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Sumário Introdução............................................................................ 1 Prisões em Segunda Instância ............................................ 2 Avaliação dos Ministros desde 2016 .................................... 3 PEC dos Recursos ............................................................... 4 Posicionamento .................................................................... 5 Conclusão.............................................................................. 6 Referências ........................................................................... 7 Introdução O presente trabalho busca apresentar sobre a nova decisão do STF em condenações em segunda Instância. A prisão em segunda instância é uma possibilidade vigente no sistema judicial brasileiro que permite o cumprimento de pena após condenação em segunda instância. O réu ainda poderá entrar com recurso, mas não estará em liberdade. Apresentada em 2011 pelo ministro Cezar Peluso, que a chamou de "PEC dos Recursos". Ela tinha como objetivo o de reduzir o número de recursos ao Supremo e ao STJ e dar mais agilidade às execuções de segunda instância. Até o julgamento de fevereiro, o entendimento que prevalecia era de que uma pessoa só poderia começar a pagar a pena depois que todas as possibilidades de recursos judiciais fossem esgotadas. Toda discussão gira em torno do fato de a Constituição em seu artigo 5º, que uma pena só pode ser executada após o “trânsito em julgado”, garantindo a presunção da inocência até a condenação definitiva em última instância, e se isso impediria a prisão quando instâncias inferiores entenderem que há crime e condenarem o réu. Prisões em Segunda Instância Prisão em segunda instância é uma possibilidade vigente no sistema judicial brasileiro que permite o cumprimento de pena após condenação em segunda instância. O último entendimento de permitir a prisão foi decidido por sete votos a quatro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro de 2016, e mantido em uma nova decisão na corte em outubro de 2016, por seis votos a cinco. O STF julgou constitucional, em 2016, que tribunais de segunda instância podem determinar início do cumprimento da pena mesmo quando ainda cabe recurso a tribunais superiores. A decisão, entretanto, foi tomada pela apertada margem de seis votos contra cinco. O réu ainda poderá entrar com recurso, mas não estará em liberdade. A prisão após uma condenação por colegiado de segunda instância foi o resultado das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) 43 e 44, que foram apresentadas pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Partido Ecológico Nacional (PEN), de modo a alterar o atual entendimento da Corte. Até o julgamento de fevereiro, o entendimento que prevalecia era de que uma pessoa só poderia começar a pagar a pena depois que todas as possibilidades de recursos judiciais fossem esgotadas. Por isso, era comum uma pessoa ser condenada à prisão e permanecer em liberdade. Para advogados, passar a executar as penas depois de condenação na segunda instância pode levar a injustiças contra os condenados, que ainda poderiam recorrer das decisões. Avaliação dos Ministros desde 2016 Os ministros Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello, que em 2016 votaram contra o entendimento, são os ministros que mais concederam liberdade a condenados em segunda instância. Dos 91 pedidos concedidos nesse sentido, 72 foram autorizadas pelos dois ministros 41 por Marco Aurélio e 31 por Lewandowski. Marco Aurélio é integrante da Segunda Turma do STF, onde a maioria dos cinco ministros é favorável ao início do cumprimento da pena. O colegiado costuma derrubar as decisões monocráticas do ministro. Do outro lado, os ministros que mais negaram habeas corpus foram a ministra Rosa Weber (57), Luiz Fux (50), Dias Toffoli (45) e Edson Fachin, que negou todos os 40 pedidos que chegaram a ele nos últimos dois anos. Dos 390 pedidos de habeas corpus analisados pela Folha, 81 foram concedidos em liminar, 10 foram concedidos parcialmente, 290 foram negados e 9 foram descartados por razões processuais. PEC dos Recursos A PEC 15/2011, também chamada PEC dos Recursos, ao reformar os recursos extraordinário e especial junto às cortes superiores, também estabelece que a conclusão dos processos ocorra a partir do julgamento de segunda instância. Em 2011, O ministro Cezar Peluso apresentou a chamada "PEC dos Recursos", com o objetivo de reduzir o número de recursos ao Supremo e ao STJ e dar mais agilidade às execuções de segunda instância. Na época, a OAB entregou ofício ao Ministério da Justiça contra a proposta. A Ordem pontuou que a PEC feria “de morte” o direito à ampla defesa e prejudicaria “o acesso da defesa de um cidadão a todos os graus de jurisdição". A PEC discute a possibilidade do entendimento de forma definitiva, em processos penais, de que o cumprimento da pena ocorrerá a partir do julgamento em segunda instância. Posicionamento A discussão em debate no Supremo Tribunal Federal sobre o início da execução da pena a partir de condenação em segunda instância vem causando polêmica devido à mudança na interpretação constitucional referente ao princípio da presunção da inocência. Ao se falar sobre este assunto, há uma polêmica em torno dele. Considerando a interpretação do Supremo, que foi adotada em 2016, seu posicionamento está correto e, portanto, a prisão após condenação em segunda instância é constitucional. Toda discussão gira em torno do fato de a Constituição em seu artigo 5º, que uma pena só pode ser executada após o “trânsito em julgado”, garantindo a presunção da inocência até a condenação definitiva em última instância, e se isso impediria a prisão quando instâncias inferiores entenderem que há crime e condenarem o réu. Muitas pessoas entendem que, mesmo tendo havido condenação em duas instâncias, não é possível prender alguém que se presume inocente. Porém sendo o réu condenado duas vezes, como o caso midiático em alta do Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde há fatos que comprovem o crime, e condenação em duas instância, porque não haver prisão? A garantia de presunção de inocência já não se esgotou? Levando em conta todos estes pontos, considera-se que a interpretação de 2016 do Supremo é correta. Se um fato já foi decidido por um Juiz singular e por órgão colegiado de Desembargadores, não há mais motivos para persistir a "presunção de não culpabilidade", afinal, todo princípio constitucional é relativo. Dessa forma, acaba-se com a enxurrada recursal que premiava a má-fé no processo penal. O que acontece é que a corrupção, assim como outros crimes, não para. Se o Supremo mudar seu entendimento sobre prisão após condenação em segunda instância, a punição a esses crimes se torna mais difícil. A situação anterior iria voltar, na qual os potenciais condenados jogavam com o tempo, recorriam aos tribunais superiores e esperavam a prescrição. Isso é uma ameaça real, porque era a realidade anterior. Conclusão No dia 17 de fevereiro de 2016, o Supremo Tribunal Federal decidiu, no julgamento do HC 126.292/SP, pela maioria de seus ministros (7x4) a possibilidade de início da execução da pena para o agente condenado em segunda instância, ainda que pendente de recurso previsto legalmente. Em uma nova discussão na corte em outubro de 2016, por uma votação apertada de seis votos a cinco, a decisão foi mantida. A decisão em plenário permanece em discussões doutrinarias sobre o tema, visto que decisão no sentido oposto, referente à execução da pena antes do trânsito julgado foi tomada. Conclui-se, por todo o exposto, que a matéria está sujeita a nova apreciação pelo plenário do STF em face dos questionamentos, em sede de controle de constitucionalidade, que certamente serão levantados. Referências 1- Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/02/10/A-pris%C3%A3o-p%C3%B3s-segunda-inst%C3%A2ncia-analisada-por-estes-2-professores2- Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/ministros-do-stf-contrariam-entendimento-sobre-prisao-em-segunda-instancia/ 3- Disponível em: https://camilavazvaz.jusbrasil.com.br/noticias/305959621/julgamento-historico-stf-muda-jurisprudencia-e-permite-prisao-a-partir-da-decisao-de-segunda-instancia. 4- Disponível em: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,para-entender-o-que-significa-a-decisao-do-stf-sobre-prisao-em-2-instancia,10000080522. 5- Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/09/06/ferraco-cobra-votacao-da-pec-dos-recursos-pelo-plenario
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