Buscar

Estrutura e funções do córtex cerebral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Estrutura e funções do córtex
Citoarquitetura
O córtex possui células da glia, neurônio e fibras, que organizam-se de forma heterogênea, 
diferentemente do córtex cerebelar. 
Existem 2 tipos de córtex: isocórtex e alocórtex. O 1º possui sempre 6 camadas, enquanto o 2º 
nunca possui 6 camadas. 
As 6 camadas do isocórtex são:
- molecular
- granular externa
- piramidal externa
- granular interna
- piramidal interna
- camada de células fusiformes ou multiforme
Os neurônios dessas células são classificados de acordo com sua direção e tamanho.
Células corticais:
- granulares: também chamadas de células estreladas; seu axônio é curto e estabelece relação 
com as outras camadas, por isso são os principais interneurônios corticais; recebem grande parte 
das aferências corticais sendo as principais receptoras corticais; aumentaram bastante em 
número ao longo da evolução, por isso o aumento das conexões intercorticais; encontram-se em 
todas as camadas, mas predominam nas granulares
- piramidais: seu corpo celular pode ser pequeno, médio, grande e gigante (células de Betz, só 
existem no giro pré-central); têm 2 tipos de dendritos: apicais e basais; seu axônio é longo e 
descendente e penetra no centro branco medular do cérebro, sendo uma célula efetuadora; estão 
em todas as camadas, mas predominam nas piramidais
- fusiformes: são similares às piramidais, possuindo um axônio longo, descendente e que penetra 
no CBMC e são efetuadoras; encontradas na camada VI
- células de Martinotti: têm ax
ônio longo e ascendente, que ramifica-se nas camadas superficiais
- células horizontais ou de Cajal: seus dendritos e axônios são horizontais; só estão na camada 
molecular
Fibras e circuitos corticais
Todas as fibras que chegam e saem do córtex passam pelo CBMC e são de projeção ou de 
associação.
As fibras de projeção aferentes podem ser talâmicas ou extratalâmicas.
As extratalâmicas se originam de neurônios monoaminérgicos da formação reticular ou de 
neurônios coligérnicos do núcleo basal de Meynert e se dirige a todo o córtex, porém as 
terminações são distintas. Por isso, elas não ativam ou inibem o córtex, mas modulam sua ação. 
As talâmicas podem ser de núcleos inespecíficos (que se distribuem por todo o córtex, ativando-o, 
como parte do SARA e se dirigem, principalmente, às 3 camadas mais superficiais) e específicos 
(se dirigem à camada IV, ativando o córtex).
As fibras de projeção eferentes saem do córtex e se dirigem a diversas áreas subcorticais. 
Originam as fibras: córtico-espinhais, córtico-nucleares, córtico-pontinas, córtico- estriadas, 
córtico- reticulares, córtico-rúbricas e córtico-talâmicas. A maioria dessas fibras origina-se da 
camada V.
Assim, a camada V é efetuadora e a IV, receptora.
As fibras de associação podem ter disposição colunar ou horizontal, assim há uma organização 
laminar horiziontal e uma organização colunar vertical.
As fibras horizontais formam as estrias de Baillarger. Na área visual, a estria de Baillarger externa 
é bastante desenvolvida e se chama estria de Gennari. 
Há uma preferência pelas conexões verticais, entre células de uma mesma coluna.
Classificação das áreas corticais
Anatômica
Divisão em sulcos, giros e lobos.
Filogenética
Divisão em arquicórtex (hipocampo), paleocórtex (úncus e giro para-hipocampal) e neocórtex.
Estrutural
Divisão nas 52 áreas de Brodmann.
Há uma divisão mais geral, que divide o córtex em isocórtex e alocórtex. 
O alocórtex nunca possui 6 camadas e ocupa áreas correspondentes ao arqui e ao paleocórtex.
O isocórtex tem 6 camadas e é dividido em homotípico (as camadas são facilmente 
individualizadas) e heterotípico (as camadas não são bem separadas). O heterotípico pode ser 
granular (há uma proliferação de células granulares, ocorre em áreas sensitivas) e agranular 
(ocorre proliferação de células piramidais; ocorrem em áreas motoras).
Funcional
As áreas corticais são classificadas em de associação e de projeção. Esses termos não são 
válidos, atualmente, porque todas as áreas corticais estabelecem relação com áreas subcorticais, 
pricipalmente, pelo SARA.
Assim, uma nova visão desses termos é que as áreas de projeção sejam aquelas que recebem e 
dão origem a fibras de sensibilidade e motricidade e as áreas de associação sejam as que estão 
relacionadas às funções psíquicas. Nesse sentido, as áreas de projeção teriam isocórtex 
heterotípico (granular, nas áreas sensitivas, e agranular, nas áreas motoras) e as áreas de 
associação teriam isocórtex homotípico.
Luria propôs uma nova divisão: as áreas de projeção seriam chamadas 1ª, porque estão 
diretamente relacionadas com a sensibilidade ou motricidade, e as áreas de associação estariam 
divididas em áreas secundárias ou unimodais, porque se relacionam indiretamente com a 
motricidade e a sensibilidade, e áreas terciárias ou supramodais, porque estão relacionadas 
apenas com funções psíquicas.
Áreas de projeção ou áreas primárias
Existe uma só área 1ª motora e, de modo geral, uma área de sensibilidade geral e uma área para 
cada sensibilidade especial.
Áreas primárias sensitivas
Área somestésica
Localiza-se no giro pós-central e corresponde às áreas 1, 2 e 3 de Brodmann. Recebe fibras 
vindas dos núcleos talâmicos ventrais póstero-lateral e póstero-medial que trazem informações de 
tato, dor, temperatura, pressão e propriocepção consciente. 
Existe uma somatotopia. 
Lesões nessa áreas levam à perda da sensibilidade contralateral. 
Área visual
Localizada nos lábios do sulco calcarino, corresponde à área 17 de Brodmann. Recebe fibras 
geniculo-calcarinas vindas do corpo geniculado lateral.
A metade superior da retina localiza-se no lábio superior e a metade posterior, no lábio posterior.
A lesão bilateral leva à cegueira total.
Área auditiva
Localiza-se no giro temporal transverso anterior (giro de Heschl) e corresponde às áreas 41 e 42 
de Brodmann. Nela chegam fibras vindas do corpo geniculado medial.
Apenas a lesão bilateral leva à surdez total, porque a audição é a única modalidade sensorial que 
têm representação nos 2 hemisférios.
Existe tonotopia.
Área vestibular
Localiza-se no lobo parietal próximo à representação somestésica da face.
Seus receptores são chamados proprioceptores especiais.
Área olfatória
Localiza-se em uma pequena área na parte anterior do úncus e do giro para-hipocampal.
Crises uncinadas.
Área gustativa
Localiza-se na parte inferior do giro pós-central, próximo à ínsula e adjacente à representação 
somestésica da língua. 
Lesões nessa área levam à perda da gustação na metade oposta da língua.
Área motora primária
Corresponde ao giro pré-central e à área 4 de Brodmann.
Possui isocórtex heterotípico agranular com células de Betz.
Possui somatotopia. 
As conexões aferentes são com o tálamo, com a área somestésica, com a área pré-motora e área 
motora suplementar. Suas fibras eferentes dão origem aos tratos córtico-espinhal e córtico-
nuclear.
Áreas de associação
Durante a filogênese, houve um aumento dessas áreas, que, no homem, representam maior 
quantidade que as áreas 1ª, e isso está relacionado com o grande desenvolvimento das funções 
psíquicas.
Áreas de associação secundárias
Estão indiretamente relacionadas com a motricidade e a sensibilidade, estando justapostas às 
áreas 1ª. Podem ser sensitivas ou motoras.
Áreas de associação secundárias sensitivas
São 3:
- área somestésica secuundárias: áreas 5 e 7 de Brodmann
- área visual secundária: áreas 18, 19, 20, 21 e 37
- área auditiva secundária: área 22 de Brodmann
Essas áreas recebem aferências das áreas 1ª e passam informações à várias áreas corticais, 
principalmente, as supramodais. 
Estão relacionadas à interpretação dos estímulos, por isso são chamadas áreas gnósicas.
Lesões nessas áreas levam às agnosias, que poderão ser visuais,somestésicas ou auditivas. 
Tipos especiais de agnosiais visuais e auditivas são as cegueiras verbais e surdezes verbais. 
Essas áreas não são simétricas.
Áreas de associação secundárias motoras
Lesões nessas áreas geram as apraxias, em que há incapacidade de realizar movimentos 
voluntários, não por déficit motor, mas porque há lesão nas áreas de planejamento das ações.
São 3 as áreas de associação secundárias motoras:
- área motora suplementar: corresponde à área 6 em sua parte medial; recebe aferências 
estriatais e da área motora 1ª; está relacionada com a concepção e planejamento da ação; é 
ativada juntamente com a área motora 1ª, quando o movimento é executado, mas é ativada 
sozinha quando apenas se pensa na ação sem realizá-la
- área pré-motora: corresponde à área 6 na sua parte lateral; dá origem ao trato córtico-reticulo-
espinhal, que prepara os membros para realizar movimentos finos; é menos estimulável que a 
área 4 e sua estimulação gera respostas menos localizadas; sua lesão leva à paresia dos 
músculos
- área de Broca: localizada nas partes opercular e triangular do giro frontal inferior, corresponde às 
áreas 44 e 45; é responsável pela programação da atividade motora relacionada à linguagem; 
lesões nessa área levam às afasias.
Áreas de associação terciárias
Segundo Luria, são estão no topo da hierarquia funcional cortical. 
Essas áreas recebem e integram as informações vindas de todas as áreas secundárias e 
elaboram as estratégias comportamentais, de acordo com as informações adquiridas.
São 3:
 
- área pré-frontal: corresponde à parte anterior não motora do giro frontal superior; essa área 
desenvolveu-se bastante, durante a evolução, e corresponde a 1/4 da superfície cerebral do 
homem; através dos fascículos, recebe informações de todas as áreas de associação e 
estabelece conexões recíprocas com o núcleo dorso-medial do tálamo; está envolvida na escolha 
do comportamento diante de uma determinada situação e à capacidade de alterá-lo se a situação 
mudar, na manutenção da atenção e no controle do comportamento emocional
- área temporoparietal: está situada entre as áreas secundárias somestésica, visual e auditiva, 
atuando como centro integrador dessas informações; está relacionada à percepção espacial e é a 
área do esquema corporal; lesão nessa, área classicamente, gera a síndrome da negligência, que 
pode ser espacial, corporal ou ambas
- áreas límbicas
Afasias
Existem apenas 2 regiões corticais relacionadas à linguagem:
- área de Broca: anterior, relacionada à expressão
- área de Wernicke: posterior, relacionada à percepção da linguagem
O fascículo longitudinal superior liga essas duas áreas.
Há 2 tipos de afasia:
- motora, de expressão ou de Broca
- sensitiva, de percepção ou de Wernicke
Há um caso raro de afasia que derivaria da lesão do fascículo arqueado.
Assimetria das funções corticais
Os hemisférios não são simétricos, sendo que o esquerdo está relacionado à linguagem e ao 
raciocínio matemático e o direito, às habilidades artísticas, às relações espaciais e ao 
reconhecimento de fisionomia.
Essa assimetria só se manifesta nas áreas de associação.
Torna mais importante o papel do corpo caloso.

Outros materiais