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O REGIME ADUANEIRO DE DRAWBACK COMO INSTRUMENTO

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
FACULDADE INTEGRADA AVM 
 
 
 
 
 
O REGIME ADUANEIRO DE DRAWBACK COMO INSTRUMENTO 
DE COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO 
COMÉRCIO INTERNACIONAL 
 
 
 
Por: Uilber Peixoto Pereira 
 
 
 
Orientador 
Prof. Sérgio Majerowicz 
Rio de Janeiro 
2011 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
FACULDADE INTEGRADA AVM 
 
 
 
 
 
O REGIME ADUANEIRO DE DRAWBACK COMO INSTRUMENTO 
DE COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO 
COMÉRCIO INTERNACIONAL 
 
 
 
 
 
Apresentação de monografia à Universidade 
Candido Mendes como requisito parcial para 
obtenção do grau de especialista em Gestão 
Empresarial. 
 Por: . Uilber Peixoto Pereira 
 
 
3 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
....aos professores que sempre me 
incentivaram, aos colegas de turma e a 
todos que direta ou indiretamente 
colaboraram para a conclusão deste 
trabalho... 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
...dedico este trabalho especialmente a 
Deus e a minha esposa e minha filha que 
tanto me apoiaram... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho procura mostrar como o regime aduaneiro de 
Drawback pode ser utilizado para à redução de custos logísticos, desonerando 
os impostos e taxas que incidem sobre os insumos importados, e assim 
proporcionar às empresas brasileiras uma maior competitividade nas 
exportações, com a redução do custo final de seus produtos. 
Este Regime traz vantagens que ratificam a relevância de seu papel nas 
ações dirigidas ao crescimento do Brasil Exportador. São elas: proteção ao 
emprego, a alavancagem da competitividade das empresas nacionais pelo 
corte de custos, evitando assim que empresas estrangeiras se instalem no país 
e tirem o mercado das empresas locais. Tem-se como consequência o 
aumento das exportações e a entrada de mais dinheiro no país, quando 
nacionalizamos os insumos. 
O Drawback beneficia todos os setores da economia, desde o 
manufatureiro e industrial ao agropecuário e ao cultivo de produtos agrícolas, 
desde que sejam destinados à exportação. Atualmente, após perceber o 
aumento na utilização do Regime o governo desenvolveu o Drawback 
Eletrônico, que faz o controle por meio de um sistema informatizado e com a 
atuação do DECEX, onde defere Atos Concessórios que os fabricantes 
solicitam. O controle e fiscalização diária deste Regime foi possibilitado, bem 
como a comprovação e efetivação das exportações efetuadas. 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
METODOLOGIA 
 
O método utilizado para o desenvolvimento deste trabalho foram a 
pesquisa em livros, leitura de paginas na internet e especialmente estudo de 
caso. A medida que as informações eram enriquecidas o trabalho tomava mais 
e mais forma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8 
1. O CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL E A PARTICIPAÇÃO DO 
BRASIL NO COMÉRCIO EXTERIOR...............................................................10 
1.1. A importância do Comércio Internacional para a empresa ............ 10 
1.2. Vantagem Competitiva na economia global ................................... 12 
1.3. Inserção das empresas brasileiras no comércio 
internacional.....................................................................................................16. 
2. O DRAWBACK PROPORCIONANDO VANTAGEM COMPETITIVA PARA 
AS EMPRESAS BRASILEIRAS ....................................................................... 19 
2.1 Importação sob o regime aduaneiro especial de drawback ........... 19 
2.2 A empresa identificando a necessidade do drawback ................... 21 
3. REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK ............................... 22 
3.1. Regimes aduaneiros especiais ...................................................... 22 
3.2. Regime Aduaneiro Especial de Drawback ..................................... 25 
3.3. Modalidades de Drawback ............................................................. 29 
3.4. Produtos ......................................................................................... 34 
3.5. Impedimento para a concessão ..................................................... 35 
3.6. Pedido de Drawback ...................................................................... 35 
3.7. Drawback Eletrônico ...................................................................... 37 
 CONCLUSÃO ........................................................................................... 40 
 ANEXOS ................................................................................................... 42 
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 43 
 ÍNDICE ...................................................................................................... 45 
8 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
As tomadas de decisão são a principal função do gestor e são cada vez 
mais importantes. A redução da carga tributária é um ponto muito importante e 
relevante e exige do profissional atenção, atualização, competência, entre 
outros atributos. 
Este trabalho tem o objetivo de demonstrar que o bom planejamento, 
inclusive o tributário, traz inúmeros benefícios para a organização, tornando-a 
cada vez mais competitiva no mercado global. Através de uma análise de 
como os benefícios de drawback podem trazer competitividade para as 
empresas brasileiras no comércio exterior; mostrando como a implementação 
deste mecanismo nas importações vem a influenciar positivamente no preço 
final de seus produtos, proporcionando para as empresas uma vantagem 
competitiva. 
O comércio exterior é de grande importância para as nações, sendo 
incentivado cada vez mais pelos governos. Estes incentivos buscam possibilitar 
as empresas à redução de seus custos de produção, influenciando diretamente 
no custo final do produto a ser exportado, tornando-o mais competitivo. O 
aumento da competitividade busca criar condições para que às empresas 
tenham o acesso a mercados novos. Porém no caso do Brasil, para atingir este 
objetivo é necessário abolir as dificuldades enfrentadas pelas empresas 
exportadoras que se deparam, ao exportar, com o alto “custo Brasil”, dentre 
outros custos que oneram a produção, inibindo e mesmo impossibilitando a 
pequena e média empresa de se inserirem no mercado internacional, e por 
vezes, ao afetar a produção em escala, comprometendo a competitividade 
dessas empresas também no mercado nacional. 
A partir do momento em que as empresas brasileiras sejam 
beneficiadas por uma redução de seus custos de importação, será possível 
uma oportunidade maior de ampliação da produção dos bens exportáveis, 
assim como a aquisição de equipamentos e tecnologias, possibilitando as 
empresas domésticas a se inserirem em um patamar competitivo no contexto 
9 
 
 
 
 
internacional e, em muitos setores, com relevantes ganhos para o consumidor 
brasileiro. 
Entre os vários benefícios fiscais e financeiros concedidos aos 
exportadores pelo governo brasileiro, o drawback ganha destaque, devido à 
desoneração dos impostos e taxas que incidem sobreos insumos importados, 
que tornam o custo de produção dos produtos a serem exportados muito 
elevados. 
Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica que têm por objetivo mostrar 
de que maneira as empresas brasileiras podem se tornar mais competitivas se 
fizerem uso de instrumentos como o drawback. 
O objetivo do drawback é promover o incremento das exportações, pois 
permite que as empresas, ao importarem mercadorias destinadas à fabricação, 
beneficiamento ou acondicionamento, ou a complementação, possam se valer 
da suspensão ou isenção dos impostos de importação; com isso, o custo do 
produto final diminuirá, aumentando assim a possibilidade de colocação do 
produto nacional no mercado externo, o que, evidentemente, provoca 
desenvolvimento de determinados setores produtivos, um aumento do número 
de empregos, gerando um aquecimento econômico que, conseqüentemente, 
acarretará um saldo positivo na balança comercial brasileira. Além de 
proporcionar benefícios para as empresas, o drawback também é importante 
para o governo, devido à entrada de divisas que podem ser convertidas em 
investimentos na melhoria da infra-estrutura do país, e também para os 
consumidores, uma vez que os produtos apresentam preços mais acessíveis e 
com boa qualidade, o que é essencial para o necessário posicionamento dos 
produtos nacionais no mercado internacional. 
O capítulo I irá abordar as principais características do cenário 
econômico e a participação do Brasil no comércio exterior. O capítulo II 
explicará como as empresas identificam a necessidade de instrumento como o 
drawback. Sendo abordado no capítulo III os regimes aduaneiros especiais, 
mas mantendo seu foco para o regime de drawback, suas modalidades e 
benefícios. 
10 
 
 
 
 
CAPÍTULO I 
 
CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL E A 
PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO COMÉRCIO EXTERIOR 
 
 
 
1.1 A IMPORTÂNCIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL PARA A EMPRESA 
 
 
 
A crescente abertura econômica do mundo moderno vem ressaltando, 
ainda mais, a importância do comércio internacional. A livre circulação de bens 
e serviços proporciona ganhos mútuos, ou seja, seja para compradores, seja 
para países. O que quer que seja que restrinja ou distorça a circulação de 
mercadorias, atinge diretamente os benefícios oriundos do comércio 
internacional. 
Segundo Saumíneo, torna-se imperativo um esforço comum, entre os 
parceiros comerciais, na busca da remoção dos entraves comerciais e na 
elaboração de legislações e procedimentos comerciais transparentes. 
Para atingir esse objetivo, o economista destaca: 
Faz-se necessário, inicialmente, o conhecimento e a identificação 
sistemática e atualizada das barreiras existentes. A exemplo do que já 
vem sendo feito por alguns dos principais participantes do comércio 
mundial, que elaboram levantamentos que visam identificar as barreiras 
impostas às exportações. Este tipo de estudo mostra-se relevante não só 
para melhor informar os exportadores, mas também como subsídio às 
negociações internacionais que visem à eliminação dos obstáculos ao 
livre comércio. 
Por isso, imagino que precisamos de estudos atualizados e profundos 
capazes de identificar as barreiras às exportações brasileiras de bens e 
serviços que entravam, potencial ou efetivamente, o comércio com os 
nossos principais parceiros internacionais, sem esquecer é claro, como 
11 
 
 
 
 
está a nossa situação com os países membros do Mercosul, destacando-
se a Argentina. (2009) 
 
A Organização Mundial do Comércio - OMC, tem estabelecidas algumas 
regras que definem o que é uma barreira comercial, pressupondo-se se existe 
prática ilegal, o que entende-se como violação às regras acordadas em esfera 
supranacional. 
Existem três grupos comuns de entraves no que diz respeito às barreiras 
relacionadas ao comercio de bens: Barreiras Tarifárias (tarifas no processo de 
importação, valoração aduaneira, entre outras); Barreiras Não-Tarifárias 
(medidas antidumping e compensatórias , restrições quantitativas, , 
procedimentos alfandegários, licenciamento de importações); e Barreiras 
Técnicas (normas e/ou regulamentos técnicos, regulamentos sanitários, 
fitossanitários e de saúde animal). 
Vale salientar que os regulamentos e normas técnicas não compõem 
barreiras comerciais. As barreiras técnicas podem ou não surgir devido à falta 
de clareza dos regulamentos e normas ou à exigência de procedimentos 
demorados ou dispendiosos para verificação de conformidade ou, ainda, em 
consequência de regulamentos muito rigorosos, de discriminação com relação 
ao item importado ou de inspeções caracterizadas pelo arbítrio ou excesso de 
zelo (NASCIMENTO, 2005). 
O desafio de participar crescentemente do mercado internacional via 
exportações assume dimensão e complexidade enormes quando se trata das 
pequenas e médias empresas, em que são típicas as dificuldades de 
mobilização de recursos financeiros, o baixo nível tecnológico, a carência de 
canais de acesso aos mercados internacionais, etc. Todos esses fatores 
confluem para um baixo poder competitivo, que está intimamente associado à 
pequena dimensão e à falta de articulação dessas empresas entre si, ou com 
empresas de maior dimensão. Valeria a pena enfatizar que as transformações 
requeridas pelas empresas de pequeno porte, para desempenharem um papel 
mais importante nas exportações, têm a ver, na maioria das vezes, com sua 
baixa eficiência produtiva, que somente pode ser compensada mediante a 
12 
 
 
 
 
superação de seu isolamento recíproco ou em relação às grandes empresas 
(NASCIMENTO, 2005). 
Dado o exposto, chegou-se ao seguinte problema sobre o qual esta 
monografia também possa auxiliar na solução: Dadas as características do 
mercado internacional e as dificuldades do empresário brasileiro em ingressar 
no comércio externo, quais os principais elementos a serem considerados e 
quais as linhas de ação que podem ser sugeridas para ajudá-lo a buscar o 
sucesso na inserção dos seus produtos na economia internacional. 
 
 
 
1.2 VANTAGEM COMPETITIVA NA ECONOMIA GLOBAL 
 
 
As indústrias, como todos os setores, precisam de um bom ambiente para 
poder crescer. Em nosso país, os juros muito altos, bem como a enorme carga 
tributária, o cambio valorizado e a falta de investimentos configuram um quadro 
macroeconômico absolutamente hostil e na contramão das experiências bem 
sucedidas de desenvolvimento. É muito arriscado crer que é possível tentar 
sobreviver sob tais condições. É como ignorar um crescimento saudável no 
futuro. 
É muito importante que seja criado um ambiente que aumente a 
competitividade dos produtos internos em relação aos nossos principais 
concorrentes nos mercados, sejam internos ou externos. Por isso existe o 
empenho dos entes governamentais, pois os mesmos vislumbram alavancar as 
exportações brasileiras, priorizando à desoneração tributária das exportações, 
aumentando o crédito para exportação, e também facilitar o acesso ao crédito 
e à simplificação dos procedimentos aduaneiros para que as empresas 
passem a considerar a exportação como uma alternativa estratégica nos seus 
negócios. Dessa forma, o país será cada vez mais capaz de competir, em 
condições vantajosas, no mercado internacional. 
13 
 
 
 
 
A burocracia excessiva entrava o despacho aduaneiro e impõe custos 
extras de armazenagem e atrasos na entrega das mercadorias. Os custos 
portuários permanecem elevados e bem acima da média praticada no mercado 
internacional. Mesmo considerando os instrumentos criados para desonerar as 
exportações, a incidência de tributos permanece como um grave obstáculo. A 
prioridade dada às questõesfiscais na reforma tributária vem gerando impacto 
na gestão das políticas de exportação e de importação, contribuindo para 
manter o viés antiexportador que caracteriza a economia brasileira (Neto , 
2004)2. 
O comércio exterior brasileiro tem sido o grande responsável por 
importantes conquistas em termos de ajustes do balanço de pagamentos, 
porém as exportações brasileiras tem de continuar crescendo a taxas elevadas 
nos próximos anos, de forma que assegure a manutenção de superávits na 
balança comercial, atendendo ao aumento das importações. 
Para tanto, são necessárias ações que conduzam a mudanças estruturais 
que levem à alteração do quadro de concentrações que caracteriza as 
exportações brasileiras - mercados de destino, pauta de exportação em 
produtos do grupo commodities e valor exportado em um pequeno número de 
empresas -, mesma situação observada há três décadas. Mantêm-se hoje 
problemas que foram enfrentados pelos exportadores pioneiros, 
constrangimentos de várias origens que representam barreiras internas e 
podem desestruturar uma classe de empresários que luta e crê neste país. 
Tais fatores, além de todos os demais dificultadores, atrapalham o 
desenvolvimento do comércio exterior brasileiro, não só por prejudicarem as 
atividades dos grandes e tradicionais exportadores, mas por impedirem que se 
agreguem novas empresas ao esforço de exportação, sobretudo de pequenos 
e médios empresários, o que permitiria o crescimento das exportações, a 
geração de novos empregos e a inclusão de novos produtos na pauta de 
exportação. É fundamental que, além dos esforços já iniciados pelo governo, 
as empresas exportadoras consigam visualizar onde efetivamente estão e em 
que condições poderão competir nesse mercado, tanto em termos de 
 
2 Armando Monteiro Neto, Presidente da Confederação Nacional da indústria (CNI). 
14 
 
 
 
 
competitividade efetiva para exportar quanto em capacidade organizacional e 
administrativa no sentido de não perderem os que já conquistaram e conseguir 
elevar sua produtividade individual aos mesmos patamares do crescimento das 
exportações brasileiras. 
O comércio internacional tem caminhado de um lado para a liberação 
dos fluxos comerciais de bens e serviços e de outro, para a formação de zonas 
integradas de comércio, denominadas blocos econômicos, os quais podem 
apresentar formatos diferentes conforme acordos político-econômicos dos 
integrantes. Há uma necessidade do empresário da pequena empresa ter 
conhecimentos em como está o país no processo globalizado, e como o Brasil 
se estruturou para formar uma política externa consistente. 
Os produtos brasileiros podem estar competitivos tanto pelo ponto de 
vista do mercado interno quanto do externo. Esta competitividade deve ser 
analisada sob os aspectos abaixo: 
§ Empresarial ou Microeconômica – pontos de condição como 
produtividade, marketing, inovação e qualidade - a capacidade 
produtiva e sua relação com custos e preços (produtividade), a 
capacidade para inovação e sua relação com qualidade e 
diferenciação de produtos, a qualidade dos recursos humanos, a 
capacidade de comercio e a gestão das empresas. 
§ Estrutural ou Setorial - pontos de condição como mercado e à 
tecnologia (acesso), à configuração da indústria e sua relação com 
escala de produção e à dinâmica específica da concorrência. 
§ Sistêmica ou Macroeconômica - pontos de condição como 
macroeconômicos, internacionais (mercado internacional), avanço 
do conhecimento, infra-estruturais, fiscais, financeiros e político-
institucionais, que mais diretamente influenciariam o desempenho 
geral ou específico da cadeia em algumas das variáveis 
econômicas analisadas: na mão-de-obra contratada, no comércio 
exterior, nos custos da estrutura produtiva ou nos obstáculos que 
essa mesma dimensão impõe à superação dos problemas 
15 
 
 
 
 
competitivos identificados no plano micro (empresarial) e setorial 
(estrutural). 
 
Para se ampliar a interpretação da competitividade, é necessário 
combinar, dentro de uma construção lógica e consistente, esses 
condicionantes de domínio das empresas aos condicionantes da 
competitividade nos planos setorial e sistêmico, uma vez que os 
condicionantes de domínio das empresas, como custo e preço, encontram 
elementos esclarecedores nas três dimensões da competitividade, compondo, 
por exemplo, o custo empresarial, custo estrutural e sistêmico. 
A vantagem competitiva é um fator crucial do desempenho de uma 
empresa em mercados globais e competitivos. Embora a atratividade da 
indústria seja em parte reflexo de fatores sobre os quais uma empresa tem 
pouca influência, a estratégia competitiva tem poder considerável para tornar 
uma indústria mais ou menos lucrativa. Conhecer os fundamentos de toda 
estratégia competitiva é uma etapa prévia à formulação da estratégia 
internacional (MAIA, 2001). 
Toda empresa deve tomar a seguinte decisão estratégica: qual o tipo de 
vantagem competitiva que quer ter, se é em custos ou se é em diferenciação. 
Junto com isso tem que se estruturar em três ambitos: 
• Produto e/ou serviço: Se quer ser generalista ou especialista, 
diversificada ou concentrada; 
• Empresarial: O que pretende em suas operações, qual o nivel de 
integração vertical; 
• Geográfico: Qual sua pretensão, ser uma empresa mundial, 
regional ou apenas local. 
Estes pontos aplicam-se a toda e qualquer empresa, pois são fatores 
cruciais quando a intenção é melhorar a competitividade nos mercados locais e 
também migrar para o mercado internacional. 
16 
 
 
 
 
 
1.3 INSERÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO COMÉRCIO 
INTERNACIONAL 
 
 
O novo contexto de industria e comercio requer que os governos se 
comportem de uma nova forma, com relação a política industrial e de comercio 
internacional, definindo novas estratégias para desenvolver vantagens para 
alavancar a competitividade das industrias nacionais. 
A normatização, a regulamentação e a crescente preferencialização do 
comércio mundial, estão induzindo decisões sobre investimentos, quanto à 
forma, composição e localização geográfica; estimulando a busca de 
vantagens competitivas, através da produção de escala; à incorporação de 
tecnologia e a saltos na produtividade, necessários à competitividade; 
promovendo a redução de custos e aumentando o mercado interno ( 
FONSECA, 2005). 
Segundo Benedicto Fonseca: 
Essa é a realidade que o governo precisa entender, visando a realizar os 
investimentos necessários, para que os agentes produtores e 
exportadores possam enfrentá-la e dominá-la, com capacidade 
competitiva e eficiência. Em síntese, superar as deficiências internas, 
compatibilizando-as com o objetivo de abertura plena da economia. 
 
Os quatro segmentos abaixo definem essas deficiências segundo 
Benedicto Fonseca: 
§ externo, que diz respeito a nossa reduzida participação nos setores 
mais dinâmicos, de maior valor agregado, no comércio mundial. 
Em realidade, a exportação brasileira permanece concentrada em 
termos de mercados, produtos e empresas; 
§ estrutural, decorrente da frágil e descontinuada política de 
investimentos, voltada para a maximização da oferta de bens e 
serviços e insuficiente avanço na incorporação de tecnologias; 
17 
 
 
 
 
§ institucional, que é um dos mais graves obstáculos à 
competitividade externa, e se define no excesso de legislação, 
normas e regulamentos, e na pesada burocracia decorrente; e 
§ formação de preços e competição, compreendendo políticas 
integradas de câmbio, tributário, financiamento, seguro de crédito e 
garantias, logísticade transporte e facilitação da ação externa para 
vendas DDP, entregando a mercadoria no território do importador. 
 
É preciso muito profissionalismo para inserir uma empresa no comércio 
internacional. O significativo aumento da competitividade internacional pelos 
mercados exigiu novos padrões de desempenho produtivo e tecnológico às 
empresas que querem um dado nível de competitividade global. 
A falta de conhecimento e informação sobre comércio exterior é o que 
vem a comprometer qualquer esforço para elaboração de planejamento 
visando o mercado externo. O desconhecimento sobre o perfil do público-alvo, 
os possíveis concorrentes, os preços praticados, as barreiras internas do país 
comprador, são uma das dificuldades encontradas pelos exportadores. Ter 
objetivos definidos é vital para o desenvolvimento de uma política de comércio 
exterior e a chave fundamental para o sucesso (MAIA, 2001). 
Ao abrir-se para o comércio internacional, a empresa aprimora seus 
processos administrativos e organizacionais. E, conseqüentemente, com a 
diversificação de mercados, conduzirá ao aperfeiçoamento da estratégia 
mercadológica, ao conhecimento de novas técnicas de produção e à utilização 
dos planos de marketing mais sofisticados. Todos esses fatores contribuem 
para a maior competitividade da empresa, tanto na plano internacional quanto 
dentro de seu próprio mercado. A preocupação constante com a adequação 
do produto ao mercado consumidor vai produzindo na empresa uma mudança 
de mentalidade que termina por propiciar um salto qualitativo, com reflexos 
positivos também sobre a sua atuação no mercado interno (Romero e Gomes, 
2002). 
 
 
18 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
 
O DRAWBACK PROPORCIONANDO VANTAGEM COMPETITIVA 
PARA AS EMPRESAS BRASILEIRAS 
 
 
 
Neste capítulo primeiramente serão abordadas as vantagens da importação 
sob o regime de drawback. E, em seguida, como as empresas identificam a 
necessidade de um instrumento que proporcione uma redução dos custos, 
assim como uma melhor e maior inserção de seus produtos no mercado 
externo, proporcionando uma saudável competição à nível internacional. 
 
2.1 IMPORTAÇÃO SOB O REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE 
DRAWBACK 
 
O Drawback é um veiculo de estímulo às exportações que permite, às 
empresas brasileiras, o melhoramento e a modernização de seus produtos; 
permite aos industrializadores e importadores, importar insumos (matérias-
primas, matérias secundárias, embalagens, partes e peças) destinados à 
fabricação, beneficiamento ou composição de um outro produto a exportar, ou 
que já foram exportados, sem impostos e taxas. 
O principal objetivo deste regime é promover o incremento das 
exportações, possibilitando maior colocação dos produtos nacionais no 
mercado mundial, o que, evidentemente, irá traduzir-se no desenvolvimento de 
determinados setores produtivos do país. 
Vale também mencionar que este regime tem como objetivo incentivar e 
tornar mais competitivo o produto exportado. 
Entre os incentivos fiscais de maior abrangência no seu acesso1, o 
drawback desponta como a “preferência nacional”, visto constituir um forte 
aliado para que as empresas possam competir em melhores condições no 
 
1 O Regime Aduaneiro Especial de Controle Informatizado, mais conhecido por Recof, 
traz mais vantagens a seus beneficiários, contudo, hoje é restrito a apenas alguns setores da 
economia, a empresas que tenham grande porte, além de haver bastante rigor para sua 
concessão. 
19 
 
 
 
 
mercado internacional, compreende suspensão ou isenção do recolhimento de 
taxas e impostos, incidentes sobre a importação de mercadorias utilizadas na 
industrialização, ou acondicionamento de produtos exportados ou a exportar 
(SARTORI e CLARISSA, 2000). 
Além dos incentivos na importação, na saída para o exterior do produto 
final, mantêm-se os incentivos fiscais e financeiros inerentes à exportação, 
como imunidade do IPI, imunidade do ICMS, isenção da Cofins, isenção do 
PIS/Pasep. Portanto do ponto de vista fiscal, sua utilização é sempre positiva, 
diante da possibilidade de importar mercadorias com desoneração de tributos, 
permitindo a exportação do produto final em condições de igualdade com os 
concorrentes internacionais, pois o custo da matéria prima seria similar ao 
vigente no mercado internacional (SARTORI e CLARISSA, 2000). 
Drawback gera muitos benefícios para os envolvidos no processo do 
empresariado ao Governo. Esta movimentação aquece a economia interna, 
fortalece o nome brasileiro no mercado internacional e há uma maior 
movimentação de recursos e investimentos dentro das corporações, além da 
redução de custos de produção devido a isenção de impostos oriundos da 
importação. Todos esses itens ajudam no desenvolvimento e dão uma maior 
competitividade dos bens nacionais no mercado internacional, com enorme 
qualidade e preços acessíveis, consolidando nossa marca de maneira cada 
vez mais positiva em todo o mundo. 
 
O Drawback traz as seguintes vantagens: 
• Custos de produção reduzidos; 
• Melhor qualidade do seu produto; 
• Aperfeiçoamento das tecnologias; 
• Maior participação nos mercados; 
• Conquista de novas frentes de trabalho, através da exportação; 
Utilização mais eficiente da capacidade da produção; 
• Aproveitamento dos incentivos concedidos pelo governo, como 
financiamentos e amparo em todas as etapas do processo de produção 
e comercialização. 
20 
 
 
 
 
• Alguns tributos de importação - Imposto sobre Produtos Industrializados 
(IPI), e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de mercadorias 
e Prestação de serviços de Transportes Interestaduais e Intermunicipais 
e de Comunicação (ICMS) – na maioria das vezes podem ser 
recuperáveis, através de crédito fiscal por meio de compensação com o 
mesmo imposto devido nas saídas para mercado interno. A recuperação 
do valor de um tributo e o fato de deixar de ser devido é o que faz uma 
sensível diferença nos custos dos desembolsos financeiros das 
empresas. 
• A possibilidade de melhorar os resultados decorrentes das vendas ao 
exterior. Este resultado será mais acentuado quanto maior for o grau de 
participação dos insumos nos produtos que a empresa fabrica e exporta. 
• Desenvolvimento de condições mais competitivas para produtos 
exportados. Pois se a empresa em lugar de pagar, exemplo - 
US$300.000,00 pelo insumo necessário, onera-se em apenas 
US$100.000,00, esse fato irá permitir rebaixar o preço de venda ao 
exterior, possibilitando a oferta do produto em mercados onde, até 
determinado momento, não apresentava condições de preço. Este efeito 
no resultado final irá depender do grau de participação que o insumo 
representa no preço final do produto. 
Da análise do emprego do regime em diversos países, a OMA identificou os 
seguintes benefícios para as economias nacionais: 
• Geração de atividades na economia doméstica; 
• Proteção dos lucros sobre importação de mercadorias liberadas no 
território aduaneiro; 
• Oferecimento de opções quando outro regime aduaneiro especial, como 
admissão temporária, não se aplica. 
De acordo com as autoras, Ângela Sartori e Ana Clarissa Araújo, o processo 
drawback é considerado uma importante ferramenta de incentivo à exportação 
e um dos principais regimes aduaneiros especiais de incentivo à exportação e 
que tem contribuído para o aquecimento da atividade econômica brasileira. “O 
Drawback é o maior aliado das exportações do Brasil", conclui as autoras. 
21 
 
 
 
 
Os beneficios do Regime afirmam seu papel relevante nas ações dirigidas 
ao crescimento do Brasil Exportador. Sãoelas: a alavancagem da 
competitividade das empresas nacionais devido ao corte de custos; proteção 
ao emprego; saldo positivo na balança de comercial, entrada de mais dinheiro 
no país devido as exportações e possibilidade de nacionalização de parte dos 
insumos. 
 
 
2.2 A EMPRESA IDENTIFICANDO A NECESSIDADE DO DRAWBACK 
 
 
Para avaliar o significado da importação sob o regime de drawback, é 
necessário conhecer, ainda que de forma superficial o processo de tributação a 
que estão sujeitas as mercadorias importadas pelo país, e o peso que os 
encargos representam no preço final desta mercadoria importada. 
Em condições normais, um insumo importado está sujeito ao Imposto de 
Importação (II) , Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto sobre 
Operações relativas à Circulação de mercadorias e Prestação de serviços de 
Transportes Interestaduais e Intermunicipais e de Comunicação (ICMS) , o 
Adicional ao frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), dentre 
outros. 
Entretanto, pode-se comprovar a elevação do preço da aquisição dos 
insumos, por força dos tributos que oneram a entrada de mercadoria 
estrangeira, portanto, esta forma de tributação influência forte e diretamente no 
preço final dos produtos, e com isso inibe o empresariado doméstico para às 
exportações pois estes vêem seus produtos perdendo competitividade perante 
seus similares em outros mercados. 
Diante da agressiva tributação que as empresas brasileiras se deparam, 
pode-se concluir imediatamente que o produto brasileiro para a exportação 
dependendo do grau de tributação dos insumos importados, o país deverá 
sofrer significativa redução em seu poder de competição nos mercados 
mundiais. 
22 
 
 
 
 
Devido a este cenário, as empresas necessitam estudar e analisar seus 
planos de importação a fim de identificar insumos que se destina a integrar 
mercadoria a ser exportada, pois os resultados de análise bem feita, poderão 
induzir o exportador a pensar seriamente e decidir por recorrer à importação 
sob o regime de drawback. 
Esta análise vem a ser, como por exemplo, um levantamento de dados dos 
insumos que estão presente em determinado produto, assim como a forma de 
tributação, preço unitário, quantidade requerida, país de origem, o percentual 
de participação do insumo no produto final, quantidade à exportar, dentre 
outros. 
Após análise dos planos e a obtenção de informações à respeito dos 
benefícios que o drawback proporciona, a empresa ao se deparar com um 
produto vinculado a uma exportação e outro estando enquadrado nas 
condições de drawback, é evidente que o empresário optará imediatamente 
pelo drawback, obtendo-se assim vantagens imediatas e condições mais 
cômodas para exportar seu produto. 
Ainda na visão de Leone Soares (1986), além da desoneração de tributos 
que por si só seria suficiente para justificar o recurso do drawback, os produtos 
importados sob esse regime ainda se beneficiam de outras formas de 
tratamento. Formas estas que consistem nas importações cursadas ao amparo 
do regime as quais não estão sujeitas ao exame de similaridade e a 
obrigatoriedade de transporte em navio de bandeira brasileira. Estas formas 
não necessariamente tributárias, precisam ser consideradas porque concorrem 
para simplificar e agilizar as operações de importações. 
Levando-se em consideração todos esses efeitos e mais os de ordem 
econômica e financeira, comum às empresas, os recursos à importação sob 
drawback deve constituir permanentemente desafios às empresas que 
exportam ou que pretendem exportar. 
Regimes Aduaneiros Especiais, como Drawback, foram os programas 
governamentais responsáveis pelo aumento no volume de exportações 
registrados a partir de 2002, oferecendo uma variedade de vantagens às 
empresas inseridas no mercado internacional. 
23 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO III 
 
 
 
REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK 
 
 
 
Este capítulo irá abordar o que vêm a ser, e quais são os Regimes 
Aduaneiros Especiais, sendo o assunto principal desta monografia e foco deste 
capítulo o Regime Aduaneiro especial de drawback, suas modalidades e 
benefícios e de que forma este instrumento proporciona às empresas maior 
capacidade competitiva. A base de informação para este capítulo na maior 
parte foi o Regulamento Aduaneiro2, este que consolida as legislações 
vigentes e faz todos os ajustes necessários para a utilização dos serviços de 
aduana adaptados à estrutura então operante. 
 
 
 
3.1 REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS 
 
 
No regime comum de importação e de exportação de mercadorias ocorre, 
via de regra, o pagamento de tributos. Entretanto, devido à dinâmica do 
comércio exterior, o governo criou mecanismos que permitem a entrada ou a 
saída de mercadorias do território aduaneiro3 com suspensão ou isenção de 
tributos. Esses mecanismos são denominados Regimes Aduaneiros Especiais. 
 
2 Regulamento Aduaneiro 31ºed. Decreto nº91.030 de 05 de março de 1985. 
3 Território aduaneiro: compreende o território nacional, ou seja, águas territoriais, o espaço aéreo 
e a parte terrestre. 
24 
 
 
 
 
Abaixo relaciona-se como exemplo de regimes aduaneiros especiais, e logo 
após, seguem os exemplos de regimes aplicados em áreas especiais: 
• Admissão Temporária 
• Depósito Alfandegado Certificado - DAC 
• Depósito Aduaneiro de Distribuição - DAD 
• Depósito Afiançado - DAF 
• Depósito Especial - DE 
• Drawback 
• Depósito Franco 
• Entreposto Aduaneiro 
• Regime aduaneiro especial de importação de insumos destinados a 
industrialização por encomenda de produtos classificados nas posições 
8701 a 8705 da Nomenclatura Comum do Mercosul - RECOM 
• Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle 
Informatizado - RECOF 
• Regime aduaneiro especial de exportação e de importação de bens 
destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo 
e de gás natural - REPETRO 
• Regime aduaneiro especial de importação de petróleo bruto e seus 
derivados - REPEX 
• Exportação Temporária 
• Loja Franca 
• Trânsito Aduaneiro 
 Abaixo são exemplos de regimes aduaneiros especiais aplicados em áreas 
especiais, estes foram criados com o propósito de atender a determinadas 
situações econômicas peculiares de pólos regionais: 
• Áreas de Livre Comércio - ALC 
• Zona Franca de Manaus - ZFM 
• Entreposto Internacional da ZFM - EIZOF 
• Zona de Processamento de Exportação – ZPE 
 
25 
 
 
 
 
 
3.2 REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK 
 
 
Mas o que significa drawback ? Baseado em Leoni Soares de Rezende4, o 
drawback é uma palavra inglesa de uso internacional e seu significado 
genérico é reembolso de direitos alfandegários, representando, em 
conseqüência, benefício fiscal. 
O benefício de drawback vem a ser o retorno, no todo ou em parte, dos 
impostos e taxas cobrados sobre a entrada de produtos estrangeiros no país, 
que sejam objeto de beneficiamento e exportação, ou sobre a importação de 
matéria-prima ou produtos semi manufaturados nacionais a serem exportados. 
O drawback é um grande aliado para a política econômica, pois pode 
aumentar a competitividade aos produtos brasileiros no mercado internacional, 
estimular as exportações, além de contribuir para o crescimento econômico e o 
cumprimento de compromissos relacionados à dívida externa do país. 
O regime aduaneiro especial de drawback é um incentivo à exportação que 
permite ao fabricante ou produtor importar insumos desonerados de impostos 
utilizadas na industrialização, ou acondicionamento de produtos exportadosou 
a exportar. 
A operação que modifica a natureza, o funcionamento, o acabamento, a 
apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo é 
chamada de industrialização e se apresenta nas seguintes formas de 
classificação: 
• Transformação: exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário e 
que resulte na obtenção de espécie nova; 
• Beneficiamento: importa em modificar, aperfeiçoar ou alterar o 
funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto; 
 
4 SOARES, Leoni de Rezende. Exportação e “Drawback”. 2º ed. , São Paulo: Aduaneiras, 
1986 
26 
 
 
 
 
• Montagem: consiste na reunião de produtos, peças ou partes que resulte 
em um novo produto ou unidades autônoma, ainda que sob a mesma 
classificação fiscal; 
• Acondicionamento ou Reacondicionamento: importa em alterar a 
apresentação do produto, através da colocação de embalagem, quando 
propicia agregação de valor ao produto final; 
• Renovação ou Recondicionamento: é exercida sobre produto usado ou 
parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado. 
 O objetivo do drawback consiste em proporcionar uma redução nos 
custos dos produtos vendidos ao exterior, para que possam competir com seus 
similares de outros países, pois a importação livre de tributos e taxas influirá na 
redução do custo final dos produtos. 
Este benefício poderá ser concedido a empresas industriais ou 
empresas comerciais habilitadas a operar em comércio exterior. 
A legislação brasileira prevê a suspensão, isenção e restituição como 
modalidades de aplicação do drawback, havendo no entanto, dentro dessas 
modalidades, algumas operações especiais. 
Ficando a concessão dos benefícios previstos a suspensão, e isenção 
sob atribuição da Secex - Secretaria de Comércio Exterior, e restituição 
(praticamente não é mais utilizado; o instrumento de incentivo à exportação em 
exame compreende, basicamente, as modalidades de isenção e suspensão) 
cabendo a SRF- Secretaria da Receita Federal. 
A base legal deste incentivo está contida no Regulamento Aduaneiro, 
porém, a Portaria nº14, de 17/11/2004 (com as alterações promovidas até a 
portaria Secex nº 23/2006),da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), intitula 
o Regulamento Aduaneiro de Regime Aduaneiro Especial de drawback. A 
citada portaria atribui ao Departamento de Operações de Comércio Exterior - 
Decex, a autonomia para a concessão, acompanhamento e verificação do 
cumprimento do compromisso de exportar. 
O regime compreende a Suspensão ou Isenção de: 
• Impostos de Importação (II); 
• Imposto sobre produto Industrializados (IPI); 
27 
 
 
 
 
• Imposto sobre operações relativas à Circulação de mercadorias e sobre 
prestação de serviços e de transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação (ICMS), este na forma definida pelos Estados e Distrito 
Federal; 
• Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM); 
• Outras taxas que não correspondam à efetiva contraprestação de 
serviços realizados; 
• As importações cursadas ao amparo do regime não estão sujeitas ao 
exame de similaridade e a obrigatoriedade de transporte em navio de 
bandeira brasileira. 
A seguir, de acordo com o livro “Drawback - Legislação Básica”5, serão 
demonstradas as modalidades e os casos especiais de drawback. 
 
 
 
3.3 Modalidades de Drawback 
 
 
A modalidade suspensão é a mais utilizada. Contempla a suspensão dos 
tributos incidentes na importação de insumos a serem utilizados na fabricação 
do produto a ser exportado. O pedido de drawback deve ser feito antes da 
exportação se realizar e o não- recolhimento dos tributos se efetivará com a 
comprovação da exportação realizada. 
A empresa interessada em operar no regime deve solicitar a emissão do 
Ato Concessório de drawback em módulo específico no Sistema Integrado de 
Comércio Exterior - SISCOMEX6. O prazo máximo para a permanência da 
mercadoria importada para a industrialização no país, com suspensão de 
tributos, será de 2 (dois) anos, exceto nos casos de importação de 
 
5 Drawback - Legislação Básica. 4º ed. Rio de Janeiro: Aduaneiras, 2002 
6 Sixcomex - Sist. Integrado de Comércio Exterior, instituído pelo Decreto nº660, de 
25/09/92, como um instrumento de controle informatizado de sistemática administrativa de 
acompanhamento e controle das diferentes etapas do comércio exterior brasileiro. 
28 
 
 
 
 
mercadorias destinadas à bens de capital de longo ciclo de produção, quando 
o limite máximo será de 5 (cinco) anos. 
Relatório Unificado de drawback será utilizado para comprovação das 
exportações, identificando os documentos eletrônicos registrados no Siscomex, 
relativos às operações de importação e de exportação. 
Para o desembaraço aduaneiro dos insumos constantes no Ato 
Concessório, a empresa firmará, junto à Inspetoria da Receita Federal, Termo 
de Responsabilidade -TR, em razão da suspensão dos encargos incidentes 
sobre a importação que se concretiza, como: 
Imposto de Importação (II) , Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), 
além destes impostos, destacados no Termo de Responsabilidade - TR , o 
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de mercadorias e Prestação 
de serviços de Transportes Interestaduais e Intermunicipais e de Comunicação 
(ICMS) , e o Adicional ao frete para Renovação da Marinha Mercante 
(AFRMM), também deixam de onerar a importação. Além disso, existe também 
dispensa de exame de similaridade7 e do transporte internacional obrigatório 
em bandeira nacional. A concessão é feita pela Secex - Secretaria de 
Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio 
Exterior, mediante Ato Concessório. 
A empresa interessada em operar no regime deve solicitar a emissão do 
Ato Concessório de drawback em módulo específico no Sistema Integrado de 
Comércio Exterior - SISCOMEX. O prazo máximo para a permanência da 
mercadoria importada para a industrialização no país, com suspensão de 
tributos, será de 2 (dois) anos, exceto nos casos de importação de 
mercadorias destinadas à bens de capital de longo ciclo de produção, quando 
o limite máximo será de 5 (cinco) anos. 
 
 
7 Exame de similaridade- estão sujeitas ao exame as importações amparadas por 
benefícios fiscais (isenção ou redução do imposto de importação). Este exame será realizado 
pelo Decex, sendo assim, considerado similar ao estrangeiro o produto nacional em condições 
de substituir o importado. 
29 
 
 
 
 
Modalidade Isenção 
O regime de drawback modalidade Isenção será concedido pela Secretaria de 
Comércio Exterior - Secex. Essa concessão se efetivará com a emissão de Ato 
Concessório de drawback. A empresa recorre a esta modalidade quando já 
tenha comprovado a exportação de produtos nos quais a indústria utilizou 
partes, peças, componentes ou matérias-primas importadas com pagamento 
de tributos, mercadoria equivalente, para reposição daquelas importadas 
anteriormente. 
Para a reposição de mercadorias equivalentes será utilizada esta 
modalidade, com a mesma finalidade das originalmente importadas, 
adequadas à realidade tecnológica, porem o valor total dos produtos a importar 
deverá ser limitado às mercadorias a substituir. Este benefício deve ser 
solicitado após a realização de exportação. Nesta modalidade, a empresa não 
assumirá qualquer compromisso condicionado à futura exportação, visto que a 
mesma se realizou antecipadamente. 
A importação para reposição do estoque será feita com a isenção do 
recolhimento do Imposto de Importação(II), do Imposto sobre produtos 
Industrializados (IPI) e do Adicional ao frete para Renovação da Marinha 
Mercante (AFRMM), incidentes na importação, em quantidade e qualidade 
equivalentes destinadas à reposição de mercadoria anteriormente importada 
utilizada na industrialização do produto exportado. 
O limite máximo para a importação de insumos para reposição do 
estoque, com isenção de tributos, será de 2 (dois) anos da data da emissão, 
podendo ser solicitado prorrogação do prazo de validade de Ato Concessório 
de drawback, mas para isto ele deverá ser justificado e examinadas as 
peculiaridades de cada caso. 
Para a modalidade isenção - as empresas deverão utilizar o Relatório 
Unificado de drawback e identificar os documentos eletrônicos registrados no 
Siscomex, relativos às operações de importação e de exportação. Feita a 
reposição dos estoques, os insumos assim importados poderão ser utilizados 
livremente pela empresa e, no caso de nova exportação, o benefício poderá 
ser novamente pleiteado. 
30 
 
 
 
 
 
Modalidade Restituição 
Esta modalidade é de competência da Receita Federal. Assemelha-se à 
modalidade isenção, por ser requerida após a ocorrência da importação, da 
produção e da exportação. Porém, nesta modalidade a concessão do regime 
dar-se-á com a emissão de Certificado de Crédito Fiscal à importação. 
A empresa ao optar por esta alternativa, apesar de ter exportado produto 
no qual foram empregados insumos importados, não tem interesse em repor 
seus estoques através da isenção, razão pela qual decida-se pela restituição 
total ou parcial do Imposto de Importação (II) e do Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI). 
Atualmente o drawback de restituição quase não é mais utilizado. São 
somente as modalidades de isenção e suspensão. 
 
Operações especiais 
O regime de drawback brasileiro opera com três categorias ou 
modalidades básicas:8 suspensão, isenção e restituição. Além dessas três 
modalidades previstas no Decreto Lei nº 37/66, a consolidação das normas 
prevê a existência de operações especiais, que são chamadas de 
“submodalidades”, uma vez que poderão ser aplicadas apenas no âmbito das 
três modalidades existentes, devendo submeter-se às suas normas jurídicas 
subsidiariamente, ou seja, são espécies do gênero “modalidade”. 
Essas submodalidades não se encontram vinculadas a todas as 
modalidades de drawback concomitantemente, podendo ser espécies de 
apenas uma ou mais delas. São as seguintes. 
 
Drawback Interno 
O drawback interno, ou verde - amarelo, é um regime especial para 
compra, no mercado interno de matérias-primas, produtos intermediários e 
 
8 Na prática, a modalidade pode ser alterada até antes do despacho aduaneiro de 
importação. 
31 
 
 
 
 
materiais de embalagem, de fabricação nacional, com suspensão do IPI, 
quando destinados à industrialização de produtos para exportação. 
 
Drawback Genérico 
Sua utilização é exclusivamente na modalidade suspensão quando as 
empresas não possuem condições de definir quantidade e discriminação exata 
dos produtos a serem importados, devido a grande quantidade e diversificação 
dos mesmos. Caracteriza-se pela discriminação genérica da mercadoria a 
importar e o seu respectivo valor. 
Drawback Intermediário 
Aplicável nas modalidades suspensão e isenção. Caracteriza-se pela 
importação de mercadoria, por empresas denominadas fabricantes - 
intermediários, destinada a processo de industrialização de produto 
intermediário a ser fornecido a empresas industriais - exportadoras, para 
emprego na industrialização do produto final destinado à exportação. 
 
Drawback Solidário 
Concedido exclusivamente na modalidade suspensão, quando participam 
duas ou mais empresas industriais. Cada empresa ficará responsável pela 
industrialização de sua parcela nos produtos a exportar; vinculadas a um único 
contrato de exportação. 
 
Drawback para Embarcação 
Ocorre nas modalidades suspensão e/ou isenção. Caracteriza-se pela 
importação de mercadoria destinada a processo de industrialização de 
embarcação para fins de venda no mercado interno. 
 
Drawback Sem Cobertura Cambial 
Somente será concedido na modalidade suspensão. Caracteriza-se pela 
não cobertura cambial, parcial ou total, da importação. 
 
32 
 
 
 
 
Drawback para Fornecimento no Mercado Interno 
Somente será concedido na modalidade suspensão. Se dará pela 
importação de matéria-prima, produto intermediário e componente destinados 
a processo de industrialização, no País, de máquinas e equipamentos a serem 
fornecidos no mercado interno, em decorrência de licitação internacional. 
 
Drawback para Reposição de Matéria-Prima Nacional 
Somente será concedido na modalidade isenção. Se dará pela importação 
de mercadoria para reposição de matéria-prima nacional utilizada em processo 
de industrialização de produto exportado, visando beneficiar a indústria 
exportadora ou o fornecedor nacional e para atender a situações conjunturais 
de mercado. 
 
 
3.4 Produtos 
 
I - Mercadorias, matérias - primas, produto semi-acabado, utilizados na 
industrialização de produtos; 
II - Peças, partes, utensílios, dispositivos, aparelhos e máquinas, quando 
complementares de aparelhos, máquinas, veículos ou equipamentos; 
III - Mercadorias utilizadas na embalagem acondicionamento ou apresentação 
de produto industrializado, se propiciar uma agregação de valor ao produto 
final; 
IV - Animais destinados ao abate e posterior exportação; 
V - Matérias-primas e outros produtos que, embora não integrando o produto a 
exportar ou já exportado, a exemplo daqueles empregados em alvejamento, 
purificação ou operações semelhantes, sejam consumidos no processamento 
industrial; 
VI - Matérias-primas, produtos intermediários e componentes destinados à 
industrialização no País, de máquinas e equipamentos a serem fornecidos, no 
mercado interno, em decorrência de licitação internacional; 
33 
 
 
 
 
VII - Insumos para construção de embarcações, para venda no mercado 
interno; 
VIII - Mercadoria para reposição de matéria-prima nacional, exclusivamente na 
modalidade de isenção. 
 
3.5 Impedimento para a concessão 
 
I - Importação de mercadoria cujo valor do imposto de importação, em casa 
pedido, for inferior ao limite mínimo fixado pela Câmara de Comércio Exterior; 
II - Importação de mercadorias utilizada na industrialização de produtos 
destinados ao consumo na Zona Franca de Manaus e em áreas de livre 
comércio; 
III - Exportação ou importação de mercadorias suspensa ou proibida; 
IV - Importação de petróleo e seus derivados, com exceção da importação de 
coque calcinado de petróleo; 
V - Exportações vinculadas à comprovação de outros regimes aduaneiros ou 
incentivos à exportação. 
 
3.6 Pedido de Drawback 
 
Para adquirir o Regime de drawback, a empresa deverá apresentar o 
formulário Pedido de Drawback, com o NCM9 - Nomenclatura Comum do 
Mercosul, a descrição, a quantidade e o valor da mercadoria a importar e do 
produto a exportar. 
Para a liberação do pedido de drawback será levado em consideração o 
resultado cambial da operação. A relação básica a ser observada é de 40% 
(quarenta por cento), estabelecida pela comparação do total das 
importações,onde são incluídos o preço da mercadoria no local de embarque 
no exterior e todas as parcelas estimadas de seguro, frete e demais despesas 
 
9 NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul - O processo de integração para a 
consolidação do Mercosul e a necessidade de uma nova nomenclaturaunificada para atender 
ao fluxo de comércio, estatísticas e tarifas para o comércio intra e extra - Mercosul levou a 
34 
 
 
 
 
incidentes com o valor líquido das exportações, assim entendido o valor de 
embarque deduzido das parcelas de comissão de agente, eventuais descontos 
e outras deduções. A empresa deverá fornecer os todos os valores estimados 
para frete, seguro e demais despesas incidentes na importação pretendida. 
Precisa-se de formulário próprio para se montar um processo de drawback, 
nas agências de comércio exterior do Banco do Brasil, que é o único 
encarregado de analisar tais pedidos em nome do Decex. Com todos estes 
formulários preenchidos e a anexação dos documentos necessários, o Banco 
do Brasil/Decex irá estudar, fazer as exigências necessárias e emitir um Ato 
Concessório de drawback, em nome da empresa industrial ou comercial, cujo 
número deverá estar aposto em todos os documentos da operação. 
A empresa apresentando documentação que comprove a efetiva 
importação e exportação nas condições constantes do Ato Concessório de 
drawback, será considerado cumprido o compromisso de exportação vinculado 
ao Regime. 
A liquidação do compromisso de exportação se dará mediante a exportação 
efetiva do produto previsto no Ato Concessório, na quantidade, valor e prazo 
nele fixados, a comprovação do recolhimento dos tributos e adicionais exigidos 
na importação, e a liquidação ou impugnação de débito eventualmente lançado 
contra a beneficiária. Caso vencido o Ato Concessório e não cumprido o 
compromisso de exportar, em razão da não utilização ou utilização parcial da 
mercadoria importada, a beneficiária deverá tomar como providência, dentro 
do prazo de 30 (trinta) dias contados a partir da data limite para exportação, 
estabelecida no Ato Concessório de drawback os seguintes critérios: 
Providenciar a devolução ao exterior da mercadoria não utilizada; requerer 
a destruição da mercadoria imprestável ou da sobra, sob controle aduaneiro, 
às suas expensas; ou destinar a mercadoria remanescente para consumo 
interno, com o devido recolhimento dos tributos e adicionais exigidos na 
importação, com os acréscimos legais previstos na legislação. 
 
criação da NCM, tendo como base o Sistema Harmonizado de codificação e designação da 
mercadorias. 
35 
 
 
 
 
A empresa deve utilizar o Relatório Unificado de drawback para informar os 
documentos registrados no Siscomex, tais como o RE10 - Registro de 
Exportação, a DI11 - Declaração de Importação, o RES12 - Registro de 
Exportação Simplificado, tanto na modalidade de isenção como na de 
suspensão de tributos, bem como manter em seu poder as notas fiscais de 
venda no mercado interno. 
Esses documentos comprovam as operações de importação e exportação 
vinculadas ao regime especial de tributação e devem estar vinculados ao Ato 
Concessório para o processamento de sua baixa no sistema e devem estar 
identificados no Relatório Unificado de drawback,. 
As exportações relacionadas ao Regime de drawback estão sujeitas às 
normas gerais em vigor para o produto, inclusive quanto ao tratamento 
administrativo aplicável. Um mesmo Registro de Exportação - RE não pode ser 
utilizado para comprovação de Atos Concessórios de drawback distintos de 
uma mesma beneficiária - é obrigatória a vinculação do Registro de Exportação 
- RE ao Ato Concessório de drawback. 
As importações relacionadas ao Ato Concessório de drawback estão 
sujeitas a licenciamento não automático previamente ao despacho aduaneiro, 
isto é, deverá ser registrada antes do embarque no exterior, podendo em 
alguns casos, ser registrada depois do embarque, mas antes do registro da DI 
- Declaração de Importação. 
 
 
3.7 Drawback Eletrônico 
 
O regime drawback, na modalidade suspensão, teve suas operações 
simplificadas através da Portaria da Secex nº 14, de 17 de outubro de 2001. A 
 
10 RE - Registro de Exportação - é o conjunto de informações de natureza comercial, 
financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria e 
definem o seu enquadramento. O processo de exportação inicia-se com a solicitação no 
Siscomex deste registro. 
11 DI - Declaração de Importação- documento formulado pelo importador no Siscomex, 
sendo este o documento base do despacho de importação. 
36 
 
 
 
 
Secex - (Secretaria de Comércio Exterior ), desenvolveu com o SERPRO - 
Serviço Federal de Processamento de Dados, um sistema de controle para tais 
operações denominado Sistema Drawback Eletrônico, implantado desde 
novembro de 2001 em módulo específico do Siscomex. 
A versão eletrônica caracteriza-se por vincular a importação dos insumos 
ao compromisso futuro de exportação, devendo ser pleiteado antes de se 
efetivar a importação da mercadoria, pelo Registro de Drawback, o registro de 
todas as etapas do processo de concessão do drawback em documento 
eletrônico, (solicitação, autorização, consultas, alterações, baixa); tratamento 
administrativo automático nas operações parametrizadas; e o 
acompanhamento das importações e exportações vinculadas ao vinculadas ao 
registro, integrado ao Siscomex. 
Após a aprovação do RD (Registro Drawback), a empresa poderá solicitar a 
LI (Licença de Importação) cujo controle e utilização do saldo de importação 
aprovado são feitos automática e simultaneamente no próprio RD. 
Este novo Sistema constitui notável avanço na operacionalização do 
regime, integrando-se ao SISCOMEX nas vertentes de importação e 
exportação. 
Esta nova sistemática facilita o acesso ao regime, conferindo maior 
segurança ao controle dessas operações, além de agilizar e modernizar o 
sistema. 
O drawback eletrônico também oferece uma maior transparência ao usuário 
que, através da apresentação do saldo da operação, pode visualizar o quanto 
ainda tem por importar e o que já foi exportado, facilitando seus controles, com 
o saldo de importação automático. 
Embora o regime de drawback possa ser praticado nas modalidades 
suspensão, isenção e restituição, a versão eletrônica só está disponibilizada na 
modalidade suspensão, o que é de grande abrangência, por se tratar da 
modalidade mais utilizada neste regime. 
 
12 RES - Registro de Exportação Simplificado - as operações de exp. que se enquadrem 
com cobertura cambial até o limite deUS$10.000,00, ou o equivalente em outras moedas, 
mercadoria não sujeita ao imposto de exportação 
37 
 
 
 
 
Para o acesso ao Sistema Drawback Eletrônico, a habilitação será 
concedida aos representantes legais das empresas, autorizados a operar na 
exportação. 
 
Drawback Web 
 
O Drawback Web é a versão para Internet do Drawback Eletrônico, 
possibilitando aos beneficiários do regime o acesso ao sistema on line . 
O Drawback Web possibilita o registro da operação em documento 
eletrônico, com todas as etapas informatizadas: solicitação, consulta, alteração 
e baixa. 
As informações prestadas pelo usuário estão sujeitas à validação, desde 
o momento do registro da solicitação do Ato Concessório, em eventuais 
alterações, até o da comprovação dos compromissos assumidos, em 
conformidade com o tratamento administrativo previsto na legislação e 
observados os parâmetros estabelecidos pela SECEX para os bens a serem 
exportados. 
Da mesma maneira que o Sistema Drawback Eletrônico, o Drawback 
Web permite o acompanhamentodo Ato Concessório, das Declarações de 
Importação (DI) e dos Registros de Exportação (RE) a ele vinculados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
A participação do Brasil no comércio exterior mundial ainda é muito 
pequena. Porém, se o país aumentar as exportações sua participação no 
contexto internacional crescerá, com isso haverá maior geração de renda e 
emprego que é o principal motor de equilíbrio dos países. 
As exportações aumentando favorece a entrada de divisas estrangeiras 
e o cenário se torna mais atrativo para os investimentos diretos no país, sendo 
estes importantes fatores para o aquecimento da economia. 
As empresas brasileiras enfrentam dificuldades em suas vendas 
externas, uma vez que importam insumos com altos tributos, o que reflete em 
maior custo de produção, impossibilitando a colocação do produto a nível 
competitivo no mercado internacional. 
O objetivo do presente trabalho foi demonstrar como o regime de 
drawback é importante, uma vez que incentiva às exportações e permite às 
empresas a importarem insumos com a desoneração dos impostos e taxas. 
Houve um impulso do Governo no desenvolvimento do Drawback 
Eletrônico, que controla os processos por meio de um sistema informatizado e 
da atuação do Decex, deferindo os Atos Concessórios solicitados pelos 
fabricantes. Com isso o gerenciamento da utilização diária do regime 
possibilitou e facilitou a comprovação das exportações efetuadas, agilizando 
todo o processo e reduzindo a burocracia, mas a falta de informação à respeito 
do regime ainda é comum por parte de algumas empresas, porém, nota-se que 
com o passar do tempo este número não só aumenta, como as que já se 
beneficiam do drawback se mantém usuárias. O regime de drawback é 
oferecido para toda e qualquer empresa habilitada em atuar no comércio 
39 
 
 
 
 
exterior, seja de qualquer atividade, localidade e tamanho, com a finalidade de 
estimular as exportações brasileiras tornando o produto doméstico mais 
competitivo frente aos estrangeiros. 
O regime aduaneiro especial de drawback merece cada vez mais a 
atenção do governo para que este proporcione facilidade no acesso e 
manuseio dos processos, e também requer atenção dos empresários para se 
faça o uso deste regime de maneira correta, pois uma vez não comprovada as 
exportações dentro dos prazos estabelecidos para o cumprimento do regime 
as empresas arcam com todos os tributos pertinentes mais os juros, vale 
ressaltar que, este regime especial é reconhecido como uma prática leal e 
comum de comércio, permitido pela OMC - Organização Mundial do Comércio. 
Pelo que foi apresentado neste trabalho, pode-se concluir que é de 
extrema necessidade maiores incentivos para as exportações brasileiras, 
sendo relevante cada vez mais a divulgação dos benefícios e das modalidades 
proporcionados pelo drawback. 
40 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
MODELO DO RELATÓRIO UNIFICADO DE DRAWBACK 
 
 
( ) IMPORTAÇÃO ( ) EXPORTAÇÃO/FORNECIMENTO MERCADO INTERNO***
RELATÓRIO UNIFICADO DE DRAWBACK
Empresa: CNPJ: Ato Concessório nº *
DI/RE/RES Data NF Data NCM Descrição da Mercadoria Peso
(indicar
unidade)
Quantidade
(indicar
unidade)
Valor no Local de
Embarque
(indicar moeda)
Valor Total
US$ **
TOTAL
As informações contidas no presente Relatório Unificado de Drawback são de inteira responsabilidade da empresa beneficiária do Regime de Drawback.
* Preencher apenas na modalidade suspensão
**Converter para US$ com base nas datas indicadas neste Relatório. 
 ***Cancelar o item não utilizado ________________________ _________________________
 Data:
 
41 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
1. ABE – Associação de Comércio Exterior do Brasil acessado em 
03/11/2005 (http://www.enaex.com.br/arquivos/tema.pdf) 
2. Drawback - Legislação Básica. 4º ed. Rio de Janeiro: Aduaneiras, 
2002. 
3. Federação das Indústrias do Estado de São Paulo acessado em 
03/11/2005. 
 ( http://www.fiesp.org.br ) 
4. GONÇALVES, Reinaldo. O Brasil e o comércio internacional. 
Transformações e Perspectivas. São Paulo: Contexto, 2000. 
5. KELLER, Daniel de Almeida. O Comércio Exterior Brasileiro em 
2004: IEDI – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. 
6. MAIA, Jayme de Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior. 
São Paulo : Atlas, 2001. 
7. MONTEIRO Mônica Romero & PIRES, Jovelino de Gomes. 
Comércio Exterior. Teoria X Prática no Brasil. São Paulo: 
Aduaneiras, 2003. 
8. MOURA, Geraldo. Direito de Navegação em Comércio Exterior, São 
Paulo: Aduaneiras, 2000. 
9. NASCIMENTO, Saumíneo da Silva - Barreiras Externas às 
Exportações Brasileira, artigo publico no site Export News acesssado 
em 03/11/2005. (http://www.exportnews.com.br/artigos/aa38.htm). 
42 
 
 
 
 
10. Neto, Armando Monteiro – 
11. SARTORI, Ângela, ARAÚJO, Ana Clarissa. Drawback e o Comércio 
Exterior – Visão Jurídica e Operacional –. Edição 2000. 
Pennsylvania: PMI, 2001. 216 p. 
12. VAZQUEZ, J. L. Comércio exterior brasileiro. São Paulo: Atlas, 
1995p. 
43 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8 
1. O CENÁRIO ECONÔMICO INTERNACIONAL E A PARTICIPAÇÃO DO 
BRASIL NO COMÉRCIO EXTERIOR...............................................................10 
1.1. A importância do Comércio Internacional para a empresa ............ 10 
1.2. Vantagem Competitiva na economia global ................................... 12 
1.3. Inserção das empresas brasileiras no comércio 
internacional.....................................................................................................16. 
2. O DRAWBACK PROPORCIONANDO VANTAGEM COMPETITIVA PARA 
AS EMPRESAS BRASILEIRAS ....................................................................... 18 
2.1 Importação sob o regime aduaneiro especial de drawback ........... 18 
2.2 A empresa identificando a necessidade do drawback ................... 21 
3. REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK ............................... 23 
3.1. Regimes aduaneiros especiais ...................................................... 23 
3.2. Regime Aduaneiro Especial de Drawback ..................................... 25 
3.3. Modalidades de Drawback ............................................................. 27 
3.4. Produtos ......................................................................................... 32 
3.5. Impedimento para a concessão ..................................................... 32 
3.6. Pedido de Drawback ...................................................................... 33 
3.7. Drawback Eletrônico ...................................................................... 35 
 CONCLUSÃO ........................................................................................... 37 
 ANEXOS ................................................................................................... 39 
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 40 
 ÍNDICE ...................................................................................................... 42 
 
	AGRADECIMENTOS
	SUMÁRIO
	1.1 A IMPORTÂNCIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL PARA A EMPRESA
	1.2 VANTAGEM COMPETITIVA NA ECONOMIA GLOBAL
	1.3 INSERÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
	2.1 IMPORTAÇÃO SOB O REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE DRAWBACK
	2.2 A EMPRESA IDENTIFICANDO A NECESSIDADE DO DRAWBACK
	3.1 REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS
	3.2 REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DEDRAWBACK
	3.3 Modalidades de Drawback
	3.4 Produtos
	3.5 Impedimento para a concessão
	3.6 Pedido de Drawback
	3.7 Drawback Eletrônico

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