes em sua composição e aspectos florís-
ticos, mas que guardam, porém, aspectos comuns: as ombró-
filas densas, com ocorrência ao longo da costa; semidecidu-
ais e deciduais, pelo interior do Nordeste, Sudeste, Sul e 
partes do Centro-Oeste; as ombrófilas mistas (Pinheirais) do 
Sul do Brasil. 
 
Um dos motivos para preservar o que restou da Mata A-
tlântica é sua rica biodiversidade, variedade de plantas e 
animais. Calcula-se que nela existam mais de 800 espécies 
de aves, 180 anfíbios e 131 mamíferos, inclusive as quatro 
espécies de mico-leão que são exclusivos daquele ecossis-
tema. 
 
Área total: aproximadamente 1.000.000 km2 
 
Área total atual: aproximadamente 120.000 km2 
 
 
Cerrado 
 
Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de 
folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e 
rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou 
matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, 
uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, 
Geografia 
 
– 12 – 
equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A pai-
sagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi con-
siderada uma área perdida para a economia do país. 
 
Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado 
estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o 
araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo 
dessas árvores crescem diferentes tipos de capim,como o 
capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde 
corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou 
matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvo-
res maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, 
próximos às nascentes de água, o buriti domina a forma pai-
sagem e as veredas de buriti 
 
Os Cerrados apresentam relevos variados, embora pre-
dominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se 
entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% 
atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da 
região o inverno é demarcado por um período de seca que 
prolonga-se por cinco a seis meses. Seu solo esconde um 
grande manancial de água, que alimenta seus rios. 
 
A presença humana na região data de pelo menos 12 mil 
anos, com o aparecimento de grupos de caçadores e coleto-
res de frutos e outros alimentos naturais. Só recentemente, 
há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais densamente 
povoada. 
 
Área total: aproximadamente 2.100.000 km2. 
 
 
Caatinga 
 
 
 
Quando chega o mês de agosto, parece que a natureza 
morreu. Não se veem nuvens no céu, a umidade do ar é 
mínima, a água chega a evaporar 7mm por dia e a tempera-
tura do solo pode atingir 60º C. As folhas da maioria das 
árvores já caírame assim, o gado e os animais nativos, como 
a ema, o preá, o mocó e o camaleão, começam a emagrecer. 
As únicas cores vivas estão nas flores douradas do cajueiro, 
nos cactus e juazeiros. A maioria dos rios para de correr e as 
lagoas começam a secar. 
 
Algumas plantas têm as folhas muito finas. Os espinhos 
dos cactus são o extremo deste tipo de folha. Outras têm 
sistemas de armazenamento de água, como as barrigudas. 
 
As raízes cobrem a superfície do solo, para capturar o má-
ximo de água durante as chuvas leves. As espécies mais 
abundantes incluem a mimosa, a emburana, a catingueira, a 
palmatória, a aroeira, o umbu, a baraúna, a maniçoba, a ma-
cambira, o xique-xique, o mandacaru, a quixabeira e o juazei-
ro, uma das poucas que não perde suas folhas durante a 
seca. 
 
A Caatinga é uma extensa região do Nordeste brasileiro, 
que ocupa mais de 70% de sua área (11% do território brasi-
leiro), também chamada de sertão. Nessa época do ano, a 
região, de árvores e arbustos raquíticos, cheios de espinhos, 
tem um aspecto triste e desolador. 
 
Quando volta a chover, no início do ano, a paisagem pa-
rece explodir de tanto verde.Apesar de raso e conter grande 
quantidade de pedras, o solo da Caatinga é razoavelmente 
fértil. As árvores cobrem-se de folhas rapidamente e o solo, 
em geral pedregoso, fica forrado de pequenas plantas, e a 
fauna volta a engordar. 
A vegetação adaptou-se para se proteger da falta d’água. 
Quase todas as plantas usam a estratégia de perder as fo-
lhas, eliminando a superfície de evaporação quando falta 
água. 
 
Área total: aproximadamente 1.100.000 km2. 
 
Campos 
 
 
Campos sulinos e ratão do banhado. 
 
De maneira genérica, os campos da região Sul do Brasil 
são denominados como “pampas”, termo de origem indígena 
para “região plana”. Esta denominação, no entanto, corres-
ponde somente a um dos tipos de campo, mais encontrado 
ao sul do Estado do Rio Grande do Sul, atingindo o Uruguai e 
a Argentina. 
 
Outros tipos conhecidos como campos do alto da serra 
são encontrados em áreas de transição com o domínio de 
araucárias. Em outras áreas encontram-se, ainda, campos de 
fisionomia semelhantes à savana. 
 
Os campos, em geral, parecem ser formações edáficas 
(do próprio solo) e não climáticas. A pressão do pastoreio e a 
prática do fogo não permitem o estabelecimento da vegeta-
ção arbustiva, como se verifica em vários trechos da área de 
distribuição dos Campos do Sul. 
 
A região geomorfológica do planalto de Campanha, a 
maior extensão de campos do Rio Grande do Sul, é a porção 
mais avançada para oeste e para o sul do domínio morfoes-
trutural das bacias e coberturas sedimentares. Nas áreas de 
contato com o arenito botucatu, ocorrem os solos podzólicos 
vermelho-escuros, principalmente a sudoeste de Quaraí e a 
sul e sudeste de Alegrete, onde se constata o fenômeno da 
desertificação. São solos, em geral, de baixa fertilidade natu-
ral e bastante suscetíveis à erosão. 
 
À primeira vista, a vegetação campestre mostra uma apa-
rente uniformidade, apresentando nos topos mais planos um 
tapete herbáceo baixo – de 60 cm a 1 m -, ralo e pobre em 
espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, pre-
dominando gramíneas, compostas e leguminosas; os gêne-
ros mais comuns são: Stipa, Piptochaetium, Aristida, Melica, 
Briza. Sete gêneros de cactos e bromeliáceas apresentam 
espécies endêmicas da região. A mata aluvial apresenta 
inúmeras espécies arbóreas de interesse comercial. 
 
Na Área de Proteção Ambiental do Rio Ibirapuitã, inserida 
neste bioma, ocorrem formações campestres e florestais de 
clima temperado, distintas de outras formações existentes no 
Brasil. Além disso, abriga 11 espécies de mamíferos raros ou 
ameaçados de extinção, ratos d’água, cevídeos e lobos, e 22 
espécies de aves nesta mesma situação. Pelo menos uma 
espécie de peixe, cará (Gymnogeophagus sp., Família Cichli-
dae) é endêmica da bacia do rio Ibirapuitã. 
 
A vocação da região de Campanha está na pecuária de 
corte. As técnicas de manejo adotadas, porém, não são ade-
quadas para as condições desses campos, e a prática artesa-
nal do fogo ainda não é bem conhecida em todas as suas 
consequências. As pastagens são, em sua maioria, utilizadas 
sem grandes preocupações com a recuperação e a manuten-
ção da vegetação. Os campos naturais no Rio Grande do Sul 
são geralmente explorados sob pastoreio contínuo e extensivo. 
 
Outras atividades econômicas importantes, baseadas na 
utilização dos campos, são as culturas de arroz, milho, trigo e 
Geografia 
 
– 13 – 
soja, muitas vezes praticadas em associação com a criação 
de gado bovino e ovino. No alto Uruguai e no planalto médio 
a expansão da soja e também do trigo levou ao desapareci-
mento dos campos e à derrubada das matas. Atualmente, 
essas duas culturas ocupam praticamente toda a área, pro-
vocando gradativa diminuição da fertilidade dos solos. Disso 
também resultam a erosão, a compactação e a perda de 
matéria orgânica. 
 
 
Pantanal 
 
 
 
A CIMA - Comissão Interministerial para Preparação da 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e De-
senvolvimento-SI/PR, 1991, define o Pantanal mato-
grossense como “a maior planície de inundação contínua do 
planeta”. Sua localização geográfica é de particular relevân-
cia, uma vez que representa o elo de ligação entre o Cerrado, 
no Brasil Central, o Chaco, na Bolívia, e a região Amazônica, 
ao Norte, identificando-se, aproximadamente, com a bacia do 
alto Paraguai. 
 
O Pantanal funciona como um grande reservatório, provo-
cando uma defasagem de até cinco meses entre as vazões 
de entrada e saída. O regime de verão determina enchentes 
entre novembro e março no norte e entre maio e agosto no 
sul, neste caso sob a influência reguladora do Pantanal. 
 
Os solos, de modo geral, apresentam limitações à lavou-
ra. Nas planícies pantaneiras sobressaem solos inférteis 
(lateritas) em áreas úmidas (hidromórficas) e planossolos, 
além de várias outras classes, todos alagáveis, em maior ou 
menor grau, e de baixa fertilidade. Nos planaltos, embora 
predominem também solos com diversas limitações à agricul-
tura, sobretudo à fertilidade, topografia ou escassez de água, 
existem situações favoráveis. 
 
Como área de transição, a região do Pantanal ostenta um 
mosaico de ecossistemas terrestres, com afinidades, sobre-
tudo, com os Cerrados e, em parte, com a floresta Amazôni-
ca, além de ecossistemas aquáticos e semi-aquáticos, inter-
dependentes em maior ou menor grau. Os planaltos e as 
terras altas da bacia superior são formados por áreas escar-
padas e testemunhos de planaltos erodidos, conhecidos 
localmente como serras. São cobertos por vegetações pre-
dominantemente abertas, tais como campos limpos, campos 
sujos, cerrados e cerradões, determinadas, principalmente, 
por fatores de solo (edáficos) e climáticos e, também, por 
florestas úmidas, prolongamentos do ecossistema amazôni-
co. 
 
A planície inundável que forma o Pantanal, propriamente 
dito, representa uma das mais importantes áreas úmidas da 
América do Sul. Nesse espaço podem ser reconhecidas pla-
nícies de baixa, média e alta inundação, destacando-se os 
ambientes de inundação fluvial generalizada e prolongada. 
Esses ambientes, periodicamente inundados, apresentam 
alta produtividade biológica, grande densidade e diversidade 
de fauna. 
 
A ocupação da região, de acordo com pesquisas arqueo-
lógicas, se deu há, aproximadamente, dez mil anos por gru-
pos indígenas. A adequação de atividades econômicas ao 
Pantanal surgiu do processo de conquista e aniquilamento 
dos índios guatós e guaicurus por sertanistas. Foi possível 
implantar a pecuária na planície inundável, que se tornaria a 
única economia estável e permanente até os nossos dias. 
Dentro de um enfoque macroeconômico, a planícierepresen-
tou, no passado, um grande papel no abastecimento de carne 
para outros estados do país. No entanto, esta economia se 
encontra em decadência. 
 
Uma série de atividades de impacto direto sobre o Panta-
nal pode ser observada, como garimpo de ouro e diamantes, 
caça, pesca, turismo e agropecuária predatória, construção 
de rodovias e hidrelétricas. Convém frisar a importância das 
atividades extensivas nos planaltos circundantes como uma 
das principais fontes de impactos ambientais negativos sobre 
o Pantanal. 
 
O processo de expansão da fronteira, ocorrido principal-
mente após 1970, foi a causa fundamental do crescimento 
demográfico do Centro-Oeste brasileiro. A região da planície 
pantaneira, com sua estrutura fundiária de grandes proprie-
dades voltadas para a pecuária em suas áreas alagadiças, 
não se incorporou ao processo de crescimento populacional. 
Não houve aumento significativo em número ou população 
das cidades pantaneiras. No planalto, contudo, o padrão de 
crescimento urbano foi acelerado. 
 
Como todas as cidades surgidas ou expandidas nessa 
época, as de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não tinham 
e nem têm infraestrutura adequada para minimizar o impacto 
ambiental do crescimento acelerado, causado, principalmen-
te, pelo lançamento de esgotos domésticos ou industriais nos 
cursos d’água da bacia. Esse tipo de poluição repercute dire-
tamente na planície pantaneira, que recebe os sedimentos e 
resíduos das terras altas. 
 
O mesmo processo de expansão da fronteira foi respon-
sável pelo aproveitamento dos cerrados para a agropecuária, 
o que causou o desmatamento de vastas áreas do planalto 
para a implantação de lavouras de soja e arroz, além de 
pastagens. O manejo agrícola inadequado nessas lavouras 
resultou, entre outros fatores, em erosão de solos e no au-
mento significativo de carga de partículas sedimentáveis de 
vários rios. Além disso, agrava-se o problema de contamina-
ção dos diversos rios com biocidas e fertilizantes. 
 
A presença de ouro e diamantes na baixada cuiabana e 
nas nascentes dos rios Paraguai e São Lourenço vem atrain-
do milhares de garimpeiros, cuja atividade causa o assorea-
mento e compromete a produtividade biológica de córregos e 
rios, além de contaminá-los com mercúrio. Segundo a WWF 
(1999), existem no Pantanal 650 espécies de aves, 80 de 
mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis. 
 
 
Restingas e manguezais 
 
A costa brasileira abriga um mosaico de ecossistemas de 
alta relevância ambiental. Ao longo do litoral brasileiro podem 
ser encontrados manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, 
costões rochosos, baías, brejos, falésias, estuários, recifes de 
corais e outros ambientes importantes do ponto de vista eco-
lógico, todos apresentando diferentes espécies animais e 
vegetais e outros. Isso se deve, basicamente, às diferenças 
climáticas e geológicas da costa brasileira. 
 
Além do mais, é na zona costeira que se localizam as 
maiores presenças residuais de Mata Atlântica. Ali a vegeta-
ção possui uma biodiversidade superior no que diz respeito à 
variedade de espécies vegetais. Também os manguezais, de 
expressiva ocorrência na zona costeira, cumprem funções 
essenciais na reprodução biótica da vida marinha. 
 
O litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque ao delta do 
rio Parnaíba. Apresenta grande extensão de manguezais 
exuberantes, assim como matas de várzeas de marés, cam-
pos de dunas e praias. Apresenta uma rica biodiversidade em 
espécies de crustáceos, peixes e aves. 
 
O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba e vai 
até o Recôncavo Baiano. É marcado por recifes calcíferos e 
areníticos, além de dunas que, quando perdem a cobertura 
Geografia 
 
– 14 – 
vegetal que as fixam, movem-se com a ação do vento. Há 
ainda nessa área manguezais, restingas e matas. Nas águas 
do litoral nordestino vivem o peixe-boi marinho e as tartaru-
gas, ambos ameaçados de extinção. 
 
O litoral sudeste segue do Recôncavo Baiano até São 
Paulo. É a área mais densamente povoada e industrializada 
do país. Suas áreas características são as falésias, os recifes 
e as praias de areias monazíticas (mineral de cor marrom-
escura). É dominada pela Serra do Mar e tem a costa muito 
recortada, com várias baías e pequenas enseadas. O ecos-
sistema mais importante dessa área é a mata de restinga. 
Essa parte do litoral é habitada pela preguiça-de-coleira e 
pelo mico-leão-dourado (espécies ameaçadas de extinção). 
 
O litoral sul começa no Paraná e termina no Arroio Chuí, 
no Rio Grande do Sul. Com muitos banhados e manguezais, 
o ecossistema da região é riquíssimo em aves, mas há tam-
bém outras espécies: ratão-do-banhado, lontras (também 
ameaçados de extinção), capivaras. 
 
A densidade demográfica média da zona costeira brasilei-
ra fica em torno de 87 hab./km2, cinco vezes superior à mé-
dia nacional que é de 17 hab./km2. Pela densidade demográ-
fica nota-se que a formação territorial foi estruturada a partir 
da costa, tendo o litoral como centro difusor de frentes povo-
adoras, ainda em movimento na atualidade. Hoje, metade da 
população brasileira reside numa faixa de até duzentos qui-
lômetros do mar, o que equivale a um efetivo de mais de 70 
milhões de habitantes, cuja forma de vida impacta diretamen-
te os ecossistemas litorâneos. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1 - Vegetação típica de regiões costeiras, sendo uma área de 
encontro das águas do mar com as águas doces dos rios. A 
principal espécie encontrada nesse bioma é o caranguejo. 
Essas características são do: 
 
a) Cerrado 
b) Mata de Cocais 
c) Mangue 
d) Caatinga 
e) Pantanal 
 
2 - (CESGRANRIO) Um ecossistema tanto terrestre como 
aquático se define: 
 
a) exclusivamente por todas as associações de seres vi-
vos; 
b) pelos fatores ambientais, especialmente climáticos; 
c) pela interação de todos os seres vivos; 
d) pela interação dos fatores físicos e químicos; 
e) pela interação dos fatores abióticos e bióticos. 
 
3 - UFMG - Todas as alternativas apresentam características 
das áreas de cerrado no Brasil, EXCETO 
 
a) Ocorrência de extensos campos úmidos que ocupam o 
topo dos chapadões no Brasil Central e que encerram impor-
tantes mananciais de água. 
b) Ocorrência de solos profundos e ácidos que, adequa-
damente corrigidos, podem apresentar elevada produtividade 
agrícola. 
c) Ocorrência de uma biodiversidade reduzida expressa 
pela sua significativa homogeneidade fisionômica. 
d) Ocorrência de uma biomassa subterrânea onde raízes, 
rizomas e tubérculos são mais numerosos que a biomassa 
aérea de troncos e galhos. 
e) Apresentam relevos variados, embora predominem os 
amplos planaltos. 
 
 
 
RESPOSTAS 
1 - C 2 - E 3 - C 
 
 
 
AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E A 
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO: 
ESPAÇO AGRÁRIO: MODERNIZAÇÃO 
E CONFLITOS 
 
 
As relações socioeconômicas são responsáveis pelas 
modificações no espaço geográfico, estruturando determina-
dos lugares de acordo com a atividade econômica desenvol-
vida, alterando o meio, produzindo novos ambientes, criando 
espaços privilegiados, influenciando os fluxos migratórios, 
interferindo na geopolítica mundial, entre outros fatores. 
 
Diante desse contexto, a Geografia Econômica tem como 
objeto de estudo as transformações espaciais desencadea-
das pelas relações econômicas, a localização e a organiza-
ção dessas atividades. 
 
Outro ponto importante é a análise crítica dos motivos pe-
los quais determinada atividade econômica é realizada em 
um local, considerando os elementos da região como o clima, 
relevo, disponibilidade de recursos naturais, etc. 
 
Essa subseção de Geografia Econômica é composta por 
artigos que abordam a localização industrial, sistemas eco-
nômicos, revoluções industriais, agropecuária, globalização, 
desigualdades socioeconômicas,

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