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AulaMetodologia 04

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Campus Anápolis de Ciências Socioeconômicas e Humanas
Formulação do Falseabilíssimo de Popper e aplicação da falácia lógica, indução e inferência estatística nas teorias econômicas.
Aula_004 MDE 2018_1 
Prof. MSc. Valmor Diemer Oliveira
Falseabilidade
Segundo Popper existem sistemas de teorias falseáveis que são caracterizadas como propriedades lógicas – isto é, falseáveis se as propostas metodológicas forem aceitas.
Adotar a proposta de falseabilidade (Popper) nada mais é do que um critério para decidir se um sistema teorético pertence ou não ao campo da Ciência empírica. 
Exemplo de sistema teorético: O veredito do júri, o julgamento do juiz é “racional” requer e contém uma justificação. O Juiz tenta justificar sua decisão a partir de outros enunciados; ou deduzi-lo logicamente desses enunciados do sistema legal, combinando assim seu veredito.
		Essa é a razão por que o julgamento pode ser contestado 		com apelo a argumentos lógicos. A decisão do júri, de outra 		parte, só pode ser contestada questionando-se ter ela sido alcançada de acordo com as regras aceitas de procedimentos; isto é, ela pode ser contestada formalmente, mas não quanto a seu conteúdo. (A justificação do conteúdo de uma decisão é significativamente, denominada “declaração de motivos” e não “relatório logicamente justificado”.)
Aceitá-los é parte da aplicação de um sistema teorético; e só essa aplicação torna possíveis subsequentes aplicações do sistema teorético.
A base empírica da ciência objetiva nada tem, portanto de “absoluto”. A ciência repousa em pedra firme. A estrutura de suas teorias levantam-se por assim dize num pântano. Semelha-se a um edifício construído sobre pilares. Os pilares são enterrados no pântano, mas não em qualquer base natural ou dada. Se deixamos de enterrar mais profundamente esses pilares, não o fazemos por termos alcançado terreno firme. Simplesmente nos detemos quando achamos que os pilares estão suficientemente assentados para sustentar a estrutura – pelo menos por algum tempo.
GRAFICAMENTE
A palavra “base” adquire um tom irônico: a base vacila, significa “facécia”, “farsa”; vacilar, oscilar. Trata-se de base que não é firme. Endosso um ponto de vista realista e objetivo: procuro substituir a percepção (como “base”) pelo teste crítico. Experiências observacionais nunca estão para além do teste, e estão impregnadas de teorias. “Enunciados básicos” são “enunciados de testes”: eles, como de resto toda a linguagem, estão imersas em teorias. (Até uma linguagem “fenomenalista”, em que seria admissível um enunciado do tipo “agora, aqui, vermelho”, estaria impregnada por teorias acerca do tempo, do espaço e das cores.)
GRAFICAMENTE
A argumentação ad hominem é uma forma de argumentação ligada à 
estrutura da interação, dizendo respeito ao modo de lidar com o discurso do outro.
Com efeito, uma das formas de contra argumentar pode consistir em 
mostrar que, tomando o discurso do interlocutor nos seus próprios 
termos, as suas assunções acabam por se manifestar como 
incompatíveis, contraditórias ou incoerentes. Assim, pode-se contra
argumentar retomando o discurso do outro (- se disseste isto e aquilo, como é que podes agora afirmar uma coisa que parece não se encaixar nas declarações prévias?).
Por conseguinte, argumentar ad hominem é colocar-se no terreno do 
adversário sem contudo subscrever a sua argumentação e, para retomar um termo grato a Popper, submetê-la a um processo de eventual «falsificação».
GRAFICAMENTE
É corrente confundir-se a argumentação ad hominem com a argumentação ad personam, na qual o que está em causa não é a forma de argumentar do interlocutor, mas a desvalorização dos seus argumentos pela descredibilidade de sua pessoa. Ou seja, a argumentação ad personam centra-se essencialmente no ethos,(conjunto dos costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento (instituições, afazeres etc.) e da cultura (valores, ideias ou crenças), característicos de uma determinada coletividade, época ou região.) ou na credibilidade do interlocutor.
Na definição de Locke, o argumento ad hominem consiste em «pressionar um homem pelas consequências que decorrem dos seus próprios princípios, ou daquilo que ele próprio admite».
GRAFICAMENTE
O objetivo de um argumento é expor as razões (premissas) que sustentam uma conclusão. Um argumento é falacioso quando parece que as razões apresentadas sustentam a conclusão, mas na realidade não sustentam.
Da mesma maneira que há padrões típicos, largamente usados, de argumentação correta, também há padrões típicos de argumentos falaciosos. A tradição lógica e filosófica procurou fazer um inventário e dar nomes a essas falácias típicas e este guia faz a sua listagem.
GRAFICAMENTE
Faláciasda Dispersão(manobrasde diversão)
Falso dilema (falsa dicotomia)
Apelo à ignorância
Derrapagem (bola de neve)
Pergunta complexa
Apeloa Motivos(em vez de razões)
Apelo à força
Apelo à piedade
Apelo a consequências
Apelo a preconceitos
Apelo ao povo
Fugir aoAssunto(falharo alvo)
Ataques pessoais
Apelo à autoridade
Autoridade anónima
Estilo sem substância
Falácias Indutivas
Generalização precipitada
Amostra não representativa
Falsa analogia
Indução preguiçosa
Omissão de dados
GRAFICAMENTE
Erros categoriais
Falácia da composição
Falácia da divisão
Non sequitur
Inventarfatos
Distorcerfatos
Irrefutabilidade
Âmbito limitado
Pouca profundidade
Erros de Definição
Definição demasiado lata
Definição demasiado restrita
Definição pouco clara
Definição circular
Definição contraditória
GRAFICAMENTE
Falácias causais
Post hoc
Efeito conjunto
Insignificância
Tomar o efeito pelacausa
Causacomplexa
Falhar o alvo
Post hoc
Efeito conjunto
Insignificância
Tomar o efeito pela causa
Causa complexa
Falácias da ambiguidade
Petição de princípio
Conclusão irrelevante
Espantalho
Falácias com regras gerais
Falácia do acidente
Falácia inversa do acidente
GRAFICAMENTE
Falácias da Relevância
Quando as razões são logicamente irrelevantes embora possam psicologicamente ser relevantes.
Argumentum ad baculum (apelo à força) quando ameaça o ouvinte.
Argumentum ad misericordiam (apelo à misericórdia) quando se procura comover o ouvinte.
Argumentum ad populun (apelo ao povo) quando se apela ao que a maioria das pessoas faz, ao “espírito das massas”.
Argumentum ad hominem (argumento contra a pessoa) quando para destruir o argumento de alguém tenta-se destruir a pessoa.
Falácias Das Premissas insuficientes:
Quando a indução é fraca e as premissas embora relevantes não são suficientes para justificar a conclusão.
Argumentum ad verecundiam (apelo ao uma autoridade não qualificada). Quando para se justificar algo se recorre a uma autoridade que não é digna de confiança ou que não é uma autoridade no assunto.
Argumentum ad ignorantiam (apelo à ignorância). Quando as premissas de um argumento estabelecem que nada se sabe acerca de um assunto e se procura concluir a partir dessas premissas algo acerca do assunto.
Exemplos: Os fantasmas existem! Já provaste que não existem?
Como os cientistas não podem provar que se vai dar uma guerra global, ela provavelmente não ocorrerá.
Fred disse que era mais esperto do que Jill, mas não aprovou. Portanto, isso deve ser falso...
GRAFICAMENTE
Generalização apressada.
Quando se extrai uma conclusão de uma amostra atípica e não significativa.
Exemplo: Fred, o australiano, roubou a minha carteira. Portanto, os australianos são ladrões. (Claro que não devemos julgar todos os Australianos na base no ato de um).
Perguntei a seis dos meus amigos o que eles pensavam das novas restrições ao consumo e eles concordam em que se trata de uma boa ideia. Portanto as novas restrições são populares.
Falsa Causa.
Quando a ligação entre premissas e conclusão depende de uma causa não existente. Os argumentos causais são os argumentos onde se conclui que uma coisa ou acontecimento causa outra. São muito comum mas, como a relação entre causa e efeito é complexa,é fácil cometer erros. Em regra, diz-se que C é a causa do efeito E se e só se: Geralmente, quando C ocorre, também E ocorrerá.
Exemplos de uma Falsa Causa: Ganho sempre o jogo de pôquer quando levo uma camisa preta;
Amanhã, se levar a camisa preta também ganharei.
Também podemos designar como falácia: post hoc ergo propter hoc, o nome em latim significa: “depois disso, logo, por causa disso”, Um autor comete a falácia quando pressupõe que, por um coisa se segue a outra, então aquela foi causada por esta.
Mais Exemplo: A imigração do Alentejo para Lisboa aumentou a prosperidade. Portanto, o incremento da imigração foi a causa do incremento da propriedade. 
Tomei o EZ-Mata-Gripe e depois de dois dias a minha constipação desapareceu... Prova: Mostre que a correlação é coincidência, mostrando: 1) que o efeito teria ocorrido mesmo sem alegada causa ocorrer, ou que 2) o efeito teve uma causa diferente da que foi indicada.
GRAFICAMENTE
Reação em cadeia.
Quando as premissas apresentam uma reação em cadeia com uma probabilidade mínima de acontecer.
Exemplos: Se aprovamos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos lei contra todas as armas, e então começaremos a restringir todos os nossos direitos. Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas.
Nunca deves jogar. Uma vez que comeces a jogar verás que é difícil deixar o jogo. Em breve estarás a deixar todo o teu dinheiro no jogo e, inclusivamente, pode acontecer que te vires para o crime para suportar as tuas despesas e pagar as dívidas.
Se eu abrir uma exceção para ti, terei de abrir exceções para outros.
Falácias De Pressuposição
Petitio principil (Petição de princípio). Quando o que deveria se aprovado pelo argumento é já suposto pelas premissas.
Exemplos: Dado que não estou a mentir, segue-se que estou a dizer a verdade.
Sabemos que Deus existe, porque a Bíblia o diz. E o que a Bíblia diz deve ser verdadeiro, dado que foi escrita por Deus e Deus não mente. (Neste caso teríamos de concordar primeiro que Deus existe para aceitarmos que Ele escreveu a Bíblia.)
Falácias De Ambiguidade
(Quando se tira partido da ambiguidade de sentido de certas expressões para promover determinada conclusão)
GRAFICAMENTE
Equivoco. Quando a conclusão de um argumento depende de uma ou mais palavras a serem usadas com dois sentidos diferentes. 
Anfibologia. Quando o duplo sentido é de uma frase.
Falácias por Analogia Gramatical
(Quando as premissas têm uma forma gramatical semelhante às premissas de um argumento válido e dai se extrai uma conclusão)
Composição. Quando o predicado é transportado das partes para o todo.
Exemplo: Um exército de homens fortes é um exército forte.
Divisão. Quando o predicado é erradamente transportado do todo para as partes.
Exemplo: Um exército forte é um exército onde todos os homens são fortes.
Adaptado das classificações em Stephen Downes (in Crítica na Rede) e Enciclopédia de Termos lógico Filosóficos (Gradiva, Lisboa 2001).
Simplicidade e Grau de Falseabilidade
Teorias de dimensão mais baixa são mais facilmente falseáveis do que as de dimensão mais elevada. Uma lei que tenha a forma de uma função de primeiro grau é mais facilmente falseável, por exemplo, do que uma lei suscetível de ser expressa por meio de uma função de primeiro grau.
Premissa 1
Premissa 2
Premissa 3
Premissa 4
Premissas Verdadeiras
6
Premissa Falseabilidade
Premissa 1
Premissa 2
Premissa 3
6
GRAFICAMENTE
Ufa! Até que enfim!!

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