Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 2 EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA ALGUNS CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA : • AGENTE ETIOLÓGICO É o verdadeiro causador da doença. • HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL Organismo que desenvolve a doença após entrar em contato com o agente etiológico. • VETOR É aquele que transmite o agente etiológico ao hospedeiro. • DISTRIBUIÇÃO Visa identificar a área geográfica afetada pela doença. ALGUNS CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA : • PREVENÇÃO ou PROFILAXIA Visa impedir que indivíduos sadios adquiram a doença. • CONTROLE Visa baixar a incidência da doença a níveis mínimos. • ERRADICAÇÃO Visa a não-ocorrência da doença (incidência zero). • PERÍODO DE INCUBAÇÃO É o intervalo de tempo entre o contato com o agente etiológico e o início dos sintomas. ALGUNS CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA : • ENDEMIA Doença típica de determinada área, cuja incidência se encontra dentro do esperado. • EPIDEMIA Doença inesperada ou com incidência acima do esperado, inicialmente descontrolada. • SURTO É a ocorrência de uma doença em um espaço restrito. • PANDEMIA É a ocorrência de uma doença em vários países ao mesmo tempo. • VARIAÇÃO SAZONAL OU SAZONALIDADE DE UMA DOENÇA É o espaço de tempo em que determinada doença se repete. • INFECÇÃO Penetração, desenvolvimento e multiplicação do agente etiológico no hospedeiro (pode ocorrer infecção sem que ocorram os sintomas). • INFECTIVIDADE É a capacidade que o agente etiológico tem de penetrar, se desenvolver e se multiplicar no hospedeiro. • DOENÇAS QUARENTENÁVEIS São aquelas em que os pacientes devem ficar em observação, a fim de que seja verificado o grau de desenvolvimento da doença. • DOENÇA DE ISOLAMENTO São aquelas em que os pacientes devem ficar isolados, a fim de que não transmitam a doença para indivíduos sadios. ALGUNS CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA : • PATOGENICIDADE É a capacidade que determinado agente etiológico tem de causar sintomas no hospedeiro. • VIRULÊNCIA É a capacidade que determinado agente etiológico tem de causar graves sintomas no hospedeiro. • LETALIDADE É a capacidade que determinada doença apresenta de ser fatal. • DOSE INFECTANTE É a quantidade necessária de agente etiológico para iniciar uma infecção (varia de acordo com a virulência do agente etiológico e a resistência do hospedeiro). ALGUNS CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA : • PODER INVASIVO É a capacidade que determinado agente etiológico tem de invadir os tecidos do hospedeiro. • IMUNIDADE É quando o hospedeiro é resistente ao agente infeccioso (não apresentando os sintomas). • IMUNOGENICIDADE É a capacidade que determinado agente etiológico tem de estimular a produção de anticorpos no hospedeiro (ficando o hospedeiro resistente para contatos posteriores com o mesmo agente etiológico). • CASOS AUTÓCTONES São os casos de doenças em que os sintomas se manifestam no próprio local onde ocorreu à contaminação. • CASOS ALÓCTONES São os casos importados de doenças em que os sintomas não se manifestam no local onde ocorreu à contaminação. ALGUNS CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA : • POPULAÇÃO Conjunto de indivíduos de mesma espécie, que ocupa uma mesma área num determinado período. • AMOSTRA Subconjunto representativo da população, deve ser coletada aleatoriamente e ser suficientemente numerosa para permitir fazer inferências. • PROBABILIDADE (RISCO) É o número de chances de ocorrência de um evento dentre todas as possibilidades prováveis. (Ex: jogo de dados) ALGUNS CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA : • VARIÁVEL Variável é uma classificação ou uma medida; uma quantidade que se altera em cada caso ou unidade de estudo. As VARIÁVEIS podem ser classificadas em dois tipos: • Quantitativa: seus valores são dados em números (idade, peso, nº de filhos...) • Qualitativa: seus valores não são numéricos, mas sim determinadas características (sexo, cor dos olhos, raça...) ALGUNS CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA : Entre as Variáveis Quantitativas podemos dividi-las em: • Variáveis quantitativas contínuas: variável que pode assumir qualquer valor (inteiros e fracionários) dentro de um intervalo. • Ex: peso (balança), altura (régua), tempo (relógio), idade, pressão arterial... • Variáveis quantitativas discretas: variável que assume valores geralmente inteiros, resultado de contagem. • Ex: número de filhos, número de bactérias por litro de leite, número de cigarros fumados por dia ALGUNS CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA : Entre as Variáveis Qualitativas (ou categóricas) podem ser: • Variáveis nominais: não existe ordenação dentre as categorias. • Ex: sexo, cor dos olhos, fumante/não fumante, doente/sadio. • Variáveis ordinais: existe uma ordenação entre as categorias. • Ex: escolaridade (1o, 2o, 3o graus), estágio da doença (inicial, intermediário, terminal), mês de observação (janeiro, fevereiro,..., dezembro). Níveis de mensuração das variáveis • Escala nominal: Quando classes ou símbolos são usados para identificar os grupos a que vários objetos pertencem, essas classes, não ordenadas, constituem uma escala nominal. Ex: Sexo (MASC, FEM), perguntas SIM, NÃO • Escala ordinal: Quando, além de classificar as unidades de acordo com as classes, a mensuração permite ordenar essas classes relativamente ao grau de classificação da variável, atinge-se o nível seguinte de mensuração denominado de escala ordinal. Ex: Autoavaliação de saúde (EXCELENTE, BOA, REGULAR, RUIM, MUITO RUIM), escolaridade, estágio de doença.. • Escala intervalar: Atinge-se esse nível quando além de ordenar as classes de uma variável, podemos dizer quanto valem exatamente as diferenças entre as classes. Zero relativo. Ex: Temperatura (30, 40 graus), ano (1000, 1500, 2017)... • Escala das razões: A escala da mensuração mais elevado. Zero absoluto. É possível a realização de todas as operações aritméticas. Ex: peso, altura, renda, lucro, etc... Tipos de Variáveis • Variável Dependente: é o elemento que será explicado e analisado em consequência da influência que sofre de outras variáveis. • Variável Independente: é a variável que influencia ou afeta outra variável Ex: Estudo tem como objetivo analisar a evolução motora de pacientes que sofreram AVC, de acordo com renda, plano de saúde, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Enfermagem. Exemplo de caso clínico: Homem de 50 anos, consulta por dor torácica. Há duas semanas com aperto retroesternal ao subir escadas. O aperto parou após 2 ou 3 minutos de descanso. Desde então sente desconforto semelhante tanto durante exercícios quanto em repouso. Fuma um maço de cigarros ao dia e já lhe foi dito que sua PA é “um pouco elevada”. Fora isso, ele está bem e não toma medicamentos, mas está preocupado com sua saúde. Exame físico completo e eletrocardiograma de repouso normais. Exceto pela PA de 150/96. Exemplo de caso clínico: Na UTI neonatal, é admitido um recém-nascido (RN) pré-termo com 27 semanas e 2 dias de idade gestacional, de parto cesáreo. Ao nascer, o bebê necessitou de reanimação na sala de parto, apresentando Apgar 3/6/8, peso de 850 gramas, gemência, batimento de asa de nariz e tiragens intercostais. O quadro evoluiu para entubação orotraqueal, TOT 2.5, modo IMV, com os seguintes parâmetros ventilatórios: pressão inspiratória de 15, Peep de 5, frequência respiratória de 40, tempo inspiratório de 0,3 e Fio2 de 0,6. Profissionais e paciente têm muitas perguntas • Os clínicos necessitam das melhores respostas possíveis!! • E para isso utilizam diversas fontes de informação: • Sua própria experiência • Conselho dos colegas • Suas conclusões acerca dos conhecimentos sobre a biologia da doença • E a mais confiável: A pesquisa clínica (que envolve o uso de observações anteriores para predizer o queacontecerá) EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA • Definição: • É a ciência que faz predições sobre pacientes individuais utilizando a contagem dos eventos clínicos em grupos de pacientes semelhantes, valendo-se de métodos científicos sólidos para garantir que as predições estejam corretas. EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA • Objetivo: • Desenvolver e aplicar métodos de observação clínica que conduzam a conclusões válidas, evitando o engano ou erros. “Medicina baseada em evidências” • Termo moderno para a aplicação da epidemiologia clínica ao cuidado com os pacientes. E inclui: • formulação de questões clínicas; • busca das melhores evidências sobre essas questões; • julgamento sobre a qualidade das informações; • uso dessas informações nas decisões clínicas “Medicina baseada em evidências” • O desafio está em: • Saber identificar a CREDIBILIDADE da pesquisa clínica; • Separar evidências fortes de evidências fracas; ...além disso, existem cada vez mais evidências de que os profissionais que praticam segundo as melhores evidências disponíveis, têm melhores resultados. Significância estatística e o valor de p<0,05 Verdade Científica • A ciência busca a verdade, esta definida como, "aquilo que está de acordo com a realidade". • A verdade científica é dinâmica e não-absoluta, pois, novas informações e formas de abordar um mesmo problema são propostos a cada dia. • Assim, antigos dogmas dão lugar a novos conhecimentos. verdade = observado - (erro sistemático + erro aleatório) Tipos de Erros • Erro sistemático (ou viés): seu efeito é o de distorcer a estimativa de uma variável. • Existem e grupos: viés de seleção, viés de aferição e viés de confusão. • Erro aleatório: decorre exclusivamente do acaso. • Bibliografia: - PEREIRA, M.G. Epidemiologia: Teoria e Prática. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 4ª ed, 2000. - ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e Saúde. Rio de Janeiro, Medsi, 6ª ed, 2003. - FLETCHER & FLETCHER. Epidemiologia Clínica: elementos essenciais. 4ª ed. Artmed. 2011.
Compartilhar