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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU-SP
Sr. Barnabé, brasileiro, casado, agricultor, inscrito no CPF Sob nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado na Rua das Hortaliças, nº 10, Bauru-SP, vem perante a preclara presença de vossa excelência, por intermédio de seu advogado infraqualificados, com escritório profissional na Rua do Pinga Fogo, nº 666, com procuração devidamente juntada propor a presente:
Ação Indenizatória de Danos por Acidente de Trânsito com Danos Morais e Lucros Cessantes.
em face de Viação Meteoro Ltda, empresa de transportes de direito privado, inscrita sob CNPJ: 03.232.675/0025-00 , com sede na cidade de São Paulo-SP localizada na Avenida Trampowski, nº 84, Centro, CEP: 11800-000, São Paulo-SP, pelos motivos a seguir expostos
1. Da Justiça Gratuita
Declara o autor não ter condições de arcar com as custas judiciais sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família e, invoca a tutela da lei 1060/50 que assegura os necessitados, ou seja, aqueles que são pobres no sentido jurídico da palavra.
Neste sentido junta-se declaração de hipossuficiência e cópia dos comprovantes de renda.
Pelas supramencionadas razões, requer o autor que seja deferido os benefícios da justiça gratuita, assegurados pela Constituição Federal, art. 5º, LXXIV, pela lei 13.105/2015 (CPC), art. 98 e seguintes, bem como a excelsa lei 1060/50.
2. Dos Fatos
Pois bem, No dia 11/02/2017, o Sr. Barnabé retornava a Bauru/SP conduzindo a sua Pick-up Ford Ranger, placa GGG-1223, que utilizava para o transporte dos seus produtos, sendo este o seu único meio de subsistência, após mais um dia cansativo de trabalho. Naquela noite, havia muito e a estrada estava escorregadia, e havia também muita neblina. Ocorre que, quando trafegava na curva do km 447 da rodovia BR-345, no município de Jaú/SP, o Sr. Barnabé perdeu o controle do seu veículo. Os pneus traseiros derraparam, e o veículo rodopiou por sua pista, ficando atravessado na pista, sem, contudo, invadir a pista contrária. Ora, nota-se que apesar de o carro haver rodado na pista, em virtude das más condições da pista e do tempo, em momento algum o mesmo invadiu a pista contrária, No entanto, um ônibus da Viação Meteoro Ltda., que trafegava na pista contrária, assustou-se com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé, e pisou no freio. Ora, seria esta a conduta adequada em uma situação com esta? Uma pisada brusca nos freios? O ônibus estava em uma curva, com péssimas condições de visão devido à neblina, o mais aconselhado neste caso com um veículo de grande porte, é manter a velocidade baixa e usar o freio motor para reduzir a velocidade. Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick-up Ranger. Com o impacto, a pick-up foi arremessada por cerca de10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista. Com o impacto, o Sr. Barnabé feriu-se gravemente, apresentando um corte na testa, fratura nas pernas e nos braços. O veículo pick-up Ranger, com o impacto, ficou todo amassado, com danos no chassi e por toda a lataria, (conforme fotos do anexo I).
Em razão do acidente, a Polícia Rodoviária Federal interditou as pistas e chamou a perícia. A polícia tomou ainda o depoimento do motorista do ônibus, que afirmou que invadiu a pista contrária em razão de tentar desviar do veículo que estava derrapando e indo em sua direção, ora o motorista do ônibus agiu por impulso, sem dar a devida atenção à situação, uma vez que em nenhum momento a pick-up do Sr. Barnabé transpôs a pista que lhe cabia. Posteriormente, no hospital, a polícia tomou o depoimento do sr. Barnabé, que afirmou que perdeu o controle do seu veículo em vista do ônibus ter invadido a contramão, o que o forçou a realizar uma manobra brusca que causou a derrapagem e o impacto com o ônibus, conforme boletim de ocorrência (anexo II). Mais uma vez excelência, note que em nenhum momento o Sr. Barnabé invadiu a pista contrária, o que foi constatado pela perícia, bem como confirma a versão apresentada por ambos os motoristas. O acidente, no entanto, poderia ter sido evitado, caso o motorista do ônibus não tivesse agido “no susto” mas com perícia e prudência. A perícia que esteve no local foi inconclusiva, pois, como estava chovendo, não conseguiu colher as medidas das derrapagens, embora tenha reconhecido a invasão à outra pista. Estiveram também presentes a seguradora da pick-up, Shangai Marine, bem como a seguradora da empresa de ônibus da Viação Meteoro, a Seguradora Trafegar S/A. O relatório final de cada uma tinha conclusões distintas: a seguradora da empresa de ônibus considerou a pick-up como a responsável pelo acidente, enquanto que a seguradora da pick-up considerou a empresa de ônibus como a responsável.
Após se submeter a cirurgias nos seus braços e pernas e tomar pontos na sua testa, embora gradecido por ter sobrevivido, o Sr. Barnabé está preocupado agora com a situação envolvendo o seu veículo e o seu sustento. Como ele trabalha sozinho, não sabe como fazer para sobreviver no período de recuperação do acidente, e também como fará para transportar as hortaliças, quando estiver recuperado. Ademais, foi apurada a perda total do veículo do Sr. Barnabé. Analisando o balanço mensal da empresa Caipira Hortaliças (anexo III), constatou-se que esta possuía um faturamento mensal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo que o lucro líquido mensal chegava ao montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais). No período de três meses, necessário ao restabelecimento da saúde do Sr. Barnabé, a empresa zerou o seu faturamento, e ficou em dificuldades com o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo de R$ 10.000,00.
Toda esta situação está causando ao Sr. Barnabé demasiada ansiedade e preocupação, causando-lhe profunda amargura e desgaste emocional, vez que a transportadora Ré, inclusive, já havia assumido a responsabilidade pelo ocorrido, visto que a empresa de ônibus fez três orçamentos para o conserto do seu veículo (anexo IV), ficando apurado que o da concessionária Translíder ficaria em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), o da Oficina Battera ficaria em R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), enquanto que o orçamento da Oficina Restaurar Ltda. ficaria em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). Ora se a empresa, como alega, não tem a responsabilidade pelos fatos ocorridos, por que a mesma empenhou-se em cotar orçamentos para o concerto do veículo Pick-Up? enviando inclusive estes orçamentos ao Sr. Barnabé por e-mails (anexo V). Fica claro que a empresa recuou da responsabilidade, quando ficou sabendo que além do concerto do carro, teria que arcar também com os prejuízos comerciais do Sr. Barnabé, que não foram poucos, mas são passiveis de restituição.
Ao fazer isso, a empresa Ré tenta eximir-se da responsabilidade objetiva que lhe cabe, causando ao Sr. Barnabé, um profundo desgaste emocional, piorando ainda mais a situação de fragilidade em que já encontrava-se.
3. Do Direito
Conforme exposto, nota-se que o motorista do ônibus, agiu com veemente imprudência ao realizar a frenagem “no susto” não observando o indicado para situações como esta, que seria a de não frear na curva, especialmente se as condições da pista estiverem escorregadias, e usar o freio motor, ficando clara a negligência e imprudência por parte do motorista do ônibus, segundo vemos: 
Código Civil, Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Desta forma, o condutor do caminhão violou flagrantemente as regras de trânsito, que, por óbvio, são de conhecimento de todo motorista, pois pressuposto de habilitação para dirigir. Portanto, ao assumir o risco da manobra irresponsável, agiu, no mínimo, com culpa, causando o acidente que tanto prejudicou a vítima.
Anota-se que, atualmente, uma das maiores causas de morte em estradas e rodovias, são as invasões de pistacontrária, seja por ultrapassagem seja por imperícia dos motoristas.
Trata-se de assunto delicado, pois um dos diversos bens jurídicos em pauta é a vida; não envolvendo apenas a daquele que está sendo imprudente, mas, também, de todos os demais condutores de veículos automotivos. Em que pese os fatos acima expostos, necessário demonstrar a responsabilidade objetiva da empresa Viação Meteoro Ltda.
Conforme dispõe o inciso III do art. 932 do Código Civil Brasileiro, a empresa, ora Ré, possui responsabilidade objetiva para com seus empregados, respondendo, portanto, pelos atos praticados por seu funcionário.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.
No mesmo sentido, encontra-se o entendimento do Egrégio Supremo Tribunal Federal, conforme pode-se auferir através da súmula abaixo transcrita:
Súmula 341 STF: “É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto”
Portanto, cabe a referida empresa, ora Ré, arcar com os prejuízos, que não foram poucos, gerados ao Autor, de acordo com a extensão do dano.
Primeiramente, decorrente do ilícito, constata-se um déficit real e efetivo no patrimônio da vítima, com base no art. 402 do Código Civil. Deve ser reparado o dano material sofrido.
Vale dizer que o automóvel Pick-Up Ford Ranger, pertencente ao Sr. Barnabé, restou em estado lastimável, conforme se verifica nas fotos anexas (anexo I) e no laudo pericial realizado pela seguradora (anexo VI).
Tendo-se em vista os danos injustamente sofridos pelo Sr. Barnabé, imperioso que o mesmo obtenha o devido ressarcimento, como impõe o art. 949 do Código Civil.
Os fatos narrados ensejam a aplicação de um importante instituto do direito civil, qual seja o da responsabilidade civil, o qual é conceituado pela grande jurista Maria Helena Diniz:
Pode-se definir a responsabilidade civil como a aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de ato do próprio imputado, de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou animal sob sua guarda ou, ainda, de simples imposição legal.
(Diniz, Maria Helena, Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 7: responsabilidade civil – 26. Ed. São Paulo: Saraiva, 2012) 
A responsabilidade civil do Ré, objetiva, na modalidade imprudência, está caracterizado, pelo fato de o seu motorista estar andando com seu veículo sem os devidos cuidados e atenção que a ocasião requeria e por ter entrado na contramão, existindo ai, o nexo de causalidade, necessário para a aplicação do instituto, como bem nos ensina o brilhante doutrinador, Sílvio de Salvo Venosa:
Nexo causal, é o liame que une a conduta do agente ao dano. É por meio do exame da relação causal que se conclui quem foi o causador do dano. Trata-se de elemento indispensável.
(Venosa, Sílvio de Salvo, Direito Civil: responsabilidade civil – 12 ed. – São Paulo: Atlas, 2012, coleção direito civil; V.4).
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Vejamos algumas decisões em casos similares.
Ademais, restou fartamente comprovado pelo laudo psiquiátrico (Doc. 04), elaborado após exames psicológicos, que o Autor sofreu sério trauma decorrente da proporção do acidente.
Como se percebe, o Autor foi severamente prejudicado, fora todos os gastos hospitalares e tratamentos médicos necessários que foram ocasionados pelas lesões e traumas sofridos.
Nesta senda, é nítida a necessidade de haver indenização por danos morais, já que o Autor foi submetido a sérios abalos físicos e psicológicos conforme sobejamente demonstrado acima.
Ressalta-se também que o trágico acidente afetou as capacidades laborativas do Autor, acarretando invalidez temporária deste para o trabalho.
Considerando que este atua como engenheiro, recebendo a importância de R$ 10.000,00 por mês, a invalidez temporária causada pelo referido acidente prejudica gravemente a manutenção de sua renda, restando clara a necessidade de reparação por parte da Ré.
Ensina neste contexto Washington de Barros Monteiro que:
"Em face, pois, da nossa lei civil, a reparação do dano tem como pressuposto a prática de um ato ilícito. Todo ato ilícito gera para seu aturo a obrigação de ressarcir o prejuízo causado. É de preceito que ninguém deve causar lesão a outrem. A menor falta, a mínima desatenção, desde que danosa, obriga o agente a indenizar os prejuízos consequentes de seu ato." (Curso de Direito Civil, vol. 5, p. 538)
Portanto, prova-se vital a reparação civil, sendo da responsabilidade do infrator arcar com os lucros cessantes, conforme inteligência do artigo 949 do Código Civil, acima citado.
3.1 Da Infração de Trânsito e o Dever de Indenizar
É cediço que o universo jurídico é demandado primordialmente pelas obrigações oriundas das relações interpessoais. Conquanto, algumas advêm dos atos ilícitos que são tutelados pelo feérico dispositivo art. 186 da lei 10.406/2002 (CC).
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
O caso é que o réu segundo pode-se concluir através dos depoimentos e da pericia, invadiu a pista do autor sem qualquer resquício de prudência.
Infringindo desta forma o art. 208, do CTB (Código de Trânsito Brasileiro)- o que por si só já é uma infração gravissíma – e segundo pacífica jurisprudência, tal infração gera a obrigação de indenizar pelos danos causados.
Configurada a ilicitude do ato e os danos causados por esta, não há que se falar em dubiedade sobre a responsabilidade do réu.
3.2.1 Dos Danos Materiais e Morais
Estes decorrem do nexo de causalidade entre os fatos e os resultados, exigido pela demanda sobre a responsabilidade civil objetiva. As provas aqui juntadas através de atas notariais e boletins de ocorrência provenientes da observação dos agentes de segurança pública da Polícia Militar constituem provas carreadas de fé pública.
Consubistancia-se em verdade como elemento de prova, o documento que por ata notarial ou declaração de servidor público, expressa os fatos relacionados com a demanda. Assim conclui-se do art. 384 e art. 405 da lei 13.105/2015.
Art. 405. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença.
Neste sentido é a jurisprudência desse egrégio Tribunal:
APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. DEMANDA AFORADA CONTRA O MOTORISTA E O PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA NA ORIGEM, CONDENANDO OS RÉUS AO PAGAMENTO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. RECURSOS INTERPOSTOS POR AMBAS AS PARTES. DISCUSSÃO CONCERNENTE À CULPA PELO EVENTO DANOSO. PROVA TESTEMUNHAL E DOCUMENTAL QUE EVIDENCIAM QUE O MOTORISTA RÉU DESRESPEITOU O SINAL VERMELHO DO SEMÁFORO, PROVOCANDO A COLISÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL CONFIGURADA. INSURGÊNCIA ACERCA DA EXISTÊNCIA DOS DANOS MORAIS E DO QUANTUM ARBITRADO. SITUAÇÃO DE OFENSA À INTEGRIDADE FÍSICA EM QUE HÁ PRESUNÇÃO DE ABALO ANÍMICO (DANO MORAL IN RE IPSA). PRECEDENTES. MONTANTE FIXADO QUE SE MOSTRA RAZOÁVEL E PROPORCIONAL. JUROS MORATÓRIOS. ALEGAÇÃO DE QUE O TERMO INICIAL DEVERIA SER A DATA DO EVENTO DANOSO. CABIMENTO. ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL CONSOLIDADO (STJ - AgInt no AREsp n. 846.923/RJ, Quarta Turma, Min. Luis Felipe Salomão. Data do julgamento: 9.8.2016). RECURSOS CONHECIDOS. APELO DO AUTOR PARCIALMENTE PROVIDO E DOS RÉUS DESPROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0006587-87.2013.8.24.0018, de Chapecó, rel. Des. Bettina Maria Mareschde Moura, j. 20-02-2017).
3.2.2 Dos Danos Morais
Existem os danos morais físicos e psíquicos, uma vez que às duras penas e de forma irregular vem tentando o autor realizar o tratamento fisioterápico indicado pelo médico.
O requerente voltou a trabalhar faz pouco tempo, porém com capacidade laborativa reduzida em relação a potestade antes do acidente. Portanto, não há como o autor arcar com os custos dos remédios para o controle de ansiedade também surgido após o acidente e, a fisioterapia prescrita pelo médico.
Sofre e muito o réu para conseguir realizar suas atividades diárias, o que inoportunamente mitiga os ganhos do mesmo. Latu é a jurisprudência quanto a indenização proveniente de lesões físicas decorrentes de acidente de trânsito.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E FÍSICOS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. INSURGÊNCIA DA PARTE RÉ. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO INDENIZATÓRIA. INOCORRÊNCIA. AÇÃO PROPOSTA DENTRO DA LAPSO TEMPORAL. EXEGESE DO ART. 206, § 3º, V, DO CÓDIGO CIVIL. PRELIMINAR AFASTADA. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. MANOBRA BRUSCA REALIZADA COM VISTAS A EVITAR COLISÃO TRASEIRA EM VEÍCULO PARADO SEM QUALQUER SINALIZAÇÃO. ATO PRATICADO EM ESTADO DE NECESSIDADE. SITUAÇÃO QUE EMBORA NÃO SEJA ILÍCITA, NÃO EXIME O CAUSADOR DIRETO DO DANO DO DEVER DE INDENIZAR, RESSALVADO O DIREITO DE REGRESSO AO TERCEIRO CULPADO. ARTS. 188, INCISO II, 929 E 930 DO CÓDIGO CIVIL. PREFACIAL AFASTADA. LESÕES FÍSICAS DECORRENTES DO ACIDENTE DE TRÂNSITO. FRATURA DE MEMBRO INFERIOR COM NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO CIRÚRGICA. OFENSA AO DIREITO DA PERSONALIDADE À INTEGRIDADE FÍSICA. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL CONFIGURADO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. "Os danos morais decorrentes de lesões advindas de ilícito civil estão matizados no sofrimento, dores físicas, risco de vida, angústias, dúvidas, incertezas e demais situações aflitivas indescritíveis experimentadas injustamente pelas vítimas de acidente de trânsito". (TJSC, Apelação Cível n. 0300165-98.2014.8.24.0014, de Campos Novos, rel. Des. JOEL FIGUEIRA JÚNIOR, j. 06/07/2017). (TJSC, Apelação Cível n. 0000471-03.2008.8.24.0063, de São Joaquim, rel. Des. Rodolfo Cezar Ribeiro Da Silva Tridapalli, j. 31-08-2017). Grifo nosso.
3.3 Dos Lucros Cessantes 
Como já largamente exposto nos autos, o autor ficou sem provimentos durante 3 meses, e quando retornar a trabalhar sua renda poderá ainda levar algum tempo para normalizar.
Por este motivo é que se encontra o ensejo de pleitear os lucros que por causa do acidente cessaram, uma vez que o autor deixou de perceber seus proventos e ainda recebe quantia parcial do que vinha recebendo.
Pela certeza e fundamento já explanados, ressaltando mais uma vez que as provas cabais advêm de oportuna fé pública e documento de vídeo devidamente regular com sua manutenção, é que requer o réu a devida indenização.
Ressalta-se que o réu é pessoa abastada no sentido jurídico da palavra, tendo faturamento anual na casa dos milhões de reais, conforme (anexo V)
Quanto a isso, a lei é clara, pois assim disciplina o Código Civil (Lei 10.406/2002):
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
E a jurisprudência corrobora:
APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CHOQUE ENTRE MOTOCICLETA E VEÍCULO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS (LUCROS CESSANTES E DANOS EMERGENTES) E DANOS MORAIS. RÉU REVEL. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. RECURSO DO AUTOR. DANOS MORAIS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. AUTOR VÍTIMA DE ACIDENTE DE TRÂNSITO CAUSADO POR CULPA EXCLUSIVA DO RÉU, QUE CRUZOU VIA PREFERENCIAL SEM A DEVIDA CAUTELA. FRATURA NA PERNA. AFASTAMENTO DAS ATIVIDADES LABORAIS POR APROXIMADAMENTE SEIS MESES. INDENIZAÇÃO QUE DEVE SER COMPATÍVEL COM A EXTENSÃO DOS DANOS CAUSADOS. OBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE, ALÉM DO CARÁTER INIBITÓRIO E PEDAGÓGICO DA REPRIMENDA. MAJORAÇÃO QUE SE IMPÕE. DANOS MATERIAIS. LUCROS CESSANTES. INCAPACIDADE TEMPORÁRIA COMPROVADA. RECEBIMENTO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO (AUXÍLIO-DOENÇA). POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO. VERBAS DE NATUREZA DISTINTAS. PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INDENIZAÇÃO DEVIDA. EXEGESE DO ARTIGO 949 DO CÓDIGO CIVIL. SENTENÇA REFORMADA. REDISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA, NA FORMA DO ARTIGO 86, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0007106-58.2014.8.24.0008, de Blumenau, rel. Des. Rubens Schulz, j. 24-08-2017).
3.4 Da Tutela Provisória Antecipada
Requer em sede de tutela antecipada, ante a presença do fumus boni iuris e periculum in mora, que o réu seja compelido a pagar verbas indenizatórias sobre os medicamentos e tratamentos que o autor vem arcando e os que o autor tem dificuldades em pagar.
Assim dispõe o art. 300 do Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015):
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Uma vez que o autor ficará com danos permanentes caso não realize o tratamento de forma adequada, é coerente que seja tal medida pleiteada em sede de tutela antecipada.
Requer ainda o autor para que sejam arbitrados de forma compensatória, desde já o pagamento dos lucros cessantes, para que o autor possa pelo menos prover sua subsistência de forma digna.
4.1 Dos Pedidos
Ante todo o exposto requer o autor:
a) a concessão da medida de tutela antecipada, inaudita altera pars, para que seja o réu intimado a pagar desde já, compensatoriamente os lucros cessantes no valor de R$30.000,00 (trinta mil reais) referentes à diferença do que o requerente recebia antes do acidente, até findar-se a recuperação integral do acidente;
b) Condenação da ré ao pagamento dos prejuízos com os fornecedores/aluguel da loja, no valor de R$10.000,00 (dez mil reais)
c) Condenação da ré ao pagamento do valor referente ao conserto do veículo no valor de R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais)
d) Condenação da Ré ao pagamento do valor referente à danos morais no valor de R$10.000,00 (dez mil reais)
e) ante a incontroversa culpabilidade do réu, ainda em sede de tutela de urgência requer, o pagamento do tratamento médico, conforme as prescrições médicas em anexo;
f) deferimento do pedido a fim de que seja concedida a JUSTIÇA GRATUITA, ante a comprovação pelo Requerente de que faz jus ao benefício, consoante os arts. 99 e seguintes do NCPC e a Lei nº 1.060/50; 
e) protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, depoimentos de testemunhas, bem como novas provas, documentais e outras, que eventualmente venham a surgir;
i) finalmente, a condenação do réu ao pagamento das custas, despesas processuais nos termos da Lei e honorários sucumbenciais;
Dá-se à causa, o valor de R$ 85.000,00 (oitenta e cinco mil reais).
Nestes termos pede deferimento.
Londrina, 20 de Abril de 2018.
Jose Eduardo Onian Santana

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