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ARTIGO LUANA

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O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DAS OFICINAS TERAPÊUTICAS DO CAPS AD EM TRATAMENTO DO MUNICÍPIO DE PIRIPIRI/PI.
Luana de Macedo Sousa[1: Luana de Macedo Sousa. Acadêmica de Serviço social da Christus Faculdade do Piauí- CHRISFAPI. E-mail: ]
Natália Neponuceno Gomes[2: Natália Neponuceno Gomes. Orientadora na Christus Faculdade do Piauí-CHRISFAPI. Graduação em Serviço Social pela Christus Faculdade do Piauí-CHISFAPI. E-mail: nngomes]
RESUMO
O trabalho discorre sobre o processo de ressocialização através das oficinas terapêuticas dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas – CAPS AD em tratamento do município de Piripiri-Pi, no qual cabe ressaltar que a dependência química é considerada um grande problema social e de saúde pública, vale frisar que hoje em dia os usuários recebem atenção especial, tendo em vista as dificuldades em relação ao tratamento, muitas delas estão relacionadas com a ineficácia, resistência ou abandono do tratamento, reincidência, cabendo destacar que muitas vezes ocorre a não admissão do dependente químico ou do alcoolista como doentes. O interesse em abordar tal temática partiu através das em presunções e experiências concretas durante o período de estágio, surgiu a questão norteadora: a prática das oficinas terapêuticas no CAPS AD (Centro de Apoio Psicossocial – álcool e droga) contribui para o processo de ressocialização do usuário em tratamento. Os objetivos dividem-se em investigar a contribuição das oficinas terapêuticas no processo de ressocialização dos usuários do Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas - CAPS AD em tratamento do município de Piripiri – PI, identificar na literatura o contexto histórico de saúde mental; mostrar as contribuições das oficinas terapêuticas para os usuários do CAPS ad de Piripiri, esclarecer sobre os benefícios e importância das oficinas no processo de ressocialização. Para alcançar os fins desta pesquisa, utiliza-se a pesquisa bibliográfica e de campo incluindo a abordagem qualitativa, quantitativa e exploratória, no qual o processo de coleta de dados deu-se por meio da aplicação de um questionário direcionado a seis usuários do CAPS ad sendo três do sexo masculino e três do sexo feminino para o levantamento de dados referentes ao atendimento na instituição. Através da concretização de todas as etapas, tornou-se possível perceber que existe uma conexão entre os usuários e o CAPS ad. No entanto possuem barreiras que precisam ser quebradas. 
Palavras-chave: Usuários, CAPS ad, ressocialização, álcool e drogas.
INTRODUÇÃO 
O processo de ressocialização através das oficinas terapêuticas dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas – CAPS AD em tratamento do município de Piripiri-Pi, no qual cabe ressaltar que a dependência química é considerada um grande problema social e de saúde pública, vale frisar que hoje em dia os usuários recebem atenção especial, tendo em vista as dificuldades em relação ao tratamento, muitas delas estão relacionadas com a ineficácia, resistência ou abandono do tratamento, reincidência, cabendo destacar que muitas vezes ocorre a não admissão do dependente químico ou do alcoolista como doentes.
Os problemas encontrados pelos profissionais de saúde mental é que na maioria das vezes os mesmos encontram dificuldades quanto à identificação e reconhecimento de problemas relacionados ao uso de drogas que acontecem simultaneamente com diagnósticos habituais. Com isso, o diagnóstico de um paciente com transtorno mental juntamente com um transtorno do uso de substancias psicoativas, possuem dificuldades no manejo e tratamento desses casos, uma vez que são casos diferentes.
Desse modo, procura-se aqui pontuar alguns aspectos do processo de pesquisa do trabalho elaborado, no qual apresenta-se como Objetivo Geral: Investigar as contribuição das oficinas terapêuticas no processo de ressocialização dos usuários do Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas - CAPS AD em tratamento do município de Piripiri – PI. 
Com isso, traçam-se os Objetivos Específicos: Identificar na literatura o contexto histórico de saúde mental; Mostrar as contribuições das oficinas terapêuticas para os usuários do CAPS ad de Piripiri; Esclarecer sobre os benefícios e importância das oficinas no processo de ressocialização.
Para alcançar os fins deste artigo, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, pois a mesma é o ponto inicial de partida, assim enriquecendo a construção com estudos já realizados sobre o tema anteriormente. Também, utilizou-se a pesquisa de campo, onde houve a necessidade de estabelecer um contato face a face com os pesquisados. 
A abordagem utilizada é de natureza qualitativa e quantitativa, pois permitirá a utilização de tabelas e gráficos com dados e porcentagens que possibilitam a quantificação dos dados coletados. Nesse sentido, o uso da pesquisa exploratória tem a intenção de desenvolver meios em que anseia indagar e ilustrar as questões encontradas. O instrumento de coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de um questionário com 11(onze) perguntas abertas direcionadas, 06 (seis) usuários, sendo 03 (três) do sexo masculino e 03 (três) do sexo feminino do Centro de Apoio Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS ad) que fica situado no município de Piripiri – PI.
2 METODOLOGIA 
A pesquisa apresentada neste estudo tem como propósito uma aproximação com o universo sob o qual seus sujeitos estão inseridos, onde segundo Deslandes (2009) “o tema de uma pesquisa indica a área de interesse ou assunto a ser investigado”. Para tanto, a caracterização deste, acontece de forma realizada em abordagem qualitativa Haja vista que esta abordagem não cai na subjetividade de seus componentes, pois se preocupa em qualificá-los. 
Ao mesmo tempo se faz o uso da pesquisa de forma quantitativa, tendo em vista que se abordam aspectos numéricos que possibilitam a quantificação dos dados coletados, no intuito de buscar respostas através da relação estabelecida entre dados investigados. (FONSECA 2002, p. 20).
Nesse sentido, o uso da pesquisa exploratória tem a intenção de desenvolver meios em que anseia indagar e ilustrar as questões encontradas, tendo em vista uma aproximação da realidade analisada, explorando os fenômenos e suas dimensões com a probabilidade de torná-los mais explicativos ou estabelecer hipóteses (GIL, 2008).
Assim sendo, não se baseia em achados que possam ser quantificados em critérios numéricos, ou seja, se usam da incorporação de vários significados, relações sociais, crenças e valores, com aprofundamento dos fenômenos que não se diminuem em aspectos de variáveis (MINAYO, 2006).
3 BREVE HISTÓRICO DA SAÚDE NO BRASIL
O Brasil é um país que está marcado por algumas especificidades estruturais, conjunturais e históricas, nas quais são colocadas que as mudanças são responsáveis pelas grandes transformações sócias em todos os processos sendo o de saúde e nas doenças da população.
É importante ressaltar, que esse processo de saúde no Brasil, no período do seu descobrimento, não foi de uma maneira sistematizada e sim, de forma moldada baseada nas práticas de curandeirismo. Com isso, iniciam os primórdios de medicina, dentro do território nacional, em 1808, com a chegada da família real. Onde o autor Aguiar (2011, p.18) ressalta que:
O quadro sanitário do Brasil colonial e imperial caracterizava-se pela existência de diversas doenças transmissíveis, trazidas inicialmente pelos colonos portugueses e, posteriormente, pelos escravos africanos e diversos outros estrangeiros que aqui chegavam para fins de comércio ou por migração. Muitas dessas doenças tornaram-se endêmicas e outras provocaram epidemias assustadoras e dizimavam enormes contingentes populacionais. (AGUIAR, 2011)
Com a intervenção do estado, se efetiva no século XX de forma mais específica, começando na década de 30. Portanto, é importante mencionar, que no século anterior – XVIII -, a assistência médica era sustentada pela filantropia por parte da classe dominante, e na prática liberal.A assistência à saúde desenvolveu-se a partir da evolução da previdência social, com ênfase na medicina curativa e lucrativa a partir da contratação de serviços privados; o sistema de saúde estatal consolidou a dicotomia entre ações preventivas e de caráter individual, sendo a primeira de responsabilidade do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais e pela medicina liberal (AGUIAR, 2011, p. 17).
Nos últimos anos do século, a saúde entra em questão sobre a reinvindicação pelo movimento operário. E nos primórdios do século XX, começam a surgir poucas inciativas de organização da saúde, que mais tarde, a partir de 30, foram aprofundadas.
Com o governo centralizado seguiu novas responsabilidades e adotou para si algumas pertinências dos estados, como educação, saúde, política de mercado de produtos e emprego, além de diminuir a autonomia política dos estados e municípios. Porém o modelo de saúde pública implantado por Vargas tinha uma característica pela assistência previdenciária, ou seja, tinha direito à saúde pública aquele que estivesse empregado e contribuísse para a previdência social.
O movimento social mantém-se articulado e pressiona o governo por mudanças no modelo de assistência previdenciária em crise crescente em função de escassez de recursos e do aumento dos custos operacionais para sua manutenção (AGUIAR, 2011, p. 34).
Com essas reinvindicações da população, foram elaboradas algumas estratégias de modo a conter as exigências estabelecidas por estes, em que foram propostas e apresentadas em 1923, com a Lei Eloy Chaves, surgiu então, as primeiras Caixas de Aposentadoria e Pensões – CAPs, as quais surgiram de uma forma embrionária, estímulos à previdência social, com o objetivo inicial de atender uma população específica.
3.1 REFORMA PSIQUIÁTRICA NO CENÁRIO BRASILEIRO
Nesse capítulo abordaremos sobre uma contextualização da Reforma Psiquiátrica no cenário brasileiro, assim como a história da loucura e o tratamento como uma construção histórica para sistematizar o debate, com uma síntese sobre o tratamento da saúde mental no Brasil.
Os autores Mesquita, Novellino e Cavalcante (2010, p.3), esclarecem que tendo em vista os modelos marcados em cada época, destacam que na história do processo de Reforma Psiquiátrica duas fases, sendo que “a primeira se refere à crítica ao modelo hospitalocêntrico marcado dos anos 1978 a 1991, e a segunda voltada aos dias atuais por volta dos anos 1992 que envolve a implantação de uma rede de serviços extra-hospitalares.” Diante disso, a mesma Reforma Psiquiátrica teve início no final dos anos setenta, e assim é conceituada:
Está sendo considerada reforma psiquiátrico o processo histórico de formulação crítica e prática que tem como objetivos e estratégias o questionamento e a elaboração de propostas de transformação do modelo clássico e do paradigma da psiquiatria. No Brasil, a reforma psiquiátrica é um processo que surge mais concreta e principalmente a partir da conjuntura da redemocratização, em fins da década de 1970, fundado não apenas na crítica conjuntural ao subsistema nacional de saúde mental, mas também, e principalmente, na crítica estrutural ao saber e às instituições psiquiátricas clássicas, no bojo de toda a movimentação político social que caracteriza esta mesma conjuntura de redemocratização (AMARANTE, 1995, p. 91).
Compreende nesse sistema, a proteção à saúde além das práticas curativas, levando em conta a promoção da saúde, passando pela ação curativa e pela reabilitação. Há de se destacar também que pela primeira vez na história de nosso país a saúde é entendida como um direito universal de cidadania, inerente a todos os brasileiros e fruto de uma sociedade democrática. É neste cenário político que situamos a possibilidade histórica de pensar a reversão do modelo manicomial clássico e o financiamento de um modelo de atenção comunitária.
Levando em consideração esses elementos, podemos dizer que a política de Saúde Mental avançou no resgate da cidadania do deficiente mental, conseguindo dialogar com setores críticos da sociedade, com os familiares e usuários da saúde mental, assegurando os direitos humanos tão violados historicamente a este segmento, porém, não esqueceremos, ao longo deste capítulo, de pontuar a forma enviesada sob a qual o neoliberalismo vem se apropriando da desinstitucionalização. Sob estes princípios, analisaremos a seguir as principais características que perpassam as leis que normatizaram a reforma Psiquiátrica Brasileira.
Segundo Mesquita, Novellino e Cavalcante (2010, p. 5), “O modelo asilar ou hospitalocêntrico predominou até o final do século XX, onde um fator relevante ocorreu na Itália nos anos 1961, através do médico italiano Franco Baságlia que assume a responsabilidade do Hospital no país”, tendo assim uma postura diferente e crítica, na qual suas ações eram baseadas na volta do indivíduo com problema mental a sua família dentre outras questões em favor do mesmo. 
A possibilidade de reversão do modelo psiquiátrico clássico situa-se na Constituição de 1988, que implementa o Sistema Único de Saúde (SUS) abre a possibilidade de novas práticas e políticas de saúde, pautadas por um modelo descentralizado e integrado, proposto ao longo da década de 1980 pelo movimento de reforma sanitária.
A participação do Brasil na política de saúde mental foi marcada nos anos setenta, quando ocorreu uma série de acontecimentos voltados para a privatização da assistência psiquiátrica referente à previdência social, na qual se baseava em duas condições de atendimento à população, sendo o público e o privado. Nesse contexto, houve uma gama de movimentos aos quais eram impulsionados pelos trabalhadores que, segundo Mesquita, Novellino e Cavalcanti (2010, p.4), tivemos o “Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental e mais adiante nos anos 1978 surge o Movimento dos Trabalhadores da Divisão Nacional de Saúde Mental” e todos estes foram fortalecendo cada vez mais os interessados em minimizar situações de opressão.
Ainda segundo Mesquita, Novellino e Cavalcanti (2010) tendo em vista todas essas lutas, os anos oitenta foi outro momento que englobou debates e encontros, como a I Conferência Nacional de Saúde Mental, mais precisamente em 1987, quando se buscou a priorização de investimentos nos serviços extra-hospitalares e multiprofissionais como resposta ao modelo hospitalocêntrico. As Conferências impulsionam as lutas dos trabalhadores juntamente com a sociedade que percebe a violação dos direitos desses indivíduos, mesmos que estas estejam em estágio inicial, mas já é um momento no qual começa a despertar a busca pela humanização e qualidades dessas instituições.
Diante deste cenário de todas essas lutas, depois da criação do Sistema Único de Saúde – SUS em 1989, no Congresso Nacional foi elaborado o Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado (PT/MG), que tem como princípios os direitos da pessoa com transtornos mentais com o intuito de acabar de maneira crescente com os hospícios no país, sendo aprovado no ano de 2011 e com novas alterações.
Com a criação e aprovação da Lei Federal 10.216/2001 muda-se a direção ao amparo em saúde mental, uma vez que protege o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, porém não determina sustentação à crescente extinção dos manicômios. (MESQUITA, NOVELLINO E CAVALCANTI, 2010, p.8)
De acordo om esses autores, essa contextualização mostra que com esta lei foi possível visualizar uma nova direção referente ao tratamento dos indivíduos com problemas mentais, protegendo assim a recuperação em serviços de base comunitária e valorizando os direitos dessas pessoas com efetividade. 
Esta lei proporcionou uma visão mais abrangente da saúde mental, apontando que o papel dos seus serviços é de modo a oferecer um tratamento digno aos indivíduos com problemas mentais, a mesma fala que a lei não apresenta sustentação para acabar com os manicômios. 
Com o passar dos tempos, houveuma série de fatores que contribuíram com a Reforma Psiquiátrica, como as Conferências, a criação do SUS, a participação da sociedade e outros dispositivos legais, destacando-se também a luta antimanicomial, ou seja, buscavam minimizar o sofrimento e atitudes desumanas com os indivíduos com problemas mentais, e assim com o surgimento de instituições como os CAPS proporcionou um ambiente acolhedor e não repressivo aos mesmos, que era antes com os asilos e manicômios.
3.2 TRATAMENTO ÀS DOENÇAS MENTAIS
De acordo com a OMS, (2001), As políticas e programas de saúde mental devem promover os seguintes direitos: igualdade e não discriminação; o direito à privacidade; autonomia individual; integridade física; direito à informação e participação; e liberdade de religião, reunião e movimento. Os instrumentos sobre direitos humanos exigem também que todo planejamento ou elaboração de políticas ou programas de saúde mental envolva grupos vulneráveis (como as populações indígenas e tribais, as minorias nacionais, étnicas, religiosas e linguísticas, os trabalhadores migrantes, os refugiados e os apátridas, as crianças e adolescentes, e os velhos). A necessidade de se buscar novas formas de assistência na saúde mental não era apenas em relação à extinção dos manicômios em si e nem a forma de internamento desumano que era aplicado.
Concordando com dados oficiais do Ministério da Saúde (2005) o início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo à eclosão do “movimento sanitário” nos anos de 1970, que tem como consequência a criação da instituição SUS.
Concordando com essa perspectiva, Porto (2010) salienta que o tratamento da saúde mental sempre esteve relacionado à segregação das pessoas acometidas de transtornos mentais. Essas pessoas são de um modo geral, excluídas, não somente pela sociedade, mas pelos próprios familiares e amigos, a família sentia-se com o sentimento de dever cumprido internar seu parente, pois compreendia naquele momento que o seu familiar estava sendo cuidado de forma correta e segura e assim a sociedade ficaria segura dos “loucos”, como assim eram denominados.
4. CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DE ÁLCOOL E DROGAS (CAPS AD) COMO DISPOSITIVO DE ATENÇÃO AO USUÁRIO DE DROGAS.
Até o ano de 2002, de acordo com o Ministério da Saúde (2007), a saúde pública brasileira não estava tomando as devidas medidas com relação ao problema da prevenção e tratamento dos transtornos associados ao consumo de álcool e outras drogas. Havia apenas "alternativas de atenção” de caráter total, com bases em práticas com medicamentos, disciplinas ou de cunho religioso-moral, reforçando, assim, o isolamento social e o estigma.
Somente em 2003, o Ministério da Saúde formulou uma Política Nacional Específica para o combate do uso de Álcool e Drogas, onde assumiu o papel de prevenir, tratar e reabilitar os usuários, de acordo com a Lei 10.216/01. Os Centros de Atenção Psicossocial em Álcool e Drogas (CAPS ad) passaram a ser a principal estratégia de tratamento, como também a estratégia de redução de danos.
Os Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) são serviços de atendimento diário, de caráter substitutivo ao hospital psiquiátrico. Devem atender pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, dentro de sua territorialidade. Estes serviços são regulamentados pela portaria ministerial GM nº 336, de 19 de fevereiro de 2002.
Nos CAPS trabalham equipes multiprofissionais que desenvolvem atividades diversificadas como atendimentos individuais e/ou em grupo, acompanhamento em atividades externas, atendimento as famílias dos usuários, oficinas terapêuticas e de criação, atividades físicas, atividades lúdicas, além da assistência medicamentosa, que antes era considerada a principal forma de tratamento.
5.1 OFICINAS TERAPÊUTICAS NO CONTEXTO DA SAÚDE MENTAL
Esse termo “oficina” vem sendo muito empregado para designar atividades desenvolvidas em diversos espaços de cuidados em saúde mental. Neste sentido, as oficinas podem ser um meio para os usuários sentirem-se sujeitos de suas vidas. As oficinas se sustentam, segundo Ribeiro (2004 p.105):
Na possibilidade de representarem dispositivos que sejam catalisadores da produção psíquica dos sujeitos envolvidos, facilitando o trânsito social deles na família, na cultura, bem como sua inserção ou reinserção no trabalho produtivo. (RIBEIRO, 2004)
É possível ver que estas atividades, associadas à terapia clínica e tratamento medicamentoso, contribuíram para desinstitucionalização em saúde mental. Enfim, enquanto a reabilitação possui um objetivo maior que é reinserir o indivíduo na sociedade, a desinstitucionalização se preocupa em transformar esta sociedade. 
Essas oficinas terapêuticas promovem então a reaquisição das competências para realização das atividades de vida diária e prática que são perdidas ao longo do processo de adoecimento mental, favorecendo a relação do usuário consigo e com os outros. As dificuldades que os sujeitos portadores de transtorno mental encontram no lidar do cotidiano podem ser cumulativas e ele se enclausurar, precarizando cada vez mais o seu relacionamento na família e comunidade. 
6 RESULTADOS DOS DADOS COLETADOS
Aqui será apresentado todo contexto relacionado à pesquisa de campo, tendo como principal finalidade a obtenção por respostas frente à problemática da pesquisa e objetivos traçados inicialmente. Cabe ressaltar que todos os cuidados e procedimentos, e, sobretudo o sigilo foram categoricamente seguidos. Assim, não apresentando nenhum risco a vida dos sujeitos, preservando totalmente sua integridade física e mental. 
Com essa reflexão desses dados coletados tem como principal objetivo abordar os aspectos relevantes que dizem respeito à opinião dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas do município de Piripiri – PI.
Gráfico 1 – Sexo dos Participantes da Pesquisa 
 
Elaboração: Própria Autora 2017
Assim, este é o perfil dos usuários pesquisados, onde no decorrer deste estudo, o leitor tenha maior intimidade com os participantes da pesquisa, de modo a contemplar os aspectos que foram objetivados. 
Gráfico 2 - Referente à idade dos participantes da pesquisa
Elaboração: Própria autora 2017
E a respeito da importância das oficinas para os usuários do CAPS AD de Piripiri – PI
“As oficinas funcionam como estratégias para o desenvolvimento do protagonismo do usuário uma vez que promovem a sua participação em seu processo de recuperação através da troca de experiências e que além disso, permitindo o desenvolvimento da autonomia do usuário, o que contribui para a sua reinserção no meio social” (usuária 01, sexo feminino, 2017)
“Essas funcionam como forma para o desenvolvimento do tratamento e ainda faz com podemos nos ressocializar na sociedade e nos desenvolve no processo da recuperação” (Usuária 02, sexo feminino, 2017)
“Funciona como uma forma de nos socializar com as pessoas e no desenvolvimento melhor durante o tratamento, sendo uma forma de descontração contribuindo durante esse processo para reinserção social” (Usuário 01, sexo masculino, 2017)
“Elas são como um meio para melhorar a nossa convivência na instituição, para auxiliar durante o tratamento, e contribuir pra a nossa inclusão na sociedade” (Usuário 02, sexo masculino, 2017) 
Esse termo “oficina” como afirma Ribeiro (2004 p. 105) vem sendo muito empregado para designar atividades desenvolvidas em diversos espaços de cuidados em saúde mental. Neste sentido, as oficinas podem ser um meio para os usuários sentirem-se sujeitos de suas vidas.
E já os benefícios proporcionados pelas oficinas terapêuticas pelos usuários do CAPS AD de Piripiri-Pi.
 “Essas oficinas permitem aos usuários a comunicação e a convivência entre os usuários, e ao mesmo tem promovem o exercício da cidadania” (Usuária 01, sexo feminino, 2017).
“As oficinas trazem bastante benefícios durante o tratamento pois ela nos ajuda no processo de ressocialização e melhora o nosso exercício de cidadania nasociedade” (Usuária 02, sexo feminino, 2017)
“Trazem bastante benefícios para o processo de tratamento e também tem um papel importante diante da nossa convivência aqui no CAPS, pois durante as oficinas temos a oportunidade de dialogarmos sobre nossas experiências” (Usuário 01, sexo masculino, 2017)
“Minha opinião sobre essas oficinas é que elas possuem grande importância durante o tratamento, pois temos os nossos momento de dialogar e falar do processo do tratamento e a oportunidade de trocar experiências” (Usuário 02, sexo masculino, 2017) 
Desse jeito, os estatutos que regulamentam as oficinas terapêuticas mostram que elas são a estratégia por meio da qual a reabilitação psicossocial deve se realizar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao considera a importância do processo de ressocialização como possibilidade de interação com os mesmos na sociedade e refletir sobre a existência das oficinas terapêuticas dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas – CAPS AD em tratamento do município de Piripiri-PI, ressaltando que a dependência química é considerada um grande problema social e de saúde pública, colocando que hoje em dia os usuários recebem atenção especial, tendo em vista as dificuldades em relação ao tratamento, muitas delas estão relacionadas com a ineficácia, resistência ou abandono do tratamento, reincidência, cabendo destacar que muitas vezes ocorre a não admissão do dependente químico ou do alcoolista como doentes.
Para que se tornasse possível compreender sobre a importância da ressocialização dos usuários do CAPS AD, fez-se necessário enfatizar aspectos históricos importantes sobre a história da saúde no Brasil. Em seguida procurou-se refletir sobre o histórico da saúde no Brasil, dando ênfase sobre o contexto do sistema único de saúde (SUS), sua trajetória e conquistas, e o resgate sobre a Saúde Mental no Brasil.
Em seguida ponderou-se sobre o cuidado ao usuário de álcool e drogas, o centro de atenção psicossocial de álcool e drogas- CAPS AD como dispositivo de atenção ao usuário de drogas, oficinas terapêuticas no contexto da saúde mental, a importância e os benefícios das oficinas terapêuticas para os usuários do CAPS AD de Piripiri-Pi, uma aproximação a partir do processo de ressocialização através das oficinas terapêuticas do CAPS Ad do município de Piripiri-Pi, no sentido de responder aos objetivos deste estudo, no qual chegou à conclusão de que existe uma importância das oficinas terapêuticas para os usuários do CAPS AD. No entanto, ainda precisa ser superadas muitas barreiras na instituição.
Tornam-se fundamental a criação de novas políticas públicas direcionadas para o usuário de álcool ou outras drogas, e dessa forma possa tratá-los, oferecendo suporte direcionado a todo e qualquer problema encontrada pelos mesmos perante o abuso de drogas, bem como o apoio psicológico. A pesquisa não se encerra neste trabalho, quanto mais produções mais compreensão teremos, pois a complexidade e sua dimensão são visíveis a necessidade de maiores debates.
REFERÊNCIAS
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