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Introdução Constituição: é a lei fundamental e o limite de poder do Estado. Contém princípios e normas relativos à composição e forma deste, assim como do Governo, aos direitos e garantias fundamentais, como também relativos ao exercício do poder. A Constituição Federal é composta pelo a) Preâmbulo: é a fonte de interpretação, entretanto, é desprovido de normatividade; b) Corpo Fixo: composto por 250 artigos; e c) Normas ADCT: atos das disposições constitucionais transitórias, é composto por 97 dispositivos. O papel do ADCT é de fazer a travessia entre o ordenamento constitucional antigo e a nova Constituição. São normas de passagem, não existe hierarquia entre as normas do ADCT e as normas do Corpo Fixo, ambas atuam como parâmetro do Controle de Constitucionalidade das Leis. ATENÇÃO A CF/ 88 pode ser classificada quanto ao Conteúdo, quanto à forma, quanto ao modo de elaboração, quanto à origem, quanto ao modo de estabilidade e quanto à extensão. Quanto ao conteúdo, a Constituição Brasileira é Formal, ou seja, é um documento solenemente consolidado pelo Poder Constituinte Originário. Todas as regras desse documento são constitucionais, não importando seu conteúdo, pois todas são hierarquicamente superiores às demais normas do ordenamento. Já quanto à forma, a CF é Escrita, pois as regras são codificadas e sistematizadas em um só documento, este, contendo todas as normas fundamentais. Quanto ao modo de elaboração, a Constituição é Dogmática, ela se apresenta como um produto escrito e organizado por um órgão constituinte, que reúne direito dominante e ideias fundamentais manifestando os valores sociais. Quanto á origem, a carta magna é Promulgada, democrática ou popular, sendo esta produto de uma Assembleia Nacional Constituinte, escolhida pelo povo para obter esta finalidade, é resultado da vontade popular e são produzidas por representantes eleitos pelas pessoas. Quanto à estabilidade, a Constituição Brasileira de 1988 é Rígida ou Super Rígida, pois só pode ser alterada por um processo legislativo mais complicado e solene, do que para editar outras espécies normativas. A CF estabelece um regulamento diferente, tornando mais difícil a alteração. Por fim, quanto ao seu conteúdo, a CRFB/88 é Analítica ou Prolixa, pois institui minuciosamente todos os assuntos importantes para o funcionamento e organização Estatal. Questões Comentadas dos Últimos Exames XVI Exame da Ordem QUESTÃO 1 Dois advogados, com grande experiência profissional e com a justa preocupação de se manterem atualizados, concluem que algumas ideias vêm influenciando mais profundamente a percepção dos operadores do direito a respeito da ordem jurídica. Um deles lembra que a Constituição brasileira vem funcionando como verdadeiro “filtro”, de forma a influenciar todas as normas do ordenamento pátrio com os seus valores. O segundo, concordando, adiciona que o crescente reconhecimento da natureza normativo-jurídica dos princípios pelos tribunais, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal, tem aproximado as concepções de direito e justiça (buscada no diálogo racional) e oferecido um papel de maior destaque aos magistrados. As posições apresentadas pelos advogados mantêm relação com uma concepção teórico-jurídica que, no Brasil e em outros países, vem sendo denominada de A) neoconstitucionalismo. B) positivismo-normativista. C) neopositivismo. D) jusnaturalismo. Comentário: Uma das grandes características desta vertente é aquela na qual há a defesa da tese da constituição como fundamento central de todo o sistema jurídico. Ou seja, a Constituição é o fundamento de validade do ordenamento, a base do sistema jurídico. Alternativa correta: A XIX EXAME O constitucionalismo brasileiro, desde 1824, foi construído a partir de vertentes teóricas que estabeleceram continuidades e clivagens históricas no que se refere à essência e à interrelação das funções estatais, tanto no plano vertical como no horizontal, bem como à proteção dos direitos fundamentais. A partir dessa constatação, assinale a afirmativa correta. A) A Constituição de 1824 adotou, de maneira rígida, a tripartição das funções estatais, que seriam repartidas entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. B) A Constituição de 1891 dispôs sobre o federalismo de cooperação e delineou um Estado Social e Democrático de Direito. C) A Constituição de 1937 considerou o Supremo Tribunal Federal o guardião da Constituição, detendo a última palavra no controle concentrado de constitucionalidade. D) A Constituição de 1946 foi promulgada e reinaugurou o período democrático no Brasil, tendo contemplado um rol de direitos e garantias individuais. Resposta: Letra D. A alternativa A está errada porque a Constituição de 1824 adotou um modelo quadripartite de separação de poderes (havia um poder moderador). A alternativa B está errada porque o Estado Social não foi introduzido pela Constituição de 1891. A alternativa C está errada porque o controle concentrado foi introduzido no constitucionalismo brasileiro anos após. A alternativa D está certa porque o texto constitucional de 1946 foi editado na saída do Estado Novo, marcando a redemocratização do Brasil, e trouxe um grande rol de direitos e garantias fundamentais. Poder Constituinte Conceito: É o poder de criar, instituir ou reformar uma Constituição. 1. Originário/1° grau • Poder para criar uma Constituição; • Características: inicial (pois seria a primeira lei do ordenamento jurídico), soberano, absoluto, ilimitado (porque é soberano e não sofre qualquer limitação do Direito), incondicionado (não se sujeita a nenhum processo ou procedimento para manifestar-se), independente (não está ligado à nenhuma outra lei). 2. Derivado/2° grau • Reformador e mudança da Constituição; • CF/88, art. 3° - Emendas Constitucionais de Revisão (só existem seis e não podem mais ser editadas) - Emendas constitucionais são o único meio de mudança da CF hoje. 3. Poder constituinte derivado decorrente • Autoriza que entes federativos elaborem suas normas fundamentais (forma federativa de estado); • Art. 25 CF: cada Estado-membro pode fazer sua Constituição Estadual; • Art. 29, CF: cada município pode fazer sua Lei Orgânica; • Art. 32, CF: o Distrito Federal pode fazer sua Lei Orgânica; Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. 4. Poder Constituinte Derivado Reformador Poder de modificar a CF, de acordo com o processo nela previsto. É exercido pelo Congresso Nacional, quando este elabora Emendas à Constituição. Questões Comentadas dos Últimos Exames XV Exame da Ordem QUESTÃO 1 Pedro, reconhecido advogado na área do direito público, é contratado para produzir um parecer sobre situação que envolve o pacto federativo entre Estados brasileiros. Ao estudar mais detidamente a questão, conclui que, para atingir seu objetivo, é necessário analisar o alcance das chamadas cláusulas pétreas. Com base na ordem constitucionalbrasileira vigente, assinale, dentre as opções abaixo, a única que expressa uma premissa correta sobre o tema e que pode ser usada pelo referido advogado no desenvolvimento de seu parecer. A) As cláusulas pétreas podem ser invocadas para sustentar a existência de normas constitucionais superiores em face de normas constitucionais inferiores, o que possibilita a existência de normas constitucionais inconstitucionais. B) Norma introduzida por emenda à constituição se integra plenamente ao texto constitucional, não podendo, portanto, ser submetida a controle de constitucionalidade, ainda que sob alegação de violação à cláusula pétrea. C) Mudanças propostas por constituinte derivado reformador estão sujeitas ao controle de constitucionalidade, sendo que as normas ali propostas não podem afrontar cláusulas pétreas estabelecidas na Constituição da República. D) Os direitos e as garantias individuais considerados como cláusulas pétreas estão localizados exclusivamente nos dispositivos do Art. 5º, de modo que é inconstitucional atribuir essa qualidade (cláusula pétrea) a normas fundadas em outros dispositivos constitucionais. Comentário: As normas derivadas, ou seja, que surgem para somar forças às normas originárias, além de também adequar o texto constitucional à realidade social do momento, deve sem sombra de dúvidas respeitar o teor das cláusulas pétreas. Mas lembre-se: É possível a alteração para ampliar direitos, o que é vedado é a proposta de emenda que tenha por objetivo abolir as cláusulas pétreas. Elas não são “irretocáveis”. Alternativa correta: C Poder Reformador da CF/88 – Art. 60 - Limitações: 1) Temporais: o art. 60 não aponta limites de ordem temporal; 2) Circunstanciais: (art. 60, § 1º) a Constituição não poderá ser emendada na vigência de Intervenção Federal, Estado de Defesa ou Estado de Sítio; 3) Formais: estão associadas ao Processo Legislativo, devendo obedecer ao rol taxativo do art. 60, incisos I, II e III: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 4) Materiais: algumas matérias não podem ser reformadas, elas são as cláusulas pétreas, consistem nas limitações de assunto e encontram-se elencadas no art. 60, § 4º: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. Ademais, além das limitações materiais expressas no art. 60, § 4º, existem limites materiais implícitos (encontrados ao longo do texto constitucional, decorrente dos princípios, do regime e formas de governo) como: a) forma de Governo Republicana; b) Sistema de Governo Presidencialista; e c) o próprio art. 60 da CF/ 88. Fenômenos de direito constitucional intertemporal Revogação global: acontece com a ordem normativa constitucional anterior quando a nova Constituição surge no país, lei nova revoga completamente um instituto jurídico ou ramo do Direito; Recepção: é um processo abreviado de criação de normas jurídicas, acontece quando a Constituição nova recebe a ordem normativa infraconstitucional anterior surgida sob a égide de cartas precedentes, se com ela, tais normas forem compatíveis, a estas são dadas a validade e evita-se assim o trabalho de elaborar toda a legislação infraconstitucional novamente. É um fenômeno automático e de natureza material. Repristinação: é o fenômeno pelo qual certa legislação infraconstitucional que perdeu sua eficácia diante de um texto constitucional posterior, por não ter sido recepcionada pelo mesmo, se restaura pelo surgimento de uma nova Constituição. Esse instituto não é aceito pelo ordenamento jurídico brasileiro, por disposição expressa do art. 2° § 3°, da Lei de Introdução ao Código Civil. Desconstitucionalização: trata-se da recepção pela nova ordem constitucional como leis originárias de disposições da Constituição anterior, perdendo, pois, a natureza de Constituição. Tal fenômeno, entretanto, não é acolhido pelo Direito brasileiro. Aplicabilidade das Normas Constitucionais Todas as normas constitucionais tem eficácia no plano abstrato, independente da norma ter sido regulamentada. Normas constitucionais quanto à sua eficácia: - Plena: normas da Constituição que não dependem de regulamentação, não necessitando de atuação do administrador ou legislador para sua aplicabilidade. Aplicabilidade direta e imediata. O verbo da norma é o verbo ser no presente do indicativo (é/são). Não irão aparecer expressões do tipo: "nos termos da lei", "de acordo com a lei". Ex.: art. 13, art. 2, art. 19, CF. - Contida/restringível: já produz seus efeitos desde a promulgação da CF independente de regulamentação, no entanto pode vir a ser restringida pela incidência de uma lei ou de outra norma constitucional. Não dependem de regulamentação por norma infraconstitucional. Aplicabilidade direta, imediata. Mas a CF admite redução de direito pelo legislador ordinário. Eficácia redutível ou restringível. O verbo da norma é o verbo ser no presente do indicativo (é/são). Irão aparecer expressões com a palavra lei visando à redução de um direito: "salvo as hipóteses que a lei estabelecer". Ex.: art. 5°, III. Atenção ao inciso XVI do art. 5º da CF, que tem sua eficácia limitada em caso de Estado de defesa e Estado de Sítio dos artigos 136 e 139 da CF. Art. LVIII. OBS.: não dependem de autorização estatal: - Limitada: é aquela norma que somente produz todos os seus efeitos essenciais quando é regulamentada. Dependem de regulamentação por normas infraconstitucionais. O verbo da norma está no tempo futuro (será, estabelecerá, deverá). Irão existir expressões do tipo "nos termos da lei". Ex. art. 37, VII, da CF, que estabelece o direito de greve dos servidores públicos, o qual deve ser fixado em lei específica (lei que só trata desse assunto). Sem essa lei, o direito não tinha como ser exercido. As normas de eficácia limitada subdividem-se em: - Limitada programática: são aquelas que visam alcançar certas metas e objetivos, estabelece programas ou princípios a serem desenvolvidos, e servirão de diretrizes para todos os órgãos estatais. Ex. art. 3º; 196º; 205º. Sua plena produção de efeitos depende não só de lei mas sim de argumentos metajurídicos que estão fora do direito (apoio da sociedade e políticas públicas). - Limitada institutiva: são normas que contém apenas comandos de estruturação geral da instituição de determinado órgão, entidade ou instituição, de forma que a efetiva criação, organização ou estruturação, por expressa disposição constitucional, deve ser feita por normas infraconstitucionais. Citamos o § 2º do artigo 18 da Carta Maior, como um exemplo de norma constitucional de eficácia limitada de princípio institutivo. Outros exemplos de normas constitucionais de eficácia limitada de princípio institutivo: art. 33, art. 90, § 2º, art. 109, inciso VI, etc., todos da Constituição Federal. Questões Comentadas dos Últimos Exames XVI Exame da Ordem QUESTÃO 1 O diretor de RH de uma multinacional da área de telecomunicações, em reunião corporativa, afirmou que o mundo globalizado vem produzindo grandes inovações, exigindo o reconhecimento de novas profissões desconhecidas até então. Feitas essas considerações, solicitou à diretoria que alterasse o quadro de cargos e funções da empresa, incluindo as seguintes profissões: gestor de mídias sociais, gerente de marketing digital e desenvolvedor de aplicativos móveis.O presidente da sociedade empresária, posicionando-se contra o pedido formulado, alegou que o exercício de qualquer atividade laborativa pressupõe a sua devida regulamentação em lei, o que ainda não havia ocorrido em relação às referidas profissões. Com base na teoria da eficácia das normas constitucionais, é correto afirmar que o presidente da sociedade empresária A) argumentou em harmonia com a ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que afirma ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, possui eficácia limitada, exigindo regulamentação legal para que possa produzir efeitos. B) apresentou argumentos contrários à ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que afirma se livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, possui eficácia contida, de modo que, inexistindo lei que regulamente o exercício da atividade profissional, é livre o seu exercício. C) apresentou argumentos contrários à ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que afirma ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, possui eficácia plena, já que a liberdade do exercício profissional não pode ser restringida, mas apenas ampliada. D) argumentou em harmonia com a ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que afirma ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, não possui nenhuma eficácia, devendo ser objeto de mandado de injunção para a sua devida regulamentação. Comentário: Não existe na norma constitucional despida de eficácia, já que, por si só, ela terá o condão não de apenas revogar normas anteriores que com ela sejam incompatíveis, mas também de impedir o ingresso no ordenamento jurídico de quaisquer normas que com ela colidam. Alternativa correta: B Direitos e Garantias Fundamentais Os direitos e garantias fundamentais foram marcos de luta política emancipatória de classes populares ao longo da história, segundo o Professor José Afonso da Silva, os direitos fundamentais “são aquelas prerrogativas e instituições que o Direito Positivo concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas”. Estão disciplinados no Título II da Constituição de 1988 (arts. 5º a 17), abraçando os direitos e deveres individuais e coletivos, a nacionalidade, os direitos sociais, os direitos políticos e partidos políticos. Natureza Jurídica dos direitos fundamentais é dúplice, pois tratam-se de direitos subjetivos e objetivos. Possuem como características: a) Historicidade, diz respeito ao seu nascimento, modificação e desaparecimento ao longo do tempo, dependendo dos acontecimentos históricos; b) Inalienabilidade, é definida pela impossibilidade de negociação dos referidos direitos, visando não terem conteúdo patrimonial; c) Irrenunciabilidade, significa que o cidadão não pode renunciar as prerrogativas, mesmo que estas não estejam sendo exercidas; d) Imprescritibilidade, pois não se perdem com o tempo, não prescrevem, são sempre exercidos e se não forem, não são perdidos; e) Relatividade, pois nenhum direito fundamental é absoluto, podem ser objeto de limitação, até o direito à vida tem limitação no caso de pena de morte, em caso de guerra declarada; e Classificação dos Direitos Fundamentais: A CF/88 subdivide em cinco capítulos, classificando em cinco espécies o gênero direitos e garantias fundamentais: - Direitos Individuais (art. 5º) - Direitos Coletivos (art. 5º) - Direitos Sociais (art. 6º e 193) - Direitos à Nacionalidade (art. 12) - Direitos Políticos (arts. 14 à 17) Direito Fundamental à Nacionalidade Trata-se de um direito de 1º geração e está associado à própria identidade do indivíduo. É formado pelo vínculo jurídico que liga o indivíduo a certo e determinado Estado. Ademais, a nacionalidade será adquirida no momento do nascimento, ou ainda pelo processo de naturalização. f) Universalidade, os direitos e garantias fundamentais, possuem um sujeito ativo, que são todas as pessoas, independente de credo, raça, nacionalidade, e podem postulá-los em qualquer foro. g) Indivisibilidade, esses direitos formam um único conjunto de direitos, não podem ser examinados isoladamente. Se um for violado, todos os outros também serão desrespeitados. h) Interdependência, pois estão ligados uns aos outros, têm que serem vistos como um todo. i) Interrelacionaridade, a inviolabilidade dos direitos e garantias fundamentais têm abrangência nacional e mundial. j) Vedação ao retrocesso, suas aquisições não podem ser produto de um retrocesso, não sendo este admitido visando limitá-los ou diminuí-los. Por meio desta característica fica certificada a proteção à esse instituto. l) Efetividade, O Estado Deve garantir ao máximo a efetivação dos direitos fundamentais. m) Concorrência, podem ser exercidos, todos de uma vez, por um único cidadão. n) Aplicabilidade imediata, o art. 5º da CF, dispõe que os referidos direitos têm aplicação imediata, cabendo aos poderes públicos promoverem o seu desenvolvimento. Classificação dos Direitos Fundamentais: A CF/88 subdivide em cinco capítulos, classificando em cinco espécies o gênero direitos e garantias fundamentais: - Direitos Individuais (art. 5º) - Direitos Coletivos (art. 5º) - Direitos Sociais (art. 6º e 193) - Direitos à Nacionalidade (art. 12) - Direitos Políticos (arts. 14 à 17). Direito Fundamental à Nacionalidade Trata-se de um direito de personalidade de 1º geração e está associado à própria identidade do indivíduo. É formado pelo vínculo jurídico que liga o indivíduo a certo e determinado Estado. Ademais, a nacionalidade será adquirida no momento do nascimento, ou ainda pelo processo de naturalização, como disposto no art. 12º , “a”, “b” e “c” da CF. Não se confunde com cidadania, pois esta é o exercícios dos direitos. j Nacionalidade x Cidadania: O Cidadão é um titular de Direitos Políticos, enquanto que o Nacional possui vínculo Jurídico que o liga ao Estado. Assim, nem todo Nacional é Cidadão, mas todo Cidadão é um Nacional. Espécies de Nacionalidade: - Originária/ Primária: será determinada por critérios diversos. No Brasil, o critério adotado será o jus solis (da territorialidade), onde são considerados nacionais os que nascem no território nacional, não levando- se em conta a nacionalidade dos pais, sendo estrangeiros ou não. Ao nascer no território de determinado Estado, a pessoa adquire a nacionalidade . - Secundária/ Derivada/ Adquirida: Nacionalidade conquistada por meio da naturalização, que é o ato pelo qual alguém adquire nacionalidade em outro país. Nesse caso, sempre irá necessitar do requerimento do interessado, e ainda pode ser dividida entre ordinária e extraordinária; a primeira se refere aos estrangeiros residentes no País, e que preencham os requisitos da lei (Lei 6.815/80 - Estatuto do Estrangeiro). Já a segunda, a extraordinária, refere-se aos estrangeiros de qualquer outra nacionalidade, e que tenha necessariamente residência no país a mais de 15 anos sem interrupção e sem nenhuma condenação criminal. *Observação: é vedado qualquer tipo de tratamento diferenciado, mesmo por lei, entre brasileiros natos ou naturalizados, salvo os casos expressos na CF. Direitos políticos (art. 14 ao 17 CF) Conceito: é um grupo de normas expressas na Constituição, que se referem à participação do povo nos procedimentos políticos. É o exercício das pessoas na vida pública do Estado. Fique sabendo! São direitos públicos e subjetivos, que dão ao indivíduo o status de cidadão. Como exemplo temos o Direitode sufrágio (votar, ser eleito) e o Direito de participar no processo político (organizar e participar de partidos políticos, participar do processo legislativo, entre outros). A Constituição da República, em seu artigo 14, estabelece que “ A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da lei, mediante plesbicito, referendo e iniciativa popular”. - Plesbicito: é um parecer do povo sobre determinado assunto, e a depender da resposta, será adotada ou não alguma medida administrativa ou legislativa. É convocado antes do ato legislativo. - Referendo: é um parecer do povo sobre uma determinada norma já aprovada, para que este confirme ou rejeite. É convocado depois do ato legislativo. Dica! Tanto o plesbicito quanto o referendo, têm efeito mandamental, e representam a própria soberania popular. Ou seja, uma vez aprovada, no caso de plesbicito, a norma obrigatoriamente deve ser homologada pelo Poder Legislativo e promulgada, já no caso do referendo, a norma obrigatoriamente deve ser revogada pelo mencionado poder. - Iniciativa Popular: possibilidade do povo encaminhar um projeto de lei para o Poder Legislativo. Para isso, é necessário um por cento do eleitorado nacional, distribuídos em no mínimo cinco Estados-membros, com a consecução do apoio de no mínimo três décimos por cento de eleitores em cada um deles. Ela acontece para garantir uma maior lisura ao processo eleitoral, impedindo que o candidato utilize-se da função, cargo ou emprego, público ou privado, em benefício de sua candidatura. Esse ato deve ser expresso em um documento, de forma a não causar dúvidas. Se o interessado não se afastar, não se desincompatibilizar, no prazo legal, ocorrerá a inelegibilidade (impedimento de alguém ser candidato). Dica! Para a reeleição não precisa haver a desincompatibilização - Condições de elegibilidade: (art.14, § 3º): “I – nacionalidade brasileira; II – pleno exercício dos direitos políticos; III – alistamento eleitoral IV – domicílio eleitoral na circunscrição; V – filiação partidária; VI – idade mínima de: a. Trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b. Trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c. Vinte e um anos pra Deputado Federal, Deputado Estadual e Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d. Dezoito anos para Vereador. - Inelegibilidade reflexa (§7°, art. 14 CF) – impedimento para uma candidatura por "relação" de parentesco. - Inelegibilidade por motivo funcional (art. 14 §§ 5º e 6º) – impedimento para candidatura para os mesmos cargos , num terceiro período subsequente, ex: o Presidente da República, Governadores, Prefeitos, quem houver substituído ou sucedido nos seis meses antes ao pleito. - Voto facultativo – analfabetos (pode votar, mas não pode ser votado); maiores de 16 e menores de 18 anos; maiores de 70 anos. Cuidado! Quem sofre impeachment pode votar, mas não pode ser votado. Preso por sentença condenatória com trânsito em julgado não vota. Perda e Suspensão dos Direitos Políticos A diferença entre perda e suspensão dos direitos políticos é que a primeira significa que esses direitos nunca mais poderão se readquiridos e a segunda, que poderão, desde que a suspensão tenha sido extinta. A primeira é permanente e a segunda é provisória. a. Caso de perda: cancelamento de naturalização por sentença transitada em julgado. b. Caso de suspensão: incapacidade civil absoluta. STF - Maioria de 2/3 para edição, revisão ou cancelamento de súmula vinculante; - O STF pode recusar Recurso Extraordinário por não ter efeito geral, exige maioria de 2/3 dos ministros; Modulação de efeitos temporais - Para modulação de efeitos temporais (mudança na "data de validade") das decisões no controle de constitucionalidade; para o efeito ex tunc é necessária maioria absoluta (6 ministros), na modulação de efeitos é necessário manifestação de 2/3 do STF (8 ministros). Para a modulação de efeitos temporais não precisa ser apenas da data da decisão em diante, pode ser escolhida qualquer data que não a da edição da norma. - A modulação para ser feita requer razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social; - Só existe autorização expressa para a modulação no controle concentrado (artigo 27 da Lei n.° 9868/99). Todavia o Supremo, nas suas decisões no controle difuso admite a modulação de efeitos por analogia. A CF também exige maioria de 2/3: - Para que a Câmara dos Deputados autorizarem o processamento do Presidente da República pela prática de crime comum ou de responsabilidade. Se o crime for comum o processamento será feito no STF. Se for crime de responsabilidade quem julga é o Senado (art. 85, CF). - Para o Senado condenar o presidente pela prática de crime de responsabilidade. Penas para crime de responsabilidade o Presidente se sujeita a duas penas possíveis: perda do cargo e inabilitação por oito anos para concorrer a cargos políticos ou a exercer qualquer função pública (eventual renúncia não impede a inabilitação por oito anos). Questões Comentadas dos Últimos Exames XV Exame da Ordem QUESTÃO 1 A CRFB/88 identifica as hipóteses de caracterização da nacionalidade para brasileiros natos e os brasileiros naturalizados. Com base no previsto na Constituição, assinale a alternativa que indica um caso constitucionalmente válido de naturalização requerida para obtenção de nacionalidade brasileira. A) Juan, cidadão espanhol, casado com Beatriz, brasileira, ambos residentes em Barcelona. B) Anderson, cidadão português, domiciliado no Brasil há 360 dias. C) Louis, cidadão francês, domiciliado em Brasília há 14 anos, que está em liberdade condicional, após condenação pelo crime de exploração sexual de vulnerável. D) Maria, 45 anos, cidadã russa, residente e domiciliada no Brasil desde seus 25 anos de idadade, processada criminalmente por injúria, mas absolvida por sentença transitada em julgado. Comentário: Art. 12. São brasileiros: II - naturalizados: b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. Alternativa correta: D QUESTÃO 2 Pedro promoveu ação em face da União Federal e seu pedido foi julgado procedente, com efeitos patrimoniais vencidos e vincendos, não havendo mais recurso a ser interposto. Posteriormente, o Congresso Nacional aprovou lei, que foi sancionada, extinguindo o direito reconhecido a Pedro. Após a publicação da referida lei, a Administração Pública federal notificou Pedro para devolver os valores recebidos, comunicando que não mais ocorreriam os pagamentos futuros, em decorrência da norma em foco. Nos termos da Constituição Federal, assinale a opção correta. A) A lei não pode retroagir, porque a situação versa sobre direitos indisponíveis de Pedro. B) A lei não pode retroagir para prejudicar a coisa julgada formada em favor de Pedro. C) A lei pode retroagir, pois não há direito adquirido de Pedro diante de nova legislação. D) A lei pode retroagir, porque não há ato jurídico perfeito em favor de Pedro diante de pagamentos pendentes. Comentário: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Alternativa correta: B XVI Exame da Ordem QUESTÃO 3 Alessandro Bilancia, italiano, com 55 anos de idade, ao completar 15 anos de residência ininterrupta no Brasil, decide assumir a nacionalidade “brasileira”, naturalizando-se. Trata-se de renomado professor, cuja elevadadensidade intelectual e capacidade de liderança são muito bem vistas por um dos maiores partidos políticos brasileiros. Na certeza de que Alessandro poderá fortalecer os quadros do governo caso o partido em questão seja vencedor nas eleições presidenciais, a cúpula partidária já ventila a possibilidade de contar com o auxílio do referido professor na complexa tarefa de governar o País. Analise as situações abaixo e assinale a única possibilidade idealizada pela cúpula partidária que encontra respaldo na Constituição Federal. A) Alessandro Bilancia, graças ao seu reconhecido saber jurídico e à sua ilibada reputação, poderá ser indicado para compor o quadro de ministros do Supremo Tribunal Federal. B) Alessandro Bilancia, na hipótese de concorrer ao cargo de deputado federal e ser eleito, poderá ser indicado para exercer a Presidência da Câmara dos Deputados. C) Alessandro Bilancia, na hipótese de concorrer ao cargo de senador e ser eleito, pode ser o líder do partido na Casa, embora não possa presidir o Senado Federal. D) Alessandro Bilancia, dada a sua ampla e sólida condição intelectual, pode ser nomeado para assumir qualquer ministério do governo. Comentário: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. Alternativa correta: C XIX EXAME André, jovem de 25 anos, é Vereador pelo Município M, do Estado E. Portanto, com domicílio eleitoral nesse Estado. Suas perspectivas políticas se alteram quando, ao liderar um grande movimento de combate à corrupção, o seu nome ganha notoriedade em âmbito nacional. A partir de então, passa a receber inúmeras propostas para concorrer a diversos cargos eletivos, advindas, inclusive, de outros Estados da Federação, a exemplo do Estado X. Nessas condições, seduzido pelas propostas, analisa algumas possibilidades. De acordo com a Constituição Federal, assinale a opção que indica o cargo eletivo ao qual André pode concorrer. A) Deputado Estadual pelo Estado X. B) Deputado Federal pelo Estado E. C) Senador da República pelo Estado E. D) Governador pelo Estado E. Resposta: Letra B Considerando que o domicílio eleitoral de André é no Município “M” do Estado “E”, é impossível concurso em estado diverso porque o texto constitucional estabelece que um dos requisitos de elegibilidade é o domicílio eleitoral na circunscrição. Assim, elimina-se a alternativa A que fala em Estado “X”. Ainda, conforme o enunciado, a idade de André é 25 anos, logo, não tem ainda idade para ser Senador (35 anos) nem Governador de Estado (30 anos). Logo, eliminam-se as alternativas C e D. Assim, permanece a alternativa B que é totalmente compatível com o ordenamento constitucional. André pode concorrer no Estado E – onde tem seu domicílio eleitoral – e tem idade mínima para ser Deputado Estadual (21 anos). Após ampla investigação, os órgãos competentes concluíram que o deputado federal X praticara um crime de homicídio, figurando como vítima o também deputado federal Y, seu desafeto político. Esse fato, ocorrido dentro das dependências da respectiva Casa Legislativa, despertou intenso debate a respeito de qual seria o órgão competente para julgá-lo. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que X deve ser julgado A) pelo Supremo Tribunal Federal, órgão competente para processar e julgar os Deputados Federais em qualquer infração penal comum. B) pelo Tribunal do Júri, órgão competente para julgar qualquer pessoa pela prática de crime doloso contra a vida. C) pelo Superior Tribunal de Justiça, órgão competente para processar e julgar os Deputados Federais no caso de crime doloso contra a vida. D) pela Câmara dos Deputados, órgão competente para julgar os Deputados Federais por crimes de responsabilidade, considerados como tais aqueles que tenham relação com o exercício do mandato. Resposta A A resposta é clara e pode ser encontrada no artigo 102, inciso I, alínea b, da Constituição, segundo o qual: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I – processar e julgar, originariamente: b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador- Geral da República; Diante de prerrogativa de foro expressa na Constituição, não prevalece a competência do Tribunal do Juri, por isso a letra B não se sustenta. As letras C e D não têm suporte constitucional. Não se sustentam em razão do comentário à letra A. O Governador do Distrito Federal, ao tomar conhecimento de que existe jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal a respeito da competência do Município para legislar sobre os requisitos de segurança das agências bancárias, solicita à Procuradoria Geral do Distrito Federal que se manifeste acerca da possibilidade de lei distrital tratar da matéria. Sobre a hipótese apresentada, de acordo com a Constituição Federal de 1988, assinale a afirmativa correta. A) Haveria tal possibilidade, pois o Distrito Federal possui competências legislativas reservadas aos Estados e aos Municípios. B) Haveria tal possibilidade, pois a competência legislativa do Distrito Federal, como sede da União, abarca as competências legislativas da União, dos Estados e dos Municípios. C) Não seria possível, pois o Distrito Federal tem competências taxativamente expressas, que não podem abarcar aquelas concedidas aos Municípios. D) Não seria possível, pois as competências legislativas do Distrito Federal seriam apenas aquelas reservadas aos Estados-membros da União. Resposta: Letra A A resposta pode ser encontrada no artigo 32 da Constituição. Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Dessa forma, em sendo a matéria própria dos Municípios, pode o Distrito Federal agir. Correta, portanto, a letra “A”. A letra B não se sustenta porque o fato de o Distrito Federal ser a sede do governo não influencia a repartição de competências. A letra C não se sustenta porque o Distrito Federal não tem competências expressas no texto constitucional. A letra D não pode ser marcada como correta porque para o Distrito Federal são reservadas as competências estaduais e municipais, como mencionado. José, internado em um hospital público para tratamento de saúde, solicita a presença de um pastor para lhe conceder assistência religiosa. O pedido, porém, é negado pela direção do hospital, sob a alegação de que, por se tratar de instituição pública, a assistência não seria possível em face da laicidade do Estado. Inconformado, José consulta um advogado. Após a análise da situação, o advogado esclarece, com correto embasamento constitucional, que A) a negativa emanada pelo hospital foi correta, tendo em vista que a Constituição Federal de 1988, ao consagrar a laicidade do Estado brasileiro, rejeita a expressão religiosa em espaços públicos. B) a direção do hospital não tem razão, pois, embora a Constituição Federal de 1988 reconheça a laicidade do Estado, a assistência religiosa é um direito garantido pela mesma ordem constitucional. C) a correção ou incorreção da negativa da direção do hospital depende de sua consonância, ou não, com o regulamento da própria instituição, já que se está perante direito disponível. D) a decisão sobre a possibilidade, ounão, de haver assistência religiosa em entidades públicas de saúde depende exclusivamente de comando normativo legal, já que a temática não é de estatura constitucional. Resposta: Letra B A questão é simples, uma vez que o artigo 5º, inciso VII, da Constituição afirma que: VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; Dessa forma, a alternativa A e C não podem ser consideradas corretas porque restringem o direito constitucionalmente contemplado. A letra D, por sua vez, equivoca-se na medida em que diz que a matéria não é prevista na Constituição. Jovem governador do Estado Alfa, vencedor das eleições com o slogan “A vez dos jovens”, propõe projeto de emenda à constituição do Estado a fim de alterar os requisitos para escolha de conselheiros no Tribunal de Contas do Estado. A idade mínima, que antes seguia o padrão constitucional federal, sendo fixada em 35 anos, passaria a ser de 30 anos. Segundo a ordem jurídico-constitucional brasileira, tal norma deveria ser considerada a) inconstitucional, pois o padrão estabelecido pela CRFB/88, para o caso, configura típica cláusula de imposição de simetria. b) constitucional, pois a organização dos Tribunais de Contas estaduais está exclusivamente submetida ao poder constituinte derivado decorrente. c) constitucional, pois está baseada na autonomia dos Estados-Membros, princípio basilar e inflexível que sustenta o Pacto Federativo. d) inconstitucional, pois a estrutura do Poder Judiciário somente pode ser disciplinada pela Constituição da República, não pela Constituição Estadual. Segundo o art. 73, § 1º, CF/88, os Ministros do TCU serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: a) mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; b) idoneidade moral e reputação ilibada; c) notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública; d) mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. Esses requisitos se aplicam, por simetria, aos Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais (TCEs). A própria Constituição prevê isso no art. 75, que dispõe que “as normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios”. Dessa forma, a proposta de emenda à Constituição Estadual que altere requisitos para a escolha de Conselheiros do TCE é inconstitucional, uma vez que deve ser observado o modelo federal, em respeito ao princípio da simetria. Gabarito: alternativa A. Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI (art. 58, §3º, CF) - Função: investigação; - Natureza: de caráter investigatório, administrativo e inquisitorial. Investigatório pois procuram provas sobre determinados fatos; administrativo porque os atos praticados assim de caracterizam, sem natureza jurisdicional; inquisitorial pois os parlamentares têm autonomia para analisar o objeto em foco, mas, respeitando os direitos fundamentais. - Conclusão das investigações: será feito um relatório , e as conclusões da CPI serão enviadas ao Ministério Público, que deverá tomar as medidas cabíveis, responsabilidade civil ou criminal aos infratores. - Poderes: das autoridades judiciais. Nem todos os poderes da autoridade judicial foram conferidos à CPI (reserva de jurisdição). Reserva de jurisdição CPI - Interceptação telefônica (escuta); - Busca e apreensão domiciliar (art. 5º, XI, CF); - Medidas cautelares (prisão preventiva, arresto, sequestro, impossibilidade de se ausentar da comarca, indisponibilidade de bens); - Prisão (art. 5º, LXI, CF) - Quebra do sigilo telefônico, fiscal e bancário (extrato); - CPI decreta busca e apreensão genérica; - CPI pode decretar prisão em flagrante, que será compulsória (para qualquer do povo é facultativa); CPI também não pode: - Prender (a não ser caso de flagrante delito); - Decretar sequestro; - Formular acusações e nem punir delitos; - Realizar apreensão ou decretar indisponibilidades de bens; - Desrespeitar o direito contra a auto-incriminação que assiste a qualquer indiciado ou testemunha; - Impedir alguém de sair do País - Anular atos do executivo; - Convocar magistrado para prestar depoimento que verse exclusivamente sobre sua função jurisdicional; - Investigar fatos que digam respeito exclusivamente a outra entidade federativa; - Inviolabilidade do domicílio; - Decretação de prisão que não seja em flagrante; - Interceptação telefônica. * Observação: As assembleias Legislativas, a Câmara Legislativa do Distrito Federal e as Câmaras Municipais também podem formar CPI’s para investigar questões relacionadas ao respectivo ente federativo. Portanto, não pode uma CPI do Congresso, Câmara dos Deputados ou Senado investigar questões de Estados ou Municípios. CPI deve: - Proceder à oitiva de investigados e testemunhas, respeitado o direito ao silencio (de ambos, não autoincriminação); - Deve respeitar o direito à assistência jurídica; - Controle jurisdicional feito pelo Supremo (HC, MS) Requisitos para instauração: a) Formal: necessidade de obtenção de um determinado quórum para a criação da CPI. Para sua criação, na Câmara ou Senado é necessário ter o apoio de um terço dos deputados e senadores de cada Casa respectiva Requerimento de 1/3 dos membros da Câmara ou do Senado. Ou das duas Casas se a CPI for mista (CPMI); b) Substancial: se relaciona com o assunto a ser investigado que deve ser determinado antes de sua criação. c) Temporal: seu funcionamento seja por período determinado. O prazo pode ser prorrogado até o fim da legislatura (4 anos). A CF exige 1/3 dos membros: - Dos Deputados ou Senadores apresentem proposta de emenda constitucional (PEC). - Dos Deputados ou Senadores para apresentarem uma CPI. Questões Comentadas dos Últimos Exames XVI Exame da Ordem QUESTÃO 1 Ocorreu um grande escândalo de desvio de verbas públicas na administração pública federal, o que ensejou a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), requerida pelos deputados federais de oposição. Surpreendentemente, os oponentes da CPI conseguem que o inexperiente deputado M seja alçado à condição de Presidente da Comissão. Por não possuir formação jurídica e desconhecer o trâmite das atividades parlamentares, o referido Presidente, sem consultar os assessores jurídicos da Casa, toma uma série de iniciativas, expedindo ofícios e requisitando informações a diversos órgãos. Posteriormente, veio à tona que apenas uma de suas providências prescindiria de efetivo mandado judicial. Assinale a opção que indica a única providência que o deputado M poderia ter tomado, prescindindo de ordem judicial. A) Determinação de prisão preventiva de pessoas por condutas que, embora sem flagrância, configuram crime e há comprovado risco de que voltem a ser praticadas. B) Autorização, ao setor de inteligência da Polícia Judiciária, para que realize a interceptação das comunicações telefônicas (“escuta”) de prováveis envolvidos. C) Quebra de sigilo fiscal dos servidores públicos que, sem aparente motivo, apresentaram público e notório aumento do seu padrão de consumo. D) Busca e apreensão de documentos nas residências de sete pessoas supostamente envolvidas no esquema de desvio de verba. Comentário: A quebra de sigilo fiscal pode ser decretada de ofício numa CPI. A CPI pode declarar: quebra de sigilo fiscal quebra de sigilo bancário - quebra de registro telefônico Alternativa correta: C Organização do Estado De acordo com o art. 18 da CF, “República Federativa do Brasil é formadapela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. Forma de Estado: Federal – Estados Autônomos. Não são soberanos, a soberania é da RFB. Auto-organização: Capacidade de editar sua lei fundamental e o restante do corpo normativo. Autogoverno: capacidade de eleger seus próprios representantes. Autoadministração: Territórios Federais não são entes da federação, não são autônomos, eles integram a União. Repartição constitucional da competência legislativa: 1. Estado: organizam-se e regem-se pela Constituição Estadual (auto- organização - poder constituinte derivado decorrente) e leis que adotarem (autolegislação). Possuem autogoverno (eleição de seu governador e deputados estaduais) e autoadministração (competências administrativas e tributos próprios). ● Poder executivo: Governador e vice-governador (art.28 da CF) ● Poder Legislativo: Assembleia Legislativa (Deputados Estaduais) - art. 27 da CF. ● Poder Judiciário: Justiça Estadual (arts. 125 e 126 da CF) Competência residual (art. 25, §1º, CF), todavia o Estado possui algumas competências expressas: regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas – envolvem municípios limítrofes (25, §3º, CF); gás canalizado, na forma da lei, não cabe MP (25, §2º, CF) – Estados podem editar medida provisória, desde que haja previsão expressa na Constituição Estadual. 2. Distrito Federal: É unidade federada dotada de autonomia, com capacidade de auto-organização (rege-se por lei orgânica - art. 32 da CF), autolegislação (competência para editar leis distritais), autogoverno e autoadministração. Seu poder Legislativo é formado pela Câmara Legislativa (deputados distritais) e o Judiciário é organizado e mantido pela União, por lei federal (art. 48 da CF) Competência legislativa cumulativa, a mesma reservada aos Estados e Municípios. (O distrito Federal não se reparte em municípios). 3. Municípios: art. 30, CF. São pessoas jurídicas de Direito Público interno, autônomos, regisdos por Leis Orgânicas Municipais. ● Poder Executivo: Prefeito e Vice-Prefeito - art. 29 da CF ● Poder Legislativo: Câmaras Municipais (vereadores) - art. 29 e 29-A da CF. ● Poder Judiciário: Não Possui I – competência legislativa local II – suplementar (suplementa lei federal ou estadual) III a IX – materiais/administrativas 4. União: É a Pessoa Jurídica de Direito Público, componente da Federação Brasileira e autônoma, na medida em que possui capacidade de auto-organização (Constituição Federal), autolegislação, autogoverno e autoadministração. Exerce competências atribuídas pela própria CF. DICA! a União não se confunde com a República Federativa do Brasil. A União é ente da federação, e a República é o Estado soberano. Atribuições materiais: Exclusivas – indelegáveis (art. 21, CF); incisos XII e XIV: algumas instituições no DF são organizadas e mantidas pela União: PJ, DP, MP, PC, PM e Corpo de bombeiros. Comuns – delegáveis aos entes federativos (art. 23, CF). Legislativas: Privativas – 22, CF, da União, mas delegável. Existem três requisitos para que a delegação ocorra de maneira adequada: Lei Complementar; não abrange a matéria inteira, somente questões específicas; a delegação será estendida de um Estado para todos. (19, III, CF). Ramos do direito para os quais a competência é privativa: Para memorizar - CAPACET DE PM: Civil Agrário Penal Aeronáutico Comercial Eleitoral Trabalho Espacial Processual Marítimo. Concorrente – 24, CF, entre União, Estados e DF. Ramos do direito para os quais a competência é concorrente: PUTO FE: Penitenciário Urbanístico Tributário Orçamentário Financeiro Econômico Parágrafos do 24, CF: §1º: normas gerais, União; §2º: Estado suplementa legislação federal; §3º: inexistindo norma federal geral os Estados exercem competência legislativa plena. §4º: a superveniência de lei federal sobre normas gerais, suspende a eficiência da lei estadual, no que lhe for contrária. A lei estadual não será inconstitucional, haverá apenas uma suspensão da norma. Questões Comentadas dos Últimos Exames XV Exame da Ordem QUESTÃO 1 No município de São José dos Cavaleiros, 87% dos atendimentos médicos nas emergências hospitalares são decorrências de acidentes automobilísticos ocasionados pelo consumo de bebidas alcoólicas. Uma vereadora do município, Sra. X, ciente das estatísticas expostas, apresenta projeto de lei propondo que os cidadãos proprietários de veículos automotores, residentes no município, municiem seus veículos com equipamento que impeça a partida do carro no caso de o condutor ter consumido álcool. A Câmara Municipal, por voto de 2/3 dos vereadores, aprova a lei. Esta legislação deve ser considerada A) constitucional, por tratar de proteção de direito fundamental. B) inconstitucional, por tratar de matéria de competência privativa da União. C) inconstitucional, por vício formal relacionado ao quórum mínimo para votação. D) constitucional, por tratar de assunto de interesse local e ter sido aprovada por processo legislativo idôneo. Comentário: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XI - trânsito e transporte. Alternativa correta: B Controle de Constitucionalidade Controlar a constitucionalidade das normas significa fiscalizar se a aludida norma inferior é ou não compatível com a norma superior, a fim de manter a sua supremacia. É a verificação da compatibilidae das leis ou atos normativos com a Constituição, assegurando-se, com isso, a supremacia da Lei Maior. Isso porque a Constituição está hierarquicamente acima de todas as normas do ordenamento. No Brasil, a teoria adotada é a de nulidade, segundo a qual a decisão que reconhece a inconstitucionalidade de uma lei, ou ato normativo, tem natureza declaratória, ademais, seus efeitos são “ex nunc”, sendo o ato impugnado declarado nulo. Importa destacar que o Controle de Constitucionalidade pode ser realizado por diversos órgãos integrantes do mesmo Poder ou por Poderes distintos. Quanto à competência, o controle pode ser: a) Político – quando realizado por órgão não integrante do Poder Judiciário; b) Jurisdicional – quando realizado pelo Poder Judiciário, e c) Misto – quando realizado por órgãos jurisdicionais e políticos. Para o Exame da Ordem é importante atentar para as espécies de inconstitucionalidade: a) Inconstitucionalidade por ação: a inconstitucionalidade é fruto de uma conduta positiva ou comissiva praticada por algum órgão estatal. b) Inconstitucionalidade por omissão: neste caso, o Legislador, ou administrador público, não observa a Constituição ao deixar de produzir a norma regulamentadora de suas disposições, tal inconstitucionalidade pode ser sanada através da ação direta de inconstitucionalidade por omissão e por meio do mandado de injunção. ATENÇÃO Espécies de Controle de Constitucionalidade - Quanto ao momento em que é realizo: a) Preventivo – visa a impedir que a norma inconstitucional ingresse no ordenamento jurídico, violando a Constituição. O aludido controle pode ser realizado pelo: Poder Legislativo (pelas Comissões Permanentes de Constituição e Justiça e pelo próprio Plenário., Poder Executivo (Presidente da República) e Poder Judiciário (via mandado de segurança, impetrado exclusivamente por membro da Casa Legislativa). b) Repressivo – tem por finalidade a exclusão de norma inconstitucional que já ingressou no ordenamento jurídico, objetiva retirar da ordem jurídica a norma violadora da constituição. No Brasil esse controle é exercido, em regra, pelo Poder Jurisdicional, que controla as leis ou atos normativos já editados, de modo concentrado ou difuso. Entretanto, teremos também as leis delegadas e os atos normativos, assim como as medidas provisórias, controlados pelo Poder Legislativo (art.52, X; 49,V; 62, § 5º, todos da CF). Admite-se também controle pelo Tribunal de Contas. c) Difuso – exercido por todosos componentes do Poder Judiciário, todos os magistrados. Será realizado incidentalmente porque o objeto da ação é a satisfação de um direito individual ou coletivo. O controle concreto incidental produz efeitos “inter partes”, não atingindo terceiros órgãos do Judiciário, Legislativo ou Executivo, nem às demais relações privadas. d) Concentrado – deferido a um Tribunal de cúpula do Poder Judiciário ou a uma corte especial. Tem por objeto a própria declaração de inconstitucionalidade do ato legislativo ou normativo. Tal controle será realizado através das seguintes ações: Ação direita de inconstitucionalidade genérica, Ação direita de inconstitucionalidade por omissão, Ação direita de inconstitucionalidade interventiva, Ação direita declaratória de constitucionalidade e Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Controle Difuso ou Incidental de Constitucionalidade É modalidade de controle repressivo que pode ser exercido por todos os juízes ou tribunais. Qualquer Juiz ou Tribunal brasileiro possui competência para reconhecer a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo no controle difuso ou incidental. Trata-se de questão incidente, indispensável ao jugalmento do mérito. Contudo, no caso dos Tribunais, a declaração de inconstitucionalidade depende de manifestação da maioria absoluta de seus membros ou do órgão especial (cláusula de reserva de plenário). O STF, visando garantir a observância da cláusula de reserva de plenário, editou a Súmula n.° 10 nos seguintes termos: “viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte”. Qualquer pessoa, física ou jurídica, tem legitimidade para discutir a constitucionalidade de uma Lei ou ato normativo do sistema difuso. Ademais, qualquer lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal está sujeito ao controle difuso de constitucionalidade. Em regra, no sistema difuso, a decisão produz efeitos “inter partes”, não vinculante e em regra, “ex tunc” (retroage). O órgão competente para julgar será qualquer juiz (monocrático; colegiado, cf. o art. 97 da CF). Efeito Repristinatório: ocorrerá quando a declaração de inconstitucionalidade de uma Lei, ou ato normativo, conduzir à vigência de outra norma, anteriormente revogada por aquela. Fique sabendo! ATENÇÃO Quadro comparativo entre o controle concentrado e o difuso: CONCENTRADO DIFUSO STF Todos os juízes Legitimados (art.103/CF) Qualquer pessoa Via ação Via defesa/exceção Abstrato Concreto Principal Incidental Efeito erga omnes e vinculante Efeito só para as partes Cabe ao Senado Federal, no Controle Concreto ou Incidental, suspender a eficácia de lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo STF, ademais, o instrumento a ser utilizado pelo SF será a Resolução. O SF não está obrigado a suspender a lei ou ato normativo, sua atuação é apenas político-discricionária. Fique sabendo! Controle Abstrato ou concentrado de Constitucionalidade Este tipo de controle é realizado somente por alguns órgãos do Poder Judiciário; pelo STF ou TJ do DF. O controle abstrato de constitucionalidade tem por objetivo principal a manutenção da supremacia do Texto Constitucional, trata-se, pois, de um processo objetivo no qual a declaração de constitucionalidade do ato normativo impugnado constitui o objeto litigioso principal. Ademais, o controle abstrato de constitucionalidade tem causa de pedir aberta, de modo que ao apreciar a inconstitucionalidade, não há vinculação aos motivos apresentados. Ambas as sentenças do controle abstrato, tem efeitos “erga omnes” ou vinculante. O controle abstrato realiza-se através das seguintes ações: a) Ação direta de inconstitucionalidade (ADI) genérica; b) Ação direta de inconstitucionalidade por omissão; c) Ação direta de inconstitucionalidade interventiva; d) Ação direta declaratória de constitucionalidade (ADCon); e Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF). O STF não reconhece a chamada inconstitucionalidade superveniente, as normas anteriores e incompatíveis à constituição são simplesmente revogadas, não podendo, pois, ser objeto de ADI. ATENÇÃO Ação Direta de Inconstitucionalidade O objeto é a obtenção da declaração de inconstitucionalidade em tese de LEI ou ATO NORMATIVO FEDERAL ou ESTADUAL (em que se incluem as emendas constitucionais). São legitimados à propositura da ADI: - Presidente da República; - Mesa do Senado Federal; - Mesa da Câmara dos Deputados; - Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; - Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal; - Procurador-Geral da República; - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; - Partido político com representação no Congresso Federal; - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. O procedimento da ação direta de inconstitucionalidade está estabelecido na Lei nº 9.868/99. O órgão competente para julgar é o Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, I, a. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-à procedente a ação direta. É por este motivo que a ADI é uma ação de natureza dúplice, na medida em que será proferida uma decisão declarando a constitucionalidade ou inconstitucionalidade. A decisão é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. Quando declarada a constitucionalidade, o efeito será ex tunc. Quando é declarada a inconstitucionalidade, em regra, o efeito também é ex tunc. ATENÇÃO ATENÇÃO Ação Declaratória de Constitucionalidade O objetivo é obter a declaração de constitucionalidade em tese de LEI ou ATO NORMATIVO FEDERAL (em que se incluem as emendas constitucionais). Tem por objeto lei federal inconstitucional, verificada em processos judiciais em que União está perdendo. Seu escopo é pôr termo à segurança jurídica ou condição de incerteza sobre a legitimidade da norma. Transformando a presunção relativa de constitucionalidade em absoluta. As Mesas das Assembleias e Câmaras Legislativas, Governadores de Estados e do DF e confederações sindicais são legitimados especiais. Desse modo, devem demonstrar a pertinência temática, só podendo demandar em relação à determinadas matérias em que tenham interesse. ATENÇÃO Fruto da relevante controvérsia judicial. Autor: (art. 103 da CF e EC 45/2004): Presidente da República - Mesa do Senado Federal - Mesa da Câmara dos Deputados - Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal - Governador de Estado ou do Distrito Federal - Procurador-Geral da República - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - Partido Político com representação no Congresso Nacional - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Lei n. 9869/99, só previa quatro autores. Contudo, após a Emenda Constitucional n. 45/2004, este rol foi ampliado. O órgão competente para julgar é o Supremo Tribunal Federal. Seu procedimento está estabelecido na Lei nº 9.868/99. Proclamada a constitucionalidade, será procedente a ação declaratória, e do contrário, julgará improcedente. É uma ação de natureza dúplice. A decisão também é irrecorrível. Foro: Supremo Tribunal Federal. Efeitos: erga omnes (conforme o art. 102, § 1º, CF), vinculante e ex tunc (retroativo). ● não é obrigatória a pertinência temática, que só é exigida na ADIN. Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF): Na Constituição, o único dispositivo sobre essa ação é o art. 102, §1º, acrescentando a EC. nº 3/1993. Todas as regras relativas a essa ação estão na lei nº 9.882/99. As hipóteses decabimento são: 1 - para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público, quando não houver outro meio; 2 - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre LEI ou ATO NORMATIVO FEDERAL, ESTADUAL ou MUNICIPAL. É uma ação subsidiária. Quanto à legitimidade ativa, nos termos do art. 2º da Lei nº 9.882/99, podem propor os mesmos legitimados para a ADI. Previsão: art. 102, § 1.º, da Constituição Federal e Lei n. 9882/99 (art. 102, §1º: A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei). Princípio da subsidiariedade: O princípio da subsidiariedade deve ser interpretado como inerente à preservação das individualidades, ou seja, o desenvolvimento nasce na pessoa, chega à sociedade e às instituições e retorna a pessoa, restituindo-lhe espaços e instrumentos de iniciativa, tornando-as co-responsáveis pelo bem comum. O lema da subsidiariedade é: “in dúbio pro individuo vel minore” na dúvida, pelo individuo ou pela unidade inferior. Se houver algum mecanismo processual para sanar a lesão, não é possível a utilização da arguição de descumprimento de preceito fundamental. Autor: Presidente da República - Mesa do Senado Federal - Mesa da Câmara dos Deputados - Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal - Governador de Estado ou do Distrito Federal - Procurador-Geral da República - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - Partido Político com representação no Congresso Nacional - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Lei n. 9869/99, só previa quatro autores. Contudo, após a Emenda Constitucional n. 45/2004, este rol foi ampliado. Foro: Supremo Tribunal Federal. Efeitos: erga omnes, vinculante e ex tunc. Para todas as ações: Quórum de instalação: 2/3 dos membros, ou seja, 8 membros. ATENÇÃO • Quórum de aprovação: maioria absoluta, ou seja, 6 membros. • Amicus curiae: (amigo da Corte) terceiro, de fora da corte, que endente da matéria a ser decidida, chamado pelo Ministro-relator para auxiliar o julgamento (espécie de perito). • Modulação temporal: mudança dos efeitos do ex tunc para ex nunc. São necessários relevante interesse público e manifestação de 2/3 do tribunal. • Requisitos: relevante interesse público e manifestação de 2/3 do Tribunal. • Dúplices ou ambivalentes: o nome da ação não vincula a decisão. Questões Comentadas dos Últimos Exames XV Exame da Ordem QUESTÃO 1 O Supremo Tribunal Federal editou súmula com efeito vinculante. Pedro, advogado, deseja pleitear o cancelamento da referida súmula. Nos termos da Constituição Federal, considerando a legitimação para propor aprovação ou cancelamento de súmula junto ao Supremo Tribunal Federal, Pedro poderá provocar o seguinte legitimado: A) o interessado que tenha tido a repercussão geral de seu recurso extraordinário reconhecida pelo STF. B) a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil de qualquer estado da Federação. C) a Mesa de Câmara dos Vereadores de município que tenha interesse direto na súmula. D) o Partido Político com representação no Congresso Nacional. Comentário: Art. 103 c/c 103-A, §2º: “Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade” Alternativa correta: D QUESTÃO 2 A discussão a respeito das funções executiva, legislativa e judiciária parece se acirrar em torno dos limites do seu exercício pelos três tradicionais Poderes. Nesse sentido, sobre a estrutura adotada pela Constituição brasileira de 1988, assinale a afirmativa correta. A) O exercício da função legislativa é uma atribuição concedida exclusivamente ao Poder Legislativo, como decorrência natural de ser considerado o Poder que mais claramente representa o regime democrático. B) O exercício da função jurisdicional é atribuição privativa do Poder Judiciário, embora se possa dizer que o Poder Executivo, no uso do seu poder disciplinar, também faça uso da função jurisdicional. C) O exercício de funções administrativas, judiciárias e legislativas deve respeitar a mais estrita divisão de funções, não existindo possibilidade de que um Poder venha a exercer, atipicamente, funções afetas a outro Poder. D) A produção de efeitos pelas normas elaboradas pelos Poderes Legislativo e Executivo pode ser limitada pela atuação do Poder Judiciário, no âmbito de sua atuação típica de controlar a constitucionalidade ou a legalidade das normas do sistema. Comentário: É através do controle de constitucionalidade que o poder judiciário resguarda a segurança da constituição, elaborando controle de leis ou atos normativos que atentem contra a carta magna. Para isso existem as chamadas ações de controle de constitucionalidade (ADI, ADC, ADPF...) e também a reclamação constitucional. Desta forma, tanto as normas do poder executivo quanto do poder legislativo são passíveis do controle de constitucionalidade por parte do judiciário. Cabe lembrar que o executivo também produz normas, como a medida provisória por exemplo. A medida provisória, por exemplo, pode ser objeto de controle de constitucionalidade se não forem observados os requisitos de relevância e urgência por parte de quem a emitiu – até mesmo para evitar abuso na utilização das MPs e obviamente proteger a Constituição de possíveis pedaladas legislativas. Alternativa correta: D Federalismo O federalismo é um sistema político em que organizações políticas (estados, províncias) ou grupos se unem para formar uma organização mais ampla. No sistema federalista, os estados que o integram mantém a autonomia. No Brasil, adota-se esse sistema. • Novos estados: 1º - plebiscito (consulta prévia) e; 2º - lei complementar do Congresso Nacional. Art. 18, § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar- se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. • Novos municípios: 1º - lei complementar federal (estabelecendo prazo para criação de municípios); Divisão de competências entre os entes federativos. República Federativa do Brasil Organização Política-Administrativa da República Federativa do Brasil Art. 1º, caput/ Estados, Distrito Federal e Municípios. Art. 18, caput/União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Soberana Autônomos 2º - estudo de viabilidade; 3º - plebiscito; 4º - lei estadual. Art. 18, § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. A criação de novos estados ou municípios são exemplos de normas de eficácia limitada. Vedações no federalismo (art. 19): • Os entes federativos não podem adotar uma religião oficial: O Brasil é um país laico/leigo/não confessional. • É vedada a recusa à fé pública dos documentos públicos dos entes federativos. • É vedada a discriminação entre nacionais. Art. 19 – É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o Funcionamento ou manter com eles ou seus representantes, relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Não confundir com ações afirmativas/ discriminações positivas (ações realizadaspelo Estado para proteger grupos de pessoas prejudicas historicamente). Está prevista no Tratado Internacional de Combate ao Racismo do qual o Brasil é signatário. Fique sabendo! Repartição das Competências Constitucionais A. Administrativa/Material a) Exclusiva (indelegável): art. 21, CF (é aquela competência que pertence apenas à União, sem nenhuma possibilidade de delegação para os Estados e Municípios). São restritas á União pelo fato de que são inerentes a realizações de obras de vulto, de valor elevado, etc. b) Comum (cumulativa/ paralela): art. 23, CF (é uma competência material, administrativa, pertencendo sua titularidade também à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios. Seu objetivo se concretiza na feitura de pequenas obras e serviços realizados por qualquer um desses entes). Os entes realizam a mesma função, atuando cada um de forma separada. B. Legislativa a) Exclusiva (indelegável): art. 21, CF; b) Privativa (delegável): art. 22,CF (pertence a um ente federativo, mas que pode ser delegada a outro. A competência pertence à União, mas pode ser delegada aos Estados-membros e ao DF, por intermédio de Lei complementar. A concessão da delegação é uma opção discricionária da União. c) Concorrente: art. 24 CF. Regras de aplicação – parágrafos do art. 24, CF. União e Estados atuam, com prerrogativas próprias, legislando sobre uma mesma matéria. Se forma da elaboração normativa da União e dos Estados-membros. 1º A União faz normas gerais por meio de leis federais; 2º Os Estados podem suplementar a legislação federal; 3º Não existindo lei federal os Estados legislam livremente para atender suas peculiaridades; 4º A lei federal foi feita depois da lei estadual e suspenderá a eficácia desta, no que lhe for contrário. d) Local: art. 30, I, CF e) Cumulativa: lei distrital pode ter conteúdo estadual e municipal; f) Residual: art. 25, §1º, CF. Permite aos Estados-membros legislar sobre todos os assuntos que não tenham sido vedados ou que não tenham sido discriminados pela Constituição, aquelas matérias que sobraram depois da numeração de competência para os componentes federativos. Intervenção Federal É o remédio típico da forma do Estado federativa, constituindo um instrumento cabível para sua manutenção, de utilização necessária todas as vezes que um Estado-membro ou um município desrespeitar os princípios constitucionais federativos ou provocar uma instabilidade na normalidade jurídica. Tipos de intervenção: - Comum (art. 34 da CF): União, Estados e Municípios e DF - Anômala/Incomum: união em Municípios localizados em Territórios Federais (art. 35, 2ª parte). Quando o Chefe do Executivo instaurar a intervenção, sem requisição ou solicitação, o ato será corrompido pelo vício da inconstitucionalidade. I. Intervenção federal de acordo com a doutrina (art. 34, CF) a) De ofício (art. 34, I, II, III e V, CF) b) Por solicitação de poderes (art. 34, VI, CF) c) Requisição judicial (art. 34, VI e VII, CF) Podem requisitar judicialmente a intervenção STF, STJ e o TSE. Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. Procedimento da Intervenção Federal 1º de ofício e solicitação dos poderes legislativo e executivo coagidos em suas unidades federativas: a) O Presidente da República ouve 2 Conselhos (CR e CDN) b) O Presidente da República decreta a Intervenção Federal c) Controle Político (CN) 2º nos casos de requisição judicial, inclusive por solicitação do Poder Judiciário do local coagido: o Presidente da República decreta a intervenção Federal nos termos da decisão judicial. Não precisam ouvir os dois conselhos e não tem controle político feito pelo CN. ● Concretização da intervenção: ela é realizada através de decreto do Chefe do Executivo, em que especificará a abrangência, a amplitude e o tempo em que ela deverá ocorrer. ● Limites da intervenção federal: o seu alcance e as prerrogativas do interventor não pode descura dos princípios constitucionais impostos pelo ordenamento jurídico. Estado de Defesa (art. 136, 140 e 141 da CF) • Ameaça a Ordem Pública/Paz Social; • Grave Iminência/Instabilidade Institucional (país Brasil) • Calamidade de Grande Porcentagem da Natureza Estado de Defesa (art. 136, 140 e 141 da CF) O Estado de Defesa será sempre decretado pelo Presidente da República, após ouvir os conselhos da República e de Defesa Nacional, para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e certos a ordem pública ou a paz social ameaçadas: 1) por grave e iminente instabilidade institucional; ou 2) atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. • Ameaça a Ordem Pública/Paz Social; • Grave Iminência/Instabilidade Institucional (país Brasil) • Calamidade de Grande Porcentagem da Natureza O decreto deve conter o seu tempo de duração, que será no máximo 30 dias, prorrogáveis uma vez por igual período; a área abrangida; bem como as medidas coercitivas que poderão ser: ● Restrições aos direitos de reunião; ● Sigilo de correspondência, de comunicação telegráfica e telefônica; ● ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos (nos casos de calamidade, é a União que responde pelos danos e custos). Procedimento: 1. O Presidente da República ouve 2 Conselhos (CR e Conselho Deliberativo Nacional) 2. O Presidente da República decreta o Estado de Defesa 3. Controle Político (CN) a. Confirmará decreto b. Controle político concomitante: 5 membros da mesa do Congresso Nacional c. Controle político sucessivo: o presidente da República relata através de mensagem ao CN. Direitos Fundamentais que podem ser limitados: a) Direito de reunião b) Sigilo da correspondência c) Sigilo das comunicações telegráficas e telefônicas Estado de sítio (art. 137 ao 139, CF) O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional, solicitar autorização ao Congresso Nacional (que decidirá por maioria absoluta) para decretar o estado desítio nos casos de: ● comoção grave de repercussão nacional; ● ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia das medidas tomadas no Estado de defesa. a) Ineficácia do Estado de defesa/comoção grave de repercussão nacional (interno). Prazo: não mais de 30 dias a cada vez. Direitos fundamentais que podem ser limitados estão no art. 139, CF. b) Guerra/resposta agressão armada estrangeira/beligerância (externo). Não tem prazo; não tem limites expressos, sendo possível a pena de morte. Procedimento 1. O Presidente da República ouve 2 Conselhos (CR e CDN) 2. O Presidente da República pede autorização ao CN 3. O Presidente da República decreta o Estado de Sítio 4. Controle político (concomitante e sucessivo). Na vigência do Estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, somente poderão ser adotadas as seguintes
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