Buscar

Relatório de Análise das Demonstrações Contábeis da Grendene S.A.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Relatório de Análise das Demonstrações Contábeis da Grendene S.A.
Introdução
A Grendene S/A destaca-se no cenário nacional e internacional no que diz respeito a fabricação de calçados. A Grendene foi fundada em 1971 e é uma das maiores produtoras mundiais de calçados. Possui tecnologia proprietária e exclusiva na produção de calçados para os públicos feminino, masculino e infantil. A Companhia é detentora de marcas reconhecidas e de sucesso, como Melissa, Grendha, Ilhabela, Zaxy, Rider, Cartago, Ipanema, Pega Forte, Grendene Kids e Grendene Baby. Além disso, atua também através de licenciamentos de celebridades e personagens do universo infanto-juvenil.
A Grendene é totalmente integrada, com capacidade instalada de 250 milhões de pares/ano em suas seis unidades industriais, compostas por 13 fábricas de calçados, de matrizes e de PVC para consumo próprio na produção de calçados; com uma logística de distribuição que atinge desde distribuidores a varejistas tradicionais e não tradicionais em todo o território nacional e no exterior.
As unidades industriais estão distribuídas: 
Estado do Ceará, nas cidades de Sobral (1993), matriz (sede social) e maior planta, com sete fábricas de calçados e uma de PVC; Fortaleza (1990), duas fábricas de calçados e componentes de PVC; Crato (1997), uma fábrica de calçados e de componentes em EVA; 
Estado do Rio Grande do Sul, nas cidades de Farroupilha (1971), duas fábricas de calçados e sede administrativa; e Carlos Barbosa (1980), matrizaria; 
Estado da Bahia, uma unidade na cidade de Teixeira de Freitas (2007).
A empresa vende seus produtos por meio de representantes comerciais, distribuidores, exportações diretas e via subsidiárias no exterior, Grendene USA, Inc. (EUA) e Grendene Argentina S.A. (Argentina), atingindo cerca de 20 mil pontos de venda fora do País e 60 mil no mercado brasileiro, além de uma área de vendas separada e distribuição seletiva para a marca Melissa.
Os diferenciais competitivos são fundamentados na missão, visão e nos valores que norteiam a Grendene: 
Missão:
Fazer moda democrática, respondendo rapidamente às necessidades do mercado e gerando retorno atrativo para a empresa e seus parceiros.
Visão:
Ser a empresa mais rentável do mundo entre as organizações líderes do setor.
Valores:
Lucro: É essencial e insubstituível para a continuidade da Grendene e a manutenção dos empregos.
Competitividade/ Produtividade crescente: Custos e despesas em exame e redução constante.
Inovação e Agilidade: Antecipar-se às dificuldades, inovar e fazer melhor.
Ética: Integridade, respeito e transparência no pensar, falar e agir.
As principais vantagens e diferenciais competitivos da Grendene são seus ativos tangíveis e intangíveis, que se traduzem em:
Força das marcas
Capacidade de inovação
Marketing agressivo
Processo produtivo diferenciado
Tecnologia proprietária
Pesquisa e Desenvolvimento
Verticalização
Escala de produção
Custo competitivo
Qualidade dos produtos
Logística
Nível de governança corporativa
Solidez financeira
Além de produtos inovadores e de qualidade, a Grendene tem uma gestão profissionalizada, composta de pessoas talentosas pesquisando tendências, com capacidade de interpretar, traduzir, criar e lançar moda em nível global, produzindo e controlando custos e despesas. Tudo com o objetivo de maximizar o retorno do acionista de forma sustentável.
Aspectos Contextuais
A economia brasileira apresentou grandes modificações no triênio analisado. Em 2012 as intervenções do governo federal fizeram a economia adquiriram um ritmo frenético, em 2013 esse ritmo diminuiu. Mesmo assim, segundo o IBGE, o PIB cresceu 2,7% sendo que a indústria se expandiu 1,3% em 2013, na comparação com o ano anterior. Já em 2014 o PIB brasileiro fechou o ano em leve alta de 0,1%. Foi o pior resultado para a economia desde a queda de 0,2% em 2009, auge da crise econômica mundial. Entre os setores produtivos do PIB, a indústria teve o pior desempenho em 2014, caindo 1,2% no ano. Essa queda já evidenciava a crise econômica que viria a atingir o país em 2015, influenciando economicamente a empresa. 
	Variação do PIB Brasileiro
	Ano:
	2009
	2010
	2011
	2012
	2013
	2014
	% PIB
	- 0,2%
	+7,6%
	+ 3,9%
	+1,8%
	+2,7%
	+0,1%
Restrições e Limitações da Análise
Algumas limitações e restrições são percebidas no que se refere à base de informações e dados utilizada nessa análise. Primeiramente, salienta-se a inexistência de cumprimento relativa aos aspectos inflacionários.
É importante que o leitor desse relatório considere as limitações decorrentes da não utilização da inflação nas informações contábeis relatadas pela empresa analisada.
Outro aspecto, não menos importante, refere-se à variação do dólar comercial que teve os seguintes valores:
	ANO
	COMPRA
	VENDA
	2012
	R$ 2,043
	R$ 2,0429
	2013
	R$ 2,342
	R$ 2,3420
	2014
	R$ 2,656
	R$ 2,6556
Que tiveram aumentos no valor de compra considerados no triênio 2012/2014 na ordem de R$0,613 e no biênio de 2012/2013 em R$0,299. Isso significa que houve um aumento no preço dos produtos comprados dos fornecedores. Já em questão da venda dos calçados da empresa Grendene houve um aumento no valor de compra considerados no triênio 2012/2014 na ordem de R$0,6127 e no biênio de 2012/2013 em R$0,2991. Essas variações devem ser consideradas principalmente no que tange às informações provenientes de operações com o exterior que representa parte considerável das transações operadas pela Grendene, principalmente aquelas relativas aos mercados consumidores das suas mercadorias. Tais deficiências também devem ser consideradas pelos leitores do presente relatório.
Finalidade da Análise
Subsidiar o investidor com informações numéricas reais acerca dos fundamentos econômico-financeiros e de gestão da empresa Grendene S/A, de modo a permitir que o mesmo possa tomar decisões adequadas sobre suas possibilidades de retorno futuro com base na situação atual e passada da empresa no triênio 2012-2014. 
Escopo da Análise
O presente relatório tem como foco as demonstrações financeiras consolidadas da empresa Grendene S.A. do triênio de 2012 a 2014, compostas pelo Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado, bem como as notas explicativas e, quando aplicável, o Relatório da Administração. Sendo os mesmos elaborados de acordo com o International Financial Reporting Standardes (IFRS), emitidas pelo International Accounting Standards (IASB), e também com base nas práticas contábeis adotadas no Brasil e normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
Análise das Demonstrações Contábeis (estrutura)
Demonstração de Resultados
Os principais aspectos de resultado analisados no presente relatório e suas respectivas variações são: a receita líquida de venda, custos das mercadorias vendidas e lucro bruto dos períodos foco dessa análise. A fim de complementar e enriquecer a análise, também serão consideradas as informações a cerca das demais despesas operacionais, como as administrativas, de vendas e financeiras. 
Receita Líquida
Conforme os dados apresentados na Demonstração de Resultado dos anos de 2012, 2013 e 2014 pode-se constatar um aumento gradual no valor da receita líquida num total de MR$ 350.972,00 em relação ao ano de 2012, por meio de análise horizontal.
Sendo que a partir da análise da Receita Bruta pode-se verificar um relativo aumento em relação às exportações e uma leve variação no mercado interno. De 2014 em relação a 2013 as vendas no mercado interno diminuíram 3,75%, podendo a causa do mesmo ser resultado do início do período de crise econômica no país, bem como da valorização do dólar. Ressalta-se que a Grendene é uma empresa do setor calçadista, tendo como principal produto, algo não considerado de primeira necessidade, podendo provavelmente sofrer impactos decorrentes da crise no Brasil, como a diminuição da demanda.
Já conforme a análise vertical pode-se verificar que as vendas no mercado interno mesmo com a diminuição ainda representam maisde 90% da Receita Líquida enquanto que as vendas no mercado externo representam menos de 30%. As deduções da Receita Bruta representam em média 46,17% da Receita Líquida, e vêm apresentando relativa diminuição de 2012 a 2014, num total de 3,36% a menos, decréscimo esse que pode se justificar com a diminuição de descontos concedidos, o que vem a ser uma atitude mais conservadora da empresa, diante da situação econômica do nosso país.
 Figura 1
 Fonte: Dados da análise
Custos dos Produtos Vendidos
Os custos dos produtos vendidos têm aumentado de 2012 a 2014, em conformidade com os custos no Brasil que de forma generalizada também apresentaram crescimento, afetando a empresa em relação ao aumento dos preços das tintas, embalagens, fretes e resinas termoplásticas. Vale ressaltar que em 2013 os custos tiveram um aumento percentual maior que o da receita bruta, ou seja, de certa forma a empresa para não afetar o número de vendas nesse ano preferiu arcar com essa elevação e não repassa-la integralmente ao preço de venda nesse ano.
 Figura 2
 Fonte: Dados da análise
Ao analisarmos a margem de lucro, que pode informar sobre a natureza econômica da empresa, constatamos que ela apresenta um crescimento constante e valores percentuais acima de 40%, o que é positivo para empresa, pois segundo Buffett (2010), empresas que possuem margem de lucro bruto próxima a este valor tende a apresentar uma vantagem competitiva durável, ou seja, são empresas que valem a pena investir.
Despesas operacionais
As despesas de vendas da Grendene S.A. são compostas de fretes, licenciamentos, comissões, publicidade e marketing, o que representa em média 24% da Receita Líquida de vendas, sendo que de 2012 a 2014 tiveram um aumento de MR$ 92.779,00.
Já quanto as despesa gerais e administrativas, constatou-se um aumento de 29,61% dos anos de 2012 a 2014, e tal aumento justifica-se pelos gastos pré-operacionais e não recorrentes ocorridos em 2014, tais como na abertura da galeria Melissa em Londres e despesas no negócio de móveis.
A Grendene no último triênio manteve suas despesas operacionais sem grandes variações no último triênio, com representatividade em relação ao lucro bruto de 59,41% em média. Esta situação vai de encontro com que afirma Buffett ser o ideal de uma empresa em relação às despesas operacionais, onde de fato as organizações devem mantê-las constantes e preferencialmente baixas para se ter uma vantagem competitiva, de preferência abaixo de 30% para ser considerado excelente e até 80% para ser considerado bom.
Resultado Financeiro
No ano de 2013 as receitas financeiras tiveram um decréscimo de 10,67%, porém voltaram a crescer no ano seguinte. A queda pode ser justificada uma vez que as taxas de juros aumentaram o que retraiu as compras em longo prazo, o que consequentemente diminuiu a receita de juros.
Já quanto às despesas financeiras em relação ao lucro operacional apresenta uma média de 20,56%, sendo que os percentuais vêm aumentando desde 2012, o que para Buffett não é considerável ideal, uma vez que ele afirma que uma das características para um bom investimento geralmente é possuir despesas financeiras inferiores a 15% sobre o Lucro Operacional. As despesas com variações cambiais são as despesas financeiras com maior significância devido às exportações da empresa.
Lucro Líquido do período
O Lucro Líquido do período em relação às receitas totais apresentou uma média percentual de 21,52% o que mostra que a empresa pode estar se beneficiando de algum tipo de vantagem competitiva de longo prazo, pois apresenta valores percentuais acima de 20%%. Teve um aumento de 14,28% no ano de 2014 em relação ao ano de 2012.
Análise do Balanço Patrimonial
Ativo Circulante
Ao analisar o Balanço Patrimonial da empresa, verifica-se que o Ativo Circulante apresentou um crescimento de 16,37% entre os períodos de 2012 a 2014, sendo que as contas que apresentaram maiores variações positivas foram títulos ao valor justo por meio do resultado, bem como custos e despesas antecipadas e caixa e equivalentes de caixa.
A conta Custos e Despesas Antecipadas foi a que mais cresceu, com aumento de 136,99% porém representa apenas 0,1% de todo Ativo, bem como a conta Caixa e Equivalente de Caixa, que apresentou crescimento de 81,68%, mas sua representatividade em relação ao total do Ativo é inferior a 1%, logo essas contas vêm aumentando seus valores absolutos, mas não são as principais responsáveis pelo crescimento do Ativo Circulante. Já a conta Títulos ao Valor justo por meio do resultado cresceu em torno de 106,30% de 2012 a 2014, bem como sua representatividade em relação ao Ativo, chegando a 14,15%, passando a ser principal aplicação financeira no curto prazo da empresa, motivo pelo qual as aplicações financeiras tiveram uma aumento de 36,44% do decorrer do triênio de 3,37% em relação ao Ativo, passando a representar cerca de 23,66% do Ativo Total, tal aumento tanto nas aplicações financeiras como na conta caixa pode ter origem na busca da empresa por segurança financeira maior, até porque a empresa já previa que ao no seguinte traria dificuldades maiores.
Vale ressaltar ainda a conta a receber de Cliente que é a conta com maior significância em relação ao ativo, representa em média 35,67%, porém tal representatividade teve um leve declínio, devido ao crescimento das aplicações financeiras, que foi a conta que apresentou maior crescimento em relação às despesas. Mesmo com o leve decréscimo as contas a receber de Clientes ainda são as mais significativas e quanto à análise horizontal ele chegou a apresentar crescimento de 12,55%.
Outro ponto relevante quanto às contas do Ativo Circulante é a análise dos Estoques, segundo Buffett as empresas que possuem estoque e lucro líquido em constante aumento tendem a possuir vantagem competitiva, uma vez que empresas que possuem estoques com variações significativas em pequenos espaços de tempo representa um setor altamente competitivo. Os estoques da Grendene apresentaram um crescimento no triênio de 23,04%, bem como o lucro da empresa também vem apresentando aumento em relação aos anos anteriores, logo se tem mais um sinal positivo a favor da organização estudada.
Por último observando a análise vertical do ativo circulante como um todo, pode-se notar representatividade do Ativo Circulante da empresa comparado ao passivo circulante, o que significa que a empresa apresenta uma folga financeira significativa, ou seja, o seu capital circulante líquido é bem elevado. Logo o índice de liquidez corrente também apresenta valores significativos e em constante crescimento de 2012 até 2014, isso significa que a companhia não apresenta dificuldades para cumprir com suas obrigações de curto prazo junto a seus credores.
Ativo Não Circulante
O grupo do Ativo Não Circulante registra os direitos que serão realizados somente após o fim do exercício seguinte. Nele são incluídos bens de natureza duradoura e/ou destinados ao funcionamento da empresa.
Fazendo uma análise do valor total do Ativo Não Circulante notou-se um aumento no triênio 2012 a 2014, onde o de maior relevância ocorreu de 2013 para 2014 em que o valor da conta aumentou em 14,84%. Esse aumento se deu graças ao aumento das contas de Imobilizado e Intangível. Ao mesmo tempo ouve redução na de mais contas, das quais se pode citar a de Investimento como a mais relevante.
A conta Imobilizado teve aumento expressivo, em 70,36% de 2012 para 2014. Essa conta é composta em sua maioria de máquinas, equipamentos, terrenos, prédios, e instalações usados na atividade da empresa. O valor da conta já aparece no balanço com a depreciação reduzida, a mesma foi calculada pelo método linear, com base na vida útil estimada. Esse aumento expressivo pode não representar uma vantagem competitiva. Como a empresa atua em um mercado extremamente competitivo, onde os produtos (calçados) mudam conforme variáveis (estações do ano, tendências, equipamentos constantemente em busca de atender as demandas domercado). Essa renovação muitas vezes tem de ocorrer antes mesmo dos equipamentos estarem desgastados. Isso cria uma despesa constante que muitas vezes é bastante significativa e vai se acumulando no valor do ativo imobilizado. A empresa pode acabar contraindo dívidas para financiar sua necessidade constante de reequipar suas fábricas para se manter em dia com a concorrência. Isso é comprovado quando se observa o aumento da conta Empréstimos e financiamentos do Longo Prazo, que foi de MR$ 14.380,00 em 2012 para MR$ 71.790,00 em 2014.
Analisando o Ativo Intangível que é composto em sua maioria de softwares, marcas, patentes e fundos de comércio, já registrados e deduzidos o valor da amortização que é realizada pelo custo de aquisição, nota-se que o valor mais do que duplicou no triênio em análise.
 Dos MR$ 19.078,00 em 2012 foi para MR$ 51.627 em 2014, representando um aumento de 170,61%. Buffett observou que a marca/nome desenvolvido pela empresa pode não estar registrada pelo seu real valor no intangível, deixando de expressar a sua significância nos ativos da empresa. Dessa forma investidores não conseguem visualizar tal vantagem competitiva.
Avaliando os investimentos da empresa, percebe-se um equilíbrio no seu valor entre 2012 para 2013. Já de 2013 para 2014 ouve uma queda de 46,98% nos mesmos. Essa conta é composta por ações te títulos de longo prazo. A instabilidade apresentada entre 2013 e 2014 não transmite segurança ao investidor em relação ao longo prazo. Pois o que o investidor busca na Grendene é o lucro, e quando está reduz seus investimentos em longo prazo, por consequência diminui suas receitas financeiras advindas desse investimento.
Esse fato pode reduzir a quantidade de investimentos da Grendene no próximo período.
Quanto à análise vertical, o valor do Ativo Não Circulante relacionado com o Ativo Total, manteve-se uniforme no triênio, com pequenas variações positivas. Isso mostra a preocupação da empresa com a geração de caixa, aumento nas aplicações financeiras, ganho na compra de ações.
Passivo Circulante
A conta Empréstimos e Financiamentos no Curto Prazo diminuiu ao longo dos últimos três anos, comparando 2012 a 2014 a queda foi num valor de MR$24.016,00; o que corresponde à 19,43% a menos. Na comparação da relevância entre os Empréstimos e Financiamentos do Curto Prazo com o total do passivo e do patrimônio líquido, percebe-se que principalmente quanto às obrigações a pagar é uma conta de grande importância e volume, entretanto ela diminuiu em relação ao montante total do passivo mais patrimônio líquido no decorrer do último triênio.
A redução na conta Empréstimos e Financiamentos no Curto Prazo provavelmente tenha se dado devido ao aumento da taxa de juros, algo que influenciou fortemente a economia no último espaço temporal.
A conta Fornecedores que indica obrigações com fornecedores habituais da empresa, pessoas físicas ou jurídicas, também merece destaque visto que em analogia com o total do passivo é uma conta de razoável representatividade, mesmo que essa tenha caído nos últimos anos. Em 2012 a apresentava-se representatividade sobre o total do passivo de 16,81% e em 2014 passou para 10,25%. O ocorrido se deu pela conta Fornecedores ter diminuído em MR$20.519,00 e o passivo ter tido um aumento repentino de MR$52.697,00, ou seja, um percentual superior em 14,88%, ocorrido principalmente pelo aumento da conta Empréstimos e Financiamentos no Longo Prazo e consequentemente no passivo no longo prazo.
Outra conta que integra o passivo circulante é Obrigações Contratuais – Licenciamentos - esta de menor volume do que as acima citadas, mas que também minimizou seus números em MR$1921,00 equivalente a 10,55% menor.
A conta Comissões a Pagar foi reajustada em 18,73% no último triênio, é uma conta de intensidade razoável em comparação com o total do passivo e permaneceu estabilizada com a confrontação do total do passivo mais patrimônio líquido.
Os Impostos, taxas e contribuições comparados ao ano de 2012, teve uma pequena queda de 6,41% em 2013 e um aumento em 2014 de 10,54%, ou seja, em média permaneceu constante, pois sofreu pequenas variações.
A conta de Obrigações dos Salários e Encargos que em relação ao passivo total também apresenta um volume considerável e pouquíssimo mudou nos últimos tempos tanto numa análise horizontal, sob ela mesma, como na análise vertical em relação ao total de passivo, mais patrimônio líquido.
A conta Provisão para Riscos Trabalhistas permaneceu constante, sem grandes alterações.
O Imposto de Renda e Contribuição Social a pagar teve uma grande redução de volume nas análises horizontais e verticais do Balanço Patrimonial, isso ocorreu devido aos incentivos fiscais que correspondem à redução de 75% do IRPJ incidente sobre os lucros dos empreendimentos instalados nos estados do Ceará e Bahia calculados com base no lucro da exploração; e incentivos fiscais de ICMS (Provim) e exportação (Proapi e Procomer) relativamente às suas atividades operacionais localizadas nestes estados.
Já a conta do Balanço Patrimonial, Outras contas a pagar que teve um expressivo aumento nos anos de 2013 e 2014 comparado a 2012 pouquíssimas explicações em suas notas explicativas de quais são as contas que influenciavam nesse aumento e qual o motivo.
De maneira geral, percebe-se que o Passivo Circulante no Curto Prazo diminuiu ao longo do triênio em cerca de 12,71%, um equivalente a MR$41.060,00 a menos de obrigações no curto prazo.
Entretanto é possível verificar que essa situação de queda no Passivo Circulante não é vista no Passivo não circulante, que ao contrário disso teve grandes aumentos, pois em comparação com o ano de 2012, em 2014 foi constatado 244,86% a mais, um número expressamente grande.
Resumindo mesmo com á diminuição do Passivo Circulante o Total do Passivo teve um aumento em MR$16.189, o que corresponde a 4,79% na comparação do triênio 2012 à 2014.
Passivo Não Circulante
Tivemos um aumento considerável de 2,04% em relação ao total do passivo, que ocorreu devido ao crescimento dos empréstimos e financiamentos que foi de 399,24% decorrentes em parte do total dos financiamentos bancários obtidos pela Grendene para a aquisição de ativos fixos, ou seja, imobilizados, que de fato apresentou crescimento de 70,36% em 2014 em relação a 2012. 
Patrimônio Líquido
 O Patrimônio Líquido Consolidado teve um considerável aumento de 2,03% do ano de 2012 a 2013 e depois um decréscimo de 0,48% do ano de 2013 a 2014, em relação a sua representatividade no passivo em conjunto com patrimônio líquido, significando um aumento seguido de um pequeno decréscimo nas ações preferenciais ordinárias, reserva de capital e lucro acumulado. Porém no decorrer do triênio houve um crescimento em valor absoluto do patrimônio liquido de MR$374.372,00, devido principalmente ao aumento das reservas de lucro, que cresceram 51% em relação ao ano base.
Dentre as reservas de lucros, destaca-se a reserva para aquisição de ações 
Em relação às Participações de Acionistas Controladores houve um aumento de 1,77% nos anos de 2012 à 2013, seguido de uma queda de 0,64% nos anos de 2013 à 2014, significando uma participação maior dos acionistas.
Dos anos de 2012 à 2014 houve uma queda considerável de 7,82% no capital social em relação ao passivo junto com o PL, uma vez que a taxa de crescimento do passivo não circulante e das reservas de lucro, sendo que o capital social se manteve inalterado.
O Ajuste de Avaliação Patrimonial teve uma constância de –0,19% nos anos de 2012 e 2013 e depois uma queda de –0,10 no ano de 2014.
As Reservas de Capital da empresa Grendene tiveram um aumento de 0,03% do ano de 2012 à 2013 e depois uma constância de 0,21% do ano de 2013 à 2014 devido ao aumento e permanência na emissão de ações da empresa.
Dos anos de 2013 à 2014 houve uma queda de –0,04% nas Ações em Tesouraria tendo uma vantagem competitiva durável a seu favor.
As Participações de Acionistas não Controlados tiveram um aumento de 0,42% dos anos de 2012 à 2014, devido a aquisição denovos acionistas.
Analise dos indicadores
A- Indicadores de liquidez
Índice de Liquidez Corrente
Este índice mostra o quanto a empresa possui de recursos de curto prazo para cada dívida de curto prazo. A Grendene representa índices de liquidez corrente média de 5,92 no triênio 2012 à 2014, sendo este valor superior a 1 e encontra-se em constante crescimento. O que significa que o capital circulante líquido será positivo, havendo assim compatibilidade entre os recursos que se espera receber e aqueles que são previstos a serem desembolsados no curto prazo. Ou seja, a empresa possui ótima capacidade de pagamento aos seus passivos circulantes.
Índice de Liquidez Seca
O presente índice analisado mostra a parcela de dividas de curto prazo que podem ser pagas por itens de maior liquidez no Ativo Circulante, eliminando assim os saldos da conta estoque bem como das despesas pagas antecipadamente. Este índice apresenta maior relevância quando comparado ao índice de liquidez corrente que pode apresentar estoque obsoleto de difícil comercialização, o que inviabiliza pagamentos das dividas de curto prazo caso fosse necessário. 
Conforme analise desse índice pode-se concluir que de fato a empresa possui uma ótima liquidez devido o fato deste índice também apresentar constante crescimento. O que indica também que a empresa não possui estoque obsoleto significativo que atrapalhe sua capacidade de arcar com suas dividas a curto prazo.
Índice de Liquidez Imediata
Neste caso se desconsidera os saldos das contas a receber, sendo considerado apenas valores relativos ao caixa e seus equivalentes no numerador. O índice de liquidez imediata procura evidenciar a parcela de dívidas no curto prazo que poderiam ser pagas de forma imediata sem depender do recebimento de terceiros. Ou seja, representa quanto a empresa possui de disponível para cobrar as dividas vencíveis no curto prazo. É normal que este índice apresente valores baixos devido a efeitos inflacionários. A empresa apresentou uma media 0,09 no triênio em analise, sendo que este teve um aumento significativo de 2012 à 2013, porém voltou a cair no ano de 2014.
Índice de Liquidez Geral
O índice de liquidez geral diferente dos demais considera não só recursos e dividas de curto prazo como também as de longo prazo. Assim, procura mostrar a capacidade de pagamento atual da empresa em relação ao total das suas dividas assumidas.
Considerando o triênio estudado o índice apresentou aumento em relação ao ano base. Porem vale ressaltar que a taxa de crescimento do ano de 2014 em relação ao ano de 2013 apresentou uma diminuição, o que poderia vir a se tornar uma tendência para os próximos anos.
Contudo, ate o momento a Grendene vem apresentando índices positivos em relação a liquidez geral, o que mostra que a empresa também tem capacidade de arcar com suas dividas a longo prazo.
Capital de giro próprio
O capital de giro próprio obtido por meio do quociente entre a diferença do patrimônio líquido e ativo não circulante, sobre o ativo circulante, evidencia a cerca da capacidade da empresa em cobrir além de suas dívidas nos diferentes prazos, cobrir também parte do patrimônio líquido com o seu ativo circulante.
A Grendene em relação a este indicador apresenta bons resultados, sendo valores percentuais de 2012 a 2014 todos acima de 75%, o que indica que a diferença em média 80,98%
	Capital de giro próprio
	79,31%
	82,21%
	81,43%
B- Indicadores de endividamento
Endividamento total ou geral
A análise deste índice indica em termos percentuais, a parcela de bens e direitos da empresa financiada por capital de terceiros. Ou seja, ele indica o grau de dependência dos ativos da empresa, em relação aos recursos de terceiros, como por exemplo, empréstimos bancários, fornecedores e entre outros. Este indicador pode ser calculado através da divisão do total do passivo pelo total do ativo, sendo que o melhor resultado neste caso é que o valor obtido seja o menor possível, pois quanto mais baixo o valor menor é a dependência de capitais de terceiros, ou seja, maior participação de recursos próprios. 
	
	2012
	2013
	2014
	Passivo
	337.890
	301.382
	354.079
	Ativo
	2.291.452
	2.369.342
	2.682.013
	Endividamento geral
	0,15
	0,13
	0,13
A empresa Grendene no triênio de 2012 a 2014 apresentou um desempenho satisfatório em relação a este indicador, apresentando em média o valor de 0,14, o que significa que para cada R$ 1,00 investido no seu ativo total, cerca de R$ 0,14 provém do capital de terceiros. Logo a empresa apresenta baixa dependência do capital de terceiros em relação aos investimentos no seu ativo.
Capital de terceiros/capital próprio 
O índice de participação de capital de terceiros segundo Matarazzo (2003) é o indicador de risco ou de dependência a terceiros por parte da organização. Ele indica a quantidade de unidades monetárias investidas pelos acionistas, em relação às buscadas junto a terceiros pela organização. Ou seja, avalia o quanto a empresa utiliza de capital de terceiros em relação ao capital próprio investido nela. Este é um dos indicadores mais utilizados para retratar o posicionamento das empresas com relação aos capitais de terceiros, e é obtido por meio da divisão do total do passivo pelo patrimônio líquido, sendo que quanto menor seu valor melhor, pois menor será a situação de endividamento da companhia. 
Verificou-se que a Grendene no triênio em questão apresentou em média valor inferior a 0,2, o que significa que ela até então vem apresentando bom desempenho em relação a este indicador e mantendo um baixo grau de endividamento. Tem-se que em média para cada real de capital próprio da empresa R$0,16 são oriundos de capital de terceiros. Logo pode se constatar que no triênio estudado a empresa não esteve sob dependência do capital de terceiro em nenhum dos anos, e que de 2012 para 2013 até apresentou um leve decréscimo, indo de 0,17 para 0,15, valor este que se manteve o mesmo em 2014, sinal de que a organização apresenta boa situação financeira e uma eficiente administração de seus recursos, sem que haja a necessidade de recorrer frequentemente a terceiros para a manutenção de suas operações.
Composição do endividamento
Este índice representa a composição do endividamento total da empresa e revela qual a proporção existente entre as obrigações de curto prazo e as obrigações totais, ou seja, indica quanto da dívida total da empresa deverá ser pago no curto prazo. Este indicador é obtido por meio da divisão do passivo circulante pelo total do passivo e quanto menor seu valor quer dizer que a empresa terá mais tempo para arrecadar recursos.
Neste caso a Grendene tem apresentado valores percentuais significativos nos anos de 2012 a 2014, as obrigações de curto prazo representam em media 90% das obrigações totais, o que significa que a empresa terá que pagar no curto prazo R$ 90,00 a cada R$ 100,00 de obrigações existentes, o que é desfavorável, uma vez que a empresa apresenta menor espaço de tempo para pagar a maioria de suas dividas. Porém estes valores vêm apresentando decrescimento, indo de 96% em 2012 para 80% no ano de 2014, isso se deve ao fato do alto crescimento das contas de liquidação no longo prazo, como os financiamentos e empréstimos, que de fato tiveram um aumento significativo em 2014 de quase 400% para a aquisição de ativos permanentes.
Dívidas de curto prazo/longo prazo 
Este indicador mostra a relação existente entre as obrigações de curto prazo e as de longo prazo, o que possibilita verificar a necessidade de negociar um prazo maior para as suas dividas. Este índice é obtido por meio da divisão do passivo circulante pelo não circulante.
A Grendene apresenta uma diminuição de 82% no ultimo triênio, passando de 21,79 em 2012 para 3,91 no ano de 2014, o que ocorreu devido ao aumento dos empréstimos e financiamentos no longo prazo, como já foi comentado, bem como da diminuição das obrigações no curto prazo. Isso representa que a empresa tem procurado comprometer sua renda num prazomaior de tempo, o que a possibilita ter melhores condições de gerar recursos para arcar com suas dividas no futuro, passando a representatividade das obrigações de curto prazo em relação ao de longo prazo de 2179% para 391%. Ou seja, a cada R$1,00 de dividas no passivo não circulante, tem-se atualmente R$39,10 no passivo circulante.
CP X Passivo total
Este índice mostra o desdobramento do endividamento em curto e longo prazo. Sendo que, quanto maior for este índice, maior será a pressão no caixa para pagar os compromissos adotados pela empresa no curto prazo. Já quanto menor for este índice, maior será a folga da empresa para honrar suas obrigações de curto prazo.
No caso da Grendene, verificam-se valores baixos em relação a este indicador, que vem diminuindo de 2012 a 2014. Essa situação, se bem administrada, é conveniente para a empresa, pois com dividas no longo prazo ela terá mais tempo para buscar ou gerar recursos para salda-las. Até mesmo porque, hoje em dia, conseguir recursos vem sendo uma tarefa árdua, principalmente devido à eminência da crise, com a população reduzindo o consumo de produtos que não sejam os de primeira necessidade. Vale ressaltar que se os recursos obtidos no curto prazo forem mais baratos esta analise poderá se inverter.
 Figura 
 Fonte: Dados da análise
C- INDICADORES TEMPORAIS
Giro de estoque
O presente indicador mostra quantos dias o estoque leva para girar ao longo do ano, ou quanto tempo os produtos passam “parados” no estoque da empresa. A partir deste índice, entende-se que quanto menos dias os produtos ficarem estocados melhor para empresa, uma vez que a saída dos mesmos do estoque significa aumento nas vendas e consequentemente mais dinheiro entrando no caixa da empresa, seja no exto momento da compra ou posteriormente. Além disso, quanto menos tempo produtos ficarem no estoque menor será os custos com armazenagem e manutenção.
A Grendene tem deixado a desejar nesse quesito ultimamente, pois o tempo médio que seus produtos permanecem estocados tem aumentado. Em 2012 demorava em média 59 dias para o estoque se renovar, o que corresponde a cerca de 6 giros ao longo do ano. Já em 2014 esse tempo aumentou para quase 69 dias, o que reduziu os giros para um total de 5.
Isto evidencia que os produtos estão demorando mais para serem vendidos, o que pode vir a ser preocupante, uma vez que, quanto mais tempo os produtos permanecerem estocados, maior serão os riscos deles ficarem ultrapassados, o que dificultaria futuramente as vendas dos mesmos, principalmente no setor calçadista, onde a moda, que a cada estação dita uma tendência diferente, influência significativamente na decisão dos consumidores. Assim, quanto maior o tempo nos estoques, menor às chances de vendas, aumentando mais ainda o tempo de giro de estoque e a quantidade de produtos presentes neles, bem como seus gastos.
Ou seja, caso esta situação venha a se agravar nos próximos períodos, a entidade acabará por ter elevadas quantias de produtos estocados se não modificar sua produção, o que poderá prejudicar o rendimento da companhia, uma vez que, quanto mais produtos estocados, menor os números de vendas, e consequentemente menor serão as entradas de dinheiro em caixa, o que reduzirá também as operações financiadas por este dinheiro.
Estoques elevados acarretam ainda em uma série de gastos com a armazenagem, seguros, transporte e entre outros. Fazendo com que a empresa tenha que arcar também com os custos de oportunidade, pois a empresa ao ter grandes quantias de produtos estocados, esta tendo de sacrificar seus recursos em virtude dos gastos que a estocagem destes demanda, deixando assim de investir em aplicações que lhe trariam um maior retorno.
Prazo médio de recebimento
Este indicador revela o tempo médio que a empresa dispõe para receber suas vendas realizadas a prazo, demonstrando assim a política de crédito que é aplicada pela empresa. Na Grendene o prazo médio de recebimento está aumentando, em 2012era de 118 dias, já em 2014 foi para quase 124 dias. Isso pode se justificar por diversos fatores, como: mudança na política de concessão de crédito, ineficiência do serviço de cobrança, más situações financeiras de seus clientes, entre outros.
A empresa precisa agir de modo a tentar reverter esta situação, encurtando esse tempo, pois ela está deixando de receber o dinheiro em um menor prazo de tempo, dinheiro este com o qual ela poderia investir em outras áreas, bem como cumprir com suas obrigações antecipadamente. A demora no recebimento destes direitos acaba levando a perda do poder de compra da empresa, à medida que os saldos de recebíveis vão se acumulando. 
Por outro lado, de nada adianta ela ter o dinheiro disponível se este não for bem aplicado. Ou ainda, será que de fato aumentar o prazo é tão ruim assim, se a empresa consegue com isso receber o valor que lhe é de direito acrescido de juros, de que serve receber o dinheiro o quanto antes se a empresa consegue receber um valor superior a este em um período mais largo de tempo, porém para isso é necessário que de fato os clientes cumpram com suas obrigações, o que leva também a um risco maior de inadimplência. Logo, entende-se que não se pode estabelecer um prazo ideal de recebimento, pois tudo depende das atitudes tomadas pela empresa.
Prazo médio de pagamento
O prazo médio de pagamento indica quantos dias à empresa leva em média para pagar seus fornecedores. Assim, pode-se calcular o número de vezes em que são renovadas as dividas com fornecedores, ou seja, a rotação de contas que expressa às compras a prazo realizadas pela empresa. Espera-se um crescimento desse prazo, pois assim a empresa terá mais tempo para vender suas próprias mercadorias para depois pagar seus fornecedores, obtendo assim melhor controle do fluxo de caixa. Isso quando sobre este valor não impactarem juros elevados, ou outras tarifas decorrentes do prolongamento do prazo de pagamento. É necessário por parte da empresa o conhecimento das taxas de juros embutidas bem como de uma analise custo beneficio desses fatores, pois em certos casos é melhor quitar os fornecedores no menor prazo possível, podendo até mesmo assim obter vantagens, como descontos no pagamento antecipado das parcelas.
Na Grendene este número apresentou um decréscimo no ultimo triênio. Em 2012 o prazo médio de pagamento era de 14 dias, já em 2014 diminui para 12, o que pode indicar um melhor planejamento financeiro por parte da empresa, uma vez que a empresa não só está pagando em prazos menores como também tem apresentado redução nos saldos dos fornecedores, chegando esta diminuição a 36,12%, o que representa em valores absolutos cerca de R$ 20.000,00. 
Ciclo médio financeiro
Este indicador mostra o tempo que a empresa leva para produzir e vender seu estoque, receber de seus clientes e pagar seus fornecedores. Demonstra quão rápido a companhia transforma seus estoques em vendas e essas em dinheiro, usado muitas vezes para o cumprimento de suas obrigações com fornecedores. 
Na Grendene houve aumento no período de duração desse ciclo no ultimo triênio, indo de 163 dias de duração em 2012, para 180 dias no ano de 2014. Assim, entende-se que o fluxo financeiro pode ser afetado, pois a empresa esta demorando mais para receber de seus clientes, ao mesmo tempo tendo um prazo menor para pagar seus fornecedores, o que pode ocasionar a diminuição do dinheiro em caixa, consequentemente diminuindo o giro do mesmo.
D- ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Retorno sobre o investimento (ROI)
O ROI estabelece a eficiência dada pela administração ao ativo operacional utilizado nas atividades da empresa. Esse indicador permite analisar o retorno efetivo que o investidor irá ter e serve como medida de avaliação de desempenho dos seus investimentos. É calculado através da divisão do lucro por ação pelo custo do investimento nessas ações.
A Grendene encontra-se em uma situação desfavorável em relação a este índice, pois o mesmo vem apresentando constante diminuição o que pode acabardesmotivando os investimentos na mesma por parte dos stakeholders. Este índice apresentou em relação, ao triênio estudado2012/2014, queda de pouco mais de 37%. Em 2012 o ROI apresentava um percentual de 7,85%, caindo para 4,93% em 2014, sendo esta condição preocupante, uma vez que é prejudicial a companhia, pois certamente trará diminuição dos investimentos em 2015. 
REFERÊNCIAS
http://financeone.com.br/moedas/cotacoes-do-dolar

Outros materiais