Buscar

Seleção de Medicamentos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Seleção de Medicamentos
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para que seja de fato
implementada uma política de medicamentos essenciais, o primeiro passo
deve ser a seleção dos medicamentos. Desse modo, vamos esclarecer o que é
seleção de medicamentos e apresentar o conceito de medicamento essencial.
O SUS baseia-se no direito a assistência integral a saúde, inclusive farmacêutica. A Assistência
Farmacêutica compreende uma série de processos envolvidos na 1) disponibilização de
medicamentos (seleção, programação, aquisição, distribuição) e 2) promoção de seu uso racional
(dispensação).
A primeira etapa tem como principal objetivo a garantia de acesso ao medicamento e a
segunda, que o medicamento seja utilizado de forma adequada a fim de garantir a eficácia e
segurança no seu uso.
Desse modo, o acesso e o uso racional dos medicamentos são as bases da Assistência
Farmacêutica e devem ser considerados como prioridades das políticas de medicamentos. De fato,
o acesso aos medicamentos essenciais tem sido amplamente discutido sendo considerado um dos
oito elementos básicos da atenção primária à saúde na Conferência Mundial sobre Atenção Primária
à Saúde, em Alma-Ata. A falta desses medicamentos compromete a eficácia e adesão ao tratamento
farmacoterapêutico de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, por exemplo, e a
disponibilidade de medicamentos essenciais é considerada um importante indicador da
qualidade da Assistência Farmacêutica.
 
Medicamentos essenciais são aqueles que satisfazem às necessidades de saúde da
maioria da população, a um preço que eles e a comunidade possam pagar; portanto eles
deveriam estar disponíveis em todos os momentos, em quantidades adequadas e em
formas farmacêuticas apropriadas.
Solicitação de Objeto 1
Há no mercado mundial um número muito maior de medicamentos que o necessário.
Considerando ainda as várias formas farmacêuticas e marcas, o número de especialidades
farmacêuticas é tão grande que seria impossível para qualquer profissional de saúde, inclusive ao
farmacêutico, dominar o conhecimento sobre todas.
O lançamento constante de “novos” medicamentos no mercado, quando na realidade são
medicamentos que não trazem vantagens terapêuticas em relação ao que existe no mercado ou em
relação ao fármaco do qual foi modificado, é uma estratégia da indústria farmacêutica para manter
uma imagem de quem está sempre inovando, o que representa um vantagem competitiva. Com a
ressalva de que, quase sempre, agrega ao processo um aumento de preços.
Diante desse cenário, é incontestável a importância de que seja realizada uma seleção racional
dos medicamentos que o sistema público de saúde vai disponibilizar para que esse processo possa
levar a maior eficiência administrativa (uso racional dos recursos financeiros), sem que haja perda da
qualidade do tratamento e capacidade resolutiva do mesmo, bem como propiciar condições para
prescrição e utilização de fármacos mais criteriosa.
A OMS preconiza que a seleção seja realizada em nível local, com assessoria técnica da
comunidade científica, revisada e atualizada periodicamente. A relação de medicamentos essenciais
resultante deve ser estratificada de acordo com os níveis de atenção à saúde – primário, secundário
e terciário -, e divulgada por meio de um Formulário Terapêutico.
MEDICAMENTOS ME TOO...
O nome dado aos medicamentos originados por meio de pequenas alterações na moléula
original, cujas vantagens terapêuticas são inexistentes ou pouco expressivas é de
“medicamentos me too”.
FORMULáRIO TERAPêUTICO...
Trata-se de uma publicação que contém informações técnico-científicas importantes e
atualizadas e, principalmente, isentas de conflito de interesse e baseadas em evidências
sobre cada um dos medicamentos selecionados. O objetivo desse documento é oferecer
subsídios aos profissionais de saúde no momento da prescrição e dispensação dos
medicamentos.
Quando o processo é realizado em um hospital, em geral, esse documento recebe o
nome de Guia Farmacoterapêutico. 
O objetivo da seleção é proporcionar ganhos terapêuticos e econômicos, por promover o
uso de medicamentos eficazes, seguros e adequados ao perfiil epidemiológico local ao mesmo
tempo em que racionaliza o emprego dos recursos financeiros escassos e finitos dos sistemas de
saúde, sejam públicos ou privados.
SIM. A Seleção foi pensada para o setor público mas também é amplamente utilizada
no setor privado de atenção à saúde em decorrência das vantagens que resultam desse
processo, inclusive economia significativa.
Segue uma tabela que avalia as vantagens da Seleção de Medicamentos:
Vantagens Observações
Adequa a relação de
medicamentos disponíveis às
reais necessidades sanitárias
da população-alvo
Uma vez que é preconizado que seja
um processo local, ele leva em
consideração o perfil epidemiológico
da população a ser atendida para que
a lista possa suprir as necessidades
dessa.
Disponibiliza medicamentos
com eficácia e segurança
comprovadas, por basear a
escolha nas evidências
científicas disponíveis
A escolha de medicamentos baseando-
se em critérios de eficácia e segurança
leva a maior resolutividade do
problema de saúde a ser tratado
Uniformiza condutas
terapêuticas
A medida que restringe a
disponibilidade de medicamentos,
norteia a prescrição de forma que essa
inclua o tratamento mais adequado ao
paciente
Promove o uso racional de
medicamentos
Restringe o uso de medicamentos
ineficazes e/ou desnecessários
Decisões tecnicamente
embasadas
Apesar de não impedir a prescrição de
medicamentos não selecionados, uma
vez que exige que as decisões em
relação a terapia farmacológica sejam
baseadas em evidências científicas,
torna impessoal a decisão
Facilita o desenvolvimento de
um trabalho de educação
continuada 
Com uma lista de medicamentos em
mãos, é possível direcionar as
atividades de capacitação bem como
campanhas de educação em saúde
Promove o uso da
Denominação Comum
Brasileira ou Internacional
(DCB) em todas as etapas do
ciclo da Assistência
Farmacêutica
Reduz a chance de compras duplicadas
do mesmo produto, erros de
dispensação etc
Auxilia as ações de
farmacovigilância por facilitar o
monitoramento e a
identificação de reações
adversas
Um número mais restrito de
medicamentos, possibilita aumentar a
experiência e o nível de conhecimento
dos prescritores e dispensadores
Facilita o processo de controle
de qualidade
As características dos medicamentos
selecionados passam a ser conhecidas,
ficando mais fácil identificar desvios de
qualidade
Maior eficiência no
gerenciamento do ciclo
logístico da Assistência
Farmacêutica
Maior familiarização com os
medicamentos; compras em larga
escala
Solicitação de Objeto 2
MAS E QUEM FAZ A SELEçãO DE MEDICAMENTOS?
O nome dado ao grupo multidisciplinar de profissionais de saúde que fazem o processo
de seleção de medicamentos em um município, ou estado ou hospital, costuma ser
"Comissão de Farmácia e Terapêutica".
Quiz 
 1 Ao selecionar medicamentos, deve-se priorizar:
Diante da escassez de recursos no sistema público de saúde, a seleção de
medicamentos deve priorizar os medicamentos de menor custo para que possam ser
distribuídos a um maior número de pacientes.
A seleção dos medicamentos a serem padronizados deve ser de responsabilidade da
equipe de farmacêuticos pois são os profissionais detentores de conhecimento sobre
fármacos, devendo ser divulgada aos demais profissionais de saúde.
A seleção de medicamentos deve ser feita em processo multidisciplinar, dinâmico e
participativo. A lista de medicamentos selecionados deve passar por revisões periódicas
para as quais deve ser constituída uma comissão de farmácia e terapêutica.
Deve ser selecionado o medicamento mais eficaz e seguro, independente do custo e da
sua disponibilidade no mercado uma vez que na área de saúde a prioridadeé o
paciente.
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e da outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20
set.1990. Seção I, p.18055-18059. 
Araujo ALA, Pereira LRL, Ueta JM, Freitas O. Perfil da assistência farmacêutica na atenção primária
do Sistema Único de Saúde. Ciênc saúde coletiva 2008; 13:.611-617. 
Organização Mundial de Saúde/United Nations Children's Fund. Cuidados Primários de Saúde
Alma-Ata.URSS, 6-12 de setembro de 1978. 
Naves JOS, Silver LD. Evaluation of pharmaceutical assistance in public primary care in Brasília,
Brazil. Rev. Saúde Pública 2005; 39(2): 223-230. 
Marin N, Luiza VL Castro CGO, Santos SM, org. Assistência Farmacêutica para gerentes municipais.
Rio de Janeiro: OPAS-OMS, 2003. 373p.

Outros materiais

Outros materiais