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AULA 07 ADM I primeira parte

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ATOS ADMINISTRATIVOS
Para que possamos entender o tema proposto, faz-se necessário resgatarmos alguns conceitos:
FATO » qualquer acontecimento que ocorre no mundo que vivemos.
FATO JURÍDICO » são acontecimentos que têm repercussão no mundo jurídico.
FATO ADMINISTRATIVO » é o fato jurídico que possui especial relevância para o direito administrativo. Ex: morte de um servidor gera a vacância do cargo.
ATO » é toda conduta imputável ao homem. Decorre de uma manifestação de vontade.
ATO JURÍDICO » é toda conduta humana que tem repercussão no mundo jurídico.
ATO ADMINISTRATIVO » é o ato jurídico que possui especial relevância para o direito administrativo. 
CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO
Como não existe um conceito legal de ato administrativo, os doutrinadores divergem um pouco ao apresentarem suas definições, vejamos:
Para José dos Santos Carvalho Filho, “o ato administrativo é a exteriorização da vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários que, sob regime de direito público, visa à produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público”.
Segundo o Professor Hely Lopes Meyrelles, " o ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos seus administrados ou a si própria". 
 	Já para Celso Antônio Bandeira de Mello, “ato administrativo é a "declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes - como, por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, sujeitas a controle de legitimidade por órgão judicial."
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO
A Administração Pública, no exercício de suas diversificadas tarefas, pratica alguns atos jurídicos que não se enquadram no conceito de atos administrativos. Nesse sentido, podemos afirmar que nem todo ato da administração é ato administrativo. Algumas vezes aquela atua na esfera privada ou praticando atos no exercício de função política, exerce atividades meramente materiais, que não traduzem manifestação de vontade, ou ainda, pratica atos legislativos e jurisdicionais no exercício de funções atípicas. Deste modo, podemos apontar como Atos da Administração:
Atos políticos ou de governo » quando há exercício de função política e podem exercê-la tanto os membros do legislativo, como do judiciário e do executivo. Ex: anistia; indulto; veto de lei; declaração de guerra.
Atos regidos pelo direito privado » nos quais a Administração atua sem prerrogativas em igualdade de condições com o particular.
Atos materiais » são os atos de mera execução de atividade. Ex: o ato que determina a demolição de uma obra irregular é ato administrativo, mas a demolição em si é mero ato material.
Atos legislativos e jurisdicionais » praticados excepcionalmente pela Administração no exercício de função atípica. Ex: Medida Provisória.
Cuidado! Ato Administrativo ≠ Contrato Administrativo » O ato administrativo é unilateral, já o contrato é bilateral (há duas partes com objetivos diversos). 
ELEMENTOS DO  ATO ADMINISTRATIVO
Também chamados pela doutrina de REQUISITOS ou PRESSUPOSTOS, são as condições necessárias à constituição do ato administrativo, apontadas na Lei 4.717/65 (Lei de Ação Popular), de modo que são cinco os ELEMENTOS do ato administrativo: competência; finalidade; forma, motivo; objeto.
Aqui nós temos um bom recurso mnemônico, que ajuda bastante » as letras iniciais formam a palavra COM FIN FOR M OB.
COM – PETÊNCIA / FIN – ALIDADE / F0R - MA  / M – OTIVO / OB - JETO
 
COMPETÊNCIA  
Chamado por Di Pietro de SUJEITO, este elemento se refere à pessoa que pratica o ato administrativo.
A competência é requisito vinculado. Para que o ato seja válido, inicialmente é preciso verificar se foi praticado pelo agente competente segundo a legislação para a prática da conduta. No Direito Administrativo é sempre a lei que define as competências conferidas a cada agente, limitando sua atuação conforme suas atribuições. Assim, competência administrativa é o poder atribuído ao agente da Administração para o desempenho de suas funções.
Tem como características:
Incaducabilidade ou imprescritibilidade » a competência não se extingue, exceto por disposição de lei;
Irrenunciabilidade » o agente público não pode abrir mão de sua competência, vez que esta é conferida em prol do interesse público (princ. Da indisponibilidade do interesse público);
Inderrogabilidade » significa que a competência não pode ser alterada por acordo de vontades entre os agentes públicos;
Improrrogabilidade » significa que os agentes públicos não podem praticar atos para os quais a lei não lhe conferiu competência.
Eslareça-se que, a inderrogabiliadade tem caráter absoluto, no entanto a improrrogabilidade tem um caráter relativo, sendo excepcionada pelos institutos da delegação e avocação, desde que haja permissão legal. A lei 9.784/99 traz regras de competência em seus arts. 11 a 21, e determina em seu art. 13, quais as situações em que não caberá delegação (edição de atos normativos; decisão de recursos administrativos; matérias de competência exclusiva).
FINALIDADE  
Requisito vinculado, a finalidade é o objetivo de interesse público pretendido com a prática do ato. A finalidade genérica do ato é o interesse público. No entanto, não basta atender à finalidade genérica, uma vez que cada ato administrativo tem uma finalidade específica para se alcançar o interesse público. Na hipótese de ser violada a finalidade específica, mesmo buscando interesse público, há o desvio de finalidade. Ex: não se pode remover servidor com finalidade de puni-lo.
Todavia, existe uma exceção. Na desapropriação, se houver desvio da finalidade específica, se mantendo a finalidade genérica, por exemplo, ao invés de construir uma escola como previsto no ato, o agente constrói um hospital. Nestes casos desde que atendido o interesse público, não há problema (tredestinação lícita).
FORMA 
É requisito vinculado. É  o modo de exteriorização do ato. Ademais, para que um ato administrativo exista validamente sua forma deve ser a prevista na lei. Entretanto, o vício de forma não é absoluto, vez que é sanável quando não gerar prejuízo ao interesse público, face à aplicação do princípio da instrumentalidade das formas. Enfim, a forma é somente o instrumento para se alcançar o objetivo final do ato que é o interesse público.
Em regra os atos administrativos deverão observar a forma escrita, admitindo-se excepcionalmente atos gestuais, verbais ou expedidos por máquinas, como é o caso dos semáforos. 
MOTIVO 
É  a situação de fato e de direito que leva o agente a agir. Celso Antônio define o motivo como “o pressuposto de fato que autoriza ou exige a prática do ato”.
Ressalte-se que não se deve confundir motivo com motivação. Esta é tão somente a exteriorização dos motivos do ato, ou seja, podemos dizer que seria a fundamentação do ato administrativo.
A motivação é um princípio explícito na Lei 9784/99 e, para maioria da doutrina, está implícito na Constituição federal, devendo assim os atos serem motivados. Em alguns casos, todavia, pode ser dispensada a motivação pela lei ou pela própria Constituição, como na hipótese da exoneração do servidor comissionado (exoneração ad nutum).
A propósito, nestas situações se o ato for motivado e o motivo apresentado não for verdadeiro ou for viciado, o ato será inválido. Enfim, a motivação, que é a exteriorização dos motivos, uma vez feita, passa a fazer parte do ato e vincula, portanto, a validade do ato – Teoria dos Motivos Determinantes.
OBJETO
O elemento objeto é o resultado prático do ato administrativo, é a alteração no mundo jurídico que ocorre com a prática do ato.
É aquilo que o ato enumera, dispõe, declara,enuncia, certifica, extingue, autoriza, modifica. A doutrina costuma usar a expressão “é o efeito jurídico do ato”.
Exemplos:
1º- licença para construir; licença é a forma e a permissão para edificar é o objeto;
2º- aplicação de uma multa; multa é a forma e a aplicação da penalidade é o objeto;
3º- em uma nomeação; a nomeação é a forma e a admissão do individua nos quadros da Administração é o objeto.
Por fim, a respeito dos elementos dos atos administrativos é de suma importância tratá-los de acordo com seu caráter vinculado ou não. A competência, finalidade e forma são elementos vinculados, ou seja, a lei os disciplina de forma objetiva, especificando seus requisitos, sem conceder margem de escolha em sua atuação. Já o motivo e o objeto, em regra, são elementos discricionários do ato administrativo, sob os quais o administrador pode atuar de acordo com um juízo de oportunidade e conveniência. No entanto, quando esses dois últimos elementos forem regulados por lei de forma objetiva, sem deixar margem de escolha para ao administrador eles serão vinculados.
ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Os atos administrativos são revestidos de propriedades jurídicas especiais decorrentes da supremacia do interesse público sobre o privado. Nessas características, reside o traço distintivo fundamental entre os atos administrativos e as demais categorias de atos jurídicos, especialmente os privados. A doutrina mais moderna faz referência a cinco atributos: presunção de legitimidade; imperatividade; exigibilidade; autoexecutoriedade; tipicidade.
Presunção de legitimidade
Também conhecido como presunção de veracidade ou presunção de legalidade, significa que o ato administrativo, até prova em contrário, é considerado válido para o Direito. Percebam que se trata de uma presunção relativa – juris tantum – vez que admite prova em contrário a cargo de quem alega a ilegitimidade.
Fundamentos que justificam a presunção de legitimidade: I – princípio da legalidade » como a Administração tem sua atuação adstrita ao mesmo, presume-se que seus atos são legais; II – celeridade no cumprimento » em razão do interesse público faz-se necessária a rapidez de atuação e cumprimento dos atos; III - presença de procedimentos e formalidades para edição dos atos administrativos; IV - constante controle interno e externo sobre os atos.
Imperatividade
Pela imperatividade os atos administrativos serão impostos a terceiros, independentemente da concordância ou não destes. A imperatividade constitui o particular em obrigação de forma unilateral. É o chamado poder extroverso do Estado.
Atenção! Não está presente nos atos enunciativos, como certidões e atestados, nem nos atos negociais, como permissões e autorizações.
Exigibilidade
Não sendo cumprida o obrigação imposta pelo ato administrativo, o poder público terá que – valendo-se de meios indiretos de coerção – executar indiretamente o ato desrespeitado. Ex: Não se respeitando a exigência de não estacionar em via pública, o particular ficará sujeito à aplicação de multa. Nestes casos, o Estado
Auto-executoriedade
Atributo do ato administrativo que permite que o mesmo seja executado sem a necessidade da Administração se socorrer do Judiciário.
Em situações pontuais, a aplicação de meios indiretos de coerção não atendem ao interesse público, tornando-se necessária a aplicação de meios diretos de coação. Nestas situações, o Estado executa diretamente e imediatamente o ato sem a necessidade de acionar o judiciário. Exs: quando um carro é guinchado por estar impedindo a entrada e saída das ambulâncias de um hospital; demolição de obra irregular; interdição de estabelecimento. 
Tipicidade
O ato administrativo deve corresponder a tipos previamente definidos pela lei para produzir os efeitos desejados. Assim, para cada caso, há a previsão de uso de certo tipo de ato em espécie. Nesse sentido, a lei deve sempre estabelecer os tipos de atos e suas conseqüências, garantindo ao particular que a Administração Pública não fará uso de atos inominados, impondo obrigações da forma não prevista na lei. Por igual motivo, busca impedir a existência de atos totalmente discricionários, pois eles sempre deverão obediência aos contornos estipulados em lei.
Parte da doutrina entende que se trata de um desdobramento do princípio da legalidade. 
PERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA
Para que o ato administrativo produza regularmente efeitos no mundo jurídico ele deve cumprir algumas etapas indispensáveis para sua formação, validade e eficácia. Nesse contexto, necessário se faz abordar de forma bem sucinta os institutos da perfeição (existência), da validade e da eficácia.
Perfeição » o ato administrativo é perfeito quando cumpre todos os trâmites previstos em lei necessários a sua constituição, ou seja, completa-se o ciclo de formação.
Validade » adequação do ato às exigências legais. Pode-se dizer que a validade é a compatibilidade entre o ato e o disposto na norma legal. Percebam que somente poederemos avaliar a validade de um ato se ele ao menos existir (perfeito).
Eficácia » é a aptidão para produção de efeitos conferida ao ato administrativo. Alguns têm eficácia imediata, logo após a publicação, outros podem depender de termos iniciais ou condições suspensivas.
Atenção! Um ato administrativo perfeito pode ser eficaz, ainda que inválido, em face da presunção de legitimidade conferida a ele, a qual estipula que, enquanto não provada sua ilegalidade, produzirá efeitos regularmente.

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