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ETEC Osasco II Técnico em Química Influência do pH do Meio na Fermentação Alcoólica da Maltose por Saccharomyces cerevisiae Gustavo Nogueira Peterson Souza Santiago Tássio Jordão Brito Silva Victor Hugo Almeida Osasco 2013 Gustavo Nogueira Peterson Souza Santiago Tássio Jordão Brito Silva Victor Hugo Almeida Influência do pH do Meio na Fermentação Alcoólica da Maltose por Saccharomyces cerevisiae Monografia apresentada como exigência para obtenção do grau de Especialização em Técnico em Química da ETEC Osasco II. Orientador: Vitor Amaral Sanches Lucas Coorientador: Marisa da Costa Alves Azevedo Osasco 2013 Gustavo Nogueira Peterson Souza Santiago Tássio Jordão Brito Silva Victor Hugo Almeida Influência do pH do Meio na Fermentação Alcoólica da Maltose por Saccharomyces cerevisiae Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, apresentado à Etec Osasco II, como requisito parcial para a obtenção do Título de Técnico em Química, com nota final igual a _____, conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores: Nome do(s) Professor(es) Responsáveis pela Disciplina de Desenvolvimento de conclusão de Curso – Etec Osasco II ____________________________________________________________ Profº Etec Osasco II ____________________________________________________________ Profº Etec Osasco II ____________________________________________________________ Profº Etec Osasco II __________________________________________________________ Aline Fioratto Barcellos Biancussi Coordenadora do Curso Técnico em Química Osasco 2ºSemestre/2013 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC OSASCO II – VILA DOS REMÉDIOS - OSASCO Termo de Autorização de Divulgação do Trabalho de conclusão de Curso - TCC Nós, alunos abaixo assinados, regularmente matriculados no Curso Técnico em Química, na qualidade de titulares dos direitos morais e patrimoniais de autores da Obra Influência do pH do Meio na Fermentação Alcoólica da Maltose por Saccharomyces cerevisiae, Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Etec Osasco II, município de Osasco, em 03 Dezembro de 2013, AUTORIZAMOS o Centro Paula Souza reproduzir integral ou parcialmente o trabalho e/ou disponibilizá- lo, a partir desta data, por tempo indeterminado. Osasco, _____ de _________________ de 2013. Nome dos Alunos RG Assinatura Gustavo P. Nogueira 55.058.940-5 Peterson S. Santiago 21.490.167-19 Tássio Jordão B. Silva 52.203.922-7 Victor Hugo Almeida 37.979.422-6 Cientes: ______________________________ _____________________________ Vitor Amaral Sanches Lucas Aline Fioratto Barcellos Biancussi Professor Orientador Coordenador de Área AGRADECIMENTOS Nossos agradecimentos para todos os nossos amigos que participaram, tanto de forma direta quanto indireta, nesses dois anos de curso. A presença de cada um foi fundamental para evoluirmos e chegarmos onde estamos agora. Foram muitos obstáculos que foram superados graças ao apoio de vocês. Agradecemos aos nossos orientadores pela atenção e grande ajuda direcionando- nos ao caminho certo na produção do nosso TCC. Não podemos esquecer dos nossos professores, que temos o luxo de chamarmos: nossos amigos. O conhecimento que vocês passaram para nós foi algo majestoso; nos tornamos pessoas muito melhores (tanto em sentido profissional quanto pessoal) graças ao trabalho maravilhoso que vocês realizaram. Agradecemos também aos nossos familiares, que nos apoiaram imensamente, principalmente nos fornecendo um ambiente adequado para estudarmos. “Quem nunca cometeu um erro, nunca tentou algo novo." Albert Einstein RESUMO A fermentação é a conversão de matéria-prima em outros produtos realizada por microrganismos. O produto obtido depende de qual microrganismo é utilizado. As enzimas são os principais agentes na transformação dos substratos (glicose, frutose) em substâncias metabólicas (etanol, dióxido de carbono). Elas atuam de maneira a acelerar as reações interferindo diretamente no resultado. Dentre elas temos NADH, invertase, hexoquinase, entre outras. O trabalho mostra a ação das leveduras na fermentação alcoólica e os fatores que podem influenciar em seu crescimento, dando enfoque ao fator intrínseco do pH, onde foi estudado a capacidade de atuação do fungo nos meios ácidos. A influência do pH, entre outros fatores, é de sublime importância na fermentação alcoólica, pois se tratando da presença de um microrganismo (Saccharomyces cerevisiae), tem-se que é essencial o controle desse fator para que o fungo tenha um ambiente adequado para a sua reprodução. Durante o trabalho alguns métodos foram desenvolvidos pelos próprios integrantes do grupo para quantificação e qualificação do processo fermentativo, que foram utilizados para obtenção de resultados precisos sobre a produção de etanol e dióxido de carbono. A metodologia central tem como base a determinação do teor alcoólico produzido na fermentação em presença de ácidos diferentes, no caso, ácido ascórbico, fosfórico e cítrico, de forma a avaliar em qual deles a fermentação teve um melhor desempenho. Palavras-chave: fermentação, enzimas, processo, substrato, metabolismo, pH, Saccharomyces cerevisiae, metodologia, Influência, ácidos ABSTRACT Fermentation is the conversion of raw materials into other products made by microorganisms. The product obtained depends on which microorganism is used. Enzymes are the key players in the transformation of substrates (glucose , fructose ) in metabolic substances (ethanol , carbon dioxide ) . They act so as to accelerate the reactions directly interfering in the outcome . Among them we NADH , invertase , hexokinase , among others . The work shows the action of yeast in fermentation and factors that may influence its growth , focusing the intrinsic pH factor , where the performance capacity of the fungus in acidic media was studied . The influence of pH , among other factors , is sublime importance in fermentation because it comes from the presence of a microorganism ( Saccharomyces cerevisiae ) , it follows that it is essential to control this factor so that the fungus has a suitable environment for their reproduction . During the work several methods have been developed by the members of the group to quantify and qualify the fermentation process, which were used to obtain accurate data on the production of ethanol and carbon dioxide results. The core methodology is based on determining the alcoholic fermentation produced in the presence of different acids, in this case, ascorbic, citric and phosphoric acid, in order to evaluate which one has a better fermentation performance. Keywords: fermentation, enzymes, processing, substrate, metabolism, pH, Saccharomyces cerevisiae, methodology, influences, acids. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Fungos com Hifas. .................................................................................... 15 Figura 2 - Saccharomyces cerevisiae ....................................................................... 17 Figura 3 - Ação das invertases sobre a sacarose .....................................................18 Figura 4 - Reação da fermentação alcoólica da Glicose ........................................... 20 Figura 5 - Espécies predominantes em meios ácidos diferentes .............................. 24 Figura 6 - Atividade das leveduras em função da presença de oxigênio .................. 27 Figura 7 - Adição do suco de malte e da água .......................................................... 30 Figura 8 - 21h depois da adição do fermento (garrafas C, GP, B e A respectivamente) ....................................................................................................... 32 Figura 9 - Demonstração da posição das tampas na mangueira .............................. 38 Figura 10 - Esquema pronto ...................................................................................... 39 Figura 11 - Simulação da aplicação do “esquema de fermentação” ......................... 40 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Teor Alcoólico. ........................................................................................ 33 Gráfico 2 – Variação do pH ...................................................................................... 34 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 2 HISTÓRIA DA FERMENTAÇÃO ............................................................................ 12 3 FUNGOS ................................................................................................................ 15 3.1 Saccharomyces cerevisiae .............................................................................. 16 3.2 Invertases ........................................................................................................ 18 4 FERMENTAÇÃO .................................................................................................... 19 5 FATORES QUE AFETAM A MULTIPLICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS.......... 22 5.1 Intrínsecos ....................................................................................................... 23 5.1.1 Atividade da água (Aa): ............................................................................. 23 5.1.2 pH do Meio: ............................................................................................... 24 5.1.3 Interações entre micro-organismos:........................................................... 25 5.2 Extrínsecos ...................................................................................................... 25 5.2.1 Temperatura: ............................................................................................. 25 5.2.2 Umidade: ................................................................................................... 26 5.2.3 Composição gasosa do ambiente: ............................................................. 27 6 METODOLOGIA ..................................................................................................... 28 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 32 8 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 35 REFERENCIAS ......................................................................................................... 36 ANEXO 1 ................................................................................................................... 38 11 1 INTRODUÇÃO A química das fermentações é uma ciência nova que ainda está em suas fases mais iniciais. É a base de processos industriais que convertem matérias-primas como grãos, açúcares, e subprodutos industriais em muitos produtos sintéticos diferentes. Desde a descoberta da cerveja (fermentação da maltose) o homem estuda quais as melhores formas da produção da mesma para que obtenha o maior rendimento em seu processo. Quando se descobriu que existe um microrganismo (levedura) por trás do processo de fermentação (conversão de açúcares em etanol e dióxido de carbono) e que este microrganismo depende de vários fatores para ter um ambiente favorável para ter um desempenho considerável, foram feitos vários estudos para compreender o funcionamento do metabolismo desta levedura. Alguns destes fatores são a atividade da água (Aa), concentração de substrato, oxigênio, temperatura, luminosidade e pH, que tem vários papeis fundamentais na fermentação. Se o pH do meio na fermentação estiver ácido, teremos um ambiente desfavorável para vários tipos de bactérias, dessa forma a concorrência pelos substratos presentes é menor, fazendo com que a levedura tenha uma maior quantidade de substratos para fermentar. Um fator pouco estudado do pH é a estrutura do ácido utilizado para deixar o pH do meio ácido, isto é, se os arranjos atômicos presentes no ácido influenciam de maneiras diferentes na fermentação. Com isso, esse projeto tem como objetivo estudar qual a influencia da força do ácido Ascórbico, ácido Cítrico e do ácido Fosfórico no desempenho do processo da fermentação alcoólica através do teor alcoólico produzido. 12 2 HISTÓRIA DA FERMENTAÇÃO Segundo Flandrin e Montanari (2007), os produtos da fermentação são usados desde a antiguidade, pois produtos como o vinho, cerveja e pão, que são consumidos desde que há a prática de agricultura, são muito antigos, mas não se compreendia o processo da fabricação destes produtos. Flandrin e Montanari (2007) afirmam ainda que existem registos que comprovam o consumo de alimentos fermentados pelos sumérios, egípcios antigos e babilônicos em grandes banquetes que eram servidos em honra de uma boa colheita ou até mesmo a reconciliação de vassalos que eram reforçados pelos atos de sua religião (seus deuses também “consumiam” estes produtos). Assim, segundo os mesmos autores, a utilização de micro-organismos em processos de fermentação que hoje são indispensáveis na indústria alimentar vêm de à muito tempo, e aproximadamente, em: - 7000 a.C. há uma primeira referência ao fabrico de cerveja; - 3500 a..C. foi fabricado vinho pelos assírios; - 3000 a..C. os sumérios já produziam manteiga e os egípcios já confeccionavam leite, manteiga e queijo; - 1000 A.C. foram criadas as primeiras técnicas de produção de vinho. Também o valor medicinal de produtos fermentados é conhecido há muito tempo, mas o processo de fabricação destes produtos não era compreendido. Somente no século XIX, ainda segundo os mesmo autores, Flandrin e Montanari (2007), ficou entendido o processo de fermentação pelo cientista Louis Pasteur enquanto estudava problemas relacionados com a produção de vinho e cerveja. Pasteur descobriu que uma levedura produzia bom vinho, enquanto outra o tornava azedo, e assim, formulou a teoria da origem das doenças de Pasteur. Descobriu ainda que a fermentação alcoólica estava sempre associado ao crescimento das leveduras. Então concluiu que a fermentação é o mecanismo utilizado pelos seres vivos para produzir energia na ausência de oxigênio. Segundo Moreira (2012), na França de 1856 havia um sério problema com safras de vinho, já que boa parte acabava se tornando azedo, e tendo como consequência grandes perdas na produção do mesmo. 13 Louis Pasteur era um cientista que estudava a ação dos micro-organismos, e observando amostras de vinhos bons e azedos, constatou que os vinhos bons vinham de fungos de aspecto arredondado enquanto os azedos vinham de fungos alongados. Estes fungos alongados realizavam afermentação alcoólica e em seguida uma fermentação láctea, e o ácido lático despejado por estes fungos davam ao vinho o gosto azedo, ainda segundo Moreira (2012). Porém o problema não foi resolvido até que Pasteur notou que durante o processo metabólico do fermento envolvia primeiro a fermentação alcoólica, com a produção de álcool, que era desejável e, depois, ocorria a fermentação láctea o que acarretaria o gosto azedo do vinho. Após isto, sugeriu que o mesmo fosse fervido a 50 o C após a fermentação alcoólica, para a eliminação dos fungos e também para evitar que a fermentação láctea fosse concluída. Rapidamente este processo se tornou regra na produção de vinho, e esta seria a chamada pasteurização, processo que foi repetido para vários alimentos, principalmente para eliminar bactérias patogênicas, segundo Moreira (2012). “Provavelmente a cerveja foi descoberta há 9.000 AC pelos sumérios, que colhiam grãos silvestres e os armazenavam. Na época não havia como evitar que os grãos armazenados entrassem em contato com umidade e água e os sumérios perceberam que os grãos que permaneceram por algum tempo nessas condições se tornavam mais doces. Perceberam também que algumas pequenas poças com alguns grãos depois de algum tempo tinham um cheiro diferente e seu sabor tinha algum interesse que fez com que se tentasse repetir este fenômeno fora das condições de armazenamento. Os processos responsáveis por estes dois fenômenos, o grão adocicado e a formação de uma bebida diferente das então conhecidas, são o que chamamos hoje de maltagem e fermentação alcoólica. A maltagem ocorre devido à ação de enzimas que estão presentes nos grãos em geral, em especial na cevada, que ao entrar em contato com água são ativadas e convertem parte do amido do grão em açúcares mais simples, capazes de serem percebidos pelo nosso paladar. Esta quebra ocorre como parte dos processos de germinação e é ela que fornece 14 energia aos demais processos iniciais de crescimento da planta. Os antigos utilizavam os grãos nas sopas, que era aquecida se jogando uma pedra dentro, que engrossava e virava um mingau. A fermentação ocorria preferencialmente, mas não exclusivamente, com os grãos maltados, devido aos açúcares simples resultados da quebra enzimática do amido dos grãos. O processo fermentativo podia ocorrer tanto com grãos maltados armazenados quanto com o mingau preparado com os grãos maltados que ficava parado por alguns dias. Após a fermentação, que acontecia pelo contato com leveduras selvagens, portanto não selecionadas, havia a conversão de açúcares maltados em álcool e CO2. Essa era então uma forma primitiva da cerveja.” (GOSSANI,C.M.D.;WALDMAN,W.R. 2009,pag.2). Segundo Ferreira (2007), em 1897, o químico alemão Buchner demonstrou que a fermentação era apenas uma sequência de reações químicas, podendo ocorrer fora de células vivas. Foi este estudo que revelou as enzimas e permitiu a compreensão do metabolismo celular em toda a sua globalidade. Em 1930 os bioquímicos alemães Embden e Meyerhof descobriram a totalidade das etapas deste processo, pelo que essa sequência também é conhecida por cadeia de Embden- Meyerhof. 15 3 FUNGOS Segundo Ferreira (2007), os fungos, juntamente com algumas bactérias, são decompositores de substâncias orgânicos, além de reciclarem vários compostos (ex: material orgânico morto). São organismos que não se alimentam por fotossíntese. Na sua reprodução, alguns fungos formam hifas (septadas ou não septadas), que quando ramificadas formam o micélio, que é responsável pelas funções vegetativas dos fungos. Figura 1 - Fungos com Hifas. Fonte: (http://julia3mcesb.blogspot.com.br/2007/10/fungos.html). “Os fungos inferiores, em especial as leveduras, multiplicam-se por gemulação . A multiplicação vegetativa a partir de partes do micélio, é muito vulgar nestes organismos, que se reproduzem por esporos e sexuadamente. Os fungos são um vasto grupo que compreende quase um terço dos organismos existentes na terra e a sua importância para os ecossistemas terrestres é muito grande. Em conjunto com as bactérias e os protozoários, os fungos, em especial os microscópicos, decompõem a matéria orgânica do solo contribuindo para o aumento da sua fertilidade. Eles mofam pães, estragam sapatos e tingem paredes com manchas verdes. Ao 16 mesmo tempo fontes de remédios — sobretudo antibióticos — e provocadores de doenças, também são mundialmente consumidos na forma de pratos nobres, como as raríssimas e caras trufas e o champignon. Pioneiros entre as formas de vida na Terra, são tão diversos entre si e diferentes de todos os outros seres do planeta que, depois de muita controvérsia sobre sua classificação, acabaram considerados um reino à parte na natureza. Os fungos, que crescem tanto em organismos vivos como nos mortos, começam a ser cobiçados para ajudar empresas brasileiras no controle de qualidade de produtos industrializados.”.(FERREIRA, J., 2007, pag. 1). 3.1 Saccharomyces cerevisiae Segundo Palmer (2006), Saccharomycescerevisiae é um tipo de fungo, mais precisamente uma levedura (levedura redonda) de reprodução assexuada (divisões de células) que pode crescer com e sem oxigênio (organismo aeróbico e anaeróbico), isso porque essa levedura realiza o processo de fermentação e consegue se reproduzir sem a presença de oxigênio. Nesse processo, a levedura converte moléculas de açucares simples (frutose e glicose) em moléculas dióxido de carbono e etanol. Descoberta no século XVII, segundo Araguaia (2013), pelo lojista Anton Van Leeuwenhoek. Essa levedura eucarionte unicelular é usada na produção, por exemplo, de pães e cervejas, além de serem conhecidas por liberarem as enzimas invertases, que são muito usadas em indústrias. 17 Figura 2 - Saccharomyces cerevisiae Fonte: Acervo pessoal. 18 3.2 Invertases Segundo Gava (2009), as invertases são enzimas que atacam a molécula da sacarose ou de outros dissacarídeos como a Maltose, quebrando-a em glicose e frutose (monossacarídeos fermentáveis). Os tipos de invertases são: β-frutofuranosidade e a α-glucosidade, que atuam em posições diferentes na molécula da sacarose. A primeira, hidrolisa a ligação entre o oxigênio e o carbono 2 da frutose, já a α-glucosidade age hidrolisando a ligação entre o oxigênio e o carbono 1 da glicose. O Saccharomyces cerevisiae tem a característica de possuir estas enzimas e utilizá-las no processo de fermentação, segundo Gava (2009). Figura 3 - Ação das invertases sobre a sacarose Fonte: (GAVA, 2009, p.184). 19 4 FERMENTAÇÃO "A fermentação não é nada mais, nada menos do que a transformação de uma substância em outra a partir de micro- organismos, como bactérias e fungos. A fermentação é um processo anaeróbio, sem oxigênio, de síntese de ATP sem participação da cadeia respiratória, etapa do processo de respiração celular." (LOPES & ROSSON, 2010,). Segundo Ferreira (2007), a fermentação seria um processo de reações químicas controladas enzimaticamente, em que uma molécula de glicose é decomposta em compostos mais simples, liberando energia. Em alguns casos, esse processo é usado para modificar um material cuja modificação seria muito difícil ou muito cara se fossem usados métodos químicos convencionais. Segundo a mesma autora, os processos fermentativos dependem da atividade de micro-organismos, como leveduras e algumas bactérias, que quebram o açúcar, ocorrendo assimas transformações. Esses micro-organismos definem o tipo de fermentação que irá ocorrer, no caso, a fermentação alcoólica. Segundo Marzzoco e Torres (2007), fermentação alcoólica é um processo biológico de conversão de açúcares em energia através de reações que produzem dois metabólitos, etanol e o dióxido de carbono. "A glicólise e um conjunto de reações metabólicas catalisadas por enzimas que tem como objetivo principal a oxidação da glicose produzindo moléculas de piruvato, ATP e NADH. As enzimas são os principais compostos dessas reações, pois elas catalisam a reação sem ter forte influência no seu produto" (Nelson D.L. & Cox M. 2004). Segundo Amarante (2007), essa sequência metabólica ocorre em um conjunto de dez reações que são divididas em duas partes: a fase investimento, onde a célula empresta ATP, e a fase de rendimento, em que a célula paga o ATP investido. 20 Reação 1 Reação 2 Reação 3 Reação 4 e 5 Reação 6 Reação 7 Reação 8 Reação 9 Reação 10 Figura 4 - Reação da fermentação alcoólica da Glicose Fonte: (wikiciencias.casadasciencias.org - editado) 21 REACAO 1: A glicose e fosforilada, com gasto de 1ATP, formando glicose- 6P e ADP. A enzima que catalisa essa reação e a hexoquinase. REACAO 2 : A glicose-6P sofre uma isomerização formando frutose-6P. A enzima que catalisa essa reação e a fosfoglicose-isomerase. REACAO 3 : E a mais importante da via glicolitica porque ela é o principal ponto de regulação da glicólise. A célula investe outra molécula de ATP para fosforilar a frutose-6P, formando frutose-1,6-bifosfato. A reação e catalisada pela enzima PFK1 REACAO 4 : é a clivagem da molécula de frutose-1,6- bifosfato, gerando dihidroxicetona-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato. Esta reação é catalisada por uma aldolase. REACAO 5 : é uma nova isomerização, que converte a dihidroxicetona- fosfato em gliceraldeído-3-fosfato. Esta reação é catalisada por uma triose- fosfato isomerase. REACAO 6 : é uma nova fosforilação que leva à formação de 1,3- bifosfoglicerato a partir de gliceraldeído-3-fosfato. Esta reação é catalisada pela enzima Triose-fosfato-desidrogenase. REACAO 7 : é uma outra fosforilação, mas desta vez a molécula que é fosforilada é o ADP, que é convertido em ATP. O fosfato vem do 1,3- bifosfoglicerato. Esta reação é catalisada pela fosfogliceratoquinase. REACAO 8 : a transformação de 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato, ou seja, a posição do fosfato na molécula muda do carbono 3 para o carbono 2. Esta reação é catalisada pela fosfogliceratomutase, que e um tipo de enzima que muda a posição de um grupamento na molécula. REACAO 9 : é a formação do segundo composto de alta energia, fosfoenolpiruvato, a partir do 2-fosfoglicerato. Esta reação é catalisada pela enzima enolase. REACAO 10 : é a formação piruvato, produto final da glicólise. Nesta reação, a energia da hidrólise do fosfoenolpiruvato dirige a síntese de uma molécula de ATP, reação catalisada pela enzima piruvatoquinase. 22 De acordo com Ferreira (2007), após o fim do processo, tem inicio a parte de redução do piruvato que é resultante da glicólise junto com o NADH, que se encontra em quantidade limitada e em sua forma reduzida. Para o processo de produção de energia ele é necessário em sua forma oxidada. A forma como ele será oxidado é o que define o tipo de fermentação, que no caso é a alcoólica. De acordo com a mesma autora, durante a fermentação, o piruvato sofre descarboxilacão, que é a perda de carbono da molécula na forma de dióxido de carbono, devido à ação da enzima piruvato descarboxilase, formando aldeído acético. Este aldeído sofre uma redução, oxidando o NADH, que fica na forma de NAD+, produzindo assim o etanol e energia, onde esse processo foi catalisado pela enzima álcool desidrogenase. Assim o rendimento energético dessa fermentação é de 2 moléculas de ATP para cada molécula de glicose degradada. 5 FATORES QUE AFETAM A MULTIPLICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS "Todos os microrganismos têm sua velocidade de multiplicação diretamente relacionada às condições do substrato em que se encontram (alimento), e do meio que os cerca. Condições favoráveis fazem com que a velocidade de multiplicação do microrganismo seja maior, enquanto limitações inerentes ao alimento ou ao ambiente reduzem sua velocidade de multiplicação. Os fatores que influenciam a multiplicação dos microrganismos nos alimentos são classificados como parâmetros intrínsecos (Ex: pH do meio) e extrínsecos(Ex: temperatura)." (GAVA, 2009, p.93) 23 Segundo Calegari (2012), alguns destes parâmetros são: Intrínsecos: - Atividade de água (Aa); - pH do meio; - Interações entre micro-organismos presentes. Extrínsecos: - Temperatura; - Umidade; - Composição gasosa do ambiente. 5.1 Intrínsecos 5.1.1 Atividade da água (Aa): “O crescimento e o metabolismo microbiano exigem a presença de água numa forma disponível. Água ligada a macromoléculas por forças física não está livre para agir como solvente ou para participar de reações químicas e, portanto, não pode ser aproveitada pelos microrganismos. A Aa é um índice desta disponibilidade para utilização em reações químicas e crescimento microbiano” (Fernando Calegari, 2012, pg.3) Relação entre o soluto e o solvente: Aa = P / Pv = n2 / n1 + n2 Onde: P = Pressão do vapor de solutos em água; Pv = Pressão do vapor do solvente puro; n1= mol do soluto n2 = mol do solvente 24 “A adição de solutos a um líquido puro irá causar uma redução na pressão de vapor da solução e consequentemente diminuir a Aa. Essa redução varia em função da natureza da(s) substância(s) adicionada(s), da quantidade adicionada e da temperatura. Sendo 1 o valor de Aa obtido na água pura, os valores de Aa oscilarão entre 0 e 1” (Fernando Calegari, 2012, pg.3) 5.1.2 pH do Meio: Segundo Calegari (2012), existem microrganismos que toleram diferentes tipos pH (figura 5). O meio em torno de neutro é favorável para a grande maioria. Outros preferem o meio um pouco mais ácido, como bactérias láticas. Já bolores e leveduras mostram tolerância ainda maior e conseguem multiplicar-se em meios com pH inferior a 3,5. Tolerância a baixo pH: Bolores>leveduras>bactérias. A divisão dos alimentos pelo pH é representada na tabela abaixo : Figura 5 - Espécies predominantes em meios ácidos diferentes Fonte: (http://books.google.com.br/books?id=mbIqoh793j0C&printsec=frontcover&hl=pt- BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false). 25 Segundo Calegari (2012), o pH afeta principalmente na respiração dos micro- organismos, pois age dentro da célula ajudando no transporte de nutrientes e em enzimas. A estrutura química dos ácidos tem ações diferentes nas células dos microrganismos, podendo exerce um efeito inibitório ou letal. Segundo o mesmo autor, o potencial de Hidrogênios livres também interfere, causando os seguintes efeitos: -maior gasto de energia para manter o pH intracelular; -desnaturação de proteínas, DNA; -alteração da atividade das enzimas responsáveis pelas atividades vitais da célula; -menor velocidade de crescimento. 5.1.3 Interações entre micro-organismos: Segundo Machado (2012), o metabolismo dos microrganismos num meio afeta a produção de outros. Isso ocorre porque em sua reprodução, os microrganismos alteram os fatores do meio, prejudicando assim os microrganismos que não são tolerantes a determinadas alterações. Segundo Calegari (2012),dentre os microrganismos em maior destaque em deterioração e como agentes patogênicos ao homem, temos: Bactérias, bolores e leveduras. Desses microrganismos, as bactérias são numericamente predominantes nos alimentos em geral, principalmente por ter: - tempo de geração reduzido; - capacidade de utilizar vários substratos; - Ampla variação de comportamento em diferentes fatores do ambiente. 5.2 Extrínsecos 5.2.1 Temperatura: Segundo Calegari (2012), a temperatura é um dos fares mais importantes na reprodução dos microrganismos, pois o aumento de temperatura acelera as reações químicas e enzimáticas dos microrganismos. Cada microrganismos tem sua faixa de 26 temperatura, onde a máxima é determinado por possíveis desnaturações da células do microrganismo em questão ou desnaturação de proteínas e temperatura mínima (que não se conhece muito bem o motivo), ainda segundo Calegari (2012). 5.2.2 Umidade: “Há uma correlação estreita entre a atividade de água (Aa) de um alimento e a umidade relativa de equilíbrio do ambiente. Quando o alimento está em equilíbrio com a atmosfera, a umidade relativa (UR) é igual a Aa x 100. Assim, alimentos conservados em ambiente com UR superior à sua Aa tenderão a absorver umidade do ambiente, causando um aumento em sua Aa. Por outro lado, os alimentos perderão água se a umidade ambiental for inferior à sua Aa, causando uma diminição nesse valor. Essas alterações provocarão modificações na capacidade de multiplicação dos micro-organismos presentes.” (Fernando Calegari, 2012, pg. 11). 27 5.2.3 Composição gasosa do ambiente: Segundo GAVA (2009), a presença de oxigênio interfere bruscamente na fermentação do das leveduras (incluindo as do tipo Saccharomyces cerevisiae), pois o oxigênio em grande quantidade acaba influenciando a ação multiplicativa das células das leveduras produzindo água, enquanto que na ausência ou em pouca quantidade, as leveduras terão uma ação fermentativa produzindo etanol. Figura 6 - Atividade das leveduras em função da presença de oxigênio Fonte: (GAVA, 2009, p.380). 28 6 METODOLOGIA Materiais: - 1 Potenciômetro (Gehaka PG 1800); - Filtros de café; - 1 Funil de café; - 2 Termômetros; - 4 “Esquemas de fermentação” (ANEXO 1); - 2 Panelas de 2 l; - 2 Tripés; - 1 Caixa de isopor; - 1 Colher; - 1 Suporte universal; - 1 Argola; - 1 Garrafa PET 2 l; - 1 Vidro de Relógio; - 2 Bicos de Bunsen; - 1 Balança semi-analítica (Marte AS 510); - 1 Balança analítica (Gehaka AG 200); - 1 Banho-maria (Nova Instruments); - 1 Agitador Magnético (Nova NI 1103); - 1 Imã de agitador magnético; - 1 Béquer 500 ml; - 3 Provetas 100 ml; - 1 Densímetro (Assistent); - 1 Proveta 1 l. Reagentes: - Malte; 29 - Água mineral filtrada; - Água destilada; - Iodo; - Saccharomyces cerevisiae (fermento biológico); - Ácido Fosfórico 1 mol/l; - Ácido Cítrico 1 mol/l; - Ácido Ascórbico 1 mol/l. Procedimento: Preparação do Mosto: Pesaram-se 250g de malte e em seguida adicionou-se o malte a uma panela com 1000 ml de água. Colocou-se a panela com a mistura (mosto) sobre e tripé e aqueceu-se no bico de Bunsen até chegar numa temperatura de 72°C, medida no termômetro. Mexeu-se a solução com a colher por aproximadamente 10min. Depois se aqueceu novamente o mosto até chegar a temperatura de 76°C, desligou-se o bico de Bunsen e mexeu-se o mosto por aproximadamente 5min. Depois se transferiu uma amostra do mosto para um vidro de relógio para o teste do Iodo*. Filtração do Mosto: Filtrou-se o mosto usando o suporte universal, com o funil e o filtro de café para a garrafa PET. Paralelamente a filtração, aqueceu-se mais 1000 ml de água em uma panela até chegar a temperatura de 77°C. Depois da filtração do mosto adicionou-se a água fervente ao bagaço do mosto e logo após filtrou-se a mistura novamente. 30 Resfriamento e adição dos ácidos: A garrafa PET com o filtrado (suco de malte) e foi colocado na caixa de isopor com gelo até a temperatura de 20°C. Sinalizaram-se os quatro “esquemas de fermentação” (conforme anexo) como: A, B, C e GC. Transferiu-se 250 ml do suco de malte para um béquer de 500 ml e colocou-se sobre o agitador magnético com o Imã de agitador magnético dentro do béquer. Depois se mensurou o eletrodo do potenciômetro na solução para se medir o pH inicial. Adicionou-se ácido ascórbico até o pH do meio marcar 4,02. Transferiu-se uma amostra para uma proveta e mediu-se a Densidade Inicial (DI) do mosto. E, depois se transferiu a solução para o “esquema de fermentação” A, colocando a solução do lado onde a mangueira fica para o lado de fora da garrafa (Figura 7). Lavou-se o béquer e se repetiu o mesmo processo com os ácidos fosfórico (“esquema de fermentação” B) e cítrico (“esquema de fermentação” C). Depois se transferiu 250 ml de suco de malte para o “esquema de fermentação” GC sem adição de nenhum ácido. Na outra extremidade de cada “esquema de fermentação” (do lado onde a mangueira fica dentro da garrafa), colocou-se aproximadamente 400 ml de água mineral (Figura 7), apenas para impedir a entrada de oxigênio e para dissolver o dióxido de carbono. Figura 7 - Adição do suco de malte e da água Fonte: Acervo pessoal. 31 Adição do Fermento: Pesou-se 0,05g do fermento biológico na balança analítica, e transferiu-se para o “esquema de fermentação” de A, colocando o fermento do lado do suco de cevada. Repetiu-se o processo nos “esquemas de fermentações” B, C, e GC. Tamparam-se os esquemas e transferiu-se para o banho-maria numa temperatura de 25°C. Análise: 1 - Esperou-se quatro dias até que se encerrasse o processo de fermentação. 2 – Foram identificadas quatro provetas de 100 ml como: “1”, “2”, “3” e “4”. Depois foram transferidos 50 ml do suco de malte fermentado A para a proveta “1”, depois 50 ml do suco de malte fermentado B para a proveta “2”, depois 50 ml do suco de malte fermentado C para a proveta “3” e por fim 50 ml do suco de malte fermentado GC para a proveta “4”. Colocou-se o densímetro na proveta “1” para obter-se a Densidade Final (DF), e depois se lavou o densímetro com água destilada. Repetiu-se o mesmo nas provetas “2”, “3” e “4”. 32 7 RESULTADOS E DISCUSSÕES No inicio do projeto, utilizou-se outra metodologia, que consistia em fazer uma análise qualitativa através da liberação de dióxido de carbono do processo da fermentação alcoólica da maltose (grupo controle) em comparação com a liberação de dióxido de carbono liberado na fermentação da sacarose (água + açúcar). Com isso, obteve-se: Figura 8 - 21h depois da adição do fermento (garrafas C, GP, B e A respectivamente) Fonte: Acervo pessoal. Como a garrafa C tem uma liberação de dióxido de carbono aproximada da garrafa GP (Figura 8), poderíamos dizer que 0,05g da levedura reagem com aproximadamente 115g de sacarose, mas devido o fato de que a produção de dióxido de carbono da fermentação da sacarose ser diferente da fermentação da maltose, e que, por se tratar de um experimento qualitativo, essa metodologia não é apropriada para quantificação, então se concluiu que a metodologia deveria ser modificada. 33 A partir da metodologia definitiva, obtiveram-se os seguintes resultados: Segundo Zuge e Steinbach et al(2012), a Fórmulapara calculo do teor alcoólico: (DI – DF). 131 Onde: DI = Densidade Inicial do mosto; DF = Densidade Final do mosto. Adote: Densidade inicial do mosto: 1,05 GC = Grupo controle; A = Ácido Ascórbico; B = Ácido Fosfórico; C = Ácido Cítrico. GC: DF= 1,01 teor alcoólico: 5,24% A: DF = 1,03 teor alcoólico:2,62% B: DF = 1,04 teor alcoólico:1,31% C: DF = 1,02 teor alcoólico:3,93% A diferença do teor alcoólico no gráfico: Teor Alcoólico Fonte: Acervo pessoal 34 Observa-se diferença na variação do pH do meio nos mostos com ácidos quando comparado ao Grupo Controle (GC): GC: pH inicial: 5, 81 ==> pH final: 4, 27 A: pH inicial: 4, 02 ==> pH final: 3, 72 B: pH inicial: 4, 02 ==> pH final: 3, 40 C: pH inicial: 4, 02 ==> pH final: 3, 66 Variação do pH Fonte: Acervo pessoal. 35 8 CONCLUSÃO O pH inicial dos mostos, contendo ácidos (A, B e C), era de 4,02. Nesta faixa de pH a levedura é tolerante, segundo Calegari (2012). E, segundo Lopes e Rosson (2010), como na fermentação há produção de ácido pirúvico, deixando assim o meio mais ácido, acredita-se que chegou num ponto de acidez que inibiu a fermentação da levedura, possivelmente acelerando a morte celular. Uma prova disso é que o pH final dos mostos com ácidos foram próximos (3,40, 3,66 e 3,72), mostrando uma certa intolerância da levedura quando o pH do meio está próximo de 3,6(média). Já o Grupo Controle (GC), com um pH inicial de 5, 81 teve uma maior produção de etanol devido o meio estar numa faixa de pH favorável para a levedura. Isso também pode ser observado nas diferenças de pH iniciais e finais de todos os mostos, uma vez que o GC tem uma inclinação da reta maior quando comparado com a diferença de pH inicial e final dos outros mostos (gráfico 2). E como o teor alcoólico encontrado foi variado (gráfico 1), acredita-se que a força do ácido influenciou na fermentação da levedura, pois o único fator diferencial dos mostos foi o tipo de ácido usado em cada um, além do fato de que cada ácido, por terem estruturas diferentes, pode ter formado substâncias inibidoras para a levedura. Como o ácido ascórbico é considerado um agente antioxidante, possivelmente a levedura pode ter oxidado primeiramente o mesmo, para depois fermentar a glicose, uma vez que a fermentação da glicose é um processo de oxidação, segundo Nelson & Cox (2004). Já no ácido fosfórico acredita-se que a presença do PO4 3- no meio pode ter influenciado o fungo a utilizá-lo para reestruturação genética, uma vez que o DNA e RNA são formados por moléculas com presença de fósforo, segundo Todeschini (2010). Já o ácido cítrico, por ser um triácido, acabou liberando mais íons, o que tornou mais positivo processo de fermentação quando comparado com os outros ácidos. Mas, como dito anteriormente, quando o meio atingiu um pH próximo a 3,6, para todos os ácidos estudados, acredita-se que possa ter ocorrido uma inibição da fermentação pela levedura. 36 REFERÊNCIAS FLANDRIN, J.; MONTANARI, M. HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO. 5. ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2007. 904p. GAVA, A. J. Tecnologia de alimentos - Príncipios e aplicações. Brasil: São Paulo, 2009. 512p. PALMER, J. J. How to Brew. Estados Unidos: Natl Book Network , 2006. 347p. FERREIRA, j. A Fermentação na História. Disponível em: <http://julia3mcesb.blogspot.com.br/2007/10/fermentao-na-histria.html> Acesso em: 17 abr. 2013 ARAGUAIA, M. Anton Leeuwenhoek. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/anton-leeuwenhoek.htm> Acesso em: 29 set. 2013 Fermentação. Disponível em: <www.sobiologia.com.br/conteudos/bioquimica/bioquimica3.php> Acesso em: 10 abr. 2013 GOSSANI,C.M.D.;WALDMAN,W.R. Fermentação e biotecnolgia - História. Disponível em: <http://www.maxwell.lambda.ele.puc- rio.br/13075/13075.PDFXXvmi=3kVthfu3qps5FK2bZPv2w6a5nvGuaGHd1EHjUdnlE QrjBtvBk2DR9OXwkE2ukKJmprHkF5HjV9ExEaaZdORmDPTXtWtPHdd8FUtl1bGXkl w0vHZJvQ69H18cXC2GQgOvciSduzcQUJQrqQcXHj7pkgCjTF0KVPh89amEKAvGj m9LdlJVFRl09Zk3EkNAb5Jkg702HwI2TSN8ex5TqrUAqfD5BqGMwq8Oz9QgGAjBs8 JIGOD7hzHIPlNqNuelVnau> Acesso em: 3 set. 2013 FERREIRA, J. Fungos. Disponível em: <http://julia3mcesb.blogspot.com.br/2007/10/fungos.html> Acesso em: 14 ago. 2013 MOREIRA, V. História da fermentação. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/78521511/Historia-da-Fermentacao> Acesso em: 17 jul. 2013 MACHADO, A. Fatores intrínsecos e extrínsecos que controlam o desenvolvimento microbiano nos alimentos. Disponível em: <http://www.ufjf.br/microbiologia/files/2012/12/Fatores-extr%C3%ADnsecos-e- 37 intr%C3%ADnsecos-dos-alimentos.pdf> Acesso em: 4 out. 2013 CALEGARI, F. At fatores intrinsecos e extrinsecos. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABdNUAB/at-fatores-intrinsecos- extrinsecos#> Acesso em: 5 out. 2013 DAVID L. NELSON; MICHEL M. COX. PRINCÍPIOS DA BIOQUÍMICA. 3. ed. EUA, 2002. AMARANTE, Y.CURSO DE ENGENHARIA QUÌMICA NA UFSJ – VIA GLICOLÌTICA. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA5yAAG/glicolise Acesso em: 5 out. 2013 TODESCHINI ,F.ESTRUTURA QUÍMICA E METABOLISMO CELULAR. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABAJkAF/estrutura-qua-mica- metabolismo-celular Acesso em: 07. Nov. 2013 MARZZOCO, A; TORRES, B.B. BIOQUÍMICA BÁSICA. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007, 360,pg. ZUGE, H. D.; STEINBACH G. I.COMO ESTIMAR O TEOR ALCOOLICO USANDO DENSIMETRO. Disponível em: http://www.grabenwasser.com.br/como-fazer- cerveja/apendice/como-estimar-o-teor-alcoolico-usando-densimetro Acesso em: 07. Set. 2013 GAVA, A. J. Tecnologia de alimentos - Príncipios e aplicações. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=mbIqoh793j0C&printsec=frontcover&hl=pt- BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false Acesso em: 02. Nov. 2013 38 ANEXO 1 Esquema de Fermentação Materiais: - 8 Garrafas PETs com tampas;- 4 mangueiras de PVC de 30cm; - Cola quente; - 1 Prego. Preparo: 1. Aqueça o prego e fure as 8 tampas das garrafas PET’s num formato esférico; 2. Encaixe duas tampas em cada extremidade da mangueira (Figura 9), onde uma tampa fica mais próxima da extremidade da mangueira e a outra fica com aproximadamente à 10 cm da outra extremidade de mangueira. Fazer o mesmo com as outras tampas e mangueiras; Figura Erro! Indicador não definido. - Demonstração da posição das tampas na mangueira Fonte: Acervo pessoal. 39 Demonstração da posição das tampas na mangueira 3. Veda os espaços do encaixe da mangueira na tampa com cola quente; 4. Colocar uma garrafa em cada extremidade (Figura 10). Repetir o mesmo com as outras 6 garrafas, obtendo assim: 4 “esquemas de fermentação”; Figura Erro! Indicador não definido. - Esquema pronto Fonte: Acervo pessoal. 5. Fazer um pequeno furo na parte superior da garrafa que contém 10 cm de mangueira em seu interior (a garrafa onde se tem a água). Funcionalidade do “esquema de fermentação”: Como descrito no projeto, o Saccharomyces cerevisiae fermenta o suco de malte e libera dois metabólitos: etanol e dióxido de carbono. Um dos fatores cruciais para esse processo é a presença de oxigênio, onde com presença do mesmo, essa levedura utiliza o substrato tanto para produzir esses metabólitos como para restruturação celular, mas com quantidade limitada, ou sem, a levedura restringeos substratos quase que exclusivamente para produção desses metabólitos. 40 Contudo, no “esquema de fermentação” tem-se uma garrafa com uma mangueira que fica submersa em água, água esta que impede a entrada de oxigênio na garrafa de fermentação (proporcionando um ambiente favorável para a produção dos metabólitos), mas não impede a saída de dióxido de carbono, pois se a fermentação fosse feita num recipiente todo fechado: poderia explodir. E para que não haja explosão na garrafa onde tem água (por causa do aumento da pressão), faz-se um furo próximo à tampa. Figura Erro! Indicador não definido. - Simulação da aplicação do “esquema de fermentação” Fonte: Acervo pessoal. 41 CARTA DO ORIENTADOR Eu, Profº Vitor Amaral Sanches Lucas declaro ter lido a versão final desta monografia. __________________________________________ Vitor Amaral Sanches Lucas Dezembro, 2013
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