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Regulação dos níveis intracelulares de cálcio • O cálcio se encontra concentrado dentro de organelas, como no retículo sarcoplasmático e mitocôndrias; • Sua concentração é mantida em baixos níveis no citoplasma e em outros tecidos orgânicos; •A regulação das concentrações orgânicas do cálcio depende de três eventos: • Controle da entrada do Ca2+; • Controle da extrusão do Ca2+; • Troca do Ca2+ entre o citossol e as reservas intracelulares. •Setas pretas: rotas de entrada; • Seta azuis: saída do citossol; • Seta vermelhas: mecanismos reguladores. Mecanismos de entrada de cálcio intracelular Existem quatro vias principais pelas quais o Ca2+ penetra nas células através da membrana plasmática: • Canais de cálcio regulados por voltagem; • Canais de cálcio regulados por ligantes; • Canais de cálcio operados por reserva (SOC, store operated calcium channels) • Troca de Na+-Ca2+ Canais de Cálcio regulados por voltagem • Métodos aprimorados de fixação de voltagem (voltage clamp) revelaram que as células de vertebrados são dotadas de canais de cálcio ativados por voltagem, capazes de permitir a entrada de quantidades significativas de Ca2+ na célula, quando a membrana está despolarizada; • Esses canais regulados por voltagem são altamente seletivos do Ca2+ e não conduzindo o Na+ ou o K+. • Existem 5 subtipos de canais de Ca2+ : L, T, N, P e R. Canais regulados por ligantes • Também conhecidos como receptores ionotrópicos, são canais ativados por moléculas transmissoras que se ligam a sítios externos e são ativados por neurotransmissores; • Quando ativos são permeáveis a Na+, K+ e Cl-. Nesse aspecto, o elemento mais importante é o receptor de glutamato do tipo N-metil-D-aspartato (NMDA) , que exibe permeabilidade particularmente alta ao Ca2+, constituindo um importante fator para ocorrência de eventos como memória e crescimento dendrítico. Canais de cálcio “operados por reserva” • O cálcio é carreado por transporte ativo através de bomba Ca+2/ATPase, semelhante à bomba Na+/K+/ATPase, colocando o Ca2+ contra o gradiente de concentração, gerando aumento nos estoques de Ca2+ de reserva, para futuros eventos orgânicos; • Esses canais operados por reserva, podem ser ativados por moléculas de Trifosfato de Inositol (IP3) ou rianodina (RyR), muito importante nos músculos esqueléticos liberando estoques de Ca2+ de reserva para auxiliar na contração muscular. Canais de cálcio “operados por reserva” • Receptor de Rianodina (RyR, ryanodine receptor) bloqueado por alcaloide vegetal rianodina. Ele é particularmente importante no músculo esquelético, onde ocorre acoplamento direto entre os RyR do retículo sarcoplasmático e os receptores de di-hidropiridina dos túbulos T. Este acoplamento determina a liberação de Ca2+ após o potencial de ação na fibra muscular. • Receptor de Inositol trifosfato é ativado pelo IP3, um segundo mensageiro produzido pela ação de numerosos ligantes sobre receptores acoplados à proteína G. Mecanismo de Troca de Na+ -Ca²+ Células Excitáveis • São capazes de gerar potenciais elétricos, caracterizados por alterações em correntes iônicas, geradas pelo fluxo de íons Na+, K+ e Ca2+; • A principal características das células excitáveis é a presença de canais dependentes de voltagem, ocorrida tanto em neurônios, como quaisquer outro tecido excitável. Potencial de repouso • O potencial de repouso é uma voltagem específica que cada célula possui, quando não está recebendo nenhum estímulo; • Esse potencial é intracelular negativo, em relação ao extracelular, ocorre devido a uma grande concentração de proteínas aniônicas e íons fosfato no citoplasma; • No repouso, temos um pequeno influxo de Na+ e uma quase proporcional saída de K+; • Esse potencial é mantido pela atividade da bomba Na+/K+ATPase, que retorna com três íons Sódio para cada dois íons Potássio. Potencial de repouso – Concentrações iônicas A manutenção das concentrações iônicas é fundamental para a fisiologia celular, pois mantém a sobrevivência; O potencial de repouso é dependente da concentração iônica e suas alterações levam a modificações nas voltagens neuronais, tornando-os mais facilmente excitáveis ou parcialmente inibidos dificultando a ocorrência de disparos (potenciais de ação). Potencial de Ação – Potencial Gerador -Para que ocorra um potencial de ação, primeiramente, deve existir um estímulo gerador, que pode ser um som, uma imagem, um evento com temperatura elevada. Esse evento deve estimular até atingir o limiar de excitabilidade, que é uma voltagem (40 à 55mV), em que os canais dependentes de voltagem abrem (modificações conformacionais), possibilitando o fluxo (entrada ou saída) de íons. Propagação do Potencial de Ação • A propagação do potencial de ação pode ocorrer tanto em células com mielina como em células sem mielina; • A mielina é um oligodrentrócito, da família de células gliais. Sua função é dar rapidez na condução do impulso com menos perda de corrente elétrica; • Em células mielinizadas, o impulso “salta” de nódulo em nódulo de Ranvier (onde existem os canais iônicos), acelerando o impulso elétrico; • A perda da mielina devido a doenças autoimunes como esclerose múltipla, que atua em motoneurônios leva à perda da força motora. Contração do músculo esquelético • A ativação dos receptores colinérgicos nicotínicos para acetilcolina, possibilita a entrada de Na+ despolarizando o músculo e ativando canais de Ca2+ dependentes de voltagem; • A entrada de Ca2+ atua em receptores rianodínicos ou trifosfato de inositol dependentes, liberando Ca2+ do reticulo sarcoplasmático; • O Ca2+ liberado gera a ligação da miosina com a troponina C, produzindo as pontes cruzadas, responsáveis pela mudança na conformação da cabeça e miosina (90 para 15 graus), reduzindo o tamanho do sarcômero, contração muscular. Contração do músculo liso e cardíaco • O músculo estriado e o músculo cardíaco diferem, principalmente, no mecanismo pelo qual a despolarização da membrana está acoplada à liberação de Ca2+; • No músculo estriado, a membrana com túbulos T está estreitamente acoplada ao retículo sarcoplasmático através do receptor de di-hidropiridina e receptor de rianodina; • No músculo cardíaco, a entrada de Ca2+ através dos canais de cálcio regulados por voltagem, desencadeia uma liberação, através da ativação dos receptores de rianodínicos sensíveis ao Ca2+; • No músculo liso, a contração pode ser produzida pela entrada de Ca2+ através dos canais de cálcio regulados por voltagem; regulados por ligantes; ou pela liberação de Ca2+ mediada por IP3 a partir do retículo sarcoplasmático. Liberação de neurotransmissor A ocorrência do efeito orgânico depende da liberação da molécula transmissora e sua ativação do receptor alvo; A chegada do estímulo no botão sináptico, leva a um influxo de Ca2+ que libera as vesículas contendo o neurotransmissor; A vesícula se liga à membrana e, por exocitose, libera seu conteúdo na fenda sináptica; A molécula transmissora ativa receptores pós-sinápticos, gerando uma resposta da célula adjacente; Após efeito, a molécula transmissora é liberada do receptor, sendo recaptada, voltando ao botão sináptico, onde será degradada ou armazenada em vesículas, para novo ciclo. PROLIFERAÇÃO CELULAR E APOPTOSE Proliferação celular • A proliferação celular está envolvida em numerosos processos fisiológicos e patológicos, incluindo crescimento, cicatrização, reparo, hipertrofia, hiperplasia, e desenvolvimento de tumores; • As células em proliferação sofrem vários eventos que constituem o ciclo celular, durante o qual a célula multiplica todos os seus componentes e, a seguir, divide-seem duas células-filhas idênticas; • Os componentes importantes das vias de sinalização, nas células em proliferação, consistem nas tirosinaquinases receptoras ou quinases ligadas a receptores e na cascata de quinases ativadas por mitógenos, que finalmente levam à transcrição dos genes que controlam o ciclo celular. Diferenciação Celular: Especialização morfológica e funcional. Proliferação celular: capacidade da célula de se dividir e crescer. Ciclo Celular É uma série ordenada de eventos que consiste em várias fases sequenciais: G1, S, G2 e M. • M — refere-se à fase de mitose; • S — é a fase de síntese de DNA; • G1 — é o gap (intervalo) entre a mitose que deu origem à célula e a fase S; durante a fase G1 a célula está se preparando para a síntese de DNA; • G2 — é o gap (intervalo) entre a fase S e a mitose que dará origem a duas células- filhas; • Durante a fase G2, a célula está se preparando para a divisão mitótica em duas células-filhas. Apoptose • A apoptose refere-se ao “suicídio” das células por um mecanismo autodestrutivo interno; consiste em uma sequência geneticamente programada de eventos bioquímicos; • Difere da necrose, que consiste em uma desintegração desorganizada de células lesadas, resultando em produtos que desencadeiam a resposta inflamatória; • A apoptose é o mecanismo que, diariamente, remove de forma discreta 10 bilhões de células do corpo adulto. O processo de apoptose está envolvido na descamação do revestimento interstinal, na regressão das células da glândula mamária após a lactação e na morte dos neutrófilos; As duas principais vias de sinalização na apoptose • A via dos receptores de morte é ativada quando receptores de morte, como membros da família do fator de necrose tumoral (TNF), são estimulados por ligantes de morte específicos; • Esse processo recruta proteínas adaptadoras que ativam as caspases iniciadoras e efetoras, como a caspase 3; • A via mitocondrial é ativada, levando à lesão de DNA que ativa a proteína p53; • Ambas as vias convergem para a caspase efetora (por exemplo, caspase 3), que leva à morte da célula; Mecanismo da necrose • A necrose é uma morte de um grupo de células, ocorrendo a perda da semipermeabilidade ao Ca2+, ativando enzimas, resposta inflamatória e as células ficam tumeficadas; • A necrose é um processo patológico e desordenado de morte celular causado por fatores que levam à lesão celular irreversível e consequente morte celular. Alguns exemplos destes fatores são isquemia, hipóxia, agentes químicos tóxicos ou agentes biológicos que causem dano direto ou desencadeiem resposta imunológica danosa, como fungos, bactérias e vírus; • A necrose pode ser diferenciada em vários tipos, e cada um está associado a determinado agente lesivo e determinadas características teciduais após a necrose. O aumento da concentração de Ca2+ intracelular, ativação do TNF, capases como p53, ativação de genes da morte, levam à formação de bolhas na membrana e sua ruptura, corpos apoptóticos e a ação de macrófagos. Referências: KATSUNG, B. G. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. SILVA, Penildon. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
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