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TEORIA GERAL DO PROCESSO - aula 03 20-08

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TEORIA GERAL DO PROCESSO
Professor: Alexsandro Camargo Silvares
E-mail: alexcsilvares@hotmail.com
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO
► Da Autotutela à Jurisdição
► Direito como Norma de Controle e Regulação Social
► Conflitos e Insatisfações
► A Ideia da Pretensão Resistida
DA AUTOTUTELA (AUTOPROTEÇÃO
se caracterizou pela ideia de justiça com as próprias mãos (ligada à ideia de vingança privada ou vindita privata), ou seja, a força era utilizada como meio de obtenção do direito. 
Foi a fase em que o próprio homem se protegia e predominava o mais forte, porque inexistia um órgão estatal que, com soberania e autoridade, garantisse o cumprimento do direito.
FASE DO “PRAETOR” - AUTOTUTELA
Entretanto, com o passar do tempo observou-se que a autotutela levaria ao aniquilamento do homem, e assim o Estado através da criação do poder legislativo passou a normatizar as condutas sociais e, através do poder judiciário, passou a resolver os conflitos de interesse.
Nessa fase, os conflitos eram resolvidos pelo “Praetor”, que eram anciãos e sacerdotes escolhidos pelo Estado para a resolução dos conflitos de interesse.
Assim, as partes se dirigiam ao “Praetor” para que ele pudesse solucionar conflitos e trazer de volta a paz social, encerrando-se, desta forma, a ideia de autotutela, mediante o início da fase de jurisdição.
PRETENSÃO RESISTIDA
Ocorre em relação ao credor (que tem uma pretensão) e ao devedor (que resiste à pretensão). A pretensão resistida, portanto, gera conflito de interesse, o qual deve ser resolvido pela própria sociedade, que, caso não encontre solução, procura o Estado. Assim, a função primária de resolução de conflitos cabe à sociedade
CONCEITO DE PRETENSÃO
é a exigência da subordinação de um interesse de outrem ao próprio. 
O sujeito do interesse oposto pode resistir à pretensão daquele a essa subordinação, o que configura um litígio ou lide.
CONCEITO DE LIDE
é o conflito de interesses qualificado pela pretensão de um dos interessados e pela resistência de outro, ou seja, lide é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS (AUTOTUTELA)
► Autotutela  Autocomposição  Renúncia
 				  Submissão
			  Transação
Renúncia: é uma forma de desistência. A renúncia vai ocorrer quando uma parte aceita a vontade da outra parte.
Submissão: é a imposição da vontade de uma pessoa à vontade da outra, ou seja, na submissão existe quase que uma espécie de coação da vontade.
Transação: é a forma de resolução de conflitos em que as partes fazem concessões recíprocas relativas ao bem jurídico pretendido. 
QUAL A FINALIDADE DESTE MÉTODOS ?
 
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS (JURISDIÇÃO)
Jurisdição  Conciliação (CPC, 125, IV)
  Transação (CPC, 269, III)
  Arbitragem (Lei 9.307/96)
CONCILIAÇÃO – ART. 125, IV CPC
“O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe: tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes”. 
Trata-se de mera fase procedimental, na qual pretenso litígio pode ser apaziguado por qualquer das formas de extinção de obrigações, inclusive a transação, ou, até mesmo, por via da desistência pelo autor ou do reconhecimento do direito pelo réu.
TRANSAÇÃO – ART. 269, III CPC
“Haverá resolução de mérito: quando as partes transigirem”. 
É a forma de resolução de conflitos em que as partes fazem concessões recíprocas relativas ao bem jurídico pretendido. É uma espécie de conciliação, mas nesta nem sempre ocorrem concessões recíprocas.
ARBITRAGEM – LEI 9.307/96 – ART. 1º
Quem pode utilizar a arbitragem?  qualquer pessoa, já que o Art. 1º da lei dispõe que: “As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis”.
Quem pode ser árbitro?  qualquer pessoa capaz, consoante dispõe o Art. 13 da lei: “Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes”. O parágrafo 1º reza: “As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, também, os respectivos suplentes”.
O árbitro é um juiz de direito?  o Art. 18 da Lei diz que: “O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário”. 
Quando a lei foi criada no Brasil, houve um erro legislativo neste artigo com relação à expressão “de direito”, pois o correto seria “do direito”. O árbitro, sem dúvida, é um juiz de fato; contudo, não pode ser juiz de direito, pois não possui as competências estabelecidas na Constituição Federal pertinentes aos juízes de direito.
INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE JURISDIÇÃO
é uma das funções da soberania do Estado, própria e exclusiva do Poder Judiciário, e é ele, dentro dessa função, que atua no direito objetivo na composição dos conflitos de interesses ocorrentes. 
► A jurisdição se exerce em face de um conflito de interesses e por provocação de um dos interessados. É função provocada. Quem invoca o socorro jurisdicional do Estado manifesta uma pretensão contra ou em relação a alguém. 
A lide perturba a paz social, que reclama se restabeleça a ordem jurídica. Compor a lide é resolver o conflito segundo a ordem jurídica. 
Assim, o conflito de interesses em lide compor-se-á pela atuação do direito objetivo, que o regula, isto é, pela atuação da vontade da lei ao caso concreto. O meio pelo qual se faz atuar a lei à espécie é o que se chama processo.
	Processo é um meio ou instrumento de composição da lide. É uma operação por meio da qual se obtém a composição da lide.
JURISDIÇÃO - DEFINIÇÃO
a jurisdição é o mais importante instituto da ciência processual e ocupa posição central na estrutura do Direito Processual, sendo certo que todos os demais institutos da ciência processual orbitam em torno daquela função estatal
iuris dictio  dizer o direito
CONCEITO:
Conceito: Poder-dever do Estado de declarar (resolver) o direito material controvertido  a jurisdição é um poder e um dever do Estado, que é o titular da atividade jurisdicional e atuará para resolver um conflito.
A função jurisdicional atua sempre diante de fatos já ocorridos, atuando a norma abstrata (lei) no caso concreto. A sentença é a lei do caso concreto.
CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO
Unidade  a jurisdição não se subdivide, é una (a jurisdição é aplicada em todo o território nacional de uma única forma e não se confunde com a competência, que é a delimitação da jurisdição).
 
Secundariedade  a jurisdição só age quando surge o conflito (quando nasce o conflito, a responsabilidade primeira por sua solução é das partes; caso elas não consigam solução, a jurisdição, de forma secundária, é acionada para resolver).
Imparcialidade  a jurisdição não tem interesse no desfecho da demanda (para a jurisdição não interessa quem vencerá a lide, pois seu objetivo é o de resolver o conflito de forma justa e segura).
 
Substitutividade  a jurisdição atua em substituição às partes quando estas não conseguem pelos meios ao seu alcance compor (decidir) o litígio (a partir do momento que a jurisdição é acionada, o Estado substitui as partes e passa a ser o responsável pela solução do conflito).
Inércia  a iniciativa na propriedade da demanda compete à parte.
O princípio da inércia ou princípio da demanda está consagrado no art. 2º do Código de Processo Civil, que dispõe: “Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais”  não pode haver exercício da jurisdição sem que haja uma demanda.
Este princípio tem como corolário a regra da adstrição da sentença ao pedido, ou seja, o juiz deve, ao emitir o provimento jurisdicional pleiteado, oferecer uma resposta (positiva ou negativa) ao pedido do autor, não podendo ir além ou permanecer aquém desse pedido. 
 
A jurisdição,
portanto, só vai agir se houver uma força que a coloque em movimento, daí o princípio da inércia. Assim, o Estado só vai resolver o conflito se ele for impulsionado.
▪ Há exceções a esse princípio, a exemplo do art. 1.160, CPC: “O juiz mandará arrecadar os bens do ausente e nomear-lhe-á curador na forma estabelecida no Capítulo antecedente”.
 
Definitividade  apenas os atos jurisdicionais são suscetíveis de se tornar imutáveis através da coisa julgada, não ocorrendo o mesmo com os atos administrativos ou legislativos. 
▪ a última esfera de resolução de conflito é o Poder Judiciário.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
Juiz Natural:
é aquele com competência constitucional pré-estabelecida pela própria Constituição Federal, ou seja, para que o juiz possa exercer a jurisdição é necessário que o mesmo preencha os requisitos estabelecidos na Constituição.
só pode resolver conflito de interesse a pessoa investida pelo Estado com competência constitucional, ou seja, o juiz.
Improrrogabilidade
os limites da jurisdição são os estabelecidos na Constituição Federal. Isso significa dizer que a jurisdição só irá atuar dentro das esferas de competência estabelecidas na Carta da República, sendo vedada a criação de tribunais de exceção.
Em suma, não é possível a criação de outros órgãos julgadores.
Indeclinabilidade
o órgão jurisdicional não pode recusar nem delegar a função que lhe foi atribuída.
 
 Jurisdição Contenciosa
é a jurisdição propriamente dita, ou seja, o poder-dever atribuído aos juízes para que possam compor os conflitos
Jurisdição Voluntária
é a participação da justiça em negócios privados, a fim de conferir-lhes validade.
▪ exemplo: separação consensual, nomeação de curador.
o Título II do Livro IV do Código de Processo Civil (artigos 1.103 a 1.210) trata dos procedimentos especiais da jurisdição voluntária.
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA E CONTENCIOSA - DIFERENÇAS
COMO PODEMOS CLASSIFICAR DISTINGUIR ?

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