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DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Processos e Procedimentos

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Processos e Procedimentos 
 
 
Fases: Postulatória, Ordinatória e Introdutória 
 
 
www.direitoesquematizado.com 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO 
Art. 270 do CPC em diante 
Durante muito tempo foram tratadas como sinônimos, tanto é assim que o próprio CPC utiliza de uma forma 
indistinta. Não é um erro, entretanto já se sabia que uma coisa é o instrumento jurisdicional e outra coisa é 
a forma de como os atos são organizados 
Hoje não são tratados de maneira distinta, pois a CF de 88 disciplinou de modo diferenciado a 
competência legislativa para processo e para procedimento 
Competência Legislativa (entes federativos – União, Estados, Distrito Federal e Município) - É aptidão para 
criar as leis sob determinado assuntos 
Para o Processo a competência legislativa é exclusiva da União, somente ela pode legislar, nem ao menos 
querendo delegar a competência é possível 
A matéria Procedimental a competência legislativa é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito 
Federal 
Competência Concorrente - Mais de um ente federativo pode legislar sobre a matéria, entretanto possui 
uma hierarquia, a União pode estabelecer as normas de caráter geral e aos Estado ou DF cabe estabelecer 
normas de caráter específico. Obs.: As normas de caráter especificas não pode contrariar a norma de caráter 
geral 
Desta forma o Processo é o instrumento de aplicação da jurisdição e Procedimento é a organização lógica 
dos atos processuais, a forma de como o instrumento de aplicação é utilizado 
PROCEDIMENTOS 
Os procedimentos ou ritos podem ser: 
 
 
 
COMUNS 
Previstos nos arts. 271 e seguintes do CPC 
Seguem sempre o mesmo padrão, os processos que observarão o procedimento comum são identificados 
por exclusão, os quais são todos aqueles que a lei não tenha previsto o procedimento especial. Dividido em 
duas categorias: 
 ORDINÁRIO – É o Rito Comum. Art. 282 e seguintes CPC. Dividido em QUATRO FASES: 
o Postulatória – O autor formula sua pretensão por meio da petição inicial e o réu apresenta a 
sua resposta 
COMUNS ESPECIAIS 
 
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o Ordinatória – O Juiz saneia o processo e aprecia os requerimentos de provas formulados 
pelas partes 
o Instrutória – São produzidas as provas necessárias ao convencimento do Juiz 
o Decisória – O Juiz decide o processo 
OBS.: Isso não significa que, em cada uma das fases, sejam praticados apenas esses atos 
processuais. Esta classificação leva em conta apenas o tipo de ato predominante. Sendo 
assim em qualquer uma das fases e a qualquer tempo o Juiz poderá determinar atos de 
saneamento, de regularização de eventuais vícios ou deficiências 
 
 SUMÁRIO – A lei indicará quais os procedimentos que seguirão pelo sumário, todos os demais 
observarão o ordinário. Desta forma tem a característica de ser mais célere, Art. 275 CPC 
 
ESPECIAIS 
Será especial quando houver previsão legal. Por serem especiais são cada um à sua maneira e a lei 
indicará qual o procedimento será específico. Ex.: Fixação de Alimentos, Mandado de Segurança, Ação 
Monitória, Falência, dentre outros 
O primeiro passo para verificar qual procedimento irá adotar é analisar se há a existência de algum 
procedimento especial, não havendo sabemos que será comum 
Para saber qual será procedimento ordinário (sumário ou ordinário mesmo) verifica o art. 275 CPC, se 
encaixar nos requisitos será sumário, se não estiver de acordo com os requisitos do artigo será ordinário 
Tempos atrás existia o rito sumaríssimo, que estava dentro do procedimento comum. Hoje em dia NÃO 
EXISTE MAIS DENTRO DO CPC, pois foi criado o Juizado Especial Cível, sendo os seus procedimentos 
regulamentados por lei própria. Alguns doutrinadores dizem que o atual procedimento do JEC é o antigo rito 
sumaríssimo, já outros doutrinadores dizem que é um procedimento especial, por ser tratar de lei específica 
Lei 12.153/09 – Dispõe sobre juizados especiais da fazenda pública 
 
Nos capítulos seguintes do nosso estudo será detalhado cada uma dessas fases dos procedimentos 
 
 
Mas para localizar melhor na matéria, veja o desenho abaixo do que iremos estudar ao longo desse 
semestre: 
 
 
 
 
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PROCEDIMENTO SUMÁRIO – Art. 275 CPC 
Cada inciso traz um critério, no qual existem 2 critérios: 
I. Causas cujo o Valor NÃO EXCEDA A 60 VEZES O VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO 
II. Causas qualquer que seja o valor: 
a. De arrendamento rural e de parceria agrícola 
b. De cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio 
c. De ressarcimento por danos em prédio urbano e rústico 
d. De ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre 
e. De cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, 
ressalvados os casos de processo de execução 
f. De cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação 
especial 
g. Que versem sobre revogação de doação 
h. Nos demais casos previstos em lei 
 
Trata do Rito sumário – Art. 276 CPC: “Na petição inicial, o autor apresentará o rol de testemunhas e, se 
requerer perícia, formulará quesitos, podendo indicar assistente técnico”. Deve ser pedido tudo na petição 
inicial. Se não indicar na petição determinada prova não será produzida 
 
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Desta forma as provas testemunhal e pericial devem ser requeridas já na petição inicial, assim como o 
réu deve indicar na contestação 
 
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 
------------------------------------ FASE POSTULATÓRIA ------------------------------------ 
Nesta fase iremos ver: 
 
 
 
 
 
PETIÇÃO INICIAL 
Art. 282 CPC – Segundo as palavras do Professor Maurício: “Para saber fazer um bolo é necessário saber a 
receita do pão de ló, que é a base para o bolo, sendo assim o art. 282 é como a receita do pão de ló, uma 
receita básica da petição inicial” 
Desta forma a petição inicial é o ato que dá início ao processo, e define os contornos subjetivo e objetivo 
da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar. É por meio dela que será possível apurar os elementos 
identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir 
É necessário um exame da petição inicial antes de determinar a citação do réu, pois antes da citação será 
possível corrigir algum erro ou fazer alguma emenda, o que, depois da resposta do réu, dependerá de 
seu consentimento 
 
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 
Os requisitos básicos para elaborar uma petição inicial estão previstos nos arts. 282 e 283 do CPC 
Os requisitos do art. 282 indicam quais são os requisitos intrínsecos da própria petição inicial 
Os requisitos do art. 283 dizem respeito a eventuais documentos que devam ser necessários 
 
 
PETIÇÃO INICIAL 
RESPOSTA DO RÉU 
REVELIA 
 
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REQUISITOS DO ART. 282: 
O JUIZ OU TRIBUNAL A QUE É DIRIGIDA 
O autor deve indicar para quem a sua petição inicial é dirigida 
Um eventual erro não ensejará o indeferimento da inicial, mas tão somente a remessa da inicial ao correto 
destinatário 
OS NOMES, PRENOMES, ESTADO CIVIL, PROFISSÃO, DOMICÍLIO E RESIDÊNCIA DO AUTOR E DO 
RÉU 
A indicação e a qualificação são indispensáveis para que as partes sejam identificadas. 
Nenhuma dificuldade existirá em relação ao autor, mas é possível que o réu, no momento da propositura, não 
esteja identificado ou seja incerto. Isso não impedirá o recebimento da inicial caso o juiz verifique que não 
há meios para tal identificação 
Os NOMES E PRENOMES servirão para identificar as partes. Na prática se coloca também o RG e CPF 
O ESTADO CIVIL, além de auxiliar a identificação, poderá terrelevância naquelas ações em que se exige 
outorga uxória (casos em que os cônjuges devem assinar) 
Os ENDEREÇOS são relevantes para que possam ser localizadas, quando da necessidade da comunicação 
pessoal dos atos processuais 
Quando a parte for pessoa jurídica, a inicial deverá fornecer os elementos necessários para a sua 
identificação 
OBS.: Outra informação que deve ser colocada na petição inicial/contestação é o endereço do advogado ou 
da parte que postular em causa própria, para receber intimações. Se ocorrer mudança de endereço deverá 
comunicar o atual endereço – Art. 39 CPC 
O FATO E OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO 
O autor deve indicar quais são os FATOS e os FUNDAMENTOS JURÍDICOS em que se embasa o pedido, a 
causa de pedir 
Esse é um dos requisitos de maior importância da petição inicial, sobretudo a descrição dos fatos, que, 
constituindo um dos elementos da ação, vinculam o julgamento 
Em outras palavras, nesta fase o autor conta toda a história ao Juiz, sendo necessário mostrar a causa de 
pedir e o interesse de agir (Necessidade de propor a ação) 
O juiz não pode se afastar dos fatos declinados na inicial, sob pena de a sentença ser extra petita 
 
 
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PEDIDO 
É a pretensão que o autor leva à apreciação do Juiz. 
É um dos requisitos mais importantes da petição inicial, tanto que é um PRESSUPOSTO PROCESSUAL 
positivo e objetivo e uma das CONDIÇÕES DA AÇÃO (estudado em Direito Processual Civil I – Condições 
da ação: Legitimidade das partes, Interesse de agir e Possibilidade jurídica do pedido), mencionado no art. 
282 do CPC. É tal a sua importância que o CPC dedica uma seção especial a ele, que inclui os arts 286 a 
294 
Os REQUISITOS do pedido, segundo o art. 286 do CPC, estabelece que o pedido deve ser certo ou 
determinado. A redação é infeliz: pois não basta que ele seja somente determinado, ele deve ser sempre 
certo, e na medida do possível determinado 
A CERTEZA do pedido identifica o seu objeto, permitindo que seja perfeitamente individualizado, desta 
forma é imprescindível ter a certeza do pedido 
A DETERMINAÇÃO é o pedido liquido, em que o autor indica a quantidade que pretender receber, não 
necessariamente deve haver a determinação, sendo assim não é imprescindível 
Determinação Imediata já se faz o pedido com a determinação ou que seja determinável 
Determinação Postergada o pedido será omitido, sendo posteriormente determinado ou determinável 
PEDIDOS GENÉRICOS ou ILÍQUIDOS, são situações em que não seria possível exigir que o autor indicasse 
na petição inicial com precisão o que pretende, cabe nos seguintes casos, sendo um pedido certo e não 
determinado: 
 Nas Ações Universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados 
 Quando não for possível determinar as consequências do ato ou do fato ilícito 
 Quando a determinação do valor da condenação depender que deva ser praticado pelo réu 
 
ESPÉCIES DE PEDIDO 
Art. 287 a 290 do CPC 
 
 
 
Espécies de Pedido 
Cominatório Alternativo Sucessivo 
Prestações 
Periódicas 
Cumulados 
 
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ESPÉCIES 
DE PEDIDO 
DEFINIÇÃO EXEMPLO 
 
COMINATÓRIO 
Consiste na imposição ao réu da 
obrigação de fazer ou não fazer 
algo, ou de entregar algum bem 
Um engenheiro assina um contrato garantindo a 
construção de um carro voador. Após isso ele se 
recusa a fabricar a nova invenção. A outra parte 
entra na justiça, porém está não pode obrigar o 
engenheiro a construir o carro. Desta forma, é 
implementada a multa, de forma a estimular que o 
réu cumpra o que foi contratado 
 
ALTERNATIVO 
Art. 288 CPC 
Ocorre sempre que existir uma 
obrigação que em razão de sua 
natureza ela pode ser realizada 
por mais de um modo. 
Eu empresto um dinheiro ao dono de uma 
empresa de doces, e acerto como ele pagará essa 
dívida: ou me devolvendo o dinheiro, ou com os 
doces que ele fabrica diariamente. 
Portanto, ficou definido entre nós que eu não me 
importaria receber o dinheiro ou os doces. Isso 
está estipulado no contrato de maneira alternativa 
SUCESSIVO 
Art. 289 CPC 
É lícito formular mais de um 
pedido em ordem sucessiva 
“Seu juiz eu quero x, mas se não for possível quero 
y”. Isso significa que ele não quer x e y, mas que se 
ele não tiver x ele quer y. Isso impede que o autor 
perdendo uma ação que peça x, tenha que entrar 
com novo pedido para pedir y 
 
PRESTAÇÕES 
PERIÓDICAS 
Art. 290 CPC 
Ocorre quando a obrigação de 
uma pessoa com outra se dá por 
mais de uma parcela, por 
parcelas no regime de repetição. 
Dessa forma, após o único 
pedido, o restante ocorrerá 
automaticamente, sem ter a 
necessidade de apresentar um 
pedido todo mês 
Filho ingressa com uma ação de alimentos contra 
seu pai. Fica definido que provisoriamente, 
enquanto o processo estiver em curso, o pai deve 
todo mês fornecer condições para que o filho 
possa ter o alimento. Dessa forma, não será 
necessário que o filho todo mês faça o pedido 
solicitando o alimento para o pai 
CUMULADOS Os pedidos realizados com 
cumulação de ações 
Ação de dano moral e dano material. Ação de 
cobrança de aluguel e de despejo 
Observações a respeito das espécies de pedido 
ASTREINTE é uma multa diária fixada na sentença judicial ou no despacho de recebimento da inicial, com a 
finalidade de impor uma penalidade ao devedor, relativo a uma obrigação de fazer ou de não fazer, art. 287 e 
645 do CPC 
Uma vez configurada, mesmo que a decisão que determinou a astreinte mude e deixe de ter, a multa que 
teve entre o período inicial fixado até a data da decisão que mudou, deverá ser paga, pois diz desrespeito a 
uma ordem judicial 
Os requisitos das espécies de pedidos cumulados estão previstos no art. 292 CPC: 
Art. 292 CPC: É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de 
vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. 
§ 1º - São requisitos de admissibilidade da cumulação: 
I - que os pedidos sejam compatíveis entre si 
 
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II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo 
III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento 
VALOR DA CAUSA 
Assim como está previsto no art. 282, V do CPC, na ordem que estávamos do Código será necessário voltar 
um pouco no Código de Processo Civil, lááááá no art. 258 do CPC 
Art. 258 CPC – “A toda causa será atribuída um valor certo, ainda que não tenho conteúdo econômico 
imediato” 
Palavras do Professor Maurício: “É muito simples, em TODAS AS PETIÇÕES INICIAIS devem ter o valor da 
causa, tem que ter um valor lá rapaz!! Leiam o art. 259 CPC” 
O fundamento do valor da causa se dá com observância primeiro nos pedidos de ordem meritória, não 
sendo de identificação econômica, será observado por uma estimativa, que é o chute 
O CÁLCULO DO VALOR da causa será feito nos seguintes moldes: 
 Nas ações de COBRANÇA DE DÍVIDA, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a 
propositura da ação 
 Havendo CUMULAÇÃO DE PEDIDOS, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles 
 Sendo alternativos os pedidos, o de maior valor 
 Se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal 
 Quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de 
negócio jurídico, o valor do contrato 
 Na AÇÃO DE ALIMENTOS, a soma de 12 prestações mensais, pedidas pelo autor 
 Na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, a estimativa oficial para lançamento do 
imposto 
AS PROVAS COM QUE O AUTOR PRETENDE DEMONSTRAR A VERDADE DOS FATOS ALEGADOS 
Como na petição inicial, o autor ainda não tem condições de saber o que será controvertido pelo réu, há certa 
tolerância quanto a este requisito da inicial 
Entende-se que a sua omissãonão é razão para indeferi-la, nem impede que oportunamente sejam 
requeridas provas pelo autor 
 
 
O REQUERIMENTO PARA A CITAÇÃO DO RÉU 
 
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Trata-se de requisito de menor importância, cuja ausência há de ser tolerada, já que o pedido de citação 
está implícito no ajuizamento da demanda. Não há razão para que se mande emendar a inicial, ou para 
que se a indefira, por falta desse requisito 
PRIMEIRO QUESTIONÁRIO 
1. Diferencie os seguintes termos técnicos: processo, procedimento, ação, rito e jurisdição. Comente-os, 
traçando aspectos que os aproximem, diferenciem e caracterizem 
2. O que são pedidos cumulados, sucessivos e genérico. Explique detalhadamente 
3. O advogado pode postular em nome da parte sem procuração? Explique e justifique 
4. O que é fungibilidade de ritos processuais? Quais são os seus requisitos e obstáculos? 
5. Como a legislação processual disciplina a oportunidade de requerimento para produção de prova 
testemunhal? Explique 
6. O que são astreinte? Comente 
 
-------------------------------------- DESPACHO INICIAL -------------------------------------- 
Previstos no art.162 a 165 do CPC 
O Despacho inicial (expressão genérica para determinar todo e qualquer ato do Juiz) é o primeiro ato do 
juiz, podendo ser: despacho propriamente dito, decisão interlocutória ou sentença 
Os Atos podem ser: 
 Sentença – Ato do Juiz que põe um fim ao processo 
 Decisão Interlocutória – Ato pelo qual o Juiz, no curso do processo, resolve questão incidente 
 Despacho – Todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da 
parte, ex.: art. 285 CPC 
Classificação 
Processual é tudo que não seja o pedido principal, sendo considerados pedidos acessórios (ex.: Citação do 
réu) e Meritório são os pedidos que resolvem o mérito 
Estando a petição inicial em termos, o Juiz despachará, ordenando a citação do réu, o qual será o 
próximo tópico do nosso estudo 
 
 
RESPOSTA DO RÉU E REVELIA 
 
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--------------------------------------- CITAÇÃO ---------------------------------------- 
A citação consiste em um ato de comunicação fundamental, por meio do qual o réu fica ciente do processo 
no qual está envolvido, e tem a primeira oportunidade de manifestar-se e defender-se 
O fato de fazer o réu ficar ciente do processo completa a relação processual, que antes se encontrava 
incompleta, apenas com autor e juiz 
Ou seja, podemos dizer que neste momento o processo existe, visto que a relação processual é um 
pressuposto de existência 
Além da citação completar a relação jurídica processual, também ocorre o dever processual do réu 
contestar a ação, pois toda citação tem uma intimação 
Art. 215 CPC: “Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador 
legalmente autorizado” 
 
CITAÇÃO DIRETA  Realizada na própria pessoa do réu, ou de seu representante legal 
CITAÇÃO INDIRETA  Realizada na pessoa de um terceiro que possui poder de receber para o réu, e que 
se encontra vinculada ao réu 
ESPÉCIES DE CITAÇÃO 
 
 
 
CITAÇÃO REAL 
Citação feita pessoalmente ao réu ou a quem o represente, e gera os efeitos da revelia, caso o réu não 
apresente a sua contestação dentro do prazo fixado. São modalidades de citação real: 
CITAÇÃO POR CORREIO 
É a forma de citação mais comumente utilizada. Salvo em algumas situações, citadas no art. 222 do CPC, 
a citação pelo correio será sempre a utilizada, principalmente devido a sua rapidez 
Chamada de citação por carta, AR 
Art. 222 - A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto: 
REAL 
CORREIO PESSOAL INTERNET 
FICTA 
EDITAL HORA CERTA 
 
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a) nas ações de estado; 
b) quando for ré pessoa incapaz; 
c) quando for ré pessoa de direito público; 
d) nos processos de execução; 
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; 
f) quando o autor a requerer de outra forma 
OBS.: Nesse tipo de citação, o prazo para contestação dará início no dia da juntada aos autos do aviso de 
recebimento firmado pelo destinatário da citação 
CITAÇÃO PESSOAL 
Citação realizada pessoalmente através de Oficial de Justiça 
Utilizada nas situações que a citação pelo correio não obteve sucesso ou nas situações descritas acima 
pelo art. 222 
A citação por mandado deve se preocupar em seguir os requisitos previstos pelo art. 225 do CPC 
Art. 225 - O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter: 
I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências 
II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a 
advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos 
disponíveis 
III - a cominação, se houver 
IV - o dia, hora e lugar do comparecimento 
V - a cópia do despacho 
VI - o prazo para defesa 
VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz 
Parágrafo único - O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em 
cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as 
cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado 
 
OBS.: Nessa citação o prazo para a contestação começa a contar na data da juntada do último mandado 
de citação cumprido 
CITAÇÃO PELA INTERNET/MEIO ELETRÔNICO 
 
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O uso desse tipo de citação vem descrito no art. 9° da Lei n° 11419/06. Neste artigo, afirma-se que todas as 
citações devem ser realizadas por meio eletrônico, realizando pelos métodos convencionais somente 
caso ocorra algum problema técnico 
Entretanto, o problema maior é que para tornar essa citação viável, o réu deveria ser credenciado 
adequadamente, fato que já acaba muitas das vezes com a possibilidade de uso da citação por meio 
eletrônico 
 
CITAÇÃO FICTA 
Presume-se que o réu tomou conhecimento dos termos da ação por meio de edital ou pelo oficial de justiça, 
em não sendo encontrado pessoalmente. Há duas modalidades de citação ficta: 
CITAÇÃO POR EDITAL 
Última alternativa, pois só ocorre quando esgota todos os meios de citação do réu. Realizada através de 
citação divulgada nos editais, elementos públicos, que recebem ampla divulgação 
A citação por edital é cabível em todos os tipos de processo. Podemos citar algumas situações que o juiz 
definirá a citação por edital, situações essas previstas no art. 231 do CPC. 
Art. 231 - Far-se-á a citação por edital: 
I - quando desconhecido ou incerto o réu 
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar 
III - nos casos expressos em lei 
CITAÇÃO POR HORA CERTA 
Está inserida na citação por mandado. Ocorre nas situações em que o réu é procurado TRÊS VEZES pelo 
oficial de justiça em sua residência, e não é encontrado, deixando suspeita de ocultação 
A suspeita deve ser feita pelo OFICIAL DE JUSTIÇA, não sendo possível o Juiz determinar que faça a 
citação com hora certa quando ela não existe 
OBS.: O prazo para contestação começa a contar na data da juntada dos autos do mandado de citação 
com hora certa 
 
 
 
OCORRÊNCIA DA CITAÇÃO 
 
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A citação poderá ocorrer em qualquer lugar (art. 216 CPC), porém HÁ EXCEÇÕES, dispostos nos arts. 217 
e 218 CPC, em que serão só ocorrerão em último caso para evitar o perecimento do direito: 
Quem estiver assistindo culto religioso 
Cônjuge ou qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em 
segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 dias seguintes 
Aos noivos, nos 3 primeiros dias de bodas 
Aos doentes, enquanto estiver em estado grave 
Réu demente ouestiver impossibilitado de receber 
 
EFEITOS DA CITAÇÃO 
Os principais efeitos da citação é o fato de complementar e triangularizar a 
relação processual 
 
Além destes, existem alguns outros efeitos da citação, como podemos verificar no art. 219 do CPC 
De forma a facilitar o estudo vamos fazer um resumo geral sobre os efeitos da citação 
EFEITOS DA CITAÇÃO 
FAZER 
LITIGIOSA A 
COISA 
INDUZIR 
LITISPENDÊNCIA 
INTERROMPER A 
PRESCRIÇÃO 
CONSTITUIR O 
DEVEDOR EM MORA 
TORNAR PREVENTO 
O JUÍZO 
 
A citação irá 
fazer com que o 
objeto do litígio, 
após ocorrer a 
citação ao réu, 
se torne uma 
coisa litigiosa 
Quando tivermos a 
litispendência, ou 
seja, duas causas 
idênticas, uma delas 
terá de ser extinta. 
Dessa forma, a 
citação irá 
automaticamente 
excluir uma das 
causas. Somente 
prosseguirá aquela 
que foi alcançada 
pela citação válida 
 
A citação válida, 
desde que realizada 
dentro do prazo 
estipulado, irá 
interromper a 
prescrição, ainda que 
ordenada por juízo 
incompetente 
 
Mesmo que ordenado por 
juízo incompetente, a 
citação irá constituir o 
devedor em mora. Porém, 
este não pode já estar 
antes como devedor em 
mora 
 
A citação válida vem a 
ser uma causadora da 
prevenção, que por sua 
vez auxiliará na 
definição do juízo, 
associado a 
competência de cada 
um 
Juiz Preventivo – É o juiz competente por prevenções. É só aquele juiz que toma conhecimento da ação e 
pratica o ato no processo 
 
JUIZ 
RÉU AUTOR 
 
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--------------------------------------- CONTESTAÇÃO ---------------------------------------- 
Art. 300 ao 318 CPC 
Contestação é a peça de defesa do réu, por meio do qual ele pode se contrapor ao pedido inicial. Nela, 
concentrará todos os argumentos de resistência à pretensão formulado pelo autor, salvo aqueles que 
devem ser objeto de incidente próprio 
Ao apresentá-la, ele formula a pretensão de ver o pedido inicial desacolhido, no todo ou em parte, 
apresentando os argumentos e fundamentos que servirão para convencer o juiz. Daí que a pretensão contida 
na contestação é sempre declaratória negativa, de que o juiz declare que o autor não tem razão, 
desacolhendo o pedido 
Se o réu quiser apresentar pedidos de outra natureza, terá que ser através da reconvenção 
Mas há ações, denominadas dúplices, em que o réu pode valer-se de contestação não só para defender-
se, mas também para formular pretensões em face do autor, sem que haja a necessidade da reconvenção. 
O art. 300 do CPC estabelece que “Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, 
expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir” 
O réu deve apresentar todas as razões que possam levar ao desacolhimento do pedido, ainda que não 
sejam compatíveis entre si. Ex.: Apresentar vários fundamentos de defesa, em ordem sucessiva para, caso o 
juízo eventualmente não acolha os primeiros, possa aceitar os últimos 
O réu deve impugnar especificamente os fatos narrados na petição inicial, sob pena de presumirem-se 
verdadeiros 
Estudo comparativo entre os arts. 302 com o 320 – Incontroversa com a Revelia 
Art. 302 CPC: Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. 
Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo: 
I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão 
II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do 
ato 
III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto 
Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao 
advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público 
 
Art. 319 CPC: Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor 
 
 
Art. 320 CPC: A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente: 
 
16 
I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação 
II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis 
III - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à 
prova do ato 
 
As ESPÉCIES DE CONTESTAÇÃO são: 
 Categoria processuais, cujo acolhimento implique na extinção do processo sem julgamento do 
mérito. Ex.: Falta de condições da ação ou pressupostos processuais 
 Categoria processuais que não implique na extinção do processo, mas a sua dilação. Ex.: 
Incompetência do juízo, impedimento do Juiz) 
 Defesas substanciais ou de mérito 
OBS.: Antes de apreciar as defesas de mérito, o juiz precisa examinar as processuais, que são chamadas de 
preliminares. 
PRELIMINARES (Art. 301 CPC) são questões que devem ser apreciadas pelo juiz antes de passar no exame 
do mérito. São as defesas de cunho processual, que poderá extinguir o processo sem julgamento do 
mérito ou implicar na dilação, como vimos exemplos acima 
Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: 
I. Inexistência ou nulidade da citação II. Incompetência absoluta 
III. Inépcia da petição inicial IV. Perempção 
V. Litispendência VI. Coisa Julgada 
VII. Conexão VIII. Incapacidade da parte, defeito de 
representação ou falta de autorização 
IX. Convenção de arbitragem X. Carência da ação 
XI. Falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar 
 
Depois de arguir eventuais preliminares, o réu apresentará, na mesma peça, a sua defesa de mérito, que 
pode ser de dois tipos: direta ou indireta. 
A defesa direta é aquela que nega os fatos que o autor descreve na inicial, ou os efeitos que deles 
pretende retirar 
A defesa indireta é aquela em que o réu, embora não negando os fatos da inicial, apresente outros que 
modifiquem, extingam ou impeçam os efeitos postulados pelo autor. 
 
17 
EX.: Ação de indenização por acidente de trânsito, haverá defesa direta se o réu negar que houve o 
acidente, ou que ele ocorreu na forma descrita na petição inicial; haverá defesa indireta se o réu reconhecer 
que houve o fato na forma narrado, mas alegar que já pagou, que houve prescrição da pretensão 
indenizatória, ou que as partes já transigiram sobre a questão. 
PRAZO da contestação no procedimento ordinário, deve ser apresentada no prazo de 15 DIAS. Se o réu 
for MP ou Fazenda Pública o prazo será em quádruplo. Havendo litisconsortes com advogados diferentes, 
será em dobro 
 
--------------------------------------- EXCEÇÕES ---------------------------------------- 
Art. 304 ao 306 CPC 
Toda a defesa, em regra, deve ser apresentada na contestação. Mas há algumas matérias que devem ser 
alegadas por meio de um incidente, autuado em apenso, cuja apresentação tem a finalidade de suspender 
o processo, até que seja solucionado 
Iremos tratar de 3 TIPOS DE EXCEÇÕES: 
 Incompetência Relativa 
 Impedimento 
 Suspeição 
Se feitas pelo réu devem ser interpostas no prazo da contestação, se for pelo autor será no prazo de 15 
DIAS que for causado o problema 
Quem entra com a exceção tem a nomenclatura de EXCIPIENTE 
Contra quem é a exceção se dá a nomenclatura de EXCEPTO 
INCOMPETÊNCIA RELATIVA – Art. 307 ao 311 CPC 
Incompetência será do Juízo 
Somente a incompetência relativa pode ser arguida por meio de exceção. A incompetência absoluta 
deve configurar como preliminar da contestação 
A iniciativa será do réu, sendo assim se o réu não a alegar no tempo e na forma oportunos, haverá 
preclusão, não podendo nem o próprio juiz conhecê-la de ofício, nem o réu alegá-la posteriormente 
Será feitapor uma petição separada, uma petição própria, devendo preencher os requisitos da petição 
inicial 
Se a exceção for julgada procedente significa que o Juiz reconheceu que aquele juízo é incompetente, sendo 
remetido para o juízo competente 
 
18 
IMPENDIMENTO e SUSPEIÇÃO – Art. 312 a 324 CPC 
Imparcialidade ou suspeição do Juiz 
Excipiente poderá ser o autor ou o réu, o excepto será o Juiz 
A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 
134 e 135). A petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com documentos em que o excipiente 
fundar a alegação e conterá o rol de testemunhas 
Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos 
autos ao seu substituto legal; em caso contrário, dentro de 10 DIAS, dará as suas razões, acompanhadas 
de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao Tribunal. 
Verificando que a exceção não tem fundamento legal, o tribunal determinará o seu arquivamento; no caso 
contrário condenará o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal. 
 
SEGUNDO QUESTIONÁRIO 
1. Diferencie processo e procedimento 
2. Quais são as espécies de processo e procedimento? Comente cada uma delas 
3. Existe nulidade no processamento de um feito pelo rito ordinário quando o cabível é sumário? 
Justifique e responda também sobre a situação inversa. 
4. A expressão “ação ordinária” é tecnicamente correta? Explique 
5. O que pode significar a expressão “ação de cobrança”? Responda com base na classificação da ação 
quanto ao pedido 
6. Quais são e como funcionam, basicamente, as formas de citação no processo civil? Existe preferência 
legal por alguma delas? Explique em detalhes 
7. O que ocorre com o ônus processual diante da falta de atualização do endereço do advogado? 
Justifique 
 
 
--------------------------------------- RECONVENÇÃO ---------------------------------------- 
Conceito 
A reconvenção uma das respostas mencionadas no art. 297 da CPC que se destaca das demais por não 
ser um mecanismo de defesa, mas de contra-ataque 
A contestação não amplia os limites da lide, a reconvenção sim. Aqui o juiz é obrigado a apreciar além dos 
pedidos do autor, os pedidos do réu 
 
19 
O que justifica a reconvenção é a economia e maior eficiência do processo, uma vez que as pretensões 
dos litigantes serão julgadas de uma só vez 
A reconvenção é uma AÇÃO NOVA proposta pelo réu em face do autor dentro de um mesmo processo. 
Assim, a ação principal e a reconvenção terão processamento conjunto, e serão julgadas por uma só 
sentença 
Pelo fato da reconvenção ser uma nova ação de forma autônoma e independente, tendo o seu próprio 
objeto, deve, portanto, preencher os requisitos previsto nos arts. 282 e 283 CPC, cabíveis a uma ação, 
porém há uma exceção quanto aos requisitos, que é em relação a citação do réu, sendo na reconvenção feita 
a intimação do reconvindo!! 
O nome do réu no processo principal passará a ser reconvinte, e o nome do autor será reconvindo 
Autor -- Reconvindo Réu -- Reconvinte 
 
Natureza da Reconvenção 
Quanto a natureza da reconvenção podemos afirmar que a pretensão do réu reconvinte em face do autor 
reconvindo pode ser de natureza condenatória, constitutiva ou declaratória 
Não é necessário que seja da mesma natureza que a formulada pelo autor. É possível reconvenção 
condenatória em ação declaratória, e vice-versa 
Independência da Reconvenção 
Art. 317 do CPC diz que mesmo com a desistência da ação principal, a reconvenção irá prosseguir 
normalmente até o seu julgamento 
Situações que cabem a Reconvenção 
A reconvenção é própria do processo de conhecimento, não cabendo em processos de execução, nem em 
cautelares. Dentro dos processos de conhecimento só nos de jurisdição contenciosa, os de jurisdição 
voluntária ficam fora 
Só é cabível no Rito Ordinário 
Prazo da Reconvenção 
O prazo para apresentar a reconvenção é o mesmo da contestação (15 DIAS), não sendo apresentada 
neste prazo haverá a preclusão 
 
 
Requisitos da Reconvenção 
 
20 
 Conexão – Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de 
pedir 
 Competência – Uma vez que a sentença julgará ação e reconvenção, como disposto no art. 318 do 
CPC, o Juiz deverá ser competente para apreciação do pedido reconvencional 
 Procedimentos compatíveis – Como a ação e a reconvenção serão tratados de um mesmo processo 
é preciso que tenham procedimentos compatíveis 
 Que o autor não seja legitimado extraordinário – É o parágrafo único do art. 315 CPC que restringe 
a utilização da reconvenção, em seu nome, contra autor que demandar em nome de outrem 
OBS.: Quando no polo passivo da reconvenção for inserido alguém que até então não figurava, haverá 
necessidade de citação uma vez que por não fazer parte da ação ainda não possuía advogado 
OBS².: Reconvenção da reconvenção para alguns doutrinadores é possível para outros não, os que dizem 
que há tem por base que ao responder a ação de reconvenção o autor reconvindo deve apresentar qualquer 
forma de resposta, inclusive a reconvenção. Para os que dizem que não é possível, tem como base que o art. 
316 diz que só é possível contestar sobre a reconvenção 
 
---------------------------- DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES ---------------------------- 
EFEITO DA REVELIA 
Art. 319 ao 322 do CPC 
Como estudamos anteriormente o réu após ser citado tem o direito de se defender, de apresentar uma 
resposta 
Isso mesmo ele tem o direito, mas não é forçado a apresentá-la. Dessa forma, revelia é a perda de uma 
faculdade processual que ocorre com a ausência física do réu ou mesmo quando presente não manifesta 
sua defesa no processo 
Sua omissão pode lhe trazer consequências contrárias ao seu interesse 
Da revelia decorrem DOIS EFEITOS: o primeiro trata da desnecessidade de prova, amparado pelo artigo 
319 do CPC, e o segundo diz respeito à desnecessidade de intimações, previsto no artigo 322 do CPC 
No caso de não ocorrer contestação, os fatos narrados pelo autor na petição inicial, tornam-se 
incontroversos, ou seja, serão reputados como verdadeiros 
Ocorrendo isto, em regra, o juiz já estará autorizado a proferir sentença, já que não há a necessidade de 
provar os fatos alegados 
 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL 
 
21 
É uma segunda ação que tem objeto próprio, sendo prejudicial a ação principal, capaz de gerar coisa 
julgada. Se chama de declaratória pois visa obter como verdade jurídica uma existência ou uma não 
existência numa relação 
Decide objeto que é prejudicial, sendo que incide sobre o processo principal 
Art. 325 CPC: “Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no 
prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da existência ou da 
inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide” 
O Réu também poderá interpor a ação declaratória incidental 
Se ação principal for julgada extinta a ação declaratória será extinta também 
 
Ponto é todo elemento do processo que deve ser decidido 
Questão é o ponto controvertido, o autor diz uma coisa e o réu diz outra 
Questão prejudicial do mérito surge com a contestação 
 
Requisitos 
 Existência de uma ação de conhecimento 
 O pedido incidental deve ter natureza declaratória 
 O pedido da ação incidental se refira a objeto prejudicial e ao mesmo tempo, diferente da ação principal 
 Que tenha havido impugnação na ação principal 
 Que haja a mesma competência para ambas as ações 
 Deve haver compatibilidade procedimentalCoincidem com a reconvenção: 
Precisa ter um processo para incidir 
O pedido tem que ser diferente, e em regra a reconvenção precisa ser prejudicial, mas não necessariamente 
Os procedimentos devem ser compatíveis 
Não coincidem com a reconvenção: 
Pode ser de qualquer natureza, e não somente declaratória 
Não depende de impugnação 
A reconvenção só pode ser proposta pelo réu 
IMPUGNAÇÃO DO VALOR DA CAUSA 
 
22 
Fixação do valor da causa (Art. 260 CPC): Pedido, Estimativa 
Legitimidade para impugnar: Réu 
Forma: 
 No Rito Ordinário: Petição própria; Prazo de resposta (Art. 297 CPC); Autuação em apenso 
 No Rito Sumário (Art. 277, §4º CPC): 1ª audiência e petição escrita ou oral 
Procedimento: Oferta da indignação 
 Intimação do impugnado 
 Provas 
 Decisão  Sentença 
 Recurso  Agravo 
 
 
FATOS IMPEDITIVOS, MODIFICATIVOS E EXTINTIVOS DO PEDIDO 
Art. 326 CPC: Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe o juiz a 
produção de prova documental 
 
 
 
------------------------------------ FASE ORDINATÓRIA ------------------------------------ 
 
DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO 
 
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO 
Art. 329 CPC - Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 267 e 269, II a V, o Juiz declarará 
extinto o processo 
Art. 267 CPC: Extingue-se o processo, sem resolução do mérito: 
I - quando o juiz indeferir a petição inicial; 
Il - quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III - quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais 
de 30 (trinta) dias; 
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular 
do processo; 
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; 
 
23 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das 
partes e o interesse processual; 
Vll - pela convenção de arbitragem; 
Vlll - quando o autor desistir da ação; 
IX - quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal; 
X - quando ocorrer confusão entre autor e réu; 
XI - nos demais casos prescritos neste Código. 
Art. 269 CPC: Haverá resolução do mérito: 
I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor 
II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido; 
III - quando as partes transigirem; 
IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; 
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. 
 
DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE 
Art. 330 CPC – O Juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença nos seguintes casos: 
 Quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver 
necessidade de produzir prova em audiência 
 Quando ocorrer a revelia (Art. 319 CPC) 
 
DA AUDIÊNCIA PRELIMINAR 
Se NÃO ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar a causa sobre direitos 
que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 DIAS, para a 
qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador ou preposto, 
com poderes para transigir 
Se ocorrer a conciliação, o acordo será reduzido a termo e homologada por sentença 
Se não acontecer a conciliação, o Juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais 
pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento 
Todavia há casos em que não é possível um acordo, seja por não admitir a transação ou seja pelas 
circunstâncias das causas em que é improvável a sua obtenção, desta forma o Juiz irá sanear o processo e 
ordenar a produção de prova nos termos do §2º do art. 331 
 
------------------------------------ FASE INSTRUTÓRIA ------------------------------------ 
 
PROVAS 
 
24 
Art. 332 do CPC e seguintes 
Na petição inicial, o autor precisa expor os fundamentos de fato e de direito, que embasam o seu pedido 
(causa de pedir). Com a apresentação da resposta, o réu poderá tornar controvertidos os fatos, ou apenas as 
consequências jurídicas que o autor pretende deles extrair 
Em suma, a controvérsia pode ser exclusivamente de direito, ou também de fato. No primeiro caso, não há 
necessidade de provas (exceto os casos excepcionais do art. 337, em que o juiz pode exigir a 
comprovação da vigência e do teor do direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário). Mas se 
houver fatos controvertidos, ele dará às partes a oportunidade de comprová-los 
Sendo assim Prova é um elemento processual capaz de evidenciar a verdade real. Em outras palavras, 
Provas são os meios utilizados para formar o convencimento do juiz a respeito de fatos controvertidos 
que tenham relevância para o processo 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS 
 
Quanto ao OBJETO podem ser: 
 DIRETAS – Aquelas que se ligam diretamente ao fato que se pretende demonstrar, como o recibo 
ao pagamento ou o instrumento ao contrato 
 INDIRETAS – Aquelas que não se prestam a demonstrar diretamente o fato a ser provado, mas 
algum outro fato a ele ligado o que, por meio de induções ou raciocínios, poderá levar à conclusão 
desejada. Ex.: provar por testemunhas que, em determinada data, o litigante estava viajando, e que 
não podia ser o autor de determinado conduta lesiva 
 
Quanto ao SUJEITO a prova pode ser: 
 PROVA PESSOAL – Prestada por uma pessoa a respeito de um fato, como a ouvida de 
testemunhas ou o depoimento pessoal das partes 
 PROVA REAL – Obtida pelo exame de determinada coisa, como a inspeção judicial ou perícia feita 
sobre ela 
 
Quanto a FORMA pode ser: 
 ORAL – Colhida verbalmente, como os depoimentos das partes e das testemunhas 
 ESCRITA – Vem redigida, como os documentos e perícias 
 
 
OBJETO DA PROVA 
O objeto da prova são os fatos controvertidos relevantes para o julgamento do processo 
 
25 
Para que o juiz profira o julgamento, é preciso que forme sua convicção a respeito dos fatos e do direito 
controvertidos. Para que se convença do direito, não é preciso que as partes apresentem provas, porque 
ele o conhece (jura novit curia), salvo as hipóteses do art. 337, em que pode exigir prova não propriamente do 
direito, mas da vigência de direito estadual, municipal, estrangeiro ou consuetudinário, o que será feito por 
meio de certidões ou pareceres de juristas estrangeiros ou locais 
 
FATOS QUE NÃO PRECISAM SER COMPROVADOS 
No item anterior foi visto que somente os fatos relevantes para a causa precisam ser comprovados. Assim, 
dispensam prova aqueles que não terão nenhuma repercussão no desfecho do processo e os 
irrelevantes 
Mas mesmo entre os fatos relevantes, há alguns que NÃO PRECISAM SER COMPROVADOS. O art. 334 do 
CPC os enumera: 
 
 
Fatos Notórios 
São aqueles do conhecimento geral da comunidade em que o processo tramita. Não é 
preciso que sejam de conhecimento global, bastando que sejam sabidos pelas pessoas da 
região. Ex.: No Rio de Janeiro, há grande afluxo de turistas estrangeiros, ou que em 
determinadas épocas, a crise econômica assolou o país ou determinada região 
 
Confessados 
O que foi confessado pela parte contrária, seja expressamente, seja por falta de 
impugnação específica, não se tornou controvertido, e apenas sobre o que há controvérsia 
exige-se prova. Pressupõe-se que o fato admita confissão 
 
Incontroversos 
Essa hipótese assemelha-se à anterior, porque pressupõe também a incontrovérsia,que 
dispensa a instrução. Aqui há um consenso entre os litigantes a respeito de 
determinado fato 
 
 
Presumidos 
Há dois tipos de presunção que podem ser estabelecidas por lei: a absoluta (juris et de 
jure) e a relativa (juris tantum). Se houver a primeira, nenhuma prova se admitirá que seja 
contrária ao fato alegado; se for a segunda, aquele que alegou o fato não precisará 
comprová-lo, mas o seu adversário poderá fazer prova contrária. A revelia é um exemplo 
em que há presunção relativa dos fatos alegados na petição inicial 
 
Em relação ao FATO NOTÓRIO há 3 Teorias: 1ª Teoria – Fato notório é aquele de conhecimento de todos; 
2ª Teoria – Fato notório é conhecido pela pessoa comum; 3ª Teoria – Fato notório é aquele de conhecimento 
para as partes (Essa teoria é a usada no processo civil) 
MÁXIMAS DE EXPERIÊNCIA decorre de um bom senso e da experiência do julgador (Art. 335 CPC) 
OBS.: A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, deve provar a sua 
vigência, se assim determinar o Juiz (Art. 337 CPC) 
 
TERCEIRO QUESTIONÁRIO 
 
26 
1. Qual é o ato que deve ser praticado pela parte que pretender que o Juiz não apenas conheça de 
determinada questão prejudicial, mas também a julgue, fazendo segurança jurídica? 
2. Quais são e como funcionam os meios de contra-ataques no processo civil? 
3. Quais são as formas de arguição de incompetência? Comente. 
4. A petição inicial será sempre endereçada ao Juiz da Vara (Juízo singular)? Justifique em detalhes 
5. As sentenças que contenham vícios quanto a sua correspondência com os pedidos, podem ser 
saneadas em recurso? 
6. Como ocorre a impugnação do valor da causa no rito sumário? Comente. 
7. O que é o princípio da concentração da defesa? 
8. O que é concentração da defesa? A que ato se aplica? 
9. De que formas são possíveis arguir a incompetência do juízo? Explique em detalhes 
10. Quais são os critérios para admissão do rito sumário? 
11. Qual a relação do rito processual com a impugnação do valor da causa? 
12. Diferencie reconvenção de ação declaratória incidental em detalhes 
13. Quais os fundamentos técnicos para conveniência da réplica? 
14. Quais são os fatos que dispensam a produção de prova? Comente cada um deles, citando exemplos. 
15. O que é prorrogação de competência? 
16. Em que casos a revelia deixa de produzir efeitos? Comente. 
17. O que são pontos controvertidos? Dê exemplos? 
 
DEPOIMENTO PESSOAL 
É um meio de prova, pelo qual o juiz, a requerimento de uma das partes, colhe as declarações do 
adversário, com a finalidade de obter informações a respeito de fatos relevantes para o processo 
Desta forma é um instrumento processual capaz de obter a confissão da parte 
INICIATIVA - Só quem pode prestá-lo são as partes, autores e réus, jamais um terceiro. E só quem poderá 
requerê-lo é a parte contrária. Ninguém pode requerer o próprio depoimento pessoal, mas somente o do 
adversário. Entretanto poderá ser também determinado de ofício pelo Juiz – Art. 343 CPC 
MOMENTO - Havendo o requerimento de depoimento pessoal, que pode ser feito na inicial, na contestação 
ou no momento de especificação de provas, o juiz determinará a intimação da parte, na forma do art. 343, 
§ 1º, do CPC, sob pena de confissão 
CONFISSÃO  Ato em que a parte admite como verdadeiro um fato contrário ao seu interesse 
Os deveres do depoente são de comparecer e responder 
Se a recusa for injustificada será aplicada a confissão 
A recusa justificada pode ser por causa de um fato criminoso ou pelo dever de sigilo (A parte não fica 
obrigada a depor) 
O procedimento é semelhante à oitiva de testemunhas 
 
27 
As perguntas a serem feitas para o depoente devem ser dirigidas ao Juiz, para o Juiz perguntar ao 
depoente. Isso ocorre porque o Juiz irá considerar se a pergunta deve ou não ser respondida 
É vedado o uso de texto escrito (textos prontos). Porém é autorizado o uso de anotações 
 
 
EXIBIÇÃO de DOCUMENTOS ou COISA 
Art. 355 ao 363 CPC 
Nem sempre o documento que se pretende usar como prova está em poder do interessado. Há casos em 
que está com o adversário, ou com terceiro 
Em determinados casos, a lei concede à parte interessada o poder de exigir daquele que tem consigo o 
documento, que o apresente em juízo, seja ele a parte contrária, seja alguém de fora do processo 
Há 2 MANEIRAS pelas quais se pode conseguir a vinda dos documentos aos autos: a Requisição Judicial e 
a Exibição de Documento 
REQUISIÇÃO JUDICIAL – Art. 399 CPC 
Será cabível quando o documento estiver em poder de repartições públicas, que são obrigadas a cumprir a 
ordem do Juiz, para que o apresentem 
A requisição será feita pelo Juiz de ofício, ou a requerimento da parte interessada no documento, sempre 
que este for relevante para a apuração dos fatos, e não puder ser obtido sem a intervenção judicial 
Conquanto o art. 399 aluda apenas as repartições públicas, nada impede que as requisições sejam dirigidas 
às entidades particulares, que terão de cumpri-las. Ex.: Prontuários médicos a hospitais, ainda que 
particulares, ou a órgãos de proteção de crédito 
 
EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO – Incidente de exibição de documentos 
O CPC prevê 2 mecanismos pelos quais é possível que um dos litigantes exija do outro, ou de terceiros, a 
apresentação de documentos que estejam em poder deles: a Ação Cautelar Preparatória, prevista nos arts. 
844 e 845 CPC, e o Incidente Probatório, previsto nos arts. 355 a 363 CPC 
Ambos têm por fim OBRIGAR aquele que detém o documento, seja ele parte ou terceiro, a APRESENTÁ-LO 
Só existirá o incidente quando a exibição do documento for requerida por uma das partes, esteja ele em 
poder da outra ou de terceiro. O juiz pode, de ofício, determinar a apresentação de documentos em juízo, 
mas NÃO estará diante do incidente de exibição 
Se o Juiz determinar a exibição de documento a um dos litigantes, este não estará propriamente 
obrigado a apresentá-lo, mas se NÃO O FIZER, sofrerá as consequências negativas decorrentes da sua 
omissão: os fatos que se pretendia comprovar por meio dos documentos sonegados reputar-se-ão 
verdadeiros 
 
28 
Mas, se o documento estiver em mãos de terceiro, terá este a obrigação de cumprir a determinação 
judicial de apresentá-los, e não somente o ônus. O descumprimento implicará desobediência e o Juiz tomará 
as providências necessárias para que a sua ordem seja cumprida 
 
DOCUMENTO 
Art. 364 e seguintes do CPC 
A prova documental tem se tornado cada vez mais comum, diante da tendência moderna de documentar 
todas as relações jurídicas, ainda que a lei não exija forma escrita. Quando ela o exige, o documento deixa de 
ser apenas um mecanismo de prova, e se torna da essência do próprio negócio jurídico, que não pode ser 
provado por outras maneiras. É o que ocorre na hipótese do art. 366 do CPC 
O documento é composto necessariamente de suporte e informação 
Documento é qualquer objeto que possa registrar uma informação 
Suporte é um meio físico em que se registra informação 
Documento: Original – A primeira produção do documento, o exemplar produzido em primeiro momento, 
Cópia – Reprodução do original, pode ser simples (pura e simplesmente uma reprodução, sem qualquer 
formalidade – Art. 225 CC) ou autêntica (retirada do original, é uma reprodução do original) 
Cópia autenticada é aquele que contém uma declaração de autenticidade (Quem faz esse serviço são os 
cartórios) 
Art. 475-O CPC 
 
Produção da prova documental em regra deve ser produzida pelo autor na petição inicial e pelo réu na 
contestação. Porém é possível a prova documental no curso do processo 
 
PROVA PERICIAL 
Art. 420 ao 439 do CPC 
Prova pericial é o meio adequado para a comprovaçãode fatos cuja apuração depende de conhecimentos 
técnicos ou científico, que exigem o auxílio de profissionais especializados. Ex.: Perícia médica, perícia de 
engenharia, perícia de contabilidade, entre outras 
Quando isso ocorrer, tornar-se-á necessária a nomeação do perito, profissional que detém o conhecimento 
técnico necessário. O juiz, ainda que o detenha, NÃO pode utilizá-lo para apuração dos fatos. Afinal, é 
necessário que as partes tenham oportunidade de participar da produção da prova, formulando ao perito 
suas questões, e as dúvidas pertinentes ao caso 
 
 
29 
Diferenças entre Peritos e Assistentes Técnicos 
Os Peritos são nomeados pelo Juiz, quando são indicados pelas partes são chamados de Assistentes 
Técnicos 
Determinada a perícia, e nomeado o perito, as partes poderão, no prazo de 5 DIAS, indicar assistentes 
técnicos. Sua função é assisti-las na prova pericial, acompanhando a produção e apresentando um 
parecer, a respeito das questões técnicas que são objeto da prova 
O assistente técnico, ao contrário do perito, não é da confiança do juízo, mas das partes, sendo por elas 
contratado. Por isso, não está sujeito às causas de impedimento e de suspeição 
O Perito deve ser pessoa física e ser um profissional de nível universitário, devidamente inscrito no órgão 
de classe competente. Todavia os peritos não prestam mais compromisso, pois o simples fato de aceitar o 
encargo presume-se o seu comprometimento em bem realizar suas funções 
 
Há 3 CASOS de PERÍCIAS: 
 EXAME – Análise ou observação de pessoas ou coisas, para extrair delas informações desejadas. 
Ex.: Perícia médica 
 VISTORIA – Análise de bens imóveis, com a finalidade de constar o que quer que seja a finalidade 
 AVALIAÇÃO – Busca atribuir preço, atribuir valores econômicos a um determinado bem 
 
Admissibilidade da Prova Pericial 
Só será determinada a realização de perícia quando houver um fato controvertido, cuja apuração depende 
de conhecimento técnico ou científico (art. 145, do CPC) 
Hipóteses em que será INDEFERIDA a perícia: 
 A prova do fato NÃO DEPENDER do conhecimento especial de técnico 
 For desnecessária em vista de outras provas produzidas 
 A verificação for impraticável 
 
QUESITOS são as perguntas relevantes feitas para os peritos e assistentes técnicos, que são elaborados 
pelas partes ou pelo Juiz 
OBS.: A perícia pode ser determinada a requerimento das partes, do Ministério Público, ou de ofício pelo 
Juiz. O Juiz nomeará o perito, e concederá às partes e ao Ministério Público o prazo de cinco dias para 
formular quesitos e indicar assistentes técnicos 
OBS².: Se a perícia não for suficientemente esclarecedora, o juiz poderá determinar, de ofício ou a 
requerimento das partes, a realização de uma segunda perícia, que terá por objeto os mesmos fatos sobre 
os quais recaiu a primeira, e que servirá para corrigir eventuais omissões ou inexatidões 
 
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OBS³.: As despesas é, em regra, onerosa, pois cumpre às partes a remuneração do perito. Mas a qual 
delas? A regra é que o vencido arque com todas as despesas do processo, incluindo os honorários do perito 
e do assistente técnico da parte contrária

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