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O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ NAS RELAÇÕES CONTRATUAIS

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José Mário Braga Júnior - Estudante
mariobragajr@hotmail.com
O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ NAS RELAÇÕES CONTRATUAIS.
O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ NAS RELAÇÕES CONTRATUAIS.
SUMÁRIO: 1 Introdução; 2 Evolução do principio da boa-fé objetiva; 3 Os fundamentos da boa-fé objetiva; 4 Responsabilidade pós-contratual; 5 Conclusão; Referência.
Resumo: A grande finalidade deste artigo é definir as principais características do princípio da boa-fé nos contratos, apontando seus momentos históricos e sua pratica na responsabilidade contratual.
Palavras-Chave: Boa-fé; Contratos; Responsabilidade Contratual.
Abstract: The great purpose of this article is to define the main characteristics of the principle of the good-faith in contracts, pointing its historical moments and its it practices in the contractual responsibility.
Key- word: Good-faith; Contracts; Contractual Responsibility.
1 - Introdução:
O presente artigo tem a função de conceituar o princípio da boa-fé contratual, falar sobre a sua origem histórica e fazer a analise dessa desse principio nas relações contratuais.
O tema do princípio da boa-fé contratual é recorrente e atual, vivemos hoje num mundo dominado pelos contratos.
A responsabilidade contratual vem sempre referida a uma relação obrigacional, um vínculo jurídico específico a unir dois contraentes. Ela surge quando o devedor deixa de realizar a prestação a qual estava obrigado, ou ainda quando a realiza defeituosamente, ou fica em mora, acarretando, com tal comportamento, danos ao credor.
2 – Evolução do principio da boa-fé objetiva:
O Código Civil brasileiro de 1916 não fazia nenhuma referência à boa-fé objetiva, consagrando, entretanto, em várias passagens, a boa-fé subjetiva como forma de interpretação contratual.
Por outro lado, a boa-fé objetiva estava prevista no Código Comercial de 1850, com expressa previsão no art. 131, I, que diz: “A inteligência simples e adequada que for mais conforme a boa-fé e ao verdadeiro espírito e natureza do contrato deverá sempre prevalecer à rigorosa e restrita significação das palavras”.
No direito civil comparado, diversos países já contemplavam em suas ordenações jurídicas o princípio da boa-fé objetiva, como no Código Civil Alemão, o Código Civil Italiano de 1942 e no Código Civil português de 1967.
O Código Civil de 1916 fazia somente previsão à boa-fé subjetiva, em especial nos arts. 102 a 105, e o Código Comercial de 1850 referir-se textualmente a boa-fé objetiva, embora não abarcando a sua merecida atenção, o princípio da boa-fé objetiva, efetivamente, só teve inicialização no ordenamento jurídico brasileiro,
em 1990 com a edição da Lei nº 8078, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor.
Com o advento da Lei nº 10.406, de 10.01.2002, que instituiu o novo Código Civil, inseriu-se no ordenamento jurídico brasileiro, uma cláusula geral de boa-fé, que vem prevista em um único dispositivo que determina a obrigação dos contratantes em guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da boa-fé e da probidade (art. 422, CC).
3 - Os fundamentos da boa-fé objetiva:
A boa fé objetiva esta presente no Código Civil, no artigo 422 onde diz que: “Os contratantes são obrigados guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.”
O princípio da boa-fé objetiva excede o âmbito contratual, traduzindo-se no dever de agir com lealdade, lisura e consideração com o outro sujeito da relação. Isso pode ocorrer já no momento do pré-contrato ou mesmo após a rescisão do contrato. A propósito, Fernando Noronha leciona:
“A parte que nas negociações preliminares procede deslealmente viola deveres que são impostos pelo princípio da boa-fé objetiva e que impõe a não-interrupção injustificada das tratativas, a informação leal, o sigilo quanto a informações recebidas da contraparte e, em geral, a não indução desta em erro. Essa violação impede algumas vezes a realização do negócio; outras, justificam que este venha a ser invalidado”.
O fundamento para a responsabilidade civil pré-contratual é a confiança negocial que tenta harmonizar o comportamento das partes, solucionando eventual conflito entre a vontade e a declaração manifestada.
Registre-se que no campo contratual há um dever determinado e aceito pelas partes e a quebra do contrato implica, por si só, na culpa presumida em virtude do inadimplemento.
A boa fé contratual está abrangida em tudo e por tudo pela boa-fé objetiva. Ela traduz-se no dever de cada parte agir de forma a não lesar a confiança da outra.
A boa-fé contratual pode ser entendida como um dever de agir objetivamente de boa-fé. Essa boa-fé deve ser seguida nas várias fases das relações entre as partes. Assim, na fase pré-contratual, das negociações preliminares à declaração de oferta, os contraentes devem agir com lealdade recíproca, dando as informações necessárias, evitando criar expectativas que sabem destinadas ao fracasso.
4 - Responsabilidade pós-contratual:
A começar pela cláusula geral de boa-fé prevista no artigo 422 do Código Civil, a qual exige lealdade e probidade aos sujeitos envolvidos nas fases pré-contratual, contratual e pós-contratual.
Ainda que após a extinção do contrato, pautado pela boa-fé contratual (art. 422 do CCB), não se ignora que os deveres de informação, proteção e lealdade não se limitam à execução do contrato, mas persistem na fase pós-contratual.
Tanto a responsabilidade pré-contratual quanto a pós-contratual são relativamente novas perante a doutrina, a qual se posiciona hesitante quanto à classificação em responsabilidade do tipo contratual ou aquiliana. Ocorre que somente a partir desta taxionomia é que se poderá fixar com proficiência a competência material e o prazo prescricional da ação reparatória daí resultante.
A doutrina e a jurisprudência vêm assentando posição de que o princípio da boa-fé objetiva irradia deveres de conduta às partes -- de proteção, lealdade e informação -- que se encetam a partir das tratativas e perduram mesmo após a extinção do contrato. Se da inobservância de tais deveres decorrer prejuízo patrimonial ou moral, será passível de indenização pela contraparte que o causou.
5 – Conclusão:
O princípio da boa-fé consagra a valorização da ética, da moral, dos bons costumes e da boa-fé objetiva, ou seja, aquela relacionada com a conduta das partes.
O principio da boa-fé objetiva contratual não era encontrado no código civil de 1916, somente com o advento da Lei nº 10.406, de 10.01.2002, que instituiu o novo Código Civil, inseriu-se no ordenamento jurídico brasileiro, uma cláusula geral de boa-fé, que vem prevista em um único dispositivo que determina a obrigação dos contratantes em guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da boa-fé e da probidade (art. 422, CC).
Na fase pré-contratual, das negociações preliminares à declaração de oferta, os contraentes devem agir com lealdade recíproca, dando as informações necessárias, evitando criar expectativas que sabem destinadas ao fracasso.
A cláusula geral de boa-fé prevista no artigo 422 do Código Civil, exige lealdade e probidade aos sujeitos envolvidos nas fases pré-contratual, contratual e pós-contratual.
REFERÊNCIA
• COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de Direito Comercial. 6a ed, revista, atual.. São Paulo: Ed. Saraiva, 2003. Vol. 2.
• NOBRE JUNIOR. Edílson Pereira. Princípio da boa-fé e sua aplicação no Direito Administrativo Brasileiro. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris. 2002.
• PEREIRA, Régis Fichtner. A responsabilidade Civil Pré-contratual. Rio de Janeiro: Renovar. 2001.
Currículo do articulista:
Cursando o 10° período de direito do UNICEUMA - Centro Universitário do Maranhão

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