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AN02FREV001/REV 4.0 32 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO Aluno: EaD - Educação a DistânciaPortal Educação AN02FREV001/REV 4.0 33 CURSO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 34 MÓDULO II 2 VEDAÇÕES VERTICAIS 2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL A alvenaria estrutural é um processo construtivo caracterizado pelo uso de paredes de bloco de concreto como suporte principal da estrutura de um edifício, tendo, portanto, dupla função: dividir os ambientes e suportar as cargas de uma edificação, enquanto que em alvenarias convencionais as cargas são transferidas até as fundações por meio de pilares e vigas. Segundo Prudêncio (2002), na comparação entre os sistemas de alvenaria estrutural e convencional é possível obter economia significativa no custo de uma obra. TABELA 2 – ALVENARIA ESTRUTURAL Quadro comparativo da economia proporcionada pela alvenaria estrutural em relação ao sistema convencional. FONTE: Prudêncio (2002). AN02FREV001/REV 4.0 35 O principal componente da alvenaria estrutural é o bloco de concreto e são classificados, de acordo com a sua função em: estrutural ou de vedação. O tipo de bloco a utilizar dependerá das definições de projeto, sendo possível definir a dimensão do bloco. Os blocos de concreto destinados à vedação têm resistência média à compressão de pelo menos 2,5 MPa, enquanto que os blocos estruturais devem ter, no mínimo, 4,5 MPa de resistência à compressão, para alvenaria revestida com argamassa e acima do nível do solo, e 6 MPa para alvenaria estrutural sem revestimento, segundo a NBR 6136. Os blocos mais utilizados na Construção Civil são os da família 29 e a família 39. A família 29 possui três elementos básicos: o bloco B29 (14 x 19 x 29 cm), o bloco B14 (14 x 19 x 19 cm) e o bloco B44 (44 x 19 x 14 cm). O uso da família 29 possibilita a projeção, usando uma unidade modular 15 e múltiplos de 15, em que 15 é a medida do bloco de 14 cm, mais 1 cm de espessura das juntas. Para a família 29, os blocos têm sempre 14 cm de largura, sendo que o comprimento dos blocos é sempre múltiplo da largura, o que evita o uso de elementos compensadores, salvo para o caso de ajuste de vãos de esquadrias. FIGURA 22 – ALVENARIA ESTRUTURAL (BLOCO DE CONCRETO) FONTE: Disponível em: <http://www.cavazza.com.br/wp-content/uploads/2012/11/bloco-de-concreto- estrutural-14-x-19-x-29cm.300x2571.jpg>. Acesso em: 24 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 36 Vantagens da Alvenaria Estrutural Menor uso de madeira para formas em obra. Possibilidade de obter uma obra mais limpa com menos entulho. Maior qualidade no nivelamento das paredes. Rapidez na execução, possibilitando maior produtividade dos profissionais em razão da padronização e repetição dos trabalhos. Padronização e menor custo para a instalação elétrica e hidráulica em função de não haver necessidade de rasgos na alvenaria para passagem de instalações. Menor uso de armadura, por não haver a necessidade de vigas e pilares. Redução da quantidade de revestimento da alvenaria. Desvantagens da Alvenaria Estrutural Dificuldade de adaptação dos profissionais acostumados ao sistema tradicional. Falta de uma mão de obra qualificada e adaptada ao processo. Este sistema não admite improvisações. Restringe a possibilidade de mudanças. Grau elevado de interferência entre projetos de arquitetura, estruturas e instalações. AN02FREV001/REV 4.0 37 FIGURA 23 – INÍCIO DE OBRA EM ALVENARIA ESTRUTURAL FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_KPslbRm0OGM/TSEZrQ807XI/AAAAAAAABAw/XL6ALw663C8/s1600/13.j pg>. Acesso em: 25 mar. 2013. FIGURA 24 – OBRA EM ALVENARIA ESTRUTURAL FONTE: Disponível em: <http://www.construtoramodulo.com.br/blog/wp- content/uploads/2011/03/DSCF0299.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 38 Algumas ferramentas indicadas para a execução da Alvenaria Estrutural. Escantilhão O escantilhão na alvenaria estrutural é o equipamento indicado para o alinhamento da alvenaria durante o processo de assentamento das fiadas. Este equipamento é formado por um par de colunas em tubo de aço quadrado com dimensões variáveis, fixadas na laje inferior e no teto por estroncamento, por meio de um sistema de rosca semelhante ao existente em escoras metálicas. A ponta superior possui uma sapata com três saliências que cravam na laje. Esta sapata é rotulada em apenas um sentido com o objetivo de evitar o giro do escantilhão. A sapata inferior é totalmente articulada permitindo o funcionamento do dispositivo de estroncamento. Em cada perfil prumado desliza o porta-linha, onde é fixada a linha. O dispositivo deve possuir a escala correspondente à dimensão dos blocos e das juntas utilizados. O dispositivo de fixação da linha é ajustável no comprimento e na altura. FIGURA 25 – ESCANTILHÃO PARA ALVENARIA ESTRUTURAL FONTE: Disponível em: <http://equipaobra.com.br/uploads/catalogo/cache/550-413- resize/Escantilhao.JPG>. Acesso em: 25 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 39 Equipamentos de aplicação da argamassa de assentamento dos blocos de concreto. Colher meia-cana A colher meia-cana em metal, com cabo inclinado oferece facilidade de uso na aplicação da argamassa e evita desperdício. FIGURA 26 – COLHER MEIA-CANA, INDICADA PARA APLICAÇÃO DE ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO NOS BLOCOS DE CONCRETO FONTE: Disponível em: < http://equipaobra.com.br/uploads/catalogo/cache/550-413- resize/2_Colher_meia-cana.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 40 FIGURA 27 – APLICAÇÃO DE ARGAMASSA COM COLHER MEIA-CANA FONTE: Disponível em: <http://www.scanmetal.com.br/equipamentos/colher1.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2013. Bisnaga para argamassa A bisnaga para aplicação da argamassa é confeccionada em material flexível e resistente, com bico rígido, que possibilita seção constante do cordão de argamassa colocado na face superior dos blocos de concreto. AN02FREV001/REV 4.0 41 FIGURA 28 – APLICAÇÃO DE ARGAMASSA COM BISNAGA FONTE: Disponível em: <http://equipaobra.com.br/uploads/catalogo/cache/550-413- resize/Bisnaga_para_Argamassa.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2013. Em busca do aperfeiçoamento a aplicação da argamassa de assentamento para a alvenaria de blocos de concreto, uma empresa no Paraná desenvolveu uma ferramenta específica para o assentamento de blocos de concreto vazados. Uma ferramenta capaz de evitar desperdício de massa de assentamento, aumentar a homogeneidade das juntas e gerar maior produtividade e rapidez de execução. Ela foi desenvolvida para atender às reclamações de construtoras que verificavam grande desperdício de massacom a utilização da meia-cana e bisnaga, além do tempo de assentamento ser demorado. Esta ferramenta metálica possui canaletas, que por meio de um gatilho são acionadas fechando, no momento em que o pedreiro a coloca na caixa de massa, fazendo com que seja retirada somente a quantidade necessária para o assentamento, sem desperdício. AN02FREV001/REV 4.0 42 FIGURA 29 – FERRAMENTA DESENVOLVIDA PARA APLICAÇÃO DE ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO EM BLOCOS DE CONCRETO FONTE: Tecnologia da Construção (BUEST, 2005). 2.2 ALVENARIA ECOLÓGICA A alvenaria ecológica é uma forma de alvenaria desenvolvida pelo meio técnico da Construção Civil, em busca de uma alternativa ecológica para as vedações verticais tradicionais existentes para as edificações. O princípio básico deste sistema é a utilização de materiais que são descartados em outros processos, sendo possível dar outra finalidade a estes resíduos que são lançados no ambiente e possibilitando o aproveitamento de suas propriedades com seu reuso na mistura para a construção de um bloco ecológico. O setor das rochas ornamentais e de revestimento tem apresentado um alto desenvolvimento nos últimos anos, tendo o Brasil ocupado o quarto lugar mundial na exportação do material bruto. AN02FREV001/REV 4.0 43 O lançamento do resíduo produzido no corte das rochas no ambiente pode ser prejudicial à saúde em virtude das partículas de pó fino existentes desses resíduos secos. No caso do lançamento da lama, diretamente nos rios, o assoreamento destes é inevitável, poluindo suas águas e gerando impactos como o comprometimento da sobrevivência animal e vegetal no ambiente. Dessa forma, a reutilização desse resíduo é de grande importância principalmente para os empresários do setor de rochas. Uma das alternativas é o bloco ecológico, que é de fácil montagem e tem um custo baixo, são fabricados a partir do pó do mármore e não vão ao forno para serem queimados tornando sua produção ecologicamente correta. FIGURA 30 – BLOCO ECOLÓGICO COM PÓ DE MÁRMORE FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_X2q8loiC3Xg/SNeDBJ7emiI/AAAAAAAABLI/YwGvSn7wr4A/s400/i63955.j pg>. Acesso em: 25 mar. 2013. O processo de fabricação consiste em realizar uma mistura de pó de mármore e cimento, sendo prensados um a um em uma prensa manual. Em seguida, são curados com aspersão de água por cinco dias e mais cinco dias para sua estabilização natural até a liberação para uso em edificações. Após esse pequeno período de cura possui quase o dobro de resistência que os tijolos comuns. O processo de execução da alvenaria acontece por meio de um sistema de encaixe dos tijolos, sendo possível atingir boa produtividade no trabalho. AN02FREV001/REV 4.0 44 Os blocos ecológicos reduzem o peso da obra por serem mais leves que os comuns, facilitando a passagem de instalações hidráulicas e elétricas. Além disso, formam câmaras termoacústicas, controlando a temperatura no interior da casa (nos dias quentes, a temperatura do interior da casa é fresca e à noite fica aquecido), e diminui a poluição sonora (PRUDÊNCIO, 2002). Vantagens: O custo final da obra pode ser reduzido em até 20%. Redução de cerca de 50% no tempo de execução em comparação ao sistema convencional. Não necessita de argamassa de assentamento. Redução do desperdício de material em especial concreto e argamassa. É possível assentamento de azulejo diretamente sobre os blocos ecológicos. É possível aplicação de pintura, gesso e grafiato diretamente sobre os blocos. FIGURA 31 – MÁQUINA MANUAL PARA EXECUÇÃO DE BLOCO ECOLÓGICO FONTE: Disponível em: <http://images01.olx.com.br/ui/11/89/75/1297166076_164858475_1- Maquina-manual-p-tijolo-ecologico-cachoeira.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 45 FIGURA 32 – BLOCO ECOLÓGICO COM PÓ DE MÁRMORE FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_MmfatClBV5s/SoSIMph- RwI/AAAAAAAAA0I/X0DrjI9VK5s/s320/form2.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2013. 2.3 TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE VIDRO EM FACHADAS A utilização de vidro em fachadas é uma tendência mundial e muito procurada pelos arquitetos, devido principalmente ao fato de poder maximizar a luminosidade interna do ambiente, além da beleza arquitetônica diferenciada em relação a outros sistemas. Características do Materiais Utilizados Fixações Os sistemas de fixação e colocação de um vidro em uma fachada deve aguentar o próprio peso do vidro e absorver os esforços de flexão em virtude da força do vento, movimentos diferenciais, possibilitando a livre dilatação do material. AN02FREV001/REV 4.0 46 Este sistema é normalmente realizado com peças de aço inox e divide-se em duas peças diferentes: grampos e rótulas. Os grampos são as peças rígidas que envolvem as rótulas que fixam o vidro à estrutura de suporte. As rótulas são elementos desenvolvidos para absorver as diferenças de dilatação e as diversas deformações decorrentes das condições atmosféricas como a força do vento e da chuva. FIGURA 33 – RÓTULA EM AÇO INOX PARA VIDROS DE DIFERENTES ESPESSURAS 1 – tampão, 2 – anilha, 3 – bola, 4 – copo roscado, 5 – anilha roscada, 6 – cone, 7 – haste roscada M12, 8 – anilha inox 316, 9 porca M12. FONTE: (BRAZ, 2000). AN02FREV001/REV 4.0 47 FIGURA 34 – GRAMPO EM AÇO INOX PARA VIDROS DE DIFERENTES ESPESSURAS FONTE: (BRAZ, 2000). Material de vedação O material de vedação utilizado para a colagem dos vidros são os silicones ou mastiques, que funcionam como elementos de transferência das tensões desses componentes ao seu suporte. Este material é utilizado para selar as juntas de dilatação sujeitas a movimentos e formar uma guarnição elástica entre os materiais. Quanto ao uso de silicones na execução de fachadas em vidro, é necessário analisar os seguintes requisitos: Dimensões das juntas de estrutura. Aderência e durabilidade dos elementos sobre os substratos de vidro e metálicos. Controle da qualidade da execução. Tempo de vida útil e tipo de manutenção. AN02FREV001/REV 4.0 48 Análise do Sistema de Fachadas em Vidro Estabilidade No que se refere ao peso próprio, o sistema de vidro grampeado deve possuir elevado grau de resistência à tração, tanto ao nível do tipo de vidro como das peças metálicas de sustentação. FIGURA 35 – EFEITO DO PESO PRÓPRIO FONTE: (BRAZ, 2000). Ações Atmosféricas O sistema de aplicação de vidro em fachada deve suportar diferentes solicitações de pressão e depressão atmosféricas: - Os vidros deformam-se e formam flechas que podem aumentar os esforços dos bordos. - As diferentes peças de fixação devem absorver todos os efeitos de variação de pressão provenientes dos vidros, não as transmitindo à estrutura do edifício. AN02FREV001/REV 4.0 49 FIGURA 36 – EFEITO DO VENTO FONTE: (BRAZ, 2000). Movimentos Diferenciais Com a variação da temperatura, os vidros e a estrutura portante dilatam-se, podendo atingir alongamento de proporções variáveis. A variação provoca nos vidros e nos suportes um movimento relativo ao sistema que deverá ser absorvido. Esta ação é suportada pelas rótulas de fixação, que reduzem os esforços transmitidos aos vidros. AN02FREV001/REV 4.0 50FIGURA 37 – EFEITO DOS MOVIMENTOS DIFERENCIAIS FONTE: (BRAZ, 2000). Escolha do Vidro Os vidros adequados para uma fachada devem respeitar algumas particularidades: Limitação do risco de acidente por queda de fragmentos segurança em caso de incêndio. Segurança na conservação e manutenção. Os vidros semitemperados apresentam, em caso de quebra, uma fragmentação em forma e dimensão variáveis que podem ocasionar acidentes. Os vidros temperados apresentam uma fragmentação em pequenos pedaços em caso de quebra, limitando o risco de acidentes. AN02FREV001/REV 4.0 51 TABELA 3 – SELEÇÃO DE VIDROS PARA FACHADAS FONTE: (BRAZ, 2000). AN02FREV001/REV 4.0 52 FIGURA 38 – APLICAÇÃO DE VIDRO EM FACHADA DE EDIFÍCIO FONTE: Disponível em: <http://portugues.torange.biz/photo/1/13/Moderno-edif%C3%ADcio-de- edif%C3%ADcio-alto-com-fachadas-de-vidro-1235468241_70.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2013. FIGURA 39 – APLICAÇÃO DE VIDRO EM FACHADA DE EDIFÍCIO 2 FONTE: Disponível em: <http://www.vidrobem.com.br/imagens/pelevidro.jpg>. Acesso em: 25 mar 2013. AN02FREV001/REV 4.0 53 Blocos de Vidro O bloco de vidro é outra forma possível de se aplicar vidro nas fachadas das edificações, sendo que este tipo de material depende de uma estrutura de sustentação tradicional e possui algumas limitações de uso principalmente para grandes vãos. Em paredes com mais de 2,0 m2 é necessária a inserção de elementos metálicos que protejam os blocos da dinâmica dos elementos estruturais, sendo recomendada a utilização de juntas elásticas entre a parede de blocos de vidro e a estrutura de apoio, para a redução do atrito entre os materiais. O consumo médio por m2 varia de 24 a 26 peças, sendo as dimensões usuais dos blocos de vidro 19 x 19 x 8 cm. FIGURA 40 – JUNTAS DE DESLIZAMENTO E DE DILATAÇÃO FONTE: (Revista Techne Julho de 2002). As juntas de deslizamento são executadas na base e nas laterais da parede de blocos de vidro e as juntas de dilatação nas extremidades em contato com a estrutura de suporte da alvenaria. AN02FREV001/REV 4.0 54 FIGURA 41 – FACHADA COM BLOCO DE VIDRO, VISTA INTERIOR FONTE: Disponível em: <http://www.edilportale.com/upload/prodotti/prodotti-5557-rel03.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2013. FIM DO MÓDULO II
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