Relatório 4 - Estágio em Patologia

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Peterson Vinicius Elias da Silva 15/0064021
Relatório 4 do Estágio em Patologia – 05/04/2017
Cheguei à Unidade de Anatomia Patológica às 14h juntamente com mais um colega. Esperamos o R1 e às 14h30 fomos para a sala de macroscopia começar o trabalho de análise.
O primeiro caso era de M.J.S, uma paciente de 24 anos, com gestação ectópica, uma gravidez anormal em que ocorre implantação do óvulo fecundado fora do útero. Na maioria das vezes, o óvulo é implantado em uma das tubas uterinas, como é o caso dessa paciente, e se desenvolve como uma gravidez normal, porém, é necessário interrompê-la, por conta dos riscos oferecidos à mãe, principalmente a ruptura tubária com sangramento intra-abdominal [1][2]. Essa gravidez é interrompida com a administração de medicamentos, caso a paciente esteja com hemodinâmica estável; caso contrário, o tratamento indicado é a remoção cirúrgica da tuba e do material embrionário [2].
M.J.S se submeteu a uma cirurgia para retirada da sua tuba uterina esquerda, onde se alojava seu embrião, e essa peça foi mandada para a Anatomia Patológica para análise. À primeira vista, a peça apresentava uma aparência tubular, com o eixo maior levemente curvo, media 6,8 x 2,3 x 1,6 cm e pesava 20g. O R1 então começou a fazer uma descrição dela no prontuário. Externamente possuía uma superfície serosa, coloração branco acinzentada, vasocongestão e consistência elástica. Foi feito um corte transversal em relação ao maior eixo, que evidenciou uma cavidade preenchida por um líquido amarelado, com grandes coágulos aderidos às paredes além de uma formação cística, esbranquiçada de conteúdo líquido, que imagino que seja o embrião em si. Após a descrição, foram feitos cortes transversais bem delgados para a representação da peça em lâminas histológicas (Figura 1).Figura 1: Preparação dos cassetes para representação em lâminas histológicas da peça de gravidez tubária.
	O segundo caso era de M.L.S, de 50 anos, que apresentava uma miomatose uterina segundo o residente, imagino que ele estivesse se referindo ao que aprendemos em Processos Patológicos Gerais como leiomioma, uma neoplasia benigna de musculatura lisa. Os leiomiomas uterinos são tumores bem comuns em mulheres em idade reprodutiva, o que faz sentido, visto que a presença de estrogênios é um fator estimulador do crescimento dessas neoplasias, bem como o uso de anticoncepcionais orais [1].
Nossa paciente foi submetida a uma histerectomia subtotal e analisamos a peça (útero + tubas E+D + ovários E+D) na macroscopia. Foram realizadas as medidas e a peça completa pesava 1025g e media 16,5 x 13,5 x 8,3 cm, então começamos a descrição dela. Era um útero pardo, com múltiplos nódulos brancacentos em toda sua extensão. Múltiplos cortes transversais mostraram as nodulações ocupando todas as camadas. Analisamos também um segmento de tuba não-identificada que possuía muitas aderências ao útero e também um cisto em uma das extremidades, preenchido por líquido amarelado. Um dos ovários também apresentava um cisto, que era translúcido preenchido por material mucoide. Apresentava também uma nodulação única, brancacenta e bem delimitada. Todos esses achados foram amostrados nos cassetes para posterior análise microscópica.
Achei a atividade desse dia produtiva e interessante, sempre com referências a conhecimentos prévios que nos foram passados no quarto semestre. Aos poucos as vivências no hospital vão nos mostrando o que realmente é importante para a profissão médica e nos dá a oportunidade de consolidar esses conhecimentos que adquirimos em sala de aula.
Referências bibliográficas:
 [1] KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. C. Robbins Patologia Básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013
[2] BRITO, Milena Bastos et al. Tratamento clínico da gravidez ectópica com metotrexato. Femina, Rio de Janeiro, v. 1, n. 37, p.29-34, jan. 2009.