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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO Aluno: EaD - Educação a DistânciaPortal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO 1.1 SISTEMAS RÍGIDOS 1.2 SISTEMAS FLEXÍVEIS 1.3 SELANTES 1.4 SISTEMA DE PROTEÇÃO DE SUPERFÍCIE 1.4.1 Hidrofugantes MÓDULO II 2 VEDAÇÕES VERTICAIS 2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL 2.2 ALVENARIA ECOLÓGICA 2.3 TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE VIDRO EM FACHADAS MÓDULO III 3 REVESTIMENTOS ESPECIAIS PARA FACHADAS 3.1 SISTEMA DE ISOLAMENTO TÉRMICO PELO EXTERIOR 3.2 PINTURAS TÉCNICAS 3.3 PINTURA TÉRMICA MÓDULO IV 4 REVESTIMENTOS ESPECIAIS 4.1 REVESTIMENTOS EM RESINAS 4.2 REVESTIMENTOS EM PEDRA NATURAL E ARTIFICIAL 4.2.1 Revestimento em Pedra Natural 4.2.2 Revestimento em Pedra Artificial REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 4 MÓDULO I 1 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO A qualidade e o ciclo de vida útil de uma construção estão diretamente influenciados pela presença ou não da proteção que um sistema de impermeabilização pode proporcionar, permitindo bloquear a ação prejudicial da água. Os sistemas de impermeabilização têm a função de criar uma barreira física que bloqueia a propagação da umidade em um substrato. A aplicação de um sistema de impermeabilização previne o aparecimento de manchas de bolor e corrosão de armaduras possibilitando a estanqueidade de partes de uma construção (NBR 9575/2003). Estanqueidade Segundo a norma NBR 9595 de 2003, a propriedade de estanqueidade é a característica de um elemento de impossibilitar a percolação ou infiltração de fluidos por meio de si próprio. A ação da água nos diversos elementos de construção pode ocorrer de diversas formas como: Água de percolação Incidêndia por meio dos fatores atmosféricos (chuva). Umidade do solo Penetração por meio dos capilares dos elementos de fundação de uma construção em razão do contato direto sem proteção. Água sob pressão Em reservatórios e piscinas. Água de condensação Originada do vapor de água em contato com superfícies frias, muito comum em janelas próximas de cozinhas e banheiros. AN02FREV001/REV 4.0 5 Os produtos impermeabilizantes são utilizados em boa parte dos ambientes de uma edificação, sendo que existem muitas soluções no mercado de diferentes características. As empresas fabricantes destes produtos possuem abrangência nacional e seus catálogos técnicos contêm inúmeros tipos de produtos para diferentes necessidades em uma obra (FERREIRA, 2012). FIGURA 1 – SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO Impermeabilização de terraço FONTE: Disponível em: <http://isolotrofa.com/wp-content/uploads/2012/01/06.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2013. Os sistemas de impermeabilização são divididos em dois grupos: rígidos e flexíveis. A correta especificação de um sistema de impermeabilização depende de diversos fatores como o tipo de elemento a proteger, se o mesmo pode sofrer movimentação estrutural, se o elemento a proteger está localizado no exterior sujeito a receber fenômenos climáticos, como raios UV, chuva, etc., se o local a impermeabilizar terá trânsito de veículos e pessoas ou se estará exposto a agentes químicos. AN02FREV001/REV 4.0 6 1.1 SISTEMAS RÍGIDOS O sistema de impermeabilização rígido possui como principal característica a proteção de superfícies em partes estáveis de uma edificação. Em razão de suas propriedades intrínsecas, possibilitam a impermeabilização em zonas que não estejam sujeitas ao aparecimento de trincas e fissuras. Entre as aplicações mais usuais são os elementos de fundação, pisos interiores em contato com o solo, em contenções e piscinas enterradas. Os principais tipos de sistemas rígidos são: os concretos impermeáveis, as argamassas impermeáveis e cristalizantes. Concreto Impermeável Um concreto impermeável consiste essencialmente na adição de um elemento químico chamado aditivo, que confere à mistura propriedades de coesão dos seus elementos, permitindo maior fechamento dos vazios existentes entre o cimento e os agregados. Esse concreto requer análise minuciosa de seus componentes e cuidados especiais na execução com relação ao adensamento e vibração do concreto, para garantir uma superfície sem irregularidades. Segundo Ferreira (2012), não existe um concreto totalmente impermeável, em virtude das características próprias deste material, elevado grau de porosidade e permeabilidade. Com o uso de consumos mínimos de cimento na ordem dos 350,0 kg/m3 e relação a/c (água-cimento) abaixo de 0,5; a aplicação de aditivos químicos impermeabilizantes do tipo incorporadores de ar, que possibilitam a introdução na mistura de microbolhas de ar que eliminam os capilares, proporcionando uma diminuição da possibilidade de percolação da água por este material. O aditivo químico atua diretamente ao principal componente reativo da mistura, o cimento, fazendo com que esta atividade crie uma maior coesão entre os elementos. Além do aditivo químico, são utilizados também materiais que proporcionam um aumento da àrea específica do cimento, possibilitando melhores AN02FREV001/REV 4.0 7 resultados, como partículas extremamente finas como as cargas minerais: a sílica ativa, sílica da casca de arroz, o argilo mineral metacaulim. As principais utilizações dos concretos impermeáveis são as estações de tratamento de esgoto (ETE), estações de tratamento de água (ETA), reservatórios de água, cisternas, tanques de contenção, etc. Normalmente, em virtude das dificuldades em conseguir em obra um concreto completamente impermeável, torna-se necessário um tratamento de superfície para garantir a impermeabilidade. FIGURA 2 – SISTEMAS RÍGIDOS Concretagem de concreto com aditivo químico. FONTE: Disponível em: <http://www.campograndenews.com.br/uploads/tmp/images/5049903/300x220.3125- 4fda42eb9ac3e4bb51a60d078440c4fd9e68fb8b930d2.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2013. Argamassa Impermeável e Cristalizantes As argamassas impermeáveis são em sua maioria fabricadas em processos industriais, sendo encontradas prontas para uso. AN02FREV001/REV 4.0 8 Na sua composição existem além do cimento e areia em diferentes proporções, diferentes aditivos químicos que conferem a impermeabilidade a esta matriz cimentícia. O principal tipo de argamassa impermeável é a argamassa polimérica, que consiste em um material bicomponente geralmente um elemento em pó e outro líquido que proporciona completa proteção a muitas solicitações de umidade. A sua origem consiste na mistura de cimentos especiais com diferentes características não comercializados na construção, com adição de dispersões sintéticas de polímeros e cargas minerais,que promovem uma camada de proteção altamente aderente, estável e impermeável. FIGURA 3 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE ARGAMASSA POLIMÉRICA EM PISO DE BANHEIRO FONTE: Disponível em: <http://static.habitissimo.com.br/photos/project/big/impermeabilizacao- argamassa-polimerica-semi-flexivel_29978.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2013. O maior problema destas argamassas é a pouca resistência aos agentes atmosféricos, não sendo recomendada a sua exposição, em virtude das diferentes AN02FREV001/REV 4.0 9 reações que podem surgir por meio de seus componentes, sendo necessária a cobertura com uma pintura ou camada de proteção. Existem vários tipos de argamassas poliméricas disponíveis no mercado da construção, sendo que podem aparecer com outros nomes e funções específicas, como os cimentos poliméricos, os cristalizantes, bloqueadores hidráulicos, argamassas de secagem rápida com aditivos especiais. Os cristalizantes são as argamassas poliméricas mais elaboradas, contendo em sua composição alguns compostos químicos como cimentos aditivados, resinas e água. Em contato com a umidade, este material tende a cristalizar-se, possibilitando o fechamento dos poros e capilares existentes, criando uma barreira de impermeabilização. FIGURA 4 – APLICAÇÃO DE CRISTALIZANTE EM CONCRETO FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_4iSDLDPO0Rk/TLVrjsDLY6I/AAAAAAAAAAc/jR- N73Jf7rg/s1600/clip_image004.jpg>. Acesso em: 26 fev. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 10 FIGURA 5 – EXEMPLO DE PROJEÇÃO DE CRISTALIZANTE EM PAREDE DE CONCRETO FONTE: Disponível em: <http://www.equipedeobra.com.br/construcao- reforma/47/imagens/i333289.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 11 FIGURA 6 – PINTURA COM CRISTALIZANTE FONTE: Disponível em: <http://www.aecweb.com.br/tematico/img_figuras/denver_interna$$225.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2013. 1.2 SISTEMAS FLEXÍVEIS Os sistemas flexíveis são mais utilizados que os sistemas rígidos, nas obras de construção civil, principalmente em razão de serem elásticos e acompanharem as possíveis deformações que as estruturas estão sujeitas ao longo do tempo. Segundo Kloss (1996), a sua propriedade de elasticidade faz com que estes sistemas sejam indicados para todo o tipo de estrutura sujeita a movimentações, vibrações, insolação e variações térmicas (dilatações e contrações). Os sistemas flexíveis são fornecidos na forma de mantas asfálticas, membranas líquidas, mantas de PVC, entre outros. AN02FREV001/REV 4.0 12 Manta Asfáltica Apesar do surgimento de novas tecnologias de impermeabilização flexível, a manta asfáltica ainda é o principal tipo de impermeabilização flexível utilizada na maioria das obras de Construção Civil. Esse sistema é pré-fabricado, formado por um elemento central que proporciona a estrutura, composto por filamentos de poliéster ou véu de fibra de vidro, que conferem ao produto grande resistência mecânica, sendo recoberto nas duas faces por um composto asfáltico (KLOSS, 1996). Segundo a norma NBR 9952, as mantas asfálticas para impermeabilização são classificadas em quatro categorias conforme as características de tração, alongamento, flexibilidade e espessura, variando de 3,0 a 4,0 mm de espessura. Possuem acabamentos diferentes segundo o tipo de aplicação utilizada, no ambiente externo com exposição aos agentes atmosféricos ou com proteção mecânica para os outros ambientes. Na sua composição química, as mantas asfálticas são fabricadas com asfalto do tipo elastomérico ou plastomérico. TABELA 1 – TIPOS DE MANTAS ASFÁLTICAS Tipo Características Elastoméricas Os elastômeros são substâncias que são misturadas ao asfalto e têm a propriedade do efeito elástico. Plastoméricas Os plastômeros são adicionados para proporcionar maior resistência mecânica, térmica e química à manta asfáltica. Classificação das Mantas Asfálticas segundo o tipo de asfalto. FONTE: (KLOSS, 1996). Segundo o tipo de revestimento utilizado para as mantas asfálticas expostas aos agentes atmosféricos e sem proteção mecânica, os principais são: AN02FREV001/REV 4.0 13 Alumínio Revestimento aplicado na face exposta da manta asfáltica, resistente a raios solares e proporciona relativo conforto térmico à construção. Não é de característica transitável por pessoas ou veículos. Utilizado em coberturas e lajes. Ardosiado Revestimento aplicado na face exposta da manta asfáltica com ardósia natural e grânulos, minerais. Antirraiz Para uso em jardineiras, recebe um revestimento com produtos químicos que inibem o crescimento de raízes, chamados herbicidas, evitando que seja danificada a impermeabilização. FIGURA 7 – APLICAÇÃO EM COBERTURA DE MANTA ASFÁLTICA COM ACABAMENTO DE ALUMÍNIO FONTE: Disponível em: <http://www.telhao.com/img-produtos/manta-asfaltica1.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 14 FIGURA 8 – IMPERMEABILIZAÇÃO POR MEIO DE MANTA ASFÁLTICA COM ACABAMENTO DE ALUMÍNIO FONTE: Disponível em: <http://clecio-santos.zip.net/images/SAM_6229.JPG>. Acesso em: 28 fev. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 15 FIGURA 9 – IMPERMABILIZAÇÃO COM MANTAS ASFÁLTICAS TRADICIONAIS EM LAJE DE COBERTURA FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_QSzRqBnNh2Q/TO_GJoAXAZI/AAAAAAAAABA/2cGAHaZ6lfQ/s1600/tela s.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 16 FIGURA 10 – IMPERMEABILIZAÇÃO COM MANTA ASFÁLTICA TRADICIONAL FONTE: Disponível em: <http://www.impermil.com/images/aplicacao_de_manta_asfaltic.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2013. Membrana Líquida As membranas líquidas são moldadas in loco, sendo executadas com impermeabilizantes líquidos, aplicados nas superfícies de tratamento em diversas demãos de acordo com o tipo de produto utilizado. Os tipos de membrana de impermeabilização variam de acordo com a flexibilidade dos produtos, a resistência à exposição solar e os procedimentos de aplicação. A aplicação destes produtos impermeabilizantes possuem certas carcaterísticas que devem ser respeitadas pelo aplicador como garantir a forma de preparação do produto para aplicação, sendo o tempo de mistura ou a dosagem recomendada para aplicação, o consumo recomendado pelo fabricante relativo à àrea a ser impermeabilizada, bem como o número de demãos indicada. Os principais tipos de membranas líquidas são: AN02FREV001/REV 4.0 17 Soluções e Emulsões asfálticas; Asfaltos Moldados a quente; Membranas de Poliuretano; Membrana de Poliureia; Membrana Acrílica; Resinas Termoplásticas. Soluções e Emulsões Asfálticas As soluções e emulsões asfálticas são realizadas por meio de misturas de asfalto com adição de polímeros, água ou solvente. São aplicadas a frio, como pintura para posterior aplicação de uma manta asfáltica ou em duas ou mais demãos cruzadas como impermeabilização de áreas internas sujeitas à umidade antes da camada de regularização e da aplicação do revestimento final. FIGURA 11 – APLICAÇÃO DE EMULSÃO ASFÁLTICA FONTE: Disponível em: <http://www.peritos.eng.br/impermeabilizacoes/imagens/imprima.jpg>. Acesso em: 04 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 18 Asfaltos Moldados a Quente Segundo Kloss (1996), é um sistema bastante utilizado no Brasil, desdeas primeiras impermeabilizações realizadas em edificações. Em função dos cuidados quanto à segurança em obra e à dificuldade de preparação e manuseio em obra, atualmente é pouco utilizada nas obras de Construção Civil. Este sistema consiste na aplicação de uma membrana asfáltica a quente em diversas demãos intercaladas por materiais estruturantes como telas, véus ou redes de fibra de vidro. FIGURA 12 – APLICAÇÃO DE ASFALTO A QUENTE FONTE: Disponível em: <http://lh4.ggpht.com/_W6iQJ1fV5ws/TUl36_zbPWI/AAAAAAAADmg/Rn2D9y6WJKY/image_thumb% 5B6%5D.png?imgmax=800>. Acesso em: 04 mar. 2013. Membrana de Poliuretano As membranas de poliuretano são impermeabilizantes bicomponentes aplicados a frio, com grande estabilidade química, aderência a diversos tipos de superfícies, com características de elasticidade e resistência a altas temperaturas, sendo mais recomendado em ambientes mais agressivos. AN02FREV001/REV 4.0 19 FIGURA 13 – APLICAÇÃO DE MEMBRANA DE POLIURETANO FONTE: Disponível em: <http://i.ytimg.com/vi/_vdWCJl9rfU/0.jpg>. Acesso em: 07 mar. 2013. Membrana de Poliureia As membranas de poliureia são revestimentos aplicados com spray com equipamento de pulverização, indicado para áreas onde a velocidade de liberação da área é crítica, já que sua cura é muito rápida (da ordem de poucos minutos). Após ser aplicado, apresenta características de elasticidade, resistência química e mecânica. AN02FREV001/REV 4.0 20 FIGURA 14 – APLICAÇÃO DE POLIUREIA FONTE: Disponível em: <http://i01.i.aliimg.com/img/pb/570/645/108/108645570_357.jpg>. Acesso em: 07 mar. 2013. Membrana Acrílica As membranas acrílicas são formadas por resinas acrílicas normalmente dispersas em água, executadas com diversas demãos intercaladas por camada estruturante, como fibra de vidro, véu, geotêxtil, etc. Este material é resistente aos raios solares ultravioletas, sendo indicada para aplicações em superfícies expostas e não transitáveis, sendo recomendado em áreas inclinadas para que não se acumule sobre a superfície e danifique o sistema de impermeabilização. AN02FREV001/REV 4.0 21 FIGURA 15 – APLICAÇÃO DE MEMBRANA ACRÍLICA FONTE: Disponível em: <http://www.casadagua.com/wp-content/gallery/impermeabilizacao-com- fabertec-membrana-acrilica-elastica/imagem-008_0.jpg >. Acesso em: 07 mar. 2013. Resinas Termoplásticas As resinas termoplásticas são impermeabilizantes flexíveis bicomponentes, compostas por uma parte líquida contendo resina acrílica e outra em pó, contendo cimento aditivado. Após a homogeneização formam uma pasta que pode ser aplicada com broxa em várias demãos, estruturadas ou não com telas de poliéster, tornando a superfície estanque, mas não resistente à presão negativa de água. AN02FREV001/REV 4.0 22 FIGURA 16 – APLICAÇÃO DE RESINAS TERMOPLÁSTICAS FONTE: Disponível em: <http://www.ibisp.org.br/scripts/kfm/get.php?id=135>. Acesso em: 07 mar. 2013. Outros tipos de materiais utilizados na Construção Civil para impermeabilização de superfícies são as mantas pré-fabricadas à base de diferentes tipos de componentes sintéticos PEAD, PVC, TPO, EPDM, etc. Em sua maioria são produzidas de ligas elásticas e flexíveis, adptando-se com facilidade principalmente a locais sujeitos a movimentações e vibrações de estrutura. PEAD Significa geomembranas de poliuretanbo de alta densidade que possuem em sua composição aproximadamente 97,5% de polietileno virgem e 2,5% de fuligem (negro de fumo), responsável pela resistência aos raios ultravioletas. Também contém adições de substâncias químicas que aumentam a resistência do produto a intempéries, ao calor e a degradação. AN02FREV001/REV 4.0 23 FIGURA 17 – APLICAÇÃO DE MANTA TIPO PEAD FONTE: Disponível em: <http://www.demlurb.pjf.mg.gov.br/img/at1.jpg>. Acesso em: 07 mar. 2013. PVC As mantas de PVC podem ser empregadas na impermeabilização de estruturas de concreto (túneis, lajes, subsolos, etc.) e coberturas. As mantas desenvolvidas para cobertura são resistentes aos raios solares e podem ficar expostas às intempéries, são resistentes à penetração de raízes e micro- organismos. AN02FREV001/REV 4.0 24 FIGURA 18 – APLICAÇÃO DE MANTA DE PVC FONTE: Disponível em: <http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/143/imagens/i97203.jpg>. Acesso em: 24 mar. 2013. TPO As membrans do tipo TPO são fabricadas com materiais termoplásticos flexíveis reforçados com uma malha de poliéster; têm grande resistência a rasgos, perfurações, bactérias e raios solares, tendo seu uso voltado para as coberturas. EPDM Significa etileno-propileno-diero-monômero, é um tipo de borracha que pode ser bastante esticada, permitindo a moldagem a qualquer tipo de superfície. Possui aplicabilidade na fabricação de mantas para coberturas, com fixação mecânica ou aderida. AN02FREV001/REV 4.0 25 FIGURA 19 – MANTA DE EPDM FONTE: Disponível em: <http://img.clasf.com.br/2012/06/10/Manta-Epdm-Carlisle-Bobina-Fechada-m- X-m-20120610211916.jpg>. Acesso em: 24 mar. 2013. 1.3 SELANTES Os selantes são materiais impermeabilizantes utilizados na Construção Civil de forma a selar as juntas de fachadas e pavimentos entre os mais diversos materiais para garantir a estanqueidade e comportamento mecânico dos mesmos. Também é bastante utilizado na recuperação de uma estrutura deteriorada, no preenchimento de fissuras de pequeno porte (RIBEIRO, 2006). Em sua composição encontram-se polímeros, cargas (fillers), pigmentos e aditivos modificadores de suas propriedades. Os selantes são encontrados no mercado em forma de produto monocomponente ou bicomponente, os quais polimerizam pela ação de agente endurecedor, também chamado de catalisador. AN02FREV001/REV 4.0 26 Na fase de projeto é realizada a escolha do tipo de selante a ser utilizado em obra de acordo com as características de cada edificação e o tipo de aplicação mais adequado. Nas juntas das fachadas, os tipos de selantes mais usados são: Poliuretanos: produtos à base de polímeros sintéticos, produzidos pela reação de poliol e isocianato. Silicones: produtos à base de silício e os de cura neutra são os adequados. Silicones híbridos: produtos à base de poliéster com terminações de silano. Os selantes podem ser classificados tendo em conta a capacidade de absorver as movimentações estruturais em situações em que a fachada está sujeita a diversos agentes agressivos, como em fachadas à beira mar. As juntas de movimentação possuem a função de absorver deformações da estrutura e variações térmicas e higroscópicas dos materiais utilizados em uma fachada. Segundo Ribeiro (2006), as juntas são caracterizadas por serem aberturas existentes nos revestimentos que são preenchidas com selantes, procurando atender às seguintes funções: Evitar a passagem de ar, água ou sólidos para o interior da edificação; Permitir as movimentações de retração causadas por hidratação do cimento, expansão, variação térmica, vibração etc.; Atenuar a transferência de esforços ou de tensões; Acomodar pequenas variações dimensionais toleradas em projeto; Acomodar movimentações entre materiais de diferentes naturezas; Permitir mudanças de planos de fachada; Impedir a intrusão de sólidos.Segundo Ribeiro (2006), as juntas de uma fachada devem cumprir as suas funções, sendo que devem constar em projeto as informações: AN02FREV001/REV 4.0 27 Definição dos tipos de juntas a serem preenchidas com selantes. Dimensionamento das juntas, indicando abertura e profundidade. Indicação do tipo de selante, de forma a atender às solicitações impostas à junta – deve abranger a capacidade de movimentação do selante, módulo de elasticidade, dureza, fator de forma, compatibilidade com o substrato e necessidade de primer. Indicação do corpo de apoio quanto ao tipo, às dimensões e ao posicionamento. Definição do método de preenchimento da junta – este serviço deve ser realizado por mão de obra especializada e com base nas instruções dos fabricantes do produto, para que seja obtido o desempenho especificado. Principais solicitações do meio ambiente Os agentes do meio ambiente interferem no desempenho dos selantes aplicados nas juntas por meio da variação de temperatura, da umidade, do vento e do comportamento intrínseco dos materiais, gerando variações dimensionais nas edificações, originando tensões no sistema de vedação vertical (RIBEIRO, 2006). Os agentes podem atuar em conjunto ou de forma isolada, resultando em movimentações reversíveis e irreversíveis (RIBEIRO, 2006). AN02FREV001/REV 4.0 28 FIGURA 20 – DIFERENTES TIPOS DE ESFORÇOS QUE PODEM ATUAR SOBRE UM SELANTE FONTE: (RIBEIRO, 2006). As movimentações podem ser acomodadas pela existência de juntas no sistema de vedação vertical e pela aplicação correta de selantes. Segundo Ribeiro (2006), os principais efeitos relacionados com os selantes são: Expansão ou contração – o selante deve estar aderido às faces laterais paralelas da junta, durante a expansão ou a contração dos substratos. Cisalhamento/torção – o selante não deve estar aderido à face inferior da junta, de modo a acompanhar as movimentações das faces laterais do substrato. Os dois movimentos anteriores podem ocorrer simultaneamente. AN02FREV001/REV 4.0 29 1.4 SISTEMA DE PROTEÇÃO DE SUPERFÍCIE 1.4.1 Hidrofugantes A presença da água influencia diretamente as propriedades dos principais materiais de Construção Civil, em especial nos materiais porosos, reduzindo seu desempenho e provocando o crescimento de micro-organismos. A afinidade da água com os concretos, argamassas e granitos é a consequência de sua baixa tensão superficial, em relação a estes materiais. Os hidrofugantes apresentam uma tensão superficial inferior a da água e por esta razão apresentam características hidrofóbicas, conseguindo penetrar nos pequenos capilares dos principais materiais existentes. Como consequência desta ação, reduzem as forças capilares e a penetração de água, causando menor impacto na permeabilidade ao vapor e apresentando boa adesão aos materiais silicosos. A análise do controle da penetração de água nos materiais de Construção Civil vem sendo pesquisada ao longo do tempo, havendo registros da aplicação de óleos e ceras para a proteção de rochas nas edificações romanas e gregas (KLOSS, 1996). FIGURA 21 – EFEITO DE UM BLOCO CERÂMICO SEM HIDROFUGANTE (ESQUERDA) E COM HIDROFUGANTE (DIREITA) FONTE: Disponível em: <http://farm7.static.flickr.com/6111/6352651635_7b1abc3f14_m.jpg>. Acesso em: 24 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 30 Atualmente, os hidrofugantes mais utilizados na construção civil para a impermeabilização são à base de silicone, que possuem uma baixa tensão superficial e conseguem recobrir a superfície dos poros do substrato sem a formação de uma película. Os silicones são formados por uma matriz inorgânica e são os responsáveis pela repelência à água, quanto maior for esse radical, maior é a eficiência e a durabilidade do hidrofugante. Comercialmente, os principais hidrofugantes à base de silicone usados no Brasil são: silanos, siloxanos, siliconatos e mistura de silanos/siloxanos. Silanos Os silanos são componentes químicos que servem como base de diversos tipos de hidrofugantes. As principais características destes materiais são: aspecto transparente, não formam filme ou película na superfície de aplicação e possuem uma baixa viscosidade. A propriedade mais ineficiente destes produtos é que evaporam durante a aplicação, em média esta evaporação pode chegar a 40% da quantidade aplicada, por esta razão não é indicada a sua aplicação em dias de sol. Siloxanos Os siloxanos possuem características muito parecidas com os silanos, sendo que o aspecto que mais difere entre os produtos, é o teor de evaporação durante a aplicação (KLOSS, 1996). Além das características equivalentes aos silanos, os siloxanos diferem quanto ao tempo de formação da proteção, sendo mais rápido do que os silanos. Silanos-Siloxanos Os silanos-siloxanos são o produto proveniente pela mistura desses dois tipos de hidrofugantes. Atualmente, é o produto mais comercializado no Brasil. AN02FREV001/REV 4.0 31 Em superfícies mais porosas, a composição do produto possui maior quantidade de siloxano, enquanto em superfícies mais fechadas existe a concentração maior de silanos. O produto hidrofugante a base de silano-siloxano possui na grande maioria uma base aquosa, podendo também ser encontrado na base solvente, a diluição para ambos os casos não é recomendada pelos fabricantes, pois pode causar alterações nas propriedades dos produtos. FIM DO MÓDULO I
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