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Introdução
Constituição: é a lei fundamental e o limite de poder do Estado.
Contém princípios e normas relativos à composição e forma deste, assim
como do Governo, aos direitos e garantias fundamentais, como também
relativos ao exercício do poder.
A Constituição Federal é composta pelo a) Preâmbulo: é a fonte de
interpretação, entretanto, é desprovido de normatividade; b) Corpo Fixo:
composto por 250 artigos; e c) Normas ADCT: atos das disposições
constitucionais transitórias, é composto por 97 dispositivos.
O papel do ADCT é de fazer a travessia entre o ordenamento
constitucional antigo e a nova Constituição. São normas de passagem,
não existe hierarquia entre as normas do ADCT e as normas do Corpo
Fixo, ambas atuam como parâmetro do Controle de Constitucionalidade
das Leis.
ATENÇÃO
A CF/ 88 pode ser classificada quanto ao Conteúdo, quanto à forma,
quanto ao modo de elaboração, quanto à origem, quanto ao modo de
estabilidade e quanto à extensão.
Quanto ao conteúdo, a Constituição Brasileira é Formal, ou seja, é
um documento solenemente consolidado pelo Poder Constituinte
Originário. Todas as regras desse documento são constitucionais, não
importando seu conteúdo, pois todas são hierarquicamente superiores às
demais normas do ordenamento. Já quanto à forma, a CF é Escrita, pois as
regras são codificadas e sistematizadas em um só documento, este,
contendo todas as normas fundamentais.
Quanto ao modo de elaboração, a Constituição é Dogmática, ela
se apresenta como um produto escrito e organizado por um órgão
constituinte, que reúne direito dominante e ideias fundamentais
manifestando os valores sociais. Quanto á origem, a carta magna é
Promulgada, democrática ou popular, sendo esta produto de uma
Assembleia Nacional Constituinte, escolhida pelo povo para obter esta
finalidade, é resultado da vontade popular e são produzidas por
representantes eleitos pelas pessoas.
Quanto à estabilidade, a Constituição Brasileira de 1988 é
Rígida ou Super Rígida, pois só pode ser alterada por um processo
legislativo mais complicado e solene, do que para editar outras espécies
normativas. A CF estabelece um regulamento diferente, tornando mais
difícil a alteração.
Por fim, quanto ao seu conteúdo, a CRFB/88 é Analítica ou
Prolixa, pois institui minuciosamente todos os assuntos importantes para o
funcionamento e organização Estatal.
Questões Comentadas dos 
Últimos Exames
XVI Exame da Ordem
QUESTÃO 1
Dois advogados, com grande experiência profissional e com a justa
preocupação de se manterem atualizados, concluem que algumas ideias
vêm influenciando mais profundamente a percepção dos operadores do
direito a respeito da ordem jurídica. Um deles lembra que a Constituição
brasileira vem funcionando como verdadeiro “filtro”, de forma a
influenciar todas as normas do ordenamento pátrio com os seus valores. O
segundo, concordando, adiciona que o crescente reconhecimento da
natureza normativo-jurídica dos princípios pelos tribunais, especialmente
pelo Supremo Tribunal Federal, tem aproximado as concepções de direito
e justiça (buscada no diálogo racional) e oferecido um papel de maior
destaque aos magistrados. As posições apresentadas pelos advogados
mantêm relação com uma concepção teórico-jurídica que, no Brasil e em
outros países, vem sendo denominada de
A) neoconstitucionalismo.
B) positivismo-normativista.
C) neopositivismo.
D) jusnaturalismo.
Comentário: Uma das grandes características desta vertente é aquela na
qual há a defesa da tese da constituição como fundamento central de todo
o sistema jurídico. Ou seja, a Constituição é o fundamento de validade do
ordenamento, a base do sistema jurídico. Alternativa correta: A
XIX EXAME
O constitucionalismo brasileiro, desde 1824, foi construído a partir de vertentes
teóricas que estabeleceram continuidades e clivagens históricas no que se refere
à essência e à interrelação das funções estatais, tanto no plano vertical como no
horizontal, bem como à proteção dos direitos fundamentais. A partir dessa
constatação, assinale a afirmativa correta.
A) A Constituição de 1824 adotou, de maneira rígida, a tripartição das funções
estatais, que seriam repartidas entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
B) A Constituição de 1891 dispôs sobre o federalismo de cooperação e delineou
um Estado Social e Democrático de Direito.
C) A Constituição de 1937 considerou o Supremo Tribunal Federal o guardião da
Constituição, detendo a última palavra no controle concentrado de
constitucionalidade.
D) A Constituição de 1946 foi promulgada e reinaugurou o período democrático
no Brasil, tendo contemplado um rol de direitos e garantias individuais.
Resposta: Letra D.
A alternativa A está errada porque a Constituição de 1824 adotou um modelo
quadripartite de separação de poderes (havia um poder moderador).
A alternativa B está errada porque o Estado Social não foi introduzido pela
Constituição de 1891.
A alternativa C está errada porque o controle concentrado foi introduzido no
constitucionalismo brasileiro anos após.
A alternativa D está certa porque o texto constitucional de 1946 foi editado na
saída do Estado Novo, marcando a redemocratização do Brasil, e trouxe um
grande rol de direitos e garantias fundamentais.
Poder Constituinte
Conceito: É o poder de criar, instituir ou reformar uma Constituição.
1. Originário/1° grau
• Poder para criar uma Constituição;
• Características: inicial (pois seria a primeira lei do ordenamento jurídico),
soberano, absoluto, ilimitado (porque é soberano e não sofre qualquer
limitação do Direito), incondicionado (não se sujeita a nenhum processo
ou procedimento para manifestar-se), independente (não está ligado à
nenhuma outra lei).
2. Derivado/2° grau
• Reformador e mudança da Constituição;
• CF/88, art. 3° - Emendas Constitucionais de Revisão (só existem seis e
não podem mais ser editadas) - Emendas constitucionais são o único meio
de mudança da CF hoje.
3. Poder constituinte derivado decorrente
• Autoriza que entes federativos elaborem suas normas fundamentais
(forma federativa de estado);
• Art. 25 CF: cada Estado-membro pode fazer sua Constituição Estadual;
• Art. 29, CF: cada município pode fazer sua Lei Orgânica;
• Art. 32, CF: o Distrito Federal pode fazer sua Lei Orgânica;
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que
adotarem, observados os princípios desta Constituição.
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á
por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias,
e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos,
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e
os seguintes preceitos:
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á
por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez
dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
4. Poder Constituinte Derivado Reformador
Poder de modificar a CF, de acordo com o processo nela previsto.
É exercido pelo Congresso Nacional, quando este elabora Emendas à
Constituição.
Questões Comentadas dos 
Últimos Exames
XV Exame da Ordem
QUESTÃO 1
Pedro, reconhecido advogado na área do direito público, é contratado
para produzir um parecer sobre situação que envolve o pacto federativo
entre Estados brasileiros. Ao estudar mais detidamente a questão, conclui
que, para atingir seu objetivo, é necessário analisar o alcance das
chamadas cláusulas pétreas. Com base na ordem constitucionalbrasileira
vigente, assinale, dentre as opções abaixo, a única que expressa uma
premissa correta sobre o tema e que pode ser usada pelo referido
advogado no desenvolvimento de seu parecer.
A) As cláusulas pétreas podem ser invocadas para sustentar a existência de
normas constitucionais superiores em face de normas constitucionais
inferiores, o que possibilita a
existência de normas constitucionais inconstitucionais.
B) Norma introduzida por emenda à constituição se integra plenamente ao
texto constitucional, não podendo, portanto, ser submetida a controle de
constitucionalidade, ainda que sob alegação de violação à cláusula pétrea.
C) Mudanças propostas por constituinte derivado reformador estão
sujeitas ao controle de constitucionalidade, sendo que as normas ali
propostas não podem afrontar cláusulas pétreas estabelecidas na
Constituição da República.
D) Os direitos e as garantias individuais considerados como cláusulas
pétreas estão localizados exclusivamente nos dispositivos do Art. 5º, de
modo que é inconstitucional
atribuir essa qualidade (cláusula pétrea) a normas fundadas em outros
dispositivos constitucionais.
Comentário: As normas derivadas, ou seja, que surgem para somar forças
às normas originárias, além de também adequar o texto constitucional à
realidade social do momento, deve sem sombra de dúvidas respeitar o
teor das cláusulas pétreas. Mas lembre-se: É possível a alteração para
ampliar direitos, o que é vedado é a proposta de emenda que tenha por
objetivo abolir as cláusulas pétreas. Elas não são “irretocáveis”.
Alternativa correta: C
Poder Reformador da 
CF/88 – Art. 60
- Limitações:
1) Temporais: o art. 60 não aponta limites de ordem temporal;
2) Circunstanciais: (art. 60, § 1º) a Constituição não poderá ser emendada
na vigência de Intervenção Federal, Estado de Defesa ou Estado de Sítio;
3) Formais: estão associadas ao Processo Legislativo, devendo obedecer ao
rol taxativo do art. 60, incisos I, II e III:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.
4) Materiais: algumas matérias não podem ser reformadas, elas são as
cláusulas pétreas, consistem nas limitações de assunto e encontram-se
elencadas no art. 60, § 4º:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
Ademais, além das limitações materiais expressas no art. 60, § 4º,
existem limites materiais implícitos (encontrados ao longo do texto
constitucional, decorrente dos princípios, do regime e formas de governo)
como:
a) forma de Governo Republicana;
b) Sistema de Governo Presidencialista; e
c) o próprio art. 60 da CF/ 88.
Fenômenos de direito constitucional intertemporal​
Revogação global: acontece com a ordem normativa constitucional
anterior quando a nova Constituição surge no país, lei nova revoga
completamente um instituto jurídico ou ramo do Direito;
Recepção: é um processo abreviado de criação de normas jurídicas,
acontece quando a Constituição nova recebe a ordem normativa
infraconstitucional anterior surgida sob a égide de cartas precedentes, se
com ela, tais normas forem compatíveis, a estas são dadas a validade e
evita-se assim o trabalho de elaborar toda a legislação infraconstitucional
novamente. É um fenômeno automático e de natureza material.
Repristinação: é o fenômeno pelo qual certa legislação infraconstitucional
que perdeu sua eficácia diante de um texto constitucional posterior, por
não ter sido recepcionada pelo mesmo, se restaura pelo surgimento de
uma nova Constituição. Esse instituto não é aceito pelo ordenamento
jurídico brasileiro, por disposição expressa do art. 2° § 3°, da Lei de
Introdução ao Código Civil.
Desconstitucionalização: trata-se da recepção pela nova ordem
constitucional como leis originárias de disposições da Constituição
anterior, perdendo, pois, a natureza de Constituição. Tal fenômeno,
entretanto, não é acolhido pelo Direito brasileiro.
Aplicabilidade das
Normas Constitucionais
Todas as normas constitucionais tem eficácia no plano abstrato,
independente da norma ter sido regulamentada.
Normas constitucionais quanto à sua eficácia:
- Plena: normas da Constituição que não dependem de regulamentação,
não necessitando de atuação do administrador ou legislador para sua
aplicabilidade. Aplicabilidade direta e imediata. O verbo da norma é o
verbo ser no presente do indicativo (é/são). Não irão aparecer expressões
do tipo: "nos termos da lei", "de acordo com a lei". Ex.: art. 13, art. 2, art.
19, CF.
- Contida/restringível: já produz seus efeitos desde a promulgação da CF
independente de regulamentação, no entanto pode vir a ser restringida
pela incidência de uma lei ou de outra norma constitucional. Não
dependem de regulamentação por norma infraconstitucional.
Aplicabilidade direta, imediata. Mas a CF admite redução de direito pelo
legislador ordinário. Eficácia redutível ou restringível. O verbo da norma é
o verbo ser no presente do indicativo (é/são). Irão aparecer expressões
com a palavra lei visando à redução de um direito: "salvo as hipóteses que
a lei estabelecer". Ex.: art. 5°, III. Atenção ao inciso XVI do art. 5º da CF,
que tem sua eficácia limitada em caso de Estado de defesa e Estado de
Sítio dos artigos 136 e 139 da CF. Art. LVIII.
OBS.: não dependem de autorização estatal:
- Limitada: é aquela norma que somente produz todos os seus efeitos
essenciais quando é regulamentada. Dependem de regulamentação por
normas infraconstitucionais. O verbo da norma está no tempo futuro
(será, estabelecerá, deverá). Irão existir expressões do tipo "nos termos da
lei".
Ex. art. 37, VII, da CF, que estabelece o direito de greve dos servidores
públicos, o qual deve ser fixado em lei específica (lei que só trata desse
assunto). Sem essa lei, o direito não tinha como ser exercido. As normas
de eficácia limitada subdividem-se em:
- Limitada programática: são aquelas que visam alcançar certas metas e
objetivos, estabelece programas ou princípios a serem desenvolvidos, e
servirão de diretrizes para todos os órgãos estatais. Ex. art. 3º; 196º; 205º.
Sua plena produção de efeitos depende não só de lei mas sim de
argumentos metajurídicos que estão fora do direito (apoio da sociedade e
políticas públicas).
- Limitada institutiva: são normas que contém apenas comandos de
estruturação geral da instituição de determinado órgão, entidade ou
instituição, de forma que a efetiva criação, organização ou estruturação,
por expressa disposição constitucional, deve ser feita por normas
infraconstitucionais. Citamos o § 2º do artigo 18 da Carta Maior, como um
exemplo de norma constitucional de eficácia limitada de princípio
institutivo.
Outros exemplos de normas constitucionais de eficácia limitada de
princípio institutivo: art. 33, art. 90, § 2º, art. 109, inciso VI, etc., todos da
Constituição Federal.
Questões Comentadas dos 
Últimos Exames
XVI Exame da Ordem
QUESTÃO 1
O diretor de RH de uma multinacional da área de telecomunicações, em
reunião corporativa, afirmou que o mundo globalizado vem produzindo
grandes inovações, exigindo o reconhecimento de novas profissões
desconhecidas até então. Feitas essas considerações, solicitou à diretoria
que alterasse o quadro de cargos e funções da empresa, incluindo as
seguintes profissões: gestor de mídias sociais, gerente de marketing digital
e desenvolvedor de aplicativos móveis.O presidente da sociedade
empresária, posicionando-se contra o pedido formulado, alegou que o
exercício de qualquer atividade laborativa pressupõe a sua devida
regulamentação em lei, o que ainda não havia ocorrido em relação às
referidas profissões. Com base na teoria da eficácia das normas
constitucionais, é correto afirmar que o presidente da sociedade
empresária
A) argumentou em harmonia com a ordem constitucional, pois o
dispositivo da Constituição Federal que afirma ser livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer, possui eficácia limitada, exigindo
regulamentação legal para que possa produzir efeitos.
B) apresentou argumentos contrários à ordem constitucional, pois o
dispositivo da Constituição Federal que afirma se livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer, possui eficácia contida, de modo que,
inexistindo lei que regulamente o exercício da atividade profissional, é livre
o seu exercício.
C) apresentou argumentos contrários à ordem constitucional, pois o
dispositivo da Constituição Federal que afirma ser livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer, possui eficácia plena, já que a liberdade
do exercício profissional não pode ser restringida, mas apenas ampliada.
D) argumentou em harmonia com a ordem constitucional, pois o
dispositivo da Constituição Federal que afirma ser livre o exercício de
qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer, não possui nenhuma eficácia, devendo
ser objeto de mandado de injunção para a sua devida regulamentação.
Comentário: Não existe na norma constitucional despida de eficácia, já
que, por si só, ela terá o condão não de apenas revogar normas anteriores
que com ela sejam incompatíveis, mas também de impedir o ingresso no
ordenamento jurídico de quaisquer normas que com ela colidam.
Alternativa correta: B
Direitos e Garantias
Fundamentais
Os direitos e garantias fundamentais foram marcos de luta
política emancipatória de classes populares ao longo da história, segundo
o Professor José Afonso da Silva, os direitos fundamentais “são aquelas
prerrogativas e instituições que o Direito Positivo concretiza em garantias
de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas”. Estão
disciplinados no Título II da Constituição de 1988 (arts. 5º a 17), abraçando
os direitos e deveres individuais e coletivos, a nacionalidade, os direitos
sociais, os direitos políticos e partidos políticos.
Natureza Jurídica dos direitos fundamentais é dúplice, pois tratam-se
de direitos subjetivos e objetivos. Possuem como características:
a) Historicidade, diz respeito ao seu nascimento, modificação e
desaparecimento ao longo do tempo, dependendo dos acontecimentos
históricos;
​b) Inalienabilidade, é definida pela impossibilidade de negociação dos
referidos direitos, visando não terem conteúdo patrimonial;
c) Irrenunciabilidade, significa que o cidadão não pode renunciar as
prerrogativas, mesmo que estas não estejam sendo exercidas;
​d) Imprescritibilidade, pois não se perdem com o tempo, não prescrevem,
são sempre exercidos e se não forem, não são perdidos;
​e) Relatividade, pois nenhum direito fundamental é absoluto, podem ser
objeto de limitação, até o direito à vida tem limitação no caso de pena de
morte, em caso de guerra declarada; e
Classificação dos Direitos Fundamentais:
A CF/88 subdivide em cinco capítulos, classificando em cinco 
espécies o gênero direitos e garantias fundamentais:
- Direitos Individuais (art. 5º)
- Direitos Coletivos (art. 5º)
- Direitos Sociais (art. 6º e 193)
- Direitos à Nacionalidade (art. 12)
- Direitos Políticos (arts. 14 à 17)
Direito Fundamental à Nacionalidade
Trata-se de um direito de 1º geração e está associado à própria
identidade do indivíduo. É formado pelo vínculo jurídico que liga o
indivíduo a certo e determinado Estado. Ademais, a nacionalidade será
adquirida no momento do nascimento, ou ainda pelo processo de
naturalização.
f) Universalidade, os direitos e garantias fundamentais, possuem um
sujeito ativo, que são todas as pessoas, independente de credo, raça,
nacionalidade, e podem postulá-los em qualquer foro.
g) Indivisibilidade, esses direitos formam um único conjunto de direitos,
não podem ser examinados isoladamente. Se um for violado, todos os
outros também serão desrespeitados.
h) Interdependência, pois estão ligados uns aos outros, têm que serem
vistos como um todo.
i) Interrelacionaridade, a inviolabilidade dos direitos e garantias
fundamentais têm abrangência nacional e mundial.
j) Vedação ao retrocesso, suas aquisições não podem ser produto de um
retrocesso, não sendo este admitido visando limitá-los ou diminuí-los. Por
meio desta característica fica certificada a proteção à esse instituto.
l) Efetividade, O Estado Deve garantir ao máximo a efetivação dos direitos
fundamentais.
m) Concorrência, podem ser exercidos, todos de uma vez, por um único
cidadão.
n) Aplicabilidade imediata, o art. 5º da CF, dispõe que os referidos direitos
têm aplicação imediata, cabendo aos poderes públicos promoverem o seu
desenvolvimento.
Classificação dos Direitos Fundamentais:​
A CF/88 subdivide em cinco capítulos, classificando em cinco espécies o 
gênero direitos e garantias fundamentais:
- Direitos Individuais (art. 5º)​
- Direitos Coletivos (art. 5º)​
- Direitos Sociais (art. 6º e 193)​
- Direitos à Nacionalidade (art. 12)​
- Direitos Políticos (arts. 14 à 17)​.
Direito Fundamental à Nacionalidade​
Trata-se de um direito de personalidade de 1º geração e está
associado à própria identidade do indivíduo. É formado pelo vínculo jurídico
que liga o indivíduo a certo e determinado Estado. Ademais, a nacionalidade
será adquirida no momento do nascimento, ou ainda pelo processo de
naturalização, como disposto no art. 12º , “a”, “b” e “c” da CF. Não se
confunde com cidadania, pois esta é o exercícios dos direitos.
j
Nacionalidade x Cidadania: O Cidadão é um titular de Direitos Políticos,
enquanto que o Nacional possui vínculo Jurídico que o liga ao Estado.
Assim, nem todo Nacional é Cidadão, mas todo Cidadão é um Nacional.
Espécies de Nacionalidade:
- Originária/ Primária: será determinada por critérios diversos. No Brasil, o
critério adotado será o jus solis (da territorialidade), onde são
considerados nacionais os que nascem no território nacional, não levando-
se em conta a nacionalidade dos pais, sendo estrangeiros ou não. Ao
nascer no território de determinado Estado, a pessoa adquire a
nacionalidade .
- Secundária/ Derivada/ Adquirida: Nacionalidade conquistada por meio da
naturalização, que é o ato pelo qual alguém adquire nacionalidade em
outro país. Nesse caso, sempre irá necessitar do requerimento do
interessado, e ainda pode ser dividida entre ordinária e extraordinária; a
primeira se refere aos estrangeiros residentes no País, e que preencham
os requisitos da lei (Lei 6.815/80 - Estatuto do Estrangeiro). Já a segunda, a
extraordinária, refere-se aos estrangeiros de qualquer outra
nacionalidade, e que tenha necessariamente residência no país a mais de
15 anos sem interrupção e sem nenhuma condenação criminal.
*Observação: é vedado qualquer tipo de tratamento diferenciado,
mesmo por lei, entre brasileiros natos ou naturalizados, salvo os casos
expressos na CF.
Direitos políticos (art. 14 ao 17 CF)​
Conceito: é um grupo de normas expressas na Constituição,
que se referem à participação do povo nos procedimentos políticos. É o
exercício das pessoas na vida pública do Estado.
Fique sabendo!
São direitos públicos e subjetivos, que dão ao indivíduo o status de
cidadão. Como exemplo temos o Direitode sufrágio (votar, ser eleito) e o
Direito de participar no processo político (organizar e participar de
partidos políticos, participar do processo legislativo, entre outros).
A Constituição da República, em seu artigo 14, estabelece que “
A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da lei, mediante
plesbicito, referendo e iniciativa popular”.
- Plesbicito: é um parecer do povo sobre determinado assunto, e a
depender da resposta, será adotada ou não alguma medida administrativa
ou legislativa. É convocado antes do ato legislativo.
- Referendo: é um parecer do povo sobre uma determinada norma já
aprovada, para que este confirme ou rejeite. É convocado depois do ato
legislativo.
Dica! Tanto o plesbicito quanto o referendo, têm efeito mandamental,
e representam a própria soberania popular. Ou seja, uma vez
aprovada, no caso de plesbicito, a norma obrigatoriamente deve
ser homologada pelo Poder Legislativo e promulgada, já no caso
do referendo, a norma obrigatoriamente deve ser revogada pelo
mencionado poder.
- Iniciativa Popular: possibilidade do povo encaminhar um projeto de lei
para o Poder Legislativo. Para isso, é necessário um por cento do
eleitorado nacional, distribuídos em no mínimo cinco Estados-membros,
com a consecução do apoio de no mínimo três décimos por cento de
eleitores em cada um deles.
Ela acontece para garantir uma maior lisura ao processo
eleitoral, impedindo que o candidato utilize-se da função, cargo ou
emprego, público ou privado, em benefício de sua candidatura. Esse ato
deve ser expresso em um documento, de forma a não causar dúvidas. Se o
interessado não se afastar, não se desincompatibilizar, no prazo legal,
ocorrerá a inelegibilidade (impedimento de alguém ser candidato).
Dica! Para a reeleição não precisa haver a desincompatibilização​
- Condições de elegibilidade: (art.14, § 3º):
“I – nacionalidade brasileira;
II – pleno exercício dos direitos políticos;
III – alistamento eleitoral​
IV – domicílio eleitoral na circunscrição;
V – filiação partidária;
VI – idade mínima de:
a. Trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador;
b. Trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do 
Distrito Federal;​
c. Vinte e um anos pra Deputado Federal, Deputado Estadual e Distrital, 
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;​
d. Dezoito anos para Vereador.​
- Inelegibilidade reflexa (§7°, art. 14 CF) – impedimento para uma
candidatura por "relação" de parentesco.
- Inelegibilidade por motivo funcional (art. 14 §§ 5º e 6º) – impedimento
para candidatura para os mesmos cargos , num terceiro período
subsequente, ex: o Presidente da República, Governadores, Prefeitos,
quem houver substituído ou sucedido nos seis meses antes ao pleito.
- Voto facultativo – analfabetos (pode votar, mas não pode ser votado);
maiores de 16 e menores de 18 anos; maiores de 70 anos.
Cuidado! Quem sofre impeachment pode votar, mas não pode ser votado.
Preso por sentença condenatória com trânsito em julgado não vota.
Perda e Suspensão dos Direitos Políticos​
A diferença entre perda e suspensão dos direitos políticos é que
a primeira significa que esses direitos nunca mais poderão se readquiridos
e a segunda, que poderão, desde que a suspensão tenha sido extinta. A
primeira é permanente e a segunda é provisória.
a. Caso de perda: cancelamento de naturalização por sentença
transitada em julgado.
b. Caso de suspensão: incapacidade civil absoluta.
STF​
- Maioria de 2/3 para edição, revisão ou cancelamento de súmula
vinculante;
- O STF pode recusar Recurso Extraordinário por não ter efeito geral, exige
maioria de 2/3 dos ministros;
Modulação de efeitos temporais​
- Para modulação de efeitos temporais (mudança na "data de validade")
das decisões no controle de constitucionalidade; para o efeito ex tunc é
necessária maioria absoluta (6 ministros), na modulação de efeitos é
necessário manifestação de 2/3 do STF (8 ministros). Para a modulação de
efeitos temporais não precisa ser apenas da data da decisão em diante,
pode ser escolhida qualquer data que não a da edição da norma.
- A modulação para ser feita requer razões de segurança jurídica ou
excepcional interesse social;
- Só existe autorização expressa para a modulação no controle
concentrado (artigo 27 da Lei n.° 9868/99). Todavia o Supremo, nas suas
decisões no controle difuso admite a modulação de efeitos por analogia.
A CF também exige maioria de 2/3:
- Para que a Câmara dos Deputados autorizarem o processamento do
Presidente da República pela prática de crime comum ou de
responsabilidade. Se o crime for comum o processamento será feito no
STF. Se for crime de responsabilidade quem julga é o Senado (art. 85, CF).
- Para o Senado condenar o presidente pela prática de crime de
responsabilidade. Penas para crime de responsabilidade o Presidente se
sujeita a duas penas possíveis: perda do cargo e inabilitação por oito anos
para concorrer a cargos políticos ou a exercer qualquer função pública
(eventual renúncia não impede a inabilitação por oito anos).
Questões Comentadas dos 
Últimos Exames
XV Exame da Ordem
QUESTÃO 1
A CRFB/88 identifica as hipóteses de caracterização da nacionalidade para
brasileiros natos e os brasileiros naturalizados. Com base no previsto na
Constituição, assinale a alternativa que indica um caso
constitucionalmente válido de naturalização requerida para obtenção de
nacionalidade brasileira.
A) Juan, cidadão espanhol, casado com Beatriz, brasileira, ambos
residentes em Barcelona.
B) Anderson, cidadão português, domiciliado no Brasil há 360 dias.
C) Louis, cidadão francês, domiciliado em Brasília há 14 anos, que está em
liberdade condicional, após condenação pelo crime de exploração sexual
de vulnerável.
D) Maria, 45 anos, cidadã russa, residente e domiciliada no Brasil desde
seus 25 anos de idadade, processada criminalmente por injúria, mas
absolvida por sentença transitada em julgado.
Comentário: Art. 12. São brasileiros: II - naturalizados:
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Alternativa correta: D
QUESTÃO 2
Pedro promoveu ação em face da União Federal e seu pedido foi julgado
procedente, com efeitos patrimoniais vencidos e vincendos, não havendo
mais recurso a ser interposto. Posteriormente, o Congresso Nacional
aprovou lei, que foi sancionada, extinguindo o direito reconhecido a
Pedro. Após a publicação da referida lei, a Administração Pública federal
notificou Pedro para devolver os valores recebidos, comunicando que não
mais ocorreriam os pagamentos futuros, em decorrência da norma em
foco. Nos termos da Constituição Federal, assinale a opção correta.
A) A lei não pode retroagir, porque a situação versa sobre direitos
indisponíveis de Pedro.
B) A lei não pode retroagir para prejudicar a coisa julgada formada em
favor de Pedro.
C) A lei pode retroagir, pois não há direito adquirido de Pedro diante de
nova legislação.
D) A lei pode retroagir, porque não há ato jurídico perfeito em favor de
Pedro diante de pagamentos pendentes.
Comentário: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada. Alternativa correta: B
XVI Exame da Ordem
QUESTÃO 3
Alessandro Bilancia, italiano, com 55 anos de idade, ao completar 15 anos
de residência ininterrupta no Brasil, decide assumir a nacionalidade
“brasileira”, naturalizando-se. Trata-se de renomado professor, cuja
elevadadensidade intelectual e capacidade de liderança são muito bem
vistas por um dos maiores partidos políticos brasileiros. Na certeza de que
Alessandro poderá fortalecer os quadros do governo caso o partido em
questão seja vencedor nas eleições presidenciais, a cúpula partidária já
ventila a possibilidade de contar com o auxílio do referido professor na
complexa tarefa de governar o País.
Analise as situações abaixo e assinale a única possibilidade idealizada pela
cúpula partidária que encontra respaldo na Constituição Federal.
A) Alessandro Bilancia, graças ao seu reconhecido saber jurídico e à sua
ilibada reputação, poderá ser indicado para compor o quadro de ministros
do Supremo Tribunal Federal.
B) Alessandro Bilancia, na hipótese de concorrer ao cargo de deputado
federal e ser eleito, poderá ser indicado para exercer a Presidência da
Câmara dos Deputados.
C) Alessandro Bilancia, na hipótese de concorrer ao cargo de senador e ser
eleito, pode ser o líder do partido na Casa, embora não possa presidir o
Senado Federal.
D) Alessandro Bilancia, dada a sua ampla e sólida condição intelectual,
pode ser nomeado para assumir qualquer ministério do governo.
Comentário: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Alternativa correta: C
XIX EXAME
André, jovem de 25 anos, é Vereador pelo Município M, do Estado E.
Portanto, com domicílio eleitoral nesse Estado. Suas perspectivas políticas
se alteram quando, ao liderar um grande movimento de combate à
corrupção, o seu nome ganha notoriedade em âmbito nacional. A partir de
então, passa a receber inúmeras propostas para concorrer a diversos
cargos eletivos, advindas, inclusive, de outros Estados da Federação, a
exemplo do Estado X. Nessas condições, seduzido pelas propostas, analisa
algumas possibilidades. De acordo com a Constituição Federal, assinale a
opção que indica o cargo eletivo ao qual André pode concorrer.
A) Deputado Estadual pelo Estado X.
B) Deputado Federal pelo Estado E.
C) Senador da República pelo Estado E.
D) Governador pelo Estado E.
Resposta: Letra B
Considerando que o domicílio eleitoral de André é no Município “M” do Estado “E”,
é impossível concurso em estado diverso porque o texto constitucional estabelece
que um dos requisitos de elegibilidade é o domicílio eleitoral na circunscrição.
Assim, elimina-se a alternativa A que fala em Estado “X”. Ainda, conforme o
enunciado, a idade de André é 25 anos, logo, não tem ainda idade para ser Senador
(35 anos) nem Governador de Estado (30 anos). Logo, eliminam-se as alternativas C
e D.
Assim, permanece a alternativa B que é totalmente compatível com o
ordenamento constitucional. André pode concorrer no Estado E – onde tem seu
domicílio eleitoral – e tem idade mínima para ser Deputado Estadual (21 anos).
Após ampla investigação, os órgãos competentes concluíram que o deputado
federal X praticara um crime de homicídio, figurando como vítima o também
deputado federal Y, seu desafeto político. Esse fato, ocorrido dentro das
dependências da respectiva Casa Legislativa, despertou intenso debate a respeito
de qual seria o órgão competente para julgá-lo. À luz da sistemática constitucional,
é correto afirmar que X deve ser julgado
A) pelo Supremo Tribunal Federal, órgão competente para processar e julgar os
Deputados Federais em qualquer infração penal comum.
B) pelo Tribunal do Júri, órgão competente para julgar qualquer pessoa pela prática
de crime doloso contra a vida.
C) pelo Superior Tribunal de Justiça, órgão competente para processar e julgar os
Deputados Federais no caso de crime doloso contra a vida.
D) pela Câmara dos Deputados, órgão competente para julgar os Deputados
Federais por crimes de responsabilidade, considerados como tais aqueles que
tenham relação com o exercício do mandato.
Resposta A
A resposta é clara e pode ser encontrada no artigo 102, inciso I, alínea b, da
Constituição, segundo o qual:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente,
os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-
Geral da República;
Diante de prerrogativa de foro expressa na Constituição, não prevalece a
competência do Tribunal do Juri, por isso a letra B não se sustenta.
As letras C e D não têm suporte constitucional. Não se sustentam em razão do
comentário à letra A.
O Governador do Distrito Federal, ao tomar conhecimento de que existe
jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal a respeito da competência
do Município para legislar sobre os requisitos de segurança das agências
bancárias, solicita à Procuradoria Geral do Distrito Federal que se manifeste
acerca da possibilidade de lei distrital tratar da matéria. Sobre a hipótese
apresentada, de acordo com a Constituição Federal de 1988, assinale a
afirmativa correta.
A) Haveria tal possibilidade, pois o Distrito Federal possui competências
legislativas reservadas aos Estados e aos Municípios.
B) Haveria tal possibilidade, pois a competência legislativa do Distrito Federal,
como sede da União, abarca as competências legislativas da União, dos
Estados e dos Municípios.
C) Não seria possível, pois o Distrito Federal tem competências taxativamente
expressas, que não podem abarcar aquelas concedidas aos Municípios.
D) Não seria possível, pois as competências legislativas do Distrito Federal
seriam apenas aquelas reservadas aos Estados-membros da União.
Resposta: Letra A
A resposta pode ser encontrada no artigo 32 da Constituição.
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por
lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas
aos Estados e Municípios.
Dessa forma, em sendo a matéria própria dos Municípios, pode o Distrito Federal
agir. Correta, portanto, a letra “A”.
A letra B não se sustenta porque o fato de o Distrito Federal ser a sede do governo
não influencia a repartição de competências.
A letra C não se sustenta porque o Distrito Federal não tem competências
expressas no texto constitucional.
A letra D não pode ser marcada como correta porque para o Distrito Federal são
reservadas as competências estaduais e municipais, como mencionado.
José, internado em um hospital público para tratamento de saúde, solicita a
presença de um pastor para lhe conceder assistência religiosa. O pedido, porém, é
negado pela direção do hospital, sob a alegação de que, por se tratar de instituição
pública, a assistência não seria possível em face da laicidade do Estado.
Inconformado, José consulta um advogado. Após a análise da situação, o advogado
esclarece, com correto embasamento constitucional, que
A) a negativa emanada pelo hospital foi correta, tendo em vista que a Constituição
Federal de 1988, ao consagrar a laicidade do Estado brasileiro, rejeita a expressão
religiosa em espaços públicos.
B) a direção do hospital não tem razão, pois, embora a Constituição Federal de
1988 reconheça a laicidade do Estado, a assistência religiosa é um direito garantido
pela mesma ordem constitucional.
C) a correção ou incorreção da negativa da direção do hospital depende de sua
consonância, ou não, com o regulamento da própria instituição, já que se está
perante direito disponível.
D) a decisão sobre a possibilidade, ounão, de haver assistência religiosa em
entidades públicas de saúde depende exclusivamente de comando normativo
legal, já que a temática não é de estatura constitucional.
Resposta: Letra B
A questão é simples, uma vez que o artigo 5º, inciso VII, da Constituição afirma
que:
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;
Dessa forma, a alternativa A e C não podem ser consideradas corretas porque
restringem o direito constitucionalmente contemplado.
A letra D, por sua vez, equivoca-se na medida em que diz que a matéria não é
prevista na Constituição.
Jovem governador do Estado Alfa, vencedor das eleições com o slogan “A vez dos
jovens”, propõe projeto de emenda à constituição do Estado a fim de alterar os
requisitos para escolha de conselheiros no Tribunal de Contas do Estado. A idade
mínima, que antes seguia o padrão constitucional federal, sendo fixada em 35
anos, passaria a ser de 30 anos.
Segundo a ordem jurídico-constitucional brasileira, tal norma deveria ser
considerada
a) inconstitucional, pois o padrão estabelecido pela CRFB/88, para o caso,
configura típica cláusula de imposição de simetria.
b) constitucional, pois a organização dos Tribunais de Contas estaduais está
exclusivamente submetida ao poder constituinte derivado decorrente.
c) constitucional, pois está baseada na autonomia dos Estados-Membros, princípio
basilar e inflexível que sustenta o Pacto Federativo.
d) inconstitucional, pois a estrutura do Poder Judiciário somente pode ser
disciplinada pela Constituição da República, não pela Constituição Estadual.
Segundo o art. 73, § 1º, CF/88, os Ministros do TCU serão nomeados dentre
brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
a) mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
b) idoneidade moral e reputação ilibada;
c) notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de
administração pública;
d) mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que
exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
Esses requisitos se aplicam, por simetria, aos Conselheiros dos Tribunais de Contas
Estaduais (TCEs). A própria Constituição prevê isso no art. 75, que dispõe que “as
normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios”.
Dessa forma, a proposta de emenda à Constituição Estadual que altere
requisitos para a escolha de Conselheiros do TCE é inconstitucional, uma vez que
deve ser observado o modelo federal, em respeito ao princípio da simetria.
Gabarito: alternativa A.
Comissão Parlamentar
de Inquérito – CPI 
(art. 58, §3º, CF)
- Função: investigação;
- Natureza: de caráter investigatório, administrativo e inquisitorial.
Investigatório pois procuram provas sobre determinados fatos;
administrativo porque os atos praticados assim de caracterizam, sem
natureza jurisdicional; inquisitorial pois os parlamentares têm autonomia
para analisar o objeto em foco, mas, respeitando os direitos fundamentais.
- Conclusão das investigações: será feito um relatório , e as conclusões da
CPI serão enviadas ao Ministério Público, que deverá tomar as medidas
cabíveis, responsabilidade civil ou criminal aos infratores.
- Poderes: das autoridades judiciais. Nem todos os poderes da autoridade 
judicial foram conferidos à CPI (reserva de jurisdição).​
Reserva de jurisdição CPI
- Interceptação telefônica (escuta);
- Busca e apreensão domiciliar (art. 
5º, XI, CF);
- Medidas cautelares (prisão 
preventiva, arresto, sequestro, 
impossibilidade de se ausentar da 
comarca, indisponibilidade de 
bens);
- Prisão (art. 5º, LXI, CF)
- Quebra do sigilo telefônico, fiscal 
e bancário (extrato);
- CPI decreta busca e apreensão 
genérica;
- CPI pode decretar prisão em 
flagrante, que será compulsória 
(para qualquer do povo é 
facultativa);
CPI também não pode:
- Prender (a não ser caso de flagrante delito);
- Decretar sequestro;
- Formular acusações e nem punir delitos;
- Realizar apreensão ou decretar indisponibilidades de bens;
- Desrespeitar o direito contra a auto-incriminação que assiste a qualquer
indiciado ou testemunha;
- Impedir alguém de sair do País​
- Anular atos do executivo;
- Convocar magistrado para prestar depoimento que verse exclusivamente
sobre sua função jurisdicional;
- Investigar fatos que digam respeito exclusivamente a outra entidade
federativa;
- Inviolabilidade do domicílio;
- Decretação de prisão que não seja em flagrante;
- Interceptação telefônica.
* Observação: As assembleias Legislativas, a Câmara Legislativa do Distrito
Federal e as Câmaras Municipais também podem formar CPI’s para
investigar questões relacionadas ao respectivo ente federativo. Portanto,
não pode uma CPI do Congresso, Câmara dos Deputados ou Senado
investigar questões de Estados ou Municípios.
CPI deve:
- Proceder à oitiva de investigados e testemunhas, respeitado o direito ao
silencio (de ambos, não autoincriminação);
- Deve respeitar o direito à assistência jurídica;
- Controle jurisdicional feito pelo Supremo (HC, MS)​
Requisitos para instauração:
a) Formal: necessidade de obtenção de um determinado quórum para a
criação da CPI. Para sua criação, na Câmara ou Senado é necessário ter o
apoio de um terço dos deputados e senadores de cada Casa respectiva
Requerimento de 1/3 dos membros da Câmara ou do Senado. Ou das duas
Casas se a CPI for mista (CPMI);
b) Substancial: se relaciona com o assunto a ser investigado que deve ser
determinado antes de sua criação.
c) Temporal: seu funcionamento seja por período determinado. O prazo
pode ser prorrogado até o fim da legislatura (4 anos).
A CF exige 1/3 dos membros:
- Dos Deputados ou Senadores apresentem proposta de emenda
constitucional (PEC).
- Dos Deputados ou Senadores para apresentarem uma CPI.
Questões Comentadas dos 
Últimos Exames
XVI Exame da Ordem
QUESTÃO 1
Ocorreu um grande escândalo de desvio de verbas públicas na
administração pública federal, o que ensejou a instauração de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), requerida pelos deputados
federais de oposição. Surpreendentemente, os oponentes da CPI
conseguem que o inexperiente deputado M seja alçado à condição de
Presidente da Comissão. Por não possuir formação jurídica e desconhecer
o trâmite das atividades parlamentares, o referido Presidente, sem
consultar os assessores jurídicos da Casa, toma uma série de iniciativas,
expedindo ofícios e requisitando informações a diversos órgãos.
Posteriormente, veio à tona que apenas uma de suas providências
prescindiria de efetivo mandado judicial.
Assinale a opção que indica a única providência que o deputado M poderia
ter tomado, prescindindo de ordem judicial.
A) Determinação de prisão preventiva de pessoas por condutas que,
embora sem flagrância, configuram crime e há comprovado risco de que
voltem a ser praticadas.
B) Autorização, ao setor de inteligência da Polícia Judiciária, para que
realize a interceptação das comunicações telefônicas (“escuta”) de
prováveis envolvidos.
C) Quebra de sigilo fiscal dos servidores públicos que, sem aparente
motivo, apresentaram público e notório aumento do seu padrão de
consumo.
D) Busca e apreensão de documentos nas residências de sete pessoas
supostamente envolvidas no esquema de desvio de verba.
Comentário: A quebra de sigilo fiscal pode ser decretada de ofício numa 
CPI. A CPI pode declarar:
quebra de sigilo fiscal
quebra de sigilo bancário
- quebra de registro telefônico
Alternativa correta: C
Organização do Estado
De acordo com o art. 18 da CF, “República Federativa do Brasil é formadapela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”.
Forma de Estado: Federal – Estados Autônomos. Não são soberanos, a
soberania é da RFB.
Auto-organização: Capacidade de editar sua lei fundamental e o restante
do corpo normativo.
Autogoverno: capacidade de eleger seus próprios representantes.
Autoadministração: Territórios Federais não são entes da federação, não
são autônomos, eles integram a União.
Repartição constitucional da competência legislativa:
1. Estado: organizam-se e regem-se pela Constituição Estadual (auto-
organização - poder constituinte derivado decorrente) e leis que adotarem
(autolegislação). Possuem autogoverno (eleição de seu governador e
deputados estaduais) e autoadministração (competências administrativas
e tributos próprios).
● Poder executivo: Governador e vice-governador (art.28 da CF)
● Poder Legislativo: Assembleia Legislativa (Deputados Estaduais) - art.
27 da CF.
● Poder Judiciário: Justiça Estadual (arts. 125 e 126 da CF)
Competência residual (art. 25, §1º, CF), todavia o Estado possui algumas
competências expressas: regiões metropolitanas, microrregiões e
aglomerações urbanas – envolvem municípios limítrofes (25, §3º, CF); gás
canalizado, na forma da lei, não cabe MP (25, §2º, CF) – Estados podem
editar medida provisória, desde que haja previsão expressa na
Constituição Estadual.
2. Distrito Federal: É unidade federada dotada de autonomia, com
capacidade de auto-organização (rege-se por lei orgânica - art. 32 da CF),
autolegislação (competência para editar leis distritais), autogoverno e
autoadministração. Seu poder Legislativo é formado pela Câmara
Legislativa (deputados distritais) e o Judiciário é organizado e mantido pela
União, por lei federal (art. 48 da CF)
Competência legislativa cumulativa, a mesma reservada aos Estados e
Municípios. (O distrito Federal não se reparte em municípios).
3. Municípios: art. 30, CF. São pessoas jurídicas de Direito Público interno,
autônomos, regisdos por Leis Orgânicas Municipais.
● Poder Executivo: Prefeito e Vice-Prefeito - art. 29 da CF
● Poder Legislativo: Câmaras Municipais (vereadores) - art. 29 e 29-A
da CF.
● Poder Judiciário: Não Possui
I – competência legislativa local
II – suplementar (suplementa lei federal ou estadual) III a IX –
materiais/administrativas
4. União: É a Pessoa Jurídica de Direito Público, componente da
Federação Brasileira e autônoma, na medida em que possui capacidade de
auto-organização (Constituição Federal), autolegislação, autogoverno e
autoadministração. Exerce competências atribuídas pela própria CF.
DICA! a União não se confunde com a República Federativa do Brasil. A
União é ente da federação, e a República é o Estado soberano.
Atribuições materiais:
Exclusivas – indelegáveis (art. 21, CF); incisos XII e XIV: algumas
instituições no DF são organizadas e mantidas pela União: PJ, DP, MP,
PC, PM e Corpo de bombeiros.
Comuns – delegáveis aos entes federativos (art. 23, CF).
Legislativas:
Privativas – 22, CF, da União, mas delegável. Existem três requisitos para
que a delegação ocorra de maneira adequada: Lei Complementar; não
abrange a matéria inteira, somente questões específicas; a delegação será
estendida de um Estado para todos. (19, III, CF). Ramos do direito para os
quais a competência é privativa: Para memorizar - CAPACET DE PM: Civil
Agrário Penal Aeronáutico Comercial Eleitoral Trabalho Espacial Processual
Marítimo.
Concorrente – 24, CF, entre União, Estados e DF. Ramos do direito para os
quais a competência é concorrente: PUTO FE: Penitenciário Urbanístico
Tributário Orçamentário Financeiro Econômico
Parágrafos do 24, CF:
§1º: normas gerais, União;
§2º: Estado suplementa legislação federal;
§3º: inexistindo norma federal geral os Estados exercem competência
legislativa plena.
§4º: a superveniência de lei federal sobre normas gerais, suspende a
eficiência da lei estadual, no que lhe for contrária. A lei estadual não será
inconstitucional, haverá apenas uma suspensão da norma.
Questões Comentadas dos 
Últimos Exames
XV Exame da Ordem
QUESTÃO 1
No município de São José dos Cavaleiros, 87% dos atendimentos médicos
nas emergências hospitalares são decorrências de acidentes
automobilísticos ocasionados pelo consumo de bebidas alcoólicas. Uma
vereadora do município, Sra. X, ciente das estatísticas expostas, apresenta
projeto de lei propondo que os cidadãos proprietários de veículos
automotores, residentes no município, municiem seus veículos com
equipamento que impeça a partida do carro no caso de o condutor ter
consumido álcool. A Câmara Municipal, por voto de 2/3 dos vereadores,
aprova a lei. Esta legislação deve ser considerada
A) constitucional, por tratar de proteção de direito fundamental.
B) inconstitucional, por tratar de matéria de competência privativa da
União.
C) inconstitucional, por vício formal relacionado ao quórum mínimo para
votação.
D) constitucional, por tratar de assunto de interesse local e ter sido
aprovada por processo legislativo idôneo.
Comentário: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XI - trânsito e transporte. Alternativa correta: B
Controle de 
Constitucionalidade
Controlar a constitucionalidade das normas significa fiscalizar se
a aludida norma inferior é ou não compatível com a norma superior, a fim
de manter a sua supremacia. É a verificação da compatibilidae das leis ou
atos normativos com a Constituição, assegurando-se, com isso, a
supremacia da Lei Maior. Isso porque a Constituição está
hierarquicamente acima de todas as normas do ordenamento. No Brasil, a
teoria adotada é a de nulidade, segundo a qual a decisão que reconhece a
inconstitucionalidade de uma lei, ou ato normativo, tem natureza
declaratória, ademais, seus efeitos são “ex nunc”, sendo o ato impugnado
declarado nulo.
Importa destacar que o Controle de Constitucionalidade pode
ser realizado por diversos órgãos integrantes do mesmo Poder ou por
Poderes distintos. Quanto à competência, o controle pode ser: a) Político –
quando realizado por órgão não integrante do Poder Judiciário; b)
Jurisdicional – quando realizado pelo Poder Judiciário, e c) Misto – quando
realizado por órgãos jurisdicionais e políticos.
Para o Exame da Ordem é importante atentar para as espécies de 
inconstitucionalidade:
a) Inconstitucionalidade por ação: a inconstitucionalidade é fruto de uma 
conduta positiva ou comissiva praticada por algum órgão estatal. 
b) Inconstitucionalidade por omissão: neste caso, o Legislador, ou 
administrador público, não observa a Constituição ao deixar de produzir 
a norma regulamentadora de suas disposições, tal inconstitucionalidade 
pode ser sanada através da ação direta de inconstitucionalidade por 
omissão e por meio do mandado de injunção. 
ATENÇÃO
Espécies de Controle de Constitucionalidade
- Quanto ao momento em que é realizo:
a) Preventivo – visa a impedir que a norma inconstitucional ingresse no
ordenamento jurídico, violando a Constituição. O aludido controle pode
ser realizado pelo: Poder Legislativo (pelas Comissões Permanentes de
Constituição e Justiça e pelo próprio Plenário., Poder Executivo (Presidente
da República) e Poder Judiciário (via mandado de segurança, impetrado
exclusivamente por membro da Casa Legislativa).
b) Repressivo – tem por finalidade a exclusão de norma inconstitucional
que já ingressou no ordenamento jurídico, objetiva retirar da ordem
jurídica a norma violadora da constituição. No Brasil esse controle é
exercido, em regra, pelo Poder Jurisdicional, que controla as leis ou atos
normativos já editados, de modo concentrado ou difuso. Entretanto,
teremos também as leis delegadas e os atos normativos, assim como as
medidas provisórias, controlados pelo Poder Legislativo (art.52, X; 49,V;
62, § 5º, todos da CF). Admite-se também controle pelo Tribunal de
Contas.
c) Difuso – exercido por todosos componentes do Poder Judiciário, todos
os magistrados. Será realizado incidentalmente porque o objeto da ação é
a satisfação de um direito individual ou coletivo. O controle concreto
incidental produz efeitos “inter partes”, não atingindo terceiros órgãos do
Judiciário, Legislativo ou Executivo, nem às demais relações privadas.
d) Concentrado – deferido a um Tribunal de cúpula do Poder Judiciário ou
a uma corte especial. Tem por objeto a própria declaração de
inconstitucionalidade do ato legislativo ou normativo. Tal controle será
realizado através das seguintes ações: Ação direita de
inconstitucionalidade genérica, Ação direita de inconstitucionalidade por
omissão, Ação direita de inconstitucionalidade interventiva, Ação direita
declaratória de constitucionalidade e Arguição de descumprimento de
preceito fundamental.
Controle Difuso ou Incidental de Constitucionalidade
É modalidade de controle repressivo que pode ser exercido por
todos os juízes ou tribunais. Qualquer Juiz ou Tribunal brasileiro possui
competência para reconhecer a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo no controle difuso ou incidental. Trata-se de questão incidente,
indispensável ao jugalmento do mérito. Contudo, no caso dos Tribunais, a
declaração de inconstitucionalidade depende de manifestação da maioria
absoluta de seus membros ou do órgão especial (cláusula de reserva de
plenário).
O STF, visando garantir a observância da cláusula de reserva de plenário, 
editou a Súmula n.° 10 nos seguintes termos: “viola a cláusula de reserva 
de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal 
que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei 
ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em 
parte”. 
Qualquer pessoa, física ou jurídica, tem legitimidade para
discutir a constitucionalidade de uma Lei ou ato normativo do sistema
difuso. Ademais, qualquer lei ou ato normativo federal, estadual ou
municipal está sujeito ao controle difuso de constitucionalidade. Em regra,
no sistema difuso, a decisão produz efeitos “inter partes”, não vinculante e
em regra, “ex tunc” (retroage). O órgão competente para julgar será
qualquer juiz (monocrático; colegiado, cf. o art. 97 da CF).
Efeito Repristinatório: ocorrerá quando a declaração de 
inconstitucionalidade de uma Lei, ou ato normativo, conduzir à vigência 
de outra norma, anteriormente revogada por aquela. 
Fique sabendo!
ATENÇÃO
Quadro comparativo entre o controle concentrado e o difuso:
CONCENTRADO DIFUSO
STF Todos os juízes
Legitimados (art.103/CF) Qualquer pessoa
Via ação Via defesa/exceção
Abstrato Concreto 
Principal Incidental 
Efeito erga omnes e vinculante
Efeito só para as partes
Cabe ao Senado Federal, no Controle Concreto ou Incidental, suspender 
a eficácia de lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo STF, 
ademais, o instrumento a ser utilizado pelo SF será a Resolução. O SF 
não está obrigado a suspender a lei ou ato normativo, sua atuação é 
apenas político-discricionária. 
Fique sabendo!
Controle Abstrato ou concentrado de Constitucionalidade
Este tipo de controle é realizado somente por alguns órgãos do Poder
Judiciário; pelo STF ou TJ do DF. O controle abstrato de constitucionalidade
tem por objetivo principal a manutenção da supremacia do Texto
Constitucional, trata-se, pois, de um processo objetivo no qual a
declaração de constitucionalidade do ato normativo impugnado constitui o
objeto litigioso principal. Ademais, o controle abstrato de
constitucionalidade tem causa de pedir aberta, de modo que ao apreciar a
inconstitucionalidade, não há vinculação aos motivos apresentados.
Ambas as sentenças do controle abstrato, tem efeitos “erga omnes” ou
vinculante.
O controle abstrato realiza-se através das seguintes ações: a) Ação
direta de inconstitucionalidade (ADI) genérica; b) Ação direta de
inconstitucionalidade por omissão; c) Ação direta de inconstitucionalidade
interventiva; d) Ação direta declaratória de constitucionalidade (ADCon); e
Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF).
O STF não reconhece a chamada inconstitucionalidade superveniente, as
normas anteriores e incompatíveis à constituição são simplesmente
revogadas, não podendo, pois, ser objeto de ADI.
ATENÇÃO
Ação Direta de Inconstitucionalidade
O objeto é a obtenção da declaração de inconstitucionalidade em tese
de LEI ou ATO NORMATIVO FEDERAL ou ESTADUAL (em que se incluem as
emendas constitucionais).
São legitimados à propositura da ADI:
- Presidente da República;
- Mesa do Senado Federal;
- Mesa da Câmara dos Deputados;
- Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do
Distrito Federal;
- Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal;
- Procurador-Geral da República;
- Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
- Partido político com representação no Congresso Federal;
- Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
O procedimento da ação direta de inconstitucionalidade está
estabelecido na Lei nº 9.868/99. O órgão competente para julgar é o
Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, I, a.
Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação
direta e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-à procedente a ação
direta. É por este motivo que a ADI é uma ação de natureza dúplice, na
medida em que será proferida uma decisão declarando a
constitucionalidade ou inconstitucionalidade.
A decisão é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos
declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória.
Quando declarada a constitucionalidade, o efeito será ex tunc. Quando é
declarada a inconstitucionalidade, em regra, o efeito também é ex tunc.
ATENÇÃO
ATENÇÃO
Ação Declaratória de Constitucionalidade
O objetivo é obter a declaração de constitucionalidade em tese
de LEI ou ATO NORMATIVO FEDERAL (em que se incluem as emendas
constitucionais). Tem por objeto lei federal inconstitucional, verificada em
processos judiciais em que União está perdendo. Seu escopo é pôr termo à
segurança jurídica ou condição de incerteza sobre a legitimidade da
norma. Transformando a presunção relativa de constitucionalidade em
absoluta.
As Mesas das Assembleias e Câmaras Legislativas, Governadores de 
Estados e do DF e confederações sindicais são legitimados especiais. 
Desse modo, devem demonstrar a pertinência temática, só podendo 
demandar em relação à determinadas matérias em que tenham 
interesse. 
ATENÇÃO
Fruto da relevante controvérsia judicial. Autor: (art. 103 da CF e EC
45/2004): Presidente da República - Mesa do Senado Federal - Mesa da
Câmara dos Deputados - Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara
Legislativa do Distrito Federal - Governador de Estado ou do Distrito
Federal - Procurador-Geral da República - Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil - Partido Político com representação no Congresso
Nacional - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Lei n. 9869/99, só previa quatro autores. Contudo, após a Emenda
Constitucional n. 45/2004, este rol foi ampliado. O órgão competente para
julgar é o Supremo Tribunal Federal. Seu procedimento está estabelecido
na Lei nº 9.868/99. Proclamada a constitucionalidade, será procedente a
ação declaratória, e do contrário, julgará improcedente. É uma ação de
natureza dúplice. A decisão também é irrecorrível.
Foro: Supremo Tribunal Federal.
Efeitos: erga omnes (conforme o art. 102, § 1º, CF), vinculante e ex tunc
(retroativo).
● não é obrigatória a pertinência temática, que só é exigida na ADIN.
Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF):
Na Constituição, o único dispositivo sobre essa ação é o art. 102, §1º,
acrescentando a EC. nº 3/1993. Todas as regras relativas a essa ação estão
na lei nº 9.882/99. As hipóteses decabimento são:
1 - para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato
do Poder Público, quando não houver outro meio;
2 - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional
sobre LEI ou ATO NORMATIVO FEDERAL, ESTADUAL ou MUNICIPAL.
É uma ação subsidiária. Quanto à legitimidade ativa, nos termos do art.
2º da Lei nº 9.882/99, podem propor os mesmos legitimados para a ADI.
Previsão: art. 102, § 1.º, da Constituição Federal e Lei n. 9882/99 (art. 102,
§1º: A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente
desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na
forma da lei).
Princípio da subsidiariedade: O princípio da subsidiariedade deve ser
interpretado como inerente à preservação das individualidades, ou seja, o
desenvolvimento nasce na pessoa, chega à sociedade e às instituições e
retorna a pessoa, restituindo-lhe espaços e instrumentos de iniciativa,
tornando-as co-responsáveis pelo bem comum. O lema da subsidiariedade
é: “in dúbio pro individuo vel minore” na dúvida, pelo individuo ou pela
unidade inferior. Se houver algum mecanismo processual para sanar a
lesão, não é possível a utilização da arguição de descumprimento de
preceito fundamental.
Autor: Presidente da República - Mesa do Senado Federal - Mesa da
Câmara dos Deputados - Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara
Legislativa do Distrito Federal - Governador de Estado ou do Distrito
Federal - Procurador-Geral da República - Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil - Partido Político com representação no Congresso
Nacional - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Lei n. 9869/99, só previa quatro autores. Contudo, após a Emenda
Constitucional n. 45/2004, este rol foi ampliado.
Foro: Supremo Tribunal Federal.
Efeitos: erga omnes, vinculante e ex tunc.
Para todas as ações:
Quórum de instalação: 2/3 dos membros, ou seja, 8 membros.
ATENÇÃO
• Quórum de aprovação: maioria absoluta, ou seja, 6 membros.
• Amicus curiae: (amigo da Corte) terceiro, de fora da corte, que endente
da matéria a ser decidida, chamado pelo Ministro-relator para auxiliar o
julgamento (espécie de perito).
• Modulação temporal: mudança dos efeitos do ex tunc para ex nunc. São
necessários relevante interesse público e manifestação de 2/3 do tribunal.
• Requisitos: relevante interesse público e manifestação de 2/3 do
Tribunal.
• Dúplices ou ambivalentes: o nome da ação não vincula a decisão.
Questões Comentadas dos 
Últimos Exames
XV Exame da Ordem
QUESTÃO 1
O Supremo Tribunal Federal editou súmula com efeito vinculante. Pedro,
advogado, deseja pleitear o cancelamento da referida súmula. Nos termos
da Constituição Federal, considerando a legitimação para propor
aprovação ou cancelamento de súmula junto ao Supremo Tribunal Federal,
Pedro poderá provocar o seguinte legitimado:
A) o interessado que tenha tido a repercussão geral de seu recurso
extraordinário reconhecida pelo STF.
B) a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil de qualquer estado da
Federação.
C) a Mesa de Câmara dos Vereadores de município que tenha interesse
direto na súmula.
D) o Partido Político com representação no Congresso Nacional.
Comentário: Art. 103 c/c 103-A, §2º: “Sem prejuízo do que vier a ser
estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade” Alternativa correta: D
QUESTÃO 2
A discussão a respeito das funções executiva, legislativa e judiciária parece
se acirrar em torno dos limites do seu exercício pelos três tradicionais
Poderes. Nesse sentido, sobre a estrutura adotada pela Constituição
brasileira de 1988, assinale a afirmativa correta.
A) O exercício da função legislativa é uma atribuição concedida
exclusivamente ao Poder Legislativo, como decorrência natural de ser
considerado o Poder que mais claramente representa o regime
democrático.
B) O exercício da função jurisdicional é atribuição privativa do Poder
Judiciário, embora se possa dizer que o Poder Executivo, no uso do seu
poder disciplinar, também faça uso da função jurisdicional.
C) O exercício de funções administrativas, judiciárias e legislativas deve
respeitar a mais estrita divisão de funções, não existindo possibilidade de
que um Poder venha a exercer, atipicamente, funções afetas a outro
Poder.
D) A produção de efeitos pelas normas elaboradas pelos Poderes
Legislativo e Executivo pode ser limitada pela atuação do Poder Judiciário,
no âmbito de sua atuação típica de controlar a constitucionalidade ou a
legalidade das normas do sistema.
Comentário: É através do controle de constitucionalidade que o poder
judiciário resguarda a segurança da constituição, elaborando controle de
leis ou atos normativos que atentem contra a carta magna. Para isso
existem as chamadas ações de controle de constitucionalidade (ADI, ADC,
ADPF...) e também a reclamação constitucional.
Desta forma, tanto as normas do poder executivo quanto do poder
legislativo são passíveis do controle de constitucionalidade por parte do
judiciário. Cabe lembrar que o executivo também produz normas, como a
medida provisória por exemplo. A medida provisória, por exemplo, pode
ser objeto de controle de constitucionalidade se não forem observados os
requisitos de relevância e urgência por parte de quem a emitiu – até
mesmo para evitar abuso na utilização das MPs e obviamente proteger a
Constituição de possíveis pedaladas legislativas. Alternativa correta: D
Federalismo
O federalismo é um sistema político em que organizações políticas
(estados, províncias) ou grupos se unem para formar uma organização
mais ampla. No sistema federalista, os estados que o integram mantém a
autonomia. No Brasil, adota-se esse sistema.
• Novos estados:
1º - plebiscito (consulta prévia) e;
2º - lei complementar do Congresso Nacional.
Art. 18, § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-
se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada,
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
• Novos municípios:
1º - lei complementar federal (estabelecendo prazo para criação de
municípios);
Divisão de competências entre os 
entes federativos.
República Federativa do Brasil
Organização Política-Administrativa 
da República Federativa do Brasil
Art. 1º, caput/ Estados, Distrito 
Federal e Municípios.
Art. 18, caput/União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios.
Soberana Autônomos
2º - estudo de viabilidade;
3º - plebiscito;
4º - lei estadual.
Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por
Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos
Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da
lei. A criação de novos estados ou municípios são exemplos de normas de
eficácia limitada.
Vedações no federalismo (art. 19):
• Os entes federativos não podem adotar uma religião oficial: O Brasil é
um país laico/leigo/não confessional.
• É vedada a recusa à fé pública dos documentos públicos dos entes
federativos.
• É vedada a discriminação entre nacionais.
Art. 19 – É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes
o Funcionamento ou manter com eles ou seus representantes, relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Não confundir com ações afirmativas/ discriminações positivas (ações 
realizadaspelo Estado para proteger grupos de pessoas prejudicas 
historicamente). Está prevista no Tratado Internacional de Combate ao 
Racismo do qual o Brasil é signatário.
Fique sabendo!
Repartição das 
Competências 
Constitucionais
A. Administrativa/Material
a) Exclusiva (indelegável): art. 21, CF (é aquela competência que pertence
apenas à União, sem nenhuma possibilidade de delegação para os Estados
e Municípios). São restritas á União pelo fato de que são inerentes a
realizações de obras de vulto, de valor elevado, etc.
b) Comum (cumulativa/ paralela): art. 23, CF (é uma competência material,
administrativa, pertencendo sua titularidade também à União, aos
Estados, ao DF e aos Municípios. Seu objetivo se concretiza na feitura de
pequenas obras e serviços realizados por qualquer um desses entes). Os
entes realizam a mesma função, atuando cada um de forma separada.
B. Legislativa
a) Exclusiva (indelegável): art. 21, CF;
b) Privativa (delegável): art. 22,CF (pertence a um ente federativo, mas
que pode ser delegada a outro. A competência pertence à União, mas
pode ser delegada aos Estados-membros e ao DF, por intermédio de Lei
complementar. A concessão da delegação é uma opção discricionária da
União.
c) Concorrente: art. 24 CF. Regras de aplicação – parágrafos do art. 24, CF.
União e Estados atuam, com prerrogativas próprias, legislando sobre uma
mesma matéria. Se forma da elaboração normativa da União e dos
Estados-membros.
1º A União faz normas gerais por meio de leis federais;
2º Os Estados podem suplementar a legislação federal;
3º Não existindo lei federal os Estados legislam livremente para atender
suas peculiaridades;
4º A lei federal foi feita depois da lei estadual e suspenderá a eficácia
desta, no que lhe for contrário.
d) Local: art. 30, I, CF
e) Cumulativa: lei distrital pode ter conteúdo estadual e municipal;
f) Residual: art. 25, §1º, CF. Permite aos Estados-membros legislar sobre
todos os assuntos que não tenham sido vedados ou que não tenham sido
discriminados pela Constituição, aquelas matérias que sobraram depois da
numeração de competência para os componentes federativos.
Intervenção Federal
É o remédio típico da forma do Estado federativa, constituindo um
instrumento cabível para sua manutenção, de utilização necessária todas
as vezes que um Estado-membro ou um município desrespeitar os
princípios constitucionais federativos ou provocar uma instabilidade na
normalidade jurídica. Tipos de intervenção:
- Comum (art. 34 da CF): União, Estados e Municípios e DF
- Anômala/Incomum: união em Municípios localizados em Territórios
Federais (art. 35, 2ª parte).
Quando o Chefe do Executivo instaurar a intervenção, sem requisição ou
solicitação, o ato será corrompido pelo vício da inconstitucionalidade.
I. Intervenção federal de acordo com a doutrina (art. 34, CF)
a) De ofício (art. 34, I, II, III e V, CF)
b) Por solicitação de poderes (art. 34, VI, CF)
c) Requisição judicial (art. 34, VI e VII, CF)
Podem requisitar judicialmente a intervenção STF, STJ e o TSE.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.
Procedimento da Intervenção Federal
1º de ofício e solicitação dos poderes legislativo e executivo coagidos em
suas unidades federativas:
a) O Presidente da República ouve 2 Conselhos (CR e CDN) b) O Presidente
da República decreta a Intervenção Federal c) Controle Político (CN)
2º nos casos de requisição judicial, inclusive por solicitação do Poder
Judiciário do local coagido: o Presidente da República decreta a
intervenção Federal nos termos da decisão judicial. Não precisam ouvir os
dois conselhos e não tem controle político feito pelo CN.
● Concretização da intervenção: ela é realizada através de decreto do
Chefe do Executivo, em que especificará a abrangência, a amplitude
e o tempo em que ela deverá ocorrer.
● Limites da intervenção federal: o seu alcance e as prerrogativas do
interventor não pode descura dos princípios constitucionais impostos
pelo ordenamento jurídico.
Estado de Defesa (art. 136, 140 e 141 da CF)
• Ameaça a Ordem Pública/Paz Social;
• Grave Iminência/Instabilidade Institucional (país Brasil)
• Calamidade de Grande Porcentagem da Natureza
Estado de Defesa (art. 136, 140 e 141 da CF)
O Estado de Defesa será sempre decretado pelo Presidente da República,
após ouvir os conselhos da República e de Defesa Nacional, para preservar
ou prontamente restabelecer, em locais restritos e certos a ordem pública
ou a paz social ameaçadas:
1) por grave e iminente instabilidade institucional; ou
2) atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
• Ameaça a Ordem Pública/Paz Social;
• Grave Iminência/Instabilidade Institucional (país Brasil)
• Calamidade de Grande Porcentagem da Natureza
O decreto deve conter o seu tempo de duração, que será no máximo 30
dias, prorrogáveis uma vez por igual período; a área abrangida; bem como
as medidas coercitivas que poderão ser:
● Restrições aos direitos de reunião;
● Sigilo de correspondência, de comunicação telegráfica e telefônica;
● ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos (nos casos de
calamidade, é a União que responde pelos danos e custos).
Procedimento:
1. O Presidente da República ouve 2 Conselhos (CR e Conselho
Deliberativo Nacional)
2. O Presidente da República decreta o Estado de Defesa
3. Controle Político (CN)
a. Confirmará decreto
b. Controle político concomitante: 5 membros da mesa do Congresso
Nacional
c. Controle político sucessivo: o presidente da República relata
através de mensagem ao CN.
Direitos Fundamentais que podem ser limitados:
a) Direito de reunião
b) Sigilo da correspondência
c) Sigilo das comunicações telegráficas e telefônicas
Estado de sítio (art. 137 ao 139, CF)
O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e
Conselho de Defesa Nacional, solicitar autorização ao Congresso Nacional
(que decidirá por maioria absoluta) para decretar o estado desítio nos
casos de:
● comoção grave de repercussão nacional;
● ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia das medidas
tomadas no Estado de defesa.
a) Ineficácia do Estado de defesa/comoção grave de repercussão nacional
(interno). Prazo: não mais de 30 dias a cada vez. Direitos fundamentais que
podem ser limitados estão no art. 139, CF.
b) Guerra/resposta agressão armada estrangeira/beligerância (externo).
Não tem prazo; não tem limites expressos, sendo possível a pena de
morte.
Procedimento
1. O Presidente da República ouve 2 Conselhos (CR e CDN)
2. O Presidente da República pede autorização ao CN
3. O Presidente da República decreta o Estado de Sítio
4. Controle político (concomitante e sucessivo).
Na vigência do Estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I,
somente poderão ser adotadas as seguintes

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