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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFª CINOBELINA ELVAS Rodovia Municipal Bom Jesus – Viana, Km 01, Bairro Planalto Horizonte CEP 64.900-00, Bom Jesus - Piauí – Brasil, Fone (89) 3562-2535 Curso:___________________________________________________________________________ Disciplina: _______________________________________________ Professor: Thiago Pereira Discente:_________________________________________________________________________ ATIVIDADES UNIDADE I Bom Jesus – PI 2017 ATIVIDADE 1 DESENHAR UMA CÉLULA VEGETAL, INDICAR TODOS OS SEUS COMPONENTES E DESCREVER A FUNÇÃO DE CADA UM DELES. ATIVIDADE 2 PESQUISA E ELABORAÇÃO DE TEXTO SOBRE “PAREDE CELULAR” Neste texto deve ser abordado os seguintes itens: Conceito; composição; funções; origem; formação dos campos de pontação; camadas; formação das pontoações; tipos de pontoações; diferença entre a parede celular primária e a secundária. ATIVIDADE 3 RESUMO DO TEXTO “ORGANIZAÇÃO INTERNA DO CORPO DO VEGETAL” CARMELLO-GUERREIRO, S. M.; APPEZZATO-DA-GLÓRIA, B. Organização interna do corpo do vegetal. In: APPEZZATO-DA-GLÓRIA, B.; CARMELLO-GUERREIRO, S. M. Anatomia Vegetal. 2. Ed. Viçosa: Ed. UFV, 2006. Organização Interna do Corpo Vegetal Sandra Maria Carmello-Guerreiro 1 Beatriz Appezzato-da-Glória 2 ____________________________________________________________________________________________________ 1 Departamento de Botânica, IB, UNICAMR Cx. Postal 6109. 13083-970 Campinas, SR 2 Departamento de Ciências Biológicas, ESALQ/USR Cx. Postal 09. 13418-900 Piracicaba, SR A planta é uma entidade organizada, na qual o desenvolvimento segue um padrão definido, que lhe confere estrutura característica (Fig. 1.1). O desenvolvimento das plantas superiores inicia-se com a germinação das sementes, que contêm, no seu interior, o embrião (esporófito jovem) (Fig. 1.2 – A a C). O embrião maduro consiste de um eixo axial (eixo hipocótilo-radicular), bipolar, provido de um ou mais cotilédones (Fig. 1.2 – C). A bipolaridade do eixo embrionário, ou seja, a presença de um pólo caulinar na sua extremidade superior e de um pólo radicular na extremidade inferior, está relacionada com uma das expressões da organização do corpo vegetal. Cada um dos pólos apresenta o respectivo meristema apical, radicular ou caulinar (Fig. 1.2 – C). Os meristemas são constituídos de células que se dividem repetidamente. O meristema caulinar situado entre os dois cotilédones (nas Dicotiledôneas) é formado por uma plúmula rudimentar ou diferenciada (Fig. 1.2 – C). O eixo situado abaixo dos cotilédones denomina-se hipocótilo. Na extremidade inferior do hipocótilo encontra-se a radícula. Em muitas plantas, a extremidade inferior do eixo consiste de um meristema apical recoberto por uma coifa. Quando a radícula não é distinta do embrião, o eixo embrionário abaixo dos cotilédones é denominado hipocótilo-radicular (Fig. 1.2 – C . As primeiras fases do desenvolvimento até o estabelecimento da estrutura primária são ilustradas, utilizando como modelo a mamona (Ricinus communis) (Fig. 1.3). Durante a germinação da semente de mamona, o pólo radicular é o primeiro a ser ativado, levando à formação da raiz primária. O hipocótilo alonga-se elevando os cotilédones acima do solo (germinação epígea). Entre os cotilédones encontra-se a plúmula, que origina o epicótilo. O desenvolvimento da plântula prossegue por meio da atividade dos meristemas apical caulinar e radicular (Fig. 1.2 - C). O meristema apical do caule (Fig. 1.2 - C), cuja descrição será tratada com detalhe no Capítulo 11, caracteriza-se por apresentar um promeristema contendo células meristemáticas iniciais e suas derivadas imediatas (que não se diferenciam) e uma porção inferior formada pela atividade dessas células, representada pêlos tecidos meristemáticos primários: protoderme, meristema fundamental e procâmbio. À medida que o crescimento prossegue, as regiões mais afastadas do promeristema tornam-se progressivamente mais diferenciadas, ou seja, a protoderme organiza a epiderme, o meristema fundamental forma os tecidos parenquimáticos, colenquimáticos e esclerenquimáticos e o procâmbio origina floema e xilema primários. Portanto, a atividade dos tecidos meristemáticos primários resulta na estrutura primária. A estrutura primária do caule (Fig. 1.3 - D) consiste na organização dos tecidos primários: epiderme, córtex e sistema vascular. Os primórdios foliares formados pela atividade da região periférica do meristema apical caulinar também apresentam os tecidos meristemáticos primários. A estrutura primária foliar (Fig. 1.3 - A) resulta do desenvolvimento desses primórdios foliares (ver Capítulo 12). No ápice radicular, a zona meristemática constitui um conjunto de células iniciais protegidas pela coifa. Segue-se a zona de alongamento celular composta pêlos tecidos meristemáticos primários: protoderme, meristema fundamental e procâmbio, que darão origem à epiderme, ao córtex e ao cilindro central, respectivamente, constituindo a estrutura primária característica da zona pilífera da raiz (Fig. 1.3 - C). Os meristemas apicais das raízes e caules produzem células cujas derivadas se diferenciam em novas partes desses órgãos. Esse tipo de crescimento é primário, ou seja, constitui a estrutura primária, conforme esquema a seguir. A maioria das espécies de monocotiledôneas e umas poucas dicotiledôneas herbáceas completam seu ciclo de vida apenas com o corpo primário. Porém, a maioria das dicotiledôneas e as gimnospermas apresentam crescimento adicional em espessura. O crescimento em espessura, no vegetal, é decorrente da atividade do câmbio, sendo denominado crescimento secundário. Geralmente, o crescimento secundário condiciona a formação de uma periderme às expensas do felogênio. Câmbio e felogênio são denominados meristemas laterais (ver esquema) em virtude de sua posição paralela à superfície do caule e da raiz. Uma vez que a estrutura primária dos órgãos vegetativos (raiz, caule e folha) é constituída basicamente dos mesmos tecidos primários, ela forma uma continuidade no sistema de revestimento, fundamental e de condução. Com base nesta continuidade topográfica, Sachs, já em 1875, estabeleceu os três sistemas de tecidos: dérmico, fundamental e vascular. No corpo vegetal, os vários sistemas de tecido distribuem-se, segundo padrões característicos, de acordo com o órgão considerado, o grupo vegetal, ou ambos. Basicamente, os padrões se assemelham no seguinte: o sistema vascular é envolvido pelo sistema fundamental e o sistema dérmico reveste a planta. As principais variações de padrão dependem da distribuição relativa do sistema vascular no sistema fundamental (Fig. 1.4). Entre os dois níveis, o do caule e o da raiz, há uma conexão ligando o sistema vascular cilíndrico desta e do hipocótilo. Acompanhando esta conexão de nível em nível, a começar, por exemplo, da raiz, a estrutura desta muda gradativamente em estrutura caulinar (Fig. 1.5). Outro aspecto da diferenciação do sistema vascular envolve a maturação dos elementos do xilema primário. Na raiz, os primeiros elementos traqueais diferenciados (protoxilema) ocorrem nas posições periféricas do cilindro vascular (Fig. 1.6 - A). A direção de maturação dos elementos traqueais é centrípeta e o xilema é denominado exarco. No caule, os primeiros elementos diferenciados do xilema estão mais distantes da periferia(Fig. 1.6 - C), e os elementos subseqüentes do xilema amadurecem em direção centrífuga, sendo o xilema denominado endarco. A região da plântula em que o sistema radicular e o caulinar estão ligados e os pormenores estruturais mudam de nível em relação às diferenças entre os dois sistemas é denominada região de transição vascular. (Fig. 1.6 - B). A mudança gradativa de caráter dos padrões histológicos dos níveis sucessivos parece indicar a ocorrência de gradientes de diferenciação, ou seja, que as influências graduais procedentes dos pólos radicular e caulinar sejam responsáveis pelo desenvolvimento desse determinado padrão. Diferentemente dos animais, as plantas apresentam crescimento aberto, resultante da presença de tecidos embrionários - os meristemas -, nos quais novas células são formadas, enquanto outras partes da planta atingem a maturidade. Leitura Complementar GOLA, G.; NEGRI, G.; CAPPELLETTI, C. 1951. Trattato di Botânica. Ed. Toninese. 1199 p. ATIVIDADE 4 - ESTUDO DIRIGIDO TECIDOS VEGETAIS 1. Os meristemas são tecidos que conservam a capacidade de divisão e multiplicação e divisão celular, sendo responsáveis pelo crescimento da planta. Sobre estes tecidos e sua ação, responda: a) Caracterize a estrutura das células meristemáticas. b) Conceitue crescimento primário e secundário, bem como os meristemas envolvidos nesses tipos de crescimento. 2. A célula vegetal é semelhante à célula animal mas contém algumas peculiaridades como por exemplo a parede celular e os cloroplastos. Está dividida em: componentes protoplasmáticos e não protoplasmáticos. São estruturas presentes em uma célula vegetal, porém ausentes em uma bactéria: a) cloroplastos, mitocôndrias, núcleo e retículo endoplasmático. b) cloroplastos, mitocôndrias, núcleo e retículo endoplasmático. c) cloroplastos, complexo golgiense, mitocôndrias e ribossomos. d) Nenhuma das alternativas. 3. Nas células vegetais são encontrados orgânulos citoplasmáticos exclusivos, os plastos, que apresentam estrutura e funções específicas. Em que diferem, quanto à função, leucoplastos e cromoplastos? 4. Numa célula vegetal em diferenciação, observa-se que a parede secundária forma-se: a) externamente à parede primária, aumentando o lúmen celular, e deposita-se intensamente nas pontuações; b) externamente à parede primária, reduzindo o lúmen celular, e deposita-se intensamente nas pontuações; c) internamente à parede primária, reduzindo o lúmen celular, e não se deposita nas pontuações; d) internamente à parede primária, aumentando o lúmen celular, e deposita-se intensamente nas pontuações; e) em camadas alternantes com a parede primária, não afetando o lúmen celular nem as pontuações 5. A parede celular diferencia as células vegetais dos animais. Entre suas propriedades incluem-se a) matriz de moléculas não celulósicas entrelaçadas, pectinas e hemicelulose. b) glicoproteínas, tais quais as ceras e os ribossomos. c) paredes secundárias, quando presentes, depositadas diretamente em contato com a lamela mediana. d) ausência de minerais. 6. Faça uma tabela resumindo os tipos de tecidos primários das plantas, a estrutura de suas células (parede celular e protoplasto) e suas principais funções. 7. A mandioca (aipim, macaxeira) corresponde ao órgão de uma planta onde se acumulam substâncias de reserva energética que têm sua origem: a) nas folhas, a partir da produção de hormônios vegetais b) nas folhas, a partir da fotossíntese. c) nas raízes, absorvidas diretamente do solo d) nas raízes, por relação simbiótica com bactérias e) no caule, a partir da quebra da glicose 8. Um dos tecidos vegetais citados a seguir se encontra em maior proporção em órgãos que armazenam amido. Esse tecido é o: a) Parênquima d) Tecido meristemático b) Colênquima e) Floema c) Esclerênquima 9. Os meristemas vegetais, quando examinados ao microscópio, apresentam abundância de: a) Substâncias de reserva d) Tecido vascular b) Tecido lignificado e) Elementos de meiose c) Elementos de mitose 10. Nas células meristemáticas, é comum a observação de: a) Grandes vacúolos d) Núcleo pequeno e periférico b) Divisão meiótica e) Grande quantidade de organelas c) Figuras mitóticas 11. Em relação aos meristemas secundários, é correto afirmar que: a) Promovem o crescimento em comprimento b) O câmbio é encontrado somente nas raízes c) O felogênio renova e aumenta as raízes das plantas d) O câmbio produz a cortiça e) Os mais importantes meristemas secundários são o câmbio e o felogênio 12. “É um tecido vivo que se caracteriza por apresentar reforços de celulose na parede celular. Suas células podem ser dotadas de cloroplastos. Assim, pode, além de promover a sustentação da planta, realizar fotossíntese. Ocorre nos caules novos, nos pecíolos das folhas e ao longo das nervuras. Suas células situam-se geralmente logo abaixo da epiderme e são capazes de realizar divisões e crescimento”. A que tecido o texto se refere? 13. O câmbio e o felogênio são duas formações vegetais constituídas por tecido: a) Meristemático de crescimento de crescimento em espessura b) Meristemático, de crescimento em comprimento, existente na raiz c) Diferenciado, de crescimento, existente no caule e raiz d) Diferenciado para condução, existente nas angiospermas e) Diferenciado para promover absorção de água, existente nas raízes 14. Qual dos seguintes conjuntos de características é comum a todos os tecidos de sustentação dos vegetais? a) Células mortas, localização periférica e presença de lignina b) Células em atividade, localização interna e parede reforçada com substâncias diversas c) Células mortas ou em atividade, localização variada e parede reforçada com substâncias diversas d) Células alongadas, localização periférica e presença de lignina ou de celulose; e) Células alongadas, mortas, localização interna e parede reforçada com substâncias diversas 15. Porque os meristemas apicais, como o meristema apical de raiz e o meristema apical do caule, são denominados Meristemas Primários, enquanto os meristemas laterais, como o Câmbio Vascular e o Felogênio são denominados de Meristemas Secundários? 16. Faça um breve relato sobre a constituição e a importância do parênquima clorofiliano. 17. Qual é a origem e a finalidade dos parênquimas? 18. Muitas fibras do esclerênquima são usadas industrialmente como matéria-prima para a fabricação do cânhamo e do linho. a) Cite duas características do esclerênquima. b) Identifique a principal função desse tecido vegetal. 19. As células vegetais jovens (meristemáticas) possuem inúmeras e pequenas bolsas membranosas que se fundem com o amadurecimento celular e em cujo interior encontra-se uma solução aquosa de proteínas, açúcares, íons inorgânicos, pigmentos hidrossolúveis e enzimas hidrolíticas. Essas estruturas são: a) Os vacúolos d) Os leucoplastos b) Os lisossomos e) O complexo de Golgi c) Os cloroplatos 20. Diferencie Epiderme e Periderme. 21. Parênquimas são tecidos vegetais que preenchem os espaços entre a epiderme e os tecidos condutores. Faça a associação CORRETA entre os tipos de parênquimas vegetais e a principal função que desempenham: a) Parênquima clorofiliano ( ) Reserva de água b) Parênquima medular ( ) Preenchimento c) Parênquima aquífero ( ) Reserva de ar d) Parênquima amilífero ( ) Fotossíntese e) Aerênquima ( ) Reserva de amido 22. Com relação à Epiderme, marque V para as afirmativas verdadeiras, F para asfalsas e justifique as falsas. ( ) As células epidérmicas, após a sua completa diferenciação perdem o protoplasto e morrem. ( ) Uma característica marcante na epiderme é a presença de numerosos espaços intercelulares. ( ) A parede das células epidérmicas apresenta uma camada de substâncias de natureza lipídica chamada cutina. ( ) Dentre as funções da epiderme estão proteção contra choques mecânicos, condução de seiva orgânica e a invasão de agentes patogênicos. 23. Discorra sobre as funções da cutícula. 24. Os estômatos são estruturas localizadas na epiderme das plantas traqueófitas compostas por um conjunto de células. Sobre estas estruturas, fale sobre sua morfologia, suas funções e como estão distribuídos nos órgãos vegetais. 25. A epiderme de alguns órgãos de diversas plantas apresentam apêndices chamados tricomas, os quais podem apresentar morfologia e funções diversas. Cite os principais tipos de tricomas e suas respectivas funções. 26. A periderme pode ser conceituada como conjunto de tecidos das plantas vasculares, originados do felogênio, que substitui a epiderme, nas espécies que apresentam crescimento secundário. Discorra sobre a sua estrutura, desenvolvimento e função. 27. Defina Ritidoma. 28. Entre os componentes comuns da periderme de caules e raízes estão as lenticelas. Dê o conceito e fale sobre as funções das lenticelas. 29. A periderme de do caule de algumas árvores tem importância econômica por apresentar propriedades que as transformam em matéria-prima para diversos fins. Explique como a periderme das referidas espécies podem ser exploradas economicamente. Cite exemplos. 30. Defina xilema e floema falando sobre suas respectivas funções e origem. 31. Que tipos de substâncias são transportadas pelo xilema e pelo floema? 32. Descreva a formação das principais células condutoras do xilema e do floema a partir da célula precursora. 33. Especifique a composição celular do xilema e do floema e diferencie cada tipo celular, especificando suas respectivas funções. 34. Qual a ocorrência do xilema nas plantas? 35. Defina placa de perfuração. 36. Diferencie elemento de vaso e vaso. 37. Diferencie xilema primário do xilema secundário. 38. Discorra sobre os elementos crivados. 39. O que são áreas crivadas? 40. O que são células companheiras e quais as suas funções? 41. Diferencie floema primário do floema secundário. 42. Diferencie o sistema axial e radial do xilema. ATIVIDADE 5 PESQUISA E ELABORAÇÃO DE TEXTO SOBRE DIFERENÇAS MONOCOTILEDÔNEAS E EUDICOTILEDÔNEAS ATIVIDADE 6 PESQUISA E ELABORAÇÃO DE TEXTO SOBRE CRESCIMENTO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO Neste texto devem ser abordados os seguintes itens: Conceito de crescimento primário e crescimento secundário; descrição do corpo primário da planta; descrição do corpo da planta após o crescimento secundário; em quais plantas ocorrem o crescimento primário e em quais ocorre o crescimento secundário. ATIVIDADE 7 ELABORAÇÃO DE UM GLOSSÁRIO A proposta desta atividade é que vocês construam um glossário com diversos termos relacionados à morfologia externa dos órgãos de Angiospermas. Um glossário nada mais é que um vocabulário dos termos técnicos de uma ciência, neste caso a Anatomia vegetal. Dessa forma, seguem abaixo os termos para que vocês adicionem suas respectivas definições. Área crivada Câmbio vascular Campo primário de pontoação Célula Célula companheira Célula Eucarionte Célula Procarionte Células crivadas Células guarda Celulose Cloroplasto Colênquima Cripta estomática Cromoplasto Cutícula Desdiferenciação Diferenciação celular Elementos crivados Elementos de tubo crivado Elementos de vaso Elementos traqueais Epiderme Esclereídeos Esclerênquima Estômato Felema Feloderme Felogênio Fibras (esclerênquima) Floema Floema primário Floema secundário Hemicelulose Idioblasto Lamela média Lenticela Leucoplasto Meristema Meristema apical Meristema fundamental Meristema lateral Metabólitos secundários Parede celular Parede celular primária Parede celular secundária Parênquima Parênquima aquífero Parênquima clorofiliano Parênquima de preenchimento Parênquima de reserva Periderme Placa crivada Placa de perfuração Plastídios Pontoação Pontoação areolada Procâmbio Proplastídeo Protoderme Protoplasto Ritidoma Súber Suberina Substâncias pécticas Tecidos vasculares Totipotência Traqueídes Tricoma Tricoma glandular Tricoma tector Vacúolo Xilema Xilema primário Xilema secundário ATIVIDADE 8 PREENCHIMENTO DA TABELA COM CARACTERÍSTICAS DOS DIFERENTES TECIDOS VEGETAIS CARACTERÍSTICAS PARÊNQUIMA COLÊNQUIMA ESCLERÊNQUIMA EPIDERME PERIDERME XILEMA FLOEMA Forma da célula Parede celular Citoplasma Núcleo Vacúolos Espaços Intercelulares Ocorrência Funções ATIVIDADE 9 ELABORAÇÃO DE UM RESUMO DO TEXTO “CÉLULAS E TECIDOS SECRETORES” Elaborar um resumo do texto abaixo: CASTRO, M. M.; MACHADO, S. R. Células e Tecidos Secretores. In: APPEZZATO-DA- GLÓRIA, B.; CARMELLO-GUERREIRO, S. M. Anatomia Vegetal. 2. Ed. Viçosa: Ed. UFV, 2006. Células e Tecidos Secretores Marília de Moraes Castro1 Silvia Rodrigues Machado2 3 Departamento de Botânica, IB, UNICAMP Cx. Postal 6109. 13083-970 Campinas, SP 2 Departamento de Botânica, IB, UNESP Cx. Postal 510. 18618-000 Botucatu, SP Para os vegetais, a secreção compreende os complexos processos de formação (podendo incluir a síntese) e de isolamento de substâncias específicas em compartimentos do protoplasto da célula secretora e posterior liberação para espaços extracelulares no interior dos órgãos ou para a superfície externa do vegetal; processos de reabsorção de materiais secretados também já foram registrados para plantas. As células secretoras podem estar individualizadas constituindo os idioblastos (Figs. 7.1, 7.12, 7.13, 7.16, 7.20, 7.22 e 7.27) ou ser encontradas compondo estruturas multicelulares - de formas variadas – tricomas (Figs. 7.6 a 7.8, 7.17, 7.23, 7. 24, 7.34 a 7.36 e 7.49 a 7.54), emergências (Figs. 7.9 e 7.10), cavidades ou bolsas (Figs. 7.16, 7.20 a 7.22) e duetos ou canais (Figs. 7.17 a 7.19, 7.24 a 7.26 e 7.42 a 7.48). De uma forma geral, todos esses tipos morfológicos são designados por estruturas secretoras ou glândulas (Figs. 7.1 a 7.54). Particularmente no caso das cavidades e dos duetos, as células secretoras liberam o material secretado em um espaço interno - o lume (L) (Figs. 7.16, 7.18, 7.19, 7.22, 7.25, 7.26 e 7.42 a 7.48) - que é isodiamétrico nas cavidades e alongado em um único plano nos duetos; nestas estruturas, as células secretoras que delimitam o lume são designadas células epiteliais. O material secretado (exsudato)possui composição química variável e complexa, podendo ser citados como exemplo água, soluções salinas, néctar, mucilagem e, ou, goma, proteínas (incluindo enzimas proteolíticas), óleos, resinas, óleo-resinas, goma-resinas, látices etc. Neste conceito mais restrito de secreção, estão excluídas as substâncias que são armazenadas para posterior remobilização e utilização como fonte de energia no metabolismo primário (amido, corpos protéicos, óleos e ácidos graxos, por exemplo). Dificilmente se consegue traçar uma distinção rígida quanto à natureza do material secretado, porque as secreções são, de modo geral, complexas, sendo o exsudato constituído por numerosos compostos; apesar de haver mistura (como é o caso da goma-resina), há predominância de um composto ou grupo de compostos, o que sugere especificidade na atividade das células secretoras. Estas células podem secretar substâncias de natureza predominantemente hidrofílica, como, por exemplo, soluções salinas, néctar, mucilagem e, ou, goma; ou substâncias de natureza predominantemente lipofílica, como, por exemplo, terpenos, agliconas flavonoídicas, ceras etc. Há diferentes maneiras de o material secretado ser liberado do protoplasto da célula secretora. Quando o material é eliminado em decorrência da desintegração da célula, a secreção é holócrina e, quando o protoplasto desta célula permanece intacto, merócrina. Neste caso, o material a ser secretado pode atravessar a plasmalema - secreção écrina -por processo ativo ou pela presença de gradiente de concentração; vesículas podem ser formadas quando o material é envolto por membrana - secreção granulócrina - que se funde com a plasmalema ou é por ela envolta, sendo liberado da célula secretora por processo de exocitose. Quanto ao destino do exsudato, ele pode ser acumulado – secreção endotrópica -em espaços intercelulares ou ser liberado – secreção exotrópica - para fora do corpo do vegetal por mecanismos diversos, incluindo rompimento da cutícula, através de microporos presentes nesta, que permanece íntegra, ou, ainda, via estômatos modificados. Estruturalmente, a célula secretora pode ser genericamente caracterizada por: possuir paredes primárias delgadas, ter uma razão núcleo/citoplasma alta e apresentar citoplasma com aspecto variável - desde hialino até denso - e com numerosos vacúolos pequenos; estas particularidades evidenciam um protoplasto ativo, refletindo o dinamismo característico de uma célula diferenciada para secretar. Determinadas características ultra-estruturais já foram registradas para as células secretoras, como presença de protuberâncias da parede celular para o interior do lume da célula (projeções labirínticas), acompanhadas do equivalente aumento de superfície da membrana celular, favorecendo a translocação de materiais a curta distância; plasmodesmos em grande número permitindo o transporte de materiais via simplasto; mitocôndrias com cristas bem desenvolvidas em grande quantidade, garantindo o suprimento energético necessário para a realização dos processos metabólicos; e pequenas vesículas de origem diversa, mais numerosas na fase secretora de células que se caracterizam por processo de exocitose. As investigações efetuadas nas estruturas secretoras têm evidenciado que há correlação entre o tipo de material secretado e a ultra-estrutura da célula secretora, ressaltando a inter-relação estreita entre estrutura e função celular. Procedimentos metodológicos específicos devem ser empregados no preparo do material botânico em estudos desta natureza. De modo geral, as amostras são fixadas em glutaraldeído, pós -fixadas em tetróxido de ósmio e os cortes ultrafinos contrastados com acetato de uranila e citrato de chumbo. As células que secretam material de natureza predominantemente hidrofílica apresentam proliferação de retículo endoplasmático e de estruturas vesiculares (microvesículas), dictiossomos ativos e mitocôndrias em grande número na fase secretora. Como exemplo, menciona-se a epiderme secretora no epicótilo de Schizolobium parahyba (Figs. 7.28 a 7.33). As células epidérmicas são altas, dispostas em paliçada, e possuem núcleo esférico de posição central, citoplasma abundante e vacúolos situados preferencialmente em seu pólo distai (Figs. 7.28 e 7.29). No pólo proximal (Figs. 7.30 a 7.32), o citoplasma destas células apresenta abundância em ribossomos e em mitocôndrias (Fig. 7.30), dictiossomos (Figs. 7.30 e 7.31), amiloplastos com inclusões osmiofílicas (Figs. 7.30 e 7.32) e retículo endoplasmático liso proliferado (Figs. 7.32 e 7.33); plasmodesmos ramificados ocorrem em suas paredes anticlinais (Fig. 7.31). As células que secretam material de natureza predominantemente lipofílica apresentam retículo endoplasmático (liso tubular ou rugoso) bem desenvolvido e plastídios característicos (leucoplastos); outros compartimentos também são sugeridos como possíveis locais de biossíntese e de transporte de material lipofílico: mitocôndrias, dictiossomos, citoplasma fundamental e, até mesmo, a membrana nuclear. Como exemplo, mencionam-se as células secretoras das glândulas no pecíolo de Citharexylum myrianthum (Figs 7.34 a 7.41), as células epiteliais do canal secretor no caule de Lithraea molleoides (Figs. 7.42 a 7.48) e as células secretoras dos tricomas glandulares no gineceu de Zeyheria digitalis (Figs. 7.49 a 7.54). As folhas de Citharexylum myrianthum são recobertas, em ambas as faces, por tricomas tectores e glandulares (Figs. 7.34 a 7.36) e a glândula lipofílica (Fig. 7.37) situa-se na porção distai do pecíolo. Esta glândula é côncava, sendo circundada por bordo elevado (Fig. 7.37); em seção transversal, é possível distinguir morfologicamente três regiões: apical, intermediária e basal (Figs. 7.38 e 7.39). As células secretoras constituem a região apical e revestem a cavidade central; estas células são colunares (dispostas em paliçada), possuem citoplasma denso e o seu núcleo ocupa posição central (Figs. 7.38 e 7.39). Na fase secretora (Figs. 7.40 e 7.41), o seu citoplasma apresenta plastídios com inclusões fortemente osmiofílicas e mitocôndrias em grande número (Fig. 7.40); gotas de lipídio ocorrem livres no citoplasma ou são incorporadas aos vacúolos (Fig. 7.41). Em Lithraea molleoides, as células epiteliais liberam material osmiofílico para o lume do canal (Figs. 7.42 a 7.44, 7.47 e 7.48). Estas células encontram-se em diferentes estádios de atividade secretora; em um mesmo epitélio, células degeneradas são observadas ao lado de células íntegras em intensa atividade secretora (Figs. 7.43 e 7.44). O citoplasma destas células, na porção distai (Figs. 7.45 a 7.48), apresenta retículo endoplasmático liso desenvolvido (Fig. 7.45), plastídios em grande número (Fig. 7.44) circundados por cisternas de retículo endoplasmático (alguns em processo de divisão, Fig. 7.45), dictiossomos hiperativos (Fig. 7.46), proliferação de vesículas e material osmiofílico no espaço periplasmático (Fig. 7.45 - seta), aderido à superfície da parede celular e livre no lume do canal (Figs. 7.47 e 7.48 - seta). Os tricomas glandulares do gineceu de Zeyheria digitalis têm uma célula basal, uma célula do pedúnculo e uma cabeça secretora constituída por camada única de oito células claviformes que possuem núcleo esférico, de posição central, citoplasma denso abundante e vacuoma pouco desenvolvido (Figs. 7.49 e 7.50). As substâncias secretadas por estas células são acumuladas no espaço subcuticular, onde se observa material eletrondenso entremeado com material floculado (Figs. 7.49 e 7.51). O citoplasma das células secretoras apresenta retículo endoplasmático liso proliferado (Fig. 7.52), material floculado no vacúolo, um grande número de mitocôndrias (Fig. 7.50)e de plastídios modificados (com sistema de túbulos/vesículas e inclusões osmiofílicas), estes preferencialmente situados no pólo proximal da célula (Figs. 7.50 a 7.52). A célula do pedúnculo também participa do processo secretor (Figs. 7.53 e 7.54); ela possui núcleo ligeiramente lobado, citoplasma abundante e plastídios com inclusões osmiofílicas (Figs. 7.53 e 7.54). Vários tipos de classificação das estruturas secretoras foram propostos, levando-se em consideração a posição que as estruturas ocupam no corpo do vegetal (Esau, 1965, 1977; Cutter, 1978), a natureza química da substância secretada (Lüttge, 1971) ou, ainda, o trabalho celular envolvido no processo secretor (Fahn, 1979). Fahn subdivide as estruturas secretoras em dois grupos principais: • Estruturas que secretam substâncias não ou pouco modificadas, que são supridas direta ou indiretamente pelo sistema vascular: hidatódios, glândulas de sal e nectários. • Tecidos secretores que sintetizam as substâncias secretadas: tecidos secretores de mucilagem, glândulas de plantas carnívoras, células de mirosina, tecidos secretores de substâncias lipofílicas e laticíferos. Alguns destes tipos de estruturas secretoras serão considerados a seguir. Hidatódios Estruturas encontradas nas ornamentações (dentes, crenas etc.) das margens das folhas que secretam, por processo ativo (gutação), um líquido de composição variável desde água pura até soluções diluídas de solutos orgânicos e inorgânicos na forma de íons (NH4 +, K+, Mg2+, Ca2+, PO4 3- , Cl-, NO3 - ). A gutação ocorre em condições especiais, quando a capacidade de campo máxima e a umidade relativa elevada. A fonte do exsudato é proveniente do xilema, representado por traqueídes terminais dos feixes vasculares. Os hidatódios (Figs. 7.1 e 7.27) são caracterizados pela presença de: bainha do feixe aberta; elementos de condução exclusivamente xilemáticos; epitema – um parênquima cujas células possuem paredes finas, com ou sem projeções labirínticas, geralmente destituídas de cloroplastídios - e poros aquíferos semelhantes a estômatos modificados com câmaras aquíferas. As traqueídes terminais liberam a solução nos proeminentes espaços intercelulares do epitema; neste sítio ocorre captação seletiva de íons quando estiverem presentes as células com paredes labirínticas (células de transferência), possibilitando a nutrição mineral das folhas. O exsudato liberado para fora da planta através de poros aquíferos (Figs. 7.1 e 7.27 - seta). Exemplo: hidatódios encontrados na face superior das folhas de Crassula sp. (Figs. 7.1 e 7.27). Nectários Estruturas secretoras de néctar são geralmente encontradas em várias partes do corpo vegetativo e reprodutivo das plantas. Os componentes principais do néctar são sacarose, glicose e frutose; outros mono (galactose), di (maltose e melobiose) e trissacarídeos (rafinose) também podem ser encontrados, além de íons minerais, fosfates, aminoácidos, proteínas, vitaminas, mucilagem, lipídios, ácidos orgânicos e alguns tipos de enzimas (sacarase-transglicosidase, transfrutosidase- oxidase e tirosinase). A fonte do material a ser secretado é proveniente do floema e do xilema. O néctar não é mera liberação da seiva floemática, porque esta se transforma em pré-néctar e este em néctar por ação enzimática. Em alguns casos, o tecido nectarífero não difere dos tecidos adjacentes e apenas o néctar é detectado (nectários não-estruturados). Quando anatomicamente diferenciados, os nectários são caracterizados pela presença de elementos de condução floemáticos e xilemáticos (Figs. 7.2, IA e 7.5), tecido nectarífero parenquimático (Figs. 7.2 a 7.5) e tecido nectarífero epidérmico (Figs. 7.4 e 7.5). A epiderme nectarífera é constituída por células de formato retangular ou em paliçada (Figs. 7.4 e 7.5), sem tricomas (Figs. 7.2 a 7.5) ou com tricomas uni ou multicelulares. Abaixo da epiderme nectarífera, o parênquima especializado - nectarífero - é constituído por células pequenas, de paredes finas e protoplasto denso (Figs. 7.2 a 7.5). As terminações vasculares liberam as seivas floemática e xilemática no parênquima nectarífero; a seiva floemática é translocada através do parênquima nectarífero, célula a célula, via simplasto e modificada de pré-néctar a néctar no protoplasto das células nectaríferas. O néctar pode ser liberado de diferentes maneiras: diretamente das células nectaríferas para o exterior por meio de estômatos modificados (Fig. 7.3 – seta); por exocitose, do protoplasto das células nectaríferas para o espaço periplasmático, atravessando a parede celular, sendo acumulado temporariamente no espaço subcuticular e liberado para o exterior; por microporos; ou por rompimento da cutícula. Estudos auto-radiográficos revelaram que as células nectaríferas são capazes de reabsorver o néctar não coletado pêlos visitantes. Quanto à posição, o nectário é classificado em extrafloral (NEF) e floral (NF). Os NEFs são encontrados no caule; nas folhas (pecíolo, estipulas e lâmina foliar), inclusive as cotiledonares; no pedicelo de flores e frutos; no eixo das inflorescências; e nas brácteas e bractéolas, isto é, nas partes vegetativas e reprodutivas das plantas, excetuando-se a flor. Um exemplo é o NEF do ciátio de Euphorbia milii (Figs. 7.4 e 7.5). Os NFs estão restritos à flor: nas partes externas e internas do cálice e da corola; no anel ou disco entre os estames e a base do ovário, como em Coffea arábica (Fig. 7.2) e Forsteronia velloziana (Fig. 7.3); nos septos do ovário etc. Quanto à função, o nectário classifica-se em nupcial (MN) e extranupcial (NEN). No caso dos NNs, o néctar é um recurso procurado por determinados agentes polinizadores e, no caso dos NENs, por insetos, especialmente formigas agressivas que "protegem" a planta contra a ação de herbívoros predadores, estabelecendo uma relação mutualística planta - inseto. Não há, necessariamente, correlação entre a posição ocupada pêlos nectários e a função por eles exercida. Em Acacia terminalis, por exemplo, os nectários são extraflorais e nupciais, pois eles estão presentes no pecíolo das folhas e são visitados por pássaros, que efetivamente polinizam as flores ao coletarem o néctar. O papel atribuído aos NENs não pode ser generalizado; no caso de algumas espécies xerofíticas que ocorrem em regiões desérticas, como Ferocactus acanthodes, as formigas coletam o néctar no período do ano em que ele é mais diluído, parecendo indicar que o recurso que está sendo procurado é a água contida no néctar e não os açúcares. Considerando em especial as plantas carnívoras, espécies de Dionaea e de Nepenthes possuem nectários como dispositivo de atração de insetos, que ficam aprisionados em suas folhas ao coletarem o néctar, e são utilizados por estas plantas como fonte de fosfato e nitrogênio. Hidropótios Tricomas encontrados nas superfícies submersas das folhas de mono e dicotiledôneas aquáticas de água-doce. Estão envolvidos no transporte de água e sais, sendo capazes de reter mais íons minerais (de duas até três vezes) que as demais células da epiderme. Como exemplo, menciona- se o hidropótio de espécies de Nymphaea, constituído por quatro células: do pé, em forma de taça, lenticular e do capuz (Fig. 7.6). Glândulas de Sal Tricomas presentes em folhas de plantas que ocupam ambiente salino. Tais estruturas evitam um nível nocivo de acúmulo de íons minerais nos tecidos de algumas espécies de halófitas, como em espécies de Laguncularia (Figs. 7.7 e 7.8), que se desenvolvem em mangue, secretando o excesso de sal na forma de soluções salinas. A fonte do material a ser secretado é a corrente transpiratória; os íons são conduzidos das células do mesofilo até as células basais dos tricomaspor meio de plasmodesmos e, destas até as secretoras, via simplasto. Soluções contendo sais minerais na forma de íons (Na+, K+, Mg2+, Ca2+, Cl-, SO2-, NO3 -, PO3- , HCO 3 -) e de carbonatos (CaCO3 , MgCO3) podem ser secretadas por dois tipos distintos de tricomas: as células secretoras morrem em decorrência dos níveis elevados de íons em seu vacúolo, como nas espécies de Atriplex (glândula holócrina), ou permanecem vivas em decorrência dos íons serem liberados do protoplasto da célula secretora por microvesículas (processo de exocitose) e da cutícula para o exterior via microporos, como em espécies de Spartina e de Avicennia. Estruturas Que Secretam Mucilagem e, ou Goma Mucilagem e, ou, goma são polímeros complexos de polissacarídeos ácidos ou neutros de elevado peso molecular; não se distingue com exatidão mucilagem de goma, sendo a mucilagem mais fluida e a goma mais viscosa. As estruturas envolvidas na secreção de mucilagem e, ou, goma são idioblastos, cavidades, duetos, superfícies epidérmicas (Fig. 7.11), parênquima, tricomas e emergências (Figs. 7.9 e 7.10). Tais estruturas estão presentes em diversos órgãos de espécies pertencentes às famílias Apocynaceae (Figs. 7.10 e 7.11), Asclepiadaceae, Bombacaceae, Cactaceae, Clusiaceae, Fabaceae, Malvaceae, Rubiaceae (Fig. 7.9), Rutaceae, Sterculiaceae e Tiliaceae. As células epidérmicas da cabeça do estilete de Prestonia coalita secretam mucilagem, que reveste a superfície interna das anteras (Fig. 7.11), impedindo a ocorrência de autopolinização. As células epidérmicas do tegumento de certas sementes têm papel na sua dispersão e germinação, evitando o seu dessecamento e propiciando o estabelecimento do esporofito. O parênquima que produz mucilagem ocorre nas plantas suculentas, tendo papel relevante no armazenamento de água. Um dos mecanismos de captura das plantas carnívoras é caracterizado pela presença de tricomas que secretam mucilagem na superfície das folhas, imobilizando a presa e facilitando a sua captura. Tricomas e emergências são comumente encontrados nos ápices vegetativos e florais; ambos secretam uma substância pegajosa (uma mistura de mucilagem e terpenos) que lubrifica as gemas, impedindo o seu dessecamento; estas estruturas são designadas genericamente como coléteres. Quando os primórdios expandem, os tricomas secam e caem, sendo, portanto, caducos; entretanto, as emergências são persistentes, permanecendo nos órgãos em que foram formadas, sejam eles vegetativos ou reprodutivos (Figs. 7.9 e 7.10). Coléteres persistentes são comumente observados em representantes das famílias Apocynaceae, como nas sépalas de Forsteronia velloziana (Fig. 7.10), Asclepiadaceae, Ericaceae e Rubiaceae, como nas brácteas florais de Coffea arabica (Fig. 7.9). Glândulas Digestivas Alguns tipos de estruturas secretoras, como nectários e tricomas secretores de mucilagem, podem ser encontrados nas folhas das plantas carnívoras, mas as que garantem a caracterização desta síndrome são as glândulas digestivas. As enzimas digestivas são produzidas por tricomas glandulares em Dionaea, Drosophyllum, Pinguicula e Nepenthes e por emergências vascularizadas em Drosera. Dentre as enzimas já detectadas as esterases, fosfatases ácidas e proteases predominam sobre as peroxidases, amilases, lipases e invertases. Através da presença de dispositivos de atração, as presas são capturadas, ativa ou passivamente, e digeridas graças à presença de enzimas produzidas pelas glândulas digestivas. Estudos auto- radiográficos revelaram que as células secretoras das glândulas digestivas reabsorvem e reintegram os produtos do material digerido ao metabolismo da planta, garantindo o suprimento de fosfato e nitrogênio. Tricomas Urticantes Tricomas presentes em espécies pertencentes a Euphorbiaceae, Hydrophyllaceae, Loasaceae e Urticaceae, que produzem uma secreção que causa reação alérgica, a qual varia de irritação suave até morte, dependendo das espécies envolvidas e das circunstâncias em que se deu o contato entre a planta e o animal. Constituem, pois, elementos de defesa das plantas que os possuem. Além de reação alérgica, os extratos bruto e dialisado da secreção de espécies de Urtica provocam dor, tendo sido neles detectadas histamina, acetilcolina e 5-hidroxi-triptamina. O tricoma consiste de uma única célula vesiculosa na base e gradualmente afilada em direção ao ápice, cuja região intermediária entre a base e o ápice lembra um tubo capilar fino. Quando este tricoma é tocado, o ápice rompe-se ao longo de uma linha predeterminada e o líquido que está sob pressão no interior do tricoma é introduzido no corpo do animal. Estruturas Que Secretam Compostos Fenólicos Os compostos fenólicos formam uma classe de compostos do metabolismo secundário que possui um grupo hidroxila ligado diretamente a um carbono de um anel benzênico. Os compostos fenólicos em plantas constituem um grupo quimicamente heterogêneo, sendo alguns solúveis somente em solventes orgânicos e outros, em água, como os glicosídios e os ácidos carbônicos, além de haver polímeros insolúveis. As estruturas envolvidas na secreção de compostos fenólicos são idioblastos (Figs. 7.1, 7.12, 7.13, 7.16, 7.20 a 7.22 e 7.27) e células epiteliais que delimitam cavidades ou duetos que secretam material heterogêneo de natureza mista, como as observadas nas cavidades de folhas de Eucalyptus sp. (Figs. 7.16 e 7.20 a 7.22) e nos duetos do caule de Lithraea molleoides (Figs. 7.42 a 7.48). Os idioblastos taníferos estão presentes em diversos órgãos de espécies pertencentes a Crassulaceae, como nas folhas de Crassula sp. (Figs. 7.1 e 7.27), Cyperaceae, como no caule de Cyperus sp. (Figs. 7.12 e 7.13), Ericaceae, Fabaceae e Myrtaceae, como nas folhas de Eucalyptus sp. (Figs. 7.16 e 7.20 a 7.22). A presença de compostos fenólicos em órgãos totalmente diferenciados é relacionada com os mecanismos de interação entre plantas e animais, agindo como dissuasivo alimentar e reduzindo a herbivoria. Nos casos em que as plantas estão sob estresse hídrico, os compostos fenólicos acumulados nos vacúolos garantem a manutenção do arcabouço celular e da integridade dos tecidos. Estruturas Que Secretam Material Lipofílico As substâncias lipofílicas incluem terpenos, ácidos graxos livres, agliconas flavonóidicas e ceras. Os óleos essenciais são constituídos por terpenos de baixo peso molecular e as resinas, por uma mistura de terpenos de baixo e alto peso molecular. Além de ácidos graxos livres, agliconas flavonóidicas e ceras, outras substâncias são encontradas como mucilagem e, ou, goma, compostos fenólicos, proteínas, aminoácidos etc. As estruturas presentes em espécies de gimnospermas, representadas por duetos secretores nas Pinaceae, secretam material essencialmente resinífero. Considerando as angiospermas, o material secretado pode ser observado na forma de óleos essenciais voláteis, óleo-resinas ou secreções heterogêneas constituídas por goma-resinas, como nas folhas de Baccharís dracunculifolia (Figs. 7.17 a 7.19 e 7.23 a 7.26), por mistura de óleos essenciais e compostos fenólicos, como nas folhas de Eucalyptus sp. (Figs. 7.16 e 7.20 a 7.22), ou, ainda, por mistura de goma-resina e compostos fenólicos, como no caule e nas folhas de Lithraea molleoides (Figs. 7.42 a 7.48). As estruturas envolvidas na secreção de material lipofílico, incluindo as secreções heterogêneas, são os idioblastos, cavidades, duetos, superfícies epidérmicas, tricomas e emergências. Estas estruturas estão presentes em diversos órgãos de espécies pertencentes a Anacardiaceae, Asteraceae (Figs. 7.17 a 7.19 e 7.23 a 7.26), Clusiaceae, Fabaceae, Lamiaceae, Lauraceae, Myrsinaceae, Myrtaceae (Figs. 7.16, 7.20 e 7.21),Rubiaceae, Rutaceae, Simaroubaceae e Sterculiaceae. Os óleos voláteis podem atrair os agentes polinizadores, como no caso dos osmóforos, que conferem fragrância às flores; às vezes, também, repelem os insetos por ação inseticida e dissuasiva alimentar, reduzindo a herbivoria. As resinas podem bloquear ferimentos, tendo papel relevante na defesa contra patógenos, e, assim como os óleos voláteis, afastam os insetos, reduzindo a herbivoria. Laticíferos O látex é uma suspensão ou emulsão de pequenas partículas (óleos, resinas, ceras e borracha) dispersas num líquido que contém mucilagem, carboidratos, ácidos orgânicos, íons minerais e enzimas proteolíticas, podendo, ainda, ser encontrados açúcares e vitaminas. A composição química do látex varia nas espécies em que ocorre; a presença de certos materiais encontrados especificamente em certas plantas (açúcares em Asteraceae, grãos de amido em Euphorbia (Figs. 7.14 e 7.15), taninos em Musa, alcalóides em Papauer somniferum e papaína em Carica papaya) indica que o látex é o próprio citoplasma da célula laticífera. Tais células são limitadas por paredes celulósicas que podem estar impregnadas por suberina ou calose, substâncias que selam o sistema e impedem a comunicação com células subjacentes. As estruturas envolvidas na produção de látex são os laticíferos, duetos laticíferos (em espécies de Mammillaria) e células parenquimáticas (em espécies de Parthenium e Solidago). Em termos estruturais, os laticíferos agrupam-se em duas categorias: não-articulados e articulados. Os laticíferos não-articulados são formados por células isoladas que têm crescimento indeterminado, diferenciando-se em estruturas tubulares que apresentam crescimento intrusivo; neste caso, os laticíferos podem ser ramificados ou não. Os laticíferos articulados são formados por fileiras de células, que se dispõem em série, podendo suas paredes terminais permanecer íntegras (articulados não-anastomosados) ou serem parcial ou totalmente destruídas (articulados anastomosados). Os laticíferos estão presentes em diversos órgãos de espécies pertencentes a Anacardiaceae, Apocynaceae, Araceae, Asclepiadaceae, Asteraceae, Butomaceae, Cactaceae, Clusiaceae, Euphorbiaceae, como os observados no caule de Euphorbia miln (Figs. 7.14 e 7.15), Fabaceae, Liliaceae, Moraceae, Musaceae, Papaveraceae e Urticaceae. O látex pode bloquear ferimentos, tendo papel relevante na defesa contra microrganismos e reduzindo a herbivoria. Diversidade das Estruturas Secretoras em Angiospermas Uma das características mais marcantes das angiospermas quanto às estruturas secretoras é a diversidade dos tipos que portam e da composição química do exsudato que produzem. Mencionam- se, a seguir, tipos de estruturas secretoras que exemplificam a diversidade evidenciada para as angiospermas: • Um mesmo tipo de estrutura secretora, encontrado em um mesmo órgão, libera diferentes exsudatos em diferentes espécies. Exemplo: tricomas glandulares em folhas que secretam água diluída em espécies de Nymphaea (Fig. 7.6), sal em Laguncularia (Figs. 7.7 e 7.8) e goma-resina em Baccharis dracunculifolia (Figs. 7.17, 7.23 e 7.24). • Um mesmo tipo de estrutura secretora, encontrado em diferentes órgãos de uma mesma espécie, produz exsudatos diferentes. Exemplo: Mangifera indica apresenta duetos resiníferos no caule e duetos que secretam material heterogéneo (mistura de resina, mucilagem e proteína) nos frutos. • Diferentes tipos de estruturas secretoras, encontrados em um mesmo órgão de uma mesma espécie, produzem exsudato semelhante. Exemplo: duetos e tricomas glandulares de folhas de Baccharis dracunculifolia (Figs. 7.17, 7.23 e 7.24), que secretam goma-resina. • Um mesmo tipo de estrutura secretora, encontrado em diferentes órgãos de diferentes espécies, libera exsudato semelhante. Exemplo: nectários florais de Coffea arábica (Fig. 7.2); nectários extraflorais do ciátio de Euphorbia mili; (Figs. 7.4 e 7.5); coléteres que produzem mucilagem nas brácteas florais de Coffea arábica (Fig. 7.9) e nas sépalas de Forsteronia uelloziana (Fig. 7.10); e idioblastos taníferos em caule de espécies de Cyperus (Figs. 7.12 e 7.13) e em folhas de espécies de Crassula (Fig. 7.27). Leitura Complementar BENTLEY, B.; ELIAS, T. S. The biology of nectaries. New York: Columbia Universíty Press, 1983. CUTTER, E.G. Plant anatomy. Part I. Cells and tissues. 2. ed. London: Edward Arnold, 1978. ESAU, K. Plant anatomy. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1965. ESAU, K. Anatomy of seed plants. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1977. 550 p. FAHN, A. Secretory tissues in plants. London: Academic Press, 1979. FAHN, A. Secretory tissues in vascular plants. New Phytologist., v. 108, p. 229-257, 1988. JUNIPER, B. E.; ROB1NS, R.J.; JOEL, D.M. The carnivorous plants. London: Academic Press, 1989. LÜTTGE, U. Structure and function of plant glands. Annual Review Plant Physiology, v. 22, p. 23- 44, 1971. METCALFE, C.R.; CHALK, L. Anatomy of the dicotyledons. Systematic anatomy of leaf and stem, with a brief history of the subject. 2. ed. Oxford: Clarendon Press, 1979. v. 1. METCALFE, C.R.; CHALK, L. Anatomy of the dicotyledons. Wood structure and conclusion of the general introduction. 2. ed. Oxford: Clarendon Press, 1983. v. 2. RODRIGUEZ, E.; HEALEY, RL.; MEHTA, I. Biology and chemistry of plant trichomes. New York: Plenum Press, 1984. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFª CINOBELINA ELVAS Rodovia Municipal Bom Jesus – Viana, Km 01, Bairro Planalto Horizonte CEP 64.900-00, Bom Jesus - Piauí – Brasil, Fone (89) 3562-2535 Curso:___________________________________________________________________________ Disciplina: __________________________________________ Professor: Thiago Pereira Discente:________________________________________________________________________ AULA PRÁTICA Estrutura obervada: ________________________________________ Aumento:_______________ Estrutura obervada: ________________________________________ Aumento:_______________ MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFª CINOBELINA ELVAS Rodovia Municipal Bom Jesus – Viana, Km 01, Bairro Planalto Horizonte CEP 64.900-00, Bom Jesus - Piauí – Brasil, Fone (89) 3562-2535 Curso:___________________________________________________________________________ Disciplina: __________________________________________ Professor: Thiago Pereira Discente:________________________________________________________________________ RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA 1. Objetivo 2. Material e Métodos 2.1.Material 2.2. Métodos 4. Conclusão =OBS= Os resultados do relatório são os desenhos/fotografias que vocês irão fazer das estruturas observadas nas aulas práticas.
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