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Resumo - O controle de preços na Indústria Farmacêutica no Brasil

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Universidade de Brasília
Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas
Departamento de Administração
O controle de preços na Indústria Farmacêutica no Brasil
Ennio Eduardo Furtado Moretti – 15/0124201
Irlaine de Assis Santos – 16/0125359
João Paulo Nascimento – 15/0132191
Kilmer Batista Sales – 16/0066298
Mariana Cortopassi Sales Dias – 15/0139870
Patric Aparecido Pereira Mendes – 17/0053121
Poliana Lourenço Braga – 16/0072107
Brasília – DF
2017�
Sabe-se que atualmente existem inúmeros debates relacionados com as falhas de mercados da indústria farmacêutica brasileira resultantes na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito dos medicamentos e investimentos do BNDES a fim de obter uma evolução da indústria farmacêutica nacional. 
O mercado é evidenciado como sendo formado por algumas falhas como a existência de inúmeros monopólios e oligopólios por classes e subclasses terapêuticas, elevado gasto em propaganda, influência de informações imperfeitas, diferenças de prioridades entre o tomador de decisão e o comprador entre outros.
Há várias formas de determinação para a decisão do valor do preço de um medicamento até que o mesmo alcance seu preço de equilíbrio em um mercado competitivo. Porém, poucas são as formas para o mercado de oligopólios (Pazo & Jaumandreu - 1999) e monopólios (Pinheiro -1999- ao se estender o Modelo de Dixit -1991).
É comum que se observe intervenções do governo no mercado farmacêutico, como a presença de mecanismos como controle de preços. As intervenções ocorrem tendo em vista que medicamentos representam grande parte dos custos relativos à saúde pública. Independente do mecanismo ou do mercado, é comum que os instrumentos utilizados na intervenção afetem tanto os vendedores quanto os compradores.
A regulamentação tem basicamente duas metas: sanitária e econômica. A de ordem sanitária baseia-se em garantir a qualidade e a segurança do que é comercializado. A de ordem econômica está ligada ás falhas de mercado: mercado concentrado, barreiras à entrada, demanda inelástica e assimetria de informações. De acordo com Chambaretaud (2000) se a indústria farmacêutica não for regulamentada ela pode praticar preços muito superiores graças à vantagem concorrencial conferida aos medicamentos de marca.
Mesmo nos casos em que os preços são livres, a minoria dos países, ainda existe um controle indireto do governo a fim de utilizar poder de monopsônio para contrabalancear o poder de monopólio das empresas protegidas por patentes (RÊGO, 2000).
Dentre os mecanismos utilizados na intervenção podemos citar alguns que se destacam como as principais formas de regulamentação. Dentro dos mecanismos de controle de preço destacam-se a legislação antitruste, para evitar a distorção do mercado por estruturas oligopolizadas ou monopolizadas. 
Das duas formas de controle, direto e indireto, no direto destacam-se a fixação da taxa de retorno, o sistema de preço preferência, o tabelamento de preços e o “price cap”. A fixação da taxa de retorno controla os lucros, através de uma taxa máxima que é negociada entre autoridades e industrias. O sistema de preço-referência é usado em países que adotam um sistema de preço livres, mas com um preço referência que impõe limites máximos aos reembolsos a serem efetuados.
 O tabelamento de preços foi utilizado para conter surtos inflacionários no Brasil, nas décadas de 80e 90. Esse sistema apresenta dois problemas: primeiro, sem saber o valor do custo marginal o governo dificilmente saberá o valor certo a fixar, e segundo, ao diminuir uma distorção, preço e custo marginal, o governo pode acabar criando outra, preço baixo demais forçando as empresas a oferecem baixas qualidades, por exemplo, ou preços muito altos que dificultam o acesso do usuário. O Price Cap é um mecanismo que fixação de preços que compreende uma regra de reajuste por índice público de preços. Essa fixação é feita de maneira temporária. 
Quanto ao controle indireto duas formas de intervenção se destacam: o incentivo ao genérico, mais usado para conter gastos públicos, e o seguro saúde. O primeiro incentiva a queda do preço dos medicamentos. A segunda é muito usada em países desenvolvidos, onde a maior parte das despesas de saúde ficam a cargo do governo. 
O Brasil se encontra localizado em 11º no ranking do mercado farmacêutico mundialmente, representando em torno de 1,5% a 2% de participação neste mercado. Anteriormente, em 1997, ocupava 7ª posição mundialmente, e hoje é o maior mercado na América Latina. No Brasil, em 1996, gastos com medicamentos consumiam de 1,01% a 4,83% do orçamento familiar, dependendo de sua renda, tendo estes mudado entre 1987 e 1996, havendo aumento de gastos para todas as faixas de renda familiar, com exceção daquelas que recebem entre 10 e 15 salários mínimos mensalmente. E aquela em que houve maior variação foram os mais pobres (até 2 S.M.), gerando a necessidade de estabelecimento de políticas públicas que facilitem o acesso e reduzam os gastos com medicamentos. 
Por meio da análise do padrão de consumo brasileiro, pôde-se perceber que este reflete as distorções inerentes ao processo de concentração de renda, sendo a demanda altamente concentrada, já que 49% da população, de classe mais alta, consome 84% dos medicamentos. O perfil do consumidor brasileiro é, então, segmentado em 3: com renda acima de 10 salários mínimos, representando 15% da população, e que consomem 48% do mercado total de remédios; aqueles com renda entre 4 a 10 S.M., 34% da população, consumindo 36% do mercado; e ainda aqueles com renda de 0 a 4 S.M., correspondentes a 51% da população, consumindo 16% do mercado. Além da disparidade de gastos, as cestas de medicamentos consumidas por cada um destes grupos são diferentes, conforme seus níveis de renda. Entre 1990 e 2003, houve mudanças quanto às quantidades de venda e preço médio, havendo grande queda dos preços a partir de 2000, devido à inclusão de medicamentos genéricos e ao controle de preços, implantada em janeiro de 2001. 
O setor farmacêutico no Brasil vem sendo regulamentado há muitos anos, sendo controlado pelo Estado desde a época do Império. Em 1962, criou-se o CADE, para combater o abuso de poder econômico. Na década de 70, os preços eram tabelados de acordo com a CIP, fazendo com que empresas tentassem constantemente driblar tal regulamentação para aumentar seus preços. Já em 1990, a CIP foi extinta e os preços foram liberados. No entanto, acabaram por ser congelados devido ao descontrole inflacionário, retornando à liberação em agosto deste ano. Em 1992 a crise agravou devido ao aumento descontrolado de preços. Em 1994, o controle de preços foi substituído pela lei da oferta e demanda, utilizando da SEAE para evitar aumentos exagerados nos preços. 
Entre 97 e 98, os preços foram fixados livremente, devido ao afastamento da SEAE, levando a ajustes elevados. A partir de 1999, dada a desvalorização cambial, o governo firmou um acordo para definir critérios para repasse do câmbio, que foi realizado em três etapas. No fim de 2000, os preços voltaram a ser fixados pelo governo por meio da Câmara de Medicamentos, ainda sendo controlados até os dias atuais por este órgão, composto por membros da ANVISA e Ministério da Fazenda. Segundo Pinheiro (1999), o controle de preços no Brasil pré-estabilização foi ineficaz devido à alta volatilidade dos preços da época, reduzindo o controle. Este artigo busca, então, verificar os efeitos da presença de controle de preços na demanda e preços de medicamentos no Brasil após a estabilização da economia.
Há três tipos de dados usados na demanda e oferta de medicamentos no Brasil e são eles:
Série de quantidades de medicamentos vendidos no Brasil
Onde a fonte utilizada como base de dados é o Sindicato das Indústrias Farmacêuticas que juntamente com a Associação Brasileira de Indústria Farmacêutica apura as quantidades de medicamentos vendidos mensalmente.Série de preços deste medicamento
O preço médio de medicamentos no Brasil é obtido pela razão e o faturamento pois há uma limitação nos dados. 
Variável renda 
É usada para testar o comportamento sazonal das vendas dos medicamentos.
Foram usadas equações para estimar a oferta e demanda nas quais são: 
Função Demanda:
Q t = a0 + a1 Pt +a2 Rt +a3 Dt +μ4 It + e1, t
Função Oferta:
P t= b0 + b1 Qt + b2 Pt – 1 + b3 Dt +b4 It + e2,t
Onde:
Qt= logaritmo de quantidade de medicamento vendida no período julho/1994 a
Dezembro/2000. A fonte dos dados é o SINDUSFARMA;
Pt = logaritmo de preço médio dos medicamentos vendidos. O preço médio é a razão entre
o faturamento do setor em reais e a quantidade vendida8
;
Pt – 1 = logaritmo de preço médio dos medicamentos vendidos defasado de um período
R t= logaritmo de rendimento médio do trabalho principal.
Dt = dummy para os meses onde houve controle de preços
It = dummy para os meses de abril, maio, junho e julho
a0, b0 = constante
e t= erro aleatório
t = 1,2,3,......, n
Descartou-se com os resultados obtidos a hipótese do modelo apresentar multicolinearidade entre as variáveis e heterocedasticidade. Foram feitas novas estimações e verificou que o novo modele havia violado o modelo clássico de regressão linear, indicando que o MQO não e o melhor método a ser usado. Querendo corrigir o problema foi usado o método de Cochrane Orcutt.
Sendo assim foi utilizada a equação MQ2E, onde para o sistema formado pelas equações (1) e (2), as variáveis Qt e Pt foram consideradas endógenas e Rt , Dt , Pt-1 e It exógenas. Para esse sistema ser atendido foi necessário o atender as seguintes condições: ordem e suficiência.
A condição ordem é testada por: 
K - k = 3 m – 110
K = número de variáveis exógenas no sistema
k = n.o variáveis exógenas na equação
m = n.o de variáveis endógenas na equação
Após a condição ordem o modelo suficiência deverá ser realizada em 3 etapas:
1° Isola-se o erro aleatório em (1) e (2). 
2° Posteriormente, reescreveram-se estas equações, desmembrando os coeficientes das respectivas variáveis;
3° Finalmente, eliminam-se as colunas em que a variável aparece nas duas equações.
Por fim, podemos concluir que deve-se usar os dois métodos de MQ2E e MQO, para que na equação de demanda a variável seja negativa e que a variável renda seja positiva.
Com base nos resultados apresentados há uma relação com a teoria da demanda, em que evidencia o controle e acompanhamento dos preços a fim de evitar que haja um aumento brusco no preço dos medicamentos e com isso haja um aumento gradativo na demanda.
O controle de preços pode ser útil em relação ao preço, mas quando olhamos para as empresas podem desestimular os investimentos com pesquisas de novos medicamentos, diminuição na qualidade dos medicamentos, dentre outros fatores que causam um desestímulo aos produtores desses medicamentos.
O Fornece medidas de relação ao longo prazo entre as variáveis preço, quantidade e renda, que podem ser comparadas às medidas encontradas nos sistemas MQO e MQ2E. 
Com os testes realizados revelou que havia uma variável estacionária e outra não estacionária, logo, adicionou-se o teste de Phillips-Peron (PP). Os resultados obtidos dizem que as variáveis são não estacionárias e correm para um equilíbrio ao longo prazo e isso possibilita o uso do modelo a correção de erros.
Usando o teste co-integração de Jehansen permite determinar se há co-integração e também determina quantos vetores de co-integração existem. Com os resultados obtidos observou-se que a hipótese nula não se aplicava de acordo com o que mostrou os resultados estatísticos. E ainda observou-se que existe penas um vetor de co-integração que são das relações de longo prazo entre as variáveis.
Portanto, conclui-se que ao longo prazo os medicamentos reagem negativamente às alterações de preço, se há uma variação no preço dos medicamentos as vendas reagem com uma queda de percentual. As vendas dos medicamentos são influenciadas pelo preço e pela renda, pelo preço ela reage negativamente e pela renda ela reage positivamente.
Este artigo tem como objetivo discutir a demanda por medicamento no Brasil, em efeito as políticas de preço adotados entre Julho/1994 a dezembro/2000. Este estudo permitiu a comprovação de que a demanda aumenta quando a renda eleva, mas diminui quando o preço se torna maior. 
O controle de preços adotados pelo governo brasileiro gerou uma demanda maior de medicamentos, porém é necessário um pensamento crítico sobre esses resultados devido à falta de informações.
	O controle de preços aumenta a demanda, porém se usado de maneira incorreta diminui a rentabilidade das empresas farmacêuticas de tal modo que prejudica no investimento de novos medicamentos diminuindo a qualidade dos remédios. 
Por fim, se chega à conclusão de que são necessários mais estudos empíricos sobre o mercado da indústria farmacêutica no Brasil, para assim conceber políticas mais adequadas ao nosso cenário. 
�
Resposta
 Produtos Farmacêuticos apresentam falhas de mercados como a concentração de mercado, barreira de entrada, demanda inelástica e assimetria de informação e geram produtos essências o que leva a importância da interferência governamental. É importante saber que o preço interfere na demanda desse produto de maneira inelástica, mas a renda é uma variável que modifica a demanda sensivelmente. 
	Uma política que pode ser usada pelo governo é o controle de preços, estabelecer um preço mínimo em um mercado de livre concorrência, onde há muitos compradores e muitos vendedores, pode gerar um serie de defeito como a escassez e o excesso de produtos, e também a falta de qualidade do medicamento, porém o mercado farmacêutico por suas falhas possui muitos oligopólios, o controle de preço diminui o excedente do ofertante beneficiando os compradores. 
	Uma observação essencial a se fazer é que a classe mais pobre usa uma maior porcentagem do orçamento familiar em gastos com medicamentos. 
	Outra política que pode funcionar no mercado brasileiro é a ampliação dos remédios genéricos, já que são mais baratos que os remédios convencionais e possuem uma qualidade similar. Uma maneira de fazer isso é aceitando a compra do genérico do remédio que está sendo receitado. 
	Por fim outra política é fixação de uma taxa de retorno onde o governo estima uma taxa de lucratividade, onde é limitado o lucro que uma empresa farmacêutica pode ter. É necessário em todas essas políticas ter cuidado com as externalidades negativas e é por isso que no texto deixa claro que é preciso um estudo maior sobre essas políticas na produção farmacêutica. 
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