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Direito Internacional Privado noções preliminares e gerais Direito Internacional Conceito geral: “Ramo do Direito Público que regula as normas convencionais, pactos e costumes jurídicos, visa o ordenamento através de acordos realizados por Estados independentes.” (Miguel Reale) Denominação Direito Internacional Privado em 1803 já no Código de Napoleão; depois Joseph Story no livro Conflito de Leis; e, em 1834, J.J.Gaspar Foelix para titular seu livro – Tratado de Direito Internacional Privado; OUTRAS DENOMINAÇÕES – Direito Interestatal Privado; Direito Interespacial; Direito Universal dos Estrangeiros; Direito Civil Internacional, entre outros, menos usados. Sua Autonomia Não há unanimidade – Oscar Tenório afirma ser controvertida tal autonomia, mas reconhece as particularidades das regras e a necessidade de estudo particularizado do DIPrivado; Pela autonomia Edgar Carlos Amorim, destacando seu método e objeto especiais e institutos próprios (como a extradição, deportação, expulsão, nacionalidade). ASSIM, pode-se começar com o reconhecimento de que Cada Estado Nacional tem o seu Ordenamento Jurídico Haverá SEMPRE, dentro do território do Estado, sobre cada um dos seus habitantes, um complexo de normas que lhe concedem direitos e lhes impõe obrigações; PORÉM...tal complexo de normas (ou Ordenamento Jurídico - OJ) não é igual em todos os Estados; É diferente conforme são diferentes os costumes, o desenvolvimento econômico, as tradições religiosas, enfim, do modus vivendi de cada nação. Percebe-se então, que as “esferas” de direito podem ser múltiplas, dentro e fora de cada Estado Nacional Genericamente, um Direito Público e um Direito Privado DIREITO PÚBLICO X DIREITO PRIVADO (DICOTOMIA CLÁSSICA) interesse do Estado direito de imperium atende à comunidade individual ou coletivamente (abstratamente considerada) EX: Constitucional; Administrativo interesse particular interesse do cidadão tutela interesses particulares EX: Constitucional/Administrativo EX: Civil; Comercial Não é diferente no Direito Internacional PARA MELHOR ESTUDAR E COMPREENDER convencionou-se a existência de DOIS DIs DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO; DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO; DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO - DIP Disciplina e rege a sociedade internacional; (Entre Estados Nacionais, Organizações internacionais, o Vaticano) PRIVADO - DIPr Disciplina e regra o Direito Privado quando envolvendo elementos estrangeiros; (não depende do DIP) (Entre cidadãos e empresas de diferentes Ordenamentos Jurídicos) DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO CONCEITO: (Bustamante y Sirven, 1934) “conjunto de princípios que regram os direitos e deveres exteriores e as relações das pessoas jurídicas que fazem parte da comunidade internacional [...], assim como as regras comuns de proteção individual interna ou externa estabelecidas por acordos internacionais.” DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO CONCEITO: (diversos doutrinadores) “Conjunto de princípios que determinam qual a lei aplicável a Relações Jurídicas ocorridas entre dois ou mais sistemas legais conflitantes, de estados soberanos diferentes ou de estados autônomos federados.” A LEI APLICÁVEL ENTÃO... Será aquela, definida de acordo com a complexidade do conflito surgido nas vidas privadas dos cidadãos envolvidos; e se existem acordos e protocolos internacionais dos quais as Nações sejam signatárias; ENTÃO... PODEM EXISTIR CONFLITOS ENTRE AS LEIS APLICÁVEIS A CADA CASO? COMO SE RESOLVEM ESTES CONFLITOS? Se o conflito de leis for ... NO TEMPO: (Direito Intertemporal) regrado internamente pelo OJ de cada nação; No Brasil, a solução é expressa nas disposições do art. 2.º, do Decreto-lei n.° 4.657/42 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, antiga LICC): “Art. 2.° Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue’’. “§ 1.° A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior...” Se o conflito de leis for ... NO ESPAÇO: Quem discute e estabelece os parâmetros é o Direito Internacional Privado. Na mesma LINDB temos o sistema brasileiro de aplicação da lei estrangeira, a partir do Art. 7 e seguintes, além de outras leis esparsas, chamadas também extravagantes – como o Estatuto do Estrangeiro; Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Objeto do DIPr RESOLVER conflitos de leis no ESPAÇO; EXCLUSIVAMENTE de Direito Civil, “contaminadas” por, pelo menos, um ELEMENTO ESTRANGEIRO; EX: casamento, nacionalidade, local da morte, local dos bens, adoção... ENTÃO... O OBJETO DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO.... Alcança... A Nacionalidade; O Estatuto do Estrangeiro; Os Direitos Adquiridos em outros OJ; Os Conflitos de Jurisdição; A Eficácia Internacional. O Método do DIPr Primeiro o método era TERRITORIAL – aplicava-se a lei do juiz. P.Ex: não importava onde tinha sido celebrado um contrato, mas a palavra do juiz da causa, de onde quer que ele fosse. Hoje ainda se encontra esse método, especialmente na doutrina norte americana como um novo lex forismo – importa o foro do juiz Método CONFLITUAL É utilizado classicamente, e que conduz a uma das ordens jurídicas envolvidas, para a qual caberá resolver a lide. É o método usado no Brasil também. O método conflitual NÃO RESOLVE a lide interespacial, apenas indica a legislação – do foro ou estrangeira que resolverá o conflito. As normas de Direito Internacional Privado são indiretas – exclusivas para resolver conflitos que remetem para o Direito Material de um país, e que nunca serão remetidas a outras leis de DI, e não tratam do fato em si, mas sim da MATÉRIA JURÍDICA envolvida. EX: Direito de Família, das Sucessões... Assim, a LINDB “Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.” Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro DIREITO DE FAMÍLIA DIREITO DA PERSONALIDADE DIREITOS REAIS DIREITO DAS OBRIGAÇÕES DIREITO DE SUCESSÕES DIREITOS DA PESSOA FÍSICA DOMICÍLIO DA PESSOA DOMICÍLIO DA PESSOA LUGAR DA COISA LUGAR DA OBRIGAÇÃO ÚLTIMO DOMICÍLIO LUGAR DA CONSTITUIÇÃO “LEX DOMICILI” “LEX DOMICILI” “LEX REI SITAE” “LOCUS REGIT ACTUM”; “LOCUS REGIT CONTRATUM” “LEX DOMICILI” “LOCUS REGIT ACTUM” Porém, para as Obrigações... Art. 9. LINDB DUAS SITUAÇÕES: 1. Caput – “Para qualificar e reger as obrigações aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.” (as obrigações) **Para contratos entre presentes. 2. Parágrafo 2º. – “A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.” ** Para contratos entre ausentes. Além do conflito de leis no espaço... CONFLITO DE JURISDIÇÃO: Qual é a autoridade, qual é o foro competente! Art. 12. LICC: “É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.” Parágrafo 1º. “Só a autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. Parágrafo 2º. “A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequator e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.” NO CPC – “da competência internacional”... COMPETÊNCIA CONCORRENTE: Art. 88. “É competente a autoridade judiciária brasileira quando: I – o réu, qualquer que seja sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; E o parágrafo único completa: “[...] reputa-se domiciliado no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal. Art. 88... II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III – a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. COMPETÊNCIA EXCLUSIVA Art. 89, CPC. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II – proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança sela estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. Mas temos uma contradição frente o DI... Princípio da não-simultaneidade: Não se pode propor a mesma ação em dois países ao mesmo tempo... MAS o art. 90, CPC, diz: “a ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz litispendência, nem obsta a que autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas”. QUE FOI CORRIGIDO, em parte... DECRETO LEGISLATIVO 2.067/96 – Protocolo de Las Lenhas Art. 22. Quando se tratar de uma sentença ou de um laudo arbitral entre as mesmas partes, fundamentado nos mesmos fatos, e que tenha o mesmo objeto de outro processo judicial ou arbitral no Estado requerido, seu reconhecimento e sua executoriedade dependerão de que a decisão não seja incompatível com outro pronunciamento anterior ou simultâneo proferido no Estado requerido. “Do mesmo modo não se reconhecerá nem se procederá à execução, quando se houver iniciado um procedimento entre as mesmas partes, fundamentado nos mesmos fatos e sobre o mesmo objeto”, SE NÃO FOR OUVIDA, PRIMEIRAMENTE, “autoridade jurisdicional que teria pronunciado a decisão da qual haja solicitação de reconhecimento”.
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