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Serviço Social - Surgimento e Institucionalização no Brasil Unidade III

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SERVIÇO SOCIAL: SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO NO BRASIL
Unidade III
Compreender a atual bagagem teórica do Serviço Social é fundamental a nós, profissionais e 
futuros profissionais. Para isso, precisamos voltar a um dos momentos fundamentais de nossa história 
profissional. Esse momento foi o Movimento de Reconceituação do Serviço Social, que aconteceu na 
América Latina e teve grande expressão no Brasil. 
Por que esse entendimento é tão necessário? Porque entender a atual constituição do Serviço Social 
requer compreender o seu desenvolvimento histórico e social. Assim sendo, convidamos o aluno a olhar 
a profissão e a sua história, buscando delas extrair explicações para sua organização contemporânea e 
projetando perspectivas para o seu futuro.
Evento do Serviço Social da Região Norte é realizado em Palmas
Delegações dos Conselhos Regionais de Serviço Social (Cresses) dos sete Estados da 
Região Norte e representantes do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) participaram 
do Encontro Descentralizado, sediado em Palmas. Tal evento teve o intuito de elencar e 
analisar propostas da região em um momento preparatório para o 46º Encontro Nacional 
CFESS/Cress, que acontecerá de 7 a 10 de setembro, em Brasília. A iniciativa foi promovida 
pelo Conselho Regional de Serviço Social (Cress/TO) com o apoio do Cfess. A ação foi 
realizada no auditório do Victoria Plaza Hotel.
A cerimônia de abertura contou com a participação da vice-presidente da Associação 
Brasileira de Ensino e Pesquisa da Região Norte (ABEPSS), Bruna Irineu, o representante da 
Executiva Nacional de Serviço Social (Enesso), Willy Cardoso, a representante do Conselho 
Federal de Serviço Social, Jane Nagaoka e a conselheira do Cress/TO, Cliseuda da Silva. 
O Encontro Descentralizado é realizado anualmente em todas as regiões do Brasil, e a 
cada edição é sediado por um dos Conselhos. Durante o evento, os profissionais discutiram 
e analisaram propostas em sete eixos de Discussão (Eixo Gestão Administrativo Financeiro; 
Eixo Comunicação; Eixo Fiscalização e Orientação do Exercício Profissional; Eixo Formação 
Profissional; Eixo da Seguridade Social; Eixo Ética e Direitos Humanos; Eixo Relações 
Internacionais). Os participantes avaliaram as deliberações de cada eixo, proporcionando 
discussão e elaboração de novas propostas para serem levadas ao Encontro Nacional.
Para a presidente do CFESS, Josiane Soares, são encontros importantes para preparar 
a agenda que vai ser executada no conjunto durante os próximos três anos, na dinâmica 
de cada região. «É momento de aproximação entre os Conselhos, de conhecimento das 
diferenças das realidades. É muito importante fortalecer estes eventos e nós do Conselho 
Federal de Serviço Social estamos muito contentes com o resultado do conjunto das 
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propostas que foram deliberadas aqui. Este Descentralizado foi um dos Encontros que mais 
conseguiu incorporar a dinâmica da nova metodologia, as questões que podemos priorizar, 
o que devemos atualizar nas bandeiras de luta do Serviço Social”, avaliou.
Na oportunidade houve a mesa-redonda sobre a “Atual conjuntura, o cenário político, 
econômico e social do Brasil” com a participação da conselheira presidente do Cress/TO, 
Eutália Barbosa, e a representante do Cfess, Daniela Castilho.
Durante a temática, a conselheira presidente do Cress/TO, Eutália Barbosa, ressaltou o 
cenário difícil de desmonte de direitos e a necessidade da classe trabalhadora resistir e reagir 
diante das contrarreformas que estão sendo impostas. “Os assistentes sociais precisam se 
reconhecer como parte da classe trabalhadora, pois estamos numa conjuntura que afetam 
não somente os usuários dos nossos serviços, como também a nós profissionais de Serviço 
Social, provavelmente nossos postos de trabalho desaparecerão porque e nossa profissão 
poderá ser desnecessária na barbárie. Eu acredito na nossa capacidade de resistência e no 
alinhamento junto à classe trabalhadora”, declarou. 
Fonte: Evento (2017)
9 O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA AMÉRICA 
LATINA
O Movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina aconteceu em 1965 e perdurou 
aproximadamente até 1975. Foi um movimento que deflagrou a crise do Serviço Social tradicional e que 
propôs uma renovação para a profissão. O fim do movimento não significou, no entanto, a perda da 
reflexão crítica da categoria profissional, mas expressa apenas uma condição conjuntural da realidade 
daquele momento. O final dos anos 1970 – período em que a Reconceituação entrou em declínio, ao 
menos no que diz respeito ao movimento organizado –, corresponde à ascensão de uma série de regimes 
ditatoriais pela América Latina. Assim, como indica Ortiz (2010), os segmentos mais expressivos do 
movimento acabaram tendo algumas ações reprimidas, dada a organização política repressora adotada 
nos Estados. Podemos citar, como exemplo, a adoção da ditadura em países como Chile, Uruguai, 
Argentina, Bolívia e Brasil. 
 Observação
No Chile a ditadura foi iniciada em 1973 e perdurou até 1990. O 
presidente representante desse governo ditatorial foi o general Augusto 
Pinochet, que instituiu o governo ditatorial com apoio militar.
A adesão a governos ditatoriais não enfraqueceu apenas o Movimento de Reconceituação do Serviço 
Social Latino Americano, mas também desarticulou muitos outros movimentos de reivindicação social. 
Esse foi um momento de profunda crise capitalista, da Guerra Fria e da ampliação das lutas sociais 
(NUNES, 2017). 
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Lopes (2016) chama a nossa atenção para a Revolução Cubana, em 1969, na qual tivemos a destituição 
do regime ditatorial cubano e o alcance do poder pelo então líder revolucionário Fidel Castro. Essa 
revolução é importante porque motivou o posicionamento dos Estados Unidos em torno da contenção 
de regimes revolucionários e fez com que países como Chile, Uruguai, Argentina, Bolívia e Brasil também 
ratificassem a ação americana, aderindo à ditadura e contrapondo-se a Cuba. Dessa forma, o exemplo 
cubano demonstra que há necessidade de contenção dos movimentos populares. As lutas sociais foram, 
no entanto, intensificadas no interior das universidades sob influência das Ciências Sociais. Os movimentos 
sociais não foram totalmente suprimidos, mas passaram a sofrer repressão estatal. 
Nesse sentido, os assistentes sociais deslocam as reivindicações para o interior das universidades, 
mas mantêm o posicionamento crítico que, ao final dos anos 1980, ia ser aceito por grande parte dos 
profissionais. 
 Saiba mais
Para conhecer um pouco mais sobre a ditadura na América Latina, 
assista o seguinte filme:
 COLÔNIA. Dir. Florian Gallenberger. Alemanha: Majestic Filmproduktion, 
2015. 106 minutos.
Nesse contexto de pura agitação política, de mudanças sociais e de crise econômica, os assistentes 
sociais começam a repensar a profissão e a realidade. Uma das críticas apontadas pelos profissionais da 
época, segundo Ortiz (2010), foi em relação à questão do subdesenvolvimento, que afetava a maioria dos 
países latino-americanos. Os profissionais passam a comparar o desenvolvimento econômico latino com 
o dos Estados Unidos, por exemplo, e passam a criticar os padrões econômicos distintos. Inicialmente, os 
profissionais não tinham ainda uma leitura crítica da realidade econômica, mas, com o tempo, o aporte 
ao marxismo possibilitou uma leitura mais consciente sobreo desenvolvimento econômico. 
A autora nos chama atenção para o fato de que o aporte às Ciências Sociais nos cursos de graduação 
da América Latina é uma das características que influenciaram na ampliação do senso crítico dos 
profissionais latino-americanos. Nesse período, anos 1960, temos a diminuição do aporte religioso 
como referência para os cursos de graduação em Serviço Social latino-americanos. Nesse sentido, o 
aporte a Ciências Sociais possibilitou o contato com teorias críticas, como o marxismo. Se, por um lado, 
as posições não foram hegemônicas, favorecendo o ecletismo no interior das categorias profissionais, 
por outro o diálogo com outras fontes do saber demonstrou ainda mais o quão defasado estava o 
embasamento dos profissionais. Antes de chegar à América Latina, o marxismo já vinha sendo difundido 
em centros de formação constituídos na América do Norte e na Europa Ocidental.
Para Ortiz (2010), além do aporte às Ciências Sociais nos cursos de graduação de Serviço Social da 
América Latina, movimentos revolucionários e também as organizações estudantis foram importantes no 
sentido de ampliar a adesão ao marxismo pela profissão. Inicialmente, no entanto, houve uma “relação 
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instrumental” (2010, p. 164) com o marxismo, termo pelo qual designamos o fato de os assistentes 
sociais apenas usarem a teoria marxista para entender a realidade capitalista. A relação instrumental 
conduziu os profissionais em uma prática etapista, assentada na supremacia da metodologia, e não 
resultou, de imediato, na adoção de posturas político-partidárias dos profissionais. A autora ainda cita 
que o marxismo foi para alguns profissionais apenas um modismo profissional no qual os assistentes 
sociais não tinham plena noção de como concretizar o que era conhecido como marxismo.
Iamamoto (2001, p. 165), por outro lado, indica que a apropriação marxista nos primeiros anos da 
Reconceituação latino-americana foi extremamente pontual e frágil. A autora no diz que: 
Em seus desdobramentos, especialmente a partir de 1971, este movimento 
representou as primeiras aproximações do Serviço Social à tradição marxista, 
haurida em manuais de divulgação do marxismo-leninismo, na vulgata 
soviética, em textos maoístas, no estruturalismo francês de Althusser, além 
de outras influências de menor porte. Registra-se, entretanto, a ausência de 
uma aproximação rigorosa aos textos de Marx. 
Ou seja, para ela, o próprio Marx esteve ausente no movimento latino e foi lido um marxismo que 
derivava das concepções de Althusser, por exemplo. No entanto, não foi um movimento hegemônico na 
categoria profissional. Muitos assistentes sociais da época permaneceram alheios ao que acontecia na 
profissão e vários outros se manifestaram totalmente contrários às mudanças. No entanto, entre erros 
e acertos, discrepâncias e inércia, tudo o que somos hoje provém desse momento em que paramos e 
pensamos sobre quem éramos e sobre quem queríamos ser como profissionais. 
Ainda que diante de inúmeras críticas, algumas fundadas, outras não, é 
inegável que mais importante que as lacunas, enganos ou críticas observadas 
na Reconceituação são as suas contribuições para a trajetória sócio-histórica 
do Serviço Social. A profissão não seria a mesma sem o seu legado, que se 
pode indicar no conjunto de seus desdobramentos (ORTIZ, 2010, p. 169).
Dentre as contribuições alcançadas pelo Movimento de Reconceituação latino-americano, Nunes 
(2017) também destaca que foi a partir de então que os profissionais passaram a entender que no mundo 
temos duas classes sociais e que essas classes sociais são, por essência, antagônicas, contrapostas. Essa 
leitura foi possibilitada somente pela influência marxista na formação dos assistentes sociais, e passa a 
negar também a suposta neutralidade que era até então reivindicada por esses profissionais. Ao negar a 
neutralidade, consequentemente, passa a ser defendida a adesão a uma classe social, a uma categoria, 
ou seja, como nossas práticas não são neutras, é preciso se posicionar em favor de um projeto societário. 
Esse projeto societário representa os projetos que cada classe social possui e que defende como seu.
 Observação
O termo projeto societário busca designar valores, ou seja, os objetivos 
que cada classe social possui. 
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No sentido em pauta, para profissionais acostumados à reprodução, a aceitar a doutrina da igreja e da 
classe burguesa, tão presente nas primeiras escolas latino-americanas, o Movimento de Reconceituação 
representa um divisor de águas para a nossa categoria profissional. Muitas vezes esse movimento só é 
estudado nos espaços destinados à graduação. Há poucas pesquisas sobre esse período, sobre a produção 
e a relevância dessa reflexão profissional. 
O evento “O Movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina/Os movimentos 
contestatários no Serviço Social europeu e norte-americano” foi sediado em Portugal, aconteceu em 
outubro de 2017, ou seja, um acontecimento contemporâneo que demonstra quão importante é refletir 
acerca desse momento profissional. Esses eventos não são tão comuns no Brasil, infelizmente, mas são 
necessários. O berço do surgimento do Movimento de Reconceituação latino-americano, no entanto, foi 
na Escola Alejandro Del Rio, criada em 1925 no Chile. Essa escola, a primeira criada na América Latina 
sob indicação do Estado, posteriormente passou a ser administrada pela Igreja Católica e trazia grande 
influência das posturas tradicionais. Na escola chilena, que foi referência para as outras escolas latino-
americanas, os profissionais eram “ensinados” a “enquadrar” os trabalhadores, compreendendo-os como 
responsáveis pelos problemas sociais. A influência da Igreja Católica também era latente, e alguns dos 
profissionais defendiam o Serviço Social como um meio para recristianizar a sociedade. 
As primeiras escolas, como a do Chile, por exemplo, receberam a influência também das escolas 
norte-americanas, que forneceram a base técnica para a atuação profissional. Os métodos de caso, 
grupo e, mais tarde, de desenvolvimento de comunidade colaboraram, em um primeiro momento, para 
reforçar o entendimento do Serviço Social como um meio para a indução de comportamentos e para o 
controle da classe trabalhadora. No entanto, essa “incorporação teórico e metodológica” (NUNES, 2017, 
p. 3) conduziu os profissionais a repensar as questões do desenvolvimento nacional. 
A Reconceituação latino-americana veio de diversos processos, entre os quais podemos citar: 
• Vinculação dos cursos de graduação às Ciências Sociais e rompimento com a doutrina social da 
igreja, que, até então, era referência para os centros de formação. 
• Ampliação dos movimentos populares, incluindo os movimentos estudantis, que legitimaram, 
ainda mais, a necessidade de revisão profissional. 
• Aporte às técnicas diferenciadas de atuação profissional. 
Em primeiro lugar, a revisão crítica que se processa na fronteira das Ciências 
Sociais. Os insumos “científicos” de que historicamente se valia o Serviço 
Social e que forneciam a credibilidade “teórica” do seu fundamento com a 
chancela das disciplinas sociais acadêmicas viam-se questionados no seu 
próprio terreno de legitimação original [...]. O segundo vetor que intercorria 
no processo era o deslocamento sociopolítico de outras instituições, cujas 
vinculações com o Serviço Social são notórias: as Igrejas – a católica, em 
especial, e algumas confissões protestantes [...]. Finalmente last but not lest, 
o movimento estudantil: condensamente, ele reproduz,no molde particular 
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da contestação global característica da sua intervenção, todas as alterações 
que indicamos e as insere perturbadoramente no próprio locus privilegiado 
da categoria profissional (NETTO, 2009, p. 144-145 apud NUNES, 2017, p. 4).
 Lembrete
As primeiras escolas de Serviço Social na América Latina recorriam à 
doutrina social da igreja para a formação dos profissionais.
As requisições dos profissionais, ao defender o fim do tradicionalismo, requerem o fim do 
embasamento católico que aos poucos foi substituído pelas referências das Ciências Sociais. Nunes 
(2017) nos coloca que os Assistentes Sociais passam a criticar também práticas pragmáticas, sem 
reflexão e pensamento. Os profissionais, docentes em sua maioria, assim como os demais vinculados 
ao Movimento de Reconceituação ainda requisitavam que os métodos de ação estivessem mais ligados 
à realidade latina. Lopes (2016) nos indica que os Assistentes Sociais reclamavam que tanto a teoria, 
quando a metodologia de ação vinha transplantada da realidade americana e europeia, totalmente 
distinta da situação brasileira. Portanto, os críticos do Serviço Social tradicional propunham o rompimento 
com a Igreja Católica, o aporte a bases teóricas e a construção de uma metodologia que apresentasse 
correspondência com a realidade latina.
 Saiba mais
Para saber mais, leia o artigo a seguir, que é extremamente válido para a 
discussão da relevância do Movimento de Reconceituação no Brasil: 
RIBEIRO, B. A.; SILVA, A. M. Da Institucionalização do Serviço Social 
na América Latina à inserção da questão social na agenda pública: 
reflexões sobre o Movimento de Reconceituação. Seminário América 
Latina: cultura, história e política, Uberlândia, 2015. Disponível em: 
<http://seminarioamericalatina.com.br/wp-content/uploads/2015/07/Da-
institucionalização-do-Serviço-Social-na-América-Latina-à-inserção-da-
Questão-Social-na-agenda-pública-reflexões-sobre-o-Movimento-de-
Reconceituaç.pdf.> Acesso em: 9 mar. 2018.
Dentre os eventos que podemos citar e que demonstram esse Movimento podemos citar o I 
Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social que foi sediado em Porto Alegre, no ano de 
1965. Nesse evento as críticas ao tradicionalismo ganharam destaque. Outros Seminários aconteceram 
a partir de então com o mesmo objetivo, e, buscando ainda não apenas criticar o tradicionalismo, 
mas também imprimir um novo direcionamento para a profissão. Podemos citar como exemplos os 
seguintes: Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social do Uruguai (1966), Seminário 
Regional Latino-Americano de Serviço Social da Argentina (1967), Seminário Regional Latino-
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Americano de Serviço Social do Chile (1969), Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social 
da Bolívia (1970) e o Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social de 1972, outra vez em 
Porto Alegre (NUNES, 2017).
Os eventos em questão, especialmente o I Seminário, resultaram na criação do Centro Latinoamericano 
de Trabajo Social ou Celats. O Centro Latinoamericano de Trabajo Social foi criado como um organismo 
acadêmico vinculado à Asociación Latino Americana de Escuelas de Trabajo Social ou Alaets. O Centro 
Latinoamericano de Trabajo Social se ocupou da difusão da teoria crítica e da articulação acadêmico-
política dos profissionais e dos alunos. 
Ao Centro Latinoamericano de Trabajo Social coube ainda a difusão de práticas tidas como inovadoras, 
dentre as quais podemos citar o método de investigação-ação usado na Colômbia e proposto por 
Orlando Fals Borda e Maria Salazar. Também coube ao Centro Latinoamericano de Trabajo Social a 
divulgação de outras experiências da Colômbia dentre as quais a narrada por German Zabala e Manuel 
Zabala. German era matemático e sistematizou a experiência de padres católicos que atuavam em 
grandes regiões periféricas e Manuel era antropólogo que também narrava experiências profissionais na 
abordagem de campo. 
 Saiba mais
O Centro Latinoamericano de Trabajo Social ainda está em atividade 
atualmente. Para mais informações sobre suas atividades acesse o site: 
<http://www.celats.org>.
O Centro Latinoamericano de Trabajo Social também foi responsável por criar a Revista Acción 
Crítica, importante impresso visando à difusão das experiências positivas de trabalho social e também 
como meio para propagar o Marxismo. Na revista são recorrentes textos que discutiam além de Marx 
outros teóricos como Althusser, Gramsci, Lukács e Lefebvre. 
 Saiba mais
Conheça a Revista Acción Crítica, nela há muitos artigos sobre o Serviço 
Social latino-americano. Acesse o site:
<http://www.ts.ucr.ac.cr/revi-ac.htm>
Segundo Lopes (2016, p. 240), o movimento contou com a adesão de profissionais que estavam na 
ativa, mas, a maior parte dos profissionais a ele vinculados estavam nas universidades, tanto discentes 
quanto docentes. Entre os principais colaboradores, podemos citar: 
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[...] Herman Kruse, do Uruguai; Natálio Kisnerman, Ezequiel Ander-Egg, 
Norberto Alayón, da Argentina; Leila Lima Santos, Consuelo Quiroga, Seno 
Cornely e Vicente de Paula Faleiros, do Brasil; Tereza Quiroz, Diego Palma, 
Luiz Araneda e Raul Castillo do Chile; Boris Alexis da Venezuela, Cecília Tobon 
e Jesus Mejia da Colômbia, Beatriz de la Veja, do México. Herman Kruse, 
do Uruguai; Natálio Kisnerman, Ezequiel Ander-Egg, Norberto Alayón, da 
Argentina; Leila Lima Santos, Consuelo Quiroga, Seno Cornely e Vicente de 
Paula Faleiros, do Brasil; Tereza Quiroz, Diego Palma, Luiz Araneda e Raul 
Castillo do Chile; Boris Alexis da Venezuela, Cecília Tobon e Jesus Mejia da 
Colômbia, Beatriz de la Veja, do México.
O Movimento contou com a vinculação de segmentos expressivos da profissão, porém, em virtude 
do regime ditatorial, como indicamos no início desse texto, as expressões da Reconceituação Latino-
Americana foram minimizadas em meados dos anos 70. Podemos dizer que foi um movimento que 
propunha o fim do tradicionalismo, que pela vinculação ao Marxismo desnudou muitas questões aos 
Assistentes Sociais permitindo a eles uma nova leitura de sua realidade profissional e também da 
realidade social, econômica do nosso país. Apesar de não ter sido hegemônico, ou seja, nem todos os 
profissionais o viveram da mesma forma, foi um movimento importante e que conseguiu sobreviver à 
repressão política e chegou em vários países, como o nosso. 
As dissidências em relação ao Movimento e sua heterogeneidade ou mesmo sua fragilidade inicial 
em construir respostas mais consolidadas para a categoria profissional não impediu que o Movimento 
chegasse ao Brasil e se tornasse extremamente forte em nosso país. Portanto, no tópico subsequente 
vamos então conhecer a configuração do Movimento no Brasil? 
 A Reconceituação do Serviço Social no Brasil 
De certa forma podemos inferir que o Movimento de Reconceituação do Serviço Social Latino 
Americano teve o Brasil como signatário. Nesse sentido, o Movimento Latino Americano contou com a 
adesão dos estudiosos e profissionais brasileiros em sua formulação. Por outro lado, o processo latino 
influenciou substancialmente a reorganização do Serviço Social brasileiro. 
Bastos (2013) defende que vivenciamos dois processos similares e que têm sido confundidos como 
algo correspondente. A autora coloca que temos a Reconceituação e a Renovação. A Reconceituação 
é descrito por ela como um momentode crítica ao tradicionalismo profissional e baseado na luta por 
uma necessária transformação social na estrutura capitalista. Essas requisições que envolveram vários 
países, incluindo o Brasil, a autora denomina Reconceituação. De acordo com ela esse processo pode ser 
datado uma vez que foi concluído em meados dos anos 1970. 
 Lembrete
O latino de Movimento de Reconceituação atino entrou em declínio em 
virtude da adesão dos Estados à Ditadura.
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A Reconceituação, no entanto, conferiu um impulso a processos de revisão e reorganização do Serviço 
Social em vários países latinos, incluindo o Brasil. No nosso país, especialmente, essa Reconceituação 
assumiu novos contornos torando o que Bastos (2013) nomeou como Renovação. A Renovação só foi 
possível pela Reconceituação Latina que despertou os profissionais brasileiros para uma renovação interna. 
Para que possamos compreender de forma detalhada esse processo de renovação do Serviço Social 
brasileiro, podemos assim descrevê-lo:
[...] o conjunto de características novas que, no marco das constrições da 
autocracia burguesa, o Serviço Social articulou, à base do rearranjo de 
suas tradições e da assunção do contributo de tendência do pensamento 
social contemporâneo, procurando investir-se como instituição de 
natureza profissional dotada de legitimação prática, através de respostas 
a demandas sociais e da sua sistematização, e de validação teórica, 
mediante a remissão às teorias e disciplinas sociais (NETTO, 2004, p.131 
apud BASTOS, 2013, p. 373).
Ou seja, foi um processo de revisão interna em que o Serviço Social Brasileiro passou a rever suas 
bases teóricas, suas tradições, buscando também sua legitimação profissional em uma realidade de 
grande mutação econômica, política e social. Os profissionais e intelectuais brasileiros buscavam rever 
sua fundamentação conservadora e encontrar um novo caminho para uma ação mais eficiente frente 
às novas demandas que lhes eram apresentadas. 
Mas, quais eram mesmo as bases teóricas que tanto eram criticadas? Você se lembra? Algumas 
delas foram abordadas nas Unidades I e II dessa disciplina, mas vamos retomá-las. As bases 
ideológicas e “teóricas” das primeiras escolas de Serviço Social no Brasil provieram, como vimos 
da Igreja Católica. Isso conferiu a atividade profissional um caráter missionário, confessional e 
religioso. Os profissionais buscavam recristianizar a sociedade brasileira. Engana-se quem pensa 
que a constituição das primeiras escolas em 1936 (São Paulo) e 1937 (Rio de Janeiro) pôs fim a 
influência católica. Aliás, a história da nossa profissão nos indica que os primeiros professores das 
escolas eram padres e freiras, ou docentes ligados à Igreja Católica os quais eram chamados para a 
difusão dos valores católicos por meio das escolas. 
Bastos (2013) coloca que as ideologias da Igreja Católica encontraram assento nos valores 
capitalistas presentes na sociedade brasileira antes do anos 1960. Nesse sentido, a ideologia católica 
também pressupunha o enquadramento dos trabalhadores. A ação dos Assistentes Sociais era voltada 
para adaptar o homem às normas sociais exigidas, e evitar assim comprometer a produtividade no 
sistema capitalista em ascensão no país. 
O embasamento provinha ainda da matriz positivista em que temos uma apreensão instrumental 
e imediata do ser social. O positivismo permite que as relações sociais sejam analisadas com base nas 
vivências dos seres humanos. A análise das condutas dos homens deve servir para orientá-los a mudar 
de posicionamento.
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As críticas também eram orientadas à influência da fenomenologia. De acordo com Bastos (2013) 
a fenomenologia fazia com que os profissionais idealizassem uma transformação social através do 
estímulo de mudança de comportamento das pessoas. Cada ser humano possuía o seu valor e, por 
conseguinte, poderia, com determinação, colaborar para o mundo ser melhor para todos.
 Saiba mais
Para conhecer um pouco mais sobre a influência da fenomenologia no 
Serviço Social, leia o artigo a seguir: 
OLIVEIRA, H. A. de SOUZA; OLIVEIRA, V. C. de. A Trajetória da 
Fenomenologia no Serviço Social Brasileiro: considerações preliminares 
para uma revisão do pensamento fenomenológico na formação profissional 
do Serviço Social do Brasil. Revista Educação, Guarulhos, v. 11, n. 3, 
2016. Disponível em: <http://revistas.ung.br/index.php/educacao/article/
view/2557/1903>. Acesso em: 9 mar. 2018.
Enfim, podemos dizer que o movimento de renovação criticava esse embasamento? Sim, podemos. 
Porém, o processo de renovação no Brasil não foi hegemônico e assumiu posições distintas. Nessas 
posições teremos profissionais que irão tanto refutar como fortalecer tendências positivistas e 
fenomenológicas. Mas, nada de apressar nossas considerações não é mesmo?. Vamos agora conhecer 
outras especificidades da mudança requerida pelo Serviço Social no Brasil. 
Silva, Silva e Souza Junior (2017) concordando com as colocações de Bastos (2017) nos colocam que 
o processo de Renovação iniciado no pós 60 pelo Serviço Social brasileiro perdurou por mais três décadas. 
Na verdade os autores dizem que mesmo durante o processo de ditadura no país a Renovação profissional 
continuou em curso e, aliás, para os autores, essa renovação ainda continua sendo desenvolvida. 
Nos anos 60, no entanto, quando embalados pela Reconceituação os profissionais e estudiosos 
brasileiros começaram o processo de análise profissional, além das críticas apresentadas acima em 
relação à bagagem tradicional do Serviço Social, foi também motivo de reflexão o papel que fora 
conferido aos Assistentes Sociais na superação do subdesenvolvimento do país. Vimos que uma das 
colocações do movimento de Reconceituação foi em relação ao subdesenvolvimento e no Brasil isso 
também aconteceu. Os profissionais aqui passaram a pensar sobre a situação econômica do país 
e também a respeito do seu papel em supostamente garantir a superação do subdesenvolvimento 
do Brasil. 
Nesse sentido, teremos profissionais que compreenderão que cabia ao assistente social desenvolver 
habilidades e técnicas para melhor preparar a população para superar a situação econômica precária 
e também haverá aqueles que irão contrapor-se a esse posicionamento, uma vez que acreditam que 
não caberia à profissão a vinculação com o sistema capitalista, mas sim a sua superação. Fato é que o 
grupo que buscará a superação do sistema capitalista será mais hegemônico ao final do processo de 
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Renovação. Inicialmente os profissionais buscarão um caráter técnico e científico pelo qual mostrariam 
sua eficiência eficácia na superação das desigualdades sociais. 
Coincidentemente esse foi o período que tivemos maior expansão do mercado de trabalho para os 
Assistentes Sociais. Esses profissionais passam agora a ser requisitados para atuar em vários espaços, 
desde os públicos aos privados. O Estado, nosso maior empregador ampliou os postos de trabalho ainda 
inspirado na última onda do desenvolvimentismo e o poder privado passou a ver esse profissional como 
um aliado para potencializar o processo produtivo nas empresas. Agora, temos uma grande demanda de 
profissionais cada vez mais chamados para atuar em vários espaços de trabalho, como, por exemplo, o 
“Estado, as empresas multinacionais e a filantropia privada” (SILVA; SILVA; SOUZA JUNIOR,2017, p. 9).
Os profissionais ansiavam por novo embasamento teórico e também por novas formas de abordagem. 
A compartimentalização da ação em caso, grupo e comunidade também passou a ser apontada como 
algo negativo pelos Assistentes Sociais. Os profissionais e também os intelectuais colocavam que os 
métodos usados, incluindo o desenvolvimento de comunidade foram idealizados para a realidade 
americana e europeia e não tinham muita relação com a vivência deles na realidade brasileira. Portanto, 
era requerido um estatuto nacional no aspecto metodológico, no como fazer pelos Assistentes Sociais.
Outro aspecto que merece a nossa atenção para esse momento é que no período em pauta 
tivemos no Brasil a ampliação dos Programas de Pós-Graduação. Isso também colaborou para que 
os profissionais empreendessem uma crítica de sua base teórica. A integração dos profissionais em 
atividades interdisciplinares no período também colaborou para a revisão teórica da categoria, assim 
como para repensar a metodologia usada pelos profissionais. 
Para tanto, as posições dessa renovação não foram hegemônicas e desembocaram em três tendências 
distintas, sendo essas a perspectiva modernizadora, a reatualização do conservadorismo e a intenção 
de ruptura. Cada uma dessas perspectivas apresentará um embasamento teórico e também uma forma 
metodológica proposta. Atualmente podemos dizer que somos filhos da intenção de ruptura, uma vez 
que as perspectivas modernizadoras e reatualização do conservadorismo já se encontram superadas ao 
menos no discurso de grande parte dos profissionais. Mas, cabe lembrar também que a renovação ainda 
está em curso não é mesmo? Sempre é necessária a revisão e a reconstrução profissional. 
Enfim, precisamos ainda precisar qual era o período em que a Renovação do Serviço Social teve 
seu início no Brasil. Lembra que acima dissemos que a Reconceituação latina começou em meados dos 
anos 60. Pois bem esse repensar do Serviço Social no Brasil também tem início nesse momento que é, 
como sabemos o momento de grande ditadura no Brasil. O Golpe de 1964 deu início no país ao processo 
de contenção de quaisquer meios de participação popular possível. “A repressão e violação de direitos 
para a manutenção da ditadura é sem dúvida o aspecto mais triste desse cenário” (SILVA; SILVA; SOUZA 
JUNIOR, 2017, p. 8).
Os partidos políticos foram extintos, as manifestações populares foram proibidas e toda expressão 
artística foi censurada. Todos aqueles que se contrapunham ao Estado eram punidos, podendo ser 
torturados e mesmo mortos. Foi a época do slogan “Brasil: ame-o ou Deixe-o”, em uma clara menção do 
autoritarismo que tornou esse período um dos mais tristes da nossa história. 
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 Saiba mais
Os filmes indicados a seguir combinam situações verídicas e fictícias, 
mas ajudam muito a entender o contexto ditatorial no Brasil. Assista: 
BATISMO de sangue. Dir. Helvécio Ratton. Brasil: Downtown Filmes, 
2007. 110 minutos.
O QUE é isso, companheiro? Dir. Bruno Barreto. Brasil: Rio Filme, 1997. 
110 minutos.
Os filmes auxiliam o conhecimento do regime ditatorial no Brasil, ou melhor, ampliam a nossa 
perspectiva a respeito desse momento. No entanto, precisamos destacar que a repressão não era a 
única forma do Estado Ditatorial fazer valer os seus objetivos. O Estado buscava também a coerção. Essa 
coerção era alcançada através de vários meios, incluindo as políticas sociais. Vejamos que nos anos 60 
tivemos a ampliação de políticas sociais compensatórias, apenas como meio de garantir a adesão da 
população ao Estado. Os Assistentes Sociais passam a ser chamados para atuar nesses espaços, além dos 
espaços privados, também buscando um consenso entre população e Estado. 
Silva, Silva e Souza Junior (2017) colocam que o Brasil também vivenciava a crise capitalista. As 
políticas sociais setoriais passam a ser usadas também como uma forma de garantir a sobrevivência da 
classe trabalhadora. Dessa forma, colaboram para a reprodução do capital. Em tese o Estado incorpora 
uma série de funções econômicas e sociais visando garantir a manutenção e a expansão capitalista no 
Brasil. 
Diante desse contexto, obviamente que os Assistentes Sociais começassem a rever sua profissão. 
Uma dessas correntes provenientes desse processo de revisão é a chamada perspectiva Modernizadora 
que teve grande expressão quase que de maneira conjunta com a denominada Reatualização do 
Conservadorismo. 
1 A PERSPECTIVA MODERNIZADORA E A REATUALIZAÇÃO DO 
CONSERVADORISMO 
As perspectivas modernizadoras e a reatualização do conservadorismo foram as primeiras a surgir no 
processo de Renovação do Serviço Social Brasileiro. Vamos melhor detalhá-los sob a referência do trabalho 
de José Paulo Netto que em seu livro Ditadura e Serviço Social analisa a renovação do Serviço Social 
brasileiro e com especial atenção estuda os documentos produzidos por ambas as perspectivas. Agora, 
damos início ao estudo da Perspectiva Modernizadora e depois passamos a conhecer a Reatualização 
do Conservadorismo.
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 Lembrete
É bom reforçar que o movimento de renovação do Serviço Social 
Brasileiro não assumiu em nosso país uma posição hegemônica.
Netto (2009) nos indica que a vertente modernizadora foi a primeira corrente de pensamento que 
surgiu no Serviço Social em seu processo de renovação. Essa primeira vertente deu seus sinais iniciais 
no I Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social que foi sediado em Porto Alegre. Esse 
evento resultou na organização de outros visando o aprimoramento dessa perspectiva tais como o 1º. 
Seminário de Teorização do Serviço Social que aconteceu em Araxá, Minas Gerais em 1967 e o Seminário 
de Teresópolis esse acontecido no Rio de Janeiro em 1970.
Por que esses eventos são importantes? Porque em ambos foi produzida uma síntese das discussões. 
O primor do trabalho de Netto (2009) está na síntese produzida desses eventos, o autor constrói um 
cabedal de dados que nos permite entender qual era o entendimento dessas compreensões a respeito 
do Serviço Social e da realidade. O autor analisa os documentos produzidos nos eventos, os quais 
ficaram conhecidos como “Documento de Araxá” e “Documento de Teresópolis”. Além disso, o autor nos 
apresenta as colaborações de Lucena Dantas, apontado como o teórico de referência dessa perspectiva. 
 Saiba mais
Para conhecer mais sobre os documentos de Araxá e Teresópolis, leia o 
artigo a seguir:
PIRES, S. R. de A. O instrumental técnico na trajetória histórica do Serviço 
Social pós-movimento de reconceituação. Serviço Social em Revista, v. 9, 
n. 2, 2007. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c-v9n2_
sandra.htm>. Acesso em: 9 mar. 2018.
Enfim, Netto (2009), com base em sua rigorosa análise do Documento de Araxá, indica que a preocupação 
dos Assistentes Sociais reunidos em Araxá, Minas Gerais, era com a consolidação de um novo perfil profissional. 
Esse profissional deveria se modernizar para atender as necessidades que lhes eram apresentadas pelo Estado 
e pelo grande capital imperial. Buscava-se modernizar para produzir assim “um instrumento profissional de 
suporte a políticas de desenvolvimento – donde, a partir deste traço sintético, a justeza de considerá-los 
exemplares” (NETTO, 2009, p. 165). As políticas de desenvolvimento passam a ser estimuladas pelo Estado que, 
em parceria com a Organização das Nações Unidas busca impulsionar o país para a superação da situação 
de subdesenvolvimento vivenciada. Acreditava-se que o desenvolvimento poderia ser alcançado e que opaís 
poderia deixar sua condição subdesenvolvida. Para isso o Assistente Social deveria possuir algumas habilidades 
para estimular as pessoas a consegui alcançar o desenvolvimento e que ao final do processo resultaria em 
colaborar com o desenvolvimento econômico do país.
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No documento de Araxá vemos que o assistente social é responsabilizado por proporcionar o 
desenvolvimento integral do ser humano. A oposição do documento à prática tradicional reside no 
fato de que com a abordagem tradicional não era possível o desenvolvimento pleno do homem. Nesse 
sentido o documento ainda traz uma crítica contundente às abordagens de caso, grupo e comunidade, 
ainda hegemônicas no fazer dos profissionais. Grande parte da discussão do evento e da produção 
teórica vinculada pela perspectiva Modernizadora é articulada pela existência de grande crítica a 
questão metodológica. Afinal, de acordo com esse entendimento, a utilização adequada de técnicas 
pelo assistente social conduziria esse profissional à prática moderna defendida pela categoria. Isso faz 
Netto (2009, p.168) afirmar que “não há rompimento: há a captura do “tradicional” sobre novas bases”. 
No aspecto metodológico, principal preocupação dessa corrente, o planejamento desponta como 
a possibilidade de superação das desigualdades sociais e como uma necessidade para a categoria 
profissional. Apresentado no Documento de Araxá, citado também no Documento de Teresópolis e 
defendido por Lucena Dantas dá a ideia de que com a organização, o planejamento os profissionais 
poderão colaborar com a superação do subdesenvolvimento e também tornariam a profissão moderna. 
Dessa maneira, podemos inferir que o planejamento desponta como uma necessidade para o país e 
também como uma peça basal para os Assistentes Sociais. 
A precisão não poderia ser maior: as mudanças devem ser induzidas via 
planejamento integrado, a priorização é econômica e tecnológica, e suas 
dimensões sociais e políticas são claramente associadas à cultura e à 
administração. Tudo o mais, no desdobramento da determinação, é adjetivo 
(NETTO, 2009, p. 173).
Ou seja, basta ao profissional planejamento e saber administrar. Nesse sentido, vemos na 
fundamentação teórica presente no documento de Araxá e nas formulações de Lucena Dantas vemos 
que os problemas sociais descritos como disfunções sociais podem ser resolvidos pelo assistente social, 
desde que ele possua habilidades técnicas. A forte tendência positivista de Parsons é latente nas 
produções da corrente, sobretudo nas elaborações de Lucena Dantas. 
Uma das colocações que legitimaram a perspectiva em questão foi a de que os métodos usados pelos 
assistentes sociais no Brasil eram construídos em outros países, sob influência americana. Reivindicava-
se uma abordagem que estivesse relacionada à realidade brasileira. No entanto, de acordo com Netto 
(2009) no documento de Araxá e nas formulações de Dantas não temos uma menção ao que poderia 
ser compreendido como realidade brasileira. 
A questão da ação do Assistente Social e a grande preocupação com a Metodologia de Ação 
ocuparam também o Seminário de Teresópolis. Nesse Seminário os profissionais buscavam a construção 
de um método científico para a ação. A elaboração de um estatuto científico do Serviço Social era 
perseguido pelos profissionais que recorreram aos conhecimentos das Ciências Sociais, sobretudo ao 
neopositivismo para sustentar suas colocações do quão importante seria o desenvolvimento de uma 
metodologia científica de ação. 
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O aporte ao neopositivismo fez surgir novos termos no jargão dos profissionais. Termos que passam 
a designar ações e posturas profissionais. Por exemplo, as chamadas situações sociais problemas que 
eram os problemas apresentados em uma sociedade. Essas situações sociais problemas poderiam ser 
enfrentadas pelos Assistentes Sociais, e, poderiam ser sanadas se esses profissionais possuíssem o 
chamado Método Científico de Ação. Dessa forma:
[...] o que está no centro das formulações, aqui, não são teorias, valores, fins 
e legitimidade (antes, esses componentes são dados como tácitos), mas sim 
a determinação de formas instrumentais capazes de garantir uma eficácia 
da ação profissional apta a ser reconhecida como tal pelos complexos 
institucional-organizacionais (NETTO, 2009, p. 190).
Melhor dizendo, não temos em Araxá e tampouco em Teresópolis uma preocupação com a 
fundamentação teórica da profissão, mas sim com as técnicas que devem ser usadas de forma eficiente 
pelos profissionais, garantindo assim sua representação como uma profissão socialmente necessária 
no contexto da modernização do Estado. O questionamento teórico aparece apenas nos Seminários de 
Sumaré e Alto da Boa Vista, nos quais temos uma vinculação do Serviço Social à corrente fenomenológica. 
No entanto, esses seminários são vinculados à Reatualização do Conservadorismo. 
De forma que, a modernização era requerida como algo necessário para que os profissionais pudessem 
atender as novas necessidades geradas pelo Estado burguês. Não havia uma crítica, uma reflexão do 
fazer dos profissionais. Ao havia também um conhecimento da realidade capitalista, e apenas temos a 
busca pela construção de um novo perfil profissional. Calma, esse é o primeiro de muitos passos que 
conduziram nossa profissão a mudança. 
Na sequência, vamos estudar outra perspectiva bastante similar a Modernizadora, denominada 
Reatualização do Conservadorismo. A semelhança entre ambas está no fato de que nenhuma delas 
recorre ao marxismo como embasamento e as duas correntes apenas propõe uma adequação do perfil 
do Assistente Social para atender as necessidades do mercado e do Estado. 
 Saiba mais
Para conhecer mais a reatualização do conservadorismo e sua influência 
no Serviço Social, leia:
COSTA, C. B. et al. Reflexões sobre uma das tendências à Reatualização 
do Conservadorismo no Serviço Social Brasileiro. 2º Seminário Nacional 
Estado e Políticas Sociais no Brasil, Cascavel, 2005. Disponível em: <http://
cac-php.unioeste.br/projetos/gpps/midia/seminario2/trabalhos/servico_
social/MSS33.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2018. 
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A Reatualização do Conservadorismo surgiu no final dos anos 70. Sumaré e Alto da Boa Vista 
aconteceram, respectivamente nos anos de 1978 e 1984 e o objetivo desses eventos era basicamente 
reforçar a importância da formulação teórica, considerada incipiente e ausente no Serviço Social até 
então. A construção de Netto (2009) sobre a perspectiva Reatualização do Conservadorismo proveio 
da análise dos documentos produzidos nos seminários e também com recorrência a textos que foram 
escritos por autores vinculados a essa perspectiva. 
De fato, todos os seus documentos significativos insistem na necessidade 
de um esforço sistemático no sentido de produzir (e/ou organizar) 
conhecimentos para fundar as práticas profissionais. A ênfase recai na 
interdição do empirismo e do patriarcalismo, ressaltando-se como primordial 
o investimento na cognição (p. 203).
A requisição de um saber teórico fez com que os autores dessa corrente recuperassem elementos 
presentes na prática dos Assistentes Sociais no contexto de sua fundação como profissão no Brasil. 
Termos como autodeterminação do cliente e que buscavam designar a vontade individual do atendido e 
que deveria ser estimulado na relação Assistente Social e Cliente, de forte inspiração neotomista passama ser novamente valorizados por essa corrente.
Netto (2009) nos coloca ainda que a Reatualização do Conservadorismo recupera ainda da prática 
tradicional a ênfase em abordagens individuais, mostrando a vinculação com o Serviço Social de Casos 
Individuais nos quais o técnico deveria fazer com que o cliente pudesse se encontrar consigo mesmo. 
Isso confere à profissão um caráter extremamente psicologizante, algo que vinha sendo suprimido da 
prática dos assistentes sociais por grande contingente da categoria profissional. 
A crítica ao positivismo é também latente nessa categoria que, por sua vez, recorre a Fenomenologia 
como o tão desejado embasamento teórico que buscavam. 
O dado mais saliente do que se propõe inovador nos textos representativos da 
tendência renovadora de que agora tratamos é, sem dúvidas, a reivindicação 
de um suporte metodológico até então inusal no desenvolvimento do Serviço 
Social em nosso país: o recurso à fenomenologia aparece neles como insumo 
para a reelaboração teórica e prática da profissão (NETTO, 2009, p. 208).
Portanto o aporte à fenomenologia ofereceria parâmetros teóricos e também orientações sobre a 
intervenção dos Assistentes Sociais. As propostas dessa corrente, entretanto, reforçam o tradicionalismo 
que os segmentos da Reconceituação buscavam por fim.
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No Movimento de Reconceituação Latino havia grupos que criticavam 
o embasamento da fenomenologia presente no Serviço Social.
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Na apropriação da perspectiva fenomenológica, conforme Netto (2009), a corrente não teria tido a 
leitura das fontes reais da fenomenologia. Faltou assim o aporte a autores originais da fenomenologia. 
Isso fez com que os pensadores dessa corrente apresentassem em suas elaborações grande deficiência 
teórica e crítica. Além disso, o autor destaca que a perspectiva não deixa claro como a fenomenologia 
poderia ser usada no cotidiano das práticas dos Assistentes Sociais. Assim, apesar de muitas colocações, 
argumentações a Reatualização do Conservadorismo não definem quais seriam as “posturas, categorias 
e procedimentos” propostos aos Assistentes Sociais. 
O autor nos coloca que grande parte dos Assistentes Sociais vinculados a essa perspectiva eram 
cristãos e afirmavam seus valores religiosos como objetivos de uma profissão. Outros recorriam ao discurso 
da transformação social que deveria ser buscada por meio da ajuda psicossocial. “Nas formulações dos 
profissionais que ora nos ocupamos, o Serviço Social é posto como uma intervenção que se inscreve 
rigorosamente nas fronteiras da ajuda psicossocial” (NETTO, 2009, p. 206).
Então, com certeza prezado aluno você pode estar se perguntando: mas que renovação é essa? 
Ao que parece, essa corrente não é a favor da renovação, mas sim de pequenas mudanças que não 
comprometem em grande medida o tradicionalismo profissional. É como se essa corrente andasse na 
direção oposta à mudança. Pois bem, se você chegou a tal conclusão você está totalmente correto. Ou 
nas sábias palavras de Netto (2009, p. 226-227):
É em especial neste desenho que se encontra o núcleo da reatualização 
do conservadorismo: uma empresa cujo objetivo profundo é chancelar, (re) 
legitimando-se, as formas particulares de que a profissão se investia até 
final da década de sessenta, bem como as constelações ideológicas que a 
parametravam, redimensionando-as de modo tal que elas se reapresentem, 
sem modificações substantivas, como alternativas mais adequadas e 
contemporâneas quer á natureza da profissão, quer às demandas do 
“homem”.
Ou seja, é uma nova roupagem do tradicionalismo. Para sistematizar, de forma didática nossas 
colocações sobre essas duas perspectivas observe a imagem abaixo:
Modernizadora Conservadorismo 
Prevalência na reflexão sobre as técnicas
Seminários de Araxá e Teresópolis
Influência do Positivismo
Crítica aos Métodos de Caso, Grupo e Comunidade
Requer a fundamentação teórica da profissão
Crítica ao positivismo e aos métodos de ação
Seminários Alto da Boa Vista e Sumaré
Tendência psicologizante.
Fenomenologia
Figura 1 – Principais aspectos das perspectivas modernizadora e do conservadorismo 
E, olha só, já chegamos ao último item do nosso material. Veja como a leitura fluiu bem, afinal, 
estamos falando do passado da nossa profissão, da nossa história. Agora, como último tópico convidamos 
você em aprofundar seus conhecimentos sobre a perspectiva da Intenção de Ruptura.
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8.1 A intenção de ruptura e o aporte ao marxismo 
Damos início a essa discussão com o texto a seguir:
 
“Sem Marx nós não entendemos o mundo em que vivemos”, afirma professor da UFRJ
Recolocar o Brasil na rota de influência e dominação dos Estados Unidos e criar condições 
para acelerar medidas no campo econômico que possibilitem novas formas de ampliação da 
extração de valor. Estes são os principais objetivos da atual agenda política manejada pelo 
governo interino de Michel Temer (PMDB), de acordo com o professor da UFRJ Marcelo Braz. 
“É preciso construir unidade no plano tático entre os setores progressistas para conter o 
processo feroz de contrarreformas profundas que estão sendo colocadas em pauta”, garante. 
Marcelo Braz é pós-doutor em Economia pela Universidade de Lisboa, doutor em Serviço 
Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor e vice-diretor da Escola 
de Serviço Social (ESS) da UFRJ. É membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e atua em 
parceria com movimentos populares, como o MST, sendo professor e colaborador da Escola 
Nacional Florestan Fernandes.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Jornalistas Livres e ao Hemisferio Izquierdo, Braz fala 
sobre o golpe em curso no país, a partir da análise da estrutura política do capitalismo 
brasileiro, condensado no Estado e em suas instituições, e de elementos históricos marcados 
pelo interesse das classes dominantes. “Sempre que os níveis de emancipação social avançam, 
a burguesia trata de fazê-los recuar”, avalia.
Autor e coautor de diversas publicações, Braz se destaca em temas relacionados à 
economia política, questão social, capitalismo contemporâneo, socialismo e marxismo. Em 
relação aos métodos de análise do mundo contemporâneo, afirma: “Só Marx não dá conta 
da complexidade do mundo em que vivemos, mas sem Marx nós não entendemos o mundo 
em que vivemos”.
Fonte: HOSHINO; QUINTERO; TAQUES (2016)
A possibilidade de ler um texto dessa natureza em que o professor e o autor Marcelo Braz, um dos 
nomes de destaque do Serviço Social brasileiro discute conceitos relacionados à teoria marxista só é 
possível porque no processo de Renovação do Serviço Social brasileiro nossa profissão se aproximou 
da teoria social de Marx. Isso coube a profissionais e, sobretudo intelectuais que ousaram ir contra 
a tendência da Reatualização de Conservadorismo e também da Modernização Conservadora que 
estudamos acima. 
A Perspectiva Intenção de Ruptura na discussão empreendida por Netto (2009) é notadamente 
aquela que representaria o maior amadurecimento da categoria profissional. Isso porque, no dizer do 
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autor, coube a ela o total rompimento com as bases tradicionais da profissão. Além disso, é mérito da 
Intenção de Ruptura realizar também uma crítica ao sistema capitalista e ao Estado burguês instituído 
no Brasil. 
O fato central é que a perspectiva daintenção de ruptura, em qualquer das 
suas formulações, possui sempre um ineliminável caráter de oposição em 
face da autocracia burguesa e, este tanto a distinguiu – enquanto vertente 
do processo de renovação do Serviço Social no Brasil – das outras correntes 
profissionais quanto respondeu pela referida trajetória (NETTO, 2009, p. 248).
Para melhor compreendê-la é necessário saber do seu desenvolvimento histórico. Bem, Netto 
(2009) nos coloca que a perspectiva em questão apresentou três estágios distintos os quais descreve 
como: emersão, consolidação e espraiamento. Quando conhecemos os diversos estágios da Intenção 
de Ruptura podemos compreender várias informações sobre essa perspectiva da renovação do Serviço 
Social brasileiro.
 Saiba mais
Para saber mais sobre os principais pilares da Perspectiva de Intenção 
de Ruptura, leia: 
SANTOS, S. N. Serviço Social: apropriação da teoria social marxista 
e a formação profissional crítica. Anais do III Simpósio Mineiro de 
Assistentes Sociais, Belo Horizonte, 2017. Disponível em: http://www.
Cress-mg.org.br/arquivos/simposio/SERVI%C3%87O%20SOCIAL%20
APROPRIA%C3%87%C3%83O%20DA%20TEORIA%20SOCIAL%20
MARXISTA.pdf. Acesso em: 9 mar. 2018. 
O estágio da emersão se caracteriza por ser o momento em que surgiram as primeiras formulações 
da Intenção de Ruptura no país. Netto (2009) indica que a fase da emersão perduraria entre os anos de 
1972 a 1975 quando muitos segmentos profissionais, sobretudo àqueles vinculados a graduação e a pós-
graduação passaram a criticar o Serviço Social tradicional. Isso porque foi nesses espaços que tivemos 
uma grande leitura e pesquisa de teóricos das Ciências Sociais, sobretudo dos teóricos do Marxismo, 
desarticulando assim os argumentos positivistas, funcionalistas e fenomenológicos que sustentavam as 
perspectivas tradicionais influentes no Serviço Social até então. 
Como documento dessa tendência de pensamento crítico o autor indica o documento Método de 
Belo Horizonte, também denominado, Método de B.H. O Método de B.H. foi escrito por docentes e 
pesquisadores da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais. Netto (2009), ao 
analisar o teor do documento, ressalta que as críticas estariam orientadas às seguintes direções do 
chamado Serviço Social tradicional: 
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• Posicionamento ideopolítico: o Serviço Social tradicional defendia a neutralidade do Assistente 
Social, algo refutado pelos idealizadores do Método B.H.
• Posicionamento teórico-metodológico: o Serviço Social tradicional não possuía um embasamento 
que o permitisse analisar criticamente a realidade contemporânea e posicionamentos operativo-
funcionais, uma vez que toda a metodologia proposta pelo Serviço Social tradicional defendia 
o enquadramento e o ajustamento de posturas. Por outro lado, a Intenção de Ruptura defendia 
maior aprofundamento teórico junto ao pensamento crítico o que conduziria os profissionais 
à perda da suposta neutralidade e a um entendimento diferenciado sobre a própria prática 
profissional e sobre a realidade. 
Netto (2009) indica que o Método B.H. era bastante rudimentar no que diz respeito a sua apropriação 
da teoria Marxista, porém, somente partindo das elaborações desses estudiosos é que o Marxismo 
solidificou sua relação com o Serviço Social ou vice-versa. No final de 1975 os autores do Método B.H. 
foram demitidos da Universidade como retaliação em virtude dos posicionamentos críticos adotados 
pelo grupo e de ainda vivermos no Brasil um regime ditatorial.
No período da consolidação da Intenção de Ruptura tivemos a ampliação da criticidade presente 
na Universidade Católica de Minas Gerais para outros centros universitários tais como: São Paulo, Rio 
de Janeiro e Campina Grande. A consolidação se caracteriza pelo avanço da apropriação da matriz 
crítica nas universidades citadas acima e em outros cursos de graduação. Os cursos de pós-graduação 
também se ampliam a favorecem a difusão do chamado “marxismo acadêmico” (p. 266) uma vez que 
nesse momento as leituras marxistas acabaram ficando restritas ao espaço universitário. Esse período 
que teria perdurado até início dos anos 1980 tornou os estudos no âmbito universitário mais fácil, em 
virtude dos processos de distensão política experimentados no Brasil. Netto (2009) destaca que a fase 
da consolidação se caracteriza pela ampliação substancial da massa crítica do Serviço Social.
Já a fase do espraiamento aconteceu a partir dos anos 80 e se constituiu como o momento em que 
a categoria profissional atuante e que não estava vinculada às Universidades, até então os segmentos 
mais expressivos no estudo da teoria marxista. Netto (2009) nos coloca que na fase do espraiamento é 
que a Intenção d Ruptura alcançou a sua plena cidadania, pois a partir de então conseguiu contemplar 
todas as categorias de Assistentes Sociais. 
 Saiba mais
O CFESS Manifesta é um informativo que disponibiliza as reflexões 
e posicionamentos da categoria profissional, sugerimos a leitura do 
artigo a seguir:
CFESS. Projeto Ético-político do Serviço Social: 30 anos na luta em 
defesa da Humanidade. CFESS Manifesta. São Paulo, 2009. Disponível em: 
<http://www.cfess.org.br/arquivos/congresso.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2018.
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SERVIÇO SOCIAL: SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO NO BRASIL
Um evento demonstra a possibilidade de mudança do Serviço Social e o abandono ao tradicionalismo. 
Foi o chamado Congresso da Virada que aconteceu em 1979 em São Paulo. O Congresso denominado 
III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais tornou-se conhecido como Congresso da Virada uma vez 
que a imensa maioria dos profissionais passou a tecer críticas a prática tradicionalista que ainda reinava 
no Serviço Social. Esse congresso já demonstra maior reflexão por parte dos Assistentes Sociais, porém, 
Netto (2009) define que somente após 1980 é que essa reflexão crítica presente nas Universidades e 
em alguns congressos alcançou a grande maioria dos Assistentes Sociais. O Congresso da Virada ainda 
é celebrado nos meios profissionais como um grande marco da mudança do Serviço Social brasileiro. 
Além das fases indicadas acima em relação à Intenção de Ruptura, Netto (2007) enfatiza uma obra 
como a mais representativa da maturidade da referida perspectiva. Trata-se do trabalho de Iamamoto 
intitulado: “Legitimidade e crise do Serviço Social” datado de 1982 e publicado como trabalho da USP de 
Piracicaba. De acordo com o autor Iamamoto (1982) teria escrito um dos melhores trabalhos da época, 
por ele considerado um marco em demonstrar maturidade na relação firmada entre o Serviço Social e 
o Marxismo. O autor analisa todos os capítulos do trabalho e indica que foi o primeiro texto no Brasil 
em que tivemos uma análise marxista das relações sociais, compreendendo-as sob o prisma da teoria 
crítica. Partindo do entendimento das categorias críticas em questão a autora consegue realizar uma 
análise do Serviço Social, do seu processo de revisão e crise. Netto (2009) faz algumas críticas a obra, 
argumentando que o capítulo 2 não estaria tão bem elaborado quando o capítulo 1, porém, em sua 
conclusão indica:
Estas pontuações críticas, entretanto, se esbatem diante da essencialidade da 
contribuição de Iamamoto: ela consiste no primeiro tratamento rigoroso do 
Serviço Social, no interior da reflexão brasileira, que apreende a instituição 
profissional na perspectiva teórico-metodológica crítico-dialética haurida 
a partir de um trabalho sistemático sobre a fonte marxiana; e mais: as 
resultantes dessa apreensão, pela sua natureza mesma, infletem nos rumos 
do debate profissional,qualificando-oteórica e politicamente(NETTO, 2009, 
p. 301).
No entanto, a obra de Iamamoto não encerra um ciclo. Ela é o pontapé inicial das reflexões teóricas 
que recorreram à Marx, e que marcaram uma posição do Serviço Social crítico. Por fim, como uma 
última reflexão, deixamos a notícia do prêmio recebido por essa que foi precursora da sistematização 
marxista nos meios profissionais e que é um dos maiores nomes do Serviço Social Brasileiro.
Marilda Iamamoto recebe prêmio internacional da AIETS
A professora Marilda Iamamoto, da Faculdade de Serviço Social da Universidade do 
Estado do Rio de Janeiro (Uerj), receberá um importante prêmio internacional da Associação 
Internacional de Escolas de Serviço Social (AIETS), o “Katherine A. Kendall”.
Marilda será condecorada pelo reconhecimento de sua carreira acadêmica e o seu 
compromisso com o Serviço Social. Além do seu envolvimento em atividades educativas para 
promover a igualdade e a justiça social em todas as sociedades e a pesquisa e a produção de 
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literatura profissional de interesse e valor para professores de Serviço Social. Iamamoto foi 
indicada pela Associação Latino-Americana de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (Alaeits).
O prêmio será entregue na Conferência Mundial de Serviço Social, que acontecerá de 4 
a 7 de julho, na cidade de Dublin, na Irlanda.
Mérito do Serviço Social brasileiro
Graduada em Serviço Social, pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e doutora 
em Ciências Sociais, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Marilda 
Iamamoto destacou que o “mérito deste prêmio é do Serviço Social brasileiro e latino-
americano”.
A coordenadora de Relações Internacionais da ABEPSS e professora da Universidade 
Federal de Ouro Preto, Virgínia Alves Carrara, comemorou a premiação. “Considero que a 
região latino-americana e do Caribe são as grandes beneficiadas com esta oportunidade 
de dar visibilidade à nossa formação e atuação profissional em defesa da justiça social, da 
democracia e dos direitos humanos em tempos difíceis para o pensamento progressista e 
crítico”, apontou.
Katherine A. Kendall
O prêmio “Katherine A. Kendall” foi criado em 1992 para homenagear a presidente 
honorária da AIETS, a doutora Katherine A. Kendall. Ela serviu como secretária voluntária 
de 1954 a 1971 e secretária geral da associação de 1971 a 1978. Kendall permaneceu como 
membro ativo do conselho após a sua aposentadoria e estava ativa na AIETS há mais de 
cinco décadas. Clique aqui e saiba mais – http://www.socwork.net/sws/article/view/109/398.
Ela desempenhou um papel importante na promoção da excelência na educação para 
o Serviço Social e na expansão do Serviço Social em nível internacional. E forneceu uma 
liderança forte na formação de organizações regionais dentro da AIETS.
O prêmio possui o objetivo de reconhecer as contribuições significativas para o 
desenvolvimento da educação para o Serviço Social em nível internacional. A escolha da/o 
homenageada/o é realizada por meio de uma análise do comitê do prêmio, composto por 
vice-presidentes de regionais e um presidente do comitê, nomeado pelo presidente da 
AIETS. Após as análises dos candidatas/os, o comitê faz as recomendações ao conselho de 
administração da entidade, que toma a decisão final.
Critérios para o Prêmio Katherine A. Kendall
O prêmio foi estabelecido para reconhecer contribuições internacionais ilustres para a 
educação no Serviço Social. O candidato deve, portanto, preencher os seguintes critérios 
possíveis:
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SERVIÇO SOCIAL: SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO NO BRASIL
Envolvido em atividades educativas para promover a igualdade e a justiça social em 
todas as sociedades;
Pesquisou e produziu literatura profissional de interesse e valor para educadores de 
trabalho social;
Desenvolveu currículos que têm uma educação profissional avançada em todo o mundo;
Envolveu ou apoiou abordagens educacionais inovadoras que levaram à melhoria da 
qualidade dos serviços sociais, abordagens que são utilizáveis ??em diferentes países como 
modelos no ensino de prática de trabalho social;
Promoção da educação para o Serviço Social, a nível nacional e regional, e estratégias 
de prática bem-sucedidas dos domínios do bem-estar social e do desenvolvimento social;
Envolvido na interpretação mundial da educação profissional para o trabalho social 
como essencial para a preparação de pessoal de trabalho social bem qualificado;
Os membros do Comitê do Prêmio Memorial da Katherine A. Kendall são os seguintes: 
Gidraph Wairire – Presidente do Comitê; Nilsa Burgos; Nino Zganec; FentinyNugroho; 
Karene – Anne Nathaniel De Caires.
Fonte: CRESS-MT (2018)
Na notícia pudemos ver o reconhecimento por tantos anos de produção e dedicação à profissão, 
os quais foram iniciados pela valorosa contribuição da autora a mudança de monta viabilizada pela 
Intenção de Ruptura junto ao Serviço Social. 
 Resumo
A disciplina Surgimento e Institucionalização no Brasil nos auxilia na ampliação do 
entendimento das raízes históricas de nossa profissão. Isso é importantíssimo para que 
possamos analisar o Serviço Social contemporaneamente. 
A atual constituição da profissão provém, em grande medida, de sua história. Os 
resíduos de seu desenvolvimento deflagram o chamado ethos profissional, uma identidade 
dos agentes que é mutável e que corresponde a períodos específicos. Por conseguinte, 
a identidade desse profissional atualmente é distinta da identidade dos profissionais da 
década de 1960, por exemplo. Nossa identidade, nosso ethos, provém de nossa história. 
Olhar o passado nos auxilia a compreender o presente.
Com tal finalidade, nos aproximamos do Movimento de Reconceituação. As bases, 
situações sociais, econômicas e políticas que estimularam a efervescência desse Movimento 
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na América Latina foram abordadas. Além disso, vimos quais foram as principais requisições 
desse movimento latino-americano e quais foram os nomes mais relevantes em reivindicar 
um novo posicionamento ao Serviço Social. 
Derivando desse entendimento, passamos à análise do Movimento de Reconceituação, 
considerando o cenário brasileiro. Assim, estudamos quais foram os eventos econômicos, 
sociais e políticos que influenciaram os assistentes sociais a rever sua forma de entender a 
prática profissional. 
O entendimento dos princípios que norteiam o Movimento de Reconceituação do 
Serviço Social brasileiro nos permite conhecer as direções conferidas pelo Movimento no 
Brasil. Portanto, o Movimento de Reconceituação no país não seguiu uma linha homogênea, 
mas resultou em três direções opostas: modernização conservadora, reatualização do 
conservadorismo e intenção de ruptura. 
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REFERÊNCIAS
Audiovisuais
BATISMO de sangue. Dir. Helvécio Ratton. Brasil: Downtown Filmes, 2007. 110 minutos.
COLÔNIA. Dir. Florian Gallenberger. Alemanha: Majestic Filmproduktion, 2015. 106 minutos.
O QUE é isso, companheiro? Dir. Bruno Barreto. Brasil: Rio Filme, 1997. 110 minutos.
Textuais
BASTOS, A. S. F. A Renovação do Serviço Social e vigência na contemporaneidade. Revista Eletrônica da 
Faculdade José Augusto Vieira, ano VI, n. 8, set. 2013. Disponível em: < http://fjav.com.br>. Acesso em: 
13 nov. 2018.
CFESS. Projeto Ético-político do Serviço Social: 30 anos na luta em defesa da Humanidade. CFESS 
Manifesta. São Paulo, 2009. Disponível em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/congresso.pdf>. Acessoem: 9 mar. 2018.
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Social Brasileiro. 2º Seminário Nacional Estado e Políticas Sociais no Brasil, Cascavel, 2005. Disponível 
em: <http://cac-php.unioeste.br/projetos/gpps/midia/seminario2/trabalhos/servico_social/MSS33.pdf>. 
Acesso em: 9 mar. 2018. 
CRESS-MT. Marilda Iamamoto recebe prêmio internacional da AIETS. 2018. CRESS-MT. Disponível em: 
<http://Cressmt.org.br/novo/marilda-iamamoto-recebe-premio-internacional-da-aiets/>. Acesso em: 9 
mar. 2018.
EVENTO do Serviço Social da Região Norte é realizado em Palmas. O Girassol. 2017. Disponível em: 
<https://ogirassol.com.br/ultimas/evento-do-servico-social-da-regiao-norte-e-realizado-em-palmas>. 
Acesso em: 9 mar. 2018.
HOSHINO, C.; QUINTERO, C.; TAQUES, L. “Sem Marx nós não entendemos o mundo em que vivemos”, 
afirma professor da UFRJ. Brasil de Fato. Veranópolis, 2016. Disponível em: https://www.brasildefato.
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Sites
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126
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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