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Aula 1 Sólido cristalino – é um sólido nos quais os átomos, íons ou moléculas estão em um arranjo ordenado. Sólido amorfo - é aquele em que os átomo, íons ou moléculas estão desordenados como ocorre com a manteiga, a borracha e o vidro. Sólidos moleculares – são conjuntos de moléculas discretas mantidas em suas posições por forças intermoleculares e suas propriedades físicas dependem das energias dessas forças. Exemplos: naftaleno, gelo, I2. Sólidos reticulares – formados por átomos ligados a seus vizinhos por covalências em todo o sólido. Formam uma rede que se estende por todo o cristal. Esses sólidos são muito duros, com ponto de fusão e ebulição elevados. Exemplos: diamante, grafite, SiO2 Grafite e Diamante Sólidos metálicos ou simplesmente metais - formados por cátions unidos por um “mar” de elétrons. A estrutura pode ser considerada como formada por esferas rígidas empilhadas. É possível explicar as estruturas e propriedades de muitos metais se considerarmos que as esferas adotam uma estrutura de empacotamento compacto, na qual elas se empilham, deixando o mínimo espaço possível. (a) Estrutura hexagonal de Empacotamento (ech) (b) Estrutura cúbica de empacotamento compacto ou cúbica de face centrada (ecc/cfc) (a) Estrutura hexagonal de Empacotamento (ech) O empacotamento compacto é relativamente fácil de ver, com prismas hexagonais partilhando faces verticais no cristal maior. A célula unitária mínima é menor do que o prisma hexagonal; tendo qualquer 4 átomos que se tocam em uma camada e estendendo até a terceira camada teremos uma célula unitária com um paralelogramo como base. (b) Estrutura cúbica de empacotamento compacto ou cúbica de face centrada (ecc/cfc) Sólidos iônicos – construídos pela atração mútua de cátions e ânions. NaCl K2Cr2O7 Sistemas cúbico a = b = c a = b = g =90º tetragonal a = b c a = b = g =90º ortorrómbico a b c a = b = g =90º monoclínico a b c a = g =90º b90º triclínico a b c a b g 90º hexagonal a = b c a = b =90º g =120º romboédrico a = b = c a=b= g 90º Todas as estruturas cristalinas podem ser expressas em termos de 14 padrões básicos, chamados de retículos de Bravais. • Empacotamento de esferas • As esferas se empacotam de forma distinta. • Cada arranjo distinto apresenta um número de coordenação • Empacotamento não compacto • Célula unitária Célula cúbica simples (cs) • Célula unitária Célula cúbica de corpo centrado (ccc) • Empacotamento compacto • Célula unitária Célula cúbica de face centrada (cfc) • Célula unitária Célula hexagonal compacta (chc) I – Célula cúbica primitiva ou cúbica simples (cs) II – Célula cúbica de corpo centrado (ccc) III – Célula cúbica de face centrada ou cúbica de empacotamento compacto (cfc) ANÁLISE DAS CÉLULAS UNITÁRIAS CÚBICAS Detalhamento no quadro SISTEMA CÚBICO SIMPLES Raio= aresta/2 SISTEMA Raio= aresta. 2 4 SISTEMA CÚBICO DE CORPO CENTRADO Raio= aresta. 3 4 Aula 2 A característica mais marcante de compostos metálicos e iônicos é o arranjo adotado pelos átomos e íons que formam um cristal. Se não há ligações covalentes direcionais, as esferas estão livres para se empacotarem tão próximas quanto a geometria permite e consequentemente adotam uma estrutura de empacotamento compacto, na qual há o mínimo de desperdício de espaço. Modelo bidimensional: à esquerda, um empacotamento não compacto e à direita o compacto. Empacotamento compacto é definido quando as esferas são aglomeradas em camadas bidimensionais umas sobre as outras, de modo a resultar no menor espaço vazio entre elas. Na estrutura de empacotamento compacto de átomos idênticos, cada esfera possui 12 vizinhos, o número mais próximo que a geometria permite. Quando a ligação direcional é importante, as estruturas resultantes possuirão número de coordenação menor que doze (NC<12). Supõe-se que os íons/átomos se comportem como se fossem esferas, dispostas de modo a preencher o espaço da maneira mais efetiva possível. Dois arranjos são mais comuns: (a) Empacotamento Compacto Hexagonal (ech) (b) Empacotamento Cúbico Compacto (ecc) São portanto dois politipos – estruturas que são as mesmas em duas dimensões (no caso, planos) mas diferente na terceira. FATOR DE EMPACOTAMENTO O fator de empacotamento nos informa o quanto um arranjo de esferas rígidas se aproxima de um empacotamento compacto. Conforme o sistema cúbico avaliado, um fator de empacotamento é associado a ele. Para um arranjo cúbico simples (primitivo), o fator é 0,52; para um cúbico de corpo centrado é 0,68 e para um cúbico compacto é 0,74. Fator de empacotamento= Número de átomos na célula unitária x Volume dos átomos Volume da célula unitária : Vol. dos átomos = Vol. Esfera = 4R3/3 Buracos na estrutura de Empacotamento Compacto Existem 2 tipos de buracos nas estruturas (espaços não ocupados; interstícios): - Interstícios tetraédricos – delimitados por 4 esferas - Interstícios octaédricos – delimitados por 6 esferas Em ambas as estruturas, no caso de grandes ordenamentos tridimensionais, o número de buracos octaédricos é igual ao número de esferas e o número de buracos tetraédricos é igual ao dobro desse número. Ligas e sólidos iônicos podem ser encarados como formados por arranjos empacotados compactos expandidos no qual átomos adicionais ou íons ocupam todos ou alguns buracos. Um buraco octaédrico, o, encontra-se entre dois triângulos planares com direções opostas de esferas em camadas adjacentes. Se há N átomos na estrutura empacotada, há N buracos octaédricos. O buraco em um arranjo cfc tem uma simetria octaédrica local, pois está rodeado por 6 esferas vizinhas mais próximas, com seis centros nos vértices de um octaedro. Um buraco tetraédrico, T, é formado por um triângulo planar de esferas que se tocam, cobertas por uma única esfera situada sobre a depressão que elas formam. Há dois tipos de buracos tetraédricos em qualquer sólido empacotado compacto: em um deles, o ápice do tetraedro é dirigido para cima e, no outro, o ápice aponta para baixo. Há N buracos de cada tipo e 2N no total. POLIMORFISMO NOS METAIS A baixa direcionalidade de ligações que os átomos dos metais podem formar sugere uma larga ocorrência de polimorfismo, a habilidade de adotar diferentes formas cristalinas, sob diferentes condições de pressão e de temperatura. O ferro, por exemplo, mostra várias transições de fase do tipo sólido-sólido à medida que é aquecido e os átomos adotam novos arranjos de empacotamento. Slide do site: http://docslide.com.br/documents/introducao-a-tecnologia-dos-materiais-prof-henrique-cezar-pavanati-dr-eng-e-mail-pavanatiifscedubr-proin-i-instituto- federal-de-santa-catarina-campus.html São mantidos pela força de atração eletrostática entre íons positivos e negativos. A força de atração será máxima quando cada íon for circundado pelo maior número possível de íons de carga oposta. O número de íons que circunda determinado íon de carga oposta é chamado de número de coordenação (MC) Somente íons na faixa de tamanho apropriado são estáveis em cada posição intersticial. Desta forma a relação entre o tamanho do cátion pelo do ânion tem influência na definição da estrutura cristalina. Alguns cálculos da relação dos raios (no quadro) ALGUMAS ESTRUTURAS COMUNS BASEADAS NO EMPACOTAMENTO COMPACTO Muitas estruturas iônicas comuns se baseiam no ecc ou no ech com um dos íons ocupando os pontos de rede e o outro ocupando os buracos ou pontos intersticiais. Este é o caso do NaCl, onde os íons de um tipo ocupam um ordenamento ecc enquanto o outro ocupa os buracos octaédricos.Não é necessário especificar quais são os íons que ocupam uma dada posição porque elas são equivalentes. É razoável assinalar os ânions nas posições das esferas e os cátions nas posições intersticiais porque os primeiros são maiores e supostamente estão em contato. Estruturas cristalinas binárias: Tipo AB A- cátion B- ânion 1- Tipo Sal de rocha – NaCl (sal gema) • RNa + / RCl - =1,02/1,81 = 0,5635 - NC=6 • Desta forma ânions ocupam posições equivalentes à uma rede cfc e os cátions os interstícios octaédricos • Cada íon está rodeado por 6 contra-íons • Adotam essa estrutura os haletos alcalinos, os monóxidos do grupo 2 e os elementos de transição do primeiro grupo. 2- Tipo cloreto de césio - CsCl • CsCl: RCs/RCl = 1,70/1,81= 0,939 NC=8 • Assim, ânions estão nos vértices do cubo e cátions no interstício octaédrico central • Outros exemplos: CsBr, CsI, NH4Cl, CsCN Estrutura do cloreto de césio (CsCl) - arranjo cúbico de ânions/cátions; - contra-íon ocupa centro da célula; - o empacotamento dos íons dos vértices - A rigor não é uma estrutura cúbica de corpo centrado, mas baseada nela, porque em um arranjo ccc real todos os átomos são idênticos. - cada íon está rodeado por 8 contra-íons; - NC = (8,8); 3- Tipo blenda de Zinco – ZnS (esfarelita) – baseada em uma rede cúbica de face centrada expandida) • ZnS RZn/RS= 0,75/1,84= 0,407 NC=4 • Desta forma ânions formam uma estrutura cfc e os cátions ocupam 4 interstícios tetraédricos (1/2 dos insterstícios tetraédricos) • Outros exemplos: CuCl, CdS, HgS • Estruturas com forte caráter covalente. 4. Tipo estrutura da wurtzita (polimorfo do ZnS): - Está relacionada à estrutura hexagonal de empacotamento compacto; - arranjo hexagonal expandido de ânions; - cátions ocupam ½ dos sítios tetraédricos; - cada íon está rodeado por 4 contra-íons; - NC = (4,4); - Ex.: ZnS, ZnO, MnS, SiC, BeO A diferença de energia entre a esfarelita e a wurtzita é muito pequena e isto explica porque o mesmo composto adota facilmente ambas as estruturas. 5. Estrutura do Arseneto de Níquel (NiAs) Os átomos de níquel ocupam todos os buracos octaédricos da rede de ech de átomos de arsênio. Assim os átomos de Ni ocupam os buracos octaédricos e cada átomo de As encontra-se no centro de um prisma trigonal de átomos de níquel. Exemplos: NiS, FeS, CoS Exemplo de exercício de densidade de sólido iônico – Atkins/Jones Aula 3 Estruturas cristalinas binárias: Tipo AB2 A- cátion B- ânion 1. Estrutura da fluorita (CaF2): - arranjo cúbico de face centrada de cátions expandido; os íons cálcio são grandes demais para se tocarem mutuamente e a estrutura não apresenta empacotamento compacto. - cada ânion se dispõe de forma tetraédrica ao redor de cada cátion; e cada cátion está rodeado por um arranjo cúbico de 8 ânions. - De um ponto de vista alternativo, os ânions formam uma rede cúbica primitiva e os cátions ocupam metade dos buracos da Rede. Mais comuns: Estrutura da fluorita (CaF2) (continuação): - Todos os interstícios tetraédricos são ocupados. Logo, a fórmula é MX2 - A rede tem coordenação (8,4) a qual é compatível com a existência de duas vezes mais ânions do que cátions. r+/r- = 0,73 (NC=8) - NC = (8,4); - Ex.: CaF2, BaCl2, HgF2, PbO2 2. Estrutura da antifluorita - É o inverso da estrutura da fluorita, onde os locais dos cátions e dos ânions são invertidos. - Os cátions ocupam ambos os tipos de buracos tetraédricos - Exemplos: K2O, K2S, Li2O, Na2O, Na2S O ↓ ← K O ↓ 3. Estrutura do Rutilo (TiO2) - Rutilo: forma mineral do óxido de titânio - É um exemplo de uma rede de ânions ehc mas neste caso os cátions ocupam somente metade dos buracos octaédricos (N/2). Este arranjo reflete a forte tendência de átomos de titânio de adquirir a coordenação octaédrica. - Cada átomo de titânio está rodeado por 6 átomos de oxigênio e cada átomo de oxigênio está rodeado por 3 átomos de titânio. - Existem 3 formas de TiO2: anatase, brookita e rutilo. - A relação dos raios r+/r- sugere número de coordenação 6 para um dos íons. - Não apresenta empacotamento compacto, podendo ser descrita como um arranjo cúbico de corpo centrado de cátions consideravelmente distorcido.. - A célula unitária não é um cubo, uma vez que um dos eixos é 30% mais curto que os outros dois. Por isso é conveniente descrevê-la como um retículo cúbico distorcido. Relação de raios Apesar de a relação de raios ser útil, muitas estruturas não a obedecem. De modo que o critério da razão dos raios deve ser tomado com cautela. A exemplo disso, têm-se as razões para os compostos sulfeto de zinco e sulfeto mercúrico. Sulfeto de zinco: razão: 88pm/170pm = 0,52 ( sugere NC=6, mas o NC=4); Sulfeto mercúrico: razão: 0,68 ( sugere NC=6, mas o NC=4). - Os desvios são relacionados às bases em que se fundamenta a relação de raios, que são: considerar que os íons são rígidos e esféricos; partir apenas de um ponto de vista geométrico, não levando em conta as interações intermoleculares (como as de van der Waals) e outras ligações que podem contribuir para a estabilidade da estrutura; considerar um caráter 100% iônico das ligações; - Assim, os desvios apontados estão relacionados à presença significativo de caráter covalente na ligação, uma vez que as ligações covalentes têm caráter direcional (ou seja, elas privilegiam certas orientações espaciais) diferentemente das ligações iônicas, que por terem natureza eletrostática NÃO SÃO DIRECIONAIS. Mapas de estrutura - Uma alternativa para determinação mais segura da provável estrutura que certo conjunto de íons deve adotar é a avaliação dos Mapas de Estrutura. - Mapa de estrutura é um mapa compilado empiricamente que descreve a dependência da estrutura cristalina com a diferença de eletronegatividade entre os elementos envolvidos e o número quântico principal das camadas de valência dos dois átomos. Diferença de eletronegatividade - quanto maior for, maior caráter iônico deve apresentar Média entre os números quânticos principais da camada de valência dos átomos envolvidos - quanto maior for, maior caráter covalente deve apresentar, pois mais polarizáveis tenderão a ser os íons. Mapa de estruturas para compostos AB Mapa de estruturas para compostos AB2 Elementos com grande diferença de eletronegatividade tem coordenação (6,6), tal como é encontrado no sal gema; elementos com pequeno valor (logo há expectativa de covalência) tem menor número de coordenação. Os defeitos influenciam propriedades como força mecânica, condutividade elétrica e reatividade química. Um sólido perfeito somente poderia ser idealizado se o mesmo fosse absolutamente puro, se encontrasse na temperatura de zero Kelvin, no escuro e com dimensões infinitas. Nesta situação fictícia todas as unidades estruturais deste cristal não devem sofrer alterações nas suas posições e o cristal não apresentaria superfície. Podem ser definidos como uma irregularidade na rede cristalina da ordem de um diâmetro atômico em uma ou mais dimensões. BENVENUTTI, E. V. Química Inorgânica: Átomos, Moléculas, Líquidos e Sólidos. 1 ed. Porto Alegre: UFRGS, 2007. Todos os sólidos possuem uma tendência termodinâmica para adquirir defeitos porque os defeitos introduzem desordem em uma estrutura perfeita e, consequentemente, aumenta a sua energia livre. Alguns defeitos são indesejáveis como os defeitos de agregação dos cristais que deformam a sua estrutura periódica, fragilizando as suas propriedades mecânicas. Entretanto, muitos defeitos podem produzir interessantes propriedades. Um típico exemplo de defeito desejável é a inserção voluntária de impurezas em cristais de silício, na fabricação de componentes eletrônicos. Alguns defeitos cristalinos1. Superfície Todas as unidades estruturais do sólido que estão nos limites da massa cristalina apresentam um número de coordenação diferente daquelas unidades estruturais que se encontram no interior do sólido. Portanto, nos limites físicos do cristal, ou seja, na sua superfície, as propriedades do sólido não podem ser perfeitamente descritas pelos modelos atuais. A interrupção da periodicidade cristalina gera sítios ativos ácidos e básicos. A superfície que é um defeito presente em todos os sólidos é a principal responsável pela reatividade dos sólidos. SUBSTITUCIONAIS INTERSTICIAIS VAZIOS 2. Defeitos Pontuais Irregularidades que se estendem sobre somente alguns átomos, podendo ser lacunas (vazios), intersticiais ou substitucionais 2.1 Defeito de Schottky Ocorre quando é encontrada a ausência de átomos em pontos do retículo. No caso de sólidos iônicos tal fato sempre ocorre aos pares para que seja mantida a eletroneutralidade. Neste caso a estequiometria não é afetada. Ocorre comumente em sólidos iônicos e metálicos com sistema cristalino cfc. Este tipo de defeito ocorre principalmente em compostos altamente iônicos, em que os íons positivos e negativos apresentam tamanhos semelhantes com número de coordenação elevado (6 ou 8). Exemplos: NaCl, CsCl, KCl e KBr. Cristal covalente: vacância Cristal iônico: par de vacâncias A compensação de cargas leva à formação de vazios 2.2. Defeito de anti-Schottky Uma impureza vinda da superfície ou do exterior se insere em posição intersticial da rede cristalina. 2.3. Defeito de Frenkel É um defeito onde um átomo ou íon é deslocado de sua posição ideal no retículo para uma posição intersticial. A estequiometria não é afetada. Ocorre comumente em compostos covalentes que, normalmente, são formados por um íon pequeno e outro íon grande. O composto AgI é bom exemplo do fenômeno. Outros exemplos: ZnS, AgCl e AgBr. Para o AgI, à medida que se aumenta a temperatura do sólido há uma elevação da condutividade iônica, produzida pelo aumento na concentração de defeitos Frenkel. Em temperaturas próximas ao ponto de fusão do sólido a condutividade elétrica do AgI é maior que a observada após a sua fusão. Esse comportamento anômalo é devido a alta concentração de íons carregadores, produzidos pelos defeitos de Frenkel. Embora no estado líquido o número de íons carregadores seja ainda maior, no estado sólido a desordem estrutural é menor, portanto há uma menor probabilidade de choques entre íons que no estado líquido. Assim tem-se no sólido um maior caminho livre médio para os íons carregadores, resultando em maior condutividade. 2.4. Centros-F - Excesso de Metal Seu nome deriva da expressão alemã Farbenzentrum que significa centro de cor. Ocorre em sólidos iônicos quando um ânion sai da sua posição normal e migra para a superfície do sólido ou exterior. Diferentemente do defeito de Schottky, no centro-F, um elétron assume o lugar do ânion. Assim, a vacância gerada pela saída do ânion é preenchida por um elétron. O elétron preso nesta vacância pode ocupar diferentes níveis de energia produzindo transições eletrônicas que geralmente caem no visível; por isso é chamado de centro de cor. Suas fórmulas poderiam ser representadas por AX1-δ onde δ é uma pequena fração do todos. 3. Deslocamentos São defeitos estruturais indesejáveis dos cristais que produzem diminuição na resistência mecânica dos sólidos. Este defeito é particularmente importante para o caso de metais maleáveis. Geralmente esses defeitos surgem durante o processo de agregação do cristal, principalmente pela inserção involuntária de impurezas à estrutura. São caracterizados pela interrupção de planos reticulares que resultam em deslocamentos da rede cristalina com deformação estrutural. 4. Dopagem É definida como um processo de inserção voluntária de impurezas na estrutura do sólido, em posições específicas do retículo cristalino, substituindo as unidades estruturais originais. Apesar da definição, a dopagem pode ser decorrente de um processo natural. A dopagem artificial é um procedimento muito utilizado em materiais isolantes e semicondutores intrínsecos. 6. Íons e elétrons intersticiais – excesso de metal Ocorre quando um excesso de íons positivos ocupam posições intersticiais do retículo e a neutralidade elétrica é mantida pela presença de elétrons intersticiais. Esse tipo de defeito se assemelha ao de Frenkel pois íons ocupam posições intersticiais, porém não existem vacâncias no retículo e também existem elétrons intersticiais. É um defeito mais frequente que os centros-F. Ocorre nos cristais nos quais se espera a ocorrência de defeitos de Frenkel – íons constituintes de tamanhos bem diferentes, NC baixos (4 ou 6) e algum caráter covalente. Exemplos: ZnO, CdO, Fe2O3, Cr2O3 7. Deficiência de íons positivos – deficiência de metais Podem ser representados pela fórmula geral A1-δ. Em princípio, a deficiência de metal pode ocorrer de duas maneiras. Ambas requerem metais de valências variáveis, sendo, portanto, esperadas nos compostos de metais de transição. Caso um íon positivo não esteja presente em seu sítio reticular, a carga elétrica pode ser equilibrada pelos íons positivos adjacentes, desde que estrs tenham cargas positivas adicionais (nox variável). Ex.: Se faltar um íon Fe2+ em um retículo de FeO, deverá haver em algum lugar 2 íons Fe3+ para equilibrar a carga elétrica.
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