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Resumo: 
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a loucura na visão de Foucault e sua compreensão ao longo da história e como ela atualmente é vista e entendida e qual o impacto que tem hoje em nossa atuação como profissionais na área da psicologia. Dissertar acerca do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS em seu contexto histórico, sua definição e funcionamento, a atuação de uma psicóloga no CAPS II bem como dos estagiários de Psicologia, o Movimento de Reforma Psiquiátrica, considerando o CAPS como uma nova tecnologia de tratamento de doenças mentais, bem como fazer um detalhamento da entrevista realizada com a psicóloga social Tatiana de Oliveira Alves, CAPSII e CAPSi, ambulatório e núcleo de álcool e outras drogas e finalizando com a conclusão do estudo elaborado.
INTRODUÇÃO
Depois do golpe militar de 1964, a política oficial na área de saúde mental, se baseava no crescimento dos leitos psiquiátricos, ampliando a rede privada, no momento em que a população se movia para a “desospitalização”. Desta forma, a internação psiquiatria se consolidou e se transformou, praticamente, na única alternativa de atenção em saúde mental no Brasil. Já no final da década de 1970, a sociedade buscava alternativas mais adequadas, técnica e politicamente, para o tratamento do doente mental, pautadas pelo princípio da “desinstitucionalização”, em que os fundamentos organizados da sociedade civil incorporaram o movimento iniciado na Itália, conhecido como Rede de Alternativas à Psiquiatria, buscando formas de confrontar o modelo instituído no país. Em 1979 ocorreu a visita do psiquiatra italiano Franco Basaglia e o I Encontro Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, realizado em São Paulo, que foram dois momentos históricos na discussão das Políticas de Saúde Mental no Brasil. 
Surge nesta situação o Movimento de Reforma Psiquiátrica que, baseando-se na redemocratização do país, formulou críticas ao saber e às instituições psiquiátricas e também, ao aparato manicomial. Esta atitude concreta subsidiou a formulação pelo Ministério da Saúde, da Portaria n.224 que, em 1992, estabelecia pela primeira vez critérios para o credenciamento e financiamento do CAPS no Sistema Único de Saúde (SUS). No Brasil, pelo campo legislativo, a mobilização da sociedade civil, aliada a sociedade política, fez tramitar no Congresso o Projeto de Lei n° 3.657/89, do deputado federal Paulo Delgado, que discorre sobre a extinção progressiva dos manicômios e sua substituição por outros recursos assistenciais (Hospitais-Dia, Núcleos e Centros de Atenção Psicossocial – NAPS e CAPS, Lares Protegidos). Esse projeto, sancionado e transformado em Lei sob o número 10.216, em abril de 2001, amparado numa compreensão progressista de assistência, é um dispositivo utilizado pela sociedade organizada na busca da reforma da legislação psiquiátrica e consolida o processo de discussão sobre a doença mental e as instituições psiquiátricas. A lei de n° 10.216/01, de abril de2001, relaciona os direitos dos portadores de doença mental, reforçando a inclusão social e regulamentando uma nova política de assistência psiquiátrica no país. 
 
Criação de serviços substitutivos e o enfoque psicanalítico começam a ganhar algum sentido para além de uma aparente arbitrariedade. Isso porque o viés psicanalítico se afina bem com certos pressupostos à ideia de Reforma Psiquiátrica, dos quais o CAPS surge como um dos possíveis frutos. A Psicanálise começou com Freud (1893-1895) e as pessoas histéricas, ou seja, que sofriam de um tipo de enfermidade que não guardava quaisquer correspondências com as configurações anátomo-fisiológicas propostas pela Medicina. Para a grande maioria dos médicos dos tempos de Freud, a histeria revelava-se sem lógica, incompreensível. Freud apostou que haveria alguma inteligibilidade naquela “estranha” maneira de sofrimento e, com isso, produziu conhecimento suficiente, tanto para entender algo acerca de tal funcionamento, quanto para poder tratá-lo naquilo em que se apresentasse como impedimento para a vida daquele indivíduo. Foi a partir dessa concepção de Freud, que se desenvolve um movimento na direção da cura. Com a reflexão e a aposta feita, foi necessária uma atitude empírica para constituir um campo de trabalho desde aquilo que se configurava enquanto norteador. O nome CAPS foi utilizado pela primeira vez pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo para descrever um serviço de atenção diária com funcionamento em dois turnos, durante cinco dias na semana, que pretendia ser intermediário entre a unidade hospitalar e a comunidade. Foi decidido no fim da década de 1980 como um espaço de referência para o usuário – lugar para ir, encontrar pessoas, desenvolver alguma atividade, conversar, fazer um lanche, tomar remédio e voltar para casa. Os CAPS, considerados indistintamente pelo Ministério da Saúde, surgiram como modelos assistenciais que, pelo menos em tese, procurariam desligar-se com o manicômio em seu maior significado. O conhecimento prévio do funcionamento do CAPS fez pensar que este seria o espaço mais adequado ao desenvolvimento de uma pesquisa que pressupunha a participação dos técnicos e um compromisso real de transformação da assistência em Saúde Mental. O Ministério da Saúde adotou o termo CAPS para descrever os serviços tidos como substitutivos que se tornaram uma forma de combate ao antigo modelo assistencial. Hoje em dia, os CAPS são reconhecidos pelo Ministério da Saúde como um serviço ambulatorial de atenção diária que funciona segundo a lógica do território. Representam o articulador central das ações de saúde mental do município ou do módulo assistencial e se apresentam nas seguintes modalidades e serviços: CAPS I, CAPS II, CAPSIII, CAPSI – Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil e CAPSAD – Centro de Atenção Psicossocial da assistência psiquiátrica hospitalocêntrica para avaliar os novos serviços Álcool e Drogas, definidos por ordem crescente de porte e complexidade e abrangência populacional.
 
 O assunto da avaliação de serviços em Saúde Mental foi considerado muito importante no país principalmente a partir de meados da década de 1990, após um momento inicial de implantação dos primeiros serviços substitutivos.
A loucura vista no olhar de Foucault:
A reforma psiquiátrica trouxe uma humanização do entendimento e olhar para com o paciente psiquiátrico, porém o presente trabalho quer transitar naquilo que historicamente está nos acontecimentos subterrâneos de toda essa transformação de como é vista a loucura ao longo do tempo como afirma Andrade em seu artigo (ANDRADE, 2013). 
Para isso temos que recorrer a Foucault que em seu livro “Historia da Loucura” que discorre sobre a loucura e como ela foi convertida em doença mental e a relação da psiquiatria e a loucura 
Para ele o louco era reduzido a doente mental, perdendo assim sua autonomia e imposta uma identidade que lhe era colocada pelos outros. O psiquiatra é que tem o poder de dizer que tal paciente é um doente mental. Ele perdia sua autonomia sobre si mesmo e perdendo o direito de escolher sobre o rumo de sua vida. 
O estigma da doença mental corta o diálogo entre o louco e os indivíduos da razão. Dessa forma a razão cientifica dita suas verdades sobre esse ser humano silenciado. 
Primeiramente a loucura circulava livremente, não havendo internação. Ela possuía valores e significados herdados pela lepra. Depois de Descartes, a loucura foi associada ao conceito moral de desrazão. Isso remetia a um erro ético, contrário a ordem e a moralidade. 
Depois disso a loucura passou por uma mudança na sua caracterização pela psiquiatria. O louco deixou de ser um alienado para ser considerado anormal, ou seja, aquele que se desvia da norma. Depois disso a própria psiquiatria descolou-se da questão da anormalidade à norma disciplinar.
A psicopatologia no pós-modernidade (Transformações terapêuticas)
Através do artigo de Birman que analisa a clínica na atualidade. Os conteúdos das publicações anglo-saxônico, francesa e atébrasileiras são centradas em três enfermidades ou síndromes, tais perturbações do espírito são: depressões, as toxicomanias e a síndrome do pânico. Isto não quer dizer que outras perturbações sejam silenciadas. Trata-se de um processo histórico que deu inicio há mais de 20 anos. 
O autor afirma que tem um tom enigmático nas escolhas dessas três enfermidades. Elas não foram escolhidas por ter um aumento destas. Pode-se afirmar que existe um crescimento no Ocidente das toxicomanias nas últimas décadas e além do mais há novas modalidades de toxicomanias. O mesmo não ocorre nas outras duas enfermidades. 
O artigo tenta entender por que as pesquisas psiquiátricas investem nestas três modalidades de perturbações psíquicas se somente a toxicomanias tem uma incidência e prevalência. 
E a outra pergunta feita é por que da repetição em serie destas três perturbações do espírito por parte do discurso da psiquiatria? Elas aparecem sempre como um conjunto no contexto das publicações e no imaginário atual da psicopatologia. Existe uma relação imaginaria entre essas três enfermidades. (pois nada as reúne do ponto de vista estritamente clinico). 
Será que pode existir uma articulação interna entre estas três formas de perturbação mental?
A psicopatologia atual tem a sua busca em ter um fundamento biológico, pois esta é incontestável. Por isso, as neurociências fornecem os instrumentos teóricos para as explicações psiquiátricas. 
No inicio do século XX, a psiquiatria encontrou a sua cientificidade no discurso biológico, pois até então sua busca era encontrar causas físicas nos distúrbios mentais e desde Pinel apenas as causas morais. O que a afastavas dos cânones do saber médico. Ela era uma falsa medicina.
Através da psicofarmacologia possibilitou desde os anos 50, a construção de outra identidade para a psiquiatria que agora pode se aproximar dos cânones da medicina. 
Agora ela pode questionar a causalidade moral das perturbações do espírito. As neurociências tem a pretensão de fundamentar as funções do espírito de maneia autônoma e independente. A leitura dela do psiquismo fica com base estritamente biológica. 
Dessa maneira, o funcionamento psíquico fica redutível ao funcionamento cerebral, através de uma linguagem bioquímica dos neurotransmissores. A economia desses neurotransmissores poderia explicar as particularidades do psiquismo e da subjetividade. 
Isto levou a transformações terapêuticas. A farmacologia se transformou em referencia da terapêutica psiquiátrica. Assim a medicação farmacológica pretende ser a principal modalidade da intervenção psiquiátrica. Dessa forma a psicoterapia tende a ser eliminada do dispositivo psiquiátrico da atualidade. 
Até os anos 70 a psiquiatria era fundada no discurso psicanalítico. Ela era o saber da psiquiatria. E ao ser considerada uma especialidade medica, ela rompe com a psicanálise. E se firma no paradigma biológico. E nessa nova perspectiva, o medicamento é o instrumento eficaz sobre um conjunto articulado de sintomas. Assim a medicação passa a ser o eixo da regulação corpórea. O mal estar assume uma direção funcional e não mais etiológica. 
Assim, a intervenção tem uma direção orientada em acontecimentos que mostram o disfuncionamento do psiquismo. A intersubjetividade e alteridade são silenciadas. 
Dessa maneira a psicopatologia do pós-modernidade se firma nos princípios biológicos e as neurociências são as referencias teóricas dela, a partir dessa mudança, a psicoterapia fica num lugar secundário na intervenção terapêutica, e se centra nos psicofármacos. 
Assim, se entende, segundo o autor o porquê de se privilegiem as depressões, as toxicomanias e a síndrome de pânico. Sendo importante refletir sobre as supostas obviedades do consenso psicopatológico. É necessário perguntar sobre o lado negativo da subjetividade a leitura dessas perturbações psíquicas, para que se possa saber qual é o tipo de sujeito que é positivamente mais adequado para a atualidade. Qual ideal de valores o sujeito reúne para pautar a forma de ser da individualidade no mundo pós-moderno. As ênfases no negativo nas perturbações do espírito indica o imperativo moral do que devemos ser. 
Essa sociedade do pós-modernidade tem-se nomes que explicam a ética dela. No final dos anos 60, o francês G. Debord chamou de sociedade do espetáculo, e o norte americano Lasch denominou de a cultura do narcisismo. A ideia de espetáculo tem a ver com as de exibição e de teatralidade, pelas quais os atores se inserem como personagens na cana social. Pensa-se em máscaras. Numa sociedade de espetáculo, evidencia o narcisismo que o sujeito deve cultivar na sociedade do espetáculo. O individuo é regulado pelo performatividade que se volta para a sedução do outro. Assim as individualidades se transformam em objetos descartáveis, e a intersubjetividade e a alteridade é silenciada. A imagem é a personagem principal. O ser e parecer se identificam no discurso do espetáculo. O sujeito perde em interioridade e ganha em exterioridade. 
Assim, a exaltação do eu não existe mais lugar para o deprimido, as pessoas mais retraídas não combinam com a ética do momento que é exaltação do eu e do exibicionismo. 
Para aqueles que não conseguem se inserir eles precisam recorrer à alquimia para mudar a circulação dos humores, ajustando os desequilíbrios humorais. 
Por isso que a toxicomanias são valorizadas. A química dos humores pretende trazer aos que não conseguem alçar voo e serem bons cidadãos da sociedade do espetáculo. 
 
CAPS (Centros de Atenção Psicossocial)
Um dos serviços substitutivo propostos pela Reforma. A função dos CAPS é de prestar atendimento a pessoas com grave sofrimento psíquico, diminuindo e evitando internações psiquiátricas, e articular-se com a rede de serviços da comunidade favorecendo a reinserção delas a este espaço.
Os CAPS possuem equipe multidisciplinar - composta por psicólogos, psiquiatras, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, técnicos administrativos, artesões e oferecem diversas atividades terapêuticas: psicoterapia individual ou grupal, oficinas terapêuticas, acompanhamento psiquiátrico, visitas domiciliares, atividades de orientação e inclusão das famílias e atividades comunitárias. De acordo com o projeto terapêutico de cada usuário, estes podem passar o dia todo na Unidade, parte do dia ou vir apenas para alguma consulta. Comparecendo todos os dias estarão em regime intensivo, alguns dias da semana em regime semi-intensivo e alguns dias no mês em não intensivo. As necessidades de cada usuário e os projetos terapêuticos, compreendendo as modalidades de atendimento citadas e os tempos de permanência no serviço, são decididas pela equipe, em contato com as famílias também, e igualmente as mudanças neste projeto segundo as evoluções de cada usuário.
Como serviços de saúde mental, atendem pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, como psicoses e neuroses graves, buscando amenizar e tratar as crises para que estas pessoas possam recuperar sua autonomia e se reinserir nas atividades cotidianas. Por possibilitar que seus usuários voltem para casa todos os dias, os CAPS evitam a quebra nos laços familiares e sociais, fator muito comum em internações de longa duração.
Os CAPS trabalham articulados com a rede de serviços da região, pois têm a função de dar suporte e supervisão à rede básica também, além de envolver-se em ações intersetoriais - com a educação, trabalho, esporte, cultura, lazer, etc - na busca de reinserção dos seus membros em todas as áreas da vida cotidiana.
Tipos de CAPS, de acordo com as diferentes necessidades de cada território: 
CAPS I - para municípios com populações entre 20.000 e 70.000 habitantes 
Os CAPS I oferecem atendimento a municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes (19% dos municípios brasileiros, onde residem aproximadamente 17% da população do país), tendo uma equipe mínima de nove profissionais de nível médio e superior. O foco são usuáriosadultos com transtornos mentais graves e persistentes, transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Pode acompanhar por volta de 240 pessoas por mês, de segunda a sexta-feira, funcionando das 8 às 18 horas.
CAPS II - para populações entre 70.000 e 200.000 habitantes
Os CAPS II oferecem atendimento a municípios com mais de 50.000 habitantes (equivalente a 10% dos municípios, onde residem aproximadamente 65% da população brasileira). O público-alvo é adulto com transtornos mentais persistentes. Opera com uma equipe mínima de doze profissionais, com nível médio e superior, tendo um suporte para acompanhar cerca de 360 indivíduos por mês, de segunda a sexta-feira, com horário de funcionamento das 8 às 18 horas – pode oferecer um terceiro período, funcionando até às 21 horas. 
CAPS III - acima de 200.000 habitantes (este é o único que funciona 24 horas, incluindo feriados e fins de semana)
Os CAPS III são caracterizados por serem os serviços de maior porte da rede. Com uma previsão de cobertura para municípios com população acima de 200.000 habitantes, que representam uma baixa parcela dos municípios do país, apenas 0,63%, entretanto, concentram cerca de 29% de toda a população do Brasil. Podem funcionar 24 horas, inclusive feriados e fins de semana. Os CAPS III trabalham com uma equipe mínima de 16 profissionais com instrução entre nível médio e superior, equipe noturna e de final de semana. 
CAPSi - atende crianças e adolescentes (até 17 anos de idade)
O CAPSi é um tipo de serviço especializado em atender crianças e adolescentes com transtornos mentais e se operacionaliza em municípios com população acima de 200.000 habitantes. O funcionamento acontece de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, podendo também ter um terceiro período, funcionando até às 21 horas. 
O trabalho é realizado com uma equipe mínima de 11 profissionais com instrução entre nível médio e superior, com capacidade média de realizar 180 acompanhamentos com crianças e adolescentes por mês.
CAPS AD - atende usuários de álcool e outras drogas cujo uso é secundário ao transtorno mental clínico.
Em março de 2002, foram criados os CAPSad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) que são serviços de atenção psicossocial para atendimento de pacientes com transtornos decorrentes do uso prejudicial de álcool e outras drogas, devendo oferecer atendimento diário, intensivo, semi-intensivo ou não intensivo (BRASIL, 2004).
Estatísticas demonstram que o consumo do álcool e outras drogas, exceto tabaco, respondem por 12% de todos os transtornos mentais graves na população acima de 12 anos no Brasil, sendo o impacto do álcool dez vezes maior se comparado ao conjunto das drogas ilícitas.
Este tipo de CAPS oferece acolhimento noturno, se necessário, realizando internações curtas, de algumas horas a no máximo sete ou dez dias. Essa permanência e internações temporárias devem ser compreendidas como recurso terapêutico, que visa a evitar as internações em hospitais psiquiátricos, promovendo uma atenção integral às pessoas que buscam o serviço do CAPS.
O CAPSad atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. Proporcionam serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno. Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima de cento e cinquenta mil habitantes (BRASIL, 2003).
O Brasil, por intermédio do Ministério da Saúde, adotou a política de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas, exigindo a busca de novas estratégias de contato e de vínculo com o usuário e sua família, além do reconhecimento de suas características, necessidades e vias de administração de drogas, objetivando o desenho e implantação de múltiplos programas de prevenção, educação, tratamento e promoção de fácil adaptação às diferentes necessidades (AZEVEDO; MIRANDA, 2010).
O compromisso destes serviços, e de cada um de nós, é de retirar a loucura do enclausuramento e do isolamento em que vive há tantos anos. Precisamos perceber que a "loucura" não está só no outro e que, na medida em que a negamos e a afastamos, excluímos do convívio social também as pessoas que dela sofrem. Deixamos de perceber suas particularidades e belezas. Deixamos de tratá-las como cidadãos também. Todos têm o direito de conquistar nossos desejos e de realizarmo-nos como pessoas.
Podemos ajudar, ainda, aproximando-nos do CAPS ou outro serviço de saúde mental mais próximo à nossa casa, oferecendo nossa participação ou apenas convívio em alguma atividade realizada, favorecendo a realização de parcerias com outras instituições da região, ou apenas começando a olhar diferente para estas pessoas que cada vez mais estão (e estarão) próximas a nós... 
Drogas mais utilizadas pelos pacientes que chegam ao CAPSad:
Crack: todo usuário da droga é um candidato à morte
 
O crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amónia e água destilada, que resulta em pequeninos grãos, fumados em cachimbos (improvisados ou não). É mais barato que a cocaína, mas como seu efeito dura muito pouco, acaba sendo usado em maiores quantidades, o que torna o vício muito caro, pois seu consumo passa a ser maior.
Estimulante seis vezes mais potente que a cocaína, o crack provoca dependência física e leva à morte por sua ação fulminante sobre o sistema nervoso central e cardíaco.
O crack leva 15 segundos para chegar ao cérebro e já começa a produzir seus efeitos: forte aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremor muscular e excitação acentuada, sensações de aparente bem-estar, aumento da capacidade física e mental, indiferença à dor e ao cansaço. Mas, se os prazeres físicos e psíquicos chegam rápido com uma pedra de crack, os sintomas da síndrome de abstinência também não demoram a chegar. Em 15 minutos, surge de novo à necessidade de inalar a fumaça de outra pedra, caso contrário, chegarão inevitavelmente o desgaste físico, a prostração e a depressão profunda.
Estudiosos como o farmacologista F. Varella de Carvalho asseguram que "todo usuário de crack é um candidato à morte", porque ele pode provocar lesões cerebrais irreversíveis por causa de sua concentração no sistema nervoso central.
 
Maconha: de remédio não tem nada
 
A maconha é uma combinação de flores e folhas da planta conhecida como Cannabis sativa. O uso da erva pode trazer resultados negativos tanto por seus efeitos imediatos, quanto por danos à saúde quando usada por longo tempo.
- Afeta o cérebro e resulta em dificuldade de memória (em curto prazo), prejuízo da percepção, do raciocínio e da habilidade motora.
- Com o uso das variedades mais potentes da droga, a pessoa pode ter problemas em realizar, inclusive, tarefas mais simples.
- Devido aos efeitos sobre as percepções e os reflexos, o efeito da maconha favorece acidentes no trânsito.
- Os estudantes que fumam a erva têm dificuldades em estudar e aprender.
- Os atletas não conseguem o mesmo desempenho porque a droga afeta seus reflexos e coordenação.
- Também é possível que, para algumas pessoas, a fumaça contribua para o desenvolvimento precoce do câncer de cabeça e do pescoço.
- Entre as mulheres, a maconha pode modificar o ciclo menstrual normal e inibir a produção de óvulos.
Efeito Álcool
O principal agente do álcool é o etanol (álcool etílico). O consumo do álcool é antigo, bebidas como vinho e cerveja possuíam conteúdo alcoólico baixo, uma vez que passavam pelo processo de fermentação. Outros tipos de bebidas alcoólicas apareceram depois, com o processo de destilação.
Apesar de o álcool possuir grande aceitação social e seu consumo ser estimulado pela sociedade, ele é uma droga psicotrópica que atua no sistema nervoso central, podendo causar dependência e mudança no comportamento.
Quando consumido em excesso, oálcool é visto como um problema de saúde, já que esse excesso pode estar ligado a acidentes de trânsito, violência e alcoolismo (quadro de dependência). Os efeitos do álcool são percebidos em dois períodos, um que estimula e outro que deprime. No primeiro período pode ocorrer euforia e desinibição. Já no segundo momento ocorre descontrole, falta de coordenação motora e sono. Os efeitos agudos do consumo do álcool são sentidos em órgãos como o fígado, coração, vasos e estômago.
Em caso de suspensão do consumo, pode ocorrer também a síndrome da abstinência, caracterizada por confusão mental, visões, ansiedade, tremores e convulsões.
BIBLIOGRAFIA:
http://brasilescola.uol.com.br/drogas/alcool.htm
http://www.radiosantiago.com.br/geral/os-efeitos-devastadores-da-cocana-crack-e-maconha-as-drogas-mais-consumidas-na-regio
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/05/cocaina-alcool-e-crack-sao-drogas-mais-consumidas-no-rj-diz-estudo.html

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