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A Magna Carta de João Sem Terra e o devido processo legal

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jusbrasil.com.br
16 de Abril de 2018
A Magna Carta de João Sem-Terra e o devido processo legal
1. Contexto Histórico da Magna Carta
O contexto histórico da criação da Magna Carta se passa em um período de
transição da alta idade média para a baixa idade média, em que o próprio modo de
produção feudal começa a encontrar seus primeiros sinais de desgaste. Trata-se
ainda, do período em que o rei Ricardo Coração de Leão, morto na 3ª Cruzada, teve
sua coroa sucedida por João Sem-Terra, que ficou conhecido por este nome devido
ao fato de não ter herdado nenhuma propriedade após a morte seu pai, Henrique II
da dinastia dos Plantagenetas.
João Sem-Terra foi rei da Inglaterra do período de 1199 a 1216, e foi absolutamente
irascível em seu reinado, impondo a todo o reino uma política tributária altamente
onerosa cobrando de seus súditos impostos cada vez mais elevados. Toda essa
política autoritária tinha como objetivo imediato cobrir os gastos na guerra contra a
França em 1204, pois João Sem-Terra almejava proteger as terras perdidas para a
coroa francesa, liderada pelo rei Filipe II. Como resultado dessa política desastrosa,
no entanto, João Sem-Terra sofreu uma grande derrota e perdeu suas terras do
norte para a França.
Outro ponto negativo do reinado de João Sem-Terra seria a sua relação conturbada
com os representantes do alto clero, em que após sérias discussões, chegou a ser
excomungado pelo Papa Inocêncio III, considerado pelos historiadores, o Papa
mais poderoso da história. Esse conflitou só foi resolvido em 1213, quando João
Sem-Terra, enfim, se submeteu a hegemonia papal. Posteriormente, em 1214, João
Sem-Terra entra em uma nova guerra contra a França, desta vez para reconquistar
as terras que havia perdido outrora.
Contudo, novamente falha nesse objetivo, e tem seu reinado fortemente
enfraquecido. Posteriormente, os barões ingleses revoltados com os vários
fracassos do Rei, em 10 de junho de 1215 tomam a cidade de Londres com apoio do
clero, fazendo com que João Sem-Terra fosse forçado a assinar a Magna Carta,
documento que determina que os reis ingleses tenham seus poderes limitados,
garantindo que apenas poderiam elevar os impostos ou criar novas leis mediante
aprovação de um grande conselho formado por nobres. A carta recebeu o selo real
PUBLICAR CADASTRE-SE ENTRARPESQUISAR
no dia 15 de junho de 1215, ou seja, 5 dias após a tomada de Londres, e teve várias
cópias enviadas a funcionários, xerifes e bispos. Em troca disso, os barões
revigoraram seus juramentos de fidelidade ao rei João Sem-Terra 4 dias depois, no
dia 19 de junho de 1215.
A Magna Carta estabelecia um comitê de 25 barões com poderes para reformar
qualquer decisão real, até mesmo com o uso da força, se necessário, pois, os barões
queriam garantir que João Sem-Terra não declinasse de sua decisão, uma vez que
apenas tinha assinado tal documento devido a coerção dos próprios barões.
No entanto, assim que os barões se retiraram de Londres, João Sem-Terra
impugnou a Magna Carta, gerando uma intensa guerra civil na Inglaterra.
Contudo, após a morte de João Sem-Terra em outubro de 1216 por disenteria, seu
filho e sucessor, Henrique III, repristinou a Magna Carta, retirando apenas
algumas clausulas, como o artigo 61, que anulava as prerrogativas monárquicas.
Quando completou 18 anos, Henrique III retalhou ainda mais a Magna Carta,
reeditando-a, para que se reduzisse para apenas 37 artigos. Inicialmente a Magna
Carta tinha 63 artigos.
Posteriormente, com a morte de Henrique III, a Magna Carta já havia sido
incorporada ao direito inglês, se tornando mais forte e mais complicada de ser
anulada. Em 21 de outubro de 1297, o filho de Henrique III a confirmou mais uma
vez, como parte de um preceito versado como confirmatio cartarum, ratificando a
versão curta dessa carta em 1225.
2. Magna Carta
A Magna Carta foi assinada em junho de 1215 entre os barões da Inglaterra
medieval e o Rei João Sem-Terra. Foi um dos documentos mais importantes deste
período.
O documento consistia em uma série de premissas escritas e afirma que o Rei
governaria a Inglaterra e lidaria com o povo de acordo com os costumes feudais. A
Magna Carta foi uma tentativa de fazer com que o Rei parasse de abusar do seu
poder e fazer com que os ingleses sofressem com isso.
Um questionamento importante é o motivo de o Rei, que supostamente teria
poderes absolutos em seu país, concordaria com as demandas dos barões, que
eram hierarquicamente inferiores. A resposta para isso é o desgaste sofrido ao
longo do tempo, e para que não fosse deposto, João Sem-Terra aceitou as
condições impostas pelos barões.
A Inglaterra possuiu durante alguns anos terras na França. Os barões forneciam
dinheiro e homens para que esses territórios fossem defendidos. Além disso, o Rei
sempre os consultava quando os impostos eram aumentados. Assim funcionava o
sistema feudal.
Enquanto os reis ingleses foram bem sucedidos militarmente com os territórios
estrangeiros conquistados, as relações com os barões eram ótimas. Contudo, João
Sem-Terra não obteve muito êxito nas suas campanhas. Suas demandas
constantes para mais dinheiro e exército desagradaram aos barões. Por volta de
1204, ele perdeu terras no norte da França e, em consequência, introduziu
impostos sem consultar os barões, o que contrariou a lei e os costumes feudais já
estabelecidos. Além disso, João Sem-Terra também teve desentendimentos com a
Igreja Católica.
O ano de 1214 foi desastroso para João Sem-Terra. Ele tentou recuperar os
territórios perdidos no norte da França, mas não conseguiu e no retorno à
Inglaterra exigiu ainda mais impostos. Todavia, desta vez os barões não aceitaram e
se rebelaram. Eles não venceram o Rei, e em 1215 as duas partes desejavam
discutir essas questões. O resultado foi a Magna Carta.
A Magna Carta traz 63 cláusulas sobre diversas matérias, incluindo a posição da
Igreja Católica na Inglaterra, que o Rei seria menos severo com os barões, várias
disposições sobre o sistema jurídico inglês. Estabeleceu que as leis seriam boas e
justas, que todos teriam acesso às cortes e que custos e dinheiro não deveriam ser
um empecilho caso alguém quisesse discutir um problema nessas cortes. A nova lei
dizia que o Rei não poderia mais criar impostos ou alterar as leis sem antes
consultar o Grande Conselho, órgão que seria integrado por representantes do
clero e da nobreza. Também afirma nos dispositivos finais como ela seria posta em
prática. 25 barões ficaram responsáveis de ter certeza que o Rei a respeitaria, e que
poderiam usar da força se necessário.
O ponto da Carta que mais interessa para este trabalho é o descrito no artigo 28 da
Carta Magna de 1215 foi o que afirmou que nenhum homem livre (leia-se: nenhum
servo) seria preso ou punido sem antes a questão ser avaliada pelo sistema
jurídico:
“No free man shall be seized or imprisoned, or stripped of his rights or possessions,
or outlawed or exiled, or deprived of his standing in any other way, nor will we
proceed with force against him, or send others to do so, except by the lawful
judgement of his equals or by the law of the land.“[1] (grifo nosso)
Com o passar dos anos, a expressão “homem livre” foi substituída por “ninguém”,
para que realmente todos os indivíduos fossem incluídos. É exatamente aqui que
surge o princípio do devido processo legal.
A Magna Carta também é considerada um marco constitucional importante, o
primeiro da história europeia, servindo inclusive de base para que outros países
elaborassem suas próprias Constituições. Foi também o marco do sistema common
law inglês. Ela foi continuamente revisada para adaptar-se ao contexto de cada
época, mas até hoje algumas disposições originais integram as leis inglesas.
3. LegadoJurídico
Apesar do principal e mais notório legado deixado pela Carta Magna ser o marco
inicial do due processo f law ou o devido processo legal, ela também influenciou
diversos outros pontos jurídicos relevantes, contendo disposições que já
continham de forma rudimentar os ideais acerca da proporcionalidade entre o
delito e a pena (artigos 20 e 21 da Carta Magna), a vedação do confisco legal
(artigos 28, 30 e 21, da Carta Magna), declaração de intenção (artigo 60 da Carta
Magna), e anterioridade de lei tributária (artigos 12 e 14 da Carta Magna).
O princípio do devido processo legal percorreu vários ordenamentos jurídicos
numa evolução histórica até alcançar o amplo sentido que encontra hoje. Por meio
das emendas V e XIV, a cláusula do devido processo legal foi introduzida na
Constituição dos Estados Unidos da América e vigora até hoje nesses termos:
V – “No person shall be held to answer for a capital, or otherwise infamous crime,
unless on a presentment or indictment of a Grand Jury, except in cases arising in
the land or naval forces, or in the Militia, when in actual service in time of War or
public danger; nor shall any person be subject for the same offense to be twice put
in jeopardy of life or limb; nor shall be compelled in any criminal case to be a
witness against himself, nor be deprived of life, liberty, or property,
without due process of law; nor shall private property be taken for public use,
without just compensation”. (grifo nosso)
XIV – “Section 1. All persons born or naturalized in the United States, and subject
to the jurisdiction thereof, are citizens of the United States and of the State wherein
they reside. No State shall make or enforce any law which shall abridge the
privileges or immunities of citizens of the United States; nor shall any State
deprive any person of life, liberty, or property, without due process of
law; nor deny to any person within its jurisdiction the equal protection
of the laws. [...]” (grifo nosso)
A Constituição Política da Monarquia Espanhola de 1812, conhecida como
Constituição de Cádis, trazia nos seus artigos 242 a 308 várias garantias judiciais e
regras de processo penal hoje consideradas essenciais em democracias para um
sistema processual justo, refletindo o conteúdo do princípio do due process of law.
Após a Segunda Guerra Mundial, na segunda metade do século XX, quatro
importantes tratados internacionais previram a cláusula do devido processo legal,
sendo eles:
i) a Convenção Europeia dos Direitos do Homem, de 1950, artigos 5º e 6º;
ii) o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, de 1966 - Pacto de Nova York,
artigos 9º e 14;
iii) a Convenção Americana de Direitos Humanos, de 1969 - Pacto de São José da
Costa Rica, artigos 7º e 8º;
iv) a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, de 1981 - Carta de Banjul,
artigo 6º.
No Brasil, apesar de não constante no ordenamento jurídico, essa garantia é
conhecida desde o período colonial. Nos moldes da Magna Carta de João Sem-
Terra, da Inglaterra, no reinado de D. João VI (1767-1826), rei do Reino Unido de
Portugal, Brasil e Algarves, veio o Decreto de 23 de maio de 1821, uma espécie de
Bill of Rights brasileiro, que antecipava os benefícios da Constituição liberal
portuguesa de 1822, influenciada pela Constituição de Cádis de 1812. Em sua
segunda determinação, constava o que seria o art. 39 da Carta Magna de João Sem-
Terra, in verbis:
“Hei por bem excitar, por a maneira mais efficaz e rigorosa, a observancia da
sobre mencionada legislação, ampliando-a, e ordenando, como por este Decreto
Ordeno, que desde a sua data em diante nenhuma pessoa livre no Brazil
possa jamais ser presa sem ordem por escripto do Juiz, ou
Magistrado Criminal do territorio, excepto sómente o caso de flagrante
delicto, em que qualquer do povo deve prender o delinquente.”[2] (grifo nosso)
No Brasil, apesar da Carta de Dom João VI e de seu histórico de várias
Constituições, somente com a Constituição de 1988 veio explicitamente deduzido o
princípio do devido processo legal dentro do rol dos direitos e garantias
fundamentais, apesar de parte da doutrina considerar que já se encontrava
implícito na Constituição anterior,
Nesse sentido, a Carta Federal de 1988 consagrou expressamente o princípio do
devido processo legal, dispondo em seu artigo 5º, inciso LIV, que "ninguém será
privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal". Dessa forma,
assegurou-se a todos os cidadãos, de forma expressa, a garantia de não ser privado
de sua liberdade ou da propriedade de seus bens sem a tramitação de um processo
segundo a forma prescrita em lei.
4. O devido processo legal e o devido
processo penal
O devido processo legal, que veio inicialmente trazido pela Magna Carta, é hoje,
uma garantia prevista no art. 5º, inc. LIV da nossa Constituição Federal. Trata-se
de garantir um processo legitimamente instituído e regularmente desenvolvido
observando a plena contraditoriedade entre as partes, ou seja, um contraditório
não somente formal, mas também substancial, no qual as partes sejam
cientificadas da iniciativa judicial e postas em condição de cumprir as
determinações tidas pelo órgão jurisdicional como necessárias.
O devido processo legal apresenta-se como um conjunto de elementos
indispensáveis para que o processo judicial possa atingir, devidamente, sua já
aventada finalidade compositiva de litígios ou sua solucionadora de conflito de
interesses de alta relevância social (no campo penal).
O devido processo legal no âmbito do direito penal pode ser verificado diante das
seguintes garantias:
a. Acesso à Justiça Penal: considerado tanto sob o aspecto econômico, como sob o
técnico, expresso nos incisos LXXIV e LXXVII do art. 5º da CF, compreende a
garantia de assistência jurídica gratuita aos necessitados, promovendo o princípio
da igualdade, além da imprescindibilidade de atuação técnica, uma vez que essa
assistência jurídica deve ser promovida por profissional devidamente habilitado
para tanto;
b. Juiz Natural em matéria penal: presente nos incisos XXXVII, XXXVIII e LIII do
art. 5º da CF, consubstancia-se por meio da pré-constituição de órgão jurisdicional
competente, o juiz natural. Assim o indivívuo envolvido numa persecutio criminis
só pode ser validamente processado e julgado por agente do Poder Judiciário dito
autênctico, ou seja, legitima e regularmente investido no exercício da jurisdição
penal, além de dotado das garantias ao normal e autônomo desempenho de seu
cargo.
c. Tratamento paritário dos sujeitos parciais do processo penal: disposto no caput
do artigo 5º da CF, que dispõe sobre o direito à igualdade de todos perante a lei,
além do inciso I que sobreleva a igualdade de gêneros. Assim, está garantia impõe a
necessidade de haver equilíbrio de situações entre os ofícios da acusação e da
defesa, em uma situação de reciprocidade e não apenas de mera igualdade formal.
Acentua, assim, a necessidade de a equidistância do juiz ser adequadamente
temperada, mercê da atribuição ao magistrado de poderes mais amplos, a fim de
estimular a efetiva participação das partes no contraditório e, consequentemente,
sua colaboração e cooperação no justo processo.
d. Plenitude de defesa do indiciado, acusado, ou condenado, com todos os recursos
a ela inerentes: presente nos incisos LV e LVI. O direito de defesa, conforme define
Faustin Hélie, não é um privilégio, tampouco uma simples conquista da
humanidade, mas um autêntico direito originário e, por isso, inalienável. Abrange
não só a defesa em seu aspecto subjetivo, consistente na faculdade de, em abstrato,
infirmar a imputação deduzida, mas também o objetivo, que conduz à defesa
concretamenteexercida, consubstanciada na autodefesa (por meio de
interrogatório, participação na audiência, etc.), na defesa técnica e no direito de
produzir provas lícitas e o direito dessas provas serem apreciadas e influírem no
convencimento do julgador.
e. Publicidade dos atos processuais penais e a motivação dos atos decisórios
penais: presentes nos incisos LX do art. 5º e IX do art. 93, também são meios para
que possa oferecer e garantir a amplitude da defesa do imputado. Além disso, é por
meio da motivação que o magistrado mostra como apreendeu os fatos e interpretou
a lei que sobre eles se incide, propiciando, com as indispensáveis clareza, lógica e
precisão a perfeita compreensão da abordagem de todos os pontos questionados e,
consequentemente, a conclusão atingida.
f. Fixação de prazo razoável de duração do processo penal: compreende não só a
obrigação de que haja um prazo, mas também que esse prazo seja adequado para a
parte desenvolver a sua atividade e, em relação ao acusado, para que se realize a
ampla defesa garantida pela Constituição.
g. Legalidade da execução penal: garantia que faz-se com ela, indispensável e
inarredável complemento de todas as outras, reiteráveis no processo de execução
da sentença penal condenatória. Uma vez transitada em julgado, a sentença
assume a natureza de título executivo, sendo o único pressuposto da execução
penal, e reclamando, portanto, estrita observância, não só do seu próprio
conteúdo, bem como das disposições legais e regulamentares atinentes ao
respectivo procedimento.
Assim, com base nelas pode-se inferir que a pessoa física integrante da coletividade
não pode ser privada de sua liberdade ou de outros bens a ela correlatos, sem o
devido processo penal, em que se realize a ação judiciária.
E tudo isso com o pleno vigor de três postulados básicos, quais sejam, os atinentes
à inadmissibilidade de sujeição à persecutio criminis sem que tenha ocorrido a
prática de fato típico, antijurídico e culpável, e haja, correlatamente, indícios de
autoria, à jurisdicionalização da imposição de pena ou de medida de segurança; e à
vedação de realização satisfativa do ius puniendi provisória ou definitivamente,
antes de transitada em julgado sentença condenatória.
Portanto, podemos concluir que a garantia constitucional do devido processo legal,
especificada ao processo penal, reclama, para a sua efetivação, que o procedimento
em que este se materializa, observe, rigorosamente, todas as formalidades em lei
prescritas, para o perfeito atingimento de sua finalidade solucionadora de conflito
de interesses socialmente relevantes, quais sejam, o punitivo e o de liberdade.
5. Referências
http://georgelins.com/2009/08/09/a-magna-charta-de-joao-sem-terra-
1215apeticao-de-direitos-1628eo-devido-processo-legal/, acessado em
30/08/2014.
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6582/Magna-charta-libertatum,
acessado em 31/08/2014.
http://www.epm.tjsp.jus.br/Sociedade/ArtigosView.aspx?ID=2879, acessado
em 27/08/2014;
http://blogdovladimir.wordpress.com/2014/06/15/uma-carta-selada-ha-799-
anos/, acessado em 27/08/2014;
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/decreto/Historicos/DIM/DIM-23-5-
1821.htm, acessado em 31/08/2014;
http://www.brasilescola.com/historiag/magna-carta.htm, acessado em
31/08/2014

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