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AS TEORIAS CONFLITUAIS DA CRIMINALIDADE E DO DIREITO PENAL. ELEMENTOS PARA A SUA CRÍTICA DO "ETIQUETAMENTO" A UMA CRIMINOLOGIA CRÍTICA

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AS TEORIAS CONFLITUAIS DA CRIMINALIDADE E DO DIREITO PENAL. ELEMENTOS PARA A SUA CRÍTICA
DO "ETIQUETAMENTO" A UMA CRIMINOLOGIA CRÍTICA
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	4
AS TEORIAS CONFLITUAIS DA CRIMINALIDADE E DO DIREITO PENAL. ELEMENTOS PARA SUA CRÍTICA.	5
A TEORIA DO ETIQUETAMENTO	5
REFERENCIAS	8
13
1	INTRODUÇÃO
Existem vários livros direcionados a teoria criminológica confrontando as aquisições das teorias sociológicas sobre crime e controle social com os princípios da ideologia da defesa social, quais sejam, igualdade, legitimidade, bem e mal, culpabilidade, prevenção e interesse social. 
Para se entender estas teorias sociológicas, é importante iniciar conceituando sociologia jurídica. Para Alessandro BARATTA (2002), a sociologia jurídica aborda a relação entre mecanismos de ordenação do direito e da comunidade, e ao mesmo tempo a relação entre o direito e outros setores da ordem social. Dessa forma, compreende-se que a sociologia jurídica se ocupa com modos de ação e de comportamento: que têm como consequências normas jurídicas, que são percebidos como efeitos das normas jurídicas, que serão postos em relação com modelos de ação e de comportamento, que têm como consequências normas jurídicas ou são efeitos de normas jurídicas.
A sociologia jurídica-penal tem como objeto às ações e comportamentos normativos que consistem na aplicação do sistema penal; aos efeitos do sistema entendido como aspecto “institucional” da reação ao comportamento desviante e do correspondente controle social; às reações não-institucionais ao comportamento desviante; e finalmente, às conexões entre um sistema penal dado e a correspondente estrutura econômico-social. Alguns estudiosos entendem que existe uma possibilidade de se fazer uma integração entre micro e macrossociologia, construindo um discurso baseado em dados empiricamente controláveis, em pesquisas bem localizadas, em metodologias previamente declaradas e experimentadas. E ainda que, a posição da sociologia jurídico penal é exemplar para toda a sociologia jurídica, mostrando cada vez mais impulsos de um modelo crítico e avançado.
A sociologia criminal estuda o comportamento desviante com relevância penal, a sua gênese, a sua função no interior da estrutura social dada. A sociologia jurídico-penal, ao contrário, estuda os comportamentos que representam uma reação ante o comportamento desviante, os fatores condicionantes e os efeitos dessa reação, assim como as implicações funcionais dessa reação com a estrutura social global. Essas duas disciplinas têm como problemática comum o conceito e definição de desvio.
AS TEORIAS CONFLITUAIS DA CRIMINALIDADE E DO DIREITO PENAL. ELEMENTOS PARA SUA CRÍTICA. 
As teorias conflituais almejam revelar a relação do direito penal com interesses de grupos de poder. A luta por valores como poder, status, recursos assinala os conflitos em realísticos e não realísticos. O crime, para estas teorias, é um fenômeno político, e o criminoso, um membro de grupos minoritários induzido a agir contra a lei, porque grupos majoritários instrumentalizariam o Direito e o Estado para criminalizar comportamentos contrários. 
O processo de criminalização significa, na verdade, um conflito entre os que detêm o poder e os que são submetidos a este, ou seja, aqueles que recebem das instâncias oficiais o status de criminosos. Neste paradigma, BARATTA (2002) indica uma confusão entre atores do processo econômico e os sujeitos reais desse processo, que seriam, ainda: o capital e a massa trabalhadora marginalizada. A perspectiva macrossociológica do conflito social representaria um progresso da criminologia liberal, aplicando o enfoque da reação social às estruturas da sociedade.
A TEORIA DO ETIQUETAMENTO
Labeling approach, surgiu a partir do estudo da criminologia social, iniciou-se nos Estados Unidos nos anos 60, com críticas às correntes doutrinarias sociológicas da “Nova Escola de Chicago”, que desenvolveram estudos sobre a Sociologia Criminal, com base na criminologia da reação social, como também são chamadas de aplicações do “etiquetamento”. A Labelling approach teoria do etiquetamento, deixa de perguntar quem é o criminoso e passa perguntar quem é considerado desviado, portanto o objeto de estudo deixa de ser o “delinquente” e passa a serem as instâncias que criam e administram a delinquência dentro do sistema penal.
A Teoria do Etiquetamento surge com a Criminologia Crítica, como uma maneira de inovar a forma de se estudar a criminalidade. Referida teoria busca compreender quais os motivos que levam algumas pessoas a serem tratadas como criminosas e quais as consequências desse tratamento, questionando quem determina o estereótipo de criminoso e quem decide que determinada conduta será punida.
Aquele que age em desconformidade com as leis é etiquetado como sendo um delinquente, que deve ser punido como tal. No entanto, na maioria das vezes, basta que um indivíduo seja acusado para que ele sofra as consequências de forma antecipada. Ele é acusado, julgado e condenado antes mesmo de exercer seu direito de responder ao devido processo legal e seu direito de defesa é ignorado.
Os estudiosos da Teoria do Etiquetamento utilizaram-se de todas as referências para demostrar os reflexos que um indivíduo desviante das normas impostas pela sociedade, recebem a etiqueta de “delinquente” pela falta de comprometimento com o ser humano dentro do sistema penal. 
Desta forma, os desviados relacionam-se aos delinquentes, que após cometerem crimes são excluídos do grupo social, e assim são “etiquetados” pelo seu desvio e tornam vítimas de preconceitos dentro do sistema penal que vão além do cumprimento da pena.
O sistema penal está diretamente ligado no universo do sistema social, capazes de produzir e reproduzir o senso comum, através da mídia, por exemplo, que estereotipa o indivíduo delinquente com suas imagens e nomes estampados em meios de circulação informativa.
A própria mídia atribui aos indivíduos o rotulo de criminosos ou delinquentes, o que contribui para asseverar a criação de estereótipos referentes à criminalidade. Isto porque geralmente os criminosos e infratores passam a ser caracterizados como sendo indivíduos das classes mais desfavorecidas economicamente.
Nesse sentido, o reflexo, do desvio de conduta até o cárcere no sistema penal está diretamente ligado à sociedade, e a carga estigmática produzida pelo contato com esse sistema contamina o indivíduo, pelos julgamentos em primeiro lugar e depois pela condenação formal sendo que aquele vai além do cárcere o que acaba por estender a condenação, no sentido de que se encerra a pena privativa de liberdade, e inicia-se a luta do indivíduo para tentativa de inserção social em meios aos preconceitos e etiquetamento ou labelling approach.
Bissoli Filho relata em uma de suas obras que uma vez que a pessoa foi encarcerada, as suas possibilidades de voltar à vida social normal são muito diminuídas, ou pelo menos tem o seu caminho dificultado. Os seus antecedentes aumentam a sua vulnerabilidade e a sua reincidência, vez que não conseguem ser reinseridos na sociedade.
O enfoque do etiquetamento é reflexo de uma sociedade controladora, que é capaz de classificar os indivíduos e condená-los a viverem com marcas do seu passado, a qual seleciona, levando em consideração fatores muitas vezes não ligados diretamente com o ato do desviado, tais como: a classe social, a cor da pele, seus antecedentes criminais, seu “suposto” grau de arrependimento o que demostra que o controle social faz com que o enfoque do etiquetamento se perpetue.
A escola da criminologia crítica tem como principal pensador BARATTA (2002), que parte do entendimento que o crime não é uma realidade ontológica pré-constituída, mas na verdade uma construção social do criminoso através do etiquetamento. 
A criminologia crítica denomina de etiquetamento a tentativa de rotular as pessoas através de testes discriminatórios, que tem como função identificar os “inimigos” com o intuito depuni-los, isola-los e para isso a intervenção do Estado através do Código Penal, que deveria recriminar apenas as condutas consideradas ilegais ou de risco a coletividades, acaba também recriminando características, baseado na reação social. (BAYER, 2013)
A reação social vem através da exclusão de um padrão comportamental reprovado pela maioria, mas na maioria das vezes, não é o comportamento que define a forma de tratamento, mas sim, o nível social.
Como Cardoso (2014) diz:
São as elites que etiquetam o criminoso e não é preciso ir muito longe para constatar isso. Existem diversas possibilidades em nosso Código Penal, para não estender, vamos abordar dois artigos do Código Penal. São os artigos 155, (Furto) com pena de 1 a 4 anos e 129, (Lesão corporal) com a pena de 3 meses a um ano. Podemos perceber que a pena máxima da lesão corporal equivale a pena mínima do crime de furto. (CARDOSO,2014)
Nesse sentir, rapidamente pode-se observar que a legislação brasileira protege mais o patrimônio particular do que a integridade física de uma pessoa.
Cardoso (2014) também cita como exemplo o fato de ser prevista extinção de punibilidade em crimes contra o sistema tributário caso o valor seja devolvido antes da denúncia, enquanto quem furta e restitui pode apenas ter sua pena reduzida de 1/3 a 2/3, mas jamais extinta.
Assim, conclui-se que o criminoso nesse processo de etiquetamento é a pessoa indesejada pela parte dominante da sociedade, tornando o direito penal uma ferramenta de controle social discriminatória.
Ademais, restou clara e evidente que o status negativo social em volta das pessoas criminalizadas impede uma real ressocialização do indivíduo, haja vista a dificuldade, para não dizer impossibilidade de desprender-se de tal etiquetamento, que na maior parte das vezes vem antes da conduta criminosa.
REFERENCIAS
BARATTA, Alessandro: Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal: Introdução à Sociologia do Direito Penal. Tradução de Juarez Cirino dos Santos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora Revan: Instituto Carioca de criminologia, 2002. 
BAYER, Diego Augusto. Teoria do etiquetamento: a criação de estereótipos e a exclusão social dos tipos. Disponível em: https://diegobayer.jusbrasil.com.br/artigos/121943199/teoria-do-etiquetamento-a-criacao-de-esteriotipos-e-a-exclusao-social-dos-tipos. Acesso em: nov. 2017.
BEZERRA, Edson Alves; HAAS, Rosangela Londero. LEITE, Caio Fernando Gianini. Labelling approach ou teoria do etiquetamento. Disponível em: <http://site.ajes.edu.br/encontro/arquivos/20160821080928.pdf>. Acesso em 10/11/2017.
CARDOSO, Fábio Fettuccia. O criminoso segundo a teoria do “labelling approach”. Disponível em: <https://fabiofettuccia.jusbrasil.com.br/artigos/175496748/o-criminoso-segundo-a-teoria-do-labelling-approach>. Acesso em: nov. 2017.
FILHO, Francisco Bissoli. Estigmas da Criminalização. Dos Antecedentes à Reincidência Criminal. Obra Jurídica Editora. 1998
MINARI, Talyta. Teoria do Etiquetamento: A Influência da Mídia no Estereótipo do Criminoso. Disponível em: <https://talytaminari.jusbrasil.com.br/artigos/495441551/teoria-do-etiquetamento>. Acesso em: 10/11/2017.

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