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As transformações no processo de trabalho “O homem, através do seu trabalho, atua sobre os elementos que encontra na natureza, transformando-os em objetos destinados a satisfazer suas necessidades.” Esta transformação requer 3 fatores: q SERES HUMANOS ( força de trabalho) q MATÉRIAS-PRIMAS (sobre as quais o homem atua) q INSTRUMENTOS (que viabilizam esta transformação) Fonte: COSTA & COSTA; “As transformações no processo de trabalho”; Rev. Univ. Rural, Vol. 22(2):231-244, jul-dez; 2000. Fonte: COSTA; COSTA, 2000 As transformações no processo de trabalho CAÇA E COLETA PASTOREIO E AGRICULTURA ARTESANATO NÔMADES SEDENTÁRIOS Desenvolvimento de métodos e ferramentas de trabalho. Produção de excedente. Liberação de mão-de-obra para produção de artefatos. DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO. Divisão do trabalho em ofícios (marcenaria, costura etc.) e trocas. O artesão era detentor dos meios de produção, do conhecimento do processo, incluindo contato com clientes, compra de matéria-prima, produção e distribuição. Fonte: BRAVERMAN, 1977 As transformações no processo de trabalho COMÉRCIO Inicia o excedente de produção em alguns locais. Artesãos precisam viajar para vender seus produtos em outros locais. Artesãos mais ricos contratam pessoas que o substituíssem na fabricação. Com o comércio ampliado para maiores distâncias, surge a figura do comerciante. Os comerciantes fornecem matéria-prima para os artesãos, encomendam e compram produção, revendem a um preço mais alto. O artesão já não domina todo o processo de trabalho e perde contato com o mercado final. Mas mantém a posse dos meios de produção e o domínio do processo de produção (saber como, ritmo de trabalho etc.). Fonte: BRAVERMAN, 1977 As transformações no processo de trabalho COOPERAÇÃO Comerciantes ricos, detentores de meios de produção, reúnem grupos de artesãos em um mesmo local e compram o produto do seu trabalho. Economia dos meios de produção pelo uso coletivo. A cooperação permite aumento da produtividade. O comando do trabalho passa a ser do capitalista, detentor dos meios de produção. O artesão já não domina todo o processo de comercialização, nem tem a posse dos meios de produção. Mantém o conhecimento do processo de produção, mas já não define o ritmo. Produtividade atrelada ao conhecimento, à destreza e força física dos trabalhadores. Segundo Marx (1867), o desenvolvimento do processo de trabalho capitalista apresentou três fases: cooperação, manufatura e indústria. Fontes: COSTA; COSTA, 2000 & Fonte: BRAVERMAN, 1977 As transformações no processo de trabalho MANUFATURA DIVISÃO DO TRABALHO Decomposição e reorganização dos processos de trabalho em operações parciais. Hierarquização: trabalhadores qualificados e não qualificados. Trabalho assalariado. Escala salarial Simplificação e diversificação de ferramentas de trabalho dedicadas às operações parciais. O trabalhador já não domina todo o processo de produção, nem tem a posse dos meios de produção. Já não define o ritmo. Produtividade atrelada e limitada ao conhecimento, à destreza e força física dos trabalhadores. Período manufatureiro (meados do séc. XVI ao final do séc. XVIII) Fonte: COSTA; COSTA, 2000 Segundo Babbage (1832), o mestre manufatureiro, ao dividir o trabalho a ser executado em diferentes processos, cada qual exigindo diferentes graus de perícia e força, pode comprar aquela exata quantidade de ambas que for necessária (...) ao passo que se todo o trabalho fosse executado por um só operário, esse deveria possuir a perícia para executar a mais difícil operação e a força para a mais laboriosa. As transformações no processo de trabalho DIVISÃO DO TRABALHO REDUZ O PODER TRABALHADORES REDUDUZ CUSTO DE MÃO-DE-OBRA Fonte: BRAVERMAN, 1977 As transformações no processo de trabalho INDÚSTRIA SURGIMENTO DA MAQUINARIA A produção mecanizada. Máquinas movidas por fontes de energia “inanimada”, superando a dependência da força de homens e animais. Maquinaria: motor (fonte de energia) + transmissão + ferramentas Incorpora a força e a destreza do trabalhador. Aumento da produtividade, desqualificação e desvalorização do trabalhador. Hierarquização: funções de controle e manutenção; operadores qualificados e ajudantes. Intensifica a cisão entre trabalho intelectual e manual. Trabalhadores ainda detinham o controle dos métodos de trabalho e do ritmo de produção. Fim do séc. XIX inicia-se a PRODUÇÃO EM MASSA: TAYLORISMO E FORDISMO. Fonte: COSTA; COSTA, 2000 Bibliografia BRAVERMAN, HARRY; Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX , Editora LTC, 1997 COSTA, A.B.; COSTA, B.M.; As transformações no processo de trabalho; Rev. Univ. Rural, Vol. 22(2):231-244, jul-dez; 2000
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