Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PROCESSUAL CIVIL Processos e Procedimentos Fases: Postulatória, Ordinatória e Introdutória www.direitoesquematizado.com 2 DIREITO PROCESSUAL CIVIL II DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO Art. 270 do CPC em diante Durante muito tempo foram tratadas como sinônimos, tanto é assim que o próprio CPC utiliza de uma forma indistinta. Não é um erro, entretanto já se sabia que uma coisa é o instrumento jurisdicional e outra coisa é a forma de como os atos são organizados Hoje não são tratados de maneira distinta, pois a CF de 88 disciplinou de modo diferenciado a competência legislativa para processo e para procedimento Competência Legislativa (entes federativos – União, Estados, Distrito Federal e Município) - É aptidão para criar as leis sob determinado assuntos Para o Processo a competência legislativa é exclusiva da União, somente ela pode legislar, nem ao menos querendo delegar a competência é possível A matéria Procedimental a competência legislativa é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal Competência Concorrente - Mais de um ente federativo pode legislar sobre a matéria, entretanto possui uma hierarquia, a União pode estabelecer as normas de caráter geral e aos Estado ou DF cabe estabelecer normas de caráter específico. Obs.: As normas de caráter especificas não pode contrariar a norma de caráter geral Desta forma o Processo é o instrumento de aplicação da jurisdição e Procedimento é a organização lógica dos atos processuais, a forma de como o instrumento de aplicação é utilizado PROCEDIMENTOS Os procedimentos ou ritos podem ser: COMUNS Previstos nos arts. 271 e seguintes do CPC Seguem sempre o mesmo padrão, os processos que observarão o procedimento comum são identificados por exclusão, os quais são todos aqueles que a lei não tenha previsto o procedimento especial. Dividido em duas categorias: ORDINÁRIO – É o Rito Comum. Art. 282 e seguintes CPC. Dividido em QUATRO FASES: o Postulatória – O autor formula sua pretensão por meio da petição inicial e o réu apresenta a sua resposta COMUNS ESPECIAIS 3 o Ordinatória – O Juiz saneia o processo e aprecia os requerimentos de provas formulados pelas partes o Instrutória – São produzidas as provas necessárias ao convencimento do Juiz o Decisória – O Juiz decide o processo OBS.: Isso não significa que, em cada uma das fases, sejam praticados apenas esses atos processuais. Esta classificação leva em conta apenas o tipo de ato predominante. Sendo assim em qualquer uma das fases e a qualquer tempo o Juiz poderá determinar atos de saneamento, de regularização de eventuais vícios ou deficiências SUMÁRIO – A lei indicará quais os procedimentos que seguirão pelo sumário, todos os demais observarão o ordinário. Desta forma tem a característica de ser mais célere, Art. 275 CPC ESPECIAIS Será especial quando houver previsão legal. Por serem especiais são cada um à sua maneira e a lei indicará qual o procedimento será específico. Ex.: Fixação de Alimentos, Mandado de Segurança, Ação Monitória, Falência, dentre outros O primeiro passo para verificar qual procedimento irá adotar é analisar se há a existência de algum procedimento especial, não havendo sabemos que será comum Para saber qual será procedimento ordinário (sumário ou ordinário mesmo) verifica o art. 275 CPC, se encaixar nos requisitos será sumário, se não estiver de acordo com os requisitos do artigo será ordinário Tempos atrás existia o rito sumaríssimo, que estava dentro do procedimento comum. Hoje em dia NÃO EXISTE MAIS DENTRO DO CPC, pois foi criado o Juizado Especial Cível, sendo os seus procedimentos regulamentados por lei própria. Alguns doutrinadores dizem que o atual procedimento do JEC é o antigo rito sumaríssimo, já outros doutrinadores dizem que é um procedimento especial, por ser tratar de lei específica Lei 12.153/09 – Dispõe sobre juizados especiais da fazenda pública Nos capítulos seguintes do nosso estudo será detalhado cada uma dessas fases dos procedimentos Mas para localizar melhor na matéria, veja o desenho abaixo do que iremos estudar ao longo desse semestre: 4 PROCEDIMENTO SUMÁRIO – Art. 275 CPC Cada inciso traz um critério, no qual existem 2 critérios: I. Causas cujo o Valor NÃO EXCEDA A 60 VEZES O VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO II. Causas qualquer que seja o valor: a. De arrendamento rural e de parceria agrícola b. De cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio c. De ressarcimento por danos em prédio urbano e rústico d. De ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre e. De cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução f. De cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial g. Que versem sobre revogação de doação h. Nos demais casos previstos em lei Trata do Rito sumário – Art. 276 CPC: “Na petição inicial, o autor apresentará o rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará quesitos, podendo indicar assistente técnico”. Deve ser pedido tudo na petição inicial. Se não indicar na petição determinada prova não será produzida 5 Desta forma as provas testemunhal e pericial devem ser requeridas já na petição inicial, assim como o réu deve indicar na contestação PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO ------------------------------------ FASE POSTULATÓRIA ------------------------------------ Nesta fase iremos ver: PETIÇÃO INICIAL Art. 282 CPC – Segundo as palavras do Professor Maurício: “Para saber fazer um bolo é necessário saber a receita do pão de ló, que é a base para o bolo, sendo assim o art. 282 é como a receita do pão de ló, uma receita básica da petição inicial” Desta forma a petição inicial é o ato que dá início ao processo, e define os contornos subjetivo e objetivo da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar. É por meio dela que será possível apurar os elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir É necessário um exame da petição inicial antes de determinar a citação do réu, pois antes da citação será possível corrigir algum erro ou fazer alguma emenda, o que, depois da resposta do réu, dependerá de seu consentimento REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL Os requisitos básicos para elaborar uma petição inicial estão previstos nos arts. 282 e 283 do CPC Os requisitos do art. 282 indicam quais são os requisitos intrínsecos da própria petição inicial Os requisitos do art. 283 dizem respeito a eventuais documentos que devam ser necessários PETIÇÃO INICIAL RESPOSTA DO RÉU REVELIA 6 REQUISITOS DO ART. 282: O JUIZ OU TRIBUNAL A QUE É DIRIGIDA O autor deve indicar para quem a sua petição inicial é dirigida Um eventual erro não ensejará o indeferimento da inicial, mas tão somente a remessa da inicial ao correto destinatário OS NOMES, PRENOMES, ESTADO CIVIL, PROFISSÃO, DOMICÍLIO E RESIDÊNCIA DO AUTOR E DO RÉU A indicação e a qualificação são indispensáveis para que as partes sejam identificadas. Nenhuma dificuldade existirá em relação ao autor, mas é possível que o réu, no momento da propositura, não esteja identificado ou seja incerto. Isso não impedirá o recebimento da inicial caso o juiz verifique que não há meios para tal identificação Os NOMES E PRENOMES servirão para identificar as partes. Na prática se coloca também o RG e CPF O ESTADO CIVIL, além de auxiliar a identificação, poderá terrelevância naquelas ações em que se exige outorga uxória (casos em que os cônjuges devem assinar) Os ENDEREÇOS são relevantes para que possam ser localizadas, quando da necessidade da comunicação pessoal dos atos processuais Quando a parte for pessoa jurídica, a inicial deverá fornecer os elementos necessários para a sua identificação OBS.: Outra informação que deve ser colocada na petição inicial/contestação é o endereço do advogado ou da parte que postular em causa própria, para receber intimações. Se ocorrer mudança de endereço deverá comunicar o atual endereço – Art. 39 CPC O FATO E OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO O autor deve indicar quais são os FATOS e os FUNDAMENTOS JURÍDICOS em que se embasa o pedido, a causa de pedir Esse é um dos requisitos de maior importância da petição inicial, sobretudo a descrição dos fatos, que, constituindo um dos elementos da ação, vinculam o julgamento Em outras palavras, nesta fase o autor conta toda a história ao Juiz, sendo necessário mostrar a causa de pedir e o interesse de agir (Necessidade de propor a ação) O juiz não pode se afastar dos fatos declinados na inicial, sob pena de a sentença ser extra petita 7 PEDIDO É a pretensão que o autor leva à apreciação do Juiz. É um dos requisitos mais importantes da petição inicial, tanto que é um PRESSUPOSTO PROCESSUAL positivo e objetivo e uma das CONDIÇÕES DA AÇÃO (estudado em Direito Processual Civil I – Condições da ação: Legitimidade das partes, Interesse de agir e Possibilidade jurídica do pedido), mencionado no art. 282 do CPC. É tal a sua importância que o CPC dedica uma seção especial a ele, que inclui os arts 286 a 294 Os REQUISITOS do pedido, segundo o art. 286 do CPC, estabelece que o pedido deve ser certo ou determinado. A redação é infeliz: pois não basta que ele seja somente determinado, ele deve ser sempre certo, e na medida do possível determinado A CERTEZA do pedido identifica o seu objeto, permitindo que seja perfeitamente individualizado, desta forma é imprescindível ter a certeza do pedido A DETERMINAÇÃO é o pedido liquido, em que o autor indica a quantidade que pretender receber, não necessariamente deve haver a determinação, sendo assim não é imprescindível Determinação Imediata já se faz o pedido com a determinação ou que seja determinável Determinação Postergada o pedido será omitido, sendo posteriormente determinado ou determinável PEDIDOS GENÉRICOS ou ILÍQUIDOS, são situações em que não seria possível exigir que o autor indicasse na petição inicial com precisão o que pretende, cabe nos seguintes casos, sendo um pedido certo e não determinado: Nas Ações Universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados Quando não for possível determinar as consequências do ato ou do fato ilícito Quando a determinação do valor da condenação depender que deva ser praticado pelo réu ESPÉCIES DE PEDIDO Art. 287 a 290 do CPC Espécies de Pedido Cominatório Alternativo Sucessivo Prestações Periódicas Cumulados 8 ESPÉCIES DE PEDIDO DEFINIÇÃO EXEMPLO COMINATÓRIO Consiste na imposição ao réu da obrigação de fazer ou não fazer algo, ou de entregar algum bem Um engenheiro assina um contrato garantindo a construção de um carro voador. Após isso ele se recusa a fabricar a nova invenção. A outra parte entra na justiça, porém está não pode obrigar o engenheiro a construir o carro. Desta forma, é implementada a multa, de forma a estimular que o réu cumpra o que foi contratado ALTERNATIVO Art. 288 CPC Ocorre sempre que existir uma obrigação que em razão de sua natureza ela pode ser realizada por mais de um modo. Eu empresto um dinheiro ao dono de uma empresa de doces, e acerto como ele pagará essa dívida: ou me devolvendo o dinheiro, ou com os doces que ele fabrica diariamente. Portanto, ficou definido entre nós que eu não me importaria receber o dinheiro ou os doces. Isso está estipulado no contrato de maneira alternativa SUCESSIVO Art. 289 CPC É lícito formular mais de um pedido em ordem sucessiva “Seu juiz eu quero x, mas se não for possível quero y”. Isso significa que ele não quer x e y, mas que se ele não tiver x ele quer y. Isso impede que o autor perdendo uma ação que peça x, tenha que entrar com novo pedido para pedir y PRESTAÇÕES PERIÓDICAS Art. 290 CPC Ocorre quando a obrigação de uma pessoa com outra se dá por mais de uma parcela, por parcelas no regime de repetição. Dessa forma, após o único pedido, o restante ocorrerá automaticamente, sem ter a necessidade de apresentar um pedido todo mês Filho ingressa com uma ação de alimentos contra seu pai. Fica definido que provisoriamente, enquanto o processo estiver em curso, o pai deve todo mês fornecer condições para que o filho possa ter o alimento. Dessa forma, não será necessário que o filho todo mês faça o pedido solicitando o alimento para o pai CUMULADOS Os pedidos realizados com cumulação de ações Ação de dano moral e dano material. Ação de cobrança de aluguel e de despejo Observações a respeito das espécies de pedido ASTREINTE é uma multa diária fixada na sentença judicial ou no despacho de recebimento da inicial, com a finalidade de impor uma penalidade ao devedor, relativo a uma obrigação de fazer ou de não fazer, art. 287 e 645 do CPC Uma vez configurada, mesmo que a decisão que determinou a astreinte mude e deixe de ter, a multa que teve entre o período inicial fixado até a data da decisão que mudou, deverá ser paga, pois diz desrespeito a uma ordem judicial Os requisitos das espécies de pedidos cumulados estão previstos no art. 292 CPC: Art. 292 CPC: É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1º - São requisitos de admissibilidade da cumulação: I - que os pedidos sejam compatíveis entre si 9 II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento VALOR DA CAUSA Assim como está previsto no art. 282, V do CPC, na ordem que estávamos do Código será necessário voltar um pouco no Código de Processo Civil, lááááá no art. 258 do CPC Art. 258 CPC – “A toda causa será atribuída um valor certo, ainda que não tenho conteúdo econômico imediato” Palavras do Professor Maurício: “É muito simples, em TODAS AS PETIÇÕES INICIAIS devem ter o valor da causa, tem que ter um valor lá rapaz!! Leiam o art. 259 CPC” O fundamento do valor da causa se dá com observância primeiro nos pedidos de ordem meritória, não sendo de identificação econômica, será observado por uma estimativa, que é o chute O CÁLCULO DO VALOR da causa será feito nos seguintes moldes: Nas ações de COBRANÇA DE DÍVIDA, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a propositura da ação Havendo CUMULAÇÃO DE PEDIDOS, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles Sendo alternativos os pedidos, o de maior valor Se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal Quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio jurídico, o valor do contrato Na AÇÃO DE ALIMENTOS, a soma de 12 prestações mensais, pedidas pelo autor Na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, a estimativa oficial para lançamento do imposto AS PROVAS COM QUE O AUTOR PRETENDE DEMONSTRAR A VERDADE DOS FATOS ALEGADOS Como na petição inicial, o autor ainda não tem condições de saber o que será controvertido pelo réu, há certa tolerância quanto a este requisito da inicial Entende-se que a sua omissãonão é razão para indeferi-la, nem impede que oportunamente sejam requeridas provas pelo autor O REQUERIMENTO PARA A CITAÇÃO DO RÉU 10 Trata-se de requisito de menor importância, cuja ausência há de ser tolerada, já que o pedido de citação está implícito no ajuizamento da demanda. Não há razão para que se mande emendar a inicial, ou para que se a indefira, por falta desse requisito PRIMEIRO QUESTIONÁRIO 1. Diferencie os seguintes termos técnicos: processo, procedimento, ação, rito e jurisdição. Comente-os, traçando aspectos que os aproximem, diferenciem e caracterizem 2. O que são pedidos cumulados, sucessivos e genérico. Explique detalhadamente 3. O advogado pode postular em nome da parte sem procuração? Explique e justifique 4. O que é fungibilidade de ritos processuais? Quais são os seus requisitos e obstáculos? 5. Como a legislação processual disciplina a oportunidade de requerimento para produção de prova testemunhal? Explique 6. O que são astreinte? Comente -------------------------------------- DESPACHO INICIAL -------------------------------------- Previstos no art.162 a 165 do CPC O Despacho inicial (expressão genérica para determinar todo e qualquer ato do Juiz) é o primeiro ato do juiz, podendo ser: despacho propriamente dito, decisão interlocutória ou sentença Os Atos podem ser: Sentença – Ato do Juiz que põe um fim ao processo Decisão Interlocutória – Ato pelo qual o Juiz, no curso do processo, resolve questão incidente Despacho – Todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, ex.: art. 285 CPC Classificação Processual é tudo que não seja o pedido principal, sendo considerados pedidos acessórios (ex.: Citação do réu) e Meritório são os pedidos que resolvem o mérito Estando a petição inicial em termos, o Juiz despachará, ordenando a citação do réu, o qual será o próximo tópico do nosso estudo RESPOSTA DO RÉU E REVELIA 11 --------------------------------------- CITAÇÃO ---------------------------------------- A citação consiste em um ato de comunicação fundamental, por meio do qual o réu fica ciente do processo no qual está envolvido, e tem a primeira oportunidade de manifestar-se e defender-se O fato de fazer o réu ficar ciente do processo completa a relação processual, que antes se encontrava incompleta, apenas com autor e juiz Ou seja, podemos dizer que neste momento o processo existe, visto que a relação processual é um pressuposto de existência Além da citação completar a relação jurídica processual, também ocorre o dever processual do réu contestar a ação, pois toda citação tem uma intimação Art. 215 CPC: “Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado” CITAÇÃO DIRETA Realizada na própria pessoa do réu, ou de seu representante legal CITAÇÃO INDIRETA Realizada na pessoa de um terceiro que possui poder de receber para o réu, e que se encontra vinculada ao réu ESPÉCIES DE CITAÇÃO CITAÇÃO REAL Citação feita pessoalmente ao réu ou a quem o represente, e gera os efeitos da revelia, caso o réu não apresente a sua contestação dentro do prazo fixado. São modalidades de citação real: CITAÇÃO POR CORREIO É a forma de citação mais comumente utilizada. Salvo em algumas situações, citadas no art. 222 do CPC, a citação pelo correio será sempre a utilizada, principalmente devido a sua rapidez Chamada de citação por carta, AR Art. 222 - A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto: REAL CORREIO PESSOAL INTERNET FICTA EDITAL HORA CERTA 12 a) nas ações de estado; b) quando for ré pessoa incapaz; c) quando for ré pessoa de direito público; d) nos processos de execução; e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; f) quando o autor a requerer de outra forma OBS.: Nesse tipo de citação, o prazo para contestação dará início no dia da juntada aos autos do aviso de recebimento firmado pelo destinatário da citação CITAÇÃO PESSOAL Citação realizada pessoalmente através de Oficial de Justiça Utilizada nas situações que a citação pelo correio não obteve sucesso ou nas situações descritas acima pelo art. 222 A citação por mandado deve se preocupar em seguir os requisitos previstos pelo art. 225 do CPC Art. 225 - O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter: I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis III - a cominação, se houver IV - o dia, hora e lugar do comparecimento V - a cópia do despacho VI - o prazo para defesa VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz Parágrafo único - O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado OBS.: Nessa citação o prazo para a contestação começa a contar na data da juntada do último mandado de citação cumprido CITAÇÃO PELA INTERNET/MEIO ELETRÔNICO 13 O uso desse tipo de citação vem descrito no art. 9° da Lei n° 11419/06. Neste artigo, afirma-se que todas as citações devem ser realizadas por meio eletrônico, realizando pelos métodos convencionais somente caso ocorra algum problema técnico Entretanto, o problema maior é que para tornar essa citação viável, o réu deveria ser credenciado adequadamente, fato que já acaba muitas das vezes com a possibilidade de uso da citação por meio eletrônico CITAÇÃO FICTA Presume-se que o réu tomou conhecimento dos termos da ação por meio de edital ou pelo oficial de justiça, em não sendo encontrado pessoalmente. Há duas modalidades de citação ficta: CITAÇÃO POR EDITAL Última alternativa, pois só ocorre quando esgota todos os meios de citação do réu. Realizada através de citação divulgada nos editais, elementos públicos, que recebem ampla divulgação A citação por edital é cabível em todos os tipos de processo. Podemos citar algumas situações que o juiz definirá a citação por edital, situações essas previstas no art. 231 do CPC. Art. 231 - Far-se-á a citação por edital: I - quando desconhecido ou incerto o réu II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar III - nos casos expressos em lei CITAÇÃO POR HORA CERTA Está inserida na citação por mandado. Ocorre nas situações em que o réu é procurado TRÊS VEZES pelo oficial de justiça em sua residência, e não é encontrado, deixando suspeita de ocultação A suspeita deve ser feita pelo OFICIAL DE JUSTIÇA, não sendo possível o Juiz determinar que faça a citação com hora certa quando ela não existe OBS.: O prazo para contestação começa a contar na data da juntada dos autos do mandado de citação com hora certa OCORRÊNCIA DA CITAÇÃO 14 A citação poderá ocorrer em qualquer lugar (art. 216 CPC), porém HÁ EXCEÇÕES, dispostos nos arts. 217 e 218 CPC, em que serão só ocorrerão em último caso para evitar o perecimento do direito: Quem estiver assistindo culto religioso Cônjuge ou qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 dias seguintes Aos noivos, nos 3 primeiros dias de bodas Aos doentes, enquanto estiver em estado grave Réu demente ouestiver impossibilitado de receber EFEITOS DA CITAÇÃO Os principais efeitos da citação é o fato de complementar e triangularizar a relação processual Além destes, existem alguns outros efeitos da citação, como podemos verificar no art. 219 do CPC De forma a facilitar o estudo vamos fazer um resumo geral sobre os efeitos da citação EFEITOS DA CITAÇÃO FAZER LITIGIOSA A COISA INDUZIR LITISPENDÊNCIA INTERROMPER A PRESCRIÇÃO CONSTITUIR O DEVEDOR EM MORA TORNAR PREVENTO O JUÍZO A citação irá fazer com que o objeto do litígio, após ocorrer a citação ao réu, se torne uma coisa litigiosa Quando tivermos a litispendência, ou seja, duas causas idênticas, uma delas terá de ser extinta. Dessa forma, a citação irá automaticamente excluir uma das causas. Somente prosseguirá aquela que foi alcançada pela citação válida A citação válida, desde que realizada dentro do prazo estipulado, irá interromper a prescrição, ainda que ordenada por juízo incompetente Mesmo que ordenado por juízo incompetente, a citação irá constituir o devedor em mora. Porém, este não pode já estar antes como devedor em mora A citação válida vem a ser uma causadora da prevenção, que por sua vez auxiliará na definição do juízo, associado a competência de cada um Juiz Preventivo – É o juiz competente por prevenções. É só aquele juiz que toma conhecimento da ação e pratica o ato no processo JUIZ RÉU AUTOR 15 --------------------------------------- CONTESTAÇÃO ---------------------------------------- Art. 300 ao 318 CPC Contestação é a peça de defesa do réu, por meio do qual ele pode se contrapor ao pedido inicial. Nela, concentrará todos os argumentos de resistência à pretensão formulado pelo autor, salvo aqueles que devem ser objeto de incidente próprio Ao apresentá-la, ele formula a pretensão de ver o pedido inicial desacolhido, no todo ou em parte, apresentando os argumentos e fundamentos que servirão para convencer o juiz. Daí que a pretensão contida na contestação é sempre declaratória negativa, de que o juiz declare que o autor não tem razão, desacolhendo o pedido Se o réu quiser apresentar pedidos de outra natureza, terá que ser através da reconvenção Mas há ações, denominadas dúplices, em que o réu pode valer-se de contestação não só para defender- se, mas também para formular pretensões em face do autor, sem que haja a necessidade da reconvenção. O art. 300 do CPC estabelece que “Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir” O réu deve apresentar todas as razões que possam levar ao desacolhimento do pedido, ainda que não sejam compatíveis entre si. Ex.: Apresentar vários fundamentos de defesa, em ordem sucessiva para, caso o juízo eventualmente não acolha os primeiros, possa aceitar os últimos O réu deve impugnar especificamente os fatos narrados na petição inicial, sob pena de presumirem-se verdadeiros Estudo comparativo entre os arts. 302 com o 320 – Incontroversa com a Revelia Art. 302 CPC: Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo: I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público Art. 319 CPC: Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor Art. 320 CPC: A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente: 16 I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis III - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato As ESPÉCIES DE CONTESTAÇÃO são: Categoria processuais, cujo acolhimento implique na extinção do processo sem julgamento do mérito. Ex.: Falta de condições da ação ou pressupostos processuais Categoria processuais que não implique na extinção do processo, mas a sua dilação. Ex.: Incompetência do juízo, impedimento do Juiz) Defesas substanciais ou de mérito OBS.: Antes de apreciar as defesas de mérito, o juiz precisa examinar as processuais, que são chamadas de preliminares. PRELIMINARES (Art. 301 CPC) são questões que devem ser apreciadas pelo juiz antes de passar no exame do mérito. São as defesas de cunho processual, que poderá extinguir o processo sem julgamento do mérito ou implicar na dilação, como vimos exemplos acima Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: I. Inexistência ou nulidade da citação II. Incompetência absoluta III. Inépcia da petição inicial IV. Perempção V. Litispendência VI. Coisa Julgada VII. Conexão VIII. Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização IX. Convenção de arbitragem X. Carência da ação XI. Falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar Depois de arguir eventuais preliminares, o réu apresentará, na mesma peça, a sua defesa de mérito, que pode ser de dois tipos: direta ou indireta. A defesa direta é aquela que nega os fatos que o autor descreve na inicial, ou os efeitos que deles pretende retirar A defesa indireta é aquela em que o réu, embora não negando os fatos da inicial, apresente outros que modifiquem, extingam ou impeçam os efeitos postulados pelo autor. 17 EX.: Ação de indenização por acidente de trânsito, haverá defesa direta se o réu negar que houve o acidente, ou que ele ocorreu na forma descrita na petição inicial; haverá defesa indireta se o réu reconhecer que houve o fato na forma narrado, mas alegar que já pagou, que houve prescrição da pretensão indenizatória, ou que as partes já transigiram sobre a questão. PRAZO da contestação no procedimento ordinário, deve ser apresentada no prazo de 15 DIAS. Se o réu for MP ou Fazenda Pública o prazo será em quádruplo. Havendo litisconsortes com advogados diferentes, será em dobro --------------------------------------- EXCEÇÕES ---------------------------------------- Art. 304 ao 306 CPC Toda a defesa, em regra, deve ser apresentada na contestação. Mas há algumas matérias que devem ser alegadas por meio de um incidente, autuado em apenso, cuja apresentação tem a finalidade de suspender o processo, até que seja solucionado Iremos tratar de 3 TIPOS DE EXCEÇÕES: Incompetência Relativa Impedimento Suspeição Se feitas pelo réu devem ser interpostas no prazo da contestação, se for pelo autor será no prazo de 15 DIAS que for causado o problema Quem entra com a exceção tem a nomenclatura de EXCIPIENTE Contra quem é a exceção se dá a nomenclatura de EXCEPTO INCOMPETÊNCIA RELATIVA – Art. 307 ao 311 CPC Incompetência será do Juízo Somente a incompetência relativa pode ser arguida por meio de exceção. A incompetência absoluta deve configurar como preliminar da contestação A iniciativa será do réu, sendo assim se o réu não a alegar no tempo e na forma oportunos, haverá preclusão, não podendo nem o próprio juiz conhecê-la de ofício, nem o réu alegá-la posteriormente Será feitapor uma petição separada, uma petição própria, devendo preencher os requisitos da petição inicial Se a exceção for julgada procedente significa que o Juiz reconheceu que aquele juízo é incompetente, sendo remetido para o juízo competente 18 IMPENDIMENTO e SUSPEIÇÃO – Art. 312 a 324 CPC Imparcialidade ou suspeição do Juiz Excipiente poderá ser o autor ou o réu, o excepto será o Juiz A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 134 e 135). A petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com documentos em que o excipiente fundar a alegação e conterá o rol de testemunhas Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos autos ao seu substituto legal; em caso contrário, dentro de 10 DIAS, dará as suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao Tribunal. Verificando que a exceção não tem fundamento legal, o tribunal determinará o seu arquivamento; no caso contrário condenará o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal. SEGUNDO QUESTIONÁRIO 1. Diferencie processo e procedimento 2. Quais são as espécies de processo e procedimento? Comente cada uma delas 3. Existe nulidade no processamento de um feito pelo rito ordinário quando o cabível é sumário? Justifique e responda também sobre a situação inversa. 4. A expressão “ação ordinária” é tecnicamente correta? Explique 5. O que pode significar a expressão “ação de cobrança”? Responda com base na classificação da ação quanto ao pedido 6. Quais são e como funcionam, basicamente, as formas de citação no processo civil? Existe preferência legal por alguma delas? Explique em detalhes 7. O que ocorre com o ônus processual diante da falta de atualização do endereço do advogado? Justifique --------------------------------------- RECONVENÇÃO ---------------------------------------- Conceito A reconvenção uma das respostas mencionadas no art. 297 da CPC que se destaca das demais por não ser um mecanismo de defesa, mas de contra-ataque A contestação não amplia os limites da lide, a reconvenção sim. Aqui o juiz é obrigado a apreciar além dos pedidos do autor, os pedidos do réu 19 O que justifica a reconvenção é a economia e maior eficiência do processo, uma vez que as pretensões dos litigantes serão julgadas de uma só vez A reconvenção é uma AÇÃO NOVA proposta pelo réu em face do autor dentro de um mesmo processo. Assim, a ação principal e a reconvenção terão processamento conjunto, e serão julgadas por uma só sentença Pelo fato da reconvenção ser uma nova ação de forma autônoma e independente, tendo o seu próprio objeto, deve, portanto, preencher os requisitos previsto nos arts. 282 e 283 CPC, cabíveis a uma ação, porém há uma exceção quanto aos requisitos, que é em relação a citação do réu, sendo na reconvenção feita a intimação do reconvindo!! O nome do réu no processo principal passará a ser reconvinte, e o nome do autor será reconvindo Autor -- Reconvindo Réu -- Reconvinte Natureza da Reconvenção Quanto a natureza da reconvenção podemos afirmar que a pretensão do réu reconvinte em face do autor reconvindo pode ser de natureza condenatória, constitutiva ou declaratória Não é necessário que seja da mesma natureza que a formulada pelo autor. É possível reconvenção condenatória em ação declaratória, e vice-versa Independência da Reconvenção Art. 317 do CPC diz que mesmo com a desistência da ação principal, a reconvenção irá prosseguir normalmente até o seu julgamento Situações que cabem a Reconvenção A reconvenção é própria do processo de conhecimento, não cabendo em processos de execução, nem em cautelares. Dentro dos processos de conhecimento só nos de jurisdição contenciosa, os de jurisdição voluntária ficam fora Só é cabível no Rito Ordinário Prazo da Reconvenção O prazo para apresentar a reconvenção é o mesmo da contestação (15 DIAS), não sendo apresentada neste prazo haverá a preclusão Requisitos da Reconvenção 20 Conexão – Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir Competência – Uma vez que a sentença julgará ação e reconvenção, como disposto no art. 318 do CPC, o Juiz deverá ser competente para apreciação do pedido reconvencional Procedimentos compatíveis – Como a ação e a reconvenção serão tratados de um mesmo processo é preciso que tenham procedimentos compatíveis Que o autor não seja legitimado extraordinário – É o parágrafo único do art. 315 CPC que restringe a utilização da reconvenção, em seu nome, contra autor que demandar em nome de outrem OBS.: Quando no polo passivo da reconvenção for inserido alguém que até então não figurava, haverá necessidade de citação uma vez que por não fazer parte da ação ainda não possuía advogado OBS².: Reconvenção da reconvenção para alguns doutrinadores é possível para outros não, os que dizem que há tem por base que ao responder a ação de reconvenção o autor reconvindo deve apresentar qualquer forma de resposta, inclusive a reconvenção. Para os que dizem que não é possível, tem como base que o art. 316 diz que só é possível contestar sobre a reconvenção ---------------------------- DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES ---------------------------- EFEITO DA REVELIA Art. 319 ao 322 do CPC Como estudamos anteriormente o réu após ser citado tem o direito de se defender, de apresentar uma resposta Isso mesmo ele tem o direito, mas não é forçado a apresentá-la. Dessa forma, revelia é a perda de uma faculdade processual que ocorre com a ausência física do réu ou mesmo quando presente não manifesta sua defesa no processo Sua omissão pode lhe trazer consequências contrárias ao seu interesse Da revelia decorrem DOIS EFEITOS: o primeiro trata da desnecessidade de prova, amparado pelo artigo 319 do CPC, e o segundo diz respeito à desnecessidade de intimações, previsto no artigo 322 do CPC No caso de não ocorrer contestação, os fatos narrados pelo autor na petição inicial, tornam-se incontroversos, ou seja, serão reputados como verdadeiros Ocorrendo isto, em regra, o juiz já estará autorizado a proferir sentença, já que não há a necessidade de provar os fatos alegados AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL 21 É uma segunda ação que tem objeto próprio, sendo prejudicial a ação principal, capaz de gerar coisa julgada. Se chama de declaratória pois visa obter como verdade jurídica uma existência ou uma não existência numa relação Decide objeto que é prejudicial, sendo que incide sobre o processo principal Art. 325 CPC: “Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide” O Réu também poderá interpor a ação declaratória incidental Se ação principal for julgada extinta a ação declaratória será extinta também Ponto é todo elemento do processo que deve ser decidido Questão é o ponto controvertido, o autor diz uma coisa e o réu diz outra Questão prejudicial do mérito surge com a contestação Requisitos Existência de uma ação de conhecimento O pedido incidental deve ter natureza declaratória O pedido da ação incidental se refira a objeto prejudicial e ao mesmo tempo, diferente da ação principal Que tenha havido impugnação na ação principal Que haja a mesma competência para ambas as ações Deve haver compatibilidade procedimentalCoincidem com a reconvenção: Precisa ter um processo para incidir O pedido tem que ser diferente, e em regra a reconvenção precisa ser prejudicial, mas não necessariamente Os procedimentos devem ser compatíveis Não coincidem com a reconvenção: Pode ser de qualquer natureza, e não somente declaratória Não depende de impugnação A reconvenção só pode ser proposta pelo réu IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA CAUSA 22 Fixação do valor da causa (Art. 260 CPC): Pedido, Estimativa Legitimidade para impugnar: Réu Forma: No Rito Ordinário: Petição própria; Prazo de resposta (Art. 297 CPC); Autuação em apenso No Rito Sumário (Art. 277, §4º CPC): 1ª audiência e petição escrita ou oral Procedimento: Oferta da indignação Intimação do impugnado Provas Decisão Sentença Recurso Agravo FATOS IMPEDITIVOS, MODIFICATIVOS E EXTINTIVOS DO PEDIDO Art. 326 CPC: Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental ------------------------------------ FASE ORDINATÓRIA ------------------------------------ DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO DA EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 329 CPC - Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 267 e 269, II a V, o Juiz declarará extinto o processo Art. 267 CPC: Extingue-se o processo, sem resolução do mérito: I - quando o juiz indeferir a petição inicial; Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; 23 Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; Vll - pela convenção de arbitragem; Vlll - quando o autor desistir da ação; IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal; X - quando ocorrer confusão entre autor e réu; XI - nos demais casos prescritos neste Código. Art. 269 CPC: Haverá resolução do mérito: I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; III - quando as partes transigirem; IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE Art. 330 CPC – O Juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença nos seguintes casos: Quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência Quando ocorrer a revelia (Art. 319 CPC) DA AUDIÊNCIA PRELIMINAR Se NÃO ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar a causa sobre direitos que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 DIAS, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir Se ocorrer a conciliação, o acordo será reduzido a termo e homologada por sentença Se não acontecer a conciliação, o Juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento Todavia há casos em que não é possível um acordo, seja por não admitir a transação ou seja pelas circunstâncias das causas em que é improvável a sua obtenção, desta forma o Juiz irá sanear o processo e ordenar a produção de prova nos termos do §2º do art. 331 ------------------------------------ FASE INSTRUTÓRIA ------------------------------------ PROVAS 24 Art. 332 do CPC e seguintes Na petição inicial, o autor precisa expor os fundamentos de fato e de direito, que embasam o seu pedido (causa de pedir). Com a apresentação da resposta, o réu poderá tornar controvertidos os fatos, ou apenas as consequências jurídicas que o autor pretende deles extrair Em suma, a controvérsia pode ser exclusivamente de direito, ou também de fato. No primeiro caso, não há necessidade de provas (exceto os casos excepcionais do art. 337, em que o juiz pode exigir a comprovação da vigência e do teor do direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário). Mas se houver fatos controvertidos, ele dará às partes a oportunidade de comprová-los Sendo assim Prova é um elemento processual capaz de evidenciar a verdade real. Em outras palavras, Provas são os meios utilizados para formar o convencimento do juiz a respeito de fatos controvertidos que tenham relevância para o processo CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS Quanto ao OBJETO podem ser: DIRETAS – Aquelas que se ligam diretamente ao fato que se pretende demonstrar, como o recibo ao pagamento ou o instrumento ao contrato INDIRETAS – Aquelas que não se prestam a demonstrar diretamente o fato a ser provado, mas algum outro fato a ele ligado o que, por meio de induções ou raciocínios, poderá levar à conclusão desejada. Ex.: provar por testemunhas que, em determinada data, o litigante estava viajando, e que não podia ser o autor de determinado conduta lesiva Quanto ao SUJEITO a prova pode ser: PROVA PESSOAL – Prestada por uma pessoa a respeito de um fato, como a ouvida de testemunhas ou o depoimento pessoal das partes PROVA REAL – Obtida pelo exame de determinada coisa, como a inspeção judicial ou perícia feita sobre ela Quanto a FORMA pode ser: ORAL – Colhida verbalmente, como os depoimentos das partes e das testemunhas ESCRITA – Vem redigida, como os documentos e perícias OBJETO DA PROVA O objeto da prova são os fatos controvertidos relevantes para o julgamento do processo 25 Para que o juiz profira o julgamento, é preciso que forme sua convicção a respeito dos fatos e do direito controvertidos. Para que se convença do direito, não é preciso que as partes apresentem provas, porque ele o conhece (jura novit curia), salvo as hipóteses do art. 337, em que pode exigir prova não propriamente do direito, mas da vigência de direito estadual, municipal, estrangeiro ou consuetudinário, o que será feito por meio de certidões ou pareceres de juristas estrangeiros ou locais FATOS QUE NÃO PRECISAM SER COMPROVADOS No item anterior foi visto que somente os fatos relevantes para a causa precisam ser comprovados. Assim, dispensam prova aqueles que não terão nenhuma repercussão no desfecho do processo e os irrelevantes Mas mesmo entre os fatos relevantes, há alguns que NÃO PRECISAM SER COMPROVADOS. O art. 334 do CPC os enumera: Fatos Notórios São aqueles do conhecimento geral da comunidade em que o processo tramita. Não é preciso que sejam de conhecimento global, bastando que sejam sabidos pelas pessoas da região. Ex.: No Rio de Janeiro, há grande afluxo de turistas estrangeiros, ou que em determinadas épocas, a crise econômica assolou o país ou determinada região Confessados O que foi confessado pela parte contrária, seja expressamente, seja por falta de impugnação específica, não se tornou controvertido, e apenas sobre o que há controvérsia exige-se prova. Pressupõe-se que o fato admita confissão Incontroversos Essa hipótese assemelha-se à anterior, porque pressupõe também a incontrovérsia,que dispensa a instrução. Aqui há um consenso entre os litigantes a respeito de determinado fato Presumidos Há dois tipos de presunção que podem ser estabelecidas por lei: a absoluta (juris et de jure) e a relativa (juris tantum). Se houver a primeira, nenhuma prova se admitirá que seja contrária ao fato alegado; se for a segunda, aquele que alegou o fato não precisará comprová-lo, mas o seu adversário poderá fazer prova contrária. A revelia é um exemplo em que há presunção relativa dos fatos alegados na petição inicial Em relação ao FATO NOTÓRIO há 3 Teorias: 1ª Teoria – Fato notório é aquele de conhecimento de todos; 2ª Teoria – Fato notório é conhecido pela pessoa comum; 3ª Teoria – Fato notório é aquele de conhecimento para as partes (Essa teoria é a usada no processo civil) MÁXIMAS DE EXPERIÊNCIA decorre de um bom senso e da experiência do julgador (Art. 335 CPC) OBS.: A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, deve provar a sua vigência, se assim determinar o Juiz (Art. 337 CPC) TERCEIRO QUESTIONÁRIO 26 1. Qual é o ato que deve ser praticado pela parte que pretender que o Juiz não apenas conheça de determinada questão prejudicial, mas também a julgue, fazendo segurança jurídica? 2. Quais são e como funcionam os meios de contra-ataques no processo civil? 3. Quais são as formas de arguição de incompetência? Comente. 4. A petição inicial será sempre endereçada ao Juiz da Vara (Juízo singular)? Justifique em detalhes 5. As sentenças que contenham vícios quanto a sua correspondência com os pedidos, podem ser saneadas em recurso? 6. Como ocorre a impugnação do valor da causa no rito sumário? Comente. 7. O que é o princípio da concentração da defesa? 8. O que é concentração da defesa? A que ato se aplica? 9. De que formas são possíveis arguir a incompetência do juízo? Explique em detalhes 10. Quais são os critérios para admissão do rito sumário? 11. Qual a relação do rito processual com a impugnação do valor da causa? 12. Diferencie reconvenção de ação declaratória incidental em detalhes 13. Quais os fundamentos técnicos para conveniência da réplica? 14. Quais são os fatos que dispensam a produção de prova? Comente cada um deles, citando exemplos. 15. O que é prorrogação de competência? 16. Em que casos a revelia deixa de produzir efeitos? Comente. 17. O que são pontos controvertidos? Dê exemplos? DEPOIMENTO PESSOAL É um meio de prova, pelo qual o juiz, a requerimento de uma das partes, colhe as declarações do adversário, com a finalidade de obter informações a respeito de fatos relevantes para o processo Desta forma é um instrumento processual capaz de obter a confissão da parte INICIATIVA - Só quem pode prestá-lo são as partes, autores e réus, jamais um terceiro. E só quem poderá requerê-lo é a parte contrária. Ninguém pode requerer o próprio depoimento pessoal, mas somente o do adversário. Entretanto poderá ser também determinado de ofício pelo Juiz – Art. 343 CPC MOMENTO - Havendo o requerimento de depoimento pessoal, que pode ser feito na inicial, na contestação ou no momento de especificação de provas, o juiz determinará a intimação da parte, na forma do art. 343, § 1º, do CPC, sob pena de confissão CONFISSÃO Ato em que a parte admite como verdadeiro um fato contrário ao seu interesse Os deveres do depoente são de comparecer e responder Se a recusa for injustificada será aplicada a confissão A recusa justificada pode ser por causa de um fato criminoso ou pelo dever de sigilo (A parte não fica obrigada a depor) O procedimento é semelhante à oitiva de testemunhas 27 As perguntas a serem feitas para o depoente devem ser dirigidas ao Juiz, para o Juiz perguntar ao depoente. Isso ocorre porque o Juiz irá considerar se a pergunta deve ou não ser respondida É vedado o uso de texto escrito (textos prontos). Porém é autorizado o uso de anotações EXIBIÇÃO de DOCUMENTOS ou COISA Art. 355 ao 363 CPC Nem sempre o documento que se pretende usar como prova está em poder do interessado. Há casos em que está com o adversário, ou com terceiro Em determinados casos, a lei concede à parte interessada o poder de exigir daquele que tem consigo o documento, que o apresente em juízo, seja ele a parte contrária, seja alguém de fora do processo Há 2 MANEIRAS pelas quais se pode conseguir a vinda dos documentos aos autos: a Requisição Judicial e a Exibição de Documento REQUISIÇÃO JUDICIAL – Art. 399 CPC Será cabível quando o documento estiver em poder de repartições públicas, que são obrigadas a cumprir a ordem do Juiz, para que o apresentem A requisição será feita pelo Juiz de ofício, ou a requerimento da parte interessada no documento, sempre que este for relevante para a apuração dos fatos, e não puder ser obtido sem a intervenção judicial Conquanto o art. 399 aluda apenas as repartições públicas, nada impede que as requisições sejam dirigidas às entidades particulares, que terão de cumpri-las. Ex.: Prontuários médicos a hospitais, ainda que particulares, ou a órgãos de proteção de crédito EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO – Incidente de exibição de documentos O CPC prevê 2 mecanismos pelos quais é possível que um dos litigantes exija do outro, ou de terceiros, a apresentação de documentos que estejam em poder deles: a Ação Cautelar Preparatória, prevista nos arts. 844 e 845 CPC, e o Incidente Probatório, previsto nos arts. 355 a 363 CPC Ambos têm por fim OBRIGAR aquele que detém o documento, seja ele parte ou terceiro, a APRESENTÁ-LO Só existirá o incidente quando a exibição do documento for requerida por uma das partes, esteja ele em poder da outra ou de terceiro. O juiz pode, de ofício, determinar a apresentação de documentos em juízo, mas NÃO estará diante do incidente de exibição Se o Juiz determinar a exibição de documento a um dos litigantes, este não estará propriamente obrigado a apresentá-lo, mas se NÃO O FIZER, sofrerá as consequências negativas decorrentes da sua omissão: os fatos que se pretendia comprovar por meio dos documentos sonegados reputar-se-ão verdadeiros 28 Mas, se o documento estiver em mãos de terceiro, terá este a obrigação de cumprir a determinação judicial de apresentá-los, e não somente o ônus. O descumprimento implicará desobediência e o Juiz tomará as providências necessárias para que a sua ordem seja cumprida DOCUMENTO Art. 364 e seguintes do CPC A prova documental tem se tornado cada vez mais comum, diante da tendência moderna de documentar todas as relações jurídicas, ainda que a lei não exija forma escrita. Quando ela o exige, o documento deixa de ser apenas um mecanismo de prova, e se torna da essência do próprio negócio jurídico, que não pode ser provado por outras maneiras. É o que ocorre na hipótese do art. 366 do CPC O documento é composto necessariamente de suporte e informação Documento é qualquer objeto que possa registrar uma informação Suporte é um meio físico em que se registra informação Documento: Original – A primeira produção do documento, o exemplar produzido em primeiro momento, Cópia – Reprodução do original, pode ser simples (pura e simplesmente uma reprodução, sem qualquer formalidade – Art. 225 CC) ou autêntica (retirada do original, é uma reprodução do original) Cópia autenticada é aquele que contém uma declaração de autenticidade (Quem faz esse serviço são os cartórios) Art. 475-O CPC Produção da prova documental em regra deve ser produzida pelo autor na petição inicial e pelo réu na contestação. Porém é possível a prova documental no curso do processo PROVA PERICIAL Art. 420 ao 439 do CPC Prova pericial é o meio adequado para a comprovaçãode fatos cuja apuração depende de conhecimentos técnicos ou científico, que exigem o auxílio de profissionais especializados. Ex.: Perícia médica, perícia de engenharia, perícia de contabilidade, entre outras Quando isso ocorrer, tornar-se-á necessária a nomeação do perito, profissional que detém o conhecimento técnico necessário. O juiz, ainda que o detenha, NÃO pode utilizá-lo para apuração dos fatos. Afinal, é necessário que as partes tenham oportunidade de participar da produção da prova, formulando ao perito suas questões, e as dúvidas pertinentes ao caso 29 Diferenças entre Peritos e Assistentes Técnicos Os Peritos são nomeados pelo Juiz, quando são indicados pelas partes são chamados de Assistentes Técnicos Determinada a perícia, e nomeado o perito, as partes poderão, no prazo de 5 DIAS, indicar assistentes técnicos. Sua função é assisti-las na prova pericial, acompanhando a produção e apresentando um parecer, a respeito das questões técnicas que são objeto da prova O assistente técnico, ao contrário do perito, não é da confiança do juízo, mas das partes, sendo por elas contratado. Por isso, não está sujeito às causas de impedimento e de suspeição O Perito deve ser pessoa física e ser um profissional de nível universitário, devidamente inscrito no órgão de classe competente. Todavia os peritos não prestam mais compromisso, pois o simples fato de aceitar o encargo presume-se o seu comprometimento em bem realizar suas funções Há 3 CASOS de PERÍCIAS: EXAME – Análise ou observação de pessoas ou coisas, para extrair delas informações desejadas. Ex.: Perícia médica VISTORIA – Análise de bens imóveis, com a finalidade de constar o que quer que seja a finalidade AVALIAÇÃO – Busca atribuir preço, atribuir valores econômicos a um determinado bem Admissibilidade da Prova Pericial Só será determinada a realização de perícia quando houver um fato controvertido, cuja apuração depende de conhecimento técnico ou científico (art. 145, do CPC) Hipóteses em que será INDEFERIDA a perícia: A prova do fato NÃO DEPENDER do conhecimento especial de técnico For desnecessária em vista de outras provas produzidas A verificação for impraticável QUESITOS são as perguntas relevantes feitas para os peritos e assistentes técnicos, que são elaborados pelas partes ou pelo Juiz OBS.: A perícia pode ser determinada a requerimento das partes, do Ministério Público, ou de ofício pelo Juiz. O Juiz nomeará o perito, e concederá às partes e ao Ministério Público o prazo de cinco dias para formular quesitos e indicar assistentes técnicos OBS².: Se a perícia não for suficientemente esclarecedora, o juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento das partes, a realização de uma segunda perícia, que terá por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira, e que servirá para corrigir eventuais omissões ou inexatidões 30 OBS³.: As despesas é, em regra, onerosa, pois cumpre às partes a remuneração do perito. Mas a qual delas? A regra é que o vencido arque com todas as despesas do processo, incluindo os honorários do perito e do assistente técnico da parte contrária
Compartilhar