Buscar

TCC PROJETO nota: 79

Prévia do material em texto

9
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
IDENTIFICAÇÃO
Nome: Julliana Silva Carraro de Castro
RU: 1354096 
1 TEMA
O ensino da Filosofia no Ensino Médio.
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Desafios e possibilidades para a prática filosófica enquanto ação transformadora.
2 PROBLEMATIZAÇÃO
Dentro de uma proposta de ensino voltada para uma educação crítica que articule os conteúdos do Ensino Médio, de que forma deve ser inserido o ensino da Filosofia que possa contribuir para uma transformação social?
3 JUSTIFICATIVA
A aplicação do ensino da Filosofia é uma necessidade e, por isso, esse tema é relevante. Essa aplicação não deve ser realizada em forma conteudista, mas a correlacionar com as demais disciplinas, possibilitando filosofar sobre às várias realidades vividas pelos alunos, trocando informações de forma aberta entre eles, sendo essa a importância da Filosofia como disciplina.
Esse diálogo deve ser provocado pelo lúdico, uma vez que a proposta educacional deve ter aspecto transformador, exigindo uma postura crítica do docente, oferecendo uma educação de qualidade e um aprender autônomo.
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Apresentar formas de ensinar Filosofia associando os conteúdos à uma reflexão crítica filosófica. 
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar as possibilidades de ensinar a Filosofia no contexto do ensino médio, através das concepções pedagógicas, desta como disciplina; 
Relatar as transformações sociais que a Filosofia enquanto disciplina oferece aos educandos; 
Descrever sobre a capacidade que a Filosofia tem, quando ensinada no ensino médio, de maturar os discentes para o convívio em sociedade.
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No Ensino Médio, o ensino da Filosofia foi sugerido pelo Conselho Nacional de Educação enquanto disciplina, como tema transversal nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) em 1999 (BRASIL, 1999). Sendo o Ensino Médio uma etapa final de Educação Básica, que conforme aponta a Lei n. 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) “o qual têm suas funções, consolidar e aprofundar a formação geral do educando, preparando-o para o trabalho e para a cidadania” (BRASIL, 1996). 
Houve então, a intenção de retornar a Filosofia enquanto disciplina obrigatória no currículo, mas não havia sistematização dos conteúdos que articulasse essa com as demais áreas do conhecimento. Fazendo com que profissionais, mesmo sem formação filosófica ministrasse as aulas sem proporcionar as articulações necessárias para a descoberta dos saberes filosóficos, a construção da autonomia, enfim, a preparação para o docente atuar dentro de sua realidade sob o ensino da Filosofia, ou seja, a aula era ministrada de forma simplista.
O que fez com que o ensino da Filosofia se configurasse como um conhecimento complexo e irreal, sem o verdadeiro entendimento de sua função, principalmente para a vida prática. 
Ainda que a LDB 9.394/96 – no seu art. 35 aponte que: “o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico” (BRASIL, 1996). Assim, foi a partir de 2009, com a alteração dada à LDB que a Filosofia se tornou disciplina obrigatória no Ensino Médio.
Convidando aos educadores um repensar sobre a prática docente em relação à aplicabilidade da disciplina que não poderia ser entendida como irreal e complexa para os educandos do ensino médio, um desafio a ser superado não somente pelos teóricos da educação, pedagogos e licenciados em filosofia, mais sim pela comunidade educacional que agora precisava demonstrar a necessidade da filosofia e a sua inter-relação com as demais áreas do conhecimento de forma a garantir e fomentar nos educandos competências para que pudessem responder aos desafios impostos pela sociedade contemporânea (LUZ; SANTOS, 2012, p.312).
Diante da necessidade de oferecer um ensino crítico e reflexivo capaz de geral autonomia e transformação na realidade vivenciada pelos docentes, se faz necessário quebrar essa divisão contrária que ocorre nos alicerces da educação brasileira. 
Motivo que faz importante que a educação no Ensino Médio seja fundamentada nos diálogos interdisciplinar.
A sala de aula é um espaço rico para o desenvolvimento da inteligência intrapessoal. O professor pode contribuir, estimulando a reflexão sobre posturas, atitudes e condutas, ajudando a identificar valores e crenças indispensáveis ao comportamento ético, responsabilidade e respeito necessário à vida em sociedade (BOM SUCESSO, 2000, p.103). 
A aprendizagem no contexto educacional precisa ser significativa, Zagury (2002) assim descreve: “a aprendizagem significativa é uma aprendizagem que provoca uma modificação, quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe ou nas suas atitudes e personalidade”.
Dessa forma, a Filosofia no Ensino Médio se apresenta como um saber capaz de estimular as inter-relações entre as áreas do conhecimento, buscando a reflexão e mudanças necessárias para a formação do indivíduo, buscando a autonomia.
Para Dimenstein et al., (2008, p. 3):
Cabe aos licenciados na área a estimular nos educandos as condições necessárias para a reflexão filosófica. Sendo a Filosofia uma disciplina formadora por excelência, dispondo de recursos valiosos para fornecer ao estudante o conhecimento sólido e permanentes, que ultrapassam a informação superficial e efêmera. 
A escola por sua vez também possui esta percepção do ser humano, se preocupando em apenas educar intelecto, enquanto o seu papel é educar pessoas de maneira global, integrando todas as dimensões da pessoa: seu corpo, sua mente, seus sentimentos, seu espírito, seu psiquismo, seus relacionamentos pessoais e interpessoais, enfim, educar o sujeito numa perspectiva de totalidade, de modo que este sujeito consiga o equilíbrio necessário para resolver os problemas do cotidiano, problemas estes ligados ao seu existir pessoal e social.
De acordo com os PCN’s (BRASIL, 2002, p. 346): 
Para o professor, nem mesmo o conteúdo programático deve estar excluído do debate com o aluno, muito ao contrário. É mesmo desejável que, na medida do possível, este possa manifestar-se, fazer opções discutir encaminhamentos e, quem sabe até, metodológicas e materiais didáticos; para o aluno por sua vez, aprende a negociar seus interesses no conjunto de outras preferências é uma das mais ricas conquistas da aprendizagem. 
Na prática docente, depende muito da abertura pedagógica no professor em oferecer e estimular um debate sistematicamente deve ter lugar de destaque. Uma vez que ensinar Filosofia depende muito de uma pedagogia voltada para a construção dos saberes, oferecendo aos alunos, nessa fase da Educação Básica condições de reconhecer e discutir as mais variadas situações por meio de um diálogo crítico, reflexivo, fundamentado e consciente “e esta rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso ‘bancário’ meramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo” (FREIRE, 2011, p.28). 
Assim, se faz importante uma prática pedagógica capaz de sair de um mero processo que aliena e que seja capaz de construir a autonomia, por meio de um ensino sólido e que produza ações transformadoras através da exploração das outras disciplinas e do que elas têm a oferecer. O que constitui um grande desafio! Pois, nesse contexto, “podemos dizer que a filosofia é o mais útil de todos os saberes humanos” (CHAUI, 2000, p.17). 
Assim, a discussão que permeia a fundamentação pedagógica da filosofia no ensino médio não se apresenta dissociada da sua finalidade no contexto da educação básica, todavia “não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela. Estar longe ou, pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma transgressão” (FREIRE, 2011, p. 34). A filosofia torna-se evidente e necessária não somente para o ensino médio, mais em toda a educação básica quando compreendida sua função social, política e educacional. 
Quando se fala em ensinar e aprenderFilosofia, vem sempre a ideia de o desafiante saber: para que serve a Filosofia? Quem responde essa pergunta é Chauí (2000, p.19) “a primeira resposta seria a decisão de não aceitar como naturais, óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana”. 
Assim, na história da humanidade e na contemporaneidade a Filosofia é um saber útil e necessário para as sérias e sistemáticas reflexões de toda e qualquer área do conhecimento.
Surgindo então a Filosofia, como uma perspectiva de contribuição acadêmica no Ensino Médio para a formação crítica dos educandos, e, para a compreensão da inter-relação entre as demais conhecidas, uma vez que a Filosofia é um instrumento pedagógico de interação. 
Essa concepção se fortalece quando se observa que “tanto a epistemologia genética de Piaget quanto o sócio construtivismo de Vygotsky, apesar de suas diferenças são considerados teorias integracionistas. É por meio de interações que os seres humanos se desenvolvem e aprendem, de forma que atraia os discentes para a construção de um saber mais consolidado na sua prática filosófica, social, educacional e profissional (MATTAR, 2009, p.113).
Ainda que seja um desafio, há possibilidades e importância em ministrar essa disciplina, uma vez que essa oferece a inserção de novas possibilidades comunicativas, conectividade e troca de informações, tão presentes em tempos atuais, “demonstrando que o sujeito já não se encontra ali localizado num espaço-tempo” (COUTO; ROCHA, 2010, p.28).
Mas esse desafio possibilita a discussão e aplicação do ensino dessa disciplina na Educação Básica como uma forma de reinventar a educação, o que pode ser apoiado na citação de Freire (2003, p.104):
Ditamos ideias. Não trocamos ideias. Discursamos aulas. Não debatamos ou discutimos temas. Trabalhamos sobre o educando. Não trabalhamos com ele. Impomos-lhes uma ordem a que ele não adere, mas se acomoda. Não lhe propiciamos meios para o pensar autêntico, porque recendo as fórmulas que lhe damos, simplesmente as guarda. Não as incorpora porque a incorporação é o resultado de busca de algo que exige, de quem o tenta, esforço de recriação e de procura. Exige reinvenção.
Alunos do Ensino Médio, são alunos adolescentes, e pensar no ensino de Filosofia para esse grupo da sociedade, é pensar numa prática que seja voltada para a realidade desse grupo, no que dá sentido à sua vida e às suas expectativas, analisando sua realidade a uma percepção transformadora enquanto instrumento de educação com qualidade, e ao mesmo tempo é para Fialho (2003, p.25), 
É pensar em resignificar uma concepção de que o conhecimento filosófico e inútil que se apresenta como negativa a construção do conhecimento sistematizado. Nesse contexto, das rupturas paradigmáticas da contemporaneidade emergem muitos novos olhares sobre os fenômenos, sobre os saberes, sobre os sujeitos.
Trata-se de uma percepção que busca significar um repensar que permita o entendimento, a transformação das estruturas das escolas de Ensino Médio no Brasil. Cabendo a escola e aos docentes propor formas de um ensino significativo que fuja do modelo pronto, da aula através de conteúdo engessados e proponha uma dinâmica que vá de encontro com as realidades vivenciadas pelos educandos.
Uma disciplina que junto com as demais possibilite uma aula voltada para o público adolescente, que é o grupo participante do Ensino Médio, em meios as suas necessidades e tempo vivido. Adequar a aula ao anseios, medos e perspectivas desses jovens, ou seja, dentro de sua realidade.
6 METODOLOGIA
Para a realização deste estudo optou-se pela pesquisa bibliográfica, com pesquisas em livros, tese de mestrado e artigos da internet, ou seja, em materiais já publicados. 
Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. O material publicado pode ser fonte primária ou secundária (VERGARA, 2007, p. 48).
Ainda de acordo com a autora, as pesquisas bibliográficas justificam-se, devido sua contribuição ao levantamento de possíveis divergências durante a formulação e a implementação.
REFERÊNCIAS
BOM SUCESSO, E. P. Afeto e limite. Rio de Janeiro: Dunya, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília, 1999. 
______, Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: DF, 1996.
______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.
COUTO, E. S; ROCHA, T. B. A vida no Orkut: narrativas e aprendizagens nas redes sociais, Salvador: EDUFBA, 2010.
Chauí, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000. 
DIMENSTEIN, G; STRECKER, H; GIANSANTI, A. C. Dez lições de Filosofia para um Brasil cidadão. São Paulo: FTD, 2008.
FIALHO, N. H. América Latina: educação, espaços culturais e territorialidade. Salvador: UNEB, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessário à prática educativa, São Paulo: Paz e Terra, 2011.
____________. Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.
LUZ, L.C.A.S; SANTOS, E.E. O ensino de Filosofia no ensino médio: desafios e possibilidades para a prática filosófica enquanto ação transformadora. Revista Intersaberes, v. 7 n.14, p. 30-45, ago-dez, 2012.
MATTAR, J. Interatividade e aprendizagem. In: LITTO, F. M; FORMIGA, M. Educação a distância o estudo da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil 2009. 
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2007.
ZAGURY, Tânia. Escola sem conflito: parceria com os pais. 8.ed. Rio de Janeiro: Record, 2002.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes