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SUS: HISTÓRICO, PRINCÍPIOS, PROBLEMAS E DESAFIOS Curso: Nutrição Disciplina: Saúde Coletiva 2016.1 A assistência à saúde está ligada ao processo histórico e organização da sociedade. Cada país tem organização social diferente, que interfere na saúde dos indivíduos! ESTADO • Função social e histórica de mediar conflitos, através de políticas públicas que garantam o acesso do conjunto de membros de uma sociedade aos bens produzidos por ela mesma, pela habilidade dos seus membros POLÍTICAS PÚBLICAS • Ações, programas, projetos, regulamentações, leis normas que o Estado desenvolve de maneira equitativa aos interesses sociais, visando abranger e organizar a dimensão coletiva de uma determinada sociedade POLÍTICAS PÚBLICAS • Ações: atos únicos • Programas: permanente, mas podem mudar em cada governo • Projeto: não é permanente • Regulamentações: para atender projetos e programas • LEIS: mais precisas, detalhadas – continua a existir, independente das mudanças de governo História da saúde no Brasil Até 1900: Saúde no combate a epidemias • Famílias com recursos: atendimento médico domiciliar • Famílias sem recursos: Santas Casas depósitos de doentes História da saúde no Brasil 1923: Saúde Pública vinculada ao Ministério da Justiça • Controle de epidemias e fronteiras • Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP’s) • Organização de trabalhadores – pensões às viúvas (ferroviários) • Pequenos ambulatórios História da saúde no Brasil 1985: Quadro de mudanças no setor saúde • INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social): convênios com o setor privado • Convênios do INAMPS com os estados e municípios, cujos orçamentos não conseguiam fazer nada em saúde • Lentidão da máquina administrativa do Ministério da Saúde • Dificuldades de interação das próprias Ações de Saúde • Passagem do INAMPS para o Ministério da Saúde Reforma sanitária no Brasil • Nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia • Estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências regionais de organização de serviços • Esse movimento social consolidou-se na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986 - A luta por mudanças não abarcavam apenas o sistema, mas todo o setor saúde - Introduziu uma nova ideia na qual o resultado final era entendido como a melhoria das condições de vida da população Reforma sanitária no Brasil: mudança no conceito de saúde A saúde é um direito que se estrutura não só como reconhecimento da sobrevivência individual e coletiva, mas como direito ao bem-estar completo e complexo, implicando as condições de vida articuladas biológica, cultural, social, psicológica e ambientalmente, conforme a tão conhecida definição da OMS – Organização Mundial da Saúde Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. A construção do SUS: histórias da Reforma Sanitária e do Processo Participativo / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 8ª Conferência Nacional de Saúde Pela primeira vez, mais de 5000 representantes de todos os seguimentos da sociedade civil discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil Resultado: garantir na Constituição, por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado (Sergio Arouca, 1988) • Conceito abrangente de saúde como direito de cidadania e dever do Estado • Propostas de políticas de saúde • Instituição do Sistema Único de Saúde Constituição de 1988 • Saúde numa perspectiva de articulação de políticas econômicas e sociais • Direito social universal • Serviços e ações de saúde como de relevância pública • Criação do SUS • Integração da saúde na Seguridade Social 1990 – Lei 8080 Lei Orgânica da Saúde • Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde • Organização e funcionamento dos serviços de saúde • Princípios do SUS (Universalidade, Equidade, Integralidade, Descentralização, Hierarquização, Regionalização, Controle Social, Resolutividade) O que é o SUS? O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis nº 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e nº 8.142/90, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadã SISTEMA: Conjunto de unidades de serviços e ações que interagem para um fim comum ÚNICO: Mesma doutrina e princípios organizativos em todo território nacional SUS: definição na Lei 8080 O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, incluídas as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde", garantida, também, a participação complementar da iniciativa privada no Sistema Único de Saúde SUS A quem se destina? A todos os cidadãos! Quem financia? É financiado com recursos arrecadados através de impostos e contribuições sociais pagos pela população que compõem os recursos das três esferas de governo Meta: Mecanismo de promoção da equidade no atendimento das necessidades de saúde da população, ofertando serviços com qualidade adequados às necessidades, independente do poder aquisitivo do cidadão Princípios doutrinários do SUS UNIVERSALIDADE EQUIDADE INTEGRALIDADE Princípios doutrinários do SUS: Universalidade • Todas as pessoas têm direito ao atendimento, independente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego ou renda, etc. • A saúde é reconhecida como um direito fundamental do ser humano, cabendo ao Estado garantir as condições indispensáveis ao seu acesso Princípios doutrinários do SUS: Equidade • É um princípio de justiça social porque busca diminuir desigualdades. Isto significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior • Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades e especificidades Princípios doutrinários do SUS: Integralidade • As ações de saúde devem ser combinadas e voltadas ao mesmo tempo para a promoção, proteção e recuperação da saúde, para o indivíduo e para a comunidade • Significa a garantia do fornecimento de um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos, curativos e coletivos, exigidos em cada caso para todos os níveis de complexidade de assistência Princípios organizativos do SUS REGIONALIZAÇÃO HIERARQUIZAÇÃO RESOLUTIVIDADE DESCENTRALIZAÇÃO CONTROLE SOCIAL COMPLEMENTARIDADE Princípios organizativos do SUS: Regionalização • Divisão de um grande espaço em áreas menores que passam a ser chamadas de regiões, de acordo com o número de pessoas • Cada região se diferencia das outras por apresentar particularidades próprias e estabelecimentos de saúde disponíveis Princípios organizativos do SUS: Hierarquização • Hierarquia são os níveis e posições de cada tipo de estabelecimento de saúde dentro do sistema de saúde • Organização do sistema de saúde segundo níveis de atenção à saúde atenção primária, secundária e terciária • O sistema deve ter centros de referência para graus de complexidade diferentes de serviços • Organizados na seguinte sequência de acordo com a complexicidade: unidades de saúde, município, polo e região Princípios organizativos do SUS: Regionalização e Hierarquização “A rede deve ser organizada de formaregionalizada e hierarquizada, permitindo conhecer os problemas de saúde da região e o acesso da população ao nível primário com referência aos serviços de maior complexidade” Princípios organizativos do SUS: Resolutividade • É a capacidade de dar uma solução aos problemas do usuário do serviço de saúde de forma adequada, no local mais próximo de sua residência ou encaminhando-o aonde suas necessidades possam ser atendidas conforme o nível de complexidade • Quando o indivíduo ou população buscar atendimento, o serviço deve estar capacitado para enfrentar o problema e resolvê-lo até o nível de sua complexidade Princípios organizativos do SUS: Descentralização • Um único gestor responde por toda a rede assistencial na sua área de abrangência, conduzindo a negociação com os prestadores e assumindo o comando das políticas de saúde • Redistribuição das responsabilidades das ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo – federal, estadual e municipal Princípios organizativos do SUS: Controle Social “Garantia constitucional de participação da população, através de suas entidades representativas, na formulação de políticas de saúde e no controle de sua execução” Princípios organizativos do SUS: Complementaridade “Quando houver insuficiência do setor público, a contratação do setor privado deverá atender contrato, de acordo com as normas do SUS e integrada à rede” Hospitais, clínicas, consultórios particulares e seguros saúde... ANVISA: responsável pela regulação e fiscalização dos serviços de saúde complementar Alguns problemas atuais do SUS • Recursos financeiros insuficientes e gastos irracionalmente • Deficiência quantitativa e qualitativa de RH • Baixa resolutividade • Limitações no acesso aos serviços Antes do SUS Depois do SUS Centralização dos recursos e do poder na esfera federal Ações voltadas para a atenção curativa e medicamentosa Serviços exclusivos para trabalhadores formais (contribuintes) Não participação da comunidade Processo de municipalização Investimento em ações preventivas (PSF e PACS) Ações voltadas para a prevenção, promoção e recuperação da saúde Todos os indivíduos têm direito à saúde Controle social através dos Conselhos e Conferências de saúde
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