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SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 1 proce SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 2 Ética Questão1 A advogada Marta foi presa em flagrante por lesão corporal contra sua vizinha. O auto de prisão foi lavrado sem a presença de representante da Ordem dos Advogados do Brasil, mas o fato foi comunicado à Seccional da OAB perante a qual Marta está inscrita. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta. A) O auto de prisão em flagrante é nulo, uma vez que somente poderia ser lavrado na presença de um representante da Ordem dos advogados do Brasil. Alternativa errada. De acordo com o art. 7º, IV, da Lei nº8.906/1994, a presença de representante da Ordem dos Advogados do Brasil é exigida somente quando se tratar de prisão em flagrante de advogado por motivo ligado aoexercício da advocacia. B) O auto de prisão em flagrante não é nulo, eis que independe da presença de representante da Ordem dos Advogados do Brasil, como em qualquer outra hipótese. Alternativa errada. De acordo com o art. 7º, IV, da Lei nº8.906/1994, a presença de representante da Ordem dosAdvogados do Brasil é exigida somente quando se tratar de prisão em flagrante de advogado por motivo ligado aoexercício da advocacia. C) O auto de prisão em flagrante não é nulo, tendo em vista que observou os direitos do advogado. Alternativa correta. Como a prisão em flagrante foi efetivada em razão de delito não ligado ao exercício da advocacia, a lavratura do auto prescindia da presença de representante da Ordem dos Advogados da OAB, mas a comunicação à Secional da OAB era necessária, a fim de atender o disposto no art. 7º, IV, da Lei nº 8.906/1994. Dessa forma, a lavratura do auto de prisão em flagrante respeitou os direitos do advogado. D) O auto de prisão em flagrante é nulo, eis que o fato não deveria ter sido comunicado à Seccional da OAB, em prol do direito à privacidade da advogada. Alternativa errada. De acordo com o art. 7º, IV, da Lei nº8.906/1994, a presença de representante da Ordem dosAdvogados do Brasil é exigida somente quando se tratar de prisão em flagrante de advogado por motivo ligado aoexercício da advocacia. Questão 2 Júlio César, advogado regularmente habilitado em ação indenizatória para defender os interesses de Sílvia, comparece à Vara onde tramita o processo, para presenciar audiência de instrução na qual serão ouvidas as testemunhas arroladas pela parte adversa. A audiência foi designada para às 15:00h, no entanto, passado algum tempo após o horário marcado sem o comparecimento do magistrado responsável pelo feito, Júlio César, que possuía outros compromissos forenses, retira-se do recinto para cumprir com sua agenda, protocolizando comunicação em juízo. Neste caso, é correto afirmar que: A) Júlio César poderia se retirar do recinto protocolizando a comunicação em juízo, desde passados mais de 60 minutos do horário designado para a audiência sem o comparecimento do magistrado. B) Júlio César poderia se retirar do recinto protocolizando a comunicação em juízo, desde passados mais de 50 minutos do horário designado para a audiência sem o comparecimento do magistrado. C) Júlio César poderia se retirar do recinto protocolizando a comunicação em juízo, desde passados mais de 40 minutos do horário designado para a audiência sem o comparecimento do magistrado. D) Júlio César poderia se retirar do recinto protocolizando a comunicação em juízo, desde passados mais de 30 minutos do horário designado para a audiência sem o comparecimento do magistrado. Resposta certa é alternativa D, de acordo com o artigo 7º, XX, da Lei nº 8.906/1994, que prevê o direito do advogado de retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo. (responde as demais). Questão 3 Cássio e João são sócios em um escritório de advocacia localizado no centro da cidade onde residem, mas, a fim de diminuir a distância a ser percorrida para as diligências forenses, se mudarão para o setor em que está situado o Fórum do município em questão. Pretendem, então, enviar correspondência a todos os seus clientes e outros advogados, os quais compõem um grande número de pessoas, para comunicar a mudança de endereço. Observadas as regras do Código de Ética e Disciplina da OAB, os advogados realizarão publicidade irregular? A) Sim, pois constitui anúncio profissional imoderado, já que será realizada remessa de correspondência a uma coletividade. Alternativa errada. O art. 31, §2º, do Código de Ética e Disciplina da OAB, excetua ao conceito de “anúncio profissional imoderado” a remessa de correspondência a uma coletividade quando realizada com o fito de comunicar instalação ou mudança de endereço a clientes e colegas. B) Não, porque o Código de Ética e Disciplina da OAB permite a remessa de correspondência a uma coletividade para comunicar mudança de endereço a clientes e colegas. Alternativa correta. De acordo com o art. 31, §2º, do Código de Ética e Disciplina da OAB. C) Não, já que não existe irregularidade em anúncios profissionais realizados por meio de remessa de correspondência a uma coletividade. Alternativa errada. A remessa de correspondência a uma coletividade somente não é considerada anúncio profissional imoderado quando para comunicar a clientes e colegas SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 3 instalação ou mudança de endereço, conforme art. 31, §2º, do Código de Ética e Disciplina da OAB. D) Sim, porque a remessa de correspondência a clientes para comunicar mudança de endereço só é permitida quando por eles solicitadas. Alternativa errada. Contrária ao teor do art. 31, §2º, do Código de Ética e Disciplina da OAB. Questão 4 Lúcia representou Sérgio, na condição de advogada, em ação de cobrança na qual os pedidos do cliente foram julgados procedentes. Lúcia e Sérgio acordaram, contratualmente, o pagamento de honorários advocatícios correspondentes a R$ 2.000,00. Além disso, foram fixados honorários de sucumbência em 10% sobre o valor da causa, bem como honorários de cumprimento de sentença, arbitrados, também, em 10% sobre o valor devido. Lúcia faz jus a: A) Todas as verbas honorárias descritas. Alternativa correta. De acordo com o art. 22, da Lei nº 8.906/1994, pelo qual “a prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência”. B) Apenas a verba honorária pactuada contratualmente com Sérgio. Alternativa errada. Contrária ao disposto no art. 22, da Lei nº 8.906/1994, uma vez que a advogada também tem direito aos honorários fixados judicialmente. C) Apenas aos honorários fixados judicialmente, os quais compensam a verba honorária contratual. Alternativa errada. Nos termos do art. 22, da Lei nº 8.906/1994, os honorários convencionados, fixados por arbitramento judicial e de sucumbência são direito do advogado de forma cumulativa. D) Somente aos honorários contratuais e aos de sucumbência, uma vez que a verba honorária em sede de cumprimento de sentença pertence ao cliente. Alternativa errada. Todas as verbas honorárias em questão são da advogada por direito, conforme teor do art. 22, da Lei nº 8.906/1994. Questão 5 No que concerne àssociedades de advogados, é incorreto afirmar que: A) Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina, no que couber. Alternativa errada. De acordo com o art. 15, §2º, da Lei nº 8.906/1994. B) Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de interesses opostos. Alternativa errada. De acordo com o art. 15, §2º, da Lei nº 8.906/1994. C) As procurações devem ser outorgadas simultaneamente a todos os advogados, sem a necessidade de indicar a sociedade compõem. Alternativa correta. Contrária ao teor do art. 15, §3º, da Lei nº 8.906/1994, pelo qual “as procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte”. D) A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. Alternativa errada. De acordo com o art. 15, §2º, da Lei nº 8.906/1994. Questão 6 O advogado Marcelo compõe o Conselho Federal da OAB na condição de ex-presidente. Seu mandato foi o anterior ao atual. Quanto à situação de Marcelo no Conselho, é correto afirmar que: A) Marcelo possui direito a voto nas sessões. Alternativa errada. Contrária ao art. 51, §2º, do Estatuto da OAB, pelo qual os ex-presidentes possuem apenas direito a voz nas sessões. B) Marcelo não é membro honorário vitalício, uma vez que esta qualidade só lhe será conferida após os 02 (dois) mandatos seguintes ao seu. Alternativa errada. O Estatuto da OAB, não estipula prazo. Com efeito, de acordo com seu art. 51, II, a qualidade de membro honorário vitalício é ostentada por todos os ex- presidentes do Conselho Federal da Ordem. C) Marcelo tem direito apenas a voz nas sessões. Alternativa correta. De acordo com o art. 51, §2º, do Estatuto da OAB. D) Marcelo não é membro honorário vitalício, uma vez que esta qualidade só lhe será conferida após 05 (cinco) anos do fim de seu mandato. Alternativa errada. Justificativa no item B. Questão 7 As alternativas a seguir possuem algumas das competências da Subseção do Conselho Seccional da OAB, à exceção de uma. Assinale-a: A) Decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários. Alternativa correta. Esta atribuição é do Conselho Seccional, conforme art. 58, VII, do Estatuto da OAB. B) Dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB. Alternativa errada. Atribuição da Subseção do Conselho Seccional da OAB, conforme, de acordo com o art. 61, I, do Estatuto da OAB. C) Desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por delegação de competência do Conselho Seccional. SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 4 Alternativa errada. Atribuição da Subseção do Conselho Seccional da OAB, conforme, de acordo com o art. 61, IV, do Estatuto da OAB. D) Representar a OAB perante os poderes constituídos. Alternativa errada. Atribuição da Subseção do Conselho Seccional da OAB, conforme, de acordo com o art. 61, III, do Estatuto da OAB. Questão 8 A advogada Marcela recebeu uma notificação do Conselho de Ética da OAB para oferecer defesa prévia em processo disciplinar instaurado de ofício. Com base na situação descrita, nos termos do Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a alternativa correta: A) Marcela deverá apresentar a defesa prévia no prazo máximo de 20 (vinte) dias e poderá postular a extinção do processo, uma vez que o processo disciplinar somente poderia ser instaurado mediante representação dos interessados. B) Marcela deverá apresentar a defesa prévia no prazo máximo de 15 (quinze) dias e não poderá postular a extinção do processo em decorrência de sua instauração de ofício, posto que esta é uma hipótese permitida pelo Código de Ética e Disciplina da OAB. C) Marcela deverá apresentar a defesa prévia no prazo máximo de 15 (quinze) dias e poderá postular a extinção do processo, uma vez que o processo disciplinar somente poderia ser instaurado mediante representação dos interessados. D) Marcela deverá apresentar a defesa prévia no prazo máximo de 20 (vinte) dias e não poderá postular a extinção do processo em decorrência de sua instauração de ofício, posto que esta é uma hipótese permitida pelo Código de Ética e Disciplina da OAB. Alternativa correta é a letra A. Nos termos do Código de Ética e Disciplina da OAB, o prazo para apresentação de defesa prévia é de 15 (quinze) dias (art. 52) e a instauração do processo disciplinar pode se dar de ofício ou mediante representação dos interessados, que não pode ser anônima (art. 51, caput). (responde as demais). Questão 9 Luiz é procurado por Sara que, tendo se desentendido com a advogada que a representa em uma ação trabalhista, decidiu constituir outro patrono para defender seus interesses. À luz das normas aplicáveis, é correto afirmar que: A) Luiz não pode aceitar procuração de Sara, em nenhuma hipótese, sem o prévio conhecimento da advogada já constituída. Alternativa errada. O art. 11 do Código de Ética e Disciplina da OAB permite que o advogado aceite procuração de quem possui patrono constituído sem o prévio conhecimento deste por motivo justo ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis. B) Luiz poderá aceitar procuração de Sara, mesmo sem o conhecimento da advogada desta, uma vez que a comunicação com a advogada já constituída é escolha da cliente. Alternativa errada. O conhecimento da patrona constituída é exigência para que o advogado aceite a procuração, nos termos do art. 11 do Código de Ética e Disciplina da OAB, não cabendo opção ao cliente. C) Luiz somente poderá aceitar a procuração de Sara sem o conhecimento da advogada já constituída na hipótese de adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis. Alternativa errada. Motivo justo também é uma exceção à regra de exigência de conhecimento do patrono constituído, nos termos do art. 11 do Código de Ética e Disciplina da OAB. D) Luiz não poderá aceitar procuração de Sara sem o prévio conhecimento da advogada já constituída, salvo se por motivo justo ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis. Alternativa correta. De acordo com o art. 11 do Código de Ética e Disciplina da OAB. Questão 10 Daniel, advogado regularmente inscrito na OAB, concorre às eleições para deputado federal. Caso seja eleito, é correto afirmar que: A) Daniel não poderá exercer a advocacia, em nenhuma hipótese, durante seu mandato, em razão de incompatibilidade. Alternativa errada. A hipótese é de impedimento, sendo que Daniel apenas não poderá exercer a advocacia “contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público”, nos termos do art. 30, II, do Estatuto da OAB. B) Daniel não poderá exercer a advocacia contra pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, dentre outros, em razão de impedimento. Alternativa correta. De acordo com o art. 30, II, do Estatuto da OAB. C) Daniel não poderá exercer a advocacia contra pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, dentre outros, em razão de incompatibilidade. Alternativa errada. A hipótese é de impedimento e não de incompatibilidade. D) Daniel não poderá exercer a advocacia, em nenhuma hipótese, durante seu mandato, em razão de impedimento. Alternativa errada. Apesar de a hipótese ser de impedimento, o item está errado ao mencionar “em nenhuma hipótese”, já que os impedidos não podem exercer a advocacia apenas nas situações especificadasno art. 30, do Estatuto da OAB. Filosofia Jurídica SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 5 Questão 11 Em sua “Luta pelo Direito”, Rudolph von Ihering aborda dois conceitos do termo Direito, um de ordem objetiva e outro de ordem subjetiva. O conceito de ordem objetiva “abrange todos os princípios da lei aplicados pelo estado; é a ordem legal da vida”. Já o conceito de ordem subjetiva, que é o principal para o exercício de sua luta, é no sentido de ser A) “a profunda mudança no seio social” Alternativa errada. As questões de Filosofia do Exame de Ordem são quase sempre muito difíceis, e é isto que tentamos reproduzir aqui. No caso, seria preciso ter ou um bom conhecimento da obra de Ihering, ou muita atenção ao direcionamento dado pelo enunciado. Se o conceito de ordem objetiva se relaciona com a sociedade como um todo, o de ordem subjetiva haveria de ser diferente e por isso não poderia ser atinente ao “seio social”. B) “a transformação da regra abstrata ao direito legal concreto da pessoa” Alternativa certa. Segundo Ihering, a luta pelo Direito Subjetivo se traduz na transformação da regra abstrata em concreta para a pessoa, é o que se chama de subsunção. C) “o respeito a categoria jurídicas preconcebidas” Alternativa errada. Alternativa de redação aleatória que nada tem a ver com a obra. D) “a viabilidade de se formar um Estado Social” Alternativa errada. Outra alternativa de redação aleatória sem relação com a obra. Questão 12 Na “Crítica da Razão Pura”, Immanuel Kant busca solucionar uma questão extremamente complicada: O que é Direito? Para o autor iluminista, é preciso abandonar conceitos empíricos e buscar apenas na razão a fonte de tal conceito. Em seguida, associando as ideias de obrigação e moral, o autor diz ser o Direito A) “a soma das condições sob as quais a escolha de alguém pode ser unida à escolha de outrem de acordo com uma lei universal de liberdade” Alternativa certa. Novamente uma tentativa de se reproduzir uma questão difícil. É preciso que o candidato tenha pré- compreensão da obra kantiana, que não é muito lida pela sua complexidade. Kant busca descobrir o que é Direito da mesma forma que tenta descobrir o que é Verdade. Segundo o autor não é possível atingir este conceito a partir de métodos empíricos: “a menos que abandone esses princípios empíricos por enquanto e busque as fontes desses juízos exclusivamente na razão, visando estabelecer a base para qualquer produção possível de leis positivas”. Contudo, a fim de não deixar sua obra sem um conceito definido, ele traduz um conceito criado a partir não da razão mas da razoabilidade, conceito este que é ligado a liberdade. B) “um mero conjunto de normas criadas por concidadãos a fim de tornar suportável a vida no seio social” Alternativa errada. Conforme dito, Kant não queria utilizar métodos empíricos para definir o que é Direito pois tal método conduziria a uma resposta simplória como a dada pela alternativa, que relaciona Direito tão somente a normas locais. C) “a força política que o Estado dispõe para fazer prevalecer a vontade geral sobre a vontade individual” Alternativa errada. A ideia esboçada na alternativa se liga ao contratualismo, pensamento que Kant não rechaçava, mas também não era adepto. D) “um prescrever de condutas dirigidas a consecução do bem-estar social” Alternativa errada. Esta seria uma definição que pode ser dada a norma, em especial se tomada a filosofia de Kelsen, mas não é suficiente para definir o que é Direito. Direito Constitucional Questão 13 Determinada lei municipal, editada em 1986, tem causado grande dúvida quanto a possível ofensa ao princípio da separação dos poderes contido na Constituição Federal de 1988. Entendendo não haver qualquer violação e no intuito de resolver de vez a controvérsia, o Governador do Estado no qual se localiza o município pretende ajuizar ação constitucional em face da lei municipal. Nesse caso, assinale a alternativa que apresenta a ação cabível e o órgão do Poder Judiciário competente para julgamento. A) Ação Declaratória de Constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Alternativa incorreta. Só pode ser objeto de Ação Declaratória de Constitucionalidade leis ou atos normativos federais editados durante a vigência da Constituição Federal de 1988. Ademais, exige-se que haja controvérsia judicial quanto à lei ou ato normativo impugnado. B) Mandado de Segurança coletivo perante o Tribunal de Justiça local. Alternativa incorreta. O mandado de segurança não pode ser utilizado para exclusivamente questionar a constitucionalidade de lei em tese, já que não produz efeito erga omnes. Além do mais, o Governador de Estado não é legitimado para propor mandado de segurança coletivo. Nos termos do artigo 5ª, LXX, da Constituição Federal, o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. C) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental perante o Supremo Tribunal Federal. Alternativa correta. A arguição de descumprimento de preceito fundamental é o único instrumento de controle concentrado de constitucionalidade que pode ter por objeto leis e atos municipais em face da Constituição Federal. SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 6 Ademais, é também o único apto a auferir a legitimidade de normas editadas antes da Constituição Federal de 1988. Nos termos do artigo 102, §1º, CF, cabe somente ao STF o julgamento da ADPF. D) Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça local. Alternativa incorreta. Não cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade, ainda que a lei municipal seja impugnada em face da Constituição Estadual, uma vez que tal instrumento de controle de constitucionalidade abrange somente as leis editadas durante a vigência da Constituição Federal de 1988. Questão 14 A empresa X foi surpreendida com a notícia de que constaria como exploradora de mão-de-obra análoga à escravidão no banco de dados do Ministério do Trabalho. Inconformada com tal situação, já que sempre respeitou as leis trabalhistas e nunca sofreu qualquer tipo de condenação, a empresa solicita a retificação dos dados tendo o pedido negado em todas as instâncias administrativas. Considerando que a última decisão partiu do Ministro do Trabalho, a empresa X poderá: A) impetrar habeas data perante o Superior Tribunal de Justiça. Alternativa correta. Nos termos do artigo 5º, LXXII, da Constituição Federal, o habeas data é destinado a garantir o direito de acesso aos registros relativos à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público e o direito de retificação desses registros. A lei 9.507/97 acrescenta ainda como hipótese de cabimento a garantia do direito de anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. Tal remédio constitucional poderá ser impetrado por qualquer pessoa física, brasileira ou estrangeira, bem como por pessoa jurídica. Contudo, trata-se de ação personalíssima, somente podendo ser impetrada pelo titular das informações. Acrescenta-se que, segundo a súmula Nº 2 do STJ, o habeas data somente poderá ser impetrado diante de prévia recusa de autoridade administrativa do acesso ou retificação das informações. Por fim, nos termos do artigo 105, inciso I, “b”, a Constituição Federal, compete ao STJ processar e julgar os habeas data contra ato deMinistro de Estado. B) impetrar habeas data perante o Tribunal Superior do Trabalho. Alternativa incorreta. Nos termos do artigo 114, IV, da Constituição Federal, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar os habeas data quanto o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. Todavia, não é o órgão competente no caso do enunciado, tendo em vista que o banco de dados pertence ao Ministério do Trabalho e a negativa partiu de Ministro de Estado. C) impetrar mandado de segurança perante o Superior Tribunal de Justiça. Alternativa incorreta. Como o enunciado trata de uma situação ensejadora do habeas data, a empresa X não poderá impetrar mandado de segurança, tendo em vista que esse remédio constitucional é sujeito ao requisito da subsidiariedade, no qual só poderá ser impetrado na proteção de direito líquido e certo não amparado pelo habeas corpus e habeas data (artigo 5º, LXIX, CF). D) impetrar mandado de injunção perante o Superior Tribunal de Justiça. Alternativa incorreta. O mandado de injunção somente é cabível nos casos de inviabilização de direito, liberdade, ou prerrogativa prevista na Constituição Federal, decorrente da falta de regulamentação de norma constitucional (artigo 5º, LXXI, CF/88). Não é o caso da questão, pois não há qualquer inviabilidade de direito por falta de norma regulamentadora. O direito à retificação de dados pessoais constantes em bancos de dados, públicos ou privados de caráter público, é assegurado pela própria Constituição por meio do habeas data (artigo 5º, LXIX, CF). O mandado de injunção somente é cabível nos casos de inviabilização de direito, liberdade, ou prerrogativa prevista na Constituição Federal, decorrente da falta de regulamentação de norma constitucional (artigo 5º, LXXI, CF/88). Não é o caso da questão, pois não há qualquer inviabilidade de direito por falta de norma regulamentadora. O direito à retificação de dados pessoais constantes em bancos de dados, públicos ou privados de caráter público, é assegurado pela própria Constituição por meio do habeas data (artigo 5º, LXIX, CF) cuja regulamentação já é feita pela Lei 9.507/97. Questão 15 Fernando, colunista de um jornal conhecido por veicular fofocas de pessoas públicas, escreveu um artigo a respeito de Felipe, deputado estadual, imputando-lhe a prática de vários atos imorais, dentre os quais, o de que o político frequentava casas de prostituição. Indignado com tal publicação, Felipe ajuizou ação de danos morais em face do colunista, sob o argumento de que a publicação violava o seu direito à honra. Em sede de contestação, Fernando alegou que, num Estado Democrático, a liberdade de impressa e o direito à informação sempre prevalecem em relação a determinados direitos fundamentais. Nesse caso, a afirmação dada por Fernando: A) é correta, devendo o juiz, no caso de conflito de direitos fundamentais, dar primazia àquele hierarquicamente superior. Alternativa incorreta. Não existe hierarquia entre os direitos fundamentais. Desse modo, em caso de conflito, deve o intérprete realizar o juízo de ponderação, a fim de harmonizar a incidência de tais direitos, evitando, assim, sacrifício total de um em detrimento de outro. Contudo, a prevalência de um direito fundamental sobre o outro só é possível a partir da análise do caso concreto. SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 7 B) é incorreta, uma vez que não existe hierarquia de direitos fundamentais, já que tais direitos possuem a natureza jurídica de regras. Alternativa incorreta. De fato, inexiste hierarquia de direitos fundamentais. Contudo, tais direitos não possuem natureza jurídica de regras, mas sim de princípios. Somente em função dessa natureza principiológica que é possível a concordância prática de vários direitos fundamentais no caso concreto. C) é correta, tendo em vista que o direito à informação é direito fundamental de primeira dimensão. Alternativa incorreta. A classificação dos direitos fundamentais em dimensões não leva em consideração a superioridade de alguns direitos em relação aos outros, uma vez que inexiste hierárquica entre tais direitos. Tal classificação leva em conta o momento do surgimento e do reconhecimento pelos ordenamentos constitucionais. Na doutrina de Paulo Bonavides, o direito à informação integra o campo dos direitos fundamentais da quarta dimensão, que correspondem à última fase de institucionalização do Estado social. D) é incorreta, pois não há nenhum direito fundamental que dispõe de caráter absoluto, contudo, por possuírem natureza principiológica, deve o juiz identificar aquele que deve ter primazia no caso concreto. Alternativa correta. Os direitos fundamentais possuem natureza de princípios, tendo, portanto, caráter relativo. Sendo assim, somente diante de um caso concreto, poderá haver a prevalência de um direito fundamental sobre o outro, a partir de um juízo de ponderação a ser realizado pelo intérprete. Questão 16 Um grupo de estudantes, do curso de Engenharia da Computação, decidiram criar uma associação para a troca de conhecimentos da área de estudo. Ocorre que, após investigações iniciadas por denúncia anônima, apurou-se que os associados atuavam como hackers, furtando milhares de reais de diversas contas bancárias. Com base na hipótese narrada, segundo a Constituição Federal, assinale a alternativa correta. A) A associação somente será dissolvida compulsoriamente após decisão transitada em julgado. Alternativa correta. A Constituição Federal permite a criação de associações para fins lícitos, vedada o caráter paramilitar. Contudo, na hipótese de finalidade ilícita, a associação poderá ser compulsoriamente dissolvida somente mediante decisão transitada em julgado (CF, art. 5º, XIX). B) A associação poderá ter as suas atividades suspensas por decisão administrativa. Alternativa incorreta. A suspensão das atividades de uma associação somente poderá ocorrer mediante decisão judicial. Ressalta-se que, nesse caso, a Constituição Federal não exige que a decisão tenha transitado em julgado. C) A criação da associação é nula já que não houve autorização do Poder Público. Alternativa incorreta. Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XVIII, a criação de associações e, na forma da lei, de cooperativas independe de autorização. D) Por vedação constitucional de intervenção do Estado no funcionamento das associações, a suspensão de suas atividades dar-se-á somente por decisão judicial transitada em julgado. Alternativa incorreta. É verdade que a Constituição Federal veda a intervenção estatal no funcionamento das associações. Contudo, tal vedação não abrange a atuação jurisdicional do Estado, podendo o Poder Judiciário determinar a suspensão das atividades ou a dissolução compulsória das associações nos casos de finalidade ilícita ou do caráter paramilitar. Contudo, para a suspensão das atividades não se exige que a decisão judicial seja definitiva. Tal exigência refere-se somente à dissolução compulsória. Questão 17 Durante uma entrevista com determinada emissora de televisão, o Presidente da República desferiu uma série de comentários difamatórios contra João, líder de um partido político de oposição. Indignado com o ocorrido, João decide ajuizar ação penal contra a conduta praticada pelo Presidente da República. De acordo com a sistemática constitucional, nesse caso: A) O Presidente da República não poderá ser responsabilizado por suas palavras, opiniões e manifestações no exercício da função presidencial, tendo em vista que é protegido pelo manto da imunidade material. Alternativa incorreta. O Presidente da República não faz jus à imunidade material. Trata-se de prerrogativa atribuída somente aos membros do Poder Legislativo:senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores. B) Após autorização do Congresso Nacional, o julgamento da queixa-crime caberá ao Supremo Tribunal Federal. Alternativa incorreta. A autorização não se dá pelo Congresso Nacional, mas sim pela Câmara dos Deputados, mediante o voto de dois terços de seus membros (CF, art. 86, caput) C) O Presidente da República não poderá ser responsabilizado por tal conduta durante a vigência do seu mandato. Alternativa incorreta. A imunidade temporária à persecução penal contida no artigo 86, §4º, da Constituição Federal, diz respeito somente aos crimes não funcionais praticados no curso do mandato presidencial. Não é o caso apresentado pelo enunciado da questão, já que os atos foram praticados na condição de Presidente da República. D) Por força da imunidade formal, o Presidente da República somente estará sujeito à prisão por sentença condenatória transitada em julgado. Alternativa correta. Trata-se de regra prevista pelo artigo 86, §3º, da Constituição Federal. Contudo, a imunidade formal relativa à prisão diz respeito somente ao cometimento de crimes comuns praticados em razão do exercício da função presidencial. Ressalta-se que o STF entendeu que tal regra SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 8 não pode ser estendida aos Governadores de Estado, ao Governador do DF e aos Prefeitos por atos normativos próprios. Segundo a Corte Constitucional, trata-se de regra processual cuja competência legislativa é exclusiva da União, nos termos do art. 22, I, da Constituição Federal. Questão 18 Gabriela é Chefe do Poder Executivo da República Federativa do Brasil em primeiro mandato. Fernando, seu esposo, também pretende ingressar na vida política, mas precisamente no âmbito do Distrito Federal. Contudo, tem dúvida se concorre ao cargo de deputado federal ou ao de Governador. Sobre tal caso, com base no que dispõe o sistema jurídico- constitucional brasileira, assinale a alternativa correta. A) Fernando poderá candidatar-se somente ao cargo de deputado federal. Incorreta. CRFB: § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Sendo assim, Fernando não poderá candidatar-se ao cargo de deputado federal como estreante na vida política. Seria necessário que já fosse eleito, para buscar a reeleição. B) Fernando não poderá candidatar-se a qualquer dos cargos eletivos, mas caso Gabriela queira candidatar-se à reeleição deverá renunciar ao cargo presidencial seis meses antes do pleito eleitoral. Incorreta. Não há nenhuma disposição legal que obrigue o presidente a renunciar para disputar novo pleito. C) Fernando poderá candidatar-se a qualquer um dos cargos caso se divorcie de Gabriela durante o mandato presidencial. Incorreta. Súmula Vinculante 18. A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. D) Caso Gabriela renuncie seis meses antes do pleito eleitoral, Fernando poderá candidatar-se a qualquer um dos cargos, inclusive ao cargo de Presidente da República, caso Gabriela não concorra na disputa. Correta. Lei Complementar nº 5 de 1970. Art. 1º - São inelegíveis: II - para Presidente ou Vice-Presidente da República: a) o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o terceiro grau, ou por adoção, do Presidente da República ou de quem o haja substituído nos 6 (seis) meses anteriores ao pleito; Sendo assim, se Gabriela renunciar em até 06 meses antes das eleições, seu esposo torna-se elegível. Questão 19 O Tribunal de Contas da União, ao fiscalizar determinados contratos celebrados por uma autarquia federal, apurou que a entidade realizava contratações por modalidade licitatória não prevista na Lei 8.666/93. Em razão disso, a Corte de Contas assinalou prazo de quinze dias para que Mônica, dirigente da autarquia e responsável pelas contratações, promovesse a anulação dos respectivos contratos. Entendendo não haver qualquer ilegalidade, Mônica interpôs pedido de reexame, alegando que o artigo 20, do regulamento interno para contratação de obras e serviços da autarquia, previa a modalidade licitatória adotada. Todavia, o Plenário do Tribunal de Contas da União negou provimento ao pedido, declarando a inconstitucionalidade do artigo suscitado. No tocante às suas atribuições constitucionais, o Tribunal de Contas da União A) por não exercer atividade jurisdicional, não possui competência para realizar o controle difuso de constitucionalidade. Incorreta. Súmula 347 do Supremo Tribunal Federal. O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público. B) não poderá realizar exame prévio de validade de contratos administrativos celebrados pelo Poder Público. Incorreta. Dispõe a Lei nº 8.666/1993 em seu artigo 113 § 2º que: “Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas”. C) agiu de forma incorreta, tendo em vista que, em virtude de sua autonomia administrativa e financeira, as autarquias possuem capacidade para editar as suas próprias normas de contratação. Incorreta. Lei 8.666 de 1993. Art. 1o Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei. Sendo assim, as autarquias submetem-se a Lei 8.666, não possuindo regulamentos próprios para licitação. D) como órgão subordinado ao Poder Legislativo, não poderá promover a sustação dos contratos administrativos, cabendo ao Congresso Nacional adotar tal medida. SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 9 Correto. CRFB. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; O TCU, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, possui competência, consoante o art. 71, IX, da CF, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação de contrato e, se for o caso, da licitação de que se originara. Direitos Humanosss Questão 20 Artur conseguiu que a Corte Interamericana de Direitos Humanos reconhecesse que o Estado brasileiro praticou violação ao seu direito de ir e vir em decorrência de uma ordem ilegal de prisão. Contudo, não ficou claro do teor da sentença a quem se dirigiria a verba compensatória por tal ato, se o próprio Artur ou se entidade beneficente da área. 60 dias após a prolação da sentença e não tendo a Uniãoefetuado o pagamento da quantia sob a alegação de dúvida acerca do destinatário, Artur pediu a corte que esclarecesse quem seja. Neste caso, o pedido de esclarecimento de Artur é A) intempestivo, pois segundo o Pacto de San José da Costa Rica, o pedido de esclarecimento se sujeitara a mesma regra do recurso equivalente no processo civil interno do Estado, qual seja, 5 dias. Alternativa errada. O prazo para interposição de recurso é dado pelo próprio Pacto, não havendo que se falar em equivalência com embargos de declaração. B) tempestivo, pois em se tratando de apuração de violações a Direitos Humanos, a Corte não estabelece prazo certo de pedido de esclarecimento, sendo, portanto, adeternum. Alternativa errada. Não há que se falar em possibilidade de solicitar esclarecimentos de sentença eternamente. O prazo é previsto no Pacto. C) intempestivo, pois o prazo máximo do pedido de interpretação de sentença da Corte é de 50 dias. Alternativa errada. O recurso na verdade é tempestivo, já que o prazo estabelecido no pacto não é de 50 dias. D) tempestivo, pois é de 90 dias o prazo máximo de pedido de interpretação de sentença da Corte Interamericana de Justiça. Alternativa certa. Nos termos do artigo 67 do Pacto de San José da Costa Rica, o prazo para solicitar esclarecimento e interpretação de sentença proferida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos é de 90 dias. Questão 21 O Estado Internacional Y, interpretando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estatuiu em observância ao direito de associação e de não permanecer associado, que todo cidadão que fizer parte de uma associação e depois abandoná-la, não poderá mais fazer parte de qualquer associação pelo prazo de 10 anos. Alguns nacionais que viriam a ser prejudicados pela medida, procuraram a ONG para qual você advoga, que por sua vez pediu a elaboração de um parecer. Em seu parecer, deve ser destacado que A) a medida é válida, pois a Declaração prevê o direito de associar e de não permanecer associado, mas relega aos Estados a interpretação que julgarem mais apropriada para tal dispositivo. Alternativa errada. Realmente a Declaração prevê tanto o direito de associar quanto o de desassociar, mas a interpretação não pode ser dada livremente pelos Estados. B) a medida é inválida, pois a Declaração prevê que não poderá ser dada interpretação destinada a destruir direitos e liberdades nela enunciados. Alternativa certa. No caso narrado, o Estado estaria desrespeitando o direito de associação e de desassociação, sob a justificativa de que esta seria uma interpretação válida dada à Declaração. Contudo, a própria Declaração em seu artigo 30 impede interpretações voltadas a destruir direitos e liberdades nela enunciados. C) a medida é válida, pois percebe-se do teor da Declaração que o que se pretendia era justamente limitar que pessoas pudessem associar-se e desassociar-se indistintamente quantas vezes quiserem. Alternativa errada. Não há que se falar que o teor da Declaração permita limitar tais direitos, tal interpretação incorreria justamente no vício que se visava evitar, qual seja, destruir direitos e liberdades. D) a medida é inválida, pois a Declaração descreve minuciosamente o direito de todo e qualquer cidadão poder se associar e desassociar sempre que quiser. Alternativa errada. A Declaração é exortativa e não descreve minuciosamente nem o direito de associação, nem qualquer outro direito, relegando a interpretação aos Estados. Contudo, a interpretação não pode destruir direitos e liberdades. Questão 22 A Casa de Recuperação do Infrator do Estado X é considerada referência no atendimento satisfatório dos presos. Ocorre que acaba de chegar um novo recluso de origem indiana. Sabendo que não há parentes próximos que possam lhe fazer visitas, o diretor da instituição lhe procura na condição de advogado em busca de uma solução alternativa. Atento a regras internacionais de Direitos Humanos do preso, você deve informar ao diretor que A) será preciso garantir a este preso facilidades razoáveis para a comunicação com representantes diplomáticos ou consulares da Índia Alternativa certa. De acordo com o artigo 38.1 da Convenção sobre Regras Mínimas para Tratamento de Presos, quando o preso for nacional de outro Estado e não tiver parentes em SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 10 território nacional, deve lhe ser garantido em compensação facilidades para comunicação com as autoridades diplomáticas. B) não havendo parentes residentes no Brasil, não há nada que possa ser feito, de forma que este recluso ficará sem comunicar-se com o mundo exterior. Alternativa errada. Não se pode relegar o preso a condição de incomunicável por não possuir parentes que vivam em território nacional. E as Regras Mínimas garantem ao menos a comunicação com autoridades diplomáticas. C) o recluso de origem indiana não pode permanecer preso se não tiver quem o visite, devendo ser colocado em liberdade condicional. Alternativa errada. Não há que se falar em liberdade condicional pura e simplesmente pela ausência de parentes, o que deve ser feito é garantir a comunicação com autoridades diplomáticas. D) o Estado brasileiro deve custear o translado de parentes que vivam em outros lugares para que visitem o recluso ao menos mensalmente. Alternativa errada. O Estado não é obrigado a custear o translado de visita dos parentes ao preso. Só o que pode ser feito no caso é garantir a comunicação com as autoridades diplomáticas. Direito Internacional Questão 23 Tiago e Maria, brasileiros, são noivos e residem na Austrália há dois anos. Pretendendo contrair casamento que gere efeitos no Brasil, entram em contato com você, na condição de advogado, para se esclarecerem acerca de tal possibilidade. No caso, é preciso informar o casal que: A) não será possível realizar o casamento nestas circunstâncias, devendo o casal voltar ao Brasil para oficializar a relação matrimonial. Alternativa errada. Não há necessidade que o casal regresse ao Brasil para oficializar sua união, vez que a LINDB prevê a possibilidade de realização de casamento consular perante a autoridade consular brasileira. B) é possível a realização do casamento perante autoridade consular brasileira situada no país em que estão. Alternativa certa. Nos termos do art. 7º, § 2º, da LINDB, brasileiros residentes em outro país podem contrair matrimônio reconhecido no Brasil perante a autoridade consular brasileira em atividade na circunscrição. C) não será possível realizar o casamento, pois só é permitido o casamento de brasileiros fora do território nacional em países lusófonos. Alternativa errada. Não há qualquer vedação quanto ao idioma praticado no país para fim de matrimônio. Havendo autoridade consular brasileira, será possível a oficialização do casamento. D) é possível a realização do casamento perante a autoridade do país que residem e depois de encaminhamento de ofício ao Registro de Pessoas Civis da capital brasileira. Alternativa errada. O casamento somente perante a autoridade estrangeira não surtirá efeito no Brasil, não havendo que se falar em encaminhamento de ofício ao Registro de Pessoas Civis da capital brasileira. Questão 24 James, britânico, 30 anos, solicita junto à autoridade consular brasileira situada em seu país de origem, a expedição de visto de turismo para ingresso no Brasil. Ocorre que James responde por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, que é passível de extradição, estando solto beneficiado por liberdade provisória. Verificando que a documentação é toda positiva e que há conveniência e oportunidade para expedição do visto, a autoridade: A) poderá conceder o visto, vez que não há qualquer impeditivo,mesmo em face de pessoas que tenham cometido qualquer espécie de crime. Alternativa errada. O Estatuto do Estrangeiro veda a concessão de visto para pessoas que tenham cometido crimes, desde que a conduta tenha sido dolosa e que o tipo se afigure entre aqueles que autoriza a extradição. B) não poderá ser concedido o visto, vez que a lei veda qualquer forma de ingresso de pessoas que estejam respondendo criminalmente no país de origem. Alternativa errada. Só será vedada a expedição de visto e consequentemente o ingresso da pessoa que tiver praticado crime doloso, e ainda que este crime doloso seja sujeito a extradição. C) poderá conceder o visto, vez que a lei brasileira proíbe a concessão por processamento apenas de crimes dolosos. Alternativa certa. O art. 7º do Estatuto do Estrangeiro trata da expedição de visto de ingresso de estrangeiros no Brasil. Segundo a lei, será negado o visto àqueles que cometerem crimes dolosos sujeitos à extradição. Não sendo o caso, já que o enunciado deixa claro que o crime é culposo, é possível a expedição de visto. D) não poderá ser concedido o visto, já que além de conveniência e oportunidade se requer que o postulante seja de país de língua portuguesa. Alternativa errada. Patente alternativa esdrúxula, vez que seria inconcebível pensar que o Brasil só expede visto para nacionais de países lusófonos. Além do que, nacionais desses país sequer precisam de visto pra ingressar no território nacional. Direito Tributário Questão 25 No dia 15 de setembro de 2016, a União instituiu empréstimo compulsório por meio de lei ordinária para custear despesas de um terremoto que assolou determinada região do país. Naquele diploma legal, ficou previsto que o empréstimo compulsório passaria a ser exigido já no mês de outubro de 2016. SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 11 Sobre a situação hipotética acima, assinale a alternativa correta: A) A União agiu corretamente ao instituir empréstimo compulsório por meio de lei ordinária; O art. 148 da CF/1988 dispõe que o empréstimo compulsório deverá ser instituído por meio de lei complementar, e não lei ordinária; B) A União agiu corretamente ao instituir empréstimo compulsório por meio de lei ordinária mas não agiu corretamente ao exigir o imposto no mês subsequente à sua instituição; O art. 148 da CF/88 dispõe que o empréstimo compulsório deverá ser instituído por meio de lei complementar. No mesmo sentido, o art. 150, §1º da CF/1988 determina que o empréstimo compulsório poderá sim ser exigido já no mês subsequente, não se submetendo à vedação do princípio da anterioridade nonagesimal. C) A União agiu incorretamente ao instituir empréstimo compulsório por meio de lei ordinária e corretamente ao exigir o imposto no mês subsequente à sua instituição; A União agiu incorretamente ao instituir empréstimo compulsório por meio de lei ordinária, já que este só pode ser instituído por meio de lei COMPLEMENTAR (art. 148 da CF/88) e, por outro lado, agiu corretamente ao exigir o referido imposto já no mês subsequente, consoante previsão contida no art. 150, §1º da CF/88. D) A União não agiu corretamente ao exigir o empréstimo compulsório no mês subsequente à sua instituição; A União agiu corretamente ao exigir o imposto no mês subsequente (art. 150, §1º CF/88); Questão 26 Luiz Ricardo, prefeito da cidade X, inconformado com uma decisão prolatada pelo Juízo da Comarca da sua Cidade, em um processo particular, resolve, no uso de suas atribuições legais e por meio de sua procuradoria municipal, propor uma ação de execução fiscal em face do Poder Judiciário local, sustentando, em síntese, o não recolhimento de impostos municipais e estaduais por parte do Tribunal de Justiça daquele Estado. Pleiteia, em sede liminar, a desocupação imediata de todos os servidores do Fórum local, pelas razões acima expostas. Diante desta situação, assinale a alternativa correta: A) É legítima a tese apresentada pela procuradoria municipal que atua na Cidade X, já que os órgãos e entes federativos também se submetem ao regime de tributação previsto na CF/88 e no Código Tributário Nacional; Os entes federativos não se submetem ao regime de tributação de uns dos outros, consoante previsão constitucional do art. 150, VI, alínea “a” da CF/1988; B) É legítima a tese apresentada pela procuradoria municipal da Cidade X, tendo em vista que os servidores do Poder Judiciário local devem honrar com suas obrigações legais de recolhimento de tributos; Os servidores do Poder Judiciário devem honrar com suas obrigações pessoais de tributação, não podendo ser alcançados pela ocupação profissional que ocupam no serviço público. O Art. 150, inciso II, da CRFB/88, reconhece a isonomia como uma limitação ao poder de tributar. O referido artigo é expresso ao proibir “qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função por eles [contribuintes] exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”. Portanto, a concessão de benefício fiscal ou a exigência de tributos para um determinado grupo, em razão da função por ele exercida, viola o princípio de isonomia. C) É ilegítima a execução fiscal pois trata-se de situação particular do Prefeito da Cidade X, devendo ser solucionada através de mecanismos judiciais cabíveis aplicáveis a espécie, não podendo o Prefeito utilizar-se de seu cargo público para valer de interesses pessoais, sob pena de improbidade administrativa e violação aos princípios constitucionais da moralidade e impessoalidade; A alternativa quis confundir o candidato levando-o a pensar que o prefeito estaria infringindo o princípio da impessoalidade ao utilizar-se do seu cargo público para resolver um problema particular. No entanto, o que o candidato deveria pensar é que realmente o prefeito feriu o princípio constitucional da impessoalidade ao usar seu cargo de PREFEITO para resolver um processo judicial particular seu, porém, utilizou-se de medida totalmente ilegítima, ilegal e sem guarida, vez que os Entes Federados não podem exigir impostos uns dos outros, nos termos do art. 150, VI, alínea “a” da CF/88; D) É ilegítima a execução fiscal apresentada pela procuradoria municipal, vez que Art. 150, inciso VI, alínea “a”, da CRFB/88, reconhece a imunidade tributária recíproca entre os entes federativos. A garantia constitucional da imunidade recíproca impede a incidência de tributos sobre o patrimônio e a renda dos entes federados. Os valores investidos e a renda auferida pelo membro da federação é imune de impostos. A imunidade tributária recíproca é uma decorrência pronta e imediata do postulado da isonomia dos entes constitucionais, sustentado pela estrutura federativa do Estado brasileiro e pela autonomia dos Municípios. É ilegítima a execução fiscal apresentada pela procuradoria municipal, vez que Art. 150, inciso VI, alínea “a”, da CRFB/88, reconhece a imunidade tributária recíproca entre os entes federativos. A garantia constitucional da imunidade recíproca impede a incidência de tributos sobre o patrimônio e a renda dos entes federados. Os valores investidos e a renda auferida pelo membro da federação é imune de impostos. A imunidade tributária recíproca é uma decorrência pronta e imediata do postulado da isonomia dos entes constitucionais, sustentado pela estrutura federativa do Estado brasileiro e pela autonomia dos Municípios. Questão 27 SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 12 No dia 15 de Julho de 2017 o Estado Y editou lei concedendo isenção de custas judiciais a todos os servidores do Poder Judiciário. Assinale a alternativa correta: A) As custas judiciais estão sujeitas às limitações do poder de tributar; As custas judiciaissão taxas remuneratórias de serviço público específico e divisível e, como tais, estão sujeitas às limitações constitucionais ao poder de tributar (Art. 150 da CRFB/88: legalidade, isonomia, irretroatividade, anterioridade, etc.). B) As custas judiciais não estão sujeitas às limitações do poder de tributar; As custas judiciais são taxas remuneratórias de serviço público específico e divisível e, como tais, estão sujeitas às limitações constitucionais ao poder de tributar (Art. 150 da CRFB/88: legalidade, isonomia, irretroatividade, anterioridade, etc.). C) É legítima a isenção de custas judiciais aos servidores do poder judiciário; O Art. 150, inciso II, da CRFB/88, reconhece a isonomia como uma limitação ao poder de tributar. O referido artigo é expresso ao proibir “qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função por eles [contribuintes] exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos”. Portanto, a concessão de benefício fiscal para um determinado grupo, em razão da função por ele exercida, viola o princípio de isonomia. D) É legítima a isenção de custas judiciais aos servidores do poder judiciário, contudo, estas custas estão sujeitas às limitações do poder de tributar; A primeira parte do enunciado está errada já que a isenção concedida a determinado grupo em razão da ocupação profissional que ocupa fere o princípio da isonomia (art. 150, II da CF/88). A segunda parte do enunciado está correta, já que as custas judiciais são taxas remuneratórias do serviço público e, como tais, estão sujeitas às limitações do poder de tributar. Questão 28 São formas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário: A) A decadência; A decadência consiste na perda do direito propriamente dito e não forma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário; B) A prescrição; A prescrição é a perda do direito de ação pelo decurso do tempo. Não é forma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Está disciplinada no artigo 174 do CTN; C) A moratória; A moratória está prevista nos artigos 152 a 155 do CTN e, consiste na prorrogação do prazo ou a outorga de novo prazo, se já findo o original, para o cumprimento da obrigação principal. D) A isenção; A isenção é forma de exclusão do crédito tributário, artigo 175 do CTN; Direito Administrativo Questão29 Após regular procedimento licitatório, a União contratou a empresa W para a duplicação de determinada rodovia federal. No contrato, ficou estabelecido que a obra deveria ser entregue no prazo de doze meses, contados da data de celebração do ajuste. Com base no fragmento, assinale a alternativa correta. A) A União poderá alterar unilateralmente o contrato quando conveniente a substituição da garantia de execução. Incorreta. Lei nº 8.666, Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: II - por acordo das partes: a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; B) A empresa W poderá suspender a execução da obra caso a União atrase os pagamentos por mais de sessenta dias. Incorreta. Lei nº 8.666/93: “Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: (…) XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;” C) No caso de atraso injustificado na entrega da obra, a União poderá, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato, aplicar sanção de multa à empresa W, situação em que estará exercendo o seu poder disciplinar. O Poder Disciplinar consiste em um sistema punitovo interno e por isso não se pode confundir com o sistema ounitivo exercido pela justiça penal muito menos com o exercício do Poder de Polícia. As pessoas que são atigindas por esse poder possuem uma sujeiçãoespecial, um vínculo com a Administração Pública. Assim sendo, os servidorese aqueles que possuem contrato com a administração são sujeitos da aplicação do Poder Disciplinar. D) O contrato poderá ser sustado pelo Tribunal de Contas da União caso, no prazo fixado pelo órgão de controle externo, a União não adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei. Incorreta. CRFB. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 13 IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; O TCU, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, possui competência, consoante o art. 71, IX, da CF, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação de contrato e, se for o caso, da licitação de que se originara. Questão 30 Pedro, servidor público estável de uma autarquia federal, é aprovado em concurso público para o cargo de analista da Receita Federal. Contudo, tendo assumido posse no último cargo, Pedro não foi aprovado no estágio probatório. Á luz da Lei 8.666/92, é correto afirmar que Pedro será: A) exonerado B) reconduzido C) demitido D) reintegrado Lei 8.112 de 1990. Art. 20. § 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29. Questão 31 Determinada pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, dedicada à promoção do desenvolvimento social e combate à pobreza, preenche todos os requisitos legais para receber a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Nesse caso, é correto afirmar que: A) a pessoa jurídica não é uma instituição religiosa. Correto. Lei 9.790 de 1999. Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei: III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; B) o requerimento da qualificação como OSCIP deverá ser formalizado perante o Ministério do Desenvolvimento Social. Incorreto. Lei 9.790 de 1999. Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei, deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído com cópias autenticadas dos seguintes documentos: C) a qualificação como OSCIP se dá por meio de um ato discricionário. Incorreto. Lei 9.790 de 1999. Art. 1o § 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei. D) a entidade privada se encontra em funcionamento regular há, no mínimo, dois anos. Incorreto. Lei 9.790 de 1999. Art. 1o Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei. Questão 32 Patrícia tomou conhecimento de que o terreno vizinho à sua residência seria desapropriado, pelo Município, para a construção de um Centro de Esporte e Lazer. Vislumbrando a extraordináriavalorização imobiliária que ocorreria com a construção do Centro na região, Patrícia fez planos de colocar o seu imóvel à venda alguns meses depois da entrega da obra. Contudo, com a publicação do decreto expropriatório, Patrícia é surpreendida com a notícia de que seu imóvel também será objeto de desapropriação, muito embora a construção do Centro ocorrerá somente no terreno vizinho. Nesse caso, à luz da legislação de regência, é correto afirmar que: A) O Município só poderá desapropriar o imóvel caso Patrícia concorde com o valor da indenização. B) A desapropriação do imóvel de Patrícia é ilegal, uma vez que o Município somente pode desapropriar a área destinada à construção do Centro de Esporte e Lazer. C) Em caso de extraordinária valorização a decorrer da realização do serviço, o Município pode desapropriar o imóvel de Patrícia para posterior venda a terceiros, desde que haja menção na declaração de utilidade pública de que tal imóvel destina-se à revenda. D) O imóvel de Patrícia apenas poderá ser objeto de desapropriação caso seja necessário para o desenvolvimento da obra do Centro de Esporte e Lazer, ocasião em que ocorrerá a desapropriação indireta, Conforme Decreto-Lei nº 3.365. Art. 4o A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensaveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda. Questão 33 A fim de explorar determinada atividade econômica de relevante interesse coletivo, o Estado de Goiás editou lei específica autorizando a criação de empresa pública, cujas despesas com pessoal serão pagas com recursos financeiros do ente controlador. Nesse caso, a empresa pública A) responderá de forma subjetiva pelos danos que seus agentes causarem a terceiros. SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 14 Correta. Segundo a Constituição Federal, artigo 37, § 6º : § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Segundo José Marcos: Para melhor compreensão, é necessária a divisão das pessoas jurídicas de direito privado em duas categorias: a) as pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviço público (têm responsabilidade objetiva em regra) b) as pessoas jurídicas de direito privado que não prestam serviço público (têm responsabilidade subjetiva). Ora, as empresas públicas (EP) e as sociedades de economia mista (SEM) que exploram atividade econômica, por não prestarem serviços públicos, têm responsabilidade subjetiva (item b do esquema anterior). Exemplifiquemos: a Caixa Econômica Federal (CEF) é uma EP e pessoa jurídica de direito privado. As empresas públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica respondem pelos danos que seus agentes causarem a terceiros conforme as mesmas regras aplicadas às demais pessoas jurídicas de direito privado que não prestam serviços públicos. B) fará jus à imunidade tributária reciproca. Incorreto. Por realizar atividade econômica a empresa não gozará de imunidade recíproca. STF. A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo. Precedente: RE 253.472, Rel. Min. Marco Aurélio, Redator para o acórdão Min. Joaquim Babosa, Pleno, DJe 1º.02.2011. A Corte já firmou o entendimento de que é possível a extensão da imunidade tributária recíproca às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, observados os seguintes parâmetros: a) a imunidade tributária recíproca se aplica apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado; b) atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política; e c) a desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do livre exercício de atividade profissional ou econômica lícita. Precedentes: RE nº 253.472/SP, Tribunal Pleno, Relator para o acórdão o Ministro Joaquim Barbosa, DJe de 1º/2/11 C) é dispensada da realização de concurso público para contratação de pessoal. Incorreta. CRFB. Art. 37. II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; D) não está sujeita ao teto remuneratório previsto na Constituição Federal. Incorreta. CRFB. Art. 37. XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. Questão 34 A Administração Pública, segundo a Constituição Federal de 1988, deve seguir os seguintes princípios: A) Legitimidade, pessoalidade, proporcionalidade, separação dos poderes. B) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência C) Externalidade, isenção, probidade, pessoalidade. D) Legalidade, moralidade, impessoalidade, proporcionalidade e eficiencia. Conforme CRFB. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Direito Ambiental Questão35 A União realizou unilateralmente zoneamento de locais de uso estritamente para indústrias petroquímicas, por portaria do Ministro do Meio Ambiente. Ocorre que as zonas demarcadas circunscreviam áreas de perímetro urbano do Município X. Percebendo os severos SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 15 impactos que as atividades das indústrias lá instaladas traziam na vida dos munícipes, o prefeito lhe procurou, na condição de advogado. Na situação, será possível demandar judicialmente A)compensação financeira da União em favor do Município, vez que tendo sido realizado o zoneamento industrial este não pode mais ser desfeito. Alternativa errada. Se o zoneamento foi feito por portaria, é perfeitamente possível que seja desfeito mediante a anulação judicial da portaria. B) a inversão da competência de licenciamento ambiental para o município, já que este sofrerá mormente os impactos ambientais, deve também ser o responsável por avaliar os projetos ambientais propostos pelas indústrias. Alternativa errada. Esdrúxula, não há que se falar em inversão de competências para zoneamento. Em se tratando de zoneamento industrial petroquímico, sempre será de competência da União. C) a anulação da portaria de zoneamento, pois embora a União seja o ente competente para tanto, foi feito em local que não dispõe de elevada capacidade de suporte de poluição, bem como não foram ouvidos o Estado e o Município. Alternativa certa. Além do ente competente, o zoneamento deve ser feito de acordo com os demais requisitos da lei, um destes requisitos é “situar-se em áreas que apresentem elevadas capacidade de assimilação de efluentes e proteção ambiental, respeitadas quaisquer restrições legais ao uso do solo” (Lei nº 6.803, art. 2º, § 1º, inciso I). O enunciado deixa claro que a área não tem grande potencial de suporte de poluição, de forma que a portaria é nula. D) que parte dos lucros das empresas petroquímicas lá instaladas sejam vertidos aos cofres municipais, como forma de compensação do impacto ambiental causado. Alternativa errada. A compensação por danos ambientais pode até acontecer, mas é uma medida administrativa e não judicial. Questão 36 Jonas é brasileiro, mas viveu por anos no Canadá. Lá, aprendeu a arte da caça de animais silvestres. Até então, era amador. Mas no regresso ao seu país de origem, pretende se profissionalizar. Buscando em você, na condição de advogado, orientação jurídica, Jonas narra que conhecera muitos caçadores profissionais quando em terras canadenses. No caso, como consultor de Jonas, é preciso informar que A) a concessão de licença para caça profissional no Brasil é ato discricionário, e mesmo preenchendo todos os requisitos sua solicitação pode vir a ser denegada. Alternativa errada. No Brasil não é permitido o exercício de caça profissional, de forma que não há a possibilidade jurídica de uma autoridade administrativa conceder uma licença para caça profissional. B) ao contrário de muitos outros países, o Brasil só admite a caça amadora de animais silvestres, nunca profissional. Alternativa certa. Nos termos do art. 2º da Lei nº 5.197/67, é vedada a caça profissional em território brasileiro. C) para a prática da caça profissional no Brasil é necessário que já tenha sido caçador profissional em outros países, tendo sido apenas amador, lhe será denegada. Alternativa errada. Sendo vedada a caça profissional no Brasil, não importa que o pretenso caçador profissional tenha exercido caça como profissão em outros país, sempre lhe será proibida em território nacional. D) uma vez cumpridos todos requisitos legais, a autoridade não tem margem de oportunidade e conveniência, devendo ser expedida a licença de caça profissional. Alternativa errada. Não há que se falar em ato vinculado para expedição de licença para caça profissional, vez que no Brasil é expressamente vedada pela lei exercer a caça enquanto profissão. Direito Civil Questão 37 Após ter adquirido seu primeiro apartamento, Maria recorreu às lojas de móveis a fim de comprar alguns objetos de mobília. Na Casa & Cia, uma das lojas visitadas, Maria ficou em dúvida se comprava duas cadeiras ou duas poltronas. Apesar disso, celebrou contrato de compra e venda com a pessoa jurídica, ficando acordado que a entrega dos móveis deveria ocorrer dentro do prazo de 15 dias. No contrato ficou estabelecido que poderiam ser entregues ou duas cadeiras ou duas poltronas, não havendo, contudo, qualquer previsão quanto a quem caberia a escolha. Considerando a narrativa acima, assinale a alternativa correta. A) Por se tratar de obrigação alternativa, a escolha cabe à Casa & Cia, sendo-lhe facultada a entrega de uma cadeira e uma poltrona. Alternativa incorreta. Muito embora se trate de obrigação alternativa, consoante determinação do artigo 252, §1º, do Código Civil, o devedor não pode obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. B) Se a entrega de duas cadeiras não for mais possível sem que haja culpa de Maria ou de Casa & Cia, extingue-se o contrato de compra e venda. Alternativa incorreta. Sem que haja causa imputável a nenhuma das partes, se uma das prestações se tornar impossível, a obrigação se concentra na prestação remanescente (CC, art. 253). Logo, Casa & Cia ainda fica obrigada a entregar duas poltronas. C) Como se trata de obrigação alternativa, caberá à Casa & Cia optar por duas cadeiras ou duas poltronas, uma vez que o contrato não atribuiu a escolha à Maria. Alternativa correta. Com normas pertencentes ao Capítulo IV do Código Civil, as obrigações alternativas se caracterizam por compreenderem dois ou mais objetos, extinguindo-se com a prestação de apenas um. Assim, nos termos do artigo 252, do CC, nessa espécie de obrigação, caso nada seja SIMULAJURIS - 1a FASE –EXAME DE ORDEM DA OAB 16 estipulado no contrato, a escolha cabe ao devedor. Desse modo, Casa & Cia poderá escolher entregar duas poltronas ou duas cadeiras. D) Trata-se de obrigação facultativa, cuja inadimplência por Casa & Cia, por sua exclusiva culpa, enseja à Maria o direito aos valores dos últimos móveis que se impossibilitaram de serem entregues mais perdas e danos. Alternativa incorreta. Não se trata de obrigação facultativa, uma vez que essa espécie obrigacional se caracteriza por ser devida uma única prestação, sendo facultado exclusivamente ao devedor se exonerar mediante cumprimento de prestação diversa e predeterminada. Ademais, referem-se à obrigação alternativa os direitos de Maria decorrentes da inadimplência de Casa & Cia, por culpa exclusiva, mencionados na assertiva, cuja previsão se encontra no artigo 255, do Código Civil. Questão 38 A fim de comemorar o aniversário de 30 anos de atividade, LK Empreendimentos decidiu realizar uma grande festa no dia 24 de junho. Planejando tornar a festa memorável, a empresa contratou Janaína, uma famosa cantora de música sertaneja. No contrato, LK empreendimentos se obrigou ao pagamento de R$ 50.000,00, com multa de igual valor no caso de não comparecimento da profissional. Ficou acordado, ainda, que a cantora deveria se apresentar durante duas horas, devendo chegar ao local no máximo às 21hs30min, uma vez que a festa perduraria somente até a meia-noite. A presença da cantora no evento chegou ao conhecimento de todos os convidados, causando, evidentemente, grande expectativa. Chegado o grande dia, todos, eufóricos, aguardavam a chegada da cantora. Contudo, Janaína chegou ao local do evento somente às 02hs35min do dia 25 de junho, deparando-se apenas com os prestadores de serviço que faziam a limpeza do local e recolhiam a estrutura utilizada na festa. Considerando que no contrato há cláusula eximindo a responsabilização nas hipóteses de caso fortuito e motivo de força maior, é correto afirmar que: A) Janaína adimpliu com sua obrigação de comparecer ao local do evento, razão pela qual não deve nada a título de multa. Alternativa incorreta. Consoante se extrai da narrativa, Janaína se obrigou a comparecer à festa no máximo às 21hs30min do dia 24 de junho. Desse modo, comparecendo somente às 02hs35min do dia seguinte, Janaina incorreu no descumprimento absoluto da obrigação, devendo, portanto, efetuar o pagamento da multa. B) A cláusula penal é abusiva,
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