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Universidade Federal do Ceará Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem Saúde Pública Departamento de Farmácia Validação de Plantas medicinais 1 - Introdução 1.1 – Recomendação da Organização Mundial de Saúde • Proceder levantamentos regionais das plantas usadas na medicina popular tradicional e identificá-las cientificamente 1.2 – Por que devemosvalidar as plantas medicinais 1.3 Razões para a validação das plantas medicinais (Mercado de fitoterápicos na Brasil e no mundo). 2 – Validação de Plantas Medicinais 2.1 – Objetivo: avaliar a eficácia e segurança terapêutica das plantas medicinais. 2.2 – Equipe multidisciplinar 2.3 – Normas: Portaria nº 116 – DOU 12/08/1996 e CEME. 3 – Estudos Etnobotânicos e Etnofarmacológicos 3.1 – Levantamento das plantas utilizadas como medicinais numa comunidade -Entrevistas e preenchimento de formulários adequados. - Melhores informantes: raizeiros, benzedeiras, parteiras, avós e mães. - Adotar o lema: O entrevistador nada sabe. O entrevistado sabe tudo. - Um formulário bem feito é também necessário ao sucesso do trabalho: nome vulgar, outros nomes usados, qual a parte empregada, para quem, para que e como é utilizada a planta. 3.2 – Determinação da freqüência e coerência de uso das plantas. - Separar as plantas em diferentes classes terapêuticas e por seus nomes populares e científico. - Seleção de 50% ou mais de indicações coerentes. - Elaborar um glossário de termos adotados 3.3 – Identificação das plantas referidas nas entrevistas - Fitotaxonomia: identificação e classificação botânica. - A planta deve ser colhida durante o período de floração e frutificação (preparação de 3 a 5 exsicatas). - Anotar: data, local de coleta, nome vulgar no local da ocorrência, a sua condição (silvestre ou cultivada), seu hábito (árvore, arbusto, erva, trepadeira) cor da flor e do fruto, ambiente onde ocorre (mata, capoeira, jardim, etc) 4- Estudos farmacológicos Pré- Clínicos 4.1 Objetivo - Comprovar a eficácia do produto estudado. As propriedades farmacológicas da planta são determinadas através do uso de vários modelos experimentais “in vivo”, de modo a estabelecer o espectro farmacológico pré-clínico e obter bases para seu estudo clínico posterior, objetivando em última análise, a validação da planta como medicinal. 4.2 – Exemplos de modelos experimentais • Inflamação aguda: edema de pata em ratos, induzido por carragenina. • Atividade antiúlcera: úlcera gástrica induzida por stress e por histamina. • Atividade analgésica: controações abdominais induzidas por ácidos • Atividades antipirética em ratos hipertérmicos: indução da febre através de injeção sub-cutânea de levedura de cerveja a 15% (grupo padrão fenilbutasona) • Atividade antidiarréica: indução através da administração de óleo rícino. • Efeito da função reprodutora. • Atividade cicatrizante em modelo de ferida aberta. 5 – Estudos Clínicos - Nesta etapa é possível verificar se a planta é dotada, realmente da atividade terapêutica que lhe é atribuída, devendo-se determinar em que dose e sob que forma deve ser empregada, bem como a elaboração de um formulário utilizado para o registro da história clínica do paciente em exames laboratoriais. - Técnica adequada - Protocolo Experimental - Comitê de Ética - Produto Fitoterápico 5.1 Fase I - Com um número reduzido de voluntários sadios para a obtenção de dados relativos à farmacodinâmica (efeitos em função da dose), farmacocinética (vias de absorção, vida média, metabolização e excreção), alterações no local da aplicação, biodisponibilidade (na administração oral) e posologia. Nessa etapa é possível, ainda, confirmar a toxicidade prevista nos testes pré-clínicos, relacionada - ou não - ao efeito principal desejado. Esses estudos de Fase I são, em geral, realizados em Clínicas Universitárias e/ou Centros Médicos credenciados pelo Conselho Nacional de Saúde, envolvendo uma equipe treinada de médicos, farmacologistas, enfermeiros, farmacêuticos, estatísticos e, eventualmente. outros profissionais que o estudo exija. 5.2 Fase II - Com um número reduzido de pacientes (10 a 15), em tratamento de curta duração, para testar a efetividade do medicamento na patologia para a qual ele é proposto. Esses estudos permitem avaliar também a efetividade e a toxicidade do novo medicamento com relação às alterações introduzidas pela doença, ou eventualmente, originadas da interação com outros medicamentos de uso simultâneo. 5.3 Fase III - Com um número maior de pacientes e tratamentos mais prolongados, visando à comprovação da segurança e da efetividade do tratamento, à determinação da menor dose eficaz e à utilidade do medicamento comparativamente a um placebo e a uma substância de referência com atividade semelhante. As conclusões devem ser baseadas em comparações estatísticas. 5.4 Fase IV - Com um grande número de pacientes para comprovação clínica da indicação terapêutica do novo fármaco e das doses definidas anteriormente. Esses estudos devem ser realizados simultaneamente com' um grupo placebo e um grupo tratado com substância de referência (controle positivo). Pelo número de pacientes envolvidos, sua execução é cara e difícil. 6 – Estudo químico com monitoração farmacológica - Deve ser feito com vista ao isolamento do princípio ativo contido na planta o que exige uma estreita cooperação entre químicos e farmacologistas. Enquanto o farmacologista examina as frações separadas pelo químico a fim de informar em qual delas está a atividade, o químico procura, progressivamente, isolar das frações ativas a substância responsável pela atividade Etapas do estudo químico: 1º - Preparação do extrato bruto 2º - Análise por Cromatografia em Camada Delgada do extrato bruto. 3º - Purificação dos extratos e frações através de Cromatografia em coluna. 4º - Isolamento do princípio ativo. 5º - Determinação estrututral do princípio ativo: - Infravermelho (IV) e Ultravioleta (UV) - Ressonância Magnética Nuclear de 1H (RMN 1H) - Ressonância Magnética Nuclear de 13C (RMN 13H) - Massas
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