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SOCIOLOGIA DA EDUCAÇAO

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1 
 
 
Disciplina: Sociologia da Educação – Núcleo Comum 
Módulo - I 
“Não Há prova maior de insanidade do que fazer a mesma 
Coisa dia após dia e esperar resultados diferentes” 
(Albert Einstein) 
Caro aluno, parabéns pela escolha! Começamos agora uma jornada de 
sucesso e muito aprendizado, lembrando que você já é um vencedor pois o 
conhecimento é um bem que melhora nossa autoestima, nossa vida 
profissional e, principalmente, enriquece a nossa alma sem que ninguém possa 
tirá-lo de nós, ou seja, uma vez adquirido é um tesouro atemporal em nossa 
existência. 
Iniciaremos agora um diálogo acerca da Sociologia da Educação, tão 
necessário àquele que pretende ser além de professor, um educador de 
qualidade. Neste sentido, pensamos que educadores somos todos nós que 
trabalhamos para dialogar junto aos nossos alunos muito mais do que 
conhecimentos formais, na verdade somos encantadores de alunos, primamos 
pela arte de ensinar e nela o gosto pelo “Aprender a Aprender” o qual só 
ocorrerá se houver uma metodologia adequada , contextualizada e aceita pelo 
aluno como sendo significativa. Sejam benvindos! 
 (Professor Ms. Sidney Fagundes Vieira) 
 
Ementa 
Interpretar a relação educação e sociedade e educação e sociologia. Estudo 
sobre o tratamento teórico recebido pela educação no discurso sociológico dos 
autores clássicos das Ciências Sociais (Marx, Durkheim, Weber) e no discurso 
dos autores contemporâneos. 
 
 
 
 
 2 
Módulo I – O nascimento da Sociologia 
Nessa disciplina iremos articular os conhecimentos já adquiridos em História da 
Educação para avançarmos no pensamento sociológico da educação. Leia as 
indicações de textos e veja os vídeos, eles são de grande valia em sua 
aprendizagem. 
Disponível em: 
http://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias 
sociais/resenhas/sociologia/resenha-classicos-da-sociologia.pdf-
acessoem22/04/2016 - Texto do Prof. Orson Camargos – Clássicos da 
Sociologia. 
https://www.youtube.com/watch?v=4_Rqjt5QYsk-acessoem22/04/2016 – 
Vídeo Prof. Gabriel Cohn sobre Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim. 
 
São três os principais pensadores clássicos da Sociologia, a saber: Marx, 
Durkheim e Weber. 
O termo Sociologia foi criado por Augusto Comte (1798-1857), sendo 
considerado o pai da Sociologia – provavelmente o primeiro pensador 
moderno. Comte defendia a ideia de que para uma sociedade funcionar 
corretamente, precisa estar organizada e só assim alcançará o progresso. Seu 
esquema sociológico era tipicamente positivista, corrente com grande 
expressão no século XIX. 
Karl Marx (1818-1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da 
doutrina comunista moderna, atuou como economista, filósofo, historiador, 
teórico político e jornalista e foi o mais revolucionário pensador sociológico. 
Marx concebe a sociedade dividida em duas classes: a dos capitalistas que 
detêm a posse dos meios de produção e o proletariado (ou operariado), cuja 
única posse é sua força de trabalho a qual vendem ao capital. Para Marx, os 
interesses entre o capital e o trabalho são irreconciliáveis, sendo este debate a 
essência do seu pensamento, resultando na concepção de uma sociedade 
 
 3 
dividida em classes. Assim, os meios de produção resultam nas relações de 
produção, formas como os homens se organizam para executar a atividade 
produtiva. Tudo isso acarreta desigualdades, dando origem à luta de classes. 
Marx foi um defensor do comunismo, pois essa seria a fase final da sociedade 
humana, alcançada somente a partir de uma revolução proletária, acreditando 
assim na ideia utópica de uma sociedade igualitária ou socialista. 
Émile Durkheim (1858-1917) foi o fundador da escola francesa de Sociologia, 
ao combinar a pesquisa empírica com a teoria sociológica. Ainda sob influência 
positivista, lutou para fazer das Ciências Sociais uma disciplina rigorosamente 
científica. Durkheim entendia que a sociedade era um organismo que 
funcionava como um corpo, onde cada órgão tem uma função e depende dos 
outros para sobreviver. Ao seu olhar, o que importa é o indivíduo se sentir parte 
do todo, pois caso contrário ocorrerá anomalias sociais, deteriorando o tecido 
social. 
A diferença entre Comte e Durkheim é que o primeiro crê que se tudo estiver 
em ordem, isto é, organizado, a sociedade viverá bem, enquanto Durkheim 
entende que não se pode receitar os mesmos “remédios” que serviu a uma 
sociedade para resolver os “males” sociais de outras sociedades. 
Para Durkheim, a Sociologia deve estudar os fatos sociais, os quais possuem 
três características: 1) coerção social; 2) exterioridade; 3) poder de 
generalização. Os fatos sociais apresentam vida própria, sendo exteriores aos 
indivíduos e introjetados neles a ponto de virarem hábitos. 
Pela sua perspectiva, o cientista social deve estudar a sociedade a partir de um 
distanciamento dela, sendo neutro, não se deixando influenciar por seus 
próprios preconceitos, valores, sentimentos etc. 
A diferença básica entre Marx, Comte e Durkheim consiste basicamente em 
que os dois últimos entendem a sociedade como um organismo funcionando, 
suas partes se completando. Por outro lado, Marx afirma que a ordem 
constituída só é possível porque a classe dos trabalhadores é dominada pela 
classe dos capitalistas e propõe que a classe proletária (trabalhadores) deve se 
organizar, unir-se e inverter a ordem, ou seja, passar de dominada a 
dominante, e assim superar a exploração e as desigualdades sociais. 
 
 4 
Max Weber (1864-1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e 
considerado um dos fundadores da Sociologia e é o pensador mais recente 
dentre os três, conhecedor tanto do pensamento de Comte e Durkheim quanto 
de Marx. Assim, ele entende que a sociedade não funciona de forma tão 
simples e nem pode ser harmoniosa como pensam Comte e Durkheim, mas 
também não propõe uma revolução como faz Marx, mas afirma que o papel da 
Sociologia é observar e analisar os fenômenos que ocorrem na sociedade, 
buscando extrair desses fenômenos os ensinamentos e sistematizá-los para 
uma melhor compreensão, é por isso que sua Sociologia recebe o nome de 
compreensiva. 
Weber valorizava as particularidades, ou seja, a formação específica da 
sociedade; entende a sociedade sob uma perspectiva histórica, diferente dos 
positivistas. 
Um dos conceitos chaves da obra e da teoria sociológica de Weber é a ação 
social. A ação é um comportamento humano no qual os indivíduos se 
relacionam de maneira subjetiva, cujo sentido é determinado pelo 
comportamento alheio. Esse comportamento só é ação social quando o ator 
atribui à sua conduta um significado ou sentido próprio, e esse sentido se 
relaciona com o comportamento de outras pessoas. 
Weber também se preocupou com certos instrumentos metodológicos que 
possibilitassem ao cientista uma investigação dos fenômenos particulares sem 
se perder na infinidade disforme dos seus aspectos concretos, sendo que o 
principal instrumento é o tipo ideal, o qual cumpre duas funções principais: 
primeiro a de selecionar explicitamente a dimensão do objeto a ser analisado e, 
posteriormente, apresentar essa dimensão de uma maneira pura, sem suas 
sutilezas concretas. Em suma: a Sociologia de Comte e Durkheim são 
positivistas; a de Marx é revolucionária e a de Max Weber é compreensiva. E 
nisto talvez esteja a principal diferença entre esses quatro grandes pensadores 
da Sociologia. 
 
Orson Camargo 
Colaborador Brasil Escola 
 
 5 
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São 
Paulo – FESPSP 
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMPCAMARGO, Orson. "Pensadores clássicos da Sociologia"; Brasil Escola. 
Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pensadores-classicos-
sociologia.htm>. Acesso em 22 de abril de 2016 . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
Módulo - II 
O campo da Sociologia da Educação 
Leia o artigo da Prof. Maria Glória Gohn e conheça os fundamentos teóricos da 
sociologia da educação. 
ims/index.php/EL/article/view/3376/3150-acessoem22/04/2016 
 
O ENSINO DOS FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO: 
PRESSUPOSTOS E METODOLOGIAS1. 
Ileizi Luciana Fiorelli Silva2 
O objetivo deste texto é o de refletir sobre os Fundamentos Sociológicos da 
Educação, tendo como eixo a efetividade do ensino de sociologia da educação 
ou como se chama nessa grade curricular, ensino dos Fundamentos 
Sociológicos da Educação. Começo, então com algumas perguntas que 
tentaremos discutir ao longo do artigo. 
Para que servem os fundamentos sociológicos da educação? Qual sua função 
na formação de professores para a educação infantil e das série iniciais do 
ensino fundamental? Em que sentido se insere na proposta geral do curso? O 
quê e como ensinar nessa disciplina “sociologia da educação”? E aí cabe a 
pergunta: quais são os fundamentos sociológicos da educação? 
 
São perguntas pertinentes a todos nós envolvidos com a formação de 
professores. São perguntas que teremos que responder aos alunos, mas que 
eles só irão compreender no final do curso, ou, ainda quando estiverem 
atuando como profissionais; ou, quem sabe se prosseguirem os estudos em 
nível superior. Mas, o fato é que precisamos enfrentar essas questões e, se 
possível, coletivamente no trabalho escolar. O objetivo é problematizar, debater 
ou ainda alimentar o debate nas escolas. 
 
1
 Ao longo do texto utilizo as duas denominações, ora Fundamentos Sociológicos da Educação e, ora, 
Sociologia da Educação, estou pensando na mesma disciplina e nos mesmos problemas de ensino. 
2
 Professora de Metodologia de Ensino de Sociologia do Depto. Ciências Sociais da UEL. Mestre em 
Educação pela USP e Doutora em Sociologia pela USP. 
 
 7 
Não tenho receitas ou fórmulas mágicas para oferecer como nos programas de 
TV, nas palestras midiáticas de colegas da educação que tentam nos iludir com 
diagnósticos simplistas e soluções ainda mais ingênuas. Entretanto, trago 
reflexões que brotaram da minha prática educativa, iniciada exatamente com a 
disciplina Sociologia da Educação, no antigo curso de Magistério, implantando 
em 1991 e extinto na maioria das escolas, em 1996. Acompanhei o processo 
de formação de seis turmas, no Colégio Estadual Maria do Rosário Castaldi, 
em Londrina, que conseguiram concluir o curso: duas em 1994, duas em 1995 
e duas em 1996. As turmas que concluíram em 1997 e 1998 não tive 
participação. 
Tive a felicidade de lecionar Sociologia da Educação para a primeira e segunda 
série, o que me oportunizava acompanhar as alunas, muitas com 14 ou 15 
anos de idade, que na segunda série se transformavam em outras pessoas; em 
apenas um ano, quando elas passavam a ter 15 ou 16 anos, a diferença de 
comportamento era visível. Nesse contexto de início de carreira no magistério 
público, eu tive a satisfação de apreciar alguns resultados do meu trabalho. 
Considero-me privilegiada, pois uma das frustrações do trabalho docente é não 
poder sempre apreciar o resultado de seu trabalho e este lhe parecer vazio e 
sem sentido. Acho que por isso me encantei! Podia ensinar uma disciplina 
durante dois anos para os mesmas/os alunas/os! 
Na segunda série, as meninas/os estavam intimas de Durkheim, permitindo-se 
a intimidade de chamá-lo de “Durka”; o Marx de “O nosso Barbudo”; e de já ter 
incorporado jargões de nosso discurso, tais como: “a escola reproduz a 
ideologia dominante”; “as classes populares não tem o capital cultural 
valorizado pela escola burguesa”; “a escola deve libertar e emancipar os 
trabalhadores”; e assim por diante... 
Esses sinais me indicavam os limites do meu discurso pedagógico, mas 
também indicavam uma maior socialização das/os alunas/os com as 
especificidades da sociologia da educação. Obviamente, em outros 
instrumentos mais elaborados pude constatar avanços intelectuais e 
profissionais que decorriam não só da minha disciplina, mas do trabalho 
conjunto que realizávamos com as outras professoras de fundamentos, da 
 
 8 
história da educação, da filosofia da educação, da psicologia da educação, das 
práticas de estágio, entre outras. 
Quando passei a lecionar na Universidade Estadual de Londrina, no 
Departamento de Ciências Sociais, fui designada para dar aulas para o curso 
de Pedagogia, continuando com essa disciplina para formação de professores. 
Mais tarde, passei a ministrar essa disciplina no curso de Ciências Sociais e no 
curso de Especialização em Sociologia e Sociologia da Educação da UEL. Por 
conta disso, decidi fazer mestrado em Educação, na área de concentração 
Estado, Sociedade e Educação. Falo tudo isso para me legitimar como alguém 
que pode expor alguma reflexão sobre esse tema? Não! Faço esse pequeno 
memorial porque o que discuto sobre o ensino de sociologia da 
educação/fundamentos sociológicos da educação faz parte de uma trajetória 
pessoal que se confunde com o contexto histórico dos cursos de formação de 
professores no nível médio e no nível superior. Falo isso, muito mais, para 
advertir: olha, o que eu estou pensando está no calor da emoção, do 
envolvimento e do compromisso com essa formação de professores na escola 
média e nas licenciaturas na universidade. Isso significa que tem reflexão 
teórica, mas ela está condicionada por essa prática, por essa dimensão 
concreta de professora de sociologia da educação que, por isso resolveu 
estudar sistematicamente a educação, para buscar subsídios para o ensino, 
para as lides pedagógicas. 
Voltando as perguntas iniciais, as quais pretendo debater: 
Para que servem os fundamentos sociológicos da educação? Qual sua função 
na formação de professores para a educação infantil e das série iniciais do 
ensino fundamental? 
Em que sentido se insere na proposta geral do curso atual? O quê e como 
ensinar de sociologia da educação? Quais são os fundamentos sociológicos da 
educação? 
 
 
 9 
1. Para Que Servem Os Fundamentos Sociológicos Da Educação? Qual 
Sua Função Na Formação De Professores Para A Educação Infantil E Das 
Série Iniciais Do Ensino Fundamental? 
 
O sociólogo francês Christian Baudelot, tentando responder às questões 
semelhantes a essas propôs que a sociologia da educação servisse para 
instrumentalizar os professores com mapas que os ajudassem a traçar seus 
itinerários, veja o que ele diz: 
No fundo o trabalho do sociólogo da educação se 
assemelha ao trabalho de um cartógrafo. Levantar o 
mapa escolar, proceder ao levantamento topográfico do 
terreno e do relevo, representar uma escala precisa os 
principais maciços da paisagem escolar, medir os 
caudais dos rios, ter os mapas em dia, eis aqui em que o 
sociólogo da educação pode ajudar o professor. Pode 
ajudá-lo a orientar-se na “floresta” escolar. Ajudá-lo a 
orientar-se e não guiá-lo. Caberá aos professores depois 
traçar, com o mapa na mão, seus próprios itinerários em 
função de suas opções e da natureza do terreno em que 
se encontram. (Baudelot, 1991) 
 
A sociologia da educação comporia o arsenal teórico que ajudaria os 
professores a se orientarem, juntamente com as outras disciplinas, mas que 
deveria oferecer aos futuros professores instrumentos para olhar a sociedadee 
a escola, as crianças, as famílias, a sua prática docente e o contexto macro 
social e político. 
Penso que os olhares dos alunos (futuros professores) deverão ser alterados 
pelos “óculos” das teorias sociais. Seus olhares deverão se desprender das 
imagens já construídas sobre a escola, os professores, os pobres, os ricos, as 
igrejas, as religiões, a cidade, os bairros, as favelas, a violência, os políticos, a 
política, os movimentos sociais, os conflitos, as desigualdades, entre outros. 
 
 10 
O que significa alterar os olhares dos nossos alunos? Significa doutriná-los em 
nossas convicções ideológicas, religiosas, políticas? Significa dizer para eles 
que tudo o quê eles pensam é senso comum, não serve para o exercício da 
profissão? Significa afirmar-se com um discurso moralista ou revolucionário? 
Certamente, que não. Mesmo que a neutralidade não exista na elaboração dos 
programas da disciplina e das aulas, um certo rigor é necessário. Como dizia 
Max Weber, sociólogo alemão, o professor não pode usar a docência para 
panfletar, para defender suas posições ideológicas, partidárias, religiosas, etc. 
Como homem público sim, poderá e deverá fazê-lo, mas como professor deve 
ter um rigor cientifico que lhe permita oferecer aos alunos o acúmulo de 
conhecimento da disciplina. Marx também advertia que a caracterização de 
uma teoria como representando o ponto de vista de uma classe determinada 
não significava, necessariamente, que fosse uma visão sem valor cientifico. Por 
isso, Marx, em sua obra, estudou e discutiu com o que havia de mais 
sofisticado na Filosofia e na Economia dos séculos XVIII e XIX . 
O ensino dos fundamentos sociológicos da educação, muitas vezes, foi 
direcionado como um mecanismo de inculcação de valores, sejam 
conservadores, no antigo curso Normal, em que imperava o positivismo; sejam 
progressistas, muito comum nos anos de 1980, no Brasil, devido à ansiedade 
dos professores em romper com o autoritarismo do regime militar, passavam a 
fazer discursos em favor das mudanças, ora mais democráticas, ora mais 
socialistas-revolucinárias. 
Ainda hoje, encontramos justificativas para o ensino de sociologia geral nas 
escolas, tais como: “essa disciplina deverá ajudar o aluno a entender seus 
direitos e deveres, muita mais seus deveres já que não se comportam 
adequadamente”; “a sociologia deverá ajudar na disciplina dos alunos, no 
controle da violência, etc”; “essa disciplina deverá dar mais civismo para os 
jovens”, e assim por diante. 
Levar aos alunos o acúmulo de reflexões ou o estado da arte da disciplina não 
é uma tarefa fácil, porque exigirá recortes, escolhas, delimitações de 
conteúdos, de teorias, e parafraseando Weber, aqui nós podemos ser parciais. 
Até porque o tempo das aulas, o número de aulas por semana, por mês e por 
 
 11 
ano exige que selecionemos o que consideramos o melhor desse “acúmulo”. 
Bem, uma vez feita a escolha, a seleção e as divisões dos conteúdos, devemos 
cuidar para sermos “neutros”, fiéis à ciência, ou como diria Marx, sermos 
comprometidos com a busca da essência superando as visões que temos 
sobre a aparência da vida social. 
O fato de estarmos comprometidos com uma classe social, no caso, a classe 
trabalhadora, exige ainda mais rigor cientifico. É o contrário do que propalam 
algumas versões vulgares de pedagogias liberais, do ensino por competências, 
do “aprender a aprender”, em que os pobres deverão ter um ensino mais leve, 
mais palatável, simplificado e resumido no imediato das experiências 
cotidianas, normalmente tratadas de forma sincrônica (sem história)3. 
Com esses princípios poderemos enriquecer os olhares dos alunos, futuros 
professores. 
 
2. Em Que Sentido os Fundamentos Sociológicos Inserem-se Na Proposta 
Geral Do Curso Atual de Formação de Docentes? O Quê E Como Ensinar 
Sociologia Da Educação? 
 
Vou tentar pensar o ensino de sociologia da educação, tendo como base duas 
realidades: 1) a primeira é a de que os fundamentos sociológicos da educação 
não são mais dados em dois anos, com 136 horas mais as horas de estágio 
como era na grade de 1991, agora são ministrados em um ano no curso 
integrado e meio ano (quatro meses) no subseqüente, perfazendo 
respectivamente 68 horas e 60 horas; 2) a segunda realidade é a de que 
estamos no segundo ano de implantação do currículo e que não existem, 
ainda, as condições ideais para o desenvolvimento do ensino coerente com 
seus pressupostos teóricos anunciados no currículo, além do que os 
professores pedagogos estavam afastados dessas atividades, tendo que 
reaprender sobre essa disciplina. 
 
3
 Conferir a brilhante reflexão de Newton Duarte em Concepções afirmativas e negativas sobre o ato de 
ensinar, CEDES, Campinas, vol,19, n.º 44, abril 1998. 
 
 
 12 
O que podemos fazer? 
Em primeiro lugar, compreender o lugar dessa disciplina na proposta geral do 
curso. Lembrando, então, que o currículo tem o trabalho como princípio 
educativo, a práxis como principio curricular e o direito da criança ao 
atendimento escolar. 
A sociologia da educação deverá ajudar os alunos a perceberem as 
determinações sociais da sua prática profissional, da configuração do sistema 
educacional no país, da sua inserção na estrutura de classes do capitalismo, 
do significado da educação no capitalismo, entre outros. Ou, como diria 
Baudelot, a sociologia da educação deverá fornecer os mapas para orientação 
dos futuros professores, mapas que permitam estabelecer itinerários nas 
escolas e nos centros de educação infantil. 
Nesse sentido, a disciplina uma existência histórica que coincide com a 
historicidade da educação nas sociedades modernas e que deve ser 
compreendida dessa forma, como um instrumento cientifico que altera os 
olhares e, conseqüentemente, a prática pela práxis educativa. Práxis, porque 
não nega, não escamoteia seu sentido político, de transformação. A disciplina, 
como todo o currículo, intenta transformar os alunos no sentido de um 
educador comprometido com o direito sagrado das crianças ao atendimento 
escolar de qualidade. Ser comprometido com esse direito pressupõe a 
compreensão da sociedade capitalista, dividida em classes sociais. Pressupõe 
a compreensão da gênese das relações sociais no país, as formações e os 
modos de vida no Brasil em suas manifestações culturais, a escola em relação 
às religiões, aos sem-terra, aos latifundiários, aos negros, aos portadores de 
necessidades especiais, às mulheres, aos índios, aos filhos de trabalhadores, 
aos filhos da pequena burguesia, da burguesia, da classe de renda média, 
entre outros. 
Em segundo lugar, estabelecer algumas diretrizes para o ensino da disciplina 
de acordo com o seu papel no contexto geral do currículo. E aí vou defender 
uma forma de ensino dessa disciplina, que é para ser debatida. 
 
 13 
Tomando a ementa dos Fundamentos Sociológicos da Educação e a 
bibliografia sugerida no documento da Proposta Curricular de 2003, vamos 
relembrar: 
 A educação na perspectiva sociológica e antropológica. 
 As teorias clássicas e contemporâneas sobre a sociedade e a educação. 
 Estudos socioantropológicos sobre educação e escola no Brasil (urbano 
e rural). 
 Concepções de criança/infância como construção histórica e social. 
 A Infância no Brasil (urbano e rural) 
 A educação no Campo. 
 Experiências das escolas rurais, do Movimento dos Trabalhadores Sem-
Terra e das ONGs voltadas para a educação dos Trabalhadores 
Temporários do Campo, dos Jovens e Adultos, entre outras. 
 
Cada um desses itens enseja uma longa bibliografia e inúmeros conteúdose 
teorias. Podemos olhar para essa ementa e para sua bibliografia e perguntar se 
está coerente com os pressupostos do currículo, se está coerente com a carga 
horária, com a idade e o estágio dos alunos do ensino médio e do curso 
subseqüente, enfim podemos fazer inúmeros questionamentos e avaliações. E 
é oportuno que façamos nesse momento. 
 
Mas, eu estou ansiosa para propor encaminhamentos para a disciplina e os 
próprios encaminhamentos indicarão minha discordância em relação aos itens 
da ementa (falo disso tranqüilamente porque participei da elaboração dessa 
ementa). 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
Módulo – III 
Fundamentos do pensamento sociológico 
 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9p__jZBzAok-
acessoem22/04/2016 - Vídeo sobre a Sociologia da educação no Brasil. 
 
3. Diretrizes Para Os Fundamentos Sociológicos Da Educação 
 
1. Buscar a coerência com a proposta geral, portanto, na definição das 
atividades lembrar que a disciplina está na segunda série e, que o eixo 
temático da prática de formação é “Pluralidade Cultural, as diversidades, as 
desigualdades e a educação” (pág. 41). 
Esse eixo está proposto para aglutinar as diferentes disciplinas nas atividades 
de estágio. Assim, ao elaborar o programa anual/semestral, a professora 
responsável pela sociologia da educação deverá conversar com as demais 
professoras, no caso, as responsáveis pelas disciplinas: Fundamentos 
Históricos e Políticos da Educação Infantil, Concepções Norteadoras da 
Educação Especial, Trabalho Pedagógico da Educação Infantil, Organização 
do Trabalho Pedagógico e Estágio Supervisionado. 
 
2. Participar do esforço coletivo de instrumentalização didática da pedagogia 
histórico-crítica, esforçando-se para organizar os conteúdos e as atividades de 
ensino-aprendizagem a partir desses pressupostos. Assim, os programas 
deverão refletir essa concepção de educação. 
 
3. Associar os pressupostos da sociologia crítica de Florestan Fernandes e da 
Pedagogia Histórico-Crítica de Saviani e outros. 
Compreendemos por sociologia crítica o respeito à tradição teórica clássica, 
portanto, ao ensinar sociologia, as diferentes teorias devem ser acionadas, mas 
 
 15 
não como uma história das idéias sociológicas. Elas devem servir para 
iluminarmos fenômenos sociais que não são inteligíveis num primeiro 
momento. Dessa forma, após “testar” várias teorias pode-se criticá-las e 
indicar aquelas mais ou menos adequadas para determinados fenômenos. 
Assim, ao estudar educação vamos colocá-la sob o holofote de várias “luzes”- 
teorias, mas, dependendo do contexto histórico, determinadas luzes/teorias 
iluminarão melhor os fenômenos educativos. Florestan Fernandes, na fase 
mais madura, “optou” pelo materialismo histórico, pois concordou com Marx, 
que outras teorias sofisticadas tinham um limite: estavam aprisionadas pelo 
horizonte burguês. 
 
Concluindo, então, sugiro que os pressupostos de ensino dos fundamentos 
sociológicos da educação sejam a sociologia crítica de Florestan Fernandes e 
a pedagogia Histórico-crítica de Dermeval Saviani (e outros). 
3.1 QUAIS SÃO OS FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO? 
Tentando ser fiel a esses pressupostos poderíamos iniciar o curso com os três 
primeiros itens da ementa. Ressalta-se que, na minha opinião, só esses itens 
tomariam o ano todo, ou seja, desdobrados em diversos problemas e recortes. 
Penso que a discussão da história da criança poderia ter sido feita na disciplina 
Fundamentos da História da Educação, na primeira série e poderá ser feita, na 
segunda série, nos Fundamentos Históricos e Políticos da Educação Infantil, 
esta tem em sua ementa os seguintes itens: contexto sócio-político e 
econômico em que emerge e se processa a educação infantil e seus aspectos 
culturais constitutivos; concepções de infância; infância e sociedade; infância e 
cultura. 
Com isso, não estou sugerindo para não cumprirmos a ementa, mas para 
repensá-la. De imediato podemos articular com a professora de Fundamentos 
Históricos e Políticos da Educação Infantil, atividades, textos em comum, que 
somem no trabalho pedagógico e enriqueçam um tema tão importante para o 
currículo. 
 
 16 
No caso dos itens sobre educação no campo e experiências de educação dos 
movimentos sociais, especialmente do movimento dos sem-terra, podemos 
pensar em estudos de caso, ou alguma estratégia que envolva educadores do 
movimento dos sem-terra com palestras e seminários nas escolas. De qualquer 
maneira, adianto que esses itens ficaram meio deslocados no conjunto da 
ementa, muito específicos; outros tópicos mais próximos das escolas formais 
poderiam contemplar a ementa. Mas, isso pode ficar para pensarmos, 
debatermos e enviarmos à SEED nossas sugestões. 
 
3.1.1 A educação na perspectiva sociológica e antropológica. As teorias 
clássicas e contemporâneas sobre a sociedade e a educação. Estudos 
socioantropológicos sobre educação e escola no Brasil (urbano e rural). 
 
Quando pensamos a educação na perspectiva sociológica e antropológica, 
estamos refletindo sobre processos de socialização orientados pelo conjunto 
de códigos e práticas sociais desenvolvidas em sistemas simbólicos, sistemas 
culturais, ou seja, em dimensões das sociedades que organizam os processos 
de reprodução dos valores, da moral, das regras, dos costumes, dos modos de 
vidas considerados “normais”. 
Os antropólogos, sobretudo, nos estudos etnográficos levantaram inúmeras 
formações sociais, com seus modos de vidas e de produção, em que 
determinados indivíduos se responsabilizavam pela educação dos mais jovens, 
das crianças. Carlos Brandão, no livro O que é Educação, da Editora 
Brasiliense, traz a carta de um índio americano escrita em resposta ao convite 
do governo americano para educar os jovens de sua tribo. A resposta é 
negativa, pois o cacique avaliava infrutífera essa educação, uma vez que os 
jovens retornariam sem saber caçar, resistir ao frio, guerrear, orar, dançar, 
enfim não teriam identificações com essa sociedade. Esse episódio inspira toda 
a reflexão de Brandão sobre a construção das identidades através da 
educação, mostrando que cada sociedade criará formas de educar que 
garantam a reprodução de indivíduos identificados com os valores e práticas 
 
 17 
sociais hegemônicos. A educação depende da cultura dos povos. Essa é a 
mensagem primária das ciências sociais. 
A diferença da sociologia em relação à filosofia, afirma Durkheim é que a 
sociologia deve identificar como é a educação nas diferentes sociedades ao 
longo dos tempos. Durkheim a vê como um fato social, uma coisa, que existe 
externamente ao individuo e se impõe a ele de modo irresistível. A filosofia se 
ocupa de pensar como a educação deveria ser e propõe modelos de homem, 
sociedade e de educação, portanto. Nesse sentido, a sociologia tende a 
“incomodar” porque sempre está buscando desnaturalizar o que parece natural. 
Até bem pouco tempo, a maioria dos nossos costumes eram vistos como algo 
natural, com existência mágica. O iluminismo traz a razão para a história e 
propaga que tudo é criação dos homens. Quando Giambatista Vico, no século 
XVIII, afirmou que o homem é sujeito da história, provocou uma revolução em 
termos da compreensão dos fenômenos sociais. 
Então, quando nossas alunas chegam no curso de formação para docentes 
pode ser que considerem “naturais” uma variedade de rituais, normas, formas 
de ensinar, avaliar e promover. As frases do tipo: “sempre foi assim e sempre 
será”; “porque alterar algo se sempre funcionou assim”; “porque desmistificar 
nossos próprios costumes?”. 
Assim, a sociologia da educaçãonos revela que as mulheres se ocupam, 
primordialmente, da educação dos filhos e, mais tarde, dos filhos dos outros 
nas escolas em função de uma construção sócio-cultural patriarcal e não em 
função do instituo natural de ser mãe. O próprio instinto para maternidade é, 
hoje, analisado como uma “invenção” social e não só como um instinto 
puramente biológico. 
A ideia durkheiminiana de que a consciência coletiva se impõe ao indivíduo não 
é de toda descartável, como faz a crítica do funcionalismo. As sociedades 
criam as religiões, a moral e o direito que são homogeneizados e internalizados 
nos processos de socialização, sobretudo nos processos educativos implícitos 
nos ambientes sociais e explícitos em ambientes especializados nas artes de 
ensinar, doutrinar e domesticar. 
 
 18 
As diferentes teorias sociológicas pensam a escola e o sistema de ensino a 
partir de projetos sócio-educativos coerentes com seus pressupostos. Dessa 
forma, a sociologia que se inspirou em Durkheim, destacou a educação escolar 
como fator essencial do equilíbrio, da harmonia e do progresso da sociedade 
capitalista. No Brasil, Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho 
defendiam arduamente a organização de uma educação republicana, laica, 
moderna, capaz de contribuir com a industrialização e democratização do país. 
Nos anos de 1930, esses intelectuais produziram estudos e elaboraram 
propostas para a escola e para constituição de um sistema de ensino público. 
 
È comum na sociologia da educação essa postura “militante” do cientista, ou 
seja, ao mesmo tempo que analisa a educação, engaja-se em movimentos de 
defesa de suas propostas sócio-educativas. 
 
Max Weber não produziu muitos estudos específicos sobre a educação e a 
escola se comparado com o que produziu Durkheim. Entretanto, nos seus 
estudos sobre racionalização, desencantamento, burocratização do Estado e 
das empresas, formação dos quadros para as burocracias, problematizou 
sobre os rumos da educação racional e burocratizada das sociedades 
modernas. Em textos sobre a universidade, comparou o modelo alemão e o 
americano, destacando o quanto o modelo americano caminhava para uma 
pedagogia do treinamento, para uma educação em que os princípios 
administrativos se sobrepunham aos princípios pedagógicos. Destacou que a 
burocratização estava ensejando uma escola baseada na pedagogia do 
treinamento, centrada na busca pelos títulos, na euforia pela qualificação 
cartorial. Diferente da formação dos mandarins chineses, os letrados chineses 
que se formavam na pedagogia do cultivo, centrada no conhecimento clássico, 
em literatura e artes. 
 
Weber era “pessimista” com esses processos de racionalização porque 
aprisionava os indivíduos em processos técnicos sofisticados, mas com o fim 
em si mesmos. Com o tempo os esquemas racionais, como as burocracias, 
passavam a ter autonomia relativa em relação às necessidades sociais, 
tornando-se máquinas centradas em sua própria reprodução. As escolas e os 
 
 19 
processos pedagógicos também passaram pela 
racionalização/irracionalização. 
 
Quando ouvimos, de todos os lados, a exigência de 
uma adoção de currículos regulares e exames 
especiais, a razão disso é, decerto, não uma ‘sede de 
educação’ surgida subitamente, mas o desejo de 
restringir a oferta dessas posições e sua monopolização 
pelos donos dos títulos educacionais. Hoje, o ‘exame’ é o 
meio universal desse monopólio e, portanto, os exames 
avançam irresistivelmente.(p.279) 
 
Como a educação necessária à aquisição do título exige 
despesas consideráveis e um período de espera de 
remuneração plena, essa luta significa um recuo para o 
talento (carisma) em favor da riqueza, pois os custos 
‘intelectuais’ dos certificados de educação são 
sempre baixos, e com o crescente volume desses 
certificados os custos intelectuais não aumentam, mas 
decrescem. (Weber, p.279, grifos meus)” 
 
Nos anos de 1920 a 1940, surge outro sociólogo na Alemanha, de origem 
Húngara, K. Mannhein (1893-1947) que se dedicou a estudar a educação. 
Fugindo ao pessimismo weberiano, propõe que a sociologia sirva de 
embasamento teórico para educadores e educandos no objetivo de 
compreenderem a situação educacional moderna. Concordava com Weber que 
a educação escolar moderna levou a um declínio da formação do homem 
integral, porém, a democratização da educação arejou as relações sociais, 
permitindo a criação de personalidades mais racionais e mais democráticas. Se 
os Estados convocassem intelectuais para organizarem e planejarem 
detalhadamente os serviços sociais, entre eles a educação, a racionalização se 
 
 20 
efetivaria em favor do desenvolvimento da democracia, da paz e da 
prosperidade. A educação seria uma técnica de planejamento social. De certa 
forma, os países que tiveram um Estado de Bem-estar social, baseados na 
social-democracia, implementaram esses princípios. 
Nos anos de 1950, no Brasil, Florestan Fernandes, foi muito influenciado por 
essa visão de Mannheim, acho até que isso, foi umas das razões que o 
impulsionou a se engajar na luta, nas campanhas em defesa da escola pública, 
andando pelo Brasil a debater meios de implantarmos essa educação. Seus 
textos desse período são explicitamente inspirados em Mannheim. 
Quais são os limites dessas teorias tão sérias e sofisticadas? 
 
Como diria Marx, talvez o aprisionamento no horizonte burguês. Eu diria que 
pensam a educação sem enfrentar a condição essencial da estrutura da 
sociedade capitalista. Vários limites da educação escolar nas sociedades 
modernas estão precipuamente ligados às desigualdades econômicas e sociais 
produzidas pelas relações de produção baseadas na acumulação e 
apropriação privada dos bens materiais e espirituais. 
 
K. Marx (1818-1883) não pode ser rotulado como sociólogo, pois, não foi sua 
preocupação o estabelecimento dessa ciência. É um pensador completo, 
podemos afirmar que é um cientista social e produziu no século XIX uma teoria 
fantástica, que marcou as ciências sociais e muitas outras áreas que, mais 
tarde, beberam na fonte do materialismo-histórico. O que pensou sobre 
educação o fez no interior de sua análise sobre a alienação dos trabalhadores 
no processo de produção, ou seja, o trabalho na sociedade capitalista torna o 
homem um ser unilateral, que não pode desenvolver suas potencialidades 
intelectuais, de criador, de pensador. Nesse sentido, perde a possibilidade de 
se realizar como ser histórico, fica bitolado em tarefas repetitivas, na teia 
complexa do cotidiano de sobrevivência difícil, enfim, passa a vida se 
debatendo com o trabalho para outro e a sobrevivência material, a busca do 
alimento, da moradia e da reprodução enquanto ser humano vivo. 
 
A educação no capitalismo é marcada pelas classes sociais, é dividida. A 
burguesia terá seus métodos e espaços educacionais e aos trabalhadores será 
 
 21 
ofertada uma educação parcial de disciplinamento para as fábricas. No tempo 
de Marx, o trabalho infantil estava sendo regulamentado, e uma das idéias era 
a de que as fábricas oferecessem a educação profissionalizante. Marx defendia 
a educação nas fábricas. Entretanto, indicou a educação politécnica como uma 
forma de superar a unilateralidade dos trabalhadores. Não desenvolveu muito 
sobre esse tema, que foi retomado por Gramsci e sociólogos, filósofos, 
pedagogos contemporâneos. 
 
Gramsci, socialista e filosofo marxista, viveu na Itália, grande parte de sua 
juventude na prisão de Mussolini. Essa realidade condicionou sua produção 
intelectual. Por viver no país católico, sede do Vaticano, e ter morado no sul da 
Itália, mais rurale “atrasada” pôde perceber o quanto seria complicado o 
estabelecimento de uma sociedade comunista, pois os homens estavam sendo 
socializados com essas ideologias religiosas e semi-feudais. 
 
Pensa a educação como uma esfera de constituição de hegemonia e contra-
hegemonia. Seria importante que os socialista se dedicassem a pensar a 
educação do homem socialista, superando a visão de classes predominante. 
Daí propõe a Escola Unitária, acima das diferenças entre as classes. O 
trabalho como principio educativo e o esforço para superação do pensamento 
do senso comum/folclórico. Essa visão de educação influenciou e influencia até 
hoje a sociologia da educação e as ciências sociais voltadas para a educação 
de modo geral. M. Apple, Henri Giroux, Saviani, Frigotto, Kuenzer e a própria 
elaboração dos currículos para o ensino médio e profissionalizante no Paraná. 
 
O eixo crítico da educação e da sociedade capitalista dedicou-se nos anos de 
1960 a 1980 a estudar os condicionantes macro sociais e políticos dos 
sistemas educacionais. A educação é colocada como uma instância de 
reprodução social, das desigualdades sociais, como reprodução da ideologia 
dominante (Althusser) e a escola como Aparelho Ideológico do Estado. 
Bourdieu e Passeron demonstraram a formas de violência simbólicas nas 
pedagogias dominantes no sistema de ensino francês. Violência porque 
exercida de forma implícita nos comportamentos dos professores, nos 
processos de avaliação dos alunos das classes populares. 
 
 22 
 
Na Alemanha, nos EUA e no Brasil inúmeros pensadores destacaram a relação 
intrínseca e necessária entre a divisão do trabalho, a escola e a preparação da 
força de trabalho para as empresas capitalista. Claus Offe, sociólogo alemão 
destacou como o sistema de ensino alemão estava organizado para produzir 
mão-de-obra para as empresas e para os serviços. Carnoy, Bowlles e Gintis 
fizeram o mesmo nos EUA, destacando que as escolas americanas não 
estavam interessadas em formar trabalhadores que dominassem os atributos 
cognitivos, mas sim os atributos de personalidade e de comportamento 
adequados às exigências dos mercados, das empresas e dos administradores 
de recursos humanos. No Brasil, vários estudos, nos anos de 1970 e 1980 
demonstraram esse processo no Brasil, Lucíola Machado, Frigotto, Kuenzer, 
Cunha, Freitag, entre outros. 
 
Infelizmente, a popularização e vulgarização dos resultados desses estudos 
passou uma mensagem “pessimista” do papel da escola e da educação, 
deixando muitos professores desanimados com a sua função. Estudar 
sociologia da educação nos levava a saber que nós reproduzimos as 
desigualdades, somos responsáveis pela violência simbólica e pela 
disseminação da ideologia burguesa, reproduzimos uma educação técnica 
comportamental, enfim somos uns verdadeiros “agentes do mal”. 
 
Talvez, por isso, muitos pesquisadores perceberam que deveriam se ocupar de 
estudar mais a escola em si, os processos pedagógicos locais, os fenômenos 
de sucesso nas classes populares e de fracasso nas classes burguesas; como 
o fracasso escolar é produzido e como pode ser superado, enfim, inspirados 
nos métodos antropológicos, na etnografia e nos estudo de caso, sociólogos da 
educação se voltam para os aspectos micro sociais, do espaço genuíno da 
escola tomada como um “mundo” autônomo. 
Essa vertente traz a tona a possibilidade de transformação nas relações 
escolares, relacionando escola-família, escola-criança, escola-comunidade, 
escola-pais, escola-professores, escola-juventude, e assim por diante. 
 
 23 
 
As críticas são no sentido de que esses estudos correm o risco de perder os 
aspectos macro sociais determinantes, e não raro, muitos estudos, sobretudo, 
os americanos, ingleses e brasileiros, caem nessa armadilha. 
Entretanto, estudos sérios como de Paul Willis, que fez um estudo etnográfico 
sobre a educação de filhos de trabalhadores na Inglaterra, apreendem os 
aspectos mais específicos, micro sociais articulados aos condicionantes macro 
sociais. Esse desafio é o mais instigante na sociologia da educação. O estudo 
de Acácia Kuenzer sobre a pedagogia da fábrica, em que analisa o trabalho na 
VOLVO, também dá conta dos aspectos específicos, micro sociais articulados 
aos determinantes do capitalismo. 
Há muita produção de pesquisas e teorias sobre a educação moderna e, 
certamente, não daremos conta aqui nessa fala e nas aulas no curso de 
formação docentes aí nas escolas. Entretanto, pode-se pensar em quadros 
explicativos e através de aproximações com a realidade, num primeiro 
momento de forma mais despretensiosa, levar as alunas a se interessarem 
pelos fundamentos sociológicos da educação. 
Propondo pesquisas, no nível de um objeto comum, ainda não cientifico, mas 
que serve como passo didático na aprendizagem de olhar a realidade de forma 
sistemática. Ao longo do curso, as alunas poderão ir formulando objetos 
científicos, já tratados pelas teorias, mas inicialmente precisamos ter paciência, 
apresentando o que for possível, mas o que é essencial para a formulação dos 
mapas que orientarão o trabalho das professoras nas escolas. 
 
Os demais itens da ementa poderão ser inseridos no conjunto de debates até 
mesmo dessa primeira fase de aproximação com os fundamentos teóricos e 
deverão compor as atividades de práticas de ensino em conjunto com as outras 
disciplinas. 
 
 
 24 
3.1.2 Concepções de criança/infância como construção histórica e social. 
A Infância no Brasil (urbano e rural). 
O texto de Ariès pode ser refletido nas duas disciplinas ou em uma delas. 
A educação no Campo. 
Experiências das escolas rurais, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e 
das ONGs voltadas para a educação dos Trabalhadores Temporários do 
Campo, dos Jovens e Adultos, entre outras. 
As experiências das escolas rurais e do Movimento dos Sem Terra 
poderão ser estudos de casos, em que as alunas irão a campo procurar 
materiais junto aos próprios movimentos, cartilhas, documentos, textos, etc. A 
Escola Florestan Fernandes do MST pode ser pesquisada, verificando sua 
proposta educativa, como funciona, porque esse nome Florestan Fernandes e 
assim por diante. 
 
Espero que, como socióloga da educação e professora de ensino Médio e nos 
cursos de formação de professores, tenha conseguido fornecer alguns “mapas” 
para nos orientarmos no Ensino dos Fundamentos sociológicos da educação. 
Com as questões de vocês poderei esmiuçar as possibilidades de itinerários. 
 
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ALTHUSSER, Louis. Sobre a reprodução. Tradução de Guilherme João de F. 
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São Paulo: Abril Cultural, 1974. 
MARX, K. Crítica ao Programa de Gotha IN: MARX, K. e ENGELS, F. Obras 
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MARX, K. O capital. Rio de Janeiro. civilização brasileira, 1975 Volume 1 - livro 
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OFFE, Claus. Problemas estruturais do estado capitalista. Rio de Janeiro: 
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social. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991. 241pp. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
Módulo – IV 
A educação não está deslocada de seu contexto social 
Leia a tirinha de Quino, personagem Mafalda, menina inteligente. 
 
 
Disponível em: 
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv=2&biw=136
6&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt1t6QrKPMAhXJF5AKHVD4
Dp0QsAQIGw-acessoem22/04/2016 
 
 
Nesse módulo vamos estudar como se deu a institucionalização da disciplina 
(que foi dentro do processo do positivismo), como passou a fazer parte do 
currículo e por quê? Em primeiro lugar aparecem os problemas educacionais, 
procurando soluções. 
 
No início do século xx se inicia a caminhada da disciplina dentro das 
instituições educacionais, mas alguns problemas continuam até hoje, mas 
foram tratados desde o início, e de varias maneiras conforme o contexto 
histórico. O positivismo[1] encara todos os fatos como coisas, passíveis de 
serem analisados. A sociologia enquanto disciplina vai aparecer num contexto 
de inquietação social. 
 
Dentro das transformações que a sociedade passa são momentos de 
mudanças sociais que o mundo do trabalho vai acontecer. A uma distancia 
entre sociólogo e educadores, porque não é objeto dos sociólogos a educação, 
não buscava esse tema como objeto de estudo. Na década de 50 e 60 
momentos de industrialização, as grandes cidades sofrem 
transformações. Nessa mesma década já se tem uma bagagem, mas nada 
 
 29 
voltado para os problemas da educação, tudo dentro da ideia de que o Brasil 
tinha de evoluir, se desenvolver. 
 
A formação dos primeiros sociólogos dos anos de 1950 e 1960 vai ser muito 
importante, mas vai discutir muito pouco sobre temas como; repetência, evasão 
escolar. Nesse período vão ser discutidas as diferenças regionais, o Brasil 
tinha muitas particularidades conforme as regiões, e isso tinha de ser resolvido. 
Com isso surgem as superintendências regionais( Sudan, Sudene, Sudeco), 
que tinha a ideia de planejamento ( investigar regiões) 
 
 
Educação e desenvolvimento caminham juntos principalmente a partir de 1960. 
A educação agora é vista como um tema e não mais como objeto. Os primeiros 
sociólogos dessa época vão pensar educação como algo que seja acesso a 
toda educação, como facilitar o acesso a educação. O tema que não fugiu da 
educação era o analfabetismo, pois a preocupação principal ainda era muito 
pautado na economia. Surge o Mobral, momento em que os militares na 
década de 64 tentam resolver esses problemas, mas o objetivo era apenas pra 
ensinar a ler e escrever, não tinha interesse de preparar o cidadão era apenas 
para instrumento para trabalho. 
 
Uma nova preocupação do processo educativo só vai surgir na década de 70, 
vão começar a fazer relação entre nível de renda e reprovação escolar, ou 
seja, alguma coisa esta errada e não é o aluno, isso é revolucionário dentro da 
sociologia da educação. Assim o tema evasão escolar, etc., vão passar a ser 
um tema efetivo, e vai dentro dessa perspectiva, vai dar um novo tratamento 
nesse questionamento. 
 
Sociólogos vão ter preocupação com a democratização do estudo. Dois 
franceses Bourdieu e Althusser- ideia de que a educação é um espelho da 
sociedade, se a sociedade é uma forma de inclusão a educação será também. 
Naquele momento era inquietante pensar em educação dessa maneira. É um 
contexto que vai se transformando devagar até chegar em 1985- momento 
 
 30 
importante, período de abertura política, processo de redemocratização do 
país. 
 
A sociologia adquire corpo, não aceitar mais que a evasão escolar não fosse 
tema que devessem ser tratados pelos governantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
Módulo - V 
Assista ao clipe da banda brasileira Titãs, leia o texto e reflita sobre as 
modalidades de famílias existentes. 
 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jYdlLuTcgtw-
acessoem22/04/2016 
 
 
EDUCAÇÃO E FAMÍLIA 
Educação à educação é o conjunto de normas pedagógicas tendentes ao 
desenvolvimento geral do corpo e do espírito, que produzem instrução, polidez, 
cortesia. (definição de dicionário Priberam da Língua Portuguesa 
Disponível em: 
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=educa%C3%A7%C3%A3o)-
acessoem22/04/2016 
 
 
Família à a definição de família no mesmo dicionário mencionado acima é 
muito mais complexa, mas em todas as menções, há a palavra “conjunto” ou 
“grupo” 
Disponívelem: 
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=fam%C3%ADlia-
acesso22/04/2016 
 
 
É exatamente essa diferença que propõe o texto. Enquanto se 
define EDUCAÇÂO de uma maneira fácil, a definição de FAMÍLIA é subjetiva, 
pois apesar de haver sempre uma relação entre pessoas, não se pode definir 
um estereótipo, uma vez que com o passar do tempo, a composição da família 
vem mudando. Não é mais somente pai, mãe e filhos, mas pode haver pai, avó, 
tia e filhos; filhos e avós; mãe, avô e filhos, enfim, há muitas variantes nessa 
composição contemporânea. Inclusive, um dos dados que muito chama a 
atenção é o aumento do número de famílias que chefiadas por mulheres. 
 
 32 
A família é uma instituição social fundamental e suas características 
influenciam em todas as demais instâncias da vida social. 
 
Assim, podemos ver que o processo de socialização nunca termina e em cada 
momento da vida, o indivíduo recebe influência maior ou menor de um 
determinado agente desse processo. Sem que se perceba claramente, nesse 
processo, há sempre alguém que ensina e alguém que aprende e esta é a 
essência da socialização; por meio desta, o homem se faz ser social. 
É com a família que se tem a chamada SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA, 
quando o indivíduo assimila valores, normas e expectativas de seu grupo 
social. 
Mais tarde, a escola e outras instituições e/ou grupos de relacionamento 
dividem essa tarefa com a família, o que é conhecido pela sociologia 
como SOCIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA. É muito considerável lembrar-se da 
importância da família e da escola para a concretude da vida social e sua 
organização. 
 
Na história da família vemos que seu objetivo, inicialmente, era satisfazer as 
necessidades básicas do grupo social, mas aos poucos, assumiu outras 
funções, como apoio à velhice, proteção da integridade física e moral do grupo, 
transmitir conhecimento e práticas acumulados pelo grupo aos mais jovens, 
ensinar, principalmente, normas, regras e valores que garantem a manutenção 
da sociedade. 
A família constitui-se de ideias, comportamentos e relações entre as 
pessoas. organiza-se em torno de objetivos comuns que visam aos interesses 
do grupo, os quais mudam com o tempo. Com o passar do tempo, a família 
conquistou uma coesão, a partir de uma rígida disciplina que respeitava a 
hierarquia etária e de sexo (normalmente o pai). Assim, estruturou-se, 
garantindo a sobrevivência e procriação do grupo, além de consumo, proteção. 
Atividades religiosas e culturais etc. Podemos dizer que, a partir desse 
complexo de funções, construiu-se o ideal de família, hoje designada como 
“família tradicional”. 
 
 
 33 
Após a Revolução Industrial, dá-se uma nova organização de família, 
consolidando-se como lugar da afetividade, aumentando a privacidade com os 
novos espaços das casas, divididas em cômodos privativos. Daí dá-se a nova 
organização de família, acima citada, e uma revisão de suas funções. 
Os historiadores conceituam família como família nuclear e família extensa. 
Família nuclear à é a família tradicional, constituída por pai-mãe-filho, 
geralmente, duas gerações. Família extensa à é a família constituída pelos 
mesmos elementos da família nuclear, acrescida de agregados de vários tipos, 
como avós, primos, empregados e outros. 
Há muito tempo, a família nuclear tem sido o padrão ocidental 
encontrado. Antigamente, as famílias eram compostas por mais de duas 
gerações. Após a Revolução Industrial, o que predominou foram os 
modelos nucleares patriarcais, que agrupava, apenas, duas gerações num 
mesmo domicílio – pais e filhos, sob a chefia do homem / pai. 
Com a consolidação do capitalismo, houveram muitas mudanças na sociedade 
que se refletiram em todos os setores da vida social. A família passa a ver 
alteradas algumas de suas funções; deixa de ser uma unidade de produção. A 
grande mudança leva a família e ser uma família conjugal, afirmando a vida 
doméstica, o que faz surgir uma disciplina na vida da família. A educação deixa 
de ser uma atribuição exclusiva da família e passa a ser atribuição, também, 
das escolas e outros agentes, de socializar seus membros. 
 
EDUCAÇÃO E FAMÍLIA NO BRASIL 
 
No Brasil, segundo alguns estudiosos como Gilberto Freyre, há a 
predominância da família patriarcal, desde o Brasil-Colônia, no Império e até a 
atualidade. Mas há estudiosos que discordam, dizendo que, particularmente 
São Paulo, assim como em outras regiões do Brasil (como a região Sul), havia 
muito mais famílias nos moldes da “família nuclear”. 
*Família Patriarcal à é aquela em que há mais de duas gerações 
convivendo juntas e respeita-se uma hierarquia etária e de sexo (o pai). 
*Família Nuclear à Pai-mãe-filho. Duas gerações convivem juntas, 
apenas. 
 
 34 
As transformações verificadas nos dias atuais denotam que há 
diferença no modelo familiar apresentado por Gilberto Freyre em “Casa-Grande 
e Senzala”, que afirma que o modelo da família brasileira é o patriarcal. 
Outros estudiosos questionam tal afirmação uma vez que em SP e 
outros Estados do Brasil, como mencionado acima, o modelo mais encontrado 
é o da “família nuclear”. 
Assim, essas transformações apontam para mudanças não só na 
estrutura familiar, mas também para novos valores e atitudes que tornam a 
família mais democrática, e em que, também, a figura paterna não é tão 
imperativa e autoritária como antes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
 
Módulo – VI 
 
EDUCAÇÃO CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E JUVENTUDE 
Leia a tirinha de Maurício de Souza. 
 
Disponível em 
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv
=2&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt1t6
QrKPMAhXJF5AKHVD4Dp0QsAQIGw#tbm=isch&q=tirinhas+da+m%C3%B4nica+j
ovem&imgrc=Pc39XlHqWWzJFM%3A-acessoem22/04/2016 
 
 
O século XXI trouxe a continuidade da discussão sobre a família, a criança, 
a adolescência e a juventude, e por extensão da educação e do papel da 
escola no processo de socialização e controle social. 
 
As famílias antigamente viviam em ora grandes espaços, ora em casas 
pequenas cheia de gente, não encontravam sentimentos de amor conjugal, 
amor filial ou a valorização dos laços efetivos entre seus membros. Isso refletia 
na maneira de ver a criança, que praticamente não existia, não era vista. 
 
Quando se tem uma nova configuração de espaço das casas, com áreas como 
sala de jantar e o quarto, se criam condições necessárias para o sentimento de 
aconchego e domesticidade que antes não existiam. A partir daí, o modelo 
predominante nas sociedades ocidentais até hoje é o progresso da 
domesticidade e o surgimento da família conjugal. Infância é uma concepção 
 
 36 
ou representação que os adultos fazem sobre os primeiros anos de vida do 
homem. 
 
Ariès(1996) trata da descoberta da infância na Renascença e do surgimento 
de sentimento da infância. Ele concluiu que o sentimento de infância só foi 
expressivo no final do século XVII. A infância era vista como um período muito 
curto, durando apenas enquanto a criança era frágil. A criança aprendia as 
coisas na prática, vendo os adultos fazer. 
 
No final do século XVII houve uma mudança, inicio da escolarização, quando a 
escola substitui o aprendizado como meio de educação. Surgem os colégios, 
onde as crianças são mandadas, sendo separadas das famílias. A família 
começou a se organizar e viver em torno da criança e suas necessidades, 
traços de família ocidental dos séculos XIX e XX. 
 
Para Ariès(1996) a juventude é a idade do séculoXVII, a infância sendo XIX e 
a adolescência XX. A criança deixa de ser brinquedo sexual dos adultos, 
percebendo a inocência da criança, e preservando-as. Passa assim a ter 
cuidado com a higiene e a saúde das crianças. 
 
Compreender o desenvolvimento físico e psicológico da criança passa a ser 
quase que uma exigência para a escola e o professor. O traço marcante da 
infância é a “falta”, onde tudo deve ser ensinado. O processo de socialização 
além da família será a escola. 
 
Com um sistema de ensino rigoroso os colégios assumem uma estrutura que 
se aproxima com a atual, ou seja, a duração da infância equivale à duração da 
escolaridade, que chega ao fim do século XVIII. Os colégios passam a ser a 
moderna expressão de como se deve tratar uma criança; Ao seu lado se tem 
os chamados manuais de boas maneiras, ou de civilidade. Rousseau contribuiu 
para a discussão de concepção de infância e o surgimento de colégio. Ele 
defende ardemente a pureza infantil e o sentimento com um verdadeiro 
instrumento do conhecimento e o mundo inteiro é que deve ser buscado e não 
o mundo da razão, sempre com o objetivo de transformar a criança em um 
 
 37 
adulto bom. Para ele a criança aprende por meio do exemplo, por palavras e 
por práticas observadas por adultos, daí a necessidade dos pais se 
preocuparem com as normas de civilidade e boas maneiras dos filhos, que são 
preparados pra viver em sociedade e ser civilizados. 
 
No século XIX surge à proteção a infância, da criança e do adolescente, surge 
instituições para cuidar disso e a educação aparece como um fator estruturante 
na sociedade. A infância deve ser entendida como um tempo social, construído 
historicamente de acordo com suas condições materiais e culturais que 
caracterizam determinado tempo e espaço 
 
O desenvolvimento do conceito de família sofreu várias modificações. Esse 
conceito tem relação com a sociedade e sua estrutura econômica e política. 
 
Na idade média as famílias eram mais populosas, compostas por mais de duas 
gerações, e viviam em casas de pequeno espaço e com muita gente, sem 
qualquer privacidade. Em ambientes assim, a criança não “era vista”, e crescia 
sem encontrar afeto, amor conjugal, filial ou qualquer valorização dos laços 
afetivos. 
 
Reformulada a configuração espacial das casas, surgem condições 
apropriadas para o desenvolvimento de sentimentos como aconchego e 
domesticidade, antes não conhecidos. Com a privacidade, surge uma família 
conjugal, nuclear e doméstica, predominante nas sociedades ocidentais até 
hoje. 
 
Segundo Philippe Ariès, em seu trabalho sobre a descoberta da infância na 
Renascença, e do surgimento de “sentimento de infância”, conclui que este 
sentimento era desconhecido na Idade Média e que essa fase de infância era o 
tempo de preparação moral do indivíduo. O autor define “sentimento de 
infância” falando em paparicação (como sendo um sentimento superficial ligado 
à criança em seus primeiros anos de vida, quando é “engraçadinha”), e a 
percepção da inocência e fraqueza da infância. Ele ainda destaca que a 
infância era vista como um período muito curto, durando apenas o tempo em 
 
 38 
que a criança era mais frágil. Logo se misturava aos adultos e aprendia as 
coisas na prática, ajudando-os. 
 
A mudança veio no final de século XVII, com a escolarização, quando a escola 
substituiu a aprendizagem como meio de educação, surgindo os colégios, para 
onde as crianças eram mandadas, separando-se da família. 
A família começou a se organizar e viver em torno da criança e de suas 
necessidades e em torno da profissão, traço da sociedade ocidental que se 
estende até o século XX. 
 
Já a ideia de adolescência e juventude é mais recente, e as mudanças podem 
ser observadas na forma como as crianças e jovens se vestiam e quais os 
jogos e brincadeiras eram mais comuns. E uma das mudanças mais 
consideráveis relaciona-se com a maneira como as crianças e jovens eram 
tratados pelos adultos, no que tange à sexualidade. Os adultos, percebendo a 
inocência infantil, procuram não mais fazê-los de “brinquedos”, mas procuram 
sim preservar tal inocência e poupá-los das “sujeiras da vida”, assumindo, 
também, maiores cuidados com a higiene a saúde das crianças. 
 
O surgimento das escolas e as visões da infância 
 
Como já mencionado, surgem os colégios a partir da ideia de que a criança 
precisava de formação, uma vez que nascia totalmente despreparada para 
viver em sociedade. A infância é marcada pela dependência para viver, pela 
falta de valores, regras e limites. A criança precisa aprender tudo, ser ensinada. 
A partir daqui, não só na família ocorrerá esse processo de socialização. Na 
escola será o melhor local, impondo hierarquia autoritária, com um regime 
disciplinar muito severo. 
 
Na análise de Áries sobre o surgimento dos colégios, vemos que no séc. XIII os 
colégios eram asilos para os estudantes pobres, não se ensinava nos colégios. 
A partir do séc. XV, os colégios tornaram-se institutos de ensino, com respeito 
à hierarquia autoritária, com ensino no local. Essa evolução da instituição 
 
 39 
escolar está ligada a uma evolução paralela do sentimento das idades e da 
infância. 
 
Com o passar do tempo, as tendências vão mudando e moldando a educação, 
dando o tom do avanço do processo de escolarização. Também, uma nova 
percepção das idades gera a separação das classes por idade. O sistema 
disciplinar fica cada vez mais rígido, e a duração da infância equivale à duração 
escolar, que no fim do séc. XVIII chega a 4 ou 5 anos. 
 
Os colégios passam a ser modelo de como tratar as crianças, com manual de 
boas maneiras ou de civilidade, em âmbito mundial, de modo a haver uma 
universalização dos códigos ocidentais de conduta, que passaram a ser 
sinônimo de refinamento e o padrão a ser seguido por aqueles que almejavam 
ascender socialmente. 
 
Jean-Jacques Rousseau em muito contribuiu para a discussão das concepções 
de infância e o surgimento dos colégios. Os humanistas do séc. XVI rejeitavam 
a alternativa escolar. Achavam uma violência a imposição de educação formal. 
Criam no caráter incompleto da criança e na agressão à sua natureza pura com 
a imposição da educação formal. 
 
Rousseau destaca a primazia do sentimento sobre a razão, tem como 
pressuposto básico a crença na bondade natural do homem e atribui à 
civilização a responsabilidade pela origem do mal. Diante disso, para ele, a 
civilização é vista como a grande responsável pela degeneração da natureza 
humana e sua substituição pela cultura intelectual. 
 
Podemos ver que, para Rousseau, o processo educativo é visto como algo 
negativo, no sentido do que não deve ser feito. Somente quando a criança está 
maior, com mais consciência de que interage com outras pessoas, é que se 
torna capaz de ser educada formalmente. Crê que a educação seja um 
processo contínuo, que se prolonga pela vida inteira. 
 
 
 40 
No séc. XIX, a premissa básica é a proteção da infância, da criança e do 
adolescente, inclusive, com o surgimento de instituições para cuidar disso e a 
educação é vista como um fator estruturante para a sociedade. Os cuidados 
com a infância passam a ser um traço das sociedades e do Estado moderno, e 
a escola como um lugar privilegiado para se colocar em prática essa 
concepção de criança e infância. 
 
Percebemos que houve grandes mudanças na maneira de ver, pensar, 
compreender, tratar, analisar e explicar cada etapa da vida de um indivíduo. 
Todo o avanço tecnológico, a globalização, as novas funções da família fizeram 
repensar qual seria o tempo de duração de cada uma dessas fases da vida dohomem. 
 
Por fim, a infância deve ser entendida como um tempo social, construído 
historicamente, de acordo com as condições materiais e culturais que 
caracterizam determinado tempo e espaço. Assim, é possível haver diferentes 
concepções de criança, infância e juventude. Percebe-se que surgem 
instituições que são consideradas adequadas para o aprendizado da criança, 
formando-a para o convívio social. 
 
Com o decorrer do tempo ocorreram muitas mudanças, tanto no conceito, 
quanto na formação na família, o que acabou por definir novas maneiras de se 
perceber a criança e a infância, dando origem a uma área específica dentro da 
sociologia para tratar destes temas específicos: a sociologia da infância. 
 
Disponível em: http://pedagogiaonlineead.blogspot.com.br/2010/08/sociologia-
da-educacao-resumo-apostila.html-acessoem22/04/2016

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