Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 EETTPPEE –– EEXXEECCUUÇÇÃÃOO TTRRAABBAALLHHIISSTTAA EE PPRROOCCEEDDIIMMEENNTTOOSS EESSPPEECCIIAAIISS RECURSOS TRABALHISTAS: TEORIA GERAL DE RECURSOS TRABALHISTAS: 1. Conceito de Recurso: “É o meio processual que a lei coloca à disposição das partes, do Ministério Público, ou de um terceiro prejudicado, a viabilizar, em regra, dentro da mesma relação jurídica processual, a reforma, a anulação, o aclaramento, ou a integração da decisão judicial impugnada.” (NELSON NERY). Obs.1: O papel, por excelência, dos Recursos, é a reforma/anulação da decisão. Obs.2: Os papéis de aclaramento e integração da decisão judicial são específicos do Recurso denominado Embargos de Declaração. 2. Atos Processuais Sujeitos à Recurso: Quanto aos Atos Processuais sujeitos à Recurso, ou melhor, acerca das modalidades de pronunciamento do Juiz, que admitem à interposição de Recurso, o Código de Processo Civil (Lei n.º 13105/2015), aplicado, subsidiariamente, à área trabalhista, disciplina que: “Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1 o - Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. (ADMITE RECURSO) 2 § 2 o - Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1 o . (ESPECIFICAMENTE NA JUSTIÇA DO TRABALHO NÃO ADMITE RECURSO, EM RAZÃO DO PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS) Obs.: Nos termos do Princípio da Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias, específico da Justiça do Trabalho, em regra, não é admitida a interposição de Recurso, em face das Decisões Interlocutórias, nos termos do § 1º, do Artigo 893, da CLT, mas, esse tipo de decisão pode ser atacada, via remédio constitucional, mais especificamente, via Mandado de Segurança, nos termos da Súmula n.º 414, do TST, a seguir transcrita: Súmula nº 414 do TST MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015. II – No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença, cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória. 3 EXCEÇÃO: Em regra, na Justiça do Trabalho, as Decisões Interlocutórias são irrecorríveis, mas há casos de exceção, que são os dispostos na Súmula n.º 214, do TST, in verbis: Súmula nº 214 do TST DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. Obs.: No caso da Alínea “c”, da Súmula n.º 214, da CLT, a Decisão Interlocutória proferida para julgar a Exceção de Incompetência Territorial é uma decisão terminativa do feito, no Juízo excepcionado, pelo que, contra ela cabe Recurso Ordinário, nos termos do Inciso I, do Artigo 895, da CLT. § 3 o - São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.” (NÃO ADMITE RECURSO) NOTA: Efetivamente não cabe a interposição de Recurso, em face dos Despachos, ocorre que, no Artigo 897, alínea “b”, da CLT, que trata do cabimento do Agravo de Instrumento, há um erro de terminologia, ao dizer que cabe Recurso de Agravo de Instrumento dos despachos que denegarem a interposição de recursos, pois o correto seria: “cabe Recurso de Agravo de Instrumento das decisões que denegarem a interposição de recursos”. Portanto, apesar de saber que contra Despacho não cabe a interposição de Recurso, numa Prova de Direito Processual do Trabalho, se for perguntado se cabe Agravo de Instrumento dos despachos que denegarem a interposição de recursos, a resposta correta é que SIM, já que na Lei está exatamente dessa forma, apesar de sabermos que na hora de redigir o texto legal, o legislador não se utilizou da terminologia correta. 4 “Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.” (ADMITE RECURSO) Obs.: Na Justiça do Trabalho também cabe Recurso em face de Decisão Denegatória de Seguimento de Recurso. 3. Pressupostos Recursais: 3.1- Pressupostos Objetivos ou Extrínsecos: AAddeeqquuaaççããoo oouu CCaabbiimmeennttoo:: Recurso próprio, adequado, para que seja conhecido. TTeemmppeessttiivviiddaaddee:: Prazo Recursal. Regra de Contagem dos Prazos: “Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.” (Alterado pela Lei n.º 13.467/2017) Obs.1: O Decreto n.º 779/1969 disciplina que a UUnniiããoo,, ooss EEssttaaddooss,, oo DDiissttrriittoo FFeeddeerraall,, ooss MMuunniiccííppiiooss,, aass AAuuttaarrqquuiiaass ee aass FFuunnddaaççõõeess PPúúbblliiccaass ddee qquuaallqquueerr eessffeerraa possuem: - Prazo em Dobro para Recorrer. Obs.2: O MMiinniissttéérriioo PPúúbblliiccoo ddoo TTrraabbaallhhoo, com base no disposto no Artigo 180, do CPC, tem prazo em dobro para efetivar qualquer manifestação processual. Obs.3: Litisconsortes com Procuradores distintos não possuem prazo em dobro, para qualquer manifestação no processo, na Justiça do Trabalho, em razão do disposto na OJ n.º 310, da SBDI-I, do TST, in verbis: 5 “OJ 310 - LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.” PPrreeppaarroo:: a) Depósito Recursal – Garantia da Execução. Deve ser efetuado o depósito na conta vinculada do trabalhador, através da Guia de Depósito Judicial Trabalhista, devendo ser analisado o valor da condenação e o valor da Tabela de Valores de Depósito Recursal, instituída pelo TST, que segue abaixo, para se determinar o valor a ser depositado, a esse título (deveráser depositado sempre o menor valor, entre o valor da condenação e o valor da Tabela), que deverá ser comprovado, nos autos, dentro do prazo do Recurso. Acerca do Depósito Recursal, a Lei n.º 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), efetivou algumas alterações e inclusões de parágrafos, no Artigo 899, da CLT, in verbis: “Art. 899. (...) § 4º O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança. (...) § 9º O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. § 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial.” 6 TABELA DO TST VALORES LIMITE DE DEPÓSITOS PARA RECURSOS Período Recurso Ordinário (RO) RR/ RE / Recurso de Embargos Ato do TST Publicação A partir de 01/08/2017 R$ 9.189,00 R$ 18.378,00 Ato n.º 360/SEGJUD.GP DEJT 13/07/2017 REGRAS DA SÚMULA N.º 128 DO TST ACERCA DO DEPÓSITO RECURSAL: “Súmula nº 128 do TST DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula n.º 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998). II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000). III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (ex-OJ nº 190 da SBDI- 1 - inserida em 08.11.2000).” 7 CCoommpprroovvaaççããoo ddoo DDeeppóóssiittoo RReeccuurrssaall:: “Súmula nº 245 do TST DEPÓSITO RECURSAL. PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal.” MMuullttaa ppoorr LLiittiiggâânncciiaa ddee mmáá--fféé –– RReeggrraa ddaa OOJJ nn..ºº 440099,, ddaa SSBBDDII--II,, ddoo TTSSTT,, iinn vveerrbbiiss:: “OJ 409. MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. RECOLHIMENTO. PRESSUPOSTO RECURSAL. INEXIGIBILIDADE. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016 O recolhimento do valor da multa imposta como sanção por litigância de má- fé (art. 81 do CPC de 2015 – art. 18 do CPC de 1973) não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza trabalhista.” b) Custas Processuais – tem que ser efetuado o pagamento das custas processuais, correspondentes a 2% (dois por cento) sobre o valor da condenação (Reclamado), ou sobre o valor da causa (Reclamante sem direito à gratuidade de justiça), nos termos do Artigo 789, da CLT, que, a partir de Janeiro/2011, passou a ser, obrigatoriamente, recolhida através de GRU – Guia de Recolhimento da União, e deve ser comprovado o pagamento, nos autos, dentro do prazo do Recurso. Obs.: Reclamante que possui direito à gratuidade de justiça, se for recorrer, não paga nada, ou seja, não tem que efetivar depósito recursal, nem pagar custas processuais de 2% sobre o valor da causa. 3.2- Pressupostos Subjetivos ou Intrínsecos: Legitimidade – Partes; Ministério Público e Terceiro Prejudicado. Interesse Recursal – está calcado no prejuízo. 8 4. Compatibilidade do Recurso Adesivo com o Processo do Trabalho: O Recurso Adesivo, embora não previsto na CLT, é compatível com o Processo do Trabalho, por força do Artigo 769 da CLT, conforme já pacificado pelo TST, através da Súmula n.º 283, in verbis: “Súmula nº 283 do TST RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO. CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária.” “O Recurso Adesivo não é recurso, mas sim forma de interposição do recurso previsto na lei, que é aderido ao recurso da parte contrária, quando a parte se conforma com a decisão que lhe foi parcialmente favorável, mas, diante do recurso da parte contrária, resolve a ele aderir, postulando a reforma da decisão da parte que lhe foi desfavorável” (SSCCHHIIAAVVII,, 22001177,, ppggss.. 11005511//11005522). NOTA: A interposição de Recurso na forma Adesiva, no Processo Trabalhista, deve seguir as regras do Artigo 997, §§ 1º e 2º, do CPC e da Súmula n.º 283, do TST, que são as seguintes: aa)) sucumbência recíproca: “Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro” (§ 1º, do Artigo 997, da CLT); bb)) somente a decisão de mérito enseja interposição de Recurso Adesivo, pelo que, decisão terminativa não enseja Recurso Adesivo; cc)) a parte que pretende valer-se do Recurso Adesivo não deve ter interposto o Recurso Principal, no prazo recursal, ou seja, tem que ter se conformado com a decisão; 9 dd)) tempestividade: a parte deve interpor o Recurso Adesivo no prazo que tem para responder o Recurso Principal, isto é, no prazo para contrarrazoar o Recurso interposto pela parte contrária; ee)) o Recurso Adesivo deve ser interposto com todos os requisitos exigíveis para o Recurso Principal; ff)) o conhecimento do Recurso Adesivo fica subordinado ao conhecimento do Recurso Principal interposto pela outra parte. Se o Recurso Principal for conhecido, o Adesivo também o será. Nesse sentido, a seguinte ementa: “DESISTÊNCIA — RECURSO ADESIVO. O pedido de desistência do recurso principal atinge a pretensão deduzida no recurso adesivo.” (TRT 3ª R.- 6ª T.- Ap. n. 242/2002.112.03.00-5 – Relª. Mônica S. Lopes - DJMG 13.11.03-p. 14) (RDT n.1-Janeiro de 2004) gg)) na Justiça do Trabalho, o Recurso Adesivo, somente é admissível nas hipóteses de interposição de: Recurso Ordinário; Recurso de Revista; Recurso de Embargos ao TST; e Agravo de Petição. (SSúúmmuullaa nn..ºº 228833,, ddoo TTSSTT), sempre no prazo de 08 dias das Contrarrazões ao Recurso Principal. 10 EEMMBBAARRGGOOSS DDEE DDEECCLLAARRAAÇÇÃÃOO:: 1- Cabimento: Se a Decisão proferida for omissa, contraditória ou contiver manifesto equívoco quanto ao exame dos pressupostos extrínsecos recursais, poderá a parte interessada pleitear sua correção, aclaramento e/ou integração, opondo Embargos de Declaração ou Declaratórios, nos termos do Artigo 897-A, da CLT. 2- Prazo: 05 (cinco) dias, nos termos do Artigo 897-A, da CLT. 3- Preparo: Os Embargos de Declaração não estão sujeitos a Preparo, nos termos do Artigo 1.023, do Novo CPC.4- Efeito Interruptivo: Os Embargos Declaratórios possuem efeito interruptivo, interrompendo assim, o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes, nos termos do § 3º, do Art. 897-A, da CLT. 5- Efeito Modificativo: Os Embargos de Declaração possuem efeito modificativo da decisão, nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso, nos termos do Artigo 897-A, da CLT. Obs.: EEmmbbaarrggooss ddee DDeeccllaarraaççããoo ccoomm EEffeeiittoo IInnffrriinnggeennttee é justamente aquele que pode ter efeito modificativo da decisão, quando nele contiver alegação de omissão ou contradição do julgado, ou de manifesto equívoco quanto ao exame dos pressupostos extrínsecos recursais. “Súmula nº 278 do TST EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO NO JULGADO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A natureza da omissão suprida pelo julgamento de embargos declaratórios pode ocasionar efeito modificativo no julgado.” 11 6- Intimação da Parte Contrária: No caso de Embargos de Declaração, a outra parte não é intimada para se manifestar quanto aos Embargos de Declaração opostos pelo Embargante, salvo se os Embargos puderem ter efeito modificativo da Decisão, quando então a parte contrária (Embargada) deverá ser intimada, para se manifestar quanto aos Embargos de Declaração, conforme disposto no § 2º, do Artigo 897-A, da CLT e orientação do STF. 7- Embargos de Declaração Protelatórios: O § 2º, do Artigo 1.026, do CPC ((aapplliiccaaççããoo ssuubbssiiddiiáárriiaa aaoo PPrroocceessssoo TTrraabbaallhhiissttaa)), determina que, no caso de Embargos Protelatórios, o Juiz ou Tribunal, condenará o Embargante a pagar ao Embargado uma multa não excedente a 2% (dois por cento) sobre o valor da causa, e no caso de reiteração dos Embargos Protelatórios, logicamente no mesmo Processo, a multa será elevada até 10% (dez por cento) do valor da causa, ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo (§ 3º, do Artigo 1.026, do Novo CPC). Ademais, o § 4º, do Artigo 1.026, do CPC, disciplina que não serão admitidos novos Embargos de Declaração se os 02 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios. 12 RREECCUURRSSOO OORRDDIINNÁÁRRIIOO:: 1- Cabimento: Artigo 893, Inciso II, e Artigo 895, ambos da CLT. “Art. 895. Cabe recurso ordinário para a instância superior: a) das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 08 (oito) dias; b) das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 08 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.” “Súmula nº 158 do TST AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, é cabível recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista (ex-Prejulgado nº 35).” “Súmula nº 201 do TST RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade.” 2- Prazo: 08 dias (Artigo 895, Inciso I e II, da CLT). “Súmula nº 30 do TST INTIMAÇÃO DA SENTENÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de julgamento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte receber a intimação da sentença.” 13 3- Preparo: O Recurso Ordinário exige efetivação de Preparo, que corresponde ao Depósito Recursal, via Guia de Depósito Judicial, do valor que for menor, entre o valor da condenação e da tabela abaixo, e também ao pagamento das Custas Processuais, através de GRU, no percentual de 2% (dois por cento) sobre o valor da condenação, sendo que, ambos deverão ser comprovados nos autos, dentro do prazo do Recurso. VALOR LIMITE DE DEPÓSITO PARA RECURSO ORDINÁRIO Período Recurso Ordinário (RO) Ato do TST Publicação A partir de 01/08/2017 R$ 9.189,00 Ato n.º 360/SEGJUD.GP DEJT 13/07/2017 4- Juntada de Prova Documental com a Petição Recursal: Aplicada a Regra da Súmula n.º 8, do TST. “Súmula nº 8 do TST JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.” 5- Contrarrazões: Sempre o mesmo prazo pra recorrer, ou seja, no caso do Recurso Ordinário, a parte recorrida terá o prazo de 08 (oito) dias para apresentar suas contrarrazões (Artigo 900, da CLT). 6- Efeito: Geralmente o Recurso Ordinário é recebido pelo 1º Juízo de Admissibilidade, com Efeito Suspensivo, pelo que, enquanto não for julgado o Recurso, a parte até então vencedora, não poderá requerer a instauração da Execução Provisória. 14 RREECCUURRSSOO DDEE RREEVVIISSTTAA:: 1- Histórico: O Recurso de Revista era originalmente denominado, com maior propriedade terminológica de Recurso Extraordinário, pois, na verdade, suas funções se aproximam das deste recurso, limitadas, porém, ao âmbito trabalhista. A sobrevivência de decisões díspares, para solução de casos iguais, abala a confiança e a credibilidade dos jurisdicionados na atuação do Poder Judiciário, e daí surge a necessidade de eliminar as divergências de interpretação da Lei. Essa é a principal função do Recurso de Revista: padronizar o entendimento das leis. Além dessa tarefa, cabe ao TST, por meio do julgamento dos Recursos de Revista, zelar pela manutenção do respeito às leis, coibindo as ofensas eventualmente praticadas pelos Tribunais Regionais do Trabalho. 2- Cabimento: O Recurso de Revista deve obedecer a requisitos especiais, além dos pressupostos subjetivos e objetivos imperantes para todos os recursos. Assim, cabe Recurso de Revista contra as decisões proferidas em grau de Recurso Ordinário, em dissídio individual, pelos TRT’s, quando: (Artigo 896, da CLT) “Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; (Alínea alterada pela Lei nº 13.015/2014 - DOU 22/07/2014) b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea ‘a’; c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.” 15 “Súmula nº 337 do TST COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIAJURISPRUDENCIAL. RECURSOS DE REVISTA E DE EMBARGOS (redação do item IV alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente: a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. III - A mera indicação da data de publicação, em fonte oficial, de aresto paradigma é inválida para comprovação de divergência jurisprudencial, nos termos do item I, “a”, desta súmula, quando a parte pretende demonstrar o conflito de teses mediante a transcrição de trechos que integram a fundamentação do acórdão divergente, uma vez que só se publicam o dispositivo e a ementa dos acórdãos; IV - É válida para a comprovação da divergência jurisprudencial justificadora do recurso a indicação de aresto extraído de repositório oficial na internet, desde que o recorrente: a) transcreva o trecho divergente; b) aponte o sítio de onde foi extraído; e c) decline o número do processo, o órgão prolator do acórdão e a data da respectiva publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho.” 3- Prazo: 08 (oito) dias (Artigo 6º, da Lei n.º 5.584/70). 16 4- Preparo: O Recurso de Revista está sujeito a Preparo conforme Tabela de Depósito Recursal do TST, sendo que, o valor atual da Tabela do Depósito Recursal, referente à interposição de Recurso de Revista é de R$ 18.378,00 (dezoito mil, trezentos e setenta e oito reais), que é o valor limite a ser recolhido, a título de Depósito Recursal do Recurso de Revista, sendo somente necessário o recolhimento de Custas Processuais, se elas ainda não foram recolhidas, na sua integralidade, por ocasião da interposição de Recurso anterior, ou se houver alteração, do valor da condenação. VALOR LIMITE DE DEPÓSITO PARA RECURSO DE REVISTA Período Recurso de Revista (RR) Ato do TST Publicação A partir de 01/08/2017 R$ 18.378,00 Ato n.º 360/SEGJUD.GP DEJT 13/07/2017 5- Efeitos: O Recurso de Revista devolve ao TST apenas a apreciação da matéria de direito versada no processo. O pronunciamento dos Tribunais Regionais sobre a prova dos fatos versados no litígio é soberano. Obs.: Como o Recurso de Revista tem apenas Efeito Devolutivo, autoriza-se, a requerimento, a extração de carta de sentença, para início da execução provisória. 6- Contrarrazões: Sempre o mesmo prazo para recorrer, ou seja, no caso do Recurso de Revista, a parte recorrida terá o prazo de 08 (oito) dias para apresentar suas contrarrazões (Artigo 900, da CLT). 7- Recurso de Revista no Procedimento Sumaríssimo: § 9º, do Artigo 896, da CLT. “Art. 896 (…) § 9º. Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal.” (Parágrafo inserido pela Lei nº 13.015/2014 - DOU 22/07/2014) 17 A Súmula n.º 442, do TST, quanto ao cabimento de Recurso de Revista, nos autos de Processo que tramita pelo Rito Sumaríssimo, dispõe que: “Súmula nº 442 do TST PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. RECURSO DE REVISTA FUNDAMENTADO EM CONTRARIEDADE A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL. INADMISSIBILIDADE. ART. 896, § 6º, DA CLT, ACRESCENTADO PELA LEI Nº 9.957, DE 12.01.2000 (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 352 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste Tribunal (Livro II, Título II, Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão no art. 896, § 6º, da CLT.” 8- Hipóteses de Denegação de Seguimento ao Recurso de Revista, por decisão monocrática do Relator do Recurso no Tribunal: § 14º, do Artigo 896, da CLT. “Art. 896 (…) § 14º. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade.” (PPaarráággrraaffoo iinnsseerriiddoo ppeellaa LLeeii nnºº 1133..446677//22001177 –– RReeffoorrmmaa TTrraabbaallhhiissttaa) 18 AAGGRRAAVVOO DDEE IINNSSTTRRUUMMEENNTTOO:: 1 – Regulamentação e Cabimento: O Agravo de Instrumento, na Justiça do Trabalho, é regulamentado pelas Instruções Normativas n.º 6/1996 e 16/1999, ambas do TST, e se rege pelos Artigos 897, alínea "b", §§ 2º, 4º, 5º, 6º e 7º, e 899, §§ 7º e 8º, ambos da Consolidação das Leis do Trabalho e demais dispositivos do direito processual do trabalho e, no que omisso, pelo direito processual comum, desde que compatível com as normas e princípios daquele, na forma da Instrução Normativa n.º 6/1996 do TST. No âmbito da Justiça do Trabalho, seu cabimento está limitado aos despachos que denegarem a interposição de recurso (Artigo 897, alínea "b", da CLT). 2- Endereçamento: O Agravo de Instrumento será dirigido à autoridade judiciária prolatora do despacho agravado, no prazo de oito dias de sua intimação. Protocolizado e autuado, irá concluso ao Juiz prolator do despacho agravado, para reforma ou confirmação da decisão impugnada. Mantida a decisão agravada, o agravado será notificado para oferecer suas razões, no prazo de 08 (oito) dias (art. 900 da CLT), acompanhadas da procuração e demais peças que entender convenientes, e quando em cópias reprográficas, com a devida autenticação. Será certificada nos autos principais a interposição do agravo de instrumento e a decisão que determina o seu processamento, ou a decisão que reconsidera o despacho agravado. Mantida a decisão agravada e devidamente processado, o agravo de instrumento será encaminhado ao Juízo competente para apreciar o recurso cujo seguimento foi denegado. Reformada a decisão agravada e processado o recurso, os autos principais serão remetidos ao Juízo competente para sua apreciação. 3- Prazo: 08 (oito) dias. 19 4- Preparo: Até Julho/2010, conforme magistério de Sergio Pinto Martins, não havia falar-se em depósito recursal no caso de interposição do Agravo de Instrumento. Ocorre que fora sancionada pelo Presidente da República a Lei n.º 12.275 de 29 de Julho de 2.010, que alterou dispositivos da CLT, incluindo no Artigo 899, da CLT, o § 7º, que possui a seguinte redação: “Artigo 899… § 7º No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar. (Parágrafo incluído pela Lei nº 12.275, de 29/06/2010, DOU Edição Extra 29/06/2010) § 8º Quando o agravo de instrumento tema finalidade de destrancar recurso de revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido no § 7º deste artigo. (Parágrafo inserido pela Lei nº 13.015/2014 - DOU 22/07/2014)” 5- Documentação Obrigatória - Desnecessária a Instrumentalização do Agravo em Processos Eletrônicos (PJe) e em Processos Físicos, quando o órgão julgador for o TST: A Lei n.º 11.419/2006 permitiu a informatização de todos os processos judiciais, tanto na esfera civil, como na penal e trabalhista. Determinou que a transmissão das peças processuais e a comunicação de atos, tais como a citação, intimação, notificação podem ser feitas por meio eletrônico. Com base na referida Lei, em 2.010, o TST aprovou a Resolução Administrativa n.º 1.418. O artigo 1º estabelece que o Agravo de Instrumento interposto de Decisão que negar seguimento a Recurso para o TST deve ser processado nos autos do recurso denegado. Assim, o Agravo de Instrumento interposto para o TST é processado nos próprios autos do processo, não havendo formação de instrumento. 20 Em 2.012, através da Resolução n.º 94, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho instituiu o sistema informatizado de processo judicial, o chamado PJe, no qual, em caso de interposição de Agravo de Instrumento, não há a necessidade de Instrumentalização do Agravo, já que o Processo é Digital. A petição do Agravo de Instrumento conterá a exposição do fato e do direito, e as razões do pedido de reforma da decisão, devendo ser instruída, obrigatoriamente, com os seguintes documentos, nos termos do Artigo 897, § 5º, Inciso I, da CLT, in verbis: (Somente em caso de Processo ainda físico, e somente em caso de interposição de Agravo de Instrumento da 1ª Instância para o TRT) “Art. 897… § 5º - Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição: I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, da comprovação do depósito recursal e do recolhimento das custas; II - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida.” Cumpre às partes velar pela correta formação do instrumento, não comportando a conversão do agravo em diligência para suprir a ausência de peças, ainda que essenciais, sendo que, atualmente, a autenticação pode ser efetivada pelo próprio Advogado, afixando carimbo de “autêntica” e rubricando. 21 RREECCUURRSSOO DDEE EEMMBBAARRGGOOSS:: 1- Cabimento: O Recurso de Embargos é específico da Instância Especial, ou seja, é um recurso cabível somente no âmbito do TST – Tribunal Superior do Trabalho, em 02 (duas) hipóteses, quais sejam: (Artigo 894, da CLT) “Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I - de decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e II - das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do TST ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.” Conforme o atual § 2º do Artigo 894 da CLT, com redação dada pela Lei n.º 13.015/2014, a divergência apta a ensejar o Recurso de Embargos ao TST deve ser atual, assim não sendo considerada aquela que for ultrapassada por Súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do TST. “Súmula nº 337 do TST COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. RECURSOS DE REVISTA E DE EMBARGOS (redação do item IV alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente: 22 a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique o conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. II - A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. III - A mera indicação da data de publicação, em fonte oficial, de aresto paradigma é inválida para comprovação de divergência jurisprudencial, nos termos do item I, “a”, desta súmula, quando a parte pretende demonstrar o conflito de teses mediante a transcrição de trechos que integram a fundamentação do acórdão divergente, uma vez que só se publicam o dispositivo e a ementa dos acórdãos; IV - É válida para a comprovação da divergência jurisprudencial justificadora do recurso a indicação de aresto extraído de repositório oficial na internet, desde que o recorrente: a) transcreva o trecho divergente; b) aponte o sítio de onde foi extraído; e c) decline o número do processo, o órgão prolator do acórdão e a data da respectiva publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho.” 2- Modalidades de Recurso de Embargos: Há 02 (duas) Modalidades de Recurso de Embargos no TST, quais sejam: Embargos Infringentes, de competência da Seção de Dissídios Coletivos, e Embargos de Divergência, de competência da Seção de Dissídios Individuais (SBDI-I). 23 3- Prazo: 08 (oito) dias (Artigo 894, da CLT). 4- Preparo: O Recurso de Embargos está sujeito à Preparo conforme Tabela de Depósito Recursal do TST, sendo que, o valor atual da Tabela do Depósito Recursal referente à interposição de Recurso de Embargos é de R$ 18.378,00 (dezoito mil, trezentos e setenta e oito reais), que é o valor limite a ser recolhido, a título de Depósito Recursal do Recurso de Embargos ao TST. VALOR LIMITE DE DEPÓSITO PARA RECURSO DE EMBARGOS Período Recurso de Embargos Ato do TST Publicação A partir de 01/08/2017 R$ 18.378,00 Ato n.º 360/SEGJUD.GP DEJT 13/07/2017 5- Efeito: O Recurso de Embargos possui apenas Efeito Devolutivo, autorizando- se, assim, a requerimento do interessado, a extração de carta de sentença, para início da Execução Provisória. 6- Contrarrazões: Sempre o mesmo prazo para recorrer, ou seja, no caso do Recurso de Embargos, a parte recorrida terá o prazo de 08 (oito) dias para apresentar suas Contrarrazões. 7- Decisão de Negativa de Seguimento do Recurso de Embargos: Nos termos do § 3º do Artigo 894 da CLT, com redação dada pela Lei n.º 13.015/2014, dispõe que o Ministro Relator deve negar seguimento ao Recurso de Embargos nas seguintes hipóteses: a) se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ouiterativa, notória e atual jurisprudência do TST, cumprindo-lhe indicá-la; b) nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto recursal extrínseco de admissibilidade. Proferida pelo Ministro Relator, decisão que denega seguimento ao Recurso de Embargos no TST, é cabível Agravo, no prazo de 08 (oito) dias (Art. 894, § 4º, da CLT, com redação determinada pela Lei n.º 13.015/2014). 24 PROCESSO DE EXECUÇÃO: EEMMBBAARRGGOOSS ÀÀ EEXXEECCUUÇÇÃÃOO:: 1- Cabimento: O Devedor/Executado poderá opor-se à Execução por meio de Embargos, que serão processados nos próprios autos da Execução. Os Embargos constituem ação incidental à Execução (Artigo 884, da CLT). “Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para impugnação.” Obs.: Somente tem legitimidade para opor Embargos à Execução o Devedor que teve bens penhorados. Contudo, sendo mais de um Devedor, o que não teve bens penhorados pode apresentar Embargos à Execução em conjunto com o que teve bens penhorados, salvo se houver divergência entre as suas defesas. 2- Restrição quanto à Matéria de Embargos à Execução: O Artigo 884, § 1º, da CLT, estabelece que nos Embargos a matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou acordo, quitação e prescrição da dívida. Essas são, a princípio, as matérias que o Executado poderá alegar nos Embargos à Execução fundada em título judicial. Contudo, a própria CLT permite que nos Embargos o Executado impugne a Sentença de Liquidação e, ao se referir a Embargos à Penhora, admite que a penhora tenha sua regularidade questionada nos Embargos (Artigo 884, § 3º, da CLT). Obs.: É nos Embargos à Penhora que o Executado poderá atacar a avaliação do bem penhorado. O valor da avaliação é de suma importância, vez que serve de parâmetro para a sua alienação judicial ou transferência ao credor. Embora a CLT e o CPC não façam referência à possibilidade de impugnação do valor da avaliação, constitui ela mera decorrência do contraditório e da ampla defesa, assegurados constitucionalmente. 25 3- Prazo: 05 (cinco) dias (Artigo 884, da CLT). Obs.: A Fazenda Pública tem prazo de 30 (trinta) dias para opor Embargos à Execução, uma vez que, a Medida Provisória n.º 2.180-35/2001 acrescentou ao Artigo 1º da Lei n.º 9.494/1997 o Artigo 1º-B, prevendo que: “O prazo a que se refere o caput dos arts. 730 do Código de Processo Civil, e 884 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 5.452/1943, passa a ser de 30 (trinta) dias”. 4- Contagem do Prazo para oposição de Embargos à Execução: Conta-se o prazo para Embargos à Execução: a) do depósito da quantia executada, para a garantia da Execução; b) da assinatura do termo de nomeação de bens à penhora; c) da intimação da penhora realizada por Oficial de Justiça. 5- Impugnação aos Embargos à Execução: Uma vez opostos Embargos à Execução, pelo Executado, o Exequente será intimado para no prazo de 05 dias, querendo, apresentar Impugnação aos Embargos à Execução. 6- Condição à oposição de Embargos à Execução: A oposição de Embargos à Execução tem como pressuposto a prévia garantia do juízo (Artigo 884, da CLT). A Execução estará garantida quando forem penhorados bens cujo valor seja suficiente para a satisfação do crédito total objeto da Execução (Artigo 883 da CLT). Sendo verificado que os bens penhorados não alcançam valor suficiente para a satisfação do crédito, deve o Juiz, por medida de economia processual, ordenar o reforço da penhora. Após serem penhorados outros bens, os Embargos ofertados pelo Executado deverão ser conhecidos, cumprindo que seja intimado o devedor para, querendo, complementá-los, mas apenas quanto à eventual alegação em relação à legitimidade ou validade do reforço de penhora. 26 NOTA: Como o Artigo 884 da CLT condiciona a oposição de Embargos à Execução à prévia segurança do juízo, a Doutrina e a Jurisprudência têm admitido que o devedor se insurja contra a execução sem a oposição de Embargos e, com isto, sem a prévia segurança do juízo, por meio do incidente denominado EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE, que é justamente a defesa do Executado, em face da Execução, sem ter que previamente garantir o Juízo. De acordo com a Doutrina e a Jurisprudência predominantes, a Exceção de Pré-Executividade somente é admitida quando verse sobre questão de ordem pública (pressuposto material) e sua solução dispense dilação probatória (pressuposto formal). É neste sentido a Súmula n.º 393 do STJ: “A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória”. Portanto, se o Executado não tem condições de garantir o valor total da execução, para poder opor Embargos à Execução, poderá oferecer Exceção de Pré-Executividade, que independe de garantia do juízo, mas nesse tipo de “incidente”, em fase de execução, somente poderá alegar questões de ordem pública, como Impedimento do Juiz; Incompetência Absoluta; Prescrição; Decadência; ou Inexequibilidade do Título. 27 AAGGRRAAVVOO DDEE PPEETTIIÇÇÃÃOO:: 1- Cabimento: O Agravo de Petição é um Recurso específico da fase de Execução Trabalhista, devendo ser interposto em face das decisões que julgam os Embargos à Execução, ou Impugnação do Exequente, ou Exceção de Pré- Executividade ou até Embargos de Terceiro (Artigo 897, Alínea “a”, da CLT). “Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;” 2- Pressupostos Específicos: O Agravo de Petição só será recebido e conhecido se o Agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, nos termos do § 1º, do Artigo 897, da CLT. O Agravante deverá fazer uma minuciosa e detalhada explicação do seu inconformismo, apontando o que está sendo impugnado e o motivo da sua insatisfação. Deve ainda justificar, cercando-se de fortes argumentos capazes de demonstrar a veracidade do que está alegando. A Jurisprudência também não tem admitido a indicação genérica das matérias e valores impugnados, conforme se constata na Ementa a seguir: “AGRAVO DE PETIÇÃO. ADMISSIBILIDADE. PRESSUPOSTOS. A admissibilidade dos recursos está subordinada ao preenchimento de certos requisitos de ordem objetiva e subjetiva comuns a todos. O recebimento do agravo de petição, além de pressupor todos eles, ainda se subordina aos pressupostos objetivos próprios e específicos determinados pelo art. 897, parágrafo 1º da CLT, ou seja, a delimitação da matéria e dos valores impugnados.” (TRT 12ª Região – 2ª. T – AP 4993/2003.018.12.00-2 – Ac. N. 1299/06 – Relatora: Marta Fabre – DJSC 2.2.06 –p.165). 3- Prazo: 08 (oito) dias (Artigo 897, Alínea “a”, da CLT). 28 4- Preparo: Estando o juízo garantido, a parte não precisará realizar o Depósito Recursal para interpor Agravo de Petição, salvo se houver elevação no valor do débito e reste diferença pendente de garantia, quando então o valor do Depósito Recursal do Agravo de Petição será apenas o valor pendente de garantia. Na prática, como o Agravo de Petição, na maioria dos casos, é interposto em face de Decisão de julgamento de Embargos à Execução, por ocasião da oposição dos Embargos à Execução, o Embargante teve que cumprir a garantia do juízo, quanto aovalor total da execução, para que fosse processado e julgado os Embargos à Execução, pelo que, no momento da interposição do Agravo de Petição, em face da Decisão que julgou os Embargos, o valor da execução já se encontra totalmente garantido, não havendo, assim, necessidade de efetivação de Depósito Recursal, quanto à interposição do Agravo de Petição. O Inciso II da Súmula n.º 128, do TST, deixa clara essa regra, senão vejamos a sua transcrição: “Súmula nº 128 do TST DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex -Súmula nº 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.” (ex-OJ nº 190 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) 29 5- Efeito: O Agravo de Petição possui apenas Efeito Devolutivo, quanto à matéria e valores delimitados na Minuta do Agravo, sendo permitida a Execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença, nos termos da parte final do § 1º, do Artigo 897, da CLT, ou seja, quanto aos valores não discutidos no Agravo de Petição, que são chamados de incontroversos, a Execução Definitiva prosseguirá, até o final, com o pagamento do credor/exequente. Assim, quanto à parte incontroversa da Execução, esta é Definitiva. A devolutividade do Agravo de Petição é restrita aos valores e matérias impugnados pelo Agravante. 6- Contraminuta de Agravo de Petição: Sempre o mesmo prazo para agravar, ou seja, no caso do Agravo de Petição, a parte agravada terá o prazo de 08 (oito) dias para apresentar sua Contraminuta de Agravo. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 39ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017. SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho – De Acordo com o Novo CPC. 12ª Ed. São Paulo: LTR, 2017. MARTINS FILHO, Ives Gandra da Silva. Manual Esquemático de Direito e Processo do Trabalho. 23ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2016. KLIPPEL, Bruno. Direito Sumular - TST Esquematizado. Coordenador Pedro Lenza. 6ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
Compartilhar