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Ponto dos Concursos www.pontodosconcursos.com.br Atenção. O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo nome e CPF constam do texto apresentado, sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição. É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais inexatas ou incompletas – nome, endereço, CPF, e-mail - no ato da matrícula. O descumprimento dessas vedações implicará o imediato cancelamento da matrícula, sem prévio aviso e sem devolução de valores pagos - sem prejuízo da responsabilização civil e criminal do infrator. Em razão da presença da marca d’ água, identificadora do nome e CPF do aluno matriculado, em todas as páginas deste material, recomenda-se a sua impressão no modo econômico da impressora. CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO ÍNDICE 1. Gerenciamento de escopos................................................................................................... ........ 2 1.1Iniciação de escopo. .......................................................................................................... 3 1.2Planejamento de escopo.................................................................................................. 4 1.3 Detalhamento de escopo. .............................................................................................. 5 1.4Estrutura analítica de projetos EAP (WBS). ............................................................. 7 1.5 Verificação do escopo e controle de mudanças. ................................................. 10 1.6 Escopo de produto e de projeto. ............................................................................... 11 2. Gerenciamento do tempo. ............................................................................................... 12 2.1Estimativa de duração de atividades e desenvolvimento do cronograma. 12 2.2Controle do cronograma. Redes de precedência, folgas, caminho crítico. 14 2.3Técnicas de compressão e paralelismo.................................................................... 16 3. Gerenciamento de custo................................................................................................... 17 3.1Planejamento dos recursos. Estimativa dos custos. ........................................... 17 3.2Controle dos custos. Análise de valor agregado. ................................................. 20 4. Gerenciamento de qualidade. ......................................................................................... 21 4.1Planejamento da qualidade. ......................................................................................... 21 4.2Controle e garantia da qualidade. Requisitos e indicadores de qualidade.22 5. Gerenciamento de recursos humanos. ....................................................................... 24 5.1Montagem de equipes. ................................................................................................... 24 5.2. Desenvolvimento de equipes de projeto. ............................................................. 25 5.3 Matriz de responsabilidades. Análise de partes interessadas (stakeholders). ......................................................................................................................... 26 6. Gerenciamento de comunicações. ................................................................................ 27 6.1Planejamento de comunicações. ................................................................................ 27 6.2 Matriz de comunicação e distribuição das informações................................... 28 6.3 Relatórios de desempenho de projetos. ................................................................. 29 7. Gerenciamento de riscos. ................................................................................................. 30 7.1 Identificação dos riscos. Análise qualitativa e quantitativa de riscos. Planejamento de resposta aos riscos.............................................................................. 30 7.2 Controle e monitoramento de riscos. ...................................................................... 32 8. Gerenciamento de suprimentos e contratações. ......................................................................... 32 8.1 Planejamento das contratações. Preparação das contratações. Obtenção de propostas. Seleção de fornecedores. ........................................................................ 33 8.2 Administração de contratos. Tipos de contratos mais comuns..................... 34 9. Gerenciamento da integração. ....................................................................................... 35 9.1 Desenvolvimento do plano do projeto. ................................................................... 35 9.2 Execução do plano do projeto. Controle geral de mudanças. ....................... 37 10. Papéis e responsabilidades do gerente de projetos..................................................................... 40 11. Exercícios............................................................................................................................. ... 42 Gabarito .................................................................................................................................. 46 12. Bibliografia ............................................................................................................................. 48 www.pontodosconcursos.com.br 1 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA O TCU AULA 1 – GESTÃO DE PROJETOS – PARTE 2 Olá, pessoal! Como vão os estudos? Hoje iniciamos oficialmente o nosso curso, com a segunda parte do conteúdo de gestão de projetos. A nossa aula hoje está dividida exatamente de acordo com os itens do edital. Vamos nos aprofundar nas nove áreas de conhecimento em gerência de projetos que conhecemos na aula passada e estudar também o papel fundamental do gerente de projetos, sempre ilustrando a teoria com os exercícios do Cespe. Em quase todos os itens da aula de hoje falaremos dos processos de gestão de projetos. Cada processo possui entradas (insumos), ferramentas e técnicas para transformar as entradas em saídas e saídas (produtos). Destacamos os elementos que achamos mais importantes em cada processo e com maior chance de serem cobrados em prova. Todos concentrados? Então vamos lá! 1. Gerenciamento de escopos. Vamos iniciar o nosso aprofundamento em alguns processos de gerenciamento de projetos pela gerência do escopo. Mas, afinal de contas, o que é o escopo de um projeto? Vargas traz uma definição bastante clara: “O escopo de um projeto é definido como o trabalho que precisa ser desenvolvido para garantir a entrega de um determinado produto dentro de todas as suas especificações e funções.”1 O bom gerenciamento do escopo é fundamental para que o projeto tenha sucesso. Imaginem um projeto que, ao seu final, não entrega os produtos definidos, porque uma das atividades previstas simplesmente não foi realizada. Ou ainda, ao final de um projeto chega-se à conclusão de que várias atividades realizadas, que consumiram recursos e tempo do projeto, eram dispensáveis. Essas situações são causadas por falhas no gerenciamento do escopodo projeto. Dessa forma, podemos dizer que o gerenciamento do escopo consiste em assegurar que o projeto inclui todo o trabalho necessário, e apenas o 1 Vargas, p.57 www.pontodosconcursos.com.br 2 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO necessário, para ser concluído com sucesso. Essa definição aponta para outro conceito tão importante quanto o de escopo. Trata-se do não-escopo, que em geral deve ser documentado durante o planejamento do projeto. A explicitação do não-escopo visa a deixar bem claro o que o projeto não vai fazer, o que não deve ser esperado do projeto. Pode parecer óbvio, mas o registro do não-escopo é muito importante para esclarecer a abrangência e os limites do projeto, evitando a criação de expectativas que o projeto não poderá atender. Vejam um exemplo. Digamos que o escopo de um projeto seja “elaborar um novo modelo do carro X”. Para deixar bem clara a abrangência do projeto, poderíamos ter como não-escopo o seguinte: “Não pertence ao escopo desse projeto a fabricação dos carros com o novo modelo”. Agora que entendemos os conceitos de escopo, não-escopo e gerenciamento do escopo, podemos passar para os processos específicos citados pelo nosso edital. 1.1Iniciação de escopo. Antes de falarmos do processo de iniciação do escopo, temos que fazer uma observação. Esse processo existia na 2ª edição do PMBOK, lançada em 2000. A 3ª edição, lançada em 2004, transferiu esse processo para a gerência da integração. Durante nossas aulas temos utilizado a referência mais atual, que é o PMBOK 2004. Mas não nos interessa discutir com o edital, não é verdade? Vamos estudar esse processo no âmbito do gerenciamento do escopo, e, para esse item, utilizaremos a versão do PMBOK 2000 como referência, ok? “A iniciação da gestão do escopo, que coincide com o começo do projeto, é o processo que compreende atividades que vão desde o reconhecimento de um estímulo que dá início ao projeto até a formalização deste pela organização responsável, com a concordância das partes interessadas”2. Podemos dizer que o processo de iniciação do escopo consiste no reconhecimento formal da existência do projeto. Em regra, o estímulo que dá início ao projeto é uma necessidade de mercado ou do negócio, uma demanda do cliente, uma mudança tecnológica ou uma exigência legal. A principal saída desse processo é um documento denominado Termo de abertura, também chamado de Termo de referência ou Project Charter. “O Project charter é o documento emitido pela alta administração, que atribui ao gerente de projeto a autoridade para aplicar recursos da organização nas 2 Valeriano, p.193. www.pontodosconcursos.com.br 3 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO atividades do projeto”3. Ou seja, o Termo de Abertura reconhece formalmente a existência do projeto na organização. Percebam que esse processo de iniciação tem também como fruto a designação do gerente de projeto. 1.2Planejamento de escopo. Como já comentamos, o gerenciamento do escopo do projeto influencia fortemente no seu sucesso. “Cada projeto exige um balanceamento cuidadoso de ferramentas, fontes de dados, metodologias, processos e procedimentos, e de outros fatores, para garantir que o esforço gasto nas atividades de determinação do escopo esteja de acordo com o tamanho, complexidade e importância do projeto”4. Essas decisões de gerenciamento do escopo são documentadas no plano de gerenciamento do escopo do projeto, que é o produto do processo de planejamento de escopo. “O plano de gerenciamento do escopo do projeto é uma ferramenta de planejamento que descreve como a equipe irá definir o escopo do projeto, desenvolver a declaração do escopo, definir e desenvolver a estrutura analítica do projeto, verificar e controlar o escopo do projeto”5. Ou seja, pessoal, o planejamento do escopo é o processo que gera o plano de gerenciamento do escopo, que é o documento que dá as diretrizes de como o escopo será controlado e como as mudanças serão administradas, verificadas e controladas. Nas palavras do PMBOK 2004, “O plano de gerenciamento do escopo do projeto fornece orientação sobre como o escopo do projeto será definido, documentado, verificado, gerenciado e controlado pela equipe de gerenciamento de projetos. O plano de gerenciamento do escopo do projeto pode ser informal e genérico ou formal e bem detalhado, com base nas necessidades do projeto”6. Vargas7 nos ajuda a compreender melhor o conteúdo desse documento, explicitando o que deve estar registrado no plano de gerenciamento do escopo: z como o escopo do projeto será gerenciado; z com que freqüência o escopo será reavaliado; z dentro de qual orçamento as mudanças de escopo se enquadrarão; z como as mudanças de escopo serão identificadas, classificadas e priorizadas; 3 Vargas, p.59 4 PMBOK 2004 p.107 5 PMBOK 2004, p.107 6 PMBOK 2004, p.108 7 Vargas, p.61 www.pontodosconcursos.com.br 4 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO z quais os procedimentos para o atendimento de uma necessidade de mudança de escopo não prevista no plano; z quem será o responsável pelo gerenciamento e pelo controle do plano de gerenciamento do escopo. Ressaltamos que alguns autores importantes, como Vargas e Valeriano, incluem a declaração de escopo como um produto do processo de planejamento do escopo. Entretanto, o PMBOK 2004, que é a maior referência em gestão de projetos, considera que a declaração de escopo é uma saída do processo de definição (detalhamento) do escopo. Portanto, trataremos desse importante documento (a declaração de escopo) no próximo item. Agora uma questão recente sobre o assunto: (Cespe – Inmetro 2007) O planejamento do escopo é a etapa de levantamento e análise dos riscos inerentes ao projeto. Questão errada. Item bem tranqüilo, não é, pessoal? Vimos que o planejamento do escopo não inclui levantamento e análise de riscos. Isso é realizado no âmbito do gerenciamento de riscos, como veremos mais à frente nessa aula. 1.3 Detalhamento de escopo. O processo de detalhamento do escopo, denominado no PMBOK 2004 de definição do escopo, consiste na elaboração da declaração de escopo do projeto. “A declaração do escopo do projeto descreve, em detalhes, as entregas do projeto e o trabalho necessário para criar essas entregas. Fornece também um entendimento comum do escopo do projeto a todas as partes interessadas e descreve os principais objetivos do projeto. Além disso, permite que a equipe do projeto realize um planejamento mais detalhado, orienta o trabalho durante a execução e fornece a linha de base para avaliar solicitações de mudanças ou trabalho adicional e verificar se estão contidos dentro ou fora dos limites do projeto”8. As principais informações contidas na declaração de escopo são as seguintes: z Objetivos do projeto. Os objetivos do projeto incluem os critérios mensuráveis do sucesso do projeto. Devem exprimir claramente o que se quer obter com a execução daquele projeto. z Justificativa. Indica as razões pelas quais o projeto deve ser realizado, mostrando que o projeto apresenta uma relação custo benefíciopositiva, 8 PMBOK 2004,p.110 www.pontodosconcursos.com.br 5 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO ou seja, o motivo que determinou a criação do projeto compensa todos os esforços e recursos que serão despendidos na sua consecução. z Descrição do escopo do produto. Descreve as características do produto, serviço ou resultado para cuja criação o projeto foi realizado. z Requisitos do projeto. Descreve as condições ou capacidades que devem ser atendidas ou possuídas pelas entregas do projeto para satisfazer um contrato, norma, especificação ou outros documentos formalmente impostos. z Limites do projeto. Normalmente identifica o que está incluído dentro do projeto. Declara de forma explícita o que está excluído do projeto (não-escopo, estão lembrados?), para evitar que uma parte interessada possa supor que um produto, serviço ou resultado específico é um componente do projeto. z Entregas do projeto. As entregas incluem tanto as saídas que compõem o produto ou serviço do projeto, como resultados auxiliares, como documentação e relatórios de gerenciamento de projetos. z Critérios de aceitação de produtos. Define o processo e os critérios para aceitar os produtos terminados. z Restrições do projeto. Lista e descreve as restrições específicas do projeto associadas ao seu escopo que limitam as opções da equipe. Em geral, as principais restrições são de tempo, orçamento e recursos. Quando um projeto for realizado sob contrato, as cláusulas contratuais se constituirão em restrições. z Premissas do projeto. Lista e descreve as premissas específicas associadas ao escopo do projeto e o impacto potencial dessas premissas, se não forem confirmadas. Premissas são fatores considerados verdadeiros e indispensáveis para a consecução do projeto. Se uma premissa não se realiza, há um risco associado que pode comprometer o sucesso do projeto. z Organização inicial do projeto. São identificados os membros da equipe do projeto e as partes interessadas. z Riscos iniciais definidos. Identifica preliminarmente os riscos conhecidos. O levantamento mais profundo e a análise de riscos não são feitos nesse momento. z Marcos do cronograma. Os marcos são momentos de grande relevância para o projeto, como a conclusão de uma fase ou a entrega de um produto. O cliente ou a organização executora podem identificar marcos e colocar datas impostas nesses marcos do cronograma. Essas datas podem ser consideradas como restrições do cronograma. z Estimativa de custos. Indicação estimada do custo total esperado do projeto. (Cespe – TST 2007) As premissas são fatores considerados verdadeiros para fins de um planejamento. As premissas podem acarretar riscos a um projeto e devem ser levadas em consideração no planejamento do escopo e no gerenciamento de riscos. www.pontodosconcursos.com.br 6 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Questão correta. Como vimos, o levantamento das premissas é uma das informações que devem constar na declaração de escopo, que é um documento de que detalha o planejamento do escopo. As premissas também devem ser levadas em conta no gerenciamento dos riscos, pois, caso uma premissa não se concretize, é gerado um risco para o projeto. Por exemplo, digamos que em um projeto de construção de uma escola por uma prefeitura uma das premissas seja a “manutenção de convênio com o governo federal”. Isso quer dizer que, para os fins deste projeto, a manutenção do convênio é um fator verdadeiro e indispensável. Caso o convênio seja rompido, surgirá um risco de não consecução do projeto devido à falta de verbas. 1.4Estrutura analítica de projetos EAP (WBS). A construção da EAP (Estrutura Analítica do Projeto) ou WBS (Work Breakdown Structure) é uma forma de detalhamento do projeto em um diagrama, que nos permite visualizar a composição global do projeto. O processo de criação da EAP é uma das inovações do PMBOK 2004 em relação ao PMBOK 2000. Antes, a EAP era apenas uma saída do processo de definição do escopo. A EAP consiste em uma representação gráfica “explodida” do projeto, que evidencia os componentes do que deve ser feito e as atividades necessárias à sua execução. Essa ferramenta – também conhecida como um sistema de planejamento hierárquico – é utilizada num procedimento top-down (de cima para baixo), o que minimiza o esquecimento de atividades, mesmo que o projeto contenha elevado nível de inovação. A EAP vai do nível dos grandes produtos ou fases do projeto até os pacotes de trabalho, que são conjuntos de tarefas ou ações que estruturam como alcançar um determinado produto ou subproduto. A construção da EAP envolve a decomposição dos maiores produtos ou subprodutos do projeto em partes menores e melhor gerenciáveis. A decomposição deve ser tal que identifique todo trabalho do projeto a ser realizado. Além disso, é interessante notar que “a EAP funciona como ferramenta de comunicação bastante eficiente, porque fornece visão global do projeto a todas as partes envolvidas”9. Vejam um exemplo10 de EAP: 9 Manual de gestão de projetos do TCU, p.46 10 ENAP. Curso de Elaboração de Projetos. www.pontodosconcursos.com.br 7 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Projeto de capacitação de mutiplicadores municipais Levantamento da Demanda Pl anej amento di dáti co Metodol ógi co Sel eção e aval i ação dos pr ofessor es Desenvol vi mento das aul as Aval iação Escol ha dos muni cí pi os potenciais Escol ha da Metodol ogi a Sel eção das i nsti tui ções pr ovedor as Sel eção dos l ocai s das aul as Deter mi nação dos cr i tér i os de aval iação Defi ni ção dos cr i tér i os de análise Fomatação da metodol ogi a Defi ni ção dos cr i tér ios de sel eção Contr atação dos l ocai s do cur sos Deter mi nação do método de aval iação Demandas dos muni ci pai s dos cur sos Equi pe de pr ofessor es capaci tados Execução dos cur sos Execução da aval iação Cer ti fi cação dos al unos apr ovados Vejamos agora o exemplo da EAP do projeto de implantação da gestão de projetos no TCU11: 11 Manual de gestão de projetos do TCU, p.46 www.pontodosconcursos.com.br 8 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Resumindo o que aprendemos sobre a EAP: z A EAP é uma decomposição hierárquica orientada à entrega do trabalho a ser executado pela equipe do projeto, para atingir os objetivos e criar as entregas necessárias. z A EAP organiza e define o escopo total do projeto, por meio da visualização dos deliverables (entregáveis) do projeto. z A EAP subdivide o trabalho do projeto em partes menores e mais facilmente gerenciáveis, em que cada nível descendente da EAP representa uma definiçãocada vez mais detalhada do trabalho do projeto. z É possível agendar, estimar custos, monitorar e controlar o trabalho planejado contido nos componentes de nível mais baixo da EAP, denominados pacotes de trabalho. (Cespe – Serpro 2005) A lista dos entregáveis de um projeto pode ser representada por meio de uma estrutura WBS, também denominada estrutura analítica de projeto (EAP). www.pontodosconcursos.com.br 9 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Questão correta. Os “pacotes de trabalho” da EAP também são conhecidos como “entregáveis”, já que ao final da realização das atividades de cada pacote teremos uma entrega que comporá a atividade que está em um nível acima na WBS. (Cespe – Ministério da previdência social 2006) A EAP é uma decomposição hierárquica orientada à entrega do trabalho a ser executado pela equipe do projeto, para atingir os objetivos do projeto e criar as entregas necessárias. A EAP organiza e define o escopo e o tempo total do projeto. Item errado. A definição de EAP dada pela questão é correta. O problema é que a EAP organiza e define o escopo do projeto, mas não o tempo. O tempo é representado pelo cronograma, como veremos à frente. 1.5 Verificação do escopo e controle de mudanças. Tanto a verificação do escopo como o controle de mudanças pertencem ao grupo de processos de controle. “A verificação do escopo é o processo de obtenção da aceitação formal pelas partes interessadas do escopo do projeto terminado e das entregas associadas. A verificação do escopo do projeto inclui a revisão das entregas para garantir que cada uma delas foi terminada de forma satisfatória12”. Temos que estar atentos para não confundir a verificação do escopo com o processo de controle da qualidade, que veremos mais à frente. O PMBOK diz que a verificação do escopo trata principalmente da aceitação das entregas, com base nos requisitos estabelecidos no detalhamento do escopo, enquanto o controle da qualidade trata do atendimento aos requisitos de qualidade especificados para as entregas. Em geral, o controle da qualidade é realizado antes da verificação do escopo, mas esses dois processos podem ser realizados em paralelo. O processo de verificação do escopo gera as seguintes saídas: z Entregas aceitas – as partes interessadas revisam as entregas e concluem que estão de acordo com o estabelecido no escopo do projeto. z Mudanças solicitadas – conclui-se que são necessárias algumas mudanças para que as entregas sejam plenamente aceitas. z Ações corretivas recomendadas – indica as ações necessárias para que os desvios identificados sejam corrigidos. Passemos então ao processo de controle de mudanças do escopo. “O controle do escopo do projeto trata de influenciar os fatores que criam 12 PMBOK, p.118. www.pontodosconcursos.com.br 10 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO mudanças no escopo do projeto e de controlar o impacto dessas mudanças. O controle do escopo do projeto também é usado para gerenciar as mudanças no momento em que efetivamente ocorrem. As mudanças não controladas são freqüentemente chamadas de aumento do escopo do projeto. A mudança é inevitável e, portanto, exige algum tipo de processo de controle13”. Podemos concluir que esse processo tem como objetivo controlar as alterações no escopo do projeto, de modo a garantir que essas mudanças sejam benéficas e evitar que os limites do projeto, determinado na declaração de escopo, sejam modificados sem uma justificativa plausível. Assim como a verificação do escopo, o controle de mudanças também gera solicitações de mudanças e recomendações de ações corretivas. 1.6 Escopo de produto e de projeto. Para finalizarmos o nosso estudo sobre a gerência do escopo, precisamos fazer uma distinção importante, sobre dois termos que costumam causar confusão. Trata-se do escopo do projeto e do escopo do produto. O Escopo do produto engloba as características e funções que descrevem um produto, serviço ou resultado. Já o Escopo do projeto é o trabalho que precisa ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas.14 Por exemplo, em um projeto de construção de uma casa, o escopo do projeto inclui a elaboração da planta da casa, a construção da base, o levantamento das paredes, o acabamento e a pintura (trabalho necessário para a construção da casa). Já o escopo do produto engloba uma casa de 120m2, com quatro quartos, dois banheiros e piso de cerâmica (características da casa). Vejam que durante todo o tópico 1 estávamos tratando do escopo do projeto e não do escopo do produto, ok? Vamos ilustrar esse ponto com um exercício do Cespe. (Cespe – TST 2007) O escopo de um produto está relacionado às características e funções que o produto deve possuir e está relacionado ao trabalho que deve ser realizado para ser entregue o produto final com as características e as funções definidas. 13 PMBOK 2004, p.119 14 PMBOK 2004, p.104 www.pontodosconcursos.com.br 11 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Questão errada. A afirmativa “O escopo de um produto está relacionado às características e funções que o produto deve possuir” está correta. Mas, “o trabalho que deve ser realizado para ser entregue o produto final com as características e as funções definidas” está relacionado ao escopo do projeto e não do produto. 2. Gerenciamento do tempo. Essa área de conhecimento é uma das mais tradicionais e de maior visibilidade na gestão de projetos. Um gerenciamento do tempo adequado garante que o projeto será concluído dentro do prazo. Veremos que o principal elemento da gestão do tempo é o cronograma, uma ferramenta simples, mas muito útil, inclusive no controle dos nossos projetos pessoais. É bem provável que alguns de vocês tenham elaborado um cronograma de estudos, para garantir que estarão com todo o conteúdo estudado na hora da prova, não é verdade? Vamos então mergulhar agora nos processos de gerenciamento do tempo. 2.1Estimativa de duração de atividades e desenvolvimento do cronograma. Os processos tratados nesse item fazem parte do planejamento do projeto. O primeiro passo para a montagem de um cronograma é a listagem de todas as tarefas que serão realizadas para a entrega de cada “pacote de trabalho” da EAP. Depois que listamos as tarefas devemos fazer uma estimativa de quanto tempo levaremos para concluir cada uma, levando em conta a quantidade de recursos disponíveis (humanos e financeiros) e também os dias úteis de trabalho no projeto. Outro ponto importante é definir as precedências entre as atividades. Algumas atividades só podem começar depois que outras estiverem finalizadas. Por outro lado, podemos ter tarefas correndo em paralelo. Para estimar a duração das atividades, a equipe pode fazer analogias a partir de trabalhos similares já realizados, consultar especialistas e até fazer simulações computadorizadas e utilizar modelos matemáticos e estatísticos, no caso de projetos mais complexos. Com a lista de atividades, as precedências e a estimativa de duração determinadas, é possível partir para a elaboração do cronograma, em que utilizamos essas informaçõespara definir a data de início e fim de cada atividade. Na elaboração do cronograma devemos levar em conta também as informações contidas na declaração de escopo, em especial as premissas, restrições e marcos do projeto. Em geral o cronograma é representado na forma de um gráfico. Podem ser utilizados diagramas de rede (ênfase na lógica de rede e precedência entre as www.pontodosconcursos.com.br 12 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO atividades) e de marcos (identificam somente o início ou o término agendado das principais entregas), por exemplo. Mas o diagrama mais utilizado é o gráfico de barras, também conhecido por gráfico de gantt. Gráficos de Gantt apresentam barras representando as atividades e mostram as datas de início e conclusão das atividades. Os gráficos de barras são relativamente fáceis de ler e são freqüentemente usados em apresentações gerenciais. Vejam um exemplo na figura abaixo15 Vejam que na primeira linha do gráfico temos o projeto com sua duração total (de fevereiro a junho de 2007). Ainda na coluna “nome” temos cada atividade do projeto, seguidas do seu início e término previstos. A duração de cada uma das atividades é representada por uma barra no calendário do ano de 2007.As barras pretas representam as atividades-mãe (compostas por tarefas) e as barras coloridas representam as tarefas que compõem cada atividade. Pelo gráfico podemos ver que várias atividades ocorrem em paralelo, como, por exemplo “Conferencistas” e “Transporte”. O gráfico nos mostra também quando há precedência entre uma atividade e outra. Por exemplo, a escolha dos apresentadores só ocorre depois dos textos prontos. Da mesma forma, a escolha dos tradutores só pode ser feita após a escolha dos apresentadores. Por fim, podemos enxergar também os marcos dos projetos – “Apresentações Feitas” e “Fim do projeto” – que estão representados no gráfico pelos losangos. Vejamos como o conhecimento do gráfico de Gantt foi cobrado na prova do TRE/TO em 2007: 15 http://sistema.netproject.com.br/netproject_wiki/index.php/Imagem:Grafico_gantt1.jpg#file www.pontodosconcursos.com.br 13 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO (Cespe – TRE/TO 2007) Em um projeto, gráficos de Gantt podem ser construídos para identificar inícios e términos das atividades, mas não para identificar quais atividades serão concorrentes e quais serão seriais. Questão errada, pois além de permitir a identificação do início e término das atividades, o gráfico de Gantt também permite uma ótima visualização das atividades concorrentes (ocorrem ao mesmo tempo) e seriais (o início de uma atividade depende do término da outra). Mais uma questão sobre o gerenciamento do tempo: (CESPE – IEMA 2007) O cronograma de um projeto deve ser elaborado ao longo da sua etapa de execução. Item errado. Vimos que o cronograma é elaborado durante o planejamento do projeto. 2.2Controle do cronograma. Redes de precedência, folgas, caminho crítico. O processo de controle do cronograma consiste no monitoramento das mudanças no cronograma do projeto e está relacionado aos seguintes fatores16: z Determinação do andamento atual do cronograma do projeto z Controle dos fatores que criam mudanças no cronograma z Gerenciamento das mudanças conforme elas efetivamente ocorrem. Para o controle do cronograma é interessante entendermos os conceitos de redes de precedência, folgas e caminho crítico. Redes de precedência (Rede PERT): Lembram que falamos de definição das precedências entre as atividades para montagem do cronograma? Pois é, a rede PERT é uma maneira simples de enxergarmos o inter-relacionamento das atividades dentro do projeto de uma maneira global. Vejam um exemplo simplificado de um diagrama de rede PERT. Cada quadradinho representa uma atividade. 16 PMBOK 2004, p.152 www.pontodosconcursos.com.br 14 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Percebam que as atividades 2 e 3 dependem da conclusão da atividade 1. Já a atividade 4 só se inicia depois da conclusão das atividades 1 e 3. A atividade 5 depende apenas da atividade 2. A atividade 6 depende da conclusão das atividade 4 e 5. E a atividade 7 depende apenas das atividade 6. Nesse caso demos um exemplo de inter-relacionamento baseado em “término para início”, ou seja, a atividade sucessora somente se inicia com o término da atividade predecessora. Existem outras formas possíveis de inter- relacionamento, que podem ser representadas em uma rede PERT17: z Início para início: a atividade sucessora somente se inicia com o início da atividade predecessora, portanto as atividades podem ser simultâneas. z Término para término: atividade sucessora somente termina com o final da atividade predecessora. Assim, as atividades se finalizam de forma sincronizada. z Início para término: relação pouco usual. Ocorre quando o fim de uma atividade depende do início de uma atividade anterior. Na definição da rede de precedência, é muito importante que sejam definidas as primeiras e as últimas datas de início e término de cada atividade e do projeto como um todo. Para entendermos os conceitos de folga e caminho crítico vamos utilizar as idéias de Menezes18. A primeira data de início (PDI) é a primeira chance que a atividade tem de começar, consideradas todas as outras atividades que a antecedem na rede. A última data de início(UDI) é o último momento que teremos para iniciar a atividade. Se a atividade não for iniciada nessa data, o projeto todo pode ter seus prazos comprometidos. 17 Vargas, p.173 18 Menezes, p. 148-153 www.pontodosconcursos.com.br 15 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO A primeira data de término (PDT) é nada mais que a PDI acrescida da duração da atividade. Ou seja, é a primeira oportunidade de encerrar a atividade. Já a última data de término (UDT) é a UDI acrescida da duração da atividade. Representa a última chance que temos para concluir a atividade sem atrasar todo o projeto. Com base no conhecimento desses conceitos, podemos calcular a folga (F) das atividades. A folga é dada pela diferença entre a primeira e a última data de início ou de término: F = UDI-PDI = UDT- PDT Essa folga representa o atraso máximo que uma atividade pode sofrer – a partir da sua primeira data de início – sem que haja um atraso no projeto como um todo. Quando F=0 (zero) não existe folga, o que significa que a atividade tem uma única data para ser iniciada e não pode sofrer atrasos para não prejudicar a execução das atividades seguintes. As atividades que possuem folga zero são chamadas de atividades críticas e o caminho formado por elas é conhecido como caminho crítico. “O caminho crítico é constituído pelas atividades críticas, cujo atraso implica, necessariamente, no atraso do término do projeto. Ele é composto pela seqüência de atividades que definem a duração do projeto. A análise do caminho crítico auxilia o gestor do projeto no acompanhamento das atividades essenciais para o cumprimento do prazo total do trabalho. Um projeto pode ter mais de um caminho crítico, o que significa que o projeto pode ter diversasalternativa possíveis para o seu encerramento.”19 2.3Técnicas de compressão e paralelismo. O nosso edital destacou as técnicas de compressão para gerenciamento do tempo. Vejamos então o que o PMBOK20 nos diz sobre tais técnicas. A compressão do cronograma reduz o cronograma do projeto sem mudar o escopo do projeto para atender restrições, datas impostas do cronograma e outros objetivos do cronograma. As técnicas de compressão do cronograma incluem: z Compressão. Técnica para comprimir o cronograma por meio de ações tomadas para diminuir a duração total do cronograma do projeto pelo menor custo adicional. São analisadas as compensações entre custo e 19 Manual de gestão de projetos do TCU, p. 80 20 PMBOK, p.145 e 355 www.pontodosconcursos.com.br 16 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO cronograma para determinar como se obtém o máximo de compressão para o menor custo incremental. A compressão nem sempre produz uma alternativa viável e pode resultar em aumento de custo. Abordagens típicas de compressão de um cronograma incluem a redução das durações das atividades do cronograma e o aumento da atribuição de recursos nas atividades do cronograma. z Paralelismo. Uma técnica de compressão do cronograma que altera a lógica de rede, fazendo com que fases ou atividades que normalmente seriam feitas em seqüência, sejam realizadas em paralelo. Um exemplo seria construir a fundação de um prédio sem que os desenhos de arquitetura estejam terminados. O paralelismo pode resultar em retrabalho e em maior risco. Para finalizarmos o estudo do gerenciamento do tempo vamos fazer um exercício: (Cespe – SEGRAE/AC 2005) Como os projetos têm prazo definido, o gerente deve estabelecer para essas atividades um cronograma rígido, sem qualquer margem para negociação dos prazos de conclusão das etapas intermediárias. Item errado. Vimos que o cronograma não é totalmente rígido. Em geral as atividades possuem uma “folga” que pode ser utilizada sem causar atraso ao projeto como um todo. Além disso, sabemos que podem ocorrer situações inusitadas que exigirão do gerente do projeto uma certa flexibilidade em relação ao cronograma. 3. Gerenciamento de custo. O gerenciamento do custo, assim como o do tempo, é umas das áreas de maior visibilidade da gestão de projetos, pois visa garantir que o projeto seja concluído dentro do seu orçamento. Afinal de contas, ninguém quer gastar mais que o estritamente necessário para que o projeto atinja seus objetivos. Também é uma área mais fácil de estudar porque podemos fazer uma analogia com nossos projetos pessoais. Quando vamos fazer uma viagem, uma das principais partes do nosso planejamento não é exatamente quanto poderemos gastar, e como esses gastos serão divididos entre as diversas despesas? Vejamos então como a metodologia do PMBOK prescreve o gerenciamento dos custos de um projeto. 3.1Planejamento dos recursos. Estimativa dos custos. Aqui devemos fazer uma observação similar à que fizemos no processo de www.pontodosconcursos.com.br 17 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO iniciação do escopo. O processo de planejamento dos recursos também existia na 2ª edição do PMBOK e foi remanejada na 3ª edição (passou a compor a gerência do tempo). Mas, se o examinador optou nesse caso pela versão mais antiga, vamos estudar esse item de acordo com o PMBOK 2000. O primeiro passo para se gerenciar os custos de um projeto é planejar os recursos necessários à sua consecução. O planejamento de recursos é o “processo destinado a determinar quais recursos (pessoas, equipamentos e materiais) e em que quantidades serão utilizados para realizar as atividades do projeto. O produto desse processo é a lista de recursos alocados em cada pacote de trabalho da EAP”21. De acordo com Valeriano22, para fazer o planejamento dos recursos, a equipe do projeto utiliza suas próprias habilidades e conhecimentos (experiências anteriores), assim como a opinião de especialistas, para que sejam corretamente definidas as qualificações das pessoas necessárias ao projeto, os requisitos dos materiais, processos, instrumentos e ferramentas. Além disso, será preciso avaliar quando deverão estar disponíveis no projeto e por quanto tempo. É interessante notar que esse processo está intimamente ligado com a estimativa de tempo das atividades, que irá subsidiar a elaboração do cronograma. Após essa etapa, é realizada uma estimativa de custos para cada recurso considerado necessário ao projeto. “A estimativa de custos da atividade do cronograma envolve o desenvolvimento de uma aproximação dos custos dos recursos necessários para terminar cada atividade do cronograma. Na aproximação dos custos, o avaliador considera as possíveis causas de variação das estimativas de custos, inclusive os riscos. Os custos das atividades do cronograma são estimados para todos os recursos cujos custos serão lançados no projeto. Isso inclui mas não se limita a mão-de-obra, materiais, equipamentos, serviços e instalações, além de categorias especiais como uma provisão para inflação ou um custo de contingência”23. Para realizar as estimativas de custos, podemos utilizar as seguintes técnicas: z analogia - estimativas análogas de projetos ou atividades similares anteriores. z parametrização – utilização de modelos matemáticos para avaliar custos empregando parâmetros conhecidos ou estimados, como custo de transporte por tonelada, por quilômetro, custos de volume de concretagem, de terraplanagem, custo por homem-hora, hora- 21 Vargas, p.69, adaptado 22 Valeriano, p. 221 23 PMBOK 2004, p.161 www.pontodosconcursos.com.br 18 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO máquina24. z composição de custos (estimativa ascendente – bottom-up – de custos) – realização de estimativas de custos por pacotes de trabalho. Os custos de cada pacote de trabalho são totalizados nos custos das atividades dos níveis mais altos da EAP. É importante notar que a estimativa de custos não é um processo totalmente rígido e acaba se aperfeiçoando com o avanço do projeto. “As estimativas de custos podem se beneficiar do refinamento durante o andamento do projeto para refletir os detalhes adicionais disponíveis. A exatidão de uma estimativa de projeto irá aumentar conforme o projeto se desenvolve através do ciclo de vida do projeto”25. Apesar de o nosso edital não ter trazido explicitamente o processo de orçamentação, achamos importante apresentá-lo para que vocês possam entender o gerenciamento dos custos de uma forma mais global. Além disso, não descartamos a possibilidade desse processo ser cobrado em prova. A orçamentação é realizada logo após a estimativa de custos e, de acordo com o PMBOK, envolve a agregação dos custos estimados de atividades do cronograma individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base dos custos totais para a medição do desempenho do projeto. A linha de base significa uma referência para comparação durante o controle do projeto. Vejam como o Cespe tentou fazer uma “pegadinha” em relação a esse conceito: (Cespe – Ministério da previdência social 2006) A elaboração do orçamento envolve a agregação dos custos exatos decada atividade do cronograma, sejam eles individuais ou de pacotes de trabalho, para estabelecer uma linha de base dos custos totais para a medição do desempenho do projeto. Questão errada. Percebam que o examinador copiou o trecho do PMBOK que acabamos de ver e apenas trocou a palavra “estimados” por “exatos”, comprometendo assim a veracidade da afirmativa. Não podemos pensar que o orçamento é capaz de trazer todos os custos exatos do projeto, sem margem para variações. Por isso é importante que todos os projetos possuam uma reserva de contingência, para alterações inesperadas em seu orçamento. 24 Valeriano, p. 226, adaptado 25 PMBOK, 2004. p.161 www.pontodosconcursos.com.br 19 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO 3.2Controle dos custos. Análise de valor agregado. O processo de controle dos custos busca monitorar o comportamento dos custos do projeto, avaliando os fatores que podem modificar os custos inicialmente previstos. De acordo com o PMBOK26, o controle de custos do projeto inclui: z Controlar os fatores que criam mudanças na linha de base dos custos. z Garantir que houve um acordo em relação às mudanças solicitadas. z Monitorar as mudanças reais quando e conforme ocorrem. z Garantir que os possíveis estouros nos custos não ultrapassam o financiamento autorizado periodicamente e no total para o projeto. z Monitorar o desempenho de custos para detectar e compreender as variações em relação à linha de base dos custos. z Registrar exatamente todas as mudanças adequadas em relação à linha de base dos custos. z Evitar que mudanças incorretas, inadequadas ou não aprovadas sejam incluídas nos custos relatados ou na utilização de recursos. z Informar as partes interessadas adequadas sobre as mudanças aprovadas. z Agir para manter os estouros nos custos esperados dentro dos limites aceitáveis. Vejamos uma questão sobre o gerenciamento de custos: (Cespe – Ministério da previdência social 2006) A estimativa do custo das atividades de um cronograma envolve o dimensionamento dos custos dos recursos necessários para terminar cada atividade. Na definição desses custos, o avaliador deve considerar as possíveis causas de variação, para que possa calcular os custos com precisão. Item errado. O erro se parece com o anterior. Se o avaliador vai considerar as possíveis causas de variação, como poderá calcular os custos com precisão? O que ele vai fazer é uma estimativa dos custos. Passemos então ao conceito de análise de valor agregado. De acordo com Vargas27, a análise de valor agregado é a responsável pelo acompanhamento financeiro de todo o projeto. Ela tem como objetivo detalhar os custos do projeto de forma a acompanhar com precisão as evoluções do seu custo. Valor agregado é um conceito prático e simples que tem foco na relação entre os custos reais consumidos e o trabalho realizado no projeto. O objetivo está 26 PMBOK 2004, p. 171 27 Vargas, p.195. www.pontodosconcursos.com.br 20 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO na performance realmente obtida com o que foi gasto, ou seja, o que foi obtido pelo projeto em relação ao gasto financeiro para atingir aquele resultado. 4. Gerenciamento de qualidade. Todos nós, como consumidores, temos uma noção intuitiva do conceito de qualidade. Afinal de contas, quando vamos comprar qualquer coisa, esperamos adquirir um produto “de qualidade”. No gerenciamento de projetos a qualidade é um fator essencial para garantir o sucesso do projeto. “A qualidade, segundo sua definição de âmbito internacional, é a totalidade das características de uma entidade (pessoa, instituição, produto ou serviço) que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas (...) A gerência da qualidade trata de assegurar que o projeto satisfará todas as necessidades para as quais ele foi encetado”28 De acordo com o PMBOK29 “o gerenciamento da qualidade do projeto deve abordar o gerenciamento do projeto e do produto do projeto. Enquanto o gerenciamento da qualidade do projeto se aplica a todos os projetos, independentemente da natureza de seu produto, as medidas técnicas de qualidade do produto são específicas do tipo particular de produto produzido pelo projeto”. Vamos então estudar os processos que concretizam o gerenciamento da qualidade. 4.1Planejamento da qualidade. O planejamento da qualidade consiste na identificação dos padrões de qualidade relevantes para o projeto e determinação de como satisfazê-los. Ou seja, são definidos os requisitos de qualidade que devem ser seguidos para satisfazer as partes interessadas do projeto. O planejamento da qualidade possui uma interface muito grande com outros processos de planejamento, como custo e tempo. Caso defina-se por um produto de qualidade maior, os custos tendem a aumentar, por exemplo. O principal produto desse projeto é o plano de gerenciamento da qualidade, que tem como objetivo documentar30: z Como os requerimentos de qualidade do projeto serão gerenciados. z Como as mudanças nos requerimentos de qualidade serão integradas ao projeto. z Com que freqüência os aspectos de qualidade do projeto serão reavaliados. 28 Valeriano, p.230. 29 PMBOK, p.180 30 Vargas, p.75 www.pontodosconcursos.com.br 21 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO z Dentro de qual orçamento as necessidades de mudanças na qualidade se enquadrarão. z Como as variações nos requerimento de qualidade serão identificadas, classificadas e priorizadas. z Por meio de que procedimentos será atendida uma necessidade de mudança nos padrões de qualidade não prevista no plano. z Como e com que freqüência o plano de gerenciamento da qualidade será revisto. z Quem será o responsável pelo gerenciamento e pelo controle do plano de gerenciamento da qualidade. Vejamos uma questão sobre esse processo: (Cespe – Anatel 2006) Sob a ótica do planejamento da qualidade em projetos, as especificações funcionais devem traduzir as necessidades e expectativas do cliente em relação ao desempenho esperado para o produto. Questão correta. O cliente é a principal parte interessada em muitos projetos, portanto o planejamento da qualidade deve especificar as funcionalidades do produto que atenderão as suas expectativas e necessidades em relação a tal produto. É preciso planejar a qualidade de forma que o produto “agrade” o cliente. Caso contrário, todo o investimento será em vão. 4.2Controle e garantia da qualidade. Requisitos e indicadores de qualidade. O controle e a garantia da qualidade são processos muito parecidos, e é realmente muito fácil confundi-los, já que os objetivos dos dois processos são realmente muito próximos. No fundo ambos visam a garantir que os padrões de qualidade estabelecidos no planejamento serão atendidos, assim como a promover a melhoria da qualidade ao longo do projeto. Uma grande diferença é que a garantia da qualidade é um processo de execução e o controle da qualidade pertence ao grupo de processos de controle. Na prática esses processos se sobrepõem e se confundem, já que execução e controle ocorrem simultaneamente. Mas, para fins didáticos e deprova temos que perceber essas diferenças sutis. “A garantia da qualidade (GQ) é a aplicação de atividades de qualidade planejadas e sistemáticas para garantir que o projeto irá empregar todos os processos necessários para atender aos requisitos”31. Para Vargas, é processo que engloba todas as atividades sistemáticas implementadas dentro do sistema de qualidade para assegurar que o projeto irá satisfazer os mais importantes padrões de qualidade. 31 PMBOK, p.187 www.pontodosconcursos.com.br 22 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Já o controle da qualidade se concentra no monitoramento dos resultados do projeto para determinar se eles estão atendendo a todos os padrões de qualidade definidos. Vejam que, enquanto a garantia da qualidade centra-se nos processos produtivos, o controle está mais focado no monitoramento dos resultados (produtos). Outro ponto importante em relação ao controle e qualidade é que este deve “estar voltado mais para ações preventivas de não- conformidades do que para as ações corretivas e retrabalho”32. Tanto o controle como a garantia da qualidade devem ser feitos com base em requisitos e indicadores de qualidade, definidos na fase de planejamento. Os requisitos são os padrões de qualidade definidos, aquilo que os produtos gerados devem possuir para que se possa dizer objetivamente que a qualidade foi atingida. “Um elemento essencial do gerenciamento da qualidade no contexto do projeto é transformar as necessidades, desejos e expectativas das partes interessadas em requisitos 33“. Atualmente, as normas da ISO (International Organization for Standardization34) são reconhecidas como estabelecedoras de requisitos gerais de qualidade no mundo todo e também são aplicáveis a projetos. Não precisamos nos aprofundar nas normas ISO, pois elas não são cobradas no nosso edital. Já os indicadores servem para medir se o requisito foi ou não alcançado. Um Indicador é uma relação matemática que mede, numericamente, atributos de um processo ou de seus resultados, com o objetivo de comparar essa medida com metas e condições preestabelecidas (requisitos). Para finalizarmos nosso estudo sobre gerência da qualidade vamos ver como isso vem sendo cobrado em concursos? (Cespe – Prefeitura de Vitória 2007) Segundo o PMBOK do PMI, no grupo dos processos de planejamento, têm-se atividades para planejamento da qualidade. No grupo de processos de execução, têm-se atividades para garantia da qualidade e, no grupo de processos de controle, têm-se atividades para controle da qualidade. Questão correta. É o tipo de questão que não exige muita análise. Para acertá- la bastaria conhecer os processos de gerenciamento da qualidade e saber a quais dos cinco grupos de processos (iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento) cada um deles pertence. (Cespe/ Min. Prev. Social 2006) Os processos de gerenciamento de qualidade do projeto incluem, entre outros: plano de gerenciamento do projeto, 32 Valeriano, p.235 33 PMBOK, p. 34 Organização internacional de normalização www.pontodosconcursos.com.br 23 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO orientação e gerenciamento da execução do projeto e monitoração e controle do trabalho do projeto. Questão errada. O examinador relacionou à gestão da qualidade processos gerais do gerenciamento de projetos e não processos específicos da gestão da qualidade. Item, portanto, errado. 5. Gerenciamento de recursos humanos. A gestão dos recursos humanos é de extrema importância, já que são as pessoas que “fazem o projeto acontecer”. De acordo com Vargas “no passado, a maioria dos projetos se preocuparam unicamente com aspectos técnicos, que foram altamente desenvolvidos. Porém, os aspectos humanos, que poderiam conduzir o projeto aos mesmos ganhos, foram relegados a um segundo plano. Agora, são eles o foco dos principais estudos e trabalhos na área”35 Na atual era da informação em que vivemos, em que o conhecimento tem sido considerado o ativo mais importante das organizações, uma boa gestão de recursos humanos gera vantagem competitiva para o negócio e seus projetos. O gerenciamento dos recursos humanos exige uma boa capacidade de liderança e comunicação do gerente de projeto. Vejamos então os processos de gerenciamento de recursos humanos contemplados no PMBOK. 5.1Montagem de equipes. O nosso edital não explicitou o processo de “planejamento de recursos humanos” que é o primeiro processo dessa área. Sinceramente, não entendemos o porquê, mas vamos ver rapidamente o conceito desse processo, pois não duvidamos da possibilidade de ser cobrado em prova como parte do item geral “gerenciamento de recursos humanos”. O planejamento de recursos humanos, também conhecido como planejamento organizacional, consiste em “identificar e documentar as responsabilidades e as relações hierárquicas entre as pessoas do projeto. O plano de gerenciamento de equipes, o organograma do projeto, bem como as atribuições de responsabilidades são produtos desse processo”36. Após o planejamento organizacional é desenvolvido o processo de montagem da equipe, que também pertence ao grupo de processos de planejamento. A montagem da equipe é o processo de obtenção dos recursos humanos necessários para terminar o projeto. O recrutamento das pessoas pode ser realizado interna ou externamente à organização executora do projeto. 35 Vargas, p.76. 36 Vargas, p.79 www.pontodosconcursos.com.br 24 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO Esse momento de formação da equipe é de extrema importância para “garantir a consistência do trabalho da equipe e seu envolvimento gradativo para posterior comprometimento com relação aos resultados pretendido”37. A principal saída desse processo é a designação de pessoal para o projeto, com a lista dos membros do projeto e suas funções. 5.2. Desenvolvimento de equipes de projeto. O processo de desenvolvimento de equipes pertence ao grupo de processos de execução e visa ao desenvolvimento das competências dos membros da equipe, assim como à sintonia e integração do grupo, para que o trabalho em equipe funcione efetivamente. Para o desenvolvimento das equipes são utilizadas técnicas como treinamento, e políticas de recompensa e premiações, com o objetivo de promover uma melhoria contínua no desempenho da equipe. Vamos ilustrar o que aprendemos até agora com duas questão sobre o gerenciamento de recursos humanos: (Cespe – Ancine 2005) A metodologia PMI relaciona três processos principais, que interagem para o gerenciamento de pessoas dentro da gestão de projetos. O planejamento organizacional consiste em identificar, documentar e designar os papéis, as responsabilidades e os relacionamentos de reporte dentro do projeto; a montagem da equipe trata de fazer que as pessoas necessárias sejam designadas e trabalhem no projeto; e o desenvolvimento da equipe cuida do desenvolvimento das competências individuais e de grupo para elevar o desempenho do projeto. Questão correta. Gente, esse item é um resumo dos processos de gestão de RH que estudamos, não é? Ótima questão para fixação do conhecimento.(Cespe – STJ 2004) No PMBOK, o processo de desenvolvimento da equipe, que consiste em desenvolver os perfis individuais ou de grupo para melhorar o desempenho da equipe, está vinculado à gerência da qualidade de projetos. Item Errado. O conceito do processo de desenvolvimento da equipe está correto, o único problema é que ele não está vinculado à gerência da qualidade, e sim à gerência de recursos humanos. Pessoal, já perceberam que o Cespe faz muito isso? Várias questões relacionam processos do PMBOK à áreas de conhecimento erradas. 37 Menezes, p.102 www.pontodosconcursos.com.br 25 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO 5.3 Matriz de responsabilidades. Análise de partes interessadas (stakeholders). Vamos estudar agora duas importantes ferramentas utilizadas no gerenciamento de RH. Matriz de responsabilidades: é uma matriz usada para ilustrar as conexões entre um trabalho que precisa ser realizado e membros da equipe do projeto. Essa matriz deixa bem claro qual a responsabilidade de cada pessoa em relação a cada tarefa. Vejam um exemplo simplificado na figura abaixo: Atividade Elaborar Matriz de Responsabilidades – Projeto Alfa Membros da equipe Ana Leonardo Vivian Flávio Marcela modelo A S E E E Construir protótipo E A S C C Realizar testes A E E S E S: supervisiona A: Apoia C: Fornece consultoria E: Executa Podemos perceber pela matriz que a Ana é responsável por apoiar a elaboração do modelo e a realização de testes, assim como executar a construção do protótipo. Já o Flávio tem como responsabilidade executar a elaboração do modelo, fornecer consultoria para a produção do protótipo e supervisionar a realização dos testes. Dessa forma, a matriz nos permite uma visão global da alocação da equipe nas atividades do projeto. Partes interessadas, ou stakeholders, ou partes envolvidas, são “todas as pessoas ou as entidades que podem influenciar, positiva ou negativamente, o projeto. Elas têm algo em comum com o projeto, cedendo ou retirando recursos, demandando atividades e influenciando no seu desenvolvimento”38. Destacam-se como partes envolvidas o cliente, o gerente do projeto, a organização executora e o patrocinador, que freqüentemente possuem objetivos diferentes, o que pode gerar diversos conflitos: z O cliente é o indivíduo ou organização que fará uso do produto do projeto. z O gerente do projeto é o indivíduo responsável pela gerência do projeto. Deve possuir certas habilidades da administração geral como liderança, comunicação, negociação, solução de problemas e influência na 38 Manual de Gestão de Projetos do TCU, p.47 www.pontodosconcursos.com.br 26 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO organização, além das habilidades específicas da área do projeto gerenciado. z O patrocinador é o indivíduo ou grupo, dentro da organização executora, que provê os recursos financeiros para o projeto. z A organização executora é a empresa cujos funcionários estão mais diretamente envolvidos na execução do projeto. A análise de stakeholders “identifica a influência e os interesses das diversas partes interessadas e documenta suas necessidades, desejos e expectativas. A análise então seleciona, prioriza e quantifica as necessidades, desejos e expectativas para criar os requisitos. “As expectativas que não podem ser quantificadas, como a satisfação do cliente, são subjetivas e envolvem um alto risco de não serem realizadas com sucesso. Os interesses das partes interessadas podem ser afetados de forma negativa ou positiva pela execução ou término do projeto e também podem exercer influência sobre o projeto e suas entregas”39. Resumindo, a analise das partes interessadas é uma técnica que visa à compreensão das expectativas das partes envolvidas e formulação de estratégias específicas para atendê-las a partir da execução do projeto. 6. Gerenciamento de comunicações. De acordo com o PMBOK, o gerenciamento das comunicações do projeto é a área de conhecimento que emprega os processos necessários para garantir a geração, coleta, distribuição, armazenamento, recuperação e destinação final das informações sobre o projeto de forma oportuna e adequada. Um bom gerenciamento das comunicações evita ruídos e informações distorcidas entre as partes interessadas do projeto. Vejamos então os processos dessa área de conhecimento. 6.1Planejamento de comunicações. Esse processo objetiva definir quais as necessidades de cada parte interessadas em termos de informações, assim como qual o meio e a periodicidade mais adequados para levar essas informações até o seu receptor. O produto desse processo é o plano de gerenciamento das comunicações, no qual devem estar documentados40: z os métodos que serão utilizados para coletar e armazenar as informações 39 PMBOK 2004, p.110 40 Vargas, p.84 www.pontodosconcursos.com.br 27 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO z a estrutura de distribuição das informações; z os meios de comunicação a serem utilizados (e-mail, relatórios, reuniões etc); z o cronograma de geração dos relatórios do projeto, informando o que está contido no relatório, qual é a sua periodicidade, a quem o relatório se destina, como ele será entregue e quais são os seus objetivos; z o cronograma e todas as reuniões de rotina do projeto; z um exemplo de cada relatório a ser criado, bem como das atas de reunião; z os procedimentos para o atendimento de uma necessidade de comunicação não prevista no plano; z como e com que freqüência o plano de gerenciamento das comunicações será revisto. Vamos ver como isso pode ser cobrado na prova? (Cespe – Ancine 2005) Um bom plano de comunicação pode ser a chave para que a execução e o controle do projeto tenham sucesso. No seu desenvolvimento, inclui alguns importantes fatores, como administração de informação, expectativas de stakeholders, conteúdo e precisão da informação. Item correto. Um bom plano de comunicação vai permitir que os envolvidos tenham um relacionamento produtivo e trabalhem visando a um objetivo comum, o que é muito importante para o sucesso do projeto. Ele envolve o gerenciamento das informações (que informação vai pra quem, como e quando), assim como as expectativas das partes interessadas em relação às informações que necessitam receber. O plano busca garantir também que as informações repassadas tenham um conteúdo adequado e preciso. 6.2 Matriz de comunicação e distribuição das informações. A distribuição das informações pertence ao grupo de processos de execução e envolve colocar as informações à disposição das partes interessadas no projeto no momento oportuno. De acordo com o PMBOK, a distribuição das informações inclui implementar o plano de gerenciamento das comunicações, além de responder às solicitações de informações não previstas. O grande objetivo desse processo é garantir que todos os interessados recebam no momento e na hora corretaas informações a eles destinadas. Para organizar a distribuição das informações é utilizada uma ferramenta denominada matriz de comunicação. A matriz deve conter as informações, bem como os meios que serão utilizados, para orientar como o projeto irá comunicar seu andamento. O foco da construção da matriz é a necessidade de www.pontodosconcursos.com.br 28 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO quem receberá as informações. Vejam um exemplo simplificado de matriz de comunicação: Matriz de comunicação – Projeto Alfa Stakeholders Informação desejada Forma de envio Freqüência Retornos Patrocinador do projeto Gerente do Projeto Membros da equipe do projeto O processo de distribuição das informações gera também um produto de suma importância: a documentação das lições aprendidas, que consiste na identificação dos sucessos e fracassos do projeto e inclui recomendações para melhorar o desempenho futuro dos projetos. “A documentação inclui as causas dos problemas, as razões que motivaram as ações corretivas escolhidas e outros tipos de lições aprendidas sobre a distribuição das informações. As lições aprendidas são documentadas de forma que integrem o banco de dados histórico tanto para este projeto como para a organização executora.41” 6.3 Relatórios de desempenho de projetos. Esse é um processo que pertence ao grupo de processos de controle. O processo de relatório de desempenho envolve a coleta de todos os dados de linha de base (referências iniciais em relação a prazo, custo, escopo...) e a distribuição das informações sobre o desempenho às partes interessadas. “Em geral, essas informações sobre o desempenho incluem o modo como os recursos estão sendo usados para atingir os objetivos do projeto. O relatório de desempenho deve normalmente fornecer informações sobre escopo, cronograma, custo e qualidade. Muitos projetos também exigem informações sobre risco e aquisições”42. Simplificando, os relatórios de desempenho são os meios utilizados para comunicar o andamento do projeto, em relação às suas diversas dimensões, para as partes interessadas. Devem ser resumidos e objetivos, principalmente quando encaminhados para a alta cúpula da organização. Trazem um resumo do que já foi executado no projeto, as dificuldades encontradas, as ações corretivas tomadas e as lições aprendidas. 41 PMBOK 2004 p.230 42 PMBOK 2004, p231 www.pontodosconcursos.com.br 29 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO 7. Gerenciamento de riscos. O gerenciamento dos riscos consiste em processos sistemáticos de identificação, análise e avaliação dos riscos e no estabelecimento de respostas adequadas. No senso comum um risco significa a possibilidade de acontecer algo indesejável. Mas, na gestão de projetos, o conceito é mais amplo. O gerenciamento dos riscos inclui também a detecção de oportunidades nos ambientes internos e externos ao projeto. Dessa forma, “os objetivos do gerenciamento de riscos do projeto são aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos e diminuir a probabilidade e o impacto dos eventos adversos ao projeto”43. Essa amplitude da gerência de riscos é muito importante e já foi cobrada pelo Cespe: (Cespe – Prefeitura de Vitória 2007) Segundo o PMBOK do PMI, a gerência dos riscos visa maximizar a probabilidade de ocorrerem eventos considerados positivos e minimizar a probabilidade de ocorrerem eventos adversos. Questão correta, de acordo com a definição que acabamos de estudar. Reparem que o examinador optou por ressaltar apenas a questão da probabilidade, não se referindo ao impacto. Entretanto, isso não compromete a veracidade da alternativa. 7.1 Identificação dos riscos. Análise qualitativa e quantitativa de riscos. Planejamento de resposta aos riscos. Todos os processos desse item pertencem ao grupo de processos de planejamento. Entretanto, o edital não trouxe o processo de Planejamento da gestão dos riscos, que impacta nos outros processos. Por via das dúvidas, vamos conhecer esse processo. O Planejamento da gestão dos riscos trata de decidir quanto à abordagem da gestão dos riscos e tem como produto o plano de gerenciamento dos riscos do projeto. Esse documento contém as seguintes informações: z Metodologia. Define as abordagens, ferramentas e fontes de dados que podem ser usadas para executar o gerenciamento de riscos no projeto. 43 PMBOK 2004, p.237 www.pontodosconcursos.com.br 30 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA TIMÓTEO z Funções e responsabilidades. Define a liderança, suporte e participação da equipe em cada tipo de atividade do plano de gerenciamento de riscos. z Orçamentação. Designa recursos e estima os custos necessários para o gerenciamento de riscos. z Tempos. Define quando e com que freqüência o processo de gerenciamento de riscos será executado durante todo o ciclo de vida do projeto e estabelece as atividades de gerenciamento de riscos que serão incluídas no cronograma do projeto. z Categorias de risco. Fornece uma estrutura que garante um processo abrangente para identificar sistematicamente os riscos até um nível consistente de detalhes e contribui para a eficácia e qualidade da identificação de riscos. z Definições de probabilidade e impacto de riscos. A qualidade e credibilidade do processo Análise qualitativa de riscos exigem a definição de níveis diferentes de probabilidades e impactos de riscos. Aqui são definidas as faixas (alta, media, baixa) de impacto e probabilidade dos riscos, necessárias para a análise qualitativa de riscos. A identificação dos riscos consiste no levantamento das possibilidades de ocorrência de riscos, verificação de suas características e documentação. Trata- se de um processo que deve ser realizado continuamente ao longo do projeto. A análise qualitativa de riscos é a priorização dos riscos para análise ou ação adicional subseqüente através de avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto. Menezes44 denomina essa análise de grau de exposição ao risco (ER), que é calculado da seguinte forma: ER = Probabilidade x Impacto Se a ER for baixa uma opção possível é a aceitação do risco, pois talvez seja mais barato arcar com as conseqüências da concretização do risco do que promover ações para evitá-lo. Se a ER for média podemos optar pela mitigação ou amenização do risco, por meio de planos de contingência, que visam à diminuição da probabilidade ou do impacto, caso o risco se concretize. Mas, se a ER for alta, uma ação imediata deve ser tomada para evitar que o risco se concretize, pois, caso isso ocorra, os prejuízos para o projeto podem ser muito significativo. Percebam que a definição da ER é uma forma de priorizar os riscos para os quais devemos gerar respostas. A fórmula de cálculo para as variáveis de impacto e probabilidade é definida em cada projeto, assim como as faixas que classificam a ER como baixa, média ou alta. 44 Menezes, p.131 www.pontodosconcursos.com.br 31 CURSO ON-LINE PLANEJAMENTO E GESTÃO PARA TCU PROFESSORES FLÁVIO POMPÊO E MARCELA
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