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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO-SP.
SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DO MUNICÍPIO Y, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº, com sede à Rua, nº, Bairro, Y, São Paulo, SP, CEP, endereço eletrônico, neste ato, representado legalmente por seu presidente CAIO, nacionalidade, estado civil (existência de união estável), profissão, portador da Carteira de Identidade nº, expedida pelo, inscrito no CPF/MF sob nº, residente e domiciliado à Rua, nº, Bairro, Cidade, Estado, CEP, endereço eletrônico, vem, por meio de seu advogado legalmente constituído, que para fins do Art. 106, I, do Código de Processo Civil, informa o endereço profissional à Rua, nº, Bairro, Cidade, Estado, CEP, vem, perante Vossa Excelência, impetrar: 
MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO
Com fulcro no Art. 5º, LXXI da CRFB/88 e Lei nº 13.300/2016, em face do MUNICÍPIO Y, pessoa jurídica de direito público interno, representado na figura do Sr. Prefeito NOME, inscrito no CNPJ sob nº, com sede administrativa à Rua. Nº, Bairro, Y, São Paulo, SP, CEP, endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos que, a seguir, expõe.
DOS FATOS:
Informa o Impetrante, ora Sindicato dos Servidores Públicos do Município Y, que a Sra. Teresa é funcionária do Município Y há mais de 16 anos, realizando atividade profissional numa estação de tratamento de esgoto localizada naquela Comarca, submetendo-se à exposição constantes a agentes nocivos à sua saúde, vindo a receber mensalmente em seu salário o adicional de insalubridade, assim como outros tantos servidores públicos que atuam nesta mesma função.
Entretanto, ocorre que segundo a Lei Orgânica do Município Y, será de competência exclusiva do Prefeito apresentar proposta de Lei Complementar para a fiel regulação do exercício do direito à aposentadoria especial de todos os servidores públicos municipais que realizarem atividades laborativas sujeitas à exposição de agentes nocivos à saúde.
Logo, por observar o Impetrante, através da figura de seu presidente CAIO, que subsiste na Lei Orgânica do Município Y, mais precisamente em seu Art. 51, III e Art. 126, § 4º e incisos, bem como no Art. 40, §4º da CRFB/88, o dever do Chefe do Poder Executivo de apresentar projeto de Lei Complementar que vise beneficiar toda a categoria através dos planos de aposentadoria pautados no exercício de atividade especial, entretanto, não realizou tal medida legislativa que é de sua exclusiva competência até o presente momento.
O que objetiva o Impetrante é simplesmente garantir a todos os servidores públicos do Município Y, que exercerem atividades laborativas de caráter especial, a possibilidade de se aposentarem com um tempo reduzido em comparação ao que é determinado para os outros servidores públicos municipais que exercem atividade laboral comum, bem como garantir para estes o recebimento de valores diferenciados a título de aposentadoria ante a prestação laboral especial que exerceram.
Porém, até o presente momento, o Município Y, através da figura do Ilustríssimo Sr. Prefeito, nada fez em relação a propositura do projeto de lei Complementar que regule a contagem diferenciada do tempo de serviço dos servidores públicos para fins de aposentadoria especial, pois, sem uma lei específica que estabeleça os critérios para a contagem de tempo nos moldes esculpidos na Lei Orgânica do Município Y, bem como na CRFB, não será possível a concessão da aposentadoria especial.
Assim sendo, diante da não realização da determinação legal imputada ao Chefe do Poder Executivo Municipal, que vem impossibilitando diversos servidores, assim como a Sra. Teresa de exercerem o seu direito fundamental à aposentadoria especial em razão da falta da lei regulamentadora, de forma que não subsiste outro meio, senão, a impetração do presente remédio constitucional, objetivando assegurar o cumprimento dos direitos fundamentais. 
DOS FUNDAMENTOS:
Diante das alegações até aqui apresentadas pelo Impugnante, observamos claramente que não subsistem dúvidas quanto ao cabimento do presente remédio constitucional, de modo que encontra-se amparo legal no Art. 5º, LXXI da CRFB/88, bem como a Lei nº 13.300/2016, mais precisamente em seu Art. 2º, caput, conforme podemos observar a seguir:
“Art. 2º. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.”
A partir disso, realizando a comparação com o que dispõe a legislação supra com o objeto in casu, constatamos claramente que subsiste na esfera jurídica do Município Y uma lacuna, concernente a falta de uma Lei Complementar de iniciativa do Chefe do Poder Executivo que discipline o regime jurídico de aposentadoria especial dos servidores que exercem atividades laborais de cunho especial, ou seja, ao realizarem o trabalho determinado, estão diretamente expostos a agentes nocivos e em momento futuro que sobrevier o momento de aposentadoria, não poderão gozar de tal garantia especial esculpida na Constituição Federal, mais precisamente em seu Art. 40, §4º, por haver falta de previsão legal sobre esta disciplina.
Como se pode observar, a própria CRFB em seu Art. 24, XII estabelece que caberá à União, Estados e Distrito Federal legislarem concorrentemente sobre a “proteção e defesa da saúde dos cidadãos”. Complementa ainda o Art. 30, incisos I e II que caberá aos Municípios legislarem sobre “assuntos de interesse local” e “suplementar a legislação federal e estadual, no que couber”. Logo, a Carta Magna determinou previamente que todos os entes públicos irão se auxiliarem no tocante a matéria legislativa.
Nesta esteira, realizando análise da Lei Orgânica do Município Y, constatamos claramente que o Estado de São Paulo, através do Art. 126, §4º de sua Constituição Estadual que, no momento de sua composição e formação de municípios, estabeleceu que fosse de competência do Chefe do Poder Executivo municipal a atribuição de propor ao Legislativo projeto de lei que tratasse da matéria de aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, conforme dispõe o Art. 51 da Lei Orgânica do Município Y, in verbis:
Lei Orgânica do Município Y
“Art. 51. Compete, exclusivamente, ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei que disponham sobre:
III – regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores. 
Constituição do Estado de São Paulo
“Art. 126. Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
§4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:
III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.”
No caso em questão, o Impetrante constatou de modo cristalino que o Município, na figura do chefe do Poder Executivo, deixou de cumprir com a determinação legal estabelecida na regência municipal, qual seja, a criação de norma complementar que estabeleça quais atividades são de caráter especial, seu tipo de remuneração, quais servidores poderão ser alcançados pela medida, etc. Ou seja, diante deste vácuo existente, os servidores municipais que exerceram atividades de cunho especial e que objetivarem o direito de se aposentar estarão duramente prejudicados, posto que deverão de submeter ao regime comum de aposentadoria dos servidores públicos.
Neste sentido, segue o entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal exarado pelo MinistroMarco Aurélio, conforme podemos observar a seguir:
“MANDADO DE INJUNÇÃO — NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI, do artigo 5º, da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada. MANDADO DE INJUNÇÃO — DECISÃO — BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada. APOSENTADORIA — TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS — PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR — INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR — ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral — artigo 57, § 1º, da Lei nº8.213/91.” (STF — MI: 758 DF, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 01/07/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-182 DIVULG 25-09-2008 PUBLIC 26-09-2008 EMENT VOL-02334-01 PP00037 RDECTRAB v. 15, n. 174, 2009, p. 157-167).
 Portanto, resta clara a omissão normativa, devendo o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, na forma do Art. 8º da Lei nº 13.300 de 2016, reconhecendo assim a omissão legislativa municipal quanto à regulamentação de regime jurídico de aposentadoria especial, bem como as respectivas remunerações, estabelecendo conforme dispõe os incisos I e II do Art. 8º da Lei supra, prazo razoável para que o Chefe do Poder Executivo Municipal elabore a Lei Complementar pertinente, posto que não se pode olvidar que os associados vinculados e representados pelo Impetrante tenham direito a ver e elaboração da referida lei, vindo a garantir o direito de aposentadoria especial, por trabalhar em condições especiais considerando os riscos constantes a que são tais servidores submetidos.
DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:
Notificação da autoridade coatora, para que preste todas as informações devidas, no prazo de 10 (dez) dias;
Seja dada ciência da presente ação ao Órgão de representação judicial da pessoa jurídica, ora Município Y, com cópia da Petição Inicial, para que querendo, ingresse no feito;
 A intimação do Ilustre Membro do Ministério Público, para que figure na demanda como custus legis;
Sejam julgados procedentes os pedidos formulados, declarando por Sentença a omissão normativa existente;
Seja aplicado de forma análoga, até a efetiva elaboração da norma específica, o disposto no Art. 57, caput, e §1º da Lei 8.213/1991, que disciplina o regime geral da previdência social a todos os servidores que cumprirem com as exigências legais;
DAS PROVAS:
Requer que sejam analisadas todas as provas anexadas à presente ação.
DO VALOR DA CAUSA:
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais), para fins fiscais, conforme Art. 291, do CPC.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local/UF, ____de________________de_____.
ADVOGADO.
OAB.

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