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Avaliação de Empresas - Laudo e seu conteúdo

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Laudo de Avaliação 
O Laudo de Avaliação é o documento que expressa as premissas usadas e os cálculos que foram 
realizados para se chegar ao valor da empresa. Em algumas situações pode existir um conjunto 
mínimo de informação que o laudo deve conter. Mas na maioria dos casos, o conteúdo do laudo 
é de livre escolha do avaliador. Nos últimos anos algumas regras propostas por entidades de 
classe ou reguladores começaram a exigir que o conteúdo do laudo contemplasse certos 
requisitos específicos. Além disto, os avaliadores possuem, eles próprios, um modelo de laudo 
que procuram seguir. 
Os laudos podem ser divulgados em planilhas eletrônicas, editores de texto ou programas de 
apresentação gráfica. A escolha da forma depende da ênfase e objetivo do laudo. Quando o foco 
está no cálculo dos valores deve-se utilizar uma planilha eletrônica. Entretanto, a planilha falha 
na exposição das premissas. Ocorrendo o contrário, um editor de texto deveria ser a preferência. 
De uma maneira geral não se deve usar um programa de apresentação gráfica, como o Visme e 
Powerpoint. Geralmente esta escolha é ruim pois dificulta a apresentação das premissas e dos 
cálculos, ao mesmo tempo. Entretanto, quando a finalidade é enfatizar os aspectos visuais do 
laudo, a apresentação gráfica pode ser usada como um material adicional. 
O tamanho do laudo irá depender da sua finalidade. Um documento feito para consumo próprio 
pode conter algumas linhas e poucos cálculos. Já uma apresentação para um público externo 
necessita de mais conteúdo, com explicações detalhadas das premissas e cálculos. Finalmente, 
um laudo elaborado para uma situação onde se cumpre uma obrigação com algum regulador ou 
que envolva potencial de conflito pode exigir um maior detalhamento, ultrapassando sem muito 
esforço a casa da dezena de página. 
Observe que se o documento for elaborado para o público externo, o mesmo deve conter uma 
apresentação do avaliador ou da firma que é responsável. Assim, a descrição da qualificação 
profissional do autor do documento, como sua formação, títulos obtidos, entidades ao qual está 
vinculado e experiências anteriores podem ser uteis para dar mais segurança aos usuários do 
laudo. No caso de uma empresa ser a responsável pelo laudo, a descrição deve ser tanto da 
mesma quanto do responsável técnico. 
Em algumas situações, o laudo é feito de forma independente por um estudioso no assunto; 
ainda assim é importante indicar as qualificações técnicas daquele que fez os principais cálculos 
ou conduziu os trabalhos do documento. 
Outra informação relevante para certas situações é o objetivo do laudo. Uma avaliação de uma 
empresa pode ser útil para operações de compra e venda, litígios (divórcio, briga entre sócios, 
heranças, entre outras) ou recomendação de investimento. Pode ser útil também deixar claro 
quem está pagando a elaboração do laudo. Se uma empresa pretende lançar ações no mercado 
acionário, esta empresa geralmente contrata um laudo para mensurar o preço mais adequado 
para cada ação. Saber quem paga permite que um usuário mais cínico tenha uma visão mais 
crítica da qualidade do mesmo ou da existência de potencial viés. 
No caso do laudo apresentado através de um editor de texto é importante que normas básicas 
de estilo sejam observadas. O texto deve ser claro e conciso; deve-se usar linguagem técnica 
apropriada, que não deixa dúvida sobre a mensagem transmitida. Sempre que possível, deve 
permitir que o leitor possa refazer os cálculos de forma fácil. O resultado final, sob a forma da 
mensuração do valor, deve ser colocado ao final do documento de maneira sintética e objetiva. 
Em alguns casos pode ser relevante fazer uma descrição da empresa que está sendo avaliada. 
Isto é importante para as situações onde nem todo potencial usuário conhece onde a empresa 
atua e quais as suas principais medidas de desempenho. Em alguns casos, narrar a história da 
empresa pode ser relevante para permitir que o usuário tenha uma noção de aspectos 
subjetivos. Em muitas situações, fazer uma análise das demonstrações contábeis (resultado, 
balanço patrimonial, além da análise comparativa). 
Uma situação comum de alguns laudos é que a área de atuação da empresa é tão complexa, 
assim como os métodos usados, que se torna necessário apresenta junto ao laudo um glossário 
com os termos técnicos empregados no documento. 
Premissas 
As premissas referem-se a todos os aspectos que conduziram as escolhas realizadas pelo 
avaliador. Um laudo pode ser feito considerando que a empresa irá estar em continuidade nos 
próximos anos. Ao assumir este fato temos uma premissa, qual seja, a continuidade da empresa. 
Isto irá excluir alguns métodos de avaliação, como a determinação do valor em liquidação. De 
igual forma, para começar a fazer os cálculos, o avaliador deve imaginar o futuro do ambiente 
onde a empresa atua e o seu futuro desempenho. 
Com respeito ao ambiente de atuação da empresa nos próximos anos, isto inclui premissas com 
respeito ao mercado da empresa, o comportamento do produto, potenciais concorrentes, 
desempenho esperado dos produtos substitutos, impacto da mudança demográfica da 
população sobre o consumo, consequências da regulamentação por parte do governo, hipóteses 
assumidas sobre pagamento de dividendos, estratégias que podem ser adotadas pela empresa 
e impacto sobre o desempenho, visão da economia do país onde a empresa atua (inflação, 
emprego, taxa de juros, consumo, mercado de capitais, entre outros), posição da empresa na 
cadeia produtiva e no mercado onde atua, decisão sobre litígios atuais e futuros, fatores 
negativos, empresas similares, entre outros aspectos. 
Cálculos 
Aqui o primeiro aspecto diz respeito ao método utilizado: relativo, fluxo de caixa descontado ou 
outro qualquer. É adequado que o laudo contenha uma justificativa para o emprego de um 
método que não seja o fluxo de caixa. 
Definido o método, é importante demonstrar os cálculos realizados. Isto pode contemplar tanto 
como se estimou o fluxo de caixa, assim como de que forma se chegou ao valor da taxa de 
desconto. Se o avaliador utilizou o CAPM para determinar o custo do capital próprio é adequado 
indicar como foi estimado a taxa sem risco, o beta e o prêmio do mercado. 
O fundamental é que o analista deve estar consciente de que os valores apresentados nos 
cálculos são previsões de valores futuros. Isto significa dizer que é possível utilizar valores 
passados nos laudos de avaliação desde que a previsão realizada implica que o futuro será uma 
mera repetição do passado. Este fato é muito relevante no cálculo de um laudo. O valor do beta 
de uma empresa tendo por base os últimos cinco anos só pode ser usado se no período de 
projeção do fluxo de caixa o avaliador acreditar que haverá uma repetição dos últimos cinco 
anos do beta da empresa. Um exemplo mostra como usar dados históricos pode ser perigoso: 
um analista estimou o beta de uma nova empresa de tecnologia com base nos últimos doze 
meses. Este dado foi usado para descontar o fluxo de caixa previsto dos próximos dez anos. 
Entretanto, betas de empresas novas tendem a ser elevados; com a consolidação da empresa, 
o risco diminui, assim como o seu beta. Usar os dados históricos termina, neste caso, em 
subestimar o valor da empresa. 
O laudo de avaliação pode apresentar diversos cálculos, assumindo premissas diferentes ou 
escolhendo métodos diferentes. Em cada um destes cálculos deve ficar claro para o usuário a 
forma como foi obtido os diferentes cálculos. Isto não impede que um avaliador possa 
apresentar seu laudo sem necessariamente indicar como foi obtido. Por exemplo, um avaliador 
com elevada experiência no mercado pode concluir que nos próximos anos o beta de uma 
empresa será de 1,2; não é necessário fazer cálculos complexos para se chegar a este valor, mas 
num laudo mais completo deve-se expressarque o beta de 1,2 refere-se a uma opinião do 
avaliador. Em certas situações, dizer que o beta é 1,2 tendo por base uma opinião pode suscitar 
questionamentos. Assim, é vergonhoso reconhecer que muitos laudos usam os cálculos para 
justificar a conta de chegada. No exemplo, sabendo, com base na experiência, que o beta 
estimado é 1,2, o analista irá testar diversas opções históricas das premissas de cálculo para 
obter o beta capaz de chegar ao resultado de 1,2. É a conta de chegada, o “quanto você quer?”. 
Finalmente, para justificar o valor obtido, muitos laudos adotam a estratégia de fazer outros 
cálculos para confirmar, para o usuário, diga-se de passagem, o valor obtido. Neste ponto o 
múltiplo é de muita valia. 
Se tivesse que resumir tudo isto numa frase teríamos: o laudo é uma opinião onde o autor desta 
opinião, o avaliador, tenta convencer o usuário que esta é a única opinião possível, num universo 
infinito de possíveis opiniões.

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