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Sintáxi do Português Aula 2

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Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Definir sintagma nominal (SN) e determinante;
2- Identificar o uso de pronomes como SN;
3- Distinguir SNs formados por nomes partitivos;
4- Reconhecer o papel do modificador para o SN;
5- Listar os tipos de sujeito;
6- Analisar a classificação tradicional de sujeito como termo “essencial” da oração.
Na aula passada, conhecemos as noções de frase, oração e período e pudemos perceber que esses itens são formados a partir de sintagmas. Como aquela foi uma aula introdutória, vimos de forma ampla os tipos de sintagma. Por isso, nesta aula, trataremos especificamente do sintagma nominal. Como nas próximas aulas aplicaremos a noção de sintagma à análise dos termos que compõem a oração, nosso objetivo neste momento é que você compreenda o que é um sintagma nominal, em termos de sua estrutura e de seu funcionamento. Além disso, é importante que você compreenda como um SN pode ser formado e quais os aspectos da modificação do SN. Em termos de visão tradicional, discutiremos uma das funções sintáticas do Sintagma Nominal que é a função de sujeito. Discutiremos também a classificação tradicional dos tipos de sujeito em simples, composto, determinado, indeterminado e inexistente e também faremos uma crítica em relação ao fato de o sujeito aparecer como um “termo essencial” da oração, mas termos um sujeito classificado como “inexistente”. 
Quando construímos um SN escolhemos informações que tornem nosso 
texto suficientemente claro para nosso leitor/ouvinte, não é mesmo? 
Em alguns casos, o núcleo referencial e núcleo sintático do SN podem não coincidir. 
Ex:
Dois livros foram vendidos ontem. 
Dois dos livros foram vendidos ontem.
• Na primeira frase, “livros” é, ao mesmo tempo, núcleo sintático e núcleo referencial. 
• Já na segunda frase, “dois” é o núcleo sintático, enquanto “livros” é o núcleo referencial. 
“Ao construir um enunciado/texto, o usuário é guiado pela intenção/necessidade de tornar as entidades de que fala suficientemente inteligíveis/reconhecíveis para o interlocutor. [...] O recurso mais preciso nesse sentido é o emprego de um substantivo próprio (Acabei de ler Os Sertões), o mais vago é o uso de expressões como isso, um trecho, uma parada, qualquer coisa etc. (Diga qualquer coisa). [...].” (p.90) Leia mais!
“Um dado objeto do mundo real ou imaginário pode, portanto, ser designado por uma infinita variedade de representações, segundo as relações do enunciador com esse objeto e segundo as motivações e as necessidades ou peculiaridades comunicativas do evento discursivo — e do texto ― em questão. A seleção dos elementos formadores do sintagma nominal obedece, assim, a necessidade de tornar o conteúdo referenciado por meio dele acessível ao interlocutor. A isto damos o nome de referenciação.” (p. 238-39)
Ao construirmos um SN, observamos três posições possíveis: 
O núcleo, constituído por um substantivo ou seu equivalente.
A parte que precede o núcleo e pode ser preenchida por determinantes.
A parte que vem após a base e que é ocupada pelos modificadores. 
Tabela:
Núcleo referencial e núcleo sintático
…
Desse modo, podemos observar que a posição dos constituintes no SN possui regra categórica de colocação, ou seja, uma regra obrigatória de colocação para dois itens:
O artigo que vem sempre antes do núcleo: “a camisa” 
mas não “camisa a”.
A sentença relativa que vem sempre depois do núcleo: “comida que gosta” mas não “que se gosta comida”.
DeterminanteOs determinantes são um tipo de morfema que depende em gênero e número do substantivo com o qual se relaciona. 
É importante que você saiba que as nomenclaturas podem ser diferentes. 
 
Ataliba de Castilho, importante linguista da atualidade, chama de “especificador” o item que outros autores chamam de “determinante”. 
 
Segundo ele: “os especificadores compreendem (i) artigos; (ii) demonstrativos; (iii) possessivos; (iv) quantificadores; (v) expressões qualitativas do tipo o estúpido do, a porcaria do etc.; (vi) delimitadores [...].
 
Deve-se ter em conta que o termo “especificadores é um rótulo de caráter sintático que designa um constituinte sintagmático e sentencial, qualquer que seja sua interpretação semântica.” (p. 454)
 
(CASTILHO, Ataliba T. de. Gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.)
A classe dos determinantes é formada por:
Artigos definidos
Artigos indefinidos
Pronomes possessivos
Pronomes demonstra-tivos
Pronomes indefinidos
Alguns adjetivos
Numerais ordinais
Numerais cardinais
Classificação dos determinantes
A determinação pode ser do tipo: 
Focalizador
 
Quando mostra a posição do enunciador sobre o que ele está dizendo, ou seja, aponta a relevância do SN com o resto do enunciado.
 
Exemplo:
Ele comprou o próprio apartamento.
Identificador 
 
Quando informa que o conceito, objeto ou ser designado pelo substantivo é conhecido do interlocutor ou faz parte da situação comunicativas.
 
Remissivo 
 
Quando informa que o conceito é conhecido do interlocutor ou faz parte da situação comunicativa.
 
Exemplo: mesma casa.
Vinculativo 
 
Quando informa que a relação dêitica expressa “vínculo, movimento”.
 
Exemplos:
 
minha vida, nossa viagem.
Dêitico
 
Quando aponta a designação do SN para pessoas do discurso.
 
Exemplos:
 
essa blusa, meu livro.
Quantitativo
 
Quando representa uma quantidade ou a posição em uma escala do conceito que o substantivo expressa.
 
Exemplos:
 
muita fome,  sexto dia, algumas bolsas etc.
Pronomes como SN
Há diversos pronomes que podem funcionar como núcleo do SN e que são chamados pela Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) como pronomes substantivos.
Segundo Bechara (1999: 163), pronomes substantivos são pronomes que funcionam como substantivo. 
 
Quando dizemos “Isso é um absurdo”, o pronome ISSO é um pronome substantivo. 
 
Quando o pronome aparece como referência a um substantivo que pode ou não aparecer na frase, temos um pronome adjetivo. 
 
É o que acontece em “Nosso carro é mais veloz que o seu”: “nosso” e “seu” são pronomes adjetivos porque se referem ao substantivo “carro”.
Os pronomes pessoais apresentam três grupos de funções: 
 
Pronomes retos (eu, tu, ele/ela, nós, vós eles/elas)  
Embora não listados pela Gramática Normativa, os pronomes de tratamento como você/vocês, senhores/senhoras, prezado cliente entre outros, podem funcionar como pronomes retos.
 
Pronomes oblíquos átonos (me, te, lhe, o/a, se, nos, vos, lhes, os/as, se) 
Aparecem sem preposição.
 
Pronomes oblíquos tônicos (mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas, si, comigo, contigo, consigo, conosco) 
Aparecem com preposição.
Formas de tratamento
Pronomes Possessivos 
 
SINGULAR:
1ª pessoa: meu, minha, meus, minhas.
2ª pessoa: teu, tua, teus, tuas.
3ª pessoa: seu, sua, seus, suas.
 
PLURAL:
 
1ª pessoa: nosso, nossa, nossos, nossas.
2ª pessoa: vosso, vossa, vossos, vossa.
3ª pessoa: seu, sua, seus suas.
Os pronomes demonstrativos ‘são os que indicam a posição dos seres em relação às três pessoas do discurso. Esta localização pode ser no tempo, no espaço ou no discurso:
1ª pessoa: este, esta, isto;
2ª pessoa: esse, essa, isso;
3ª pessoa: aquele, aquela, aquilo.
[...]
São ainda pronomes demonstrativos o, mesmo, próprio, semelhante e tal. 
 
Considera-se o pronome demonstrativo [...] quando funciona com valor ‘grosso modo’ de isto, isso, aquilo ou tal: Não o consentirei jamais.” (BECHARA: 1999, 167
Pronomes indefinidos:
Aplicam-se à 3ª pessoa com sentido vago ou para indicar quantidade indeterminada. 
 
São exemplos de pronomes indefinidos:
 
Alguém, ninguém, tudo, nada, algo, outrem, nenhum, outro e um quando aparecem isolados, qualquer, cada, muito, mais, menos, diverso etc.
Quantificadores
Remissores
SNs formados por nomes partitivos
O SN pode ser formado por nomes como:
Parte; todo; porção; maioria, entre outros. 
• Parte dos livros se perdeu durante a enchente.
• A maioria dos alunos fez o exercício.
Sintagma adjetival
Sintagma preposicional que deriva um sintagma adjetival
Sintagma adverbial
Esses modificadores assumem diferentes funções sintáticas
ex:
• Livros bonitos (SN + Sintagma adjetival)
• Livros de português (SN + Sintagma Preposicionado)
O sujeito
O SN pode exercer diversas funções sintáticas. 
 
Nesta aula, estudaremos a função sintática de sujeito. 
 
De acordo com Azeredo (2002, p.347), temos a noção de valência e, segundo ela, o sintagma nominal pode ocupar a posição estrutural preenchida pelo sujeito:
 
“O argumento que mantém com o verbo uma relação de concordância é o sujeito desse verbo [...]”.
Veja a manchete a seguir:
 
“Salão de Frankfurt vira um palanque político.”
 
Qual é o sujeito do verbo “vira”? 
Pensando-se na relação de concordância, tanto o sintagma nominal “um palanque político” quanto o sintagma nominal “Salão de Frankfurt” podem ser sujeitos.  
 
No entanto, quando pensamos na manutenção do significado e no critério da ordem, concluímos que o sujeito do verbo é o sintagma nominal “O salão de Frankfurt”.
O sujeito é mesmo um dos termos essenciais da oração?
 
A definição tradicional de sujeito considera que ele, juntamente com o predicado, são termos essenciais da oração. 
Logo, esbarramos em um problema, pois, como se sabe, há diversas orações que não apresentam sujeito. 
Função sintática e função semântica
As funções sintáticas decorrem da posição estrutural de palavras e sintagmas. 
Por essa ótica, é um erro identificar o sujeito como agente da ação do verbo.
Por que? Ler pdf
Razões
Sintático:
“Do ponto de vista sintático, considera-se sujeito o constituinte que tem as seguintes propriedades:
 
é expresso por um sintagma nominal;
figura habitualmente antes do verbo;
determina a concordância do verbo;
é pronominalizável por ele;
pode ser elidido.”
(CASTILHO, 2010, p.289)
Semântico:
Do ponto de vista semântico, a agentividade é a propriedade semântica mais frequente nos sujeitos. 
 
Observe, no entanto, que “mais frequente” não significa que essa característica aconteça sempre, ou seja, o sujeito pode apresentar a característica de “paciente” conforme o comentário de Bechara. 
 
Ataliba cita Pontes (1987:22) no que se refere à questão da agentividade, já que a autora afirma que “com os verbos intransitivos morrer, machucar o sujeito não tem o mesmo sentido que tem um sujeito de um verbo transitivo indicador de ação, ou seja, ele não é agente.”
Discursivo:
Do ponto de vista discursivo, a sentença é “[...] o lugar da informação. Nessa perspectiva, o sujeito é aquele ou aquilo de que se declara algo. Ele é o ponto de partida da predicação, é seu tema.”
Classificação do sujeito:
Tradicionalmente, o sujeito é classificado pela NGB como:
Sujeito simples
É aquele que apresenta apenas um núcleo ligado ao verbo.
Sujeito composto
É aquele que apresenta dois ou mais núcleos ligados ao verbo.
Sujeito indeterminado
Ler pdf 2
Sujeito determinado:
Rocha Lima e Cunha e Cintra (1985) afirmam que o “sujeito oculto (determinado)” é aquele que não está materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado. (p. 124).
 
Portanto, é o tipo que ocorre quando o sujeito, embora não esteja explicitamente expresso na oração, pode ser identificado por meio da desinência e, por isso, também é chamado de sujeito desinencial. 
 
Nesse tipo de oração, considera-se, atualmente, que o sujeito é simples e determinado, já que pode ser recuperado pela desinência. Leia mais! Terceiro pdf
Nesse caso, temos o que se chama de “oração sem sujeito”, pois ela é formada apenas pelo predicado e apresenta um verbo chamado impessoal. 
Leia sobre os verbos impessoais para complementar esta parte da aula!
Ler quarto pdf
Vamos refletir sobre a classificação do sujeito? 
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O sujeito do verbo conhecer é um sujeito determinado, já que podemos recuperar em “Conheça você”.

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