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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II RESUMO

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
TEORIA DOS RECURSOS
Conceito: em sentido latu a palavra recurso significa “todo meio empregado pela parte litigante a fim de defender seu direito”. Mas, no sentido técnico e restrito, meio impugnativo apto para provocar, dentro da relação processual ainda em curso, o reexame da decisão judicial, pela mesma autoridade judiciária, ou por outra hierarquia superior, visando obter-lhe reforma, invalidação, esclarecimento ou integração.
Remédio processual ou instrumento técnico definido em lei para permitir, por ato de vontade às partes, terceiro prejudicado e Ministério Público, provocar no mesmo processo o reexame de decisão judicial em regra (salvo embargos de declaração) por órgão jurisdicional de hierarquia superior.
- reforma: quando se busca a modificação na solução dada a lide, busca obter um pronunciamento mais favorável ao recorrente.
- invalidação; quando se pretende apenas cassar ou invalidar uma decisão, para que outra seja proferida em seu lugar; ocorre geralmente em casos de vícios processuais.
- de esclarecimento ou integração: são os embargos declaratórios onde o objeto do recurso é apenas afastar a falta de clareza ou imprecisão do julgado, ou suprir alguma omissão do julgador.
Quando o juiz que decide os recursos, podem ser:
- devolutivos ou reiterativos: quando a questão é devolvida pelo juiz da causa a outro juiz ou tribunal. Ex: apelação e recurso extraordinário
- não-devolutivos ou iterativos: quando a impugnação é julgada pelo mesmo juiz que proferiu a decisão recorrida. Ex: embargos declaratórios e embargos infringentes
- mistos: quando tanto permitem o reexame pelo órgão prolator quanto como a devolução a outro órgão superior. Ex: agravo e apelação contra indeferimento de petição inicial.
No que se referem à marcha do processo a caminho da execução, os recursos podem ser:
- suspensivos: os que impedem o início da execução
- não-suspensivos: os que permitem a execução provisória
O agravo e o recurso extraordinário são sempre não suspensivos. Mas, a apelação que normalmente é de efeito suspensivo, em alguns casos admiti-se a devolução do conhecimento da causa ao juízo recursal, não impedindo a execução provisória.
Das Decisões dos Tribunais
Atos praticados pelos Tribunais: sentença, decisão singular de relator, acórdão e decisão denegatória de recurso especial ou recurso extraordinário, pelo vice-presidente do tribunal de origem.
Obs: despacho não cabe recurso
Decisão singular de relator ou decisão monocrática: cabe agravo (agravo inominado, agravo regimental, agravo in termis)
Decisão de negação: cabe agravo de instrumento para o STJ (Resp) e agravo de instrumento para o STF (Rext)
Acórdão: cabe embargos infringentes, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, embargos de divergência em resp e rext.
Das Decisões Monocráticas
Atos praticados: despacho, decisão interlocutória, e sentença.
Obs: despacho não cabe recuso. (art. 504, CPC)
Decisão interlocutória: cabe agravo que pode ser de instrumento (arts. 522) ou retido (oral – art. 522, §3º) ou escrito.
Sentença – cabe apelação – onde o processo só terá uma sentença
Obs: o ato de embargos de declaração é o único recurso cabível contra qualquer ato, tanto no juízo monocrático quando no colegiado, desde que exista no ato omissão, contradição ou obscuridade.
Ato de Vontade
Onde a parte impõe a sua vontade – partes; terceiro prejudicado e M.P. são partes legitimadas para propor recursos.
Reexame
É a finalidade do recurso em que pode ser confirmada ou alterada a decisão.
Fundamentos do Direito de Recuso
Simples aspecto, elemento ou modalidade do próprio direito de ação exercido no processo. Ônus processual, porquanto que a parte não está obrigada a recorrer do julgamento que lhe prejudica.
AÇÃO AUTÔNOMA DE IMPUGNAÇÃO
É o instrumento de impugnação da decisão judicial, pelo qual se da origem a um novo processo, cujo objetivo é o de atacar/interferir em decisão judicial. Diferencia-se do recurso porque não se vinculo no mesmo processo, em que a decisão recorrida fora proferida. Ex: ação rescisória, embargos de terceiro, mandato de segurança e habeas corpus.
SUCEDÂNEO RECURSAL
É todo meio de impugnação a decisão judicial que não seja recurso nem ação autônoma de impugnação. Categoria que engloba todas as outras, formas de impugnação de decisão judicial. Ex: pedido de reconsideração, pedido de suspensão de segurança, remeça necessária e a correição parcial.
DESISTÊNCIA DE RECURSO
O recurso é uma demanda e nessa qualidade pode ser revogada pelo recorrente. A desistência do recurso pode ser parcial ou total, podendo ocorrer até o início do julgamento (até a prolação do voto).
Desistência do Processo e Desistência do Recurso
A desistência do recurso independe de aceitação da outra parte, ou do litisconsorte:
Tácita; que decorre da simples decadência do prazo recursal
Expressa; que se traduz em manifestação de vontade da parte
O art. 502, trata da desistência expressa, considerando-a ato unilateral, independente da anuência da outra parte.
A desistência pode ser feita por meio escrito ou até mesmo oral em audiência, o advogado para renunciar ou desistir de recurso depende de poderes especiais, não há necessidade de homologação judicial, em face do disposto no art. 158, caput, consequentemente ocorre o trânsito em julgado, mas fica o direito ao renunciante ou desistente de interpor recurso adesivo.
- Extingue o processo sem resolução do mérito
(art. 267, VIII, CPC)
- Pode implicar extinção do processo com
julgamento do mérito ou sem julgamento do
mérito; pode não implicar a extinção do
processo, como no caso de uma desistência de
um agravo de instrumento;
- precisa ser homologada pelo magistrado (art.
158, par. ún., CPC)
- Dispensa homologação (art. 501 do CPC)
- depende do consentimento do réu, se já
houve resposta (art. 267, § 4º, do CPC)
- Independe de anuência do recorrido (Art. 501
do CPC)
- Requer poder especial do advogado - Também requer poder especial, quando implicar a extinção do processo; mas o poder
especial será de disposição de direito material
(renúncia ou reconhecimento), quando houver
extinção do processo com análise do mérito.
PRINCÍPIOS
Taxatividade: recurso cabível é definido em lei, ou seja, não se pode criar formas para recorrer o codex indica e obrigaciona todas as formas a serem seguidas.
Unicidade/ Singularidade/ Unirrecorribilidade: para cada espécie de ato judicial a ser recorrido deve existir um único recurso. O art. 498 não é exceção, pois entende-se que para cada finalidade existe uma espécie de recurso.
Obs: recurso, tem de estar no art. 496 (taxativo), é diferente de sucedâneo recursal, só será usado se não tiver recurso, pedido de reconsideração não é recurso pois não está no rd, outro exemplo: ação rescisória, mandato de segurança, ação anulatória de ato judicial
Princípio da Fungibilidade: visa a facilitação ao acesso à justiça, garantindo a facilitação da apreciação da questão colocada em discussão em sua plenitude, colocando em primeiro plano a eficácia jurisdicional, assim deixa-se as formalidades recursais em prol do bem estar social.
1) presença de dúvida a respeito do recurso cabível, que pode gerar:
- da lei processual atécnica
- discussão doutrinária ou jurisprudencial
- do fato de ser proferido um ato judicial por outro, chama-se de sentença a decisão interlocutória ou vice-versa.
2) inexistência de erro grosseiro no recurso interposto
3) prazo adequado para o recurso correto.
Ex: pedido de assistência judiciária gratuita, se negado pode ser feita por decisão interlocutória ou sentença, os recursos seria agravo e apelação, se concedida deverá ser feita a impugnação, ou processo.
Princípio da Dialeticidade/ Discursibilidade/ Dialogcidade: o recurso deve ser discursivo, razões recursais + pedido de reforma. Jurisdição limite da lide. Tem de julgar dentro dos limites da lide, ultra petita, intra petita e infra petita, a petição inicial fixa os limites da lide, o recurso tem de ser dialético,tem de ter razões recursais e pedido de rever.
Princípio da Motivação e Forma: o recurso é imperativo que haja manifestação de vontade, obrigatoriamente expressa (oral ou escrita) regra que seja escrita. O recurso interposto sem motivação constitui pedido inepto. Se a parte não explicar os motivos da impugnação o tribunal não tem sobre o que decidir, e a parte contrária não terá sobre o que se defender. Finalmente, para o recurso ser apreciado precisa ser feito nas formas preconizadas em lei.
Decisão____________________________________Coisa Julgada
Renúncia: renuncia o direito Desistência: depois do recurso bem
de recorrer com mérito disponível, desistir antes de ser citado
o réu. Vista parte contrária para apreciar
o pedido de desistência. A parte pode nega
obs: você entra com recurso, se quiser desistir não precisa da anuência da parte (art. 501 e 502). Se você homologa o termo de renúncia ao direito de recorrer – faz coisa julgada.
Princípio da Consumação: no momento em que se interpõe o recurso ele se faz perfeito e acabado. Não aceita nenhum tipo de alteração ou complementação. Não pode pedir emenda de uma peça recursal. Somente a Petição Inicial.
Princípio da Reformatio in Pejus: a reforma da sentença não pode ser feita se piorar a situação daquele que interpôs o recurso, salvo matéria de ordem pública (que o julgador pode reconhecer de ofício).
Princípio da Devolutividade: Duplo Grau de Jurisdição: consiste em submeter a lide a exames sucessivos, por juízes diferentes (de hierarquias diferentes), como garantia de boa solução. Estabelecido pela Constituição de 88 quando se estruturou o Judiciário.
Princípio da Lesividade: aduz tal princípio que para ser possível a interposição de recurso a decisão recorrida deve trazer prejuízo ao recorrente, o prejuízo gera sucumbência que deve ser material e, também, formal.
Princípio da Colegialidade: visa proteger e concretizar o princípio da segurança jurídica, na medida em que o exame aprofundado da causa e a observância das formalidades essenciais às garantias dos jurisdicionado será exercida por um grupo de magistrados. Princípio de aplicação restrita - a lei pode restringir a sua aplciação.
EFEITOS
Efeito Obstativo
Efeito que obsta, que impede, a coisa julgada. Impede a preclusão, a coisa julgada não pode ser modificada, enquanto o recurso está em pauta, não há coisa julgada sob júdice. Produz efeito obstativo.
Efeito Devolutivo
Princípio da devolutividade, o objetivo do recurso é mudar a sentença, sua finalidade é o reexame parcial ou total da lide, o que for devolutivo fixa os limites da lide ou jurisdição recursal. Qualquer julgamento fora disso é extra petita, se menor, é infra petita.
Tal efeito define a extensão do julgamento pelo tribunal.
Da-se o restabelecimento de apreciar a mesma questão, pelo mesmo órgão judicial que proferiu a sentença ou por outro, hierarquicamente superior.
Efeito Translativo
É a capacidade que tem o tribunal de avaliar questão que não tenha sido objeto do conteúdo do recurso, por se tratar de assunto superior a vontade das partes. Assim, o efeito devolutivo necessita de uma expressa manifestação da parte, enquanto o efeito translativo independe de manifestação da parte – trata-se de matéria de ordem pública.
Assim, ao rever a lide o magistrado deve revê-la como um todo, buscando e solucionando qualquer mácula que a afete, mesmo que não tenha sido tratada pelo recorrente.
Efeito Suspensivo
Este não se confunde com o obstativo, vem para evitar os efeitos da decisão, pára com a eficácia da decisão, em alguns casos pode até parar com o andamento do processo.
- decorre da lei; já está previsto na lei
-decorre do magistrado; através de um pedido feito ao relator que poderá ser feito no próprio recurso. Agravo ou medida cautelar
Obs: apelação (duplo efeito) devolutivo e suspensivo – exceção só devolutivo – art. 520
Efeito Ativo (antecipação de tutela recursal)
Já permite os efeitos do recurso, este seria contrário do efeito suspensivo – ex: autorização para internação de um paciente de plano de saúde.
Efeitos do Julgamento
Efeito Substitutivo
Consiste na força do julgamento de substituir, para todos os efeitos, a decisão recorrida, nos limites da impugnação. Trata-se de um derivativo do efeito devolutivo. Somente um julgamento deve prevalecer. Art. 512.
Requisitos:
O recurso deverá ser conhecido e julgado pelo mérito; se o caso for de não admissão do recurso, por questão preliminar, ou se o julgamento for de anulação do julgado recorrido, não haverá como o decidido no recurso substituir a decisão originária
Deverá o novo julgamento compreender todo o tema que foi objeto da decisão recorrida; se a impugnação tiver sido parcial, a substituição operará nos limites da devolução apenas.
É irrelevante, in casu, que o recurso tenha sido provido ou improvido, mesma que a decisão anterior tenha sido confirmada, prevalecerá a nova decisão, e que irá fazer coisa julgada.
Efeito Expansivo
Em regra a interposição de recurso produz efeitos apenas para o recorrente, mas no efeito expansivo o julgador poderá ir além da pessoa (subjetivo) ou do objeto (objetivo)
Subjetivo: onde o efeito vai atingir alguém que não seja parte do recurso. (devedor recorre ganha, fiador que não recorreu também é atingido)
Objetivo Externo: a decisão em juízo se torna ineficaz devido ao recurso interposto que pediu ao tribunal que avaliasse o recurso (agravo retido) sendo este aceito e anulando o processo. Dá-se a outros atos que não tenham sido impugnados no recurso, assim todos os atos sucessores, que tenham relação com o ato reformado, sofreram, também, reforma, no sentido que lhe couber. (vai além do que o recurso propor, os atos que decorram do que foi reformado, ainda, que não tenho sido objeto do recurso serão alterados com a nova decisão)
Objetivo Interno: a alegação de prescrição é acolhida apenas no recurso levado ao tribunal, por erro, este não foi acolhido em juízo. A reforma é feita somente dentro dos atos que sucederam ao ato reformado e que estejam vinculados a este, mas a reforma é feita apenas no que o recurso lhe propuser. (os atos que sucederam, e tem conectividade com a parte alterada da decisão, serão alterados somente quanto ao que lhes propuser reforma o recurso)
CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS.
Quanto ao Fim
Invalidade/Reforma (modificação)
Integração/Esclarecimento
Quando à Marcha do Processo (efeitos)
Devolutivo e suspensivo
Só devolutivo; não suspensivo
Quanto ao Conteúdo do Ato Impugnado (ao âmbito)
Total
Parcial
Quanto a Fundamentação do Recurso
Fundamentação Livre/Ilimitada/Irrestrita
Fundamentação Vinculada/Limitada/Restrita
Quanto as Instâncias (objeto)
De instância ordinária
De instância extraordinária
Quando ao Momento da Apresentação
Principal
Adesivo (subordinada)
Objeto do recurso não é a forma, mas, sim, o reexame.
Recurso Adesivo
O recurso adesivo é aplicado exclusivamente no caso de sucumbência recíproca, art. 500, admite o Código que a parte surpreendida faça sua adesão ao recurso, uma vez tendo vencido o prazo para o recurso próprio.
O prazo para a interposição do recurso adesivo é o mesmo de que a parte dispõe para responder ao recurso principal. Aplicam-se ao recurso adesivo as mesma regras do recurso independente, no tocante a admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior.
O art. 500 só fala em autor e réu, o MP e o terceiro interessado são excluídos do recurso adesivo, mas a Fazenda Pública pode interpô-lo.
O recurso adesivo é um acessório do recurso principal, por isso não será conhecido se houver desistência do recurso independente, ou se for declarado inadmissível ou deserto.
Só tem cabimento na apelação, nos embargos infringentes, no recurso especial e no recurso extraordinário.
Invalidade + Reforma
Quando se invalida uma decisão, volta todo o processo, a invalidade impõe a reforma, já a reforma segue o processo
Erro
In procedendo: ocorre quando há falha no procedimento da decisão, erro formal. Ex: decisão proferida sem publicação,falta relatório na decisão – efeito – gera a invalidade da decisão. (erro formal)
In judicando: ocorre uma falha na formação da convicção do magistrado, interpreta erroneamente, erro material – efeito – gera a reforma da decisão. Vício substancial do conteúdo, má apreciação das questões, pedindo-se reforma da decisão
Obs: só há cumulação destes se eventual (subsidiária), pois inconpatíveis entre si. Normalmente analisa-se primeiro o erro in procedendo, depois o error in judicando
A invalidade deve ser alega como preliminar, nulidade da publicação.
Alegações de mérito = Reforma
O erro in judicando vai integrar ou/e esclarecer – através de Embargos Declaratórios (taxatividade)
In procedendo sempre terá o duplo efeito – suspensivo e devolutivo
Agravo retido nunca terá efeito suspensivo
Todos os recurso podem atacar total ou parcialmente uma decisão
Mas há alguns recursos que limitam a sua alegação
Apelação não tem limite
DO PREPARO
Consiste no pagamento, em época certa, das despesas processuais correspondentes ao processamento do recurso interposto.
A falta do preparo gera deserção, que importa no trancamento do recurso, presumindo a lei que o recorrente tenha desistido do respectivo julgamento.
São dispensados do preparo:
Embargos de Declaração
Embargos de Divergência
Todos os recursos interpostos pelo MP, Fazenda Nacional, Estadual e Municipal e respectivas autarquias
O agravo retido, sem preparo só será analisado quando subir juntamente com a apelação
E assistidos pela assistência judiciária gratuita
Agravo de Instrumento para admissibilidade do Rext ou Resp
O preparo é insuficiente quando é feito de modo incompleto – desta forma, a parte é intimada para completar o preparo – 5 dias – caso não complemente o preparo é considerada deserção – a pena da deserção é a inadmissibilidade do recurso.
REQUISISTOS DE ADMISSIBILIDADE
Intrínsecos
Conteúdo interno da decisão. É através da decisão que se sabe quem pode recorrer.
Cabimento Princípios da Taxatividade e Unicidade
Interesse – Princípio da Lesividade
Legitimidade art. 499 – MP, 3º interessado, prejudicados – é através da decisão que se sabe que pode recorrer.
Extrínsecos
Externo da decisão normalmente relaciona-se ao próprio recurso ou questões supervenientes.
Tempestividade
Preparo
Causas extintivas ou impeditivas do direito do recorrente
Regularidade formal
Objeto da Decisão
Pedido de reforma com as razões recursais – o mérito do recurso é objeto da decisão – pedido de reexame com as razões recursais.
Reforma Superveniente
É quando o recorrente perde o direito de recorrer, por perda do objeto da ação. O tribunal não vai reconhecer o recurso, não vai analisar o mérito – desistência gera.
O agravo de instrumento não tem efeito suspensivo, mas o relator pode dar este efeito – gera a prejudicidade.
Regularidade Formal
Todo recurso tem uma regularidade, um formalismo.
O agravo retido pode ser oral ou escrito, quando é feito na AIJ deve ser oral, se for interposto na forma escrita ele não será reconhecido – requisito formal. Assim, o agravo retido oral será reduzido a termo e conhecido apenas no Tribunal – ocorre o cerceamento de defesa por não haver a possibilidade de usar testemunhas.
APELAÇÃO
O recurso de Apelação será cabível sempre para um reexame da lide após a sentença, seja ela terminativa, sem resolução de mérito, ou definitiva, com resolução de mérito.
Visa uma reforma parcial ou total da decisão impugnada, ou até mesmo sua invalidação.
Também nos procedimentos incidentes ou acessórios, como medidas cautelares, habilitação, restauração de autos, etc., a Apelação é o recurso cabível contra a sentença que os encerrar. O mesmo não ocorre com o julgamento de simples incidentes do processo, com impugnação ao valor da causa e das exceções, já que in casu ocorrem apenas decisões interlocutórias.
Procedimento
O apelante deve manifestar seu recurso através de petição dirigida ao juiz de primeiro grau, que conterá:
I – os nomes e qualificação das partes
II – os fundamentos de fato e direito
III – o pedido de nova decisão
O pedido de nova decisão pode referir-se a um pronunciamento de mérito favorável ao apelado, ou apenas a invalidação da sentença por nulidade.
A falta das razões no novo pedido impede o conhecimento da Apelação
Prazo: o recurso deve ser protocolado dentro do prazo de 15 dias.
Documentos, em regra, só poderão acompanhar a Apelação quando se dispuserem a provar fatos novos, dentro da exceção permitida.
Entretanto, o terceiro interessado, que não era parte no processo, pode instruir a peça com os documentos de que disponha; vez que não teve qualquer oportunidade para juntá-las anteriormente no processo.
Efeitos
A Apelação tem duplo efeito: devolutivo-suspensivo
Devolutivo: a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada – visa-se esse recurso a obter um novo pronunciamento sobre a causa, com reforma total ou parcial da sentença do juiz de primeiro grau. As questões de fato e de direito tratadas no processo, sejam de natureza substancial ou processual, voltam a ser conhecidas e examinadas pelo tribunal.
Obs: se a Apelação for parcial, a devolução abrangerá apenas a matéria impugnada.
Obs: dentro da matéria a ser devolvida pelo tribunal, apreciará todas as questões suscitadas e discutidas dentro do processo, ainda que não tenham sido alvo da decisão atacada.
A extensão é limitada pelo pedido do recorrente, visto que nenhum juiz ou órgão judicial pode prestar tutela jurisdicional senão quando requerida pela parte
A profundidade abrange os antecedentes lógico-jurídicos da decisão impugnada, de maneira que, fixa o objeto do recurso pelo requerimento formulado pela parte apelante, todas as questões que foram suscitadas no processo, que podem assim interferir tanto no seu acolhimento como em sua rejeição terão de ser levadas em conta pelo tribunal.
Desta forma, todas as questões preliminares e, também, as prejudiciais de mérito propostas antes da sentença de mérito, que influem na acolhida ou rejeição do pedido, ainda que o juiz a quo não as tenha enfrentado ou solucionado por inteiro.
Se a sentença se restringe ao julgamento sem apreciação de mérito, o acórdão fica restrito a questão preliminar, e subsequentemente o tribunal não poderá passar para o mérito da questão sem que o recorrente lhe tenha requerido.
Art. 515: autorizou o tribunal, na apreciação de recurso de Apelação que combate sentença que extinguiu o processo sem resolução do mérito, a julgar desde logo a lide, se causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento.
A reformatio in pejus, embora não esteja expressa no código, é vedada segundo doutrina e jurisprudência, sem que a outra parte também tenha recorrido.
Suspensivo: a Apelação normalmente suspende os efeitos da sentença, seja esta condenatória, declaratória ou constitutiva. Porém há sete casos em que os efeitos da Apelação são apenas devolutivos, de maneira que é possível a execução provisória enquanto estiver pendente o recurso:
Homologar divisão ou demarcação
Condenar a prestação de alimentos
Julgar a liquidação de sentença
Decidir o processo cautelar
Rejeitar liminarmente os embargos à execução ou julgá-los improcedente
Julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem
Confirmar a antecipação dos efeitos da tutela
Decretar interdição
Mesmo diante das hipóteses expressamente previstas, para que a apelação tenha efeito apenas devolutivo, pode o relator, diante das circunstâncias, determinar a suspensão do cumprimento da sentença, até que o Tribunal julgue o recurso.
Para tanto, o apelante deverá formular requerimento, que poderá constar das próprias razões recursais ou de petição à parte, devendo demonstrar a configuração de risco de lesão grave ou de difícil reparação – fumus boni iuris e do periculum in mora.
Recebimento
A petição da Apelação é dirigida ao prolator da sentença impugnada, ao recebê-la deve o juiz declarar os efeitos do recurso. Da decisão que atribui os efeitosda Apelação cabe Agravo de Instrumento; o mesmo recurso cabe, também, do recebimento ou não da Apelação.
Admitida a Apelação em ambos os efeitos, devolve-se o conhecimento da causa à Superior Instância, não podendo o juiz inovar no processo. O juiz não pode inclusive negar seguimento ao recurso.
Julgamento em Segunda Instância
O tribunal ad quem antes de apreciar a Apelação, deverá decidir os agravos de instrumento por ventura interpostos.
O recurso é julgado pela Turma julgadora, composta por três desembargadores, porém, há possibilidade de o relator, em casos de divergência, propor seja o recurso julgado por um colegiado maior previsto no regimento interno.
Julgamento Liminar de Sentença Repetitiva
É julgamento para sentença já proferida pelo mesmo juízo, trata-se de sentença de mérito de improcedência, e não de extinção sem resolução do mérito.
Desta forma, o recurso cabível é a Apelação, no prazo de 15 dias, essa apelação, semelhante ao que acontece em caso do art. 296, o prolator da sentença atacada poderá se retratar, dentro do prazo de 48 horas.
Exceção à Aplicação do Duplo Grau de Jurisdição
Quando o acórdão que reformar a sentença não se pronunciar sobre o mérito não haverá duplo grau de jurisdição.
Em ambos os casos, art. 475, §2º, tratam de interesse fazendário da administração da justiça, ocorrendo quando o valor da causa não exceda a 60 salários mínimos – entende-se que eventual defesa do erário não compensava a demora e a redobrada atividade procedimental que o reexame necessariamente impõe, sobrecarregando os tribunais"
No §3º, do mesmo artigo, está coerente com a escalada de valorização da jurisprudência a que assiste a ordem jurídico-processual brasileira a partir de quando, em 1963, o Supremo Tribunal Federal implementou seu sistema de súmulas; a lei n. 9.756, de 17 de dezembro de 1998 é um marco muito significativo dessa tendência, ao dar destacada relevância aos precedentes judiciários como motivo para decidir e, simultaneamente, valorizar também o poder do relator nos recursos"
Atenção!!!!
O próprio prolator da sentença pode inadmitir a apelação, verificando que sua decisão está bem fundamentada, pacificada, sumulada. Mas desta decisão cabe recurso – Agravo de Instrumento.
AGRAVO
Agravo é o recurso cabível contras as decisões interlocutórias, ou seja, contra os atos pelos quais os juízes, no curso do processo, resolvem questão incidente.
O agravo é, outrossim, cabível em todo e qualquer tipo de procedimento, seja no de execução ou no cautelar, assim como nos procedimentos comuns e especiais.
O agravo interno é utilizado contra decisões singulares de segunda instância, exemplos:
Decisão do relator que nega seguimento a recurso manifestadamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou contrário à súmula do respectivo tribunal ou tribunal superior.
Decisão do relator que indefere embargos infringentes
Decisão do presidente ou vice-presidente do tribunal que não admite recurso especial ou estraordinário.
Decisão do relator que, no STJ ou STF, não admite o agravo relativo ao cabimento do Resp ou Rext, ou lhe nega provimento.
Decisão do relator que nega seguimento a recurso, STJ ou STF, seja por perda do objeto, ou manifestadamente intempestivo, descabido ou improcedente, ou, ainda, por contrariar súmula do respectivo Tribunal.
Qualquer decisão no âmbito do STF e STJ, proferida por presidente do Tribunal, de Seção, de Turma ou de Relator, que cause gravame à parte.
O agravo retido é exclusivo do procedimento de primeiro grau de jurisdição. Não tem cabimento nos casos de agravo contra decisões singulares proferidas em processos que tramitam nos Tribunais.
AGRAVO RETIDO
Diz-se agravo retido quando a parte, em vez de se dirigir diretamente para o Tribunal para provocar o imediato julgamento do recurso, volta-se para o juiz da causa, autor do decisório impugnado, e apresenta o recurso, pedindo, pedindo que permaneça no bojo dos autos, para que dele o Tribunal conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da Apelação.
A regra atual é que o agravo seja interposto sob a forma retida, somente em casos em que se reclama solução urgente cuja apreciação pelo Tribunal seja impossível de ocorrer nos moldes traçados para o agravo retido é que a modalidade de agravo de instrumento é autorizada pela lei.
Como o agravo retido não sobe separadamente para o Tribunal não há necessidade de se fazer juntar o instrumento, basta que o agravante fundamente seu recurso indicando apenas onde se acha a decisão atacada e se reportando às peças dos autos úteis ao esclarecimento de sua argumentação.
No seu conteúdo formal e substancial, o agravo retido não pode fugir dos requisitos básico do agravo de instrumento:
Exposição do fato e do direito
Explicação das razões do pedido de reforma
O agravo retido impede a preclusão da matéria impugnada, sem prejudicar o andamento normal do processo.
Para que o agravo retido seja conhecido pelo Tribunal futuramente, o agravante deverá reiterar seu pedido através da Apelação ou Contrarrazões à apelação quando a interpuser. (pressuposto indispensável)
AGRAVO RETIDO ORAL
O agravo retido oral é interposto, sempre, em audiência de instrução e julgamento.
Na sistemática do §3º do art. 523, as decisões interlocutórias pronunciadas durante a audiência de instrução e julgamento somente podem ser atacadas por meio do agravo retido e mediante manifestação durante a própria audiência. A parte prejudicada tem de agravar imediatamente.
Oralmente, também, são deduzidas pelo recorrente, de maneira sucinta, as razões do agravo, que também figuraram no termo da audiência. A falta do agravo oral imediato torna preclusa a matéria decidida pelo juiz durante a audiência.
As contrarrazões do adversário do agravante também devem ser acolhidas oralmente na própria audiência, para manifestar o tratamento isonômico de ambas as partes.
Juízo de Retratação no Agravo Retido
O juiz poderá retratar a decisão objeto do agravo retido, para tanto deverá antes conceder 10 dias para que o agravado ofereça sua resposta. Se não for oferecida à parte agravada o direito de apresentar contrarrazões o juiz não poderá se retratar.
Agravo Retido Após Sentença
Após proferida sentença o juiz ainda preside o processamento da Apelação e decidir os Embargos de Declaração, cabe-lhe ainda dar cumprimento ao comando da sentença condenatória. Dessa maneira, mesmo depois de proferida a sentença, juiz pode vir a decidir questões incidentais, tornando cabível o agravo.
Há dois casos em que as decisões posteriores à sentença devem ser impugnadas por meio de agravo de instrumento:
Quando se trata de inadmissão da Apelação
Quando se refira à deliberação sobre os efeitos em que a apelação é recebida
Nestas duas exceções o agravante não precisa demonstrar o perigo de lesão grave ou de difícil reparação para o propositura do agravo sob a forma de instrumento.
AGRAVO DE INSTRUMENTO.
O agravo de instrumento é uma exceção, somente utilizável nos termos do art. 522, segundo o dispositivo de lei:
Decisão suscetível de causa à parte lesão grave ou de difícil reparação;
Decisão que inadmite a Apelação ou que delibera quando aos efeitos em que a Apelação é recebida.
Desta forma, o agravo de instrumento é aceito nos casos em que o agravante puder demonstrar a presença do periculum in mora, ou seja, que parte agravante não pode esperar a solução da lide ou a apreciação do recurso de apelação sem que o bem que visa proteger juridicamente sofra lesão grave ou de difícil reparação.
O que se visa proteger na verdade, através do agravo de instrumento, é o princípio da celeridade processual.
Formação do Agravo de Instrumento
Adotada a modalidade de agravo por instrumento, o recurso será processado fora dos autos da causa onde se deu a decisão impugnada. O instrumento será um processado à parte formado com as razões e contrarrazões dos litigantes e com as cópias das peças necessárias à compreensão e julgamento da impugnação.
A petição será dirigida diretamente ao Tribunal competente, e deveráconter os seguintes requisitos:
A exposições do fato e do direito
As razões do pedido de reforma da decisão
O nome e endereço completo dos advogados dos agravantes e agravado
Com relação às cópias das peças e dos documentos, a petição será instruída da seguinte maneira:
Obrigatoriamente: com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas ao agravante e ao agarvado.
Facultativamente: com outras peças que o agravante entender úteis.
Havendo custas e despesas de porte e retorno, será obrigatória a instrução da petição de agravo, com o comprovante do respectivo preparo.
Efeitos do Agravo de Instrumento
Recurso que normalmente limita-se ao efeito devolutivo, não obsta o andamento do processo. Entretanto, o efeito suspensivo poderá, em determinados casos, ser concedida pelo relator, para eliminar o risco de danos sérios e de reparação problemática.
Não obstante, para ser concedido o efeito suspensivo deverá ser requerido pelo agravante, conforme art. 558, nas seguintes hipóteses:
Prisão civil
Adjudicação, remição de bens e levantamento de dinheiro sem caução idônea;
Outros casos dos quais possa resultar lesão grave ou de difícil reparação.
O requerimento para que o Relator dê efeito suspensivo ao agravo de instrumento será feito no próprio recurso ou até mesmo em petição separada.
Processamento
O agravante, após encaminhar o agravo diretamente para o Tribunal, requererá, em três dias a juntada aos autos do processo da cópia da petição recursal, com relação dos documentos que a instruíram, e, ainda, comprovante de sua interposição. Tal questão tem o entendimento pelo STJ de ser apenas um ônus processual, cuja a inobservância poderá acarretar o não-conhecimento do agravo pelo Tribunal.
No despacho da petição ocorrerá:
Indeferimento liminar do recurso
Deferimento do processamento do agravo, caso em que:
Obrigatoriamente, determinará a intimação do agravado para responder ao recurso no prazo de 10 dias
Facultativamente, ordenará a requisição de informações ao juiz da causa, que as prestará em 10 dias
Conversão do agravo de instrumento em agravo retido, caso reconheça não ocorrer urgência ou perigo de lesão grave ou de difícil reparação. Neste caso, determinará que os autos do agravo sejam remetidos ao juiz da causa para apensamento aos principais.
Havendo requerimento de efeito suspensivo pelo agravante será, também, na fase do despacho da petição de agravo que o relator o apreciará
As hipóteses de indeferimento do agravo pelo próprio relator são enumeradas pelo art. 557, e permitem o trancamento do recurso não apenas no despacho inicial, mas também posteriormente, quando apurado o fato que legalmente o autoriza, antes de chegar o feito ao julgamento pelo órgão colegiado competente:
Agravo manifestadamente inadmissível; fora do prazo, ou sem comprovante do pagamento das custas, quando o ato impugnado não for agravável – sempre que não se puder conhecer do agravo
Agravo manifestadamente improcedente; o relator pode antecipar o julgamento que seria de competência do colegiado, se os elementos do recurso forem suficientes para evidenciar a completa falta de razão jurídica para sustentar a pretensão jurídica.
Recurso prejudicado; o agravo perdeu o objeto, como em situação de ter o juiz de origem retratado a decisão impugnada, ou por ter sido decidida questão prejudicial em outra sede ou ainda por havido desistência do agravante.
Recurso com pretensão contrária à tese já incluída em súmula do tribunal ad quem ou de tribunal superior.
Cabe, também, ao relator dar provimento ao agravo, em decisão singular, quando a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do STF, ou Tribunal Supeior.
Para contrabalancear os amplos poderes do relator, art. 557. Prevê o cabimento de agravo para órgão colegiado competente, no prazo de 5 dias, sempre que ocorrer decisão singular de extinção de agravo de instrumento.
Da decisão que converte o agravo de instrumento em agravo retido, nenhum recurso pode ser interposto, mas o relator pode retratar sua decisão enquanto o agravo não for submetido a julgamento definitivo. A parte pode requerer a retratação do magistrado através petição simples.
Com relação ao contraditório o agravo poderá instruir sua peça com quaisquer documentos que ache necessário, não apenas com cópias das peças processuais.
Entretanto, os documentos novos devem ser mostrados ao agravante para que este possa exercer seu direito a ampla defesa.
Se o agravo não tiver o efeito suspensivo, e passada a sentença sem que o vencido interponha recurso de Apelação, o Agravo restará prejudicado, uma vez que finda a sentença sem recurso faz coisa julgada, tornando imutável seu decisium. (art. 467)
EMBARGOS INFRINGENTES
São o recurso cabível contra acórdão não-unânime proferida em apelação ou ação rescisória, é dirigida ao próprio tribunal que pronunciou a decisão impugnada.
Trata-se de recurso não devolutivo, pois provoca o reexame do caso decidido, pelo próprio tribunal que o proferiu o acórdão impugnado, inclusive com a participação dos magistrados que integraram o órgão fracionário do primeiro julgado.
Só se admite embargos infringentes contra decisão não-unânime em acórdão do 2º grau.
Pressuposto:
Que o acórdão seja proferido no julgamento de Apelação ou ação rescisória;
Que a decisão impugnada não seja unânime, aja voto vencido.
Que a sentença, objeto da apelação, seja de mérito, logo não cabe embargos infringentes se a divergência ocorrer sobre preliminares processuais
Que o acórdão não-unânime tenha reformado a sentença, no caso de Apelação;
E, em que si, tratando de ação rescisória, o acórdão tenha julgado procedente o pedido.
Não é permitida a reformatio in pejus contra o embargante, na decisão dos embargos infringentes.
Embora silencie a lei reconhece-se a doutrina, nos embargos infringentes, o efeito suspensivo.
Processamento
Os embargos infringentes são opostos por petição, endereçado ao relator da Apelação ou da ação rescisória, art. 531. Processam-se nos mesmos autos da causa e não em autos apartados.
O relator tem poder para indeferir os embargos, quando entender incabível o recurso. Cabe agravo dessa decisão, para o órgão competente para o julgamento dos embargos. O prazo para a interposição do agravo será de 5 dias.
O juízo de admissibilidade deve ser feito pelo relator somente quando já oportunizada ao embargado resposta.
O prazo é de 15 dias, tanto para o embargante quanto para o embargado.
Salvo exigência de lei local, o processamento dos embargos infringentes, em princípio, não se sujeita mais a preparo, art. 533.
O entendimento da doutrina é que não é possível, no caso dos embargos infringentes, a aplicação do art. 557, por se tratar de divergência de votos, não como um juiz singular decidir o recurso.
Havendo embargos adesivos este seguirão o mesmo rito dos embargos principais, o relator será único para os dois recursos.
Obs: a matéria a ser reexaminada nos embargos, seu âmbito é o da divergência ocorrida no julgamento embargado, mas, se a divergência é total, também, será total a devolução do conhecimento.
Os embargos infringentes aceitam acolhida parcial da matéria a ser reexaminada.
Inovações
Quando a sentença for terminativa, mas o acórdão, ao prover a apelação, tiver julgado o mérito, os embargos infringentes poderão ser manejados, se houver voto vencido, não obstante o julgamento de primeiro grau não tenha apreciado o mérito.
O órgão que formará a turma julgadora pode ser feito com juízes que participaram da decisão atacada, mas recomenda-se que o relator não seja o mesmo.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Da-se o nome de embargos de declaração ao recurso destinado a pedir ao juiz ou tribunal prolator de decisão que afasta obscuridade, supra omissão ou elimine contradição existente no julgado.
Qualquer decisão judicial comporta embargos declaratórios, não tem relevância ter sido a decisão atacada proferida por juiz de 1º grau ou tribunal superior, em processode conhecimento ou execução ou cautelar; terminativa, final ou interlocutória.
Pressupostos
Os embargos de declaração não visam a reforma da decisão, mas, sim, seu aperfeiçoamento sanando obscuridade, omissão ou contradição existente neste, são estas falhas que lhe oportunam a existência.
Procedimento
Prazo: 5 dias.
A petição será endereçada ao juiz ou relator da decisão atacada, e indicará o ponto obscuro, contraditório ou omisso.
Não há preparo.
Sem audiência da parte contrária o juiz decidirá o recurso em cinco dias.
No tribunal a turma que proferiu a decisão atacada será a mesma que julgará os embargos de declaração.
A lei não prevê contraditório. Entretanto, nos casos em que o suprimento da lacuna ou eliminação da contradição leve à anulação do julgamento anterior (caráter infringente), nestes casos será oportunizado o contraditório.
Efeito Interruptivo
Os embargos tem efeito interruptivo em relação ao prazo dos demais recursos, após julgamento dos embargos recomeça-se a contagem por inteiro do prazo para interposição de outro recurso – a interrupção do prazo deve beneficiar a contagem deste para todas que tenham legitimidade para recorrer.
Caso antes da interposição dos embargos já tenha sido interposto recurso por uma das partes duas são as situações:
Se os embargos não forem providos o objeto atacado não interferirá no recurso principal de maneira que o julgamento daqueles nada alterará quando a matéria impugnada no último – não havendo assim necessidade de ratificação ou renovação o recurso anteriormente interposto.
Se os embargos forem providos a reiteração se faz necessária, já que uma vez julgados e acolhidos os embargos a decisão recorrida já não Será a mesma que o recurso principal atacara.
Efeito Suspensivo
Os embargos declaratórios não tem eficácia alguma quanto a sua eficácia, impõe-se reconhecer sua força suspensiva,
Serão os efeitos do recurso para aquele caso. Ex: fosse decisão interlocutória – agravo – os embargos neste caso só terão efeitos devolutivos e não tem efeito suspensivo.
Embargos Protelatórios
Os embargos protelatórios visam apenas obstar o curso do processo, sendo que a decisão atacada não qualquer imperfeição ou vício para ser sanado.
Neste caso, o tribunal reconhecendo a ilicitude da conduta, condenará o embargante ao pagamento de multa, que não poderá exceder 1% do valor da causa. No caso de reiteração dos embargos protelatórios a multa será elevada até 10% .
RECURSO ORDINÁRIO
Cabível em, art. 539, I e II:
I - (pelo Supremo Tribunal Federal)
Mandado de segurança
Habeas Corpus
Mandados de injunção, decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão (tanto não conhecem, como não dão provimento)
II - (pelo Superior Tribunal de Justiça)
Os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais ou Federais ou pelos Tribunais dos Estados ou DF, quando denegatória a decisão (tanto não conhecem como não dão provimento) obs: não cabe contra decisão da turma recursal do JEC, nem contra acórdão de TRT ou TER
As causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou Organização Internacional e, do outro, Municípios ou pessoa residente ou domiciliado no país (sai da Justiça Federal e vai direito para STJ) – cabe agravo de instrumento nas decisões interlocutórias no prazo de 10 dias.
Finalidade:
Permitir um segundo grau de jurisdição em causas processadas diretamente nos Tribunais, transforma o STF e STJ em cortes de segundo grau, podendo haver, inclusive, análise de questões de fatos. Efeito devolutivo amplo.
Prazo: de 15 dias dirigido ao Relator do acórdão recorrido.
Não é preciso prequestionar, não enseja Revisor.
Processamento: (igual a da Apelação)
Recurso Adesivo:
No recurso Ordinário não cabe recurso Adesivo nas hipóteses dos incisos I e II, tendo em consideração que somente a parte ativa, autor, pode ensejar tal peça. Entretanto, com relação à alínea “b” cabe recurso adesivo, porque a sentença pode ser favorável a qualquer das partes.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Sua finalidade é manter, dentro do sistema federal e da descentralização do Poder Judiciário, a autoridade e unidade da Constituição Federal.
Cabimento: art. 102, III
É admitido recurso Extraordinário em causas julgadas por outros Tribunais, em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
Contrariar dispositivo da Constituição Federal
Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal
Julgar lei ou ato do governo contestado em face da Constituição
Julgar válida lei contestada em face de lei federal
A EC 45 trouxe a inovação de ser necessário para a interposição de recurso Extraordinário, além das possibilidades apresentadas pelo art. 102, III, a necessidade de se demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso.
Pressupostos:
Julgamento da causa em única ou última instância
A existência de questão federal constitucional, isto é, uma controversa em torno da aplicação da CF.
A questão que trata da aplicação do recurso Extraordinário deve ser somente pode ser um questão de direito, isto é, um ponto controvertido que trate diretamente da aplicação e interpretação de lei. O recurso Extraordinário, para ser conhecido deve versa sobre “causa decidida“, na instância de origem:
Demonstração da repercussão geral das questões constitucionais decididas no caso.
A matéria suscitada no recurso extraordinário não pode aparecer pela primeira vez no recurso, deve ter sido abordada e debatida em instância originária.
Caso o julgador tenha sido omisso com relação a questão que se pretende debater no recurso extraordinário, deve-se propor Embargos de Declaração, para que a questão federal seja debatida, antes de se propor o recurso extraordinário.
Causa Decidida
Art. 102, III e 105, III, da CF: o julgamento realizado pelas instâncias ordinárias sobre a questão de direito que se quer ver decida pelos Tribunais Superiores, a provocação deste julgamento é realizada pelo prequestionamento.
Não há efeito translativo nos recursos Especial e Extraordinário, uma vez que este efeito leva a julgamento as causa não decididas e estas não podem ser objeto de matéria nos recursos.
Repercussão Geral:
A emenda constitucional 45 trouxe a necessidade da parte demonstrar a existência de repercussão geral das questões constitucionais debatidas no caso, modo de filtragem de recuso extraordinário.
O STF através de votação por dois terços de seus membros poderá recusar o recurso de maneira preliminar. A apreciação da ocorrência ou não da repercussão geral é exclusiva ao STF, desta forma, o presidente do Tribunal de origem somente poderá impedir o recurso nos casos das alíneas do art. 102, III, CF.
Repercussão Geral, a lei entende que é aquela que se origina de questões que ultrapassem os interesses subjetivos das causas, por conter interesses que vão além do interesse individual ou pessoal das partes. É preciso, objetivamente, que a controvérsia repercuta fora do processo e se mostre relevante do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico.
Repercussão Geral categoricamente assentada, quando contrariar, decisão recorrida que contraria:
Súmula
Jurisprudência dominante do STF
Não reconhecimento pela Fatal de Repercussão Geral
Quando a repercussão geral é denegada o recurso extraordinário não será apreciado, caso seja conhecida o recurso será julgado no mérito.
Há casos em que o um série de recursos sobre a mesma matéria são reunidos em único tribunal de origem, desta forma, o tribunal seleciona um ou mais recursos que representam para encaminhá-los ao STF. Em caso de denegativa destes recursos os demais, que ficarão sobrestados no tribunal de origem, também serão considerados automaticamente não admitidos.
Se o STF julgar o mérito do extraordinário, caberá às instâncias inferiores julgar o mérito dos recursos sobrestados.
Características:
Efeito devolutivo restrito à questão federal debatida
Recurso de fundamentação vinculada
Não tem efeito suspensivo, execução provisóriaEfeito Suspensivo Excepcional
As medidas de urgência – cautelares e antecipação de tutela – cabem em qualquer tempo e grau de jurisdição. Entretanto, o posicionamento do STF é de que depende da devolução que o recurso lhe fizer e que só atribuirá efeitos, para fins cautelares, depois de admitido o recurso na instância de origem.
Não obstante, atribuído efeito suspensivo, em decorrência de cautelar, o STF não fica vinculado à decisão dada pelo tribunal de origem, pode fazer um reexame da situação e, não verificando os pressupostos das medidas acautelatórias, revogá-la conforme reconheça.
Prazo: 15 dias
Processamento:
Interposto diante do presidente ou vice-presidente do tribunal de origem
Antes de decidir o tribunal ensejarará oportunidade a outra parte oportunidade de apresentar resposta. (mesmo prazo)
Sendo despacho positivo, o autos serão remessados ao STF, se ocorre inadmissão caberá agravo de instrumento (10 dias)
O serviços de protocolo podem, a critério do Tribunal, ser descentralizado, mediante a delegação á ofício de primeiro grau.
Preparo: feito nos tribunais de origem
Poderes do Relator
Decisão singular, enfrentando até mesmo questões de mérito, em situação de manifesta improcedência; quando a pretensão contrariar súmula jurisprudencial, recurso intempestivo, incabível ou improcedente, ou que contrariar questões predominantemente de direito
Da decisão do Relator que admite o agravo de instrumento para a subida do Rext, não cabe recurso
RECURSO ESPECIAL
Recursos para o STJ
Recurso ordinário, mandados de segurança em única ou última instância quando negados pelos Tribunais;
Ações em que forem partes Estado ou Organização estrangeira contra Município ou pessoa domiciliada no país.
Resp
A função do Recurso Especial, que antes era desempenhada pelo recurso extraordinário, é a manutenção da autoridade e unidade da lei federal.
Daí que não basta o inconformismo da parte para forçar o reexame do julgamento.
Desta forma, o Resp só é cabível quando for para elucidar questão federal controvertida, sendo resolvível apenas questão de direito de âmbito federal.
Entretanto, quando as questões giram, não em torno da ocorrência do fato, mas da atribuição dos efeitos jurídicos que lhe correspondem, a questão é de direito, podendo, portanto, ser debatida.
Pressupostos (art. 105, III, CF)
Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe vigência
Julgar válido ato do governo local contestado em face de lei federal
Der à lei interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Jurisprudência
O prequestionamento não foi dispensado, mas é exigido apenas que a questão haja sido posto na instância inferior, e debatida.
Incompleto o julgamento, interposto a embargos de declaração, persistir a omissão, o STJ exige a negativa de prestação jurisprudencial
Resp fundado em Dissídio Jurisprudencial
A autenticidade do dissídio passou a ser considerada diante da assinatura do próprio advogado, ficando sobre sua responsabilidade a falsidade.
Obtenção de Efeito Suspensivo
A competência cautelar do STJ, para conferir eficácia suspensiva, começa a partir da admissão no tribunal de origem.
Causas Repetitivas
Uma vez assentada a interpretação da lei infraconstitucional no aresto da seção especial do STJ, seus reflexos repercutirão sobre o destino de todos os demais recursos especiais pendentes que versem sobre a mesma questão de direito. (art. 543-C, §7º)
Caberá ao Presidente do Tribunal de origem detectar a presença de recurso especiais seriados, depois, selecionar um ou mais recursos ; todos os demais, ficarão retidos e suspensos no tribunal a quo.
Concomitância de Rext e Resp
Quando um só acórdão der a possibilidade de interposição de Rext e Resp, o prazo será comum (15 dias), mas as peças serão separadas, também ocorrerá com as contrarrazões.
Se ambos forem denegados, caberá agravo de instrumento, também, distintos, prazo comum de 10 dias.
Admitidos os dois recursos os autos subirão primeiro par ao STJ, e após decidido o Resp, haverá a remessa para o STF, salvo se com a solução do primeiro restar prejudicado o segundo.
Poderes do Relator
Decisão singular, enfrentando até mesmo questões de mérito, em situação de manifesta improcedência; quando a pretensão contrariar súmula jurisprudencial, recurso intempestivo, incabível ou improcedente, ou que contrariar questões predominantemente de direito
Da decisão do Relator que admite o agravo de instrumento para a subida do Resp, não cabe recurso
Embargos de Divergência
Art. 546, II: cabível quando houver divergência com o julgamento da outra turma ou do plenário, Rext.
Ao julgar os embargos de divergência o plenário julgará toda a matéria que deveria ser decidida, mesmo que não tenha sido apreciada por inteiro. (prazo 15 dias)
Resp e Rext retidos
É cabível resp e rext contra decisões interlocutórias, e procedimento cautelar, processo de conhecimento e embargos à execução.
Não será imediatamente processo, ficará retido nos autos, e terá tramitação se mais tarde houver recurso da mesma natureza contra a decisão final, e neste recurso a parte reiterar o pedido
AÇÃO RESCISÓRIA
Conceito: é uma ação de conhecimento de competência originária, e procedimento especial, ajuizada a buscar desconstituição da coisa julgada, novo julgamento da causa.
Juízo Rescindendo: desconstituir a coisa julgada
Juízo Rescisório: é quando o tribunal, ao decidir, decide novamente substituindo a coisa julgada.
O pedido de rescisão e novo julgamento deve constar na petição inicial, sob pena de ser inepta.
Ação rescisória é um procedimento de competência originária (tribunal), não cabe acórdão.
A ação rescisória trata de outra relação jurídica, ainda que para atacar a sentença.
Salvo o caso de sentença inexistente – como aquela que falta dispositivo – a sentença rescindível, mesmo nulo, produz os efeitos da res iudicata podendo ser exeqüível, enquanto não revogável pelo próprio remédio da ação rescisória.
Pressupostos:
Além dos pressupostos comum a qualquer ação a ação rescisória necessita de dois pressupostos básicos:
Uma sentença de mérito transitada em julgado
A invocação de algum dos motivos de rescindibilidade, taxativamente previstos no código. (art. 485)
A par desses pressupostos, o cabimento da ação rescisória sujeita-se a um prazo decadencial, pois o direito de propô-la se extingue em dois anos, contados do trânsito em julgado. (o prazo vence ainda que em dia não útil).
Para o cabimento da ação rescisória, somente será possível se sentença a ser rescindida for de mérito, conforme exposto pelo art. 269, uma vez que sentenças terminativas não possuem a res iudicata.
Por outro lado, pode acontecer a necessidade de recorrer-se à rescisória, quando a decisão rescindenda, embora não sendo de mérito, importou tornar preclusa a questão de mérito decidida no julgamento precedente.
Admissibilidade (art. 485)
I - Por juiz corrompido, subornado ou concussão: a) prevaricação: consiste em retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa em lei para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. b) concussão: vem a ser a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes da assumi-la, em razão dela. c) corrupção: solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
Neste caso, não precisa que as hipóteses já tenha sido provadas, a prova pode ser feita nos próprios autos da ação rescisória.
Em caso de provimento, a ação rescindida não será nula apena na sentença, mas anulada a partir da instrução
II – Impedimento ou incompetência absoluta do juiz: o impedimento proíbe o juiz de atuar no processo e anula, invalida, seus atos ainda que não haja oposição ou recusa da parte
III – Dolo da parte vencedora: abrange também o dolo do representante legal e advogado, ainda que sem o consentimento da parte, deve havero nexo de causalidade entre o dolo e o resultado; não abrange os atos de má-fé anteriores ao processo, apenas o dolo processual.
Colusão para fraudar a lei: cabe ao juiz obstar o uso processual malicioso pelas partes, mas há situações em que isso não é possível. Deste modo, a ação rescisória é oportunizada aos terceiros juridicamente interessados (ex: sucessores), como também o Ministério Público.
IV – Ofensa à coisa julgada: qualquer nova decisão, entre as mesmas partes, violará a intangibilidade da res iudicata. E a sentença obtida, ainda que conforme a anterior será rescindível pela ação do art. 485, dado o impedimento em que se achava o juiz de proferir nova decisão.
Havendo conflito entre duas coisas julgadas prevalecerá a última, enquanto não se der a sua rescisão para restabelecer a primeira.
V – Violação de literal disposição de lei: é aquela que ofende flagrantemente a lei, tanto quando a decisão é repulsiva à lei (error in judicando), como quando proferida com absoluto menosprezo ao modo e forma estabelecidos em lei para sua prolação (error in procedendo).
VI – Falsidade de prova: a sentença é rescindível sempre que baseada em prova falsa, admitiu a existência de fato, sem o qual outra seria necessariamente a sua decisão. Não ocorrerá rescisão se houver fundamento bastante para a decisão, sem o uso da prova falsa. O que for julgado sem o apoio da prova falsa fica incólume.
VII – Documento novo: consiste na obtenção do autor da rescisória, após a existência de decisão rescindenda, de documento novo, “cuja existência ignorava, ou de que não pode fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável.” (o documento deve existir ao tempo da decisão rescindenda)
Apenas a prova deve ser nova, não os fatos probandos.
VIII – Confissão, desistência ou transação inválidas: quando houver fundamento para invalidar confissão, desistência (renuncia ao direito material) ou transação em que se baseou a sentença. É necessário que a sentença tenha tido como base o ato jurídico viciado.
IX – Erro de fato: a rescisória não é remédio próprio para verificar o acerto ou a injustiça da decisão judicial, nem tão pouco meio para reconstituição para fatos ou provas deficientemente exposto e apreciados em processo findo; só haverá possibilidade de rescisória quando a sentença admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido:
O erro deve ser causa da conclusão a que se chegou a sentença;
O erro deve ser apurado mediante simples exame das peças do processo (não se admite, de modo algum, a produção de novas provas).
Não pode ter havido controvérsia, nem pronunciamento judicial sobre o fato
Atos Judiciais não Sujeitos à Ação Rescisória
Só as sentenças de mérito podem ser objeto da ação rescisória, em consequência os atos judiciais, que não dependem da sentença, ou em que esta for meramente homologatória, podem ser rescindidos, como os atos jurídicos em geral, nos termos do art. 486.
Arrematação
Adjudicação
Remissão
Vícios de atos em que sentença não resolva questão litigiosa (mérito)
Sentença homologatórias
Rescisória
Expropriação de bens penhorados, o executado opõe embargos à adjudicação, alienação ou arrematação
Terceiro opõe embargos, art. 1046, e tais impugnações são rejeitadas, a desconstituição do ato passa a depender de ação rescisória
Sentença Homologatória em Processo Contencioso
A ação prevista no art. 486 funda-se em vício do direito material das partes e nas causas de anulabilidade comuns dos negócios jurídicos. Já na ação rescisória o que se julga é o próprio julgamento anterior, como ato jurisdicional imperfeito. Assim, as sentenças meramente homologatórias, a ação anulatória vai atingir diretamente o ato das partes homologado pelo juiz, e não propriamente o decisório judicial.
Legitimação
Quem foi parte no processo ou seu sucessor a título universal ou singular
O terceiro juridicamente interessado
Ministério Público, nos casos de omissão de sua audiência, quando era obrigatória sua intervenção, e quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de fraudar a lei
O terceiro só será legitimado quando tiver interesse jurídico, não é suficiente um simples interesse de fato.
Competência
Trata-se de procedimento que não se submete a dois graus de jurisdição, sua propositura e seu julgamento ocorrem em instância única nos Tribunais.
Quando o julgamento pelo STF e STJ não passa pelo juízo negativo de admissibilidade, o julgamento dar-se-á nos Tribunais de origem.
Se, portanto, o julgamento de mérito deu-se pelos Tribunais, será sua competência o julgamento da ação rescisória, ainda que por força do Resp ou Rext tenha ocorrido julgamento de recurso nas instâncias superiores.
Para que ser possa a competência para o STF, é necessário que a questão federal (mérito) tenha in concreto apreciada e dirimida pelas instâncias superiores ou STJ, infraconstitucional.
O pedido: Judicium Rescidens e Judicium Rescissorium
A petição inicial endereçada ao Tribunal, deve satisfazer às exigências comuns de todos os pedidos inaugurais, art. 282.
O art. 482, impõe, contudo, duas providências especiais, que são:
Cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento da causa
Depositar e importância de 5% sobre o valor da causa, a título de multa, caso a ação seja declarada inadmissível, por unanimidade de votos
Na prática, só há três hipóteses em que a cumulação não ocorrerá:
A de ofensa à coisa julgada, onde a ação rescisória apenas desconstituirá a sentença impugnada
A de juiz peitado
A de juiz impedido ou absolutamente incompetente, porque nos últimos dois casos, toda a instrução do processo será anulada e o feito terá de ser renovado em primeira instância.
Desfecho Único
Uma vez tendo o executado recebido o que lhe era devido, a execução atingiu seu desfecho. A execução não pode ir além de seus objetivos. Se o devedor deve 100.000 e leiloa-se uma casa de 130.000 os outros 30.000 ficam com o executado (devedor).
Especialidade
É uma identificação da responsabilidade patrimonial, bens de afetação. A penhora estabelece bens de afetação. Não pode leiloar o que não é afetado. O bem está ou não afetado pela penhora, se o bem não estiver afetado pela penhora não poderá ser leiloado.
Resultado/Máxima Utilidade
A execução deve ser útil ao credor, não pode ser instrumento de simples castigo ao devedor.
Em conseqüência, é intolerável o uso do processo executivo apenas para causar prejuízo ao devedor, sem qualquer vantagem para o credor. Por isso, "não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução" (art. 659, § 2º). Por força do mesmo princípio, o Código de Processo Civil, com a inovação introduzida no texto de seu art. 692, pela Lei nº 6.851/80, proíbe a arrematação de bens penhorados, através de lanço que importe preço vil, considerando-se como tal o que seja grandemente desproporcional ao estimado na avaliação ou o que, mesmo correspondendo à avaliação, tenha se defasado em relação ao mercado, pelo longo tempo passado entre a perícia e a hasta pública.
Menor Onerosidade do Devedor
Toda execução deve ser econômica, isto é, deve realizar-se da forma que, satisfazendo o direito do credor, seja o menos prejudicial possível ao devedor.(19) Assim, "quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor" (art. 620).
Contraditório Mitigado
Existe contraditório na execução, entretanto é restrito, a oportunidade de manifestação das partes na formação do provimento.
Por isso que na investigação pericial não pode haver contraditório, porque não é processo e sim procedimento.
Embargos à Execução é processo de conhecimento por isso é o contraditório da execução discutida no processo de conhecimento.
Limites do que é discutido dentro da execução, não pode discutir se deve ou não, somente coisas supervenientes ao título. Valor, titularidade, etc.(limite de argumentação)
Pressupostos Indispensáveis
As condições da ação, como categorias intermediárias entre os pressupostos processuais e o mérito da causa, apresentam-se como requisitos que a lei impõe para que a parte possa, numa relação processual válida, chegar até a solução final da lide. Sem as condições da ação, portanto, o promovente não obterá a sentença de mérito ou o provimento executivo, ainda que o processo se tenha formado por meio de uma relação jurídica válida.
a) o formal, que se traduz na existência do título executivo, donde se extrai o atestado de certeza e liquidez da dívida;
b) o prático, que é a atitude ilícita do devedor, consistente no inadimplemento da obrigação, que comprova a exigibilidade da dívida.
Se não existir, não se pode executar.
Título executivo:
1º Teoria do Ato Judiciário: o ato judiciário por si só já da o direito.
2º Teoria do Documento: título é o documento que a lei define como prova.
3º Teoria Mista (hoje); título executivo é o ato judiciário gerador de uma obrigação corporificada que por força de lei tem eficácia executiva. (entende-se por eficácia executiva a legitimação que se dá ao Estado para realizar atos de execução = qualquer ato do juiz em busca da realização de um direito).
A função do título executivo é autorizar a realização de atos de execução.
Não existe título hibrido; é definido por lei
Art. 475 – N : são títulos executivos judiciais:
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia;
II – a sentença penal condenatória transitada em julgado;
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo;
IV – a sentença arbitral;
V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente;
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.
(cumprimento de sentença)
Art. 585: são títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; (Alterado pela L-008.953-1994)
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhora, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida;
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial;
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva
(procedimento de execução)
Se trocar os procedimento de título judicial e extrajudicial = inadequado
Inadimplemento;
Quanto ao requisito que se denomina material, a situação de fato que dá lugar a execução consiste sempre "na falta de cumprimento de uma obrigação por parte do obrigado"
É evidente que sem o vencimento da dívida, seja normal ou extraordinário, não ocorre a sua exigibilidade. E não sendo exigível a obrigação, o credor carece da ação executiva (art. 586).
Não há, todavia, necessidade de produzir-se prova do inadimplemento junto com a inicial, o transcurso do prazo da citação sem o cumprimento da obrigação, como forma de interpelação judicial, é a mais enérgica e convincente demonstração da mora do devedor. Além do mais, a simples verificação, no título, de que já ocorreu o vencimento é a prova suficiente para abertura da execução. Ao devedor é que incumbe o ônus da prova em contrário, isto é, a demonstração de que incorreu o inadimplemento, o que deverá ser alegado e provado em embargos à execução (art. 741, nº VI).
Função do Título Executivo
Porque não pode haver execução sem título executivo, assume ele, no processo de realização coativa do direito do credor, tríplice função, como lembra Rosenberg, ou seja:
1) a de autorizar a execução;
2) a de definir o fim da execução; e
3) a de fixar os limites da execução.
Como lógica e juridicamente não se concebe execução sem prévia certeza sobre o direito do credor, cabe ao título executivo transmitir essa convicção ao órgão judicial. E nessa ordem de idéias, observa José Alberto dos Reis, não é o título apenas a base da execução, mas, na realidade, sua condição necessária e suficiente. É condição necessária, explica o grande mestre, porque não é admissível execução que não se baseie em título executivo. É condição suficiente, porque, desde que exista o título, pode-se logo iniciar a ação de execução, sem que se haja de previamente propor a ação de condenação, tendente a comprovar o direito do autor.(1)
Diz-se que é o título que define o fim da execução porque é ele que revela qual foi a obrigação contraída pelo devedor e qual a sanção que corresponde a seu inadimplemento, apontando, dessa forma, o fim a ser alcançado no procedimento executivo. Assim, se a obrigação é de pagar uma soma de dinheiro, o procedimento corresponderá à execução por quantia certa; se a obrigação é de dar, executar-se-á sob o rito de execução para entrega de coisa; se a obrigação é de prestar fato, caberá a execução prevista para as obrigações de fazer.
Finalmente, como pressuposto legal indeclinável que é de toda e qualquer execução, cabe ao título executivo fixar os limites objetivos e subjetivos da coação estatal a ser desencadeada.
A execução não se justifica a não ser dentro do indispensável para realizar a prestação a que tem direito o credor perante o devedor.
Assim, o conteúdo da obrigação, o seu valor ou seu objeto, os seus acessórios, quem responde pela dívida, quem pode exigi-la, tudo isto há de se definir pelo título executivo.
Efeitos:
Mesmo quando a lei permite o início da execução sem o prévio processo de conhecimento, o título executivo extrajudicial exerce função equivalente à da sentença condenatória, isto é, representa, por vontade da lei, uma forma de declaração de certeza ou de acertamento da relação jurídica estabelecida entre devedor e credor.
O título, portanto, para Carnelutti, torna certa não apenas a existência do fato, mas também a sua eficácia jurídica.
Requisitos do Título Executivo
Certeza: ocorre a certeza enquanto de um crédito quando, em face do título, não há controvérsia sobre sua existência.
Liquidez: quando é determinada a importância da prestação (quantum)
Exigibilidade: quando o seu pagamento não depende de termo ou condição, nem está sujeito a outras condições.
Liquidação de Sentença
Em si tratando de título executivo judicial e em si tratando de uma obrigação de pagar o legislador cria um procedimento específico para se dar liquidez (quantum) a uma condenação ilíquida.
An debateur: dever de pagar.
Quantum debateur: o valor a ser pago = operação
Quando fixado em título executivo judicial (art. 18, litigância de má-fé)
Liquidação de decisão judicial e não somente de sentença, o juiz pode proferir uma sentença ilíquida, sem que esta frustre a satisfação (ação executiva). O legislador criou uma regra especial de condenação.
Na sentença pode haver parte líquida e parte ilíquida na apuração de liquidação de sentença.
O procedimento da liquidação faz-se, ordinariamente, nos próprios autos da ação condenatória.
Quando couber execução provisória, liquida-se a sentença em autos apartados formado com cópias das peças processuais pertinentes.
Quando a sentença contém parte líquida e parteilíquida faz-se a liquidação em autos apartados formado com cópias das peças pertinentes, e a execução segue nos autos principais.
Tem de estar no título executivo.
Liquidez: tem de estar expresso (10% ilíquido)
A sentença define o critério, o valor tem de constar no processo.
Ilíquida é a sentença que não fixa o valor da condenação ou não lhe individualiza o objeto.
Como o juiz executivo não vai julgar, mas apenas realizar o conteúdo do título, é imprescindível que o conteúdo desse documento seja líquido, isto é, determinado especificamente quanto à quantidade, à coisa, ou ao fato devido.
Essa providência é típica do título executivo judicial. Quanto aos documentos extrajudiciais, faltando-lhes a determinação exata da soma devida, perdem a própria natureza executiva e só podem ser cobrados pelo processo de cognição. Não há, portanto, liquidação de título executivo extrajudicial.
Casos de iliquidez da sentença
A iliquidez da condenação pode dizer respeito à quantidade, à coisa, ou ao fato devido.
Dá-se a iliquidez da sentença, em relação ao quantum debeatur quando:
a) condena ao pagamento de perdas e danos, sem fixar o respectivo valor;
b) condena em juros, genericamente;
c) condena à restituição de frutos, naturais ou civis;
d) condena o devedor a restituir o equivalente da coisa devida;
e) em lugar do fato devido, e a que foi condenado o devedor, o credor prefere executar o valor correspondente, ainda não determinado.(2)
Em relação à coisa devida, a sentença é ilíquida quando condena: a) à restituição de uma universalidade de fato, como por exemplo na petição de herança; b) em obrigação alternativa.(3)
Considera-se, finalmente, ilíquida a sentença, com relação ao fato devido, quando condena o vencido a obras e serviços não individualizados, tais como reparação de tapumes, medidas para evitar ruína, poluição ou perigo de dano a bens de outrem etc.
A liquidação é "o processo preparatório em que se determina o objeto da condenação, a fim de se dar ao vencido possibilidade de cumprir o julgado, e ao vencedor possibilidade de executá-lo depois de verificado o inadimplemento"
A liquidação de sentença é simples incidente complementar de sentença condenatória genérica.
A fixação do quantum debateur é um decisão interlocutória de caráter complementar e função integrativa.
Na visão Humberto Theodoro trata-se de uma decisão de mérito, por versa sobre um dos elementos da lide, produzindo a coisa julgada material.
É defeso na liquidação de sentença, discutir de novo a lide, ou modificar a sentença que a julgou.
Contraditório
O devedor é sempre ouvido na liquidação, que segue a forma de um contraditório perfeito. Poderá defender-se, combatendo excesso do credor e irregularidades na apuração do quantum debateur.
Entretanto, os argumentos do devedor não podem incidir sobre a res iudicata, mas somente sobre as disposições do art. 475 – L.
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre:
I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia;
II – inexigibilidade do título;
III – penhora incorreta ou avaliação errônea;
IV – ilegitimidade das partes;
V – excesso de execução;
VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença.
Recursos
Da decisão de liquidação de sentença caberá agravo de instrumento (art. 475-H).
O agravo de instrumento é desprovido de efeito suspensivo, de sorte a não impedir os atos subseqüentes de cumprimento de sentença liquidada.
Como a execução de sentença é definitiva, o recurso interposto contra sua decisão não a torna provisória.
Contra as questões incidentalmente decididas no curso da liquidação o recurso cabível, também, será o agravo de instrumento.
Modalidades
Liquidação por Cálculo
Liquidação feita por mero cálculo aritmético, não é preciso buscar fonte extrajudicial. É a única atividade liquidativa que já autoriza o imediato início da atividade executória.
Permite-se que o próprio credor elabore o demonstrativo do montante da dívida, na data da instauração da execução, desde que tudo se faça por simples conta aritmética.
Se o executado não concordar com os cálculos apresentados poderá impugná-los com fundamento em excesso de execução.
O erro material na planilha de cálculo não preclui.
Se os documentos necessários para a formação da planilha de cálculos não estiverem no processo, a parte interessada poderá requerer ao juízo, que tem terá um prazo de 30 dias, por simples petição, para que o detentor cumpra a diligência.
Havendo excessividade na planilha de débitos, constatada pelo juiz, este poderá remetê-la ao contador ex ofício.O credor concordando com o cálculo apresentado o valor será modificado para ser apresentado na citação do executado, mas, se o credor não concordar com o valor será o anteriormente apresentado por este para a citação do executado.
Planilha de débitos, memória de débitos já discriminada no processo.
Art. 475 – B: Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo.
§ 1º Quando a elaboração da memória do cálculo depender de dados existentes em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poderá requisitá-los, fixando prazo de até trinta dias para o cumprimento da diligência.
§ 2º Se os dados não forem, injustificadamente, apresentados pelo devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo credor, e, se não o forem pelo terceiro, configurar-se-á a situação prevista no art. 362.
§ 3º Poderá o juiz valer-se do contador do juízo, quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exeqüenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária.
§ 4º Se o credor não concordar com os cálculos feitos nos termos do § 3º deste artigo, far-se-á a execução pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o valor encontrado pelo contador.
Liquidação por Arbitramento
Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando:
I – determinado pela sentença ou;
II – convencionado pelas partes;
III – exigir a natureza do objeto da liquidação
Quando a própria sentença condenatória determina que a liquidação se faça por arbitramento, a questão é simples e nada mais resta ao credor senão cumprir o julgado.
A convenção das partes pode decorrer de cláusula contratual anterior à sentença, ou de transação posterior ao decisório.
Havendo a necessidade de provar-se fatos novos para se chegar a apuração do quantum da liquidação, a liquidação será obrigatoriamente por artigos (art. 475 – E).
Na liquidação por arbitramento há a necessidade de conhecimentos técnicos dos árbitros para estimar-se o montante da condenação.
É admissível a liquidação por artigos na execução por quantia certa, de dar e de fazer.
As partes podem nomear peritos próprios (5 dias) para acompanharem e formularem quesitos ao laudo do perito do juízo, após formulado o laudo do perito do juízo as partes terão 10 dias para manifestarem-se.
Após a manifestação das partes o juiz poderá:
Proferir decisão, declarando o valor da condenação ou individuando o objeto;
Designar audiência de instrução e julgamento.
Liquidação por Artigos
Far-se-á liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação, houver a necessidade de alegar e provar fato novo.
O credor, em petição, indicará os fatos a serem provados (um em cada artigo), para servir à base de liquidação.
Os fatos novos a serem provados se restringirão apenas à condenação, não caberá nova argumentação em torno do mérito.
Apresentado o requerimento do credor, será realizada a intimação do vencido para acompanhar a liquidação.
A liquidação de sentença é rito cuja disponibilidade não é permitida às partes ou ao juízo.
Rescisão da Decisão Liquidatória
Nos casos de condenação ilíquida a lide fica apenas parcialmente

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